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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 17/01/2017

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Anvisa aprova 1º remédio derivado da maconha

17/01/2017 - O Estado de S.Paulo


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o primeiro medicamento com substâncias derivadas da maconha no Brasil.

Registrado como Mevatyl, remédio já é vendido em 28 outros países, com o nome de Sativex.

Ele é indicado para o controle de sintomas da esclerose múltipla em pacientes que não respondem a outros tratamentos.

O remédio não é recomendado para menores de 18 anos. A restrição é reflexo da falta de estudos que demonstrem a segurança e a eficácia do medicamento em crianças e adolescentes.

De acordo com a Anvisa, ele não é indicado para o tratamento da epilepsia. Isso porque o medicamento leva em sua composição o THC, um derivado da maconha que tem o potencial de agravar crises da doença.

O preço ainda não está definido.

A expectativa é de que chegue ao mercado até o fim do semestre.

A venda só será feita mediante uma receita de controle especial. Além de THC (tetraidrocanabinol), o remédio traz canabidiol (CBD). Ambos são obtidos a partir da maconha. O produto será vendido em solução oral (spray).


DEFINIÇÃO


A decisão ocorre menos de dois meses depois de a Anvisa ter aprovado uma norma permitindo o registro, produção e venda de medicamentos compostos por maconha no Brasil. Remédios à base de THC e de canabidiol passaram a ser considerados como de venda sob controle especial.

A aprovação da Anvisa de novembro, no entanto, vale para remédios que tragam as duas substâncias derivadas da maconha numa concentração de até 30 mg por mililitro. Produtos que estejam acima desta concentração continuam na lista de proscritos e, por isso, não podem ser vendidos, produzidos ou comercializados no País.

Em novembro, a agência editou também a regras para tornar mais fácil a importação de produtos de canabidiol. O novo mecanismo passou a permitir que pedidos novos possam ser analisados de forma prioritária, desde que apresentados todos os documentos necessários previstos no processo.


BRIGA


O registro de um remédio com canabidiol no País é mais um desdobramento de uma batalha que teve início em 2014, quando os pais da menina Any, Norberto Fischer e Katiele, entraram com uma ação na Justiça. Eles pediam permissão para importar o produto, que seria usado como forma de reduzir as crises convulsivas da criança. Após ação, houve um movimento de pais de pacientes para sensibilizar a Anvisa que, em 2015, liberou o produto.

A permissão do uso do canabidiol foi a primeira regra da Anvisa feita a partir da pressão de familiares de pacientes. Até então, a regulação resultava de iniciativas de seus diretores ou da indústria.

Segundo dados do Ministério da Saúde, produtos à base de canabidiol e medicamentos contra o câncer fazem parte da lista dos itens que mais tiveram impacto financeiro entre os remédios judicializados.




1º remédio à base de maconha é liberado

17/01/2017 - Folha de S.Paulo


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou pela primeira vez o registro de um medicamento à base de maconha no Brasil.

O Mevatyl, que agora poderá ser comercializado em farmácias,tem 27 mg/ml de THC (tetra hidro cannabinol) e 25mg/ ml de CBD (canabidiol).

O remédio, conhecido no exterior pelo nome comercial Sativex, será vendido em forma de spray. O produto já é liberado em outros 28 países, como EUA, Alemanha, Suécia e Israel. Fabricado pela GWPharma,da Inglaterra, ele será distribuído no Brasil pela Beaufour Ipsen Farmacêutica, de SP.

O Mevatyl é indicado para tratamento de espasticidade (rigidez e contração dos músculos), quadro relacionado à esclerose múltipla. O neurologista Denis Bichuetti, da Unifesp, esclarece que ele serve apenas para tratar sintomas.

“Não foi desenvolvido para frear a doença. ” O remédio deve chegar ao mercado a partir de junho, segundo a Ipsen, e com tarja preta, que requer receita médica especial e assinatura do paciente. Ainda não há informações sobre o preço. Em geral, após o registro, o processo é analisado pela Cmed (órgão de regulação), que define um valor máximo.

A aprovação do primeiro remédio à base de maconha ocorre um mês após a Anvisa criar critérios para permitir o registro desses produtos — passaram a ser autorizados até 30 mg/ml de canabidiol e THC.

Segundo a Anvisa, o Mevatyl é recomendado apenas a adultos que não responderam a outros medicamentos —não há dados sobre menores de 18 anos e ele é contraindicado para gestantes,idosos e usuários de cannabis.

Apesar da presença de THC, estudos apontam que a dependência pelo uso do novo remédio é “improvável”. Ele não é indicado para epilepsia.




Embalagens de remédios poderão indicar presença de substâncias usadas em doping

16/01/2017 - Agência Senado


Laboratórios farmacêuticos serão obrigados a informar no rótulo dos produtos se eles contêm substâncias que possam ser consideradas doping. Projeto de Lei da Câmara (PLC) 6/2017, do deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB), determina que rótulos, embalagens, bulas e propagandas de medicamentos que possuam substâncias proibidas pelo Código Mundial Antidopagem, tenham essa informação identificada.

O PLC 6/2017 aguarda para ser lido no Plenário. Depois disso, será distribuído às comissões permanentes da Casa.

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que a falta de informações sobre sustância proibidas é a maior causa de doping acidental, o que gera punições injustas, principalmente para atletas.

"Entendemos que a providência sugerida é bastante simples de ser adotada pelos laboratórios farmacêuticos, sem a incidência de custos expressivos, mas que podem trazer grandes benefícios aos esportistas brasileiros", escreve o parlamentar.

A Agência Mundial Antidoping divulgou ano passado uma lista com os dez países que registraram mais casos de doping em 2014. O Brasil apareceu em nono lugar, com 46 casos identificados. O ranking é liderado por Rússia (148 casos), Itália (123 casos) e Índia (96 casos).

Vigilância Sanitária libera tratamento de câncer de ovário

16/01/2017 - Portal Brasil


O registro do medicamento Lynparza (olaparibe), na forma farmacêutica cápsula dura, foi liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O novo medicamento é indicado para o tratamento de manutenção de pacientes adultas com carcinoma de ovário seroso de alto grau (um tipo de câncer de ovário avançado), incluindo carcinoma da trompa de Falópio (parte do sistema reprodutor feminino que conecta os ovários ao útero) e carcinoma do peritônio (a membrana de revestimento do abdômen).

