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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 18/01/2017

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Participação de mercado dos genéricos cresceu em 2016

17/01/2017 - O Globo / Site


A participação dos genéricos no mercado total de medicamentos teve um avanço discreto em 2016, segundo dados inéditos do IMS Health.

Passou de 26,2% em 2015 para 26,6% no ano passado. Há dez anos, essa fatia era de apenas 10%.

Foram vendidos um total de R$22,7 bilhões, de acordo com o IMS, que não computa as compras governamentais (25% do mercado).




Governo muda regras para venda de medicamentos na Farmácia Popular

17/01/2017 - Portal CBN


Quem compra remédio com desconto na Farmácia Popular para fazer tratamento de osteoporose, hipertensão, colesterol alto ou mal de Parkinson precisa ficar atento. O Ministério da Saúde mudou as regras e agora valem critérios de idade. Para mal de Parkinson a venda está autorizada somente para pessoas a partir de 50 anos. Para osteoporose, a idade mínima é 40 anos. Hipertensão, 20. Remédios para controlar o colesterol alto serão autorizados para pacientes com pelo menos 35 anos.

O governo diz que as mudanças vêm porque houve tentativa de fraudes na comercialização desses remédios. O Ministério da Saúde alega que uma auditoria realizada pelo SUS indicou que 40% das solicitações eram irregulares.

Mas, exceções poderão ser analisadas individualmente. Quem dá a dica é Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira do Direito do Consumidor, a Proteste. Ela orienta que pacientes que precisam dos remédios, mas estão fora da linha de corte de idade, podem reivindicar:

“Combater fraude é da maior importância até para garantir o acesso daqueles que realmente precisam. Em casos de exceção, evidentemente, tem que se questionar o próprio Ministério da Saúde por meio dos atendimentos locais, das ouvidorias, e até dos órgãos de defesa do consumidor para que àqueles que precisam desse medicamento, que têm a idade menor, seja garantido o acesso. ”

Farmacêuticos e pacientes foram pegos de surpresa. A Federação Brasileira das Redes Independentes de Farmácias recebeu reclamações de vendas que já foram bloqueadas para quem não atende aos novos critérios. A promessa é que ainda esta semana todas as novas regras sejam repassadas aos comerciantes.

O programa Farmácia Popular foi criado em 2004 para possibilitar o acesso da população a medicamentos essenciais mais baratos. Além de tratamento para doenças raras, são oferecidos remédios para asma, rinite, glaucoma e fraldas geriátricas. Nesses casos não houve, até agora, mudança nas regras. Como a CBN informou em outubro, o governo suspendeu a renovação dos contratos do programa, mas as farmácias com convênio continuam funcionando. Só que agora, terão de comprovar que não têm nenhuma pendência com a Receita Federal.

Medicina preventiva é grande aposta da ADH

18/01/2017 - DCI


São Paulo - Se por um lado a saúde suplementar está pagando os custos insustentáveis da 'cultura curativa' da nossa sociedade, por outro, o cenário está abrindo portas para outros mercados, como o da medicina preventiva. Um exemplo, é a Advanced Digital Health medicina Preventiva (ADH), que após um começo ruim, espera em 2017 um ponto de virada.

"É questão de tempo para que a saúde privada não se pague", afirma o diretor presidente da Advanced Digital Health Medicina Preventiva S.A. (antiga Vitalyze.Me), Sergio Petri. Segundo o executivo, o envelhecimento da população, somado ao aumento dos custos médico-hospitalares, tem tornado insustentável e cara a saúde privada, por isso, a perspectiva é que soluções preventivas, como o mapeamento genético, tenham uma grande demanda nos próximos anos. "A ideia é que o serviço de análise genético da ADH ajude a mitigar estes problemas com a prevenção de doenças", diz.

Por conta disso, mesmo com resultado positivo previsto apenas para 2018, a desenvolvedora de tecnologia com foco em medicina preventiva ADH acredita que 2017 será um ano crucial para a companhia. "Devemos atingir o break even point [ponto de equilíbrio entre as receitas e despesas]", explica. Para conseguir atingir esta meta, o executivo conta que a companhia passou por um processo de reestruturação.

