PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Nº 107 - MAI - JUN - JUL / 2012
Revista 107 Mercado de Trabalho
Análises Clínicas
Segmento está em expansão, mas farmacêutico concorre com outros profissionais e precisa de constante atualização
O segmento de análises clínicas está em franca expansão atualmente no Brasil. Entre outras razões, isso se deve à estabilização econômica, que permite com que mais pessoas tenham acesso aos serviços de saúde e, consequentemente, realizem mais diagnósticos laboratoriais. O progressivo envelhecimento populacional também contribui para o aquecimento do setor. Estima-se que em 2012 serão realizados no país cerca de um bilhão de procedimentos laboratoriais.
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde do Ministério da Saúde (CNES), existem no Brasil aproximadamente 18 mil laboratórios de Análises Clínicas e cerca de 7 mil postos de coleta. Estes dados referem-se a todos os estabelecimentos prestadores de serviços, inclusive os de saúde pública.
O setor sofre constantes mudanças tecnológicas, exigindo do profissional atualizações permanentes em conhecimentos técnicos e na gestão de qualidade. Também é indispensável para aqueles que queiram atuar como empresários, ter espírito empreendedor e conhecimento nas áreas administrativa e mercadológica. Dos laboratórios atualmente cadastrados no CRF-SP, cerca de 70% são de propriedade de farmacêuticos.
Mesmo diante de um cenário favorável, o farmacêutico encontra também um mercado bastante competitivo, pois concorre com outros profissionais, já que a área não é privativa. Um levantamento fornecido pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (Sbac) aponta que aproximadamente 60% dos profissionais que trabalham em laboratório são farmacêuticos. Segundo o presidente da instituição, dr. Irineu Grinberg, este número já foi bem maior e o biomédico avança no segmento porque o atual ensino de Farmácia privilegia os conhecimentos em medicamentos, em detrimento às análises clínicas.
Esta realidade passou a ser evidenciada a partir de 2002, com a publicação da Resolução nº 02, do CNE/CES, que instituiu novas diretrizes curriculares para o curso de Farmácia. Com ela, o profissional deixou de ser farmacêutico-bioquímico e passou a ser generalista, mas com o direito assegurado ao pleno exercício das análises clínicas e toxicológicas.
“Existem faculdades de farmácia que ministram apenas noções de ensino laboratorial, com carga horária bastante reduzida, graduando um profissional que, apesar de legalmente habilitado às análises clínicas, está despreparado para o exercício profissional”, afirmou o presidente da Sbac.
O sucesso profissional irá acontecer, segundo o dr. Irineu, com garra e vontade de vencer e o farmacêutico poderá ter uma empregabilidade mais garantida caso invista em atualizações, cursos, pós-graduação, mestrado ou doutorado.
O dr. Irineu recomenda que as condições necessárias para uma boa formação e, consequentemente, para êxito profissional consistem em fazer uma faculdade reconhecida e de boa qualidade e aplicar a prática por meio de estágios, com orientações e supervisões adequadas.
Carlos Nascimento
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