PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 127 - AGO - SET - OUT / 2016
TÉCNICA E PRÁTICA
É gripe? Cuidado e orientação
Muito referenciados em comerciais de televisão, rádio e outdoores, os medicamentos utilizados para melhora dos sintomas de gripe não podem ser utilizados de qualquer maneira, pois trazem efeitos importantes para a saúde da população.
O farmacêutico tem um papel fundamental no combate a essa cultura, pois deve orientar corretamente o paciente sobre os riscos e benefícios desses medicamentos.
Muitas vezes, o termo gripe é utilizado de forma genérica para nos referirmos a sintomas como nariz entupido, espirros e dor de cabeça. Porém, um paciente só é considerado com gripe quando está infectado pelo vírus Influenza de um dos tipos A, B e C.
Geralmente, os sintomas da gripe são identificados pela própria pessoa e os principais são: febre, calafrios, dores musculares, tosse, congestão nasal, coriza, dores de cabeça e fadiga.
Mas é preciso ficar atento, pois a Influenza A e B, principalmente o primeiro tipo, são altamente transmissíveis e mutáveis, causando maior morbidade e mortalidade e, por isto, merecem destaque em saúde pública.
Tratamento Farmacológico
O tratamento da gripe consiste, principalmente, em repouso e consumo de líquidos para deixar o corpo combater a infecção sozinho, além de alguns medicamentos que podem ajudar a melhorar os sintomas e a doença, como os anti-histamínicos, antitussígenos, expectorantes, mucolíticos e descongestionantes nasais também podem ajudar.
Também pode ser utilizado algum medicamento antiviral, que é sujeito à prescrição médica.
Atualmente, existem duas classes de antivirais utilizadas no tratamento da gripe: a primeira pode ser exemplificada pela amantadina e rimantadina, e a segunda pelo oseltamivir e zanamivir. (BENGUIGUI, 1999; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005; MARQUES, 2008).
Analgésicos
Os analgésicos isentos de prescrição médica aliviam as dores de cabeça e as dores musculares e nas costas que geralmente acompanham a gripe. Nesta categoria estão: paracetamol (Tylenol®), aspirina, ibuprofeno (Advil®, Motrin®) e naxopreno (Aleve®).
Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs)
O uso oral de salicilatos é contraindicado para crianças e adolescentes que tenham algum tipo de infecção viral devido ao risco de desenvolvimento da síndrome de Reye, uma grave e (algumas vezes) fatal condição, portanto, deve-se dar preferência ao paracetamol, já que é o AINE que relata menos reações alérgicas e possui mínimo efeito agressivo na cavidade gástrica (BENGUIGUI, 1999).
Anti-histamínicos
O seu uso na gripe pode ser justificado pela sua ação anticolinérgica, reduzindo a secreção de muco (BENGUIGUI, 1999).
Antitussígenos, expectorantes e mucolíticos
Cortam o reflexo da tosse, quando necessário, para aliviar o paciente (BENGUIGUI, 1999).
Descongestionantes nasais
Os descongestionantes são eficazes para aliviar a congestão nasal que, geralmente, acompanha a gripe. Alguns medicamentos descongestionantes de venda livre para a gripe incluem: pseudoefedrina (Sudafed®, Contac®, Actifed®) e fenilefrina (Coristina®).
Por Monica Neri
(com informações da dra. Amouni Mourad, assessora técnica do CRF-SP)
Fontes:
https://www.gstatic.com/healthricherkp/pdf/flu_pt_BR.pdf
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Fascículo II - Medicamentos Isentos de Prescrição / Projeto Farmácia Estabelecimento de Saúde / CRF-SP: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo; Organização Pan-Americana de Saúde - Brasília, 2010.
Medically Reviewed by Jennifer Monti, MD, MPH disponível em http://pt.healthline.com/health/medicamentos-para-o-tratamento-da-gripe#3