PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 124 - JAN - FEV / 2016
BATE-PAPO COM O DIRETOR
Cabeça de gestor, coração de militante
Conheça um pouco da vida e das ideias do presidente do CRF-SP, dr. Pedro Eduardo Menegasso, que no terceiro mandato planeja lutar para implementar a Lei 13.021/14
Casado e pai de dois filhos, dr. Pedro Eduardo Menegasso é formado pelo tradicional curso de Farmácia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara. Sua rotina consiste em alternar o trabalho no CRF-SP e a carreira como consultor nas áreas de comunicação, marketing, estratégia e colocação comercial de produtos.
No terceiro mandato como presidente (biênio 2016/2017), dr. Pedro quer lutar para implementar a Lei 13.021/14. Para ele, a Farmácia Estabelecimento de Saúde é uma obra coletiva em construção e ainda exige muita disposição da categoria para transformZ'á-la em realidade.
Confira, abaixo, a primeira entrevista da série Bate-Papo com os Diretores, iniciativa da Revista do Farmacêutico para que os leitores conheçam melhor o perfil dos que lideram o CRF-SP:
1. Ser farmacêutico é...
Trabalhar para amenizar o sofrimento das pessoas, proporcionar bem-estar a todos, assegurar que os seus direitos sejam garantidos, empenhar-se para produzir qualidade de vida aos pacientes.
2. Ser presidente do CRF-SP é...
Primeiramente, uma honra. No entanto, estar à frente dos farmacêuticos paulistas significa também ser um alvo fácil de tudo quanto é tipo de ataque e injustiça. É preciso firmeza, foco e paciência.
3. Maior orgulho profissional
Ter participado da mobilização que levou à publicação da Lei 13.021/14. Passei a vida sob uma legislação da qual eu não participei da discussão. Nem sonhava em ser farmacêutico quando a lei anterior foi publicada. Desta, não. Acompanhei desde a faculdade e tive a felicidade de estar na Câmara dos Deputados no dia da aprovação em plenário, depois de muita luta, de ter participado ativamente.
4. E a maior decepção?
São muitas e eu não gostaria de detalhá-las, mas posso dizer que são todas ligadas ao processo político no Brasil, quando interesses particulares se sobrepõem aos da coletividade.
5. No futuro, a profissão farmacêutica será...
Valorizada pela sociedade brasileira, que reconhecerá a sua importância em defesa da saúde, no cuidado ao paciente e no desenvolvilmento de novas tecnologias.
6. Mas deve tomar cuidado com...
O complexo de inferioridade crônico frente aos demais profissionais de saúde, o excesso de reclamações e pessimismo.
7. No mandato que se inicia, quero lutar para...
No segundo mandato de minha gestão tivemos uma conquista muito importante, que foi a aprovação da Lei Federal nº 13.021 de 2014. Agora, quero lutar pela sua consolidação, fazê-la funcionar de forma a fortalecer a atuação do farmacêutico, defender a saúde pública e valorizar a profissão em todas as áreas de atuação. Um dos instrumentos será o investimento na conscientização tanto da população como dos profissionais.
O principal desafio é criar unidade na construção desta nova farmácia brasileira após a conquista da Lei 13.021/14, pela qual tanto nos empenhamos. A Farmácia Estabelecimento de Saúde é ainda uma instituição em formação. Percebemos que o conceito tem ganhado cada vez mais corpo e adeptos, mas ainda precisamos evoluir. Trata-se de uma mudança de paradigma, de uma mentalidade arraigada em nossa sociedade. Isso leva tempo e demanda esforços, mas acredito que conseguiremos.
8. No balcão, eu aprendi a...
Ouvir as pessoas e a perceber que, primeiramente, elas querem ser ouvidas, pois aderem a tratamentos, tomam medicamentos, adotam as medidas, mas não pode ser por imposição, sem que lhes seja dado o direito de questionar. Precisamos conquistar, sim, a confiança e o respeito dos pacientes.
9. A ética é inimiga do lucro?
Só para quem tem preguiça de encontrar as melhores soluções ou não usa a cabeça para pensar. É possível lucrar e ser ético.
10. O que não falta na sua farmácia particular?
Eu não tenho farmácia particular. Moro em cidade grande, sempre há uma farmácia 24 horas com farmacêutico por perto.
11. O que não tem remédio, remediado está?
Não. O que não tem remédio, ainda não foi descoberta a cura. Chame um bom farmacêutico, que ele estuda, pesquisa e encontra uma solução. Quem pensa assim se acomodou diante do sofrimento das pessoas. Não sou assim.