PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 131 - AGO - SET/2017

 

TÉCNICA E PRÁTICA

Alerta para o uso abusivo de laxantes

MEDICAMENTO UTILIZADO PARA TRATAR PRISÃO DE VENTRE PODE TRAZER CONSEQUÊNCIAS GRAVES AOS QUE FAZEM USO INDISCRIMINADO; CONHEÇA OS RISCOS E SAIBA COMO ORIENTAR

Dor ou dificuldade na passagem das fezes, sensação de evacuação incompleta ou ainda fezes endurecidas caracterizam a obstipação intestinalIndicados para o tratamento de obstipação intestinal por pessoas que nascem predispostas a essa condição, os laxantes são medicamentos que acabaram se popularizando amplamente também entre indivíduos que adotam um estilo de vida sedentário e com maus hábitos alimentares, motivo pelo qual acabam desenvolvendo o chamado “intestino preguiçoso”. Considerada a segunda causa mais frequente de visitas ao gastroenterologista, a prisão de ventre é um problema que requer ajuda médica para receitar o tipo de laxante e o tratamento mais adequado ao paciente.Indicados para o tratamento de obstipação intestinal por pessoas que nascem predispostas a essa condição, os laxantes são medicamentos que acabaram se popularizando amplamente também entre indivíduos que adotam um estilo de vida sedentário e com maus hábitos alimentares, motivo pelo qual acabam desenvolvendo o chamado “intestino preguiçoso”. Considerada a segunda causa mais frequente de visitas ao gastroenterologista, a prisão de ventre é um problema que requer ajuda médica para receitar o tipo de laxante e o tratamento mais adequado ao paciente.

A obstipação consiste em dor ou dificuldade para a passagem das fezes, sensação de evacuação incompleta ou ainda fezes endurecidas. Além dos fatores citados acima, a obstipação intestinal também pode ser provocada pelo uso de alguns fármacos, especialmente no início do tratamento, entre os quais os anticolinérgicos ou os que têm efeitos anticolinérgicos (exemplos: anti-histamínicos, antipsicóticos, benzodiazepínicos, antiparkinsonianos e antiespasmódicos); os cátions (ferro, alumínio, cálcio, bário e bismuto); os opioides; os bloqueadores dos canais de cálcio e anestésicos em geral. A obstipação consiste em dor ou dificuldade para a passagem das fezes, sensação de evacuação incompleta ou ainda fezes endurecidas. Além dos fatores citados acima, a obstipação intestinal também pode ser provocada pelo uso de alguns fármacos, especialmente no início do tratamento, entre os quais os anticolinérgicos ou os que têm efeitos anticolinérgicos (exemplos: anti-histamínicos, antipsicóticos, benzodiazepínicos, antiparkinsonianos e antiespasmódicos); os cátions (ferro, alumínio, cálcio, bário e bismuto); os opioides; os bloqueadores dos canais de cálcio e anestésicos em geral.

Outro fator de preocupação é com relação ao abuso de laxantes por pessoas que recorrem a essas substâncias com alta frequência na expectativa de perder peso, já que promovem rápido esvaziamento intestinal. Tal prática pode induzir a inúmeras consequências perigosas, além de poder estar associada a distúrbios alimentares como bulimia e anorexia nervosa.Outro fator de preocupação é com relação ao abuso de laxantes por pessoas que recorrem a essas substâncias com alta frequência na expectativa de perder peso, já que promovem rápido esvaziamento intestinal. Tal prática pode induzir a inúmeras consequências perigosas, além de poder estar associada a distúrbios alimentares como bulimia e anorexia nervosa.

É importante ressaltar que o abuso de laxativos por tempo prolongado pode levar a um ciclo vicioso, em que as evacuações espontâneas satisfatórias podem não ocorrer e até piorar a obstipação, pois o cólon completamente esvaziado pelo uso de laxantes irá prejudicar o tônus e o peristaltismo. Pode causar ainda diarreia, fragilidade da parede, aumento da secreção associada a aumento da motilidade colônica, acidose ou alcalose metabólica e melanose coli (condição de pigmentação da mucosa colônica).É importante ressaltar que o abuso de laxativos por tempo prolongado pode levar a um ciclo vicioso, em que as evacuações espontâneas satisfatórias podem não ocorrer e até piorar a obstipação, pois o cólon completamente esvaziado pelo uso de laxantes irá prejudicar o tônus e o peristaltismo. Pode causar ainda diarreia, fragilidade da parede, aumento da secreção associada a aumento da motilidade colônica, acidose ou alcalose metabólica e melanose coli (condição de pigmentação da mucosa colônica).