No final de 2016, a ADH mudou seus diretores, conselho administrativo, denominação e passou de ser licenciada para detentora da tecnologia, conseguindo reduzir em R$ 15 milhões os custos com royalties por ano. "Estamos desenvolvimento o programa, mas usamos como base uma tecnologia americana [da Base Health] que usa algoritmo de inteligência artificial". A previsão é que o projeto piloto da plataforma fique pronto em março e o preço estimado para o serviço varia entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil. Apesar de ter um público maior entre as classes A e B, ele aponta que a ideia é ganhar maior escala para reduzir o custo e atingir as demais classes sociais.


ESTRATÉGIA


Para conseguir atingir seu público, a ADH está realizando uma rede de médicos credenciados que possam fazer a ponte entre o serviço e o paciente. A companhia está recebendo solicitações de cadastro desde o final de 2015, mas só em janeiro devemos oficializar o credenciamento dos mesmos. A projeção é que até o final de 2017, a ADH atinja entre 315 e 470 médicos credenciados. "Algumas especialidades como pediatria, ginecologia, nutrição e dermatologia têm mais interesse, mas estamos abertos para todas", diz ele.

Após a análise realizada pela empresa, a companhia também quer facilitar o acompanhamento do paciente. "Além de identificar a chance de desenvolver uma série de doenças (cerca de 40), vamos também discriminar os medicamentos que podem ter melhor reação no paciente. Por isso queremos que após o mapeamento o cliente receba um plano de ação para efetivamente evitar as doenças identificadas", pontua. Por isso, a ideia é que o médico que encaminhou a mostra à ADH consiga aconselhar o paciente sobre as doenças relacionadas a sua área e depois possa indicar outros especialistas credenciados que atendam o cliente.

Questionado sobre a região de atuação, o executivo explica que a ADH vai focar principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, contudo, médicos de outros locais interessados em apresentar o produto também poderão fazer o credenciamento. "Além disso, vamos lançar o e-commerce que terá abrangência nacional". A ideia é que os clientes interessados possam fazer a aquisição do serviço pela internet e recebam em casa um kit de coleta de saliva [material usado para o procedimento] e depois retorne via correio.

Mesmo sem divulgar o parceiro, a empresa já encontrou o laboratório que irá atender a demanda prevista até 2019.


EXTENSÃO


Em exclusiva ao DCI, o executivo também contou que o plano da companhia é ser uma referência global em mapeamento genético. "Em 2018 queremos internacionalizar. Devemos ir primeiro para a Europa, pela proximidade do nosso acionista controlador que é da Alemanha [o Metropolis Capital Markets - MCM]."

Pensando nisso, a companhia abriu um centro de inovação nos Estados Unidos, onde pode vir a lançar ADRs (recibo de ações na Bolsa de Nova Iorque). "É um centro de pesquisa que dará base científica ao serviço feito no Brasil."

Segundo Marcelo Munerato, presidente da Aon Brasil, a expectativa é conquistar mais um milhão de usuários num prazo de cinco anos. "Enxergamos grande potencial de crescimento, seja oferecendo nossos serviços às pequenas empresas quanto replicando os modelos de trabalho criados pela Admix", disse Munerato. No Brasil, as duas companhias vão movimentar prêmios de seguros de R$ 7 bilhões, sendo que R$ 5 bilhões são de saúde.

O que motivou a Aon assinar um cheque alto nesta transação é, principalmente, a plataforma tecnológica da Admix que permite ao usuário fazer em tempo real desde cotações e renovações de seguro até impressão de extratos de consultas médicas. "Nossa ideia é replicar a plataforma nos outros países que atuamos. Entre 20% e 30% do custo de uma corretora é despesa administrativa", enumerou o presidente da Aon América Latina.

O fundador da Admix, Cesar Augusto Antunes da Silva, conta que investiu 12 anos na plataforma, criada "dentro de casa", devido à carência de soluções focadas em convênios médicos. Silva fechou acordo com a Aon para permanecer na companhia como conselheiro por um período de três a cinco anos, podendo ser renovado. Sua função também será desenvolver novos produtos, entre eles, para o mercado de planos de saúde por adesão.

