PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 120 - FEV-MAR / 2015
Raio-X da profissão
Pesquisa realizada pelo novo comitê do CRF-SP aponta principais dificuldades no ambiente de trabalho
Criado há um ano para estudar questões relacionadas ao exercício profissional e propor alternativas e melhorias, o Comitê de Direitos e Prerrogativas Profissionais apresenta os resultados da sua primeira pesquisa sobre as necessidades do farmacêutico paulista, realizada com profissionais de diversas áreas de atuação por meio do portal do CRF-SP, entre junho e outubro de 2014. Segundo o resultado preliminar, a maioria dos problemas foi relatada por farmacêuticos que atuam em farmácia, sendo a falta de autonomia e de respeito as queixas mais comuns.
O objetivo da pesquisa, que abriu os trabalhos do Comitê, foi ouvir o maior número de profissionais possível e identificar as principais dificuldades encontradas no exercício da profissão (aspectos pessoais e materiais).
O resultado foi importante para ordenar as prioridades dos trabalhos do grupo, estudar quais ações cabíveis e a possibilidade de o CRF-SP resolver os problemas apontados ou interceder junto a outros órgãos ou entidades.
DUAS FACES
Após compilados os dados da pesquisa, o Comitê concluiu que os problemas apontados passam por diferentes conotações de ordem legal e educacional e podem ser divididos em dois grupos: condições mínimas para o exercício profissional e valorização profissional.
Outra conclusão do trabalho é que a maioria dos relatos refere-se principalmente às farmácias e drogarias (59%), mas também foram apontados problemas nas áreas das análises clínicas (7,2%), saúde pública (20%), farmácia hospitalar (4,8%), indústria (1,4%) e outras áreas (7,6%).
Para a coordenadora do Comitê, a conselheira do CRF-SP dra. Maria Fernanda Carvalho, os números refletem a quantidade de profissionais que atuam em farmácias e drogarias. “Hoje, cerca de 42% dos profissionais inscritos no Conselho trabalham no setor. Mas essa área também foi a que apresentou mais regulamentações nos últimos anos, com aumento de trabalho e responsabilidade legal do farmacêutico”, afirmou.
DIFICULDADES
Dentre as dificuldades apresentadas na pesquisa, as mais mencionadas do ponto de vista pessoal foram: carga horária semanal excessiva (13,5%); desvio de função (13,5%); exigências que conflitam com o Código de Ética (10,7%); falta de autonomia profissional (16%); falta de respeito/valorização profissional (16%); e piso salarial baixo (12,3%).
Com relação ao aspecto material, as queixas mais mencionadas pelos participantes foram: condições ergonômicas inadequadas (11,1%); falta de estrutura física e/ou recursos materiais necessários para o desempenho das atividades (15,9%); falta de acesso a todas as informações técnicas/científicas relacionadas ao seu trabalho (física ou virtual) (13,2%); e falta de recursos humanos (10,2%).
Grande parte das dificuldades apontadas refere-se a questões trabalhistas, por esse motivo uma das propostas do Comitê é a ampliação da parceria entre CRF-SP e Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sinfar-SP) para realização de palestras com o tema “Direitos dos farmacêuticos e assédio moral”, bem como para encaminhamento das questões trabalhistas, envolvendo a atuação do farmacêutico, detectadas durante as fiscalizações e as reclamações com esse teor recebidas no CRF-SP, a exemplo do desvio de função, piso salarial baixo e carga horária semanal excessiva, que devem ser solucionadas perante a Justiça do Trabalho.
Para o dr. Pedro Menegasso, presidente do CRF-SP, a criação do comitê é mais uma ação do CRF-SP que visa discutir e propor alternativas para solução de problemas que afetam o exercício profissional. “Sabemos que as questões trabalhistas não estão diretamente relacionadas ao âmbito de atuação desta autarquia, mas quando ameaçam afetar a autonomia do farmacêutico e, consequentemente, a assistência prestada, a nossa intervenção é plenamente possível. Mesmo com limitações legais, temos que avançar nessa discussão para propor soluções aos problemas que têm afetado nossa profissão.”
Sobre o comitê O Comitê de Direitos e Prerrogativas Profissionais foi criado pelo Plenário do CRF-SP, por meio da Deliberação nº 116, em 13 de março de 2014 e tem como principal atribuição a defesa dos direitos dos farmacêuticos no exercício da profissão. Cabe ao Comitê assistir o farmacêutico cuja prerrogativa for violada; apreciar e dar parecer sobre representações de queixas referentes a afrontas ou lesões às prerrogativas e direitos dos farmacêuticos; apreciar e dar parecer sobre pedidos de desagravo aos farmacêuticos; promover todas as medidas e diligências necessárias à defesa, preservação e garantia dos direitos e prerrogativas profissionais; além de verificar os casos de exercício ilegal da profissão. Membros |
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