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Revista do Farmacêutico

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 121 - ABR-MAI / 2015 

 

Palavra do Ministrante - GENÔMICA FORENSE

O exame de DNA na solução de crimes

 

 

 

03C13742O primeiro emprego da análise do DNA no âmbito criminal completa 30 anos em 2017, quando a polícia inglesa conseguiu, por meio dessa tecnologia, produzir provas contra um carteiro chamado Colin Pitchfork, no condado de Leicester, na Inglaterra, colocando fim a uma triste jornada de estupro e assassinato de duas adolescentes de 13 e 16 anos.
Desde então, toda comunidade científica policial começou a implantar essa tecnologia em seus laboratórios forenses. No Brasil, essa tecnologia foi implementada pela primeira vez em 1994 pelo Distrito Federal, onde se iniciou o primeiro Laboratório de DNA forense do Brasil. No Paraná, os primeiros exames de DNA forense foram realizados no ano de 1998, onde solucionamos um crime de estupro de incapaz no litoral, chegando à identificação do autor pelo filho gerado pela vítima, quando do ato criminal.

Atualmente, o laboratório de Genética Molecular Forense (LGMF) já trabalhou em mais de 5.000 casos no Estado. São 17 anos de experiência acumuladas em um cenário positivo, com infraestrutura excelente e equipamentos atualizados, além de possuir pessoal preparado, atingindo a vanguarda dessas análises no Brasil e no mundo.
O LGMF trabalha em regime de rotina e plantão, recebendo requisições de exames da Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário do Estado do Paraná. São 500 testes por ano, uma média superior aos 19 laboratórios existentes no país. No Paraná, temos um único laboratório com sede em Curitiba dentro do Instituto de Criminalística, que faz parte da Polícia Científica do Paraná.
A tecnologia empregada nas análises em DNA é complexa, perfazendo, no mínimo, nove etapas de análise para cada amostra analisada, o que justifica a demora na entrega de resultados empregando essa tecnologia. Qualquer amostra biológica pode ser utilizada para produzir perfis genéticos: manchas de sangue, sêmen, saliva, chicletes, pontas de cigarro, fios de cabelo e até impressões digitais, assunto esse abordado em outra dica de perícia futura.
A análise de confrontos de perfis genéticos só é possível se você tiver a amostra questionada (desconhecida) e a amostra padrão (conhecida), igual ao confronto de impressões digitais. Paralelamente a isso, por meio de tecnologias avançadas de informação e computação, é possível criar bancos de dados de perfis genéticos para utilização em sistemas detalhados de busca, chegando à identificação do indivíduo sem a necessidade de um padrão de DNA instantâneo para comparação.
A Inglaterra e os Estados Unidos utilizam essa ferramenta desde 1994. Chama-se CODIS (Combined DNA Index System) e já é responsável por pelo menos 30.000 resoluções de crimes envolvendo banco de dados de DNA. No Brasil, esse sistema foi trazido em 2010, e, em 2012, foi criada a lei que regulamenta esse banco, a Lei 12.654/12, que obriga a coleta de presos condenados em determinados tipos de crime. Novos avanços dessa tecnologia são desenvolvidos ano a ano, tentando elucidar crimes com maior complexidade na produção da prova material.

 

  

HemersonBertassoniAlvesDR. HEMERSON BERTASSONI ALVES é farmacêutico bioquímico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com especialização em Imunologia Clínica (UFPR), mestrado em Biologia Molecular Forense pela USP-SP e doutorado em Genética Forense, pela PUC-PR. É perito criminal desde 1994 e diretor geral da Polícia Científica do Paraná.

O dr. HEMERSON irá ministrar a palestra Contribuição da Genômica na Análise Forense no XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo

  

 

 

   

 

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