Lynparza (olaparibe) é usado em pacientes que têm mutação (um defeito) em um dos dois genes conhecidos como BRCA1 e BRCA2 e que têm doença recorrente (quando o câncer voltou após tratamentos anteriores).

O remédio deve ser utilizado após o tratamento com medicamentos à base de platina, quando o tumor teve uma diminuição do tamanho ou desapareceu completamente com esse tratamento e a paciente manteve uma resposta durável (duração de pelo menos seis meses).

O carcinoma de ovário é uma doença agressiva, de risco à vida. Como o número de pacientes com carcinoma de ovário é pequeno, essa doença é considerada rara, e Lynparza (olaparibe) teve sua análise priorizada pela Anvisa. A detentora do registro do medicamento no Brasil é a empresa AstraZeneca do Brasil Ltda., localizada em São Paulo (SP).




Surto confirma expansão da doença no país

17/01/2017 - O Globo


O número de pessoas mortas com sintomas de febre amarela em Minas Gerais saltou de 38 para 47 de sexta-feira para ontem. Já o total de casos suspeitos passou de 133 para 152. Também foram relatados os dois primeiros pacientes fora do estado, no Espírito Santo. Especialista diz que o surto confirma que a doença está chegando ao litoral do país e pede inclusão da vacina no calendário nacional, relata. No atual surto de febre amarela, especialistas veem sinais de mudança numa velha doença que nunca deixou de trazer desafios. A manifestação da forma silvestre em Minas Gerais confirma a hipótese de que o problema está em expansão. E especialistas propõem que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações, distribuída a todas as crianças. Para pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, há ainda sinais de uma transformação de perfil em curso.

A febre amarela silvestre ataca principalmente macacos do gênero Alouatta, os bugios. Mas há cerca de um ano, o grupo do diretor técnico do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial do Adolfo Lutz, Renato Pereira de Souza, encontra outras espécies de primatas mortas em surtos que não afetaram humanos. Os mais numerosos macacos-prego (Cebus) e micos do gênero Callithrix, como o mico-estrela, também têm sido mortos por febre amarela. O por quê ninguém sabe.

— Temos um grande problema com a febre amarela. Essas duas espécies de macacos eram resistentes, mas temos encontrado pregos e micos mortos. Não sabemos se o vírus mudou ou se algum tipo de desequilíbrio provocou esses episódios. Não é possível dizer que o perigo aumentou. Mas a incerteza está maior. Por isso, a vigilância de casos em humanos, em primatas silvestres e de infecção de mosquitos é tão fundamental. A febre amarela está associada ao desequilíbrio ambiental, e alguma coisa está acontecendo — destaca Souza.

O grupo dele analisou macacos mortos no estado de São Paulo desde maio de 2016, quando ocorreu também um caso humano letal, no município de São José do Rio Preto.

— De novembro para cá, os surtos em macacos, que chamamos de epizootias, parecem ter se intensificado. Além disso, em dezembro passado, foi registrado um caso de febre amarela silvestre num morador da região de Ribeirão Preto. Achamos que o surto em Minas é parte disso — observa Souza.

A diferença entre a febre amarela urbana e a silvestre é o mosquito transmissor. O vírus é o mesmo. Assim como a manifestação da doença. A forma silvestre é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes e tem como hospedeiros os macacos. Já a forma urbana ocorre quando uma pessoa doente é picada pelo Aedes aegypti, que infecta depois outras pessoas e dá início a um ciclo de transmissão. A febre amarela é menos comum do que a dengue, mas tem a maior taxa de letalidade entre as arboviroses. Em uma semana, pode matar entre 15% e 45% das vítimas. A dengue mata 1%.E a zika e a chicungunha, menos que isso.

O virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, um dos maiores especialistas em febre amarela do mundo, com mais de 50 artigos e capítulos e livro publicados, não vê perigo agora de uma epidemia da forma urbana. Mas afirma que o caso de Minas mostra estar na hora de incorporar a vacina contra a febre amarela ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

— Um estudo do meu próprio grupo mostrou há muito tempo que a vacina pode em alguns casos causar efeitos indesejáveis. Mas hoje os benefícios da vacina superam os riscos, e ela deveria ser oferecida a crianças em todo o Brasil. Aí teríamos uma proteção muito maior da população — afirma Vasconcelos, especialista em arboviroses (transmitidas por artrópodes, como os mosquitos) e diretor do Instituto Evandro Chagas, um dos centros nacionais de referência de pesquisa de vírus, em Ananindeua, no Pará.

Desde que chegou ao Brasil na companhia do Aedes aegypti a bordo dos navios negreiros, a febre amarela tem sido um pesadelo de saúde pública. A febre amarela urbana não é registrada oficialmente no Brasil desde 1942. Mas a silvestre jamais desapareceu. Se tornou endêmica na Amazônia. E casos esporádicos ocorrem em outras partes do país. Desde 2001, segundo Pedro Vasconcelos, a febre amarela se expande rumo ao litoral, a mais populosa faixa do Brasil e também a mais vulnerável por estar fora das áreas de recomendação de vacina.

— Desde 2001, a doença está em expansão para o litoral. Isso é preocupante e muito claro. Por isso, defendo uma revisão do programa de imunização agora. A vacina é muito eficiente, capaz de conter epidemias. Temos que nos antecipar a elas. E a vacinação é a melhor forma de fazer isso — salienta Vasconcelos.

Ele lembra que no Espírito Santo, onde foram registrados dois casos suspeitos e encontrados macacos mortos, há cerca de 80 anos não havia surtos.

— Curiosamente, o ciclo da febre amarela silvestre foi descrito no Vale do Canaã, nos anos 30. Mas o estado estava fora da zona de risco. Hoje vemos que não é mais assim. E é preciso aproveitar enquanto a situação está sob controle para imunizar a população — diz.




MG apura 47 mortes por febre amarela

17/01/2017 - O Estado de S.Paulo


Subiu ontem para 47 o número de mortes suspeitas por febre amarela em Minas Gerais.

O número foi divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde e registra nove óbitos a mais que o levantamento de sexta-feira. O total de notificações também aumentou, de 133 para 152 casos suspeitos da doença.

A cidade que registrou o maior número de mortes (8) é Ladainha, município de aproximadamente 20 mil habitantes, no Vale do Mucuri, que está dentro de uma das quatro Regionais de Saúde do Estado que tiveram situação de emergência decretada por causa da doença.