Fundada há 25 anos, a Admix era um ativo cobiçado desde a onda de IPOs em 2007, mas declinou diversas propostas, inclusive da própria Aon. "Recebi, sim, várias ofertas, mas queria fazer a empresa crescer, ganhar valor. Por isso, investi numa plataforma tecnológica robusta. Também era jovem, com energia para investir no negócio. Estabeleci que aos 50 anos venderia a empresa, independente do estágio em que ela estivesse. Abri o processo competitivo em 2016", disse Silva, que tem 51 anos.

Questionados sobre o valor da transação, os três executivos informaram que não podem comentar devido a contratos de confidencialidade.




MG tem medo e filas após casos de febre amarela

18/01/2017 - Folha de S.Paulo


Após duas tentativas de se vacinar contra a febre amarela, o aposentado José Pedro de Jesus, 72, decidiu madrugar. Morador de Piedade de Caratinga (MG), município com suspeita de quatro mortes pela doença, chegou ao posto de saúde à 1h desta terça (17).

“Eu estava vindo no amanhecer do dia, mas não conseguia senha e ficava nervoso. Não gosto de fila. Hoje, resolvi vir cedo”, disse o aposentado, enquanto aguardava de cócoras a abertura do posto às 7h. Ele foi vacinado às 8h.

Desde o dia 10, o município de 8.000 habitantes, a314km de Belo Horizonte, tem filas de pessoas que esperam por imunização contra a febre.

Até segunda (16), Minas Gerais já contabilizava 152 casos suspeitos da doença, com 47 notificações de mortes. O balanço anterior do governo mineiro, da sexta-feira (13), contava 133 casos notificados e 38 mortes suspeitas.

A procura intensa fez a vacina faltar em cidades como Governador Valadares, consideradas em situação de emergência pelo Estado.

Na área urbana de Piedade de Caratinga, os dois postos que aplicam a imunização têm número limitado de doses por dia, a depender da quantidade enviada pela Secretaria de Saúde do Estado.

Nesta terça, foram 300 —100 onde o aposentado esperava.

Mas o número de doses diárias já chegou a ser de 500 em apenas uma unidade, e caiu desde o início do surto, na semana passada. A restrição tem feito as pessoas chegarem antes de o sol nascer para não ficarem sem senha.

O outro posto da cidade tinha 200 senhas, distribuídas às 7h, e as vacinas começaram a ser aplicadas às 13h. Lá, a primeira pessoa chegou às 3h30 e, três horas depois, havia uma fila de quase 100,com idosos e crianças de colo.

“Distribuímos uma senha por pessoa. Já chegamos a dar mais de uma para quem pedia, mas isso criou problema e tivemos até que chamar a polícia”, afirma Cristiana Ferreira, 43, enfermeira do posto.

O lavrador Célio Machado, que chegou ao local às 3h40, enfrentou a fila pela segunda vez para pegar dez senhas e levar aos colegas de lavoura —ele diz que já conseguiu pegar cinco de uma vez. No entanto, recebeu apenas uma.

A Secretaria de Saúde de Piedade diz que metade da população já foi vacinada e que tem enviado agentes às zonas rurais —onde os casos estão concentrados.


‘FIM DOS TEMPOS’


Um boato se espalhou no distrito de Santa Luzia, em Caratinga, na segunda: diziam que o filho de um casal de lavradores, internado com sintomas de febre amarela em Ipatinga, havia morrido.

O casal, Luzia André de Paula, 78, e Benedito André Avelino, 81,passou toda a tarde ligando para o hospital, mas conseguiu confirmar que a afirmação não era verdadeira somente às 18h.

O clima de aflição se espalhou pela cidade e municípios vizinhos. Em um pronto-socorro da cidade, pessoas com febre e dor de cabeça se dizem desconfiadas de que estão com a doença —a prefeitura separou dez leitos para casos de maior gravidade.

As farmácias destacam que têm estoque de repelente, já que a doença é transmitida pela picada de mosquitos.