No ato da dispensação dos laxantes é de extrema importância que o farmacêutico se atente às queixas de quem sofre de prisão de ventre, fornecendo as informações necessárias e identificando os possíveis casos de uso abusivo e indiscriminado desses medicamentos, bem como encaminhando ao serviço médico quando o paciente relatar episódios de abdômen estendido, timpânico à percussão (quando ao toque emite sons semelhantes a um tambor), vômitos, sangue nas fezes, perda de peso, obstipação grave de início recente, e se ocorre em idosos. Nesses casos, há suspeitas de que o problema esteja relacionado a uma etiologia mais séria.No ato da dispensação dos laxantes é de extrema importância que o farmacêutico se atente às queixas de quem sofre de prisão de ventre, fornecendo as informações necessárias e identificando os possíveis casos de uso abusivo e indiscriminado desses medicamentos, bem como encaminhando ao serviço médico quando o paciente relatar episódios de abdômen estendido, timpânico à percussão (quando ao toque emite sons semelhantes a um tambor), vômitos, sangue nas fezes, perda de peso, obstipação grave de início recente, e se ocorre em idosos. Nesses casos, há suspeitas de que o problema esteja relacionado a uma etiologia mais séria.

Fontes:

Portal Univadis (http://www.univadis.com.br/merck-manual-pro/54/Disturbios-gastrointestinais/Sintomas-de-disturbios-gastrointestinais/Constipacao) e (http://www.univadis.com.br/merck-manual-pro/54/Disturbios-gastrointestinais/Sintomas-de-disturbios-gastrointestinais/Constipacao); 

Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde/Infarmed (https://www.infarmed.pt/formulario/navegacao.php?paiid=134); 

Portal Medicinanet (http://www.medicinanet.com.br/bula/2110/dulcolax.htm e http://www.medicinanet.com.br/bula/2989/lactulona.htm); 

Plataforma Scielo (http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n3/pt_1679-4508-eins-8-3-0298.pdf);

Conselho Federal de Farmácia/CFF (http://www.cff.org.br/sistemas /geral /revista/ pdf/86/ infarma004.pdf -2003)

 

Classificação dos laxantes

  • Emolientes (amolecedores das fezes): docusato (dioctilsulfossuccinato) de sódio, glicerina e petrolato (parafina) líquida.
  • De contato (estimulantes): óleo de rícino, bisacodil, sene, cáscara sagrada.
  • Expansores do volume fecal: metilcelulose, carboximetilcelulose, psílio, goma adraganta e farelo.
  • Osmóticos: sais de magnésio, fosfatos de sódio e de potássio, lactulose.

 

Possíveis interações medicamentosas

O uso concomitante de diuréticos (ex. furosemida) ou adrenocorticosteroides (p. ex. dexametasona) pode aumentar o risco de desequilíbrio eletrolítico, se forem utilizadas doses excessivas de Dulcolax®. O desequilíbrio eletrolítico pode aumentar a sensibilidade aos glicosídeos cardíacos (ex. digitálicos).

Embora existam relatos contraditórios sobre o uso concomitante da neomicina e da Lactulona®, a eliminação de certas bactérias do cólon pela neomicina pode interferir na degradação da lactulose e impedir a acidificação adequada do cólon.

Devem ser administrados com cautela os medicamentos que induzam hipopotassemia ou hipomagnesemia, como droperidol e levometadil, pois há aumento do risco de ocorrer um efeito cardiotóxico (prolongamento do intervalo QT).

A Lactulona® não deve ser administrada juntamente com laxantes, pois podem reduzir o efeito acidificante da lactulose. 

Os laxantes prejudicam a absorção de algumas vitaminas, por isso, não é recomendado ingerir alimentos ricos em vitaminas A, D, E e K junto ou próximo à administração do medicamento.

 

Por Renata Gonçalez

(com informação da dra. Amouni Mourad,assessora técnica do CRF-SP)

 
 
 

     

     

    farmacêutico especialista
    Emolientes (amolecedores das fezes): docusato (dioctilsulfossuccinato) de sódio, glicerina e petrolato (parafina) líquida.

     

     

     

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