A cidade também é a que apresenta o maior número de notificações da doença, com 36 casos em investigação.

Até agora, 26 municípios têm registros de pacientes com infecção ou casos de mortes que podem estar relacionadas à febre amarela. Em 16 cidades foi identificada a morte de macacos, provavelmente provocadas também pela doença.

Segundo informações da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), estão internados em Belo Horizonte, no Hospital Eduardo Menezes, 23 pacientes com suspeita de ter contraído a doença. Todos vieram do interior do Estado.

Dois estão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O hospital ainda registrou nos últimos quatro dias quatro mortes também por suspeita de febre amarela.


EMERGÊNCIA


O decreto de situação de emergência, publicado no Diário Oficial de Minas na sexta-feira, vale para as regionais de Governador Valadares (Leste), Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Coronel Fabriciano (Vale do Aço) e Manhumirim (Zona da Mata), abrangendo 152 municípios, por 180 dias.

O decreto possibilita, segundo o governo, “a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, em especial à aquisição de insumos materiais e à contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial”. Dos 152 casos em investigação, 26 registram notificação para a doença, casos prováveis ou a presença de macacos mortos.

Minas Gerais não registrava números semelhantes de febre amarela desde 2002, quando 12 pessoas morreram no Serro, no Vale do Jequitinhonha, e em cidades da região.

O Estado liberou na sexta-feira R$ 26 milhões para ações de combate à febre amarela. A estratégia do Estado agora é intensificar a vacinação contra a doença nos postos de saúde.

Também foi criada uma “sala de situação” contra a crise.




Minas Gerais tem 47 mortes suspeitas de febre amarela

16/01/2017 - Valor Econômico / Site


Um novo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) com dados sobre a contaminação de febre amarela no estado foi divulgado nesta segunda-feira (16). Já são 152 casos suspeitos da doença. Deste total, 37 já são considerados prováveis, uma vez que exames preliminares tiveram resultado positivo, mas a confirmação definitiva ainda depende da análise de outros fatores.

Entre os casos suspeitos, 47 vieram a morrer, sendo que em 22 deles a febre amarela já é apontada como a causa provável. Os demais estão sob análise. As mortes ocorreram nas cidades de Ladainha, Piedade de Caratinga, Ipanema, Malacacheta, Imbé de Minas, Ubaporanga, São Sebastião do Maranhão, Itambacuri, Poté e Setubinha.

Segundo a Secretaria, dos 37 casos considerados prováveis no estado, 35 são do sexo masculino. O município mais preocupante é Ladainha (MG), no Vale do Mucuri. Com cerca de 20 mil habitantes, a cidade totaliza 36 casos suspeitos, dos quais 16 morreram. A febre amarela é considerada a causa provável de oito dessas mortes e segue sendo investigada nas demais.

Na semana passada, o governador Fernando Pimentel anunciou um investimento de R$26 milhões para o combate à febre amarela. Ele também decretou situação de emergência em saúde pública na área de abrangência das unidades regionais de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. Essa região, que inclui 152 municípios, é a mais afetada pelas ocorrências da doença no estado.

A situação de emergência autoriza a adoção de medidas administrativas para conter a doença e agiliza processos para a aquisição de insumos e materiais e a contratação de serviços necessários, dispensando licitação em alguns casos. Também fica permitida a contratação de funcionários temporários para ações exclusivas de combate à enfermidade.

Vacinação A principal medida para combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é ofertado gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após 10 anos.

No caso de crianças, é administrada uma dose aos nove meses e um reforço aos 4 anos. Mas, como se trata de uma situação atípica, nas regiões afetadas, bebês com seis meses estão recebendo duas doses com intervalo de 30 dias.

A Secretaria alerta que pessoas que nunca foram imunizadas contra a febre amarela e moradores das áreas suspeitas devem se vacinar com urgência. Quem for viajar a estes locais deve ir ao posto de saúde com 10 dias de antecedência.

A febre amarela é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, da América Central e da África. No meio rural e silvestre, é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, todos os casos suspeitos em Minas Gerais são considerados de transmissão silvestre.




ES tem dois casos suspeitos de febre amarela; notificações crescem em MG

16/01/2017 - Folha de S.Paulo / Site


A Secretaria de Saúde do Espírito Santo afirmou nesta segunda-feira (16) que está investigando dois casos suspeitos de febre amarela. São as primeiras notificações no Estado desde o registro de casos da doença em Minas Gerais.

Os casos suspeitos –residentes da área rural– estão nas cidades de São Roque do Canaã e Conceição do Castelo. Foram colhidas amostras dos dois moradores e encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. O resultado deve ficar pronto em 20 dias, segundo a secretaria.

O governo federal vai enviar 350 mil doses para os municípios capixabas que têm limite com o Estado de Minas e nas cidades onde foram encontrados macacos mortos, também com suspeita de terem contraído a doença. A medida é apontada como preventiva já que não há confirmação da doença em humanos ou em animais.

A vacinação começará na quarta (18) em 26 cidades. São elas: Águia Branca, Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Apiacá, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Bom Jesus do Norte, Brejetuba, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha, Mucurici, Pancas, Pedro Canário, Ponto Belo, São Gabriel da Palha, Venda Nova do Imigrante e São Roque do Canaã.

O Ministério da Saúde, no entanto, afirmou em nota que o Espírito Santo não é considerado área de risco. Para o restante do Estado, a recomendação de vacinação continua a mesma: apenas pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, devem se imunizar.


MINAS


Minas também registrou novos casos suspeitos de febre amarela. Agora já são 152 –na última sexta, eram 133–, sendo que 37 são considerados como "prováveis" por terem tido exame laboratorial reagente para a febre amarela. A confirmação final depende de investigação epidemiológica, históricos de vacinação e deslocamentos desses pacientes.

Já em relação aos óbitos, o governo mineiro foi notificado por 47 suspeitos e aponta 22 como prováveis. Eles estão nas cidades de Ladainha (8), Piedade de Caratinga (4), Ipanema (2), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), Ubaporanga (1), São Sebastião do Maranhão (1), Itambacuri (1), Poté (1) e Setubinha (1).

Na última sexta (13), o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), decretou situação de emergência em saúde pública nas áreas do Estado atingidas pela doença. O decreto vale por 180 dias e abrange 152 municípios do leste de Minas.