“Minhas vendas de repelente mais que triplicaram.

Desde a semana passada tive que repor o estoque quatro vezes”, diz Wellington Campos, 34, dono de uma farmácia em Piedade de Caratinga que prometia “repelentes a preços especiais”. Mas ele confessa que o preço do produto não está menor.

Ainda em Piedade, o marceneiro Tomé Ladislau de Oliveira, 81, não teve a mesma sorte que o casal de Santa Luzia: seu sobrinho Geraldo Oliveira, 30, morreu da febre quatro dias após os sintomas se manifestarem. Ele credita o surto ao “fim dos tempos”.

“A profecia diz: será uma angústia tão terrível que ninguém pode imaginar. ”




Contra alergias, bebês devem usar protetor solar só após os 6 meses

18/01/2017 - Folha de S.Paulo


Praia, sol e um bebê todinho vermelho, não por queimaduras do sol,  mas por alergia ao protetor solar. Neste mês, a imagem de um bebê australiano com a pele toda irritada viralizou, deixando os pais de cabelo em pé, com medo de viver algo similar.

“Esse é meu filho de três meses. Ele não ficou exposto ao sol, ele simplesmente estava fora de casa, então, por garantia, resolvi passar protetor solar nele. Não comprem esse protetor solar”, dizia a postagem de Jessie Swan, mãe do garoto, que ficou internado por três dias.

O produto, no caso, era o protetor solar PeppaPig, FPS 50, da Cancer Council Australia.

A empresa afirmou à Folha que é “importante que os consumidores usem o produto de acordo com as indicações no rótulo”.

Protetores solares não são indicados para crianças com menos de seis meses de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. O uso nessa faixa etária só é recomendado quando orientado por dermatologistas em situações excepcionais.

“Pele de bebê, abaixo dos seis meses, é muito mais fina que a pele do adulto e absorve mais substância. Por isso só podemos aplicar produtos destinados a recém-nascidos na pele deles”, diz Vânia Oliveira de Carvalho, presidente do departamento científico de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Além disso, segundo Elisabeth Lima Barbosa, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por causa de uma formação imunológica inicial, os bebês têm uma facilidade muito grande de desenvolver alergias.

A alternativa são as barreiras físicas, como roupinhas com foto proteção (que, segundo especialistas, funcionam, mas é recomendável não expor o bebê diretamente no sol), bonés, carrinhos com abas.

Mais tarde, o bebê pode usar diferentes tipos de protetores: entre seis meses e os dois anos, protetores “baby”; após os dois anos, filtros infantis.

Quando a secretária Kelly Cardoso, 21, decidiu ir à praia neste ano, como faz todo mês de janeiro, buscou aconselhamento com a pediatra de seu filho Nicolas,5 meses.

“Fiquei muito apavorada com essa história da alergia, nunca imaginei que um protetor poderia causar aquilo. ”  A pediatra disse: “Você vai ter que ficar mais tempo na casa do que na praia”, diz Kelly.

“Ela me orientou a ficar pouquinho com ele na praia, sempre na parte da manhã e no fim da tarde. E também pediu para evitar levá-lo para a praia ao meio-dia”, diz Cardoso.

Carvalho, da SBP, diz que não vale o risco de expor o bebê. “Seis meses passa rápido. ” Kelly também partiu em busca de todo um arsenal, com chapéus, bonés e roupinhas com foto proteção.

As especialistas ouvidas e o Consenso Brasileiro de Foto proteção também alertam que não se deve expor bebês diretamente ao sol. Isso quer dizer que os famosos banhos de sol não são necessários nos primeiros seis meses.

“Mesmo que você não faça [expor] deliberadamente, ele vai acabar recebendo o sol necessário para produção de vitamina D”, afirma Carvalho, da SBP. Segundo ela, os raios solares recebidos pela criança nos passeios do dia a dia são suficientes.

Além disso, Carvalho diz que a reposição da vitamina D, se necessária, pode ser feita por via oral, evitando riscos desnecessários ao bebê.

