PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 127 - AGO - SET - OUT / 2016
BATE-PAPO COM O DIRETOR
Empreendedor por natureza
O garoto que queria ser farmacêutico desde criança, hoje é o gestor de dois laboratórios e diretor-tesoureiro do maior Conselho de Farmácia do país
O colégio técnico em Patologia Clínica estimulou sua grande paixão, as Análises Clínicas. Desde cedo passou a trabalhar em laboratório, mas sentia falta dos conhecimentos farmacológicos, foi então que a graduação em Farmácia veio ao encontro do que precisava.
Em 2003, durante a participação nas reuniões da Comissão Assessora de Análises Clínicas e Toxicológicas, conheceu o CRF-SP e percebeu que poderia contribuir com a profissão que escolheu. Após seis anos como coordenador da Comissão, exerceu também o cargo voluntário de diretor regional de Santo André. Atualmente, em seu segundo mandato como diretor-tesoureiro do CRF-SP e conselheiro, enfrenta o desafio de gerir uma entidade que representa mais de 57 mil farmacêuticos no Estado.
À frente de dois laboratórios, une os conhecimentos farmacológicos com a experiência em gestão. Em meio ao sucesso, a família fez a diferença na trajetória. “Sou muito grato a Deus pela família que formei. Minha esposa é companheira de todas as horas. Muitas vezes tivemos dificuldades, mas ao lado dela sempre encontrei forças para continuar, nunca desistir”. Quando o assunto é o filho, dr. Marcos não poupa elogios. “Ele veio quando estávamos prontos (maduros) para recebê-lo e foi a experiência mais agradável e diferente que tive na vida. Menino de bom caráter, bom coração. A natureza melhorou a descendência”.
Por Thais Noronha
Ser farmacêutico é...
Um prazer enorme, é lidar com pessoas e não com pacientes.
Ser farmacêutico na área de Análises Clínicas é...
Exercer os conhecimentos auxiliando médicos a diagnosticar corretamente as pessoas que necessitam de cuidados em saúde.
O que é mais fácil, lidar com as contas das suas empresas ou com as contas do CRF-SP?
As contas de minhas empresas são importantes para minha sobrevivência e para dezenas de pessoas que dependem delas, mas são mais fáceis do que lidar com as contas do CRF-SP, essas, me imputam uma responsabilidade que, por vezes, é muito pesada.
O que destacar do primeiro mandato como diretor-tesoureiro?
O aprendizado que tive em uma função de extrema responsabilidade. Cresci como profissional e como pessoa.
Quais são seus planos para o novo mandato?
Junto com meus pares de diretoria, ajudar a profissão farmacêutica a crescer e se tornar uma profissão respeitada e necessária à sociedade. Uma profissão só é importante quando a sociedade sente sua necessidade. Esse é nosso objetivo.
Qual conta não fecha em farmácia nenhuma?
A maior dificuldade dentro ou fora de uma farmácia é compatibilizar a atuação como profissional de saúde e a necessidade de sobrevivência com lucro para a empresa. Esse é o maior desafio de quem teve a coragem de exercer sua profissão e montar sua empresa. Mas é possível compatibilizar.
De forma alguma. As dificuldades em montar e manter uma empresa são muitas, mas na sua grande maioria, os colegas que se dispuseram a ter coragem de abrir seus negócios querem cumprir as legislações, trabalhar, gerar empregos e riquezas para suas regiões e para o país. A ética não se aplica somente aos negócios, a ética se aplica à vida. O descumprimento da ética pode se dar sem as pessoas jamais terem pensado em lucro.
O que um farmacêutico empresário precisa saber?
De muitas coisas, desde formação a informações necessárias ao negócio, mas, sobretudo precisa ter vontade de ter sua empresa, aconteça o que for e quando os momentos difíceis surgirem, não desistir. Precisa saber que uma empresa foi feita para crescer, nunca estacionar, senão ela corre o risco de morrer.
Sem pensar, invisto no que traz alegria à minha família. Fecho a mão para tudo que é desperdício e sem necessidade.
Tem jeito de o Brasil sair do vermelho?
O Brasil é um país de 200 milhões de habitantes, um mercado consumidor gigante e com muita mão de obra. As dificuldades que estamos atravessando têm componentes políticos e conjunturais que não são somente internos. Outros países também passaram por dificuldades recentes. O Brasil sairá da crise, não por competência de seus governantes, mas porque o mundo necessita do Brasil.