Publicado no "Diário Oficial" de Minas, o dispositivo permite que o governo dispense licitações para a compra de medicamentos e faça contratações temporárias de pessoal para conter o avanço da febre e tratar os doentes.

Em 2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil, seis em Goiás, dois no Pará e um no Mato Grosso do Sul, com cinco óbitos. Em 2016, foram confirmados seis casos da doença, nos Estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (1), sendo que cinco evoluíram para óbito.

Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.




A saúde e a crise

17/01/2017 - Correio Braziliense


Gastos com saúde são classificados, classicamente, como inelásticos. Diferentemente da nova tevê de LED ou da viagem a passeio, não é fácil adiar, sem prejuízos, maiores gastos com saúde, como um tratamento com antibióticos para uma infecção, o início da quimioterapia para câncer ou a cirurgia para a retirada de apêndice infeccionado. A esse senso de urgência se somam as imperfeições de mercado muito bem descritas no trabalho clássico de Kenneth Arrow, que aponta que a assimetria de conhecimento é fator-chave para a inflação médica.

O cliente não tem a facilidade de barganhar preços ou trocar de fornecedor, pois ele não tem segurança que os resultados serão satisfatórios. Ademais, negociam-se decisões em que, no limite, o cliente pode se dispor a gastar, literalmente, todo dinheiro que tiver disponível. Para não perder a visão. Para não perder um membro. Para ficar livre da dor. Para não ver o pai, o cônjuge ou o filho em nenhuma dessas situações.

As demandas de saúde não diminuem em momento de crise. Pelo contrário, podem aumentar com problemas como depressão, alcoolismo, violência e desemprego. É importante lembrar que, como o setor saúde utiliza intensa e intensivamente gente como força de trabalho, a retração no setor gera ainda mais desemprego, proporcionalmente, do que a retração equivalente da atividade industrial. Por esses motivos, criar alternativas para preservar o orçamento da saúde e evitar desperdício de recursos torna-se fundamental. O grande desafio é como criar formas de financiar a inovação em um contexto tão hostil quanto o aqui apresentado.

É mais do que evidente que os recursos para a saúde vão minguando a cada ano, e não só pelo decréscimo no seu volume total, mas também pelas alterações nas relações entre os recursos financeiros e o aumento da população, entre os recursos e as novas tecnologias colocadas à disposição dos cidadãos, como a inclusão de novos programas de prevenção (vacinas, por exemplo), de novos procedimentos de exames diagnósticos e tratamentos, assim como a própria ampliação dos serviços para áreas ainda não providas de atendimento de saúde.

Ano a ano novos contingentes populacionais vão incorporando suas necessidades ao SUS, e os recursos não são suficientes para atender à demanda crescente. Para 2017, estão previstos para o SUS, pelo governo federal, R$ 115,3 bilhões, dos quais R$ 4,8 bilhões são de emendas parlamentares. Isso representa, segundo o Sistema de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, um decréscimo de R$ 3,2 bilhões em relação a 2016, e de R$ 5,7 bilhões na comparação com 2015. Essa queda significa que, em dois anos, o Ministério da Saúde perdeu 5% de seu orçamento, enquanto a população cresceu 1,2%, em igual período, pelas estimativas do IBGE.

Essa conta que não quer fechar poderia ter uma solução se fossem aplicados conceitos de interesse coletivo e considerado que os recursos existem já estão dentro do setor saúde, porém não estão a serviço dos usuários do SUS, pois são apropriados por uma minoria de clientes e empresários do setor privado, em detrimento dos 160 milhões de usuários do SUS. Os recursos são de quatro naturezas: a renúncia tributária, o ressarcimento, os subsídios diretos (isenção fiscal) e indiretos, que juntos poderiam engordar as receitas do SUS em mais de R$ 20 bilhões a cada ano.

Segundo dados da Receita Federal, compilados por Charles Evangelista, do TCU, só em 2008 a renúncia tributária proveniente das deduções nos gastos com saúde declarados no imposto de renda atingiu mais de 10 bilhões de reais. Os ressarcimentos devidos ao SUS pelas operadoras de planos privados de saúde, pelos atendimentos de seus clientes no sistema público de saúde (atendimentos esses já pagos pelas pessoas aos planos de saúde), já foram orçados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar para o período de 2009 a 2014) em R$ 3 bilhões, apenas com gastos em serviços ambulatoriais.

Não se conhecem as estimativas relacionadas com a isenção fiscal (subsídio direto) conferida às entidades classificadas como filantrópicas, porém não custa lembrar que a Golden Cross e o resort Academia de Tênis, aqui de Brasília, gozavam de tal benefício, ou seja, não pagavam alguns impostos e entre eles, o imposto de renda. Os subsídios indiretos existem por meio de deduções de imposto de renda para quem paga o plano de saúde e para os prestadores de serviço na compra de insumos ou equipamentos.

É justo que as classes mais abastadas, que pagam seus impostos, tenham vantagens tributárias sobre seus gastos e necessidades com a saúde, que deveriam ser cobertos pelo Estado. Como os recursos, arrecadados ou não, estão na esfera de abrangência do setor saúde, é lógico, justo e moral que sejam aplicados em benefício da maioria da população brasileira e venham a ser acrescentados ao orçamento do Ministério da Saúde.




Doria enfrenta seu primeiro desafio na saúde: acabar com a fila dos exames

17/01/2017 - El País (Brasil)


Já passavam das 20h da última terça-feira quando o prefeito recém-eleito de São Paulo, João Doria, chegava ao andar dedicado às tomografias do hospital HCor, no Jardim Paulista, bairro de classe alta da zona oeste da capital. Falou com a imprensa e, em seguida, circulou pelos corredores para encontrar três dos beneficiados pelo programa que lançava naquela noite: o Corujão da Saúde. "Estão sendo bem atendidos?", perguntou Doria. Eles assinalaram com a cabeça enquanto disparavam, apressados, um "sim".

A iniciativa, alardeada durante a campanha das eleições municipais do ano passado, é uma espécie de mutirão temporário de exames que custará à gestão 17 milhões de reais e será feito em parceria com entidades de saúde privadas. Tem a ambiciosa missão de, em 90 dias, acabar com a longa espera de pacientes por um exame médico. Segundo a prefeitura, 485.300 pedidos aguardam, atualmente, por vagas para a realização de ultrassonografias, tomografias, mamografias, entre outros exames - 40% deles, há mais de seis meses.