Mesmo com todos esses cuidados, alguns pais ainda testam o produto em pequenas áreas do corpo do bebê menor de seis meses para evitar uma alergia. Mas isso não garante a segurança da criança. “Às vezes há alergias após vários usos. Não vale o risco”, afirma Carvalho.




Dores do Brasil profundo

18/01/2017 - O Globo


Com quatro mortes registradas em meio ao surto de febre amarela em Minas Gerais, a pequena Piedade de Caratinga, de 8 mil habitantes, vive dias de medo, com moradores dormindo em filas nos postos de saúde em busca da vacina. Na cidade com “piedade” no nome não há misericórdia para a população que, amedrontada, passa noites na fila dos postos de saúde em busca da vacina contra a febre amarela. Em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, a doença matou quatro pessoas. Há 12 casos notificados. Gente que trabalha ou vive na roça, junto às bordas de mata. A pequena cidade, como outras tantas na região, depende da agricultura. Café e hortaliças sustentam a economia. A secretária municipal de saúde, Renata Couto, se desespera com a distribuição de vacinas. O município nunca havia sofrido com a febre amarela, diz Renata. Agora, tornou-se um retrato do Brasil onde a doença da floresta se encontra com a gente das cidades; rural e urbano se misturam.

— Hoje, recebi 250 doses de vacina. Mando primeiro para a roça ou para o centro da cidade, onde mora muita gente que trabalha na roça? Em janeiro, recebemos cerca de 1.500 doses, mas temos mais de 8 mil habitantes, e só a metade está vacinada. Tem criança e idoso dormindo na porta de posto de vacinação, e não conseguimos atender a todos. Já pedi mais vacinas, mas não chegaram. É muito desesperador — afirmou, ontem, a secretária de Saúde. AGRICULTOR MORREU EM QUATRO DIAS Já são 184 casos suspeitos de febre amarela, com 53 mortes, em 29 municípios na área Leste de Minas Gerais, segundo o último boletim divulgado. O surto levou o governo mineiro a decretar estado de emergência em saúde na região atingida. Já o Espírito Santo investiga quatro casos suspeitos em municípios perto da área afetada em Minas Gerais.

Um dos quatro mortos de Piedade de Caratinga se chamava Geraldo Neto de Oliveira. Tinha 28 anos. De família humilde, ele não possuía terra própria para plantar. Vivia sozinho na cidade e trabalhava na capina em plantações de café e de verduras numa localidade chamada Córrego do Jacu. Piedade de Caratinga produz alface, brócolis, agrião, cebolinha e outras verduras que abastecem as cidades próximas e a capital, Belo Horizonte. Geraldo trabalhava no campo quando apresentou os sintomas. Sua irmã, Marta Oliveira, de 47 anos, conta que ele procurou o posto de saúde três dias depois. Foi levado diretamente para um hospital no município de Ipatinga. Passou a noite na UTI e morreu.

— Meu irmão saiu do hospital direto para o velório. Morreu no dia 10 de janeiro. Era um homem forte, mas morreu em quatro dias. Febre amarela é uma coisa muito grave. Deixou todos assustados e tristes — lamenta Marta.

Ela trabalha no comércio, no Centro, mas mora com os dois filhos na zona rural, em outra localidade com córrego no nome, este o dos Nogueiras.

— Aqui é tudo perto. Córrego dos Nogueiras fica a três quilômetros do Centro — explica.

Também no campo, vivem os pais, Pedro Joel de Oliveira e Teresinha Gomes de Oliveira. O casal de agricultores, que nem celular tem, precisou da ajuda da filha para que fossem vacinados.

— Foi uma luta. Só ontem consegui que minha família e alguns amigos recebessem a vacina. Agora estou mais tranquila. Depois que meu irmão morreu foi uma correria para tomar essa vacina. A gente não sabia que precisava tomar. Infelizmente, foi preciso meu irmão morrer para todo mundo ficar sabendo disso. Vivemos Tristeza. Pedro de Oliveira e a mulher, Teresinha, só conseguiram a vacina dias depois de perder o filho de 28 anos, que morreu após apresentar sintomas da febre amarela Imunização. Segundo a Secretaria de Saúde de Piedade de Caratinga, as doses recebidas não são suficientes perto da zona onde a doença está. E não tem como sair de lá. Eu vivo na roça. Meus pais e meus filhos também — conta Marta.

Ela lembra que, antes de o irmão adoecer, já se sabia que os macacos estavam morrendo. Mas ninguém pensou que isso fosse sinal de problemas para o ser humano.

— Aqui tem muito mosquito e muito macaco. Mosquito então é o que não falta. E os barbados (macacos bugios) começaram a morrer demais. Agora sabemos a razão — relata a moradora.

A secretária Renata Couto acredita que os problemas tenham surgido em agosto passado, quando os macacos mortos começaram a ser encontrados por moradores.

— A gestão anterior não fez nada. Mas algumas pessoas contam que seus cachorros apareceram com macacos mortos na boca. Acharam que o cachorro era esperto. Mas cachorro não sobe em árvore. O macaco é que deveria estar morto ou doente. Com o surto, técnicos da Fundação Ezequiel Dias (vigilância sanitária em Minas) estiveram aqui, coletaram animais para amostra — frisa ela.

Oficialmente, porém, Piedade de Caratinga não tem nenhum caso da febre amarela em macacos registrado.




Combatendo o diabetes através do exemplo

17/01/2017 - Zero Hora Online


A decoração do escritório de Eric L. Adams, prefeito do município do Brooklyn, não é nada comum: tem uma geladeira cheia de frutas frescas e legumes, uma bancada onde ele prepara e combina esses ingredientes para suas refeições e lanches, e um forno e uma chapa quente onde as prepara.

Na antessala adjacente, há uma bicicleta ergométrica, pesos, um conjunto de aparelhos de musculação e um sistema de suspensão por cordas pendurado na porta. Seu laptop fica em uma espécie de suporte de partituras, assim ele pode usá-lo enquanto pratica step.

No ano passado, Adams descobriu, durante um check-up por causa de uma dor abdominal, que tinha diabetes tipo 2. Contou que o nível médio de açúcar em seu sangue era tão alto que o médico ficou surpreso por ele não ter entrado em coma. Seu nível de hemoglobina A1C – exame de laboratório que mostra o nível médio de glicose sanguínea durante três meses anteriores – era de 17 por cento, três vezes maior que o normal. Ele não perdeu tempo para embarcar na luta fervorosa contra a doença. Desprezando a tendência americana do tratamento com medicação, preferiu explorar a habilidade do corpo de se curar.

Adams, capitão de polícia aposentado de 56 anos, precisa agora de uma nova foto publicitária, pois já não se parece com a imagem rechonchuda das fotos oficiais. Através da adoção de uma dieta vegana, do preparo das próprias refeições e da inclusão de exercícios físicos na rotina diária, ele perdeu 13,6 kg e reverteu completamente seu diabetes – distúrbio do pâncreas que pode levar a ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, lesões nervosas, doença renal, perda visual e comprometimento cognitivo. Em três meses, seu nível de A1C caiu para 5,7, índice considerado normal.

Agora, ele se dedica a informar seus milhões de eleitores sobre como combater essa doença que nos rouba a saúde e a vida e que atingiu proporções epidêmicas nos EUA, mesmo entre as crianças. Começando no trabalho, tirou a máquina de bebidas açucaradas Brooklyn Borough Hall e a máquina de petiscos, onde todos eram preparados em óleo ou adoçados artificialmente. Aqueles que procuram um estímulo podem desfrutar de água com ou sem gás, refrigerantes diet, nozes, frutas secas, barras de proteína e batatas chips cozidas.

"Adorava sal e açúcar e frequentemente comia doces para reanimar quando me sentia letárgico, mas descobri que o paladar humano é incrivelmente adaptável, e depois de duas semanas sem sal ou açúcar, já não sentia necessidade deles", contou Adams. Com seu novo estilo de vida, disse que tem tanta energia que já não precisa de um estimulante no meio do dia.

Ele também faz seu próprio "sorvete" – na verdade, um sorbet de frutas feito com um aparelho chamado Yonanas, que pode preparar doces gelados só com frutas, iogurte sem laticínio e sem adoçantes. Tenho o mesmo aparelho – e o adoro; muitas vezes sirvo sobremesas de frutas, para o deleite de meus convidados.

Adams agora não come nada "que tenha cara, mãe ou pai", mas sabe que a maioria das pessoas em risco de diabetes tipo 2 não vai abandonar todos os alimentos de origem animal, açúcar e farinhas refinadas ou se tornar fanática por exercícios. "Mas temos que encontrar um modo de afastá-las de seus maus hábitos alimentares, da mesma forma que podemos afastá-las das drogas viciantes, e incluir a atividade física em seu dia a dia."

Um novo estudo sobre os danos da vida sedentária, publicado no periódico Diabetologia, mostrou que interromper o período sentado com curtos momentos em pé e caminhadas de baixa intensidade é ainda mais eficaz do que uma quantidade equivalente de exercício tradicional concentrado (no caso do estudo, ciclismo) para controlar o açúcar no sangue de pacientes com diabetes tipo 2.

Em vez de fazer proselitismo, Adams prefere ensinar dando exemplo, apresentando alimentos saudáveis e dando informações úteis às pessoas. "Não quero virar um vegano chato. O que espero é que, quando as pessoas tentem adicionar coisas saudáveis ao prato, em vez de optar por coisas pouco saudáveis, acabem dando espaço só para as saudáveis."

Adams espera incentivar mais pessoas a fazer "mudanças razoáveis" no modo em que se alimentam e se exercitam através de várias iniciativas, incluindo um boletim informativo, um livro de receitas, eventos comunitários e corporativos que envolvam uma alimentação saudável, palestras e panfletos distribuídos ao público em estações de trem. Além disso, está planejando uma competição nas escolas para que os alunos identifiquem a maneira mais eficaz de levar alimentos da horta ao prato.

"Em cada evento, falo sobre como a saúde é fundamental para nossa prosperidade", disse ele. As alterações que fez em seus hábitos alimentares e em seus exercícios conseguiram muito mais do que reverter o diabetes. "Todos os meus números melhoraram em apenas três meses", disse ele, incluindo pressão arterial e níveis de colesterol, que estão agora na faixa recomendada, diminuindo assim o risco de doença cardíaca e derrame.

Ele lamenta a dependência da maioria dos americanos de alimentos processados e refeições preparadas por lojas e restaurantes, cheios de ingredientes nada saudáveis. Consumir esses alimentos pode não só ser ruim para sua saúde, mas também priva as pessoas de uma relação "espiritual" com o que estão comendo, disse ele. "Nunca cozinhei antes; agora adoro cozinhar, e acabei ficando bem criativo nessa área." Ele aprendeu a adicionar especiarias como canela, orégano e açafrão a muitos pratos que prepara. "A comida deve ser agradável e ter gosto bom e isso é possível sem o uso de açúcar, sal ou gordura", afirma.

A maioria dos pacientes com diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença, toma remédios para reduzir o açúcar no sangue liberado pelo fígado e aumentar a sensibilidade do corpo à insulina, mas mesmo que não haja nenhuma cura conhecida para o mal, o estilo de vida pode ter um grande impacto. Vários estudos já demonstraram que perder peso (para aqueles que estão acima do peso), ter uma dieta baixa em carboidratos refinados e açúcar, e ser mais ativo pode reduzir a dependência de medicamentos e às vezes eliminá-los totalmente.

A perda de apenas 5 a 10 por cento do peso corporal consegue muitas vezes controlar a doença para quem está acima do peso. Entre os obesos, a dieta de baixas caloria ou a redução extrema do peso através de cirurgia bariátrica frequentemente reverte o quadro. Em um pequeno estudo na Inglaterra, o diabetes tipo 2 entrou em remissão em quase metade dos que consumiram uma dieta líquida de baixa caloria por oito semanas, mantendo-se por seis meses depois que voltaram a comer normalmente.

No entanto, para a maioria, as alterações de hábitos alimentares e de exercício para controlar ou reverter o diabetes deve ser mantida indefinidamente.

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