O porteiro noturno Adeíldo Gomes, de 50 anos, chegara lá de ônibus, numa viagem de 45 minutos a partir do extremo oeste da cidade. Desde agosto esperava para realizar uma tomografia de face, pedida pelo médico do posto de saúde que procurou por não conseguir sentir mais o cheiro das coisas. Perto dele, a faxineira Graça Queiroz da Silva, de 48 anos, mal acreditava na sorte que tinha tido: passou no médico há apenas uma semana com uma forte dor de cabeça e acabou incluída no mutirão; na verdade, não deveria, já que ele vale apenas para pacientes que esperam há mais de um mês, mas foi contemplada porque, no sistema, constava que ela esperava há quatro meses por um exame, só que outro: um ultrassom da tireoide, ainda não marcado até aquele momento.

A iniciativa, que envolverá neste primeiro momento oito hospitais privados de São Paulo, que já eram parceiros da Prefeitura nas gestões anteriores, procura resolver um dos principais gargalos da saúde do município, área de maior reclamação do cidadão e que ajudou a minar a reeleição do ex-prefeito Fernando Haddad, muito criticado na periferia pela longa espera enfrentada na rede pública. A fila da espera da saúde, escondida em gestões anteriores, foi revelada pela primeira vez no início da gestão Haddad e, no decorrer de seu Governo, aumentou muito em número, apesar de o tempo médio de espera ter sido reduzido, no caso dos exames, de três para seis meses, segundo dados daquela gestão. Para o ex-prefeito, isso demonstrava que houve um aumento do número de serviços disponíveis para a realização de exames.

Aos jornalistas, o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, até poucos dias secretário-adjunto da Saúde do Governo do Estado, afirmava no HCor: "Em tese, neste momento, já não há mais uma fila de exames na cidade. Pacientes que esperam há mais de seis meses foram retirados automaticamente da espera para serem reavaliados por médicos e se verificar se ainda necessitam do exame. Os demais entrarão neste regime especial do mutirão. E, com isso, todos os pedidos que forem surgindo, a partir de agora, entrarão num fluxo zerado da rede e não devem demorar mais de um mês para serem feitos, afirmava ele.

Ainda que, de fato, a fila de exames consiga ser controlada, Doria ainda terá um grande desafio pela frente: manter esse número controlado e conseguir dar prosseguimento na resolução do problema de saúde desses pacientes. Dados repassados antes da eleição pela gestão Haddad mostravam que, em julho de 2016, a gestão tinha acumulado 251.649 pedidos de consultas com especialistas -aqueles que deverão analisar os exames desses pacientes. Uma pessoa esperava, em média, cinco meses por uma consulta -os dados atualizados, pedidos na última sexta, não foram repassados pela gestão Doria.

A falta de celeridade na avaliação dos exames pode acabar por torná-los pouco úteis, já que muitas doenças podem se modificar em poucos meses. "Meu filho está cheio de verrugas pelo corpo. Há dois meses que ele espera para passar com um especialista para descobrir o que é", contava a faxineira Graça, mostrando, na prática, como o problema é complexo. Pollara afirma que haverá um convênio com a Santa Casa de São Paulo para disponibilizar mais especialistas, mas não passou detalhes desta parceria.


MELHORAR O SISTEMA


Para o professor do Departamento de Medicina Preventiva da USP, Mário Scheffer, autor do estudo anual Demografia Médica no Brasil, mutirões como o proposto por Doria não são novidade no Sistema Único de Saúde e acabam apenas "enxugando gelo". Para ele, o esforço concentrado não tem efeito enquanto não se resolverem os problemas estruturais da rede. "A atenção primária [porta de entrada do usuário do SUS no sistema] expandiu muito nos últimos anos, mas não em quantidade suficiente. Ela ainda resolve pouco", diz ele, afirmando que é preciso ampliar o Programa de Saúde da Família, com médicos que visitam os pacientes em casa, e as Unidades Básicas de Saúde, que fazem o primeiro atendimento ao usuário (em casos não graves, já que estes são atendidos em prontos-socorros). "A má qualidade nesse primeiro atendimento gera esse número grande de pedidos de consultas com especialistas e exames", afirma ele, já que problemas simples, quando detectados cedo, podem não se agravar e isso evita intervenções mais específicas.

Ele também ressalta que a Prefeitura precisará pensar em formas mais atraentes para conseguir médicos para o trabalho na rede pública. São Paulo tem uma taxa de médicos por habitante comparável a de países de primeiro mundo (4,6 por 1.000 habitantes). Entretanto, há um déficit de 1.500 profissionais na rede pública municipal, especialmente entre os especialistas. Na última Demografia Médica, lançada no final do ano passado, detectou-se que 60% dos 57.800 médicos da capital têm título de especialização. Eles, entretanto, são escassos no sistema público. "Houve uma precarização muito grande do trabalho ao longo do tempo. Os concursos pagavam muito pouco", explica ele, que sinaliza que a estabilidade no cargo pode atrair mais médicos se os salários forem melhores.

Para Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, parceiro na iniciativa, é preciso também atacar um mal que assola médicos tanto das redes públicas quanto da privada: o pedido em excesso de exames. "A maioria dos médicos não tem entendimento do que é custo em gestão de saúde. O que existe é um desperdício muito grande de recursos. É preciso passar a investir mais em qualidade de vida, saúde. E fazer apenas exames que o paciente realmente necessita", ressalta.


CORUJÃO REFORÇA PARCERIA COM ENTIDADES JÁ LIGADAS AO SUS


Na primeira etapa de credenciamento, o Corujão da Saúde reforçou a parceria da Prefeitura de São Paulo com entidades que já atuavam na saúde municipal desde gestões passadas. Serão oito hospitais, que vão ofertar, principalmente, exames de tomografia, ressonância e mamografia. O custo total previsto pela gestão Doria até o fim do projeto, que durará 90 dias, é de 17 milhões de reais.

Algumas instituições, entretanto, não devem receber nada a mais pelos exames. São instituições de excelência enquadradas no Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi), um projeto do Governo federal que prevê isenções fiscais para instituições de saúde que desenvolvem trabalhos no SUS (podem ser desde atendimento ao usuário até suporte de pesquisa). A maior parte desses impostos que deixam de ser pagos, devido ao Proadi, é federal. Esse é o caso do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que ofertará para o programa de Doria 330 ressonâncias magnéticas, 4.800 tomografias e 2.400 ultrassonografias mamárias. Ana Paula Pinho, gerente de sustentabilidade do hospital, explica que desde 2008, 30% da isenção fiscal do Proadi vai para a Prefeitura. Os exames foram incluídos no escopo de atividades do programa federal. "A gente não receberá a mais por isso", diz ela.

Fernando Torelly, diretor-executivo do Hospital Sírio Libanês, explica que o hospital já realiza 3.000 ultrassonografias por mês para o SUS e, durante os três meses do Corujão da Saúde, esse número aumentará para 5.240. O hospital também fará os atendimentos por meio do Proadi. "Tínhamos ainda recursos em negociação para serem aplicados em projetos. A Prefeitura não nos remunerará, será a isenção dos impostos federais", explica.

O Albert Einstein também entra no Corujão ofertando exames pelo Proadi, mas apenas uma parte deles. Outra parte será por um contrato direto com a Prefeitura. A partir desta segunda-feira, o hospital começa a realizar 270 exames como ressonância e tomografias computadorizadas no hospital municipal Vila Santa Catarina, já administrado pela entidade. Mais 1.800 ressonâncias, raio-X e tomografias serão ofertadas nos próximos três meses em outras unidades próprias do hospital privado, além de 15.000 exames laboratoriais, afirma o presidente Sidney Klajner. Pelos exames que não serão feitos pelo Proadi (a maioria), o Einstein receberá os valores da defasada tabela SUS, afirma a Prefeitura.

Já o hospital Santa Marcelina, que já é parceiro da Prefeitura desde gestões anteriores, participa do Corujão por meio de uma parceria que firmará com o Governo do Estado, em um hospital da rede que administra. Serão 80 tomografias a mais por mês. O hospital Sepaco também ofertará 1.600 exames de ressonância magnética a mais por mês. Participam ainda desta primeira etapa HCor, hospital Edmundo Vasconcelos e Santa Casa de Santo Amaro, segundo a Prefeitura. Outros hospitais estão sendo credenciados.




Como limões podem ajudar a identificar câncer de mama

16/01/2017 - G1 - Bem Estar


As mulheres costumam achar que sabem quais são os sinais do câncer de mama, até o momento em que precisam examinar os próprios seios. Nessa hora, certezas dão lugar a dúvidas.

É um caroço o que estou sentindo? Devo me preocupar com essa ondulação na minha pele? O que exatamente estou tentando sentir?

Estas eram as preocupações da jovem designer Corrine Beaumont ao criar a campanha Know Your Lemons (Conheça Seus Limões, em inglês), que na última semana foi compartilhada mais de 32 mil vezes no Facebook.

Corrine perdeu as duas avós para o câncer de mama, aos 40 e 62 anos.


METÁFORA DOS SEIOS


Os limões passaram a ser uma metáfora dos seios, na busca da designer por uma maneira simples de mostrar os sintomas do câncer de mama.

Corrine descreve a caixa de ovos cheia de limões como uma imagem divertida para ajudar as mulheres a superarem o medo da doença.

"Algumas pacientes não querem falar sobre os seios ou olhar para eles", diz.

"Frequentemente, as mulheres usadas nas campanhas de combate à doença não parecem gente comum."

A campanha está sendo adotada nos Estados Unidos, Espanha, Turquia, Líbano e foi traduzida para 16 idiomas.

Corrine deixou o emprego e fundou a organização não governamental Worldwide Breast Cancer.


'INFORMAÇÃO VERDADEIRA'


Embora a campanha Know Your Lemons exista desde 2003, foi só agora que a sua imagem mais simbólica viralizou, depois de ser compartilhada nas redes sociais pela americana Erin Smith Chieze.

Ela foi diagnosticada com câncer em estágio avançado depois de descobrir que tinha uma covinha no seio.

Erin procurou o médico ao ver a foto dos limões mostrando como se parece um seio doente.

"Se não tivesse visto, por acaso, uma foto com informação verdadeira, eu não saberia o que procurar", postou Erin.

Muitos elogiam a campanha Know Your Lemons por ser colorida e clara - a mensagem importante não se perde em meio a muitas palavras.

O câncer de mama é o mais comum e o que mais mata as mulheres no mundo.

No Brasil, responde por cerca de 25% dos casos novos de câncer a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.

Estatísticas indicam um aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento.

Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico.

A previsão do Inca em 2016 era de 57.960 casos de câncer de mama entre mulheres no Brasil.

Esse é o segundo tipo de tumor maligno mais comum entre as brasileiras, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

Uma pesquisa recente da ONG britânica Breast Cancer Care com 1 mil mulheres descobriu que um terço delas normalmente não examina os seios regularmente em busca de sintomas de câncer.

Enquanto 96% sabem que um caroço na mama pode ser um sinal de câncer, mais de um quarto delas não sabem que um mamilo invertido pode ser um sintoma.

Um caroço ou uma área do seio em que a pele está mais grossa são os sintomas mais comuns notados pelas mulheres, de acordo com o serviço de saúde britânico, o NHS.


AJUDA DO LIMÃO


O professor de Oncologia Jayant Vaidya, do University College de Londres, diz que ondulações ou um achatamento do seio, principalmente quando a mulher levanta o braço ou se inclina para a frente, são importantes sinais precoces da doença,

"Além de sangramento ou secreção no mamilo, estes são os principais sinais precoces visíveis".

O especialista explica que veias aumentadas e seios inflamados são sintomas raros.

Erosão da pele, aspecto de casca de laranja e grandes inchaços são sinais de que a doença está em um estágio avançado, esclarece.

"Mostrar limões em uma caixa de ovos atrai o interesse para o assunto e ajuda as pessoas a lembrarem melhor dos sinais".

"Normalmente as mulheres encontram o 'novo' caroço no seio. É o sintoma mais comum e frequentemente o único".

Na Grã-Bretanha, é alto o número de mulheres alertas para a doença. A demora na busca de tratamento no país em geral se dá por medo ou por negação.

"Tratamentos modernos têm uma grande chance de sucesso e conseguem reduzir os danos causados pela própria terapia", diz o professor Vaidya.

No Brasil, informações e orientação sobre a doença podem ser encontradas nos sites do Inca, da ONG Fundação Laço Rosa e da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filatrópicas de Apoio à Saúde da Mama), entre outros.

É importante estar alerta para as sensações e a aparência dos seios. Uma mudança no tamanho ou na forma, um caroço ou um espessamento da pele, devem ser levados a sério.


EXAME DE ROTINA


Jane Murphy, enfermeira especializada no cuidado de pacientes com câncer de mama, diz que as mulheres não devem ficar paranoicas sobre a doença.

"É importante que todo mundo conheça o próprio corpo e saiba como o seu seio é".

"Por exemplo, o autoexame pode fazer parte da rotina quando a mulher está passando cremes ou loções".

A ONG Cancer Research UK, que apoia pesquisas sobre a doença, lembra que a descoberta de um sinal diferente na mama não significa obrigatoriamente que a pessoa tem câncer.

"Mamilos invertidos, secreção ou brotoejas podem estar relacionados a outras condições médicas".

"Mas se você percebe mudanças naquilo que considera normal, deve procurar um médico", alerta.

"Ir logo ao médico também significa que, se for mesmo câncer, você terá a chance de fazer um tratamento bem-sucedido".




Pesquisa busca meios de facilitar acesso ao tratamento de câncer

16/01/2017 - O Globo / Site


O Grupo Oncologia D’Or e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) estão trabalhando em conjunto em busca de inovações para o tratamento do câncer de pulmão. Os pesquisadores esperam criar meios para que os pacientes tenham mais acesso a tecnologias e tratamentos contra a doença.

- Hoje, há drogas eficientes (para tratar o câncer), porém ainda muito caras e que, em sua maioria, não estão disponíveis para a população geral, nos sistemas públicos e privados. Isso justifica a importância de conduzir estudos de economia da saúde e de epidemiologia molecular como os que estamos desenvolvendo - afirma Carlos Gil Ferreira, diretor institucional do Grupo Oncologia D’Or e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor).

Os estudos já começaram, mas ainda não há previsão de quando serão concluídos. Com pacientes já recrutados, há quatro principais pesquisas clínicas em andamento – algumas com resultados preliminares, que buscam compreender melhor o perfil e os tratamentos para o câncer de pulmão. Há também estudos de genética da população, epidemiologia e farmacologia, fundamentados nos ensaios clínicos em seres humanos.




Chamada pública destina R$ 1 milhão para pesquisas sobre gestão do SUS

16/01/2017 - Portal Brasil


O Ministério da Saúde e o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) vão destinar R$ 1 milhão para estudos na área de Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS).

Os recursos serão disponibilizados até 19 de fevereiro por meio de chamada pública aos pesquisadores interessados em propor soluções a problemas de saúde e para o fortalecimento da gestão do SUS.

As pesquisas abordarão temas prioritários do Ministério da Saúde. No campo da assistência farmacêutica, por exemplo, foram solicitadas análises econômicas que podem contribuir com o uso racional de medicamentos como: estatinas (controle do colesterol) anticonvulsivantes e do infliximabe e rituximabe (tratamento de artrite reumatóide).

A vigilância em saúde também está presente na chamada com estudos que aprimorarão o diagnóstico e tratamento da malária, tuberculose, HIV, H1N1, entre outros. Já na área de gestão de equipamentos, serão realizados estudos sobre a efetividade de novas tecnologias como acelerador de próton, que poderão ser utilizados na radioterapia contra o câncer e oxigenoterapia hiperbárica, que serve para o tratamento de queimaduras.


INSCRIÇÃO


Para participar, os pesquisadores devem encaminhar seus projetos, em formato de PDF para os endereços eletrônicos: rebrats@saude.gov.br, com cópia para sustentabilidade1@haoc.com.br. O proponente deverá, obrigatoriamente, preencher os seguintes requisitos no ato da inscrição: ser portador de título de doutor e ter currículo na Plataforma Lattes atualizado. O edital está disponível na internet.

As propostas serão avaliadas quanto ao mérito técnico científico, experiência prévia em projeto de pesquisas, participação no SISREBRATS e se é membro do REBRATS. O resultado final da chamada deve sair no dia 6 de março.

A ATS é a avaliação sistemática dos efeitos ou impactos de uma tecnologia em saúde, que englobam medicamentos, materiais, equipamentos, procedimentos, sistemas organizacionais, programas e protocolos assistenciais. O objetivo é gerar mecanismos que aprimorem a atenção e os cuidados com a saúde prestados à população.


PROADI SUS


A chamada pública faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), que desde 2009 tem investido recursos para o fortalecimento do SUS e financiamento, com recursos de isenção fiscal (COFINS e cota patronal do INSS), concedida aos hospitais filantrópicos de excelência reconhecidos pelo Ministério da Saúde. O Programa conta com 412 projetos, e ainda tem mais de 123 em execução, em estudos de avaliação e incorporação de tecnologia, capacitação de recursos humanos, pesquisas de interesse público em saúde e desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde. Ao todo, já foram investidos cerca de R$ 4 bilhões.




Pacientes detectam melanoma mais cedo

15/01/2017 - O Estado de S.Paulo


Tumor geralmente associado à anos ou até décadas de exposição solar sem proteção, o câncer de pele, principalmente o tipo mais agressivo, pode também aparecer cedo. Estudo inédito do A.C. Camargo Câncer Center feito com 997 pacientes diagnosticados com melanoma, a forma mais grave da doença, mostra que um terço deles descobriu a doença antes dos 44 anos.

O dado se justifica, segundo especialistas, pelo fator genético envolvido no aparecimento da doença. Isso porque pessoas com genes que as predispõem a desenvolver o tumor podem ter o câncer mais jovens, mesmo tendo passado por menos episódios de exposição ao sol.

“Geralmente pessoas de pele muito clara e com muitas pintas no corpo têm predisposição. Elas costumam ter a doença aos 30 ou 40 anos. Mas, mesmo nos casos em que há o fator genético, o sol é um importante desencadeador”, diz João Duprat, cirurgião oncologista e diretor do Departamento de Oncologia Cutânea do A.C. Camargo Câncer Center.

A coordenadora de Marketing Priscila Silva Costanzo, de 33 anos, preenche todos esses requisitos e acabou recebendo o diagnóstico da doença quando tinha apenas 28 anos. Ruiva, com muitas sardas e pintas pelo corpo e pele clara, ela dava pouca importância ao filtro solar na adolescência. “Eu tinha zero preocupação, não passava protetor, queria ficar morena e achava que tomar um pouco de sol no verão sem filtro solar não ia dar problema”, conta.

Essa exposição intermitente, ou seja, situações em que a pessoa aproveita só o fim de semana ou o verão para tomar muito sol sem proteção, é a mais perigosa, segundo Duprat, porque pode gerar queimaduras e aumentar o risco de câncer. “A pessoa fica a semana inteira dentro do escritório e depois quer compensar em pouco tempo. ” O fator genético também mostrou-se presente no caso de Priscila. Em 2005, sete anos antes da descoberta da doença, o pai também teve melanoma.

“Foi por causa da doença dele que eu desconfiei que poderia ter. Notei uma pinta estranha no meu braço, que começou a crescer e a descascar. O médico achou que não era nada, mas pediu a biópsia e descobri que era melanoma também. Foi um choque na família porque apareceu muito cedo”, diz.

O diagnóstico de melanoma assusta porque é o tipo de câncer de pele mais propenso a provocar metástases. Quando descoberto em estágio avançado, pode se espalhar para órgãos como fígado, pulmão e linfonodos e levar à morte. Como Priscila descobriu o tumor no início, a simples remoção cirúrgica da lesão a curou, mas há casos em que são necessários tratamentos adicionais, como quimioterapia e imunoterapia.

Embora seja um câncer agressivo, o melanoma normalmente demora até causar estrago.

“O período varia muito, mas ele costuma evoluir em dois ou três anos, ou seja, tempo suficiente para que as pessoas procurem um médico. ” Subtipo raro. O melanoma costuma aparecer em áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como as pernas, nas mulheres, e as costas e o peito, nos homens. A lesão se manifesta geralmente por meio de uma pinta escura, com diferentes tons, com bordas irregulares e que pode apresentar crescimento.

Há, porém, um subtipo que não está associado à exposição solar e que aparece em locais pouco comuns.

“Esse tipo responde por cerca de 5% a 10% dos casos de melanoma e pode aparecer em negros, brancos, orientais e pessoas que não tenham se exposto ao sol. Surgem debaixo das unhas, na palma da mão e planta dos pés”, explica. Por ser incomum, é, muitas vezes, difícil de ser detectado e pode ser confundido com micose.


PRESTE ATENÇÃO


1.Para reduzir as chances de ter um câncer de pele, é preciso tomar alguns cuidados. O principal deles é usar um filtro solar com fator de proteção de no mínimo 30, que bloqueie tantos os raios UVA quanto os UVB.

2.Evite, sempre que possível, a exposição solar entre as 10 e as 16 horas, quando a radiação é mais forte. Sempre que se expuser ao sol, use, além do filtro solar, óculos de sol com proteção contra radiação ultravioleta e chapéu com abas.

3.Reaplique o filtro solar sempre que sair da água ou após suar muito.

Procure locais com sombra mesmo quando estiver usando protetor e evite ficar deitado sob o sol durante muito tempo.

4.Se você tiver algumas das características, o cuidado deve ser redobrado: caso de câncer de pele na família, pele muito clara que fica vermelha e nunca bronzeia, muitas pintas ou histórico de queimadura.

5.Se você tem pinta que está mudando de cor, tamanho ou forma, procure um médico. Fique de olho também em feridas existentes há mais de três meses e que não cicatrizam.




Plantão Médico: As relações sexuais em tempos de vírus da zika

14/01/2017 - Folha de S.Paulo


A Organização Mundial da Saúde assinala no primeiro relatório deste ano a ausência de novos casos de microcefalia provocados por transmissão sexual do vírus da zika e possivelmente relacionados à infecção assintomática (o parceiro desconhece estar infectado).

O relatório cita 13 casos de transmissão do vírus de pessoa a pessoa, dos quais cinco nas Américas. A preocupação por esta forma de transmissão tem motivo. A epidemia global de Aids também começou com poucos casos.

Editorial do "New England Journal of Medicine" de dezembro lembra que, além do necessário controle do mosquito na prevenção da doença, há necessidade de evitar a transmissão sexual do vírus e reduzir o número de gestações indesejadas.

Na revista "Human Reproduction", o professor Luis Bahamondes e colaboradores da Unicamp mostram que a venda de anticoncepcionais em nosso meio não mostrou alterações significativas antes ou durante a epidemia do vírus da zika, assim como a referência aos casos de microcefalia e desordens neurológicas.

Segundo Bahamondes, de 22 milhões de mulheres que necessitam de métodos para evitar a gravidez indesejada. Dentre elas, 18 milhões podem comprar contraceptivos, porém cerca de 90% usam métodos pouco efetivos.

Em consequência, há alto índice de gravidez não planejada no Brasil. A estimativa é de cerca de 55% de todas as gestações. Há associação também com o alto índice de venda das pílulas anticoncepcionais de emergência (1 a 1,3 milhão/mês).




Minas tem emergência por febre amarela

14/01/2017 - O Estado de S.Paulo


O registro de febre amarela no leste de Minas fez o governador Fernando Pimentel (PT) decretar ontem situação de emergência em 152 municípios.

A Secretaria de Saúde suspeita que o atual surto teve início com o contágio de um morador da zona rural. Segundo estatísticas oficiais, é alto o índice de homens, sobretudo acima de 40 anos, moradores de área não urbanizadas, que não procuram postos para imunização.

O Estado não registrava números semelhantes de febre amarela desde 2002, quando 12 pessoas morreram no Serro, no Vale do Jequitinhonha, e cidades da região, vizinha da que hoje registra casos da doença. Desde o início do ano, o número de mortes por suspeita de febre amarela na região é de 38 – 8 a mais que no relatório de anteontem.

Há um total de 20 mortes prováveis pela doença (quando exames iniciais comprovaram a doença, mas restam outros testes a serem feitos). Do total, dez são de homens com idade próxima de 40 anos. Também já foram registrados 133 casos suspeitos da doença, 23 a mais que no relatório anterior.

O Estado liberou R$ 26 milhões para ações de combate à doença. A superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador, Deise Aparecida dos Santos, afirma que, pelo fato de a vacina contra a febre amarela estar no calendário de imunização, são pequenas as chances de uma epidemia a partir de pessoas que tomaram a vacina.

“Uma situação dessas geralmente acontece com habitantes da zona rural que não procuraram imunização”, diz.

A estratégia do governo para conter a doença é aumentar a vacinação. Os 152 municípios que fazem parte do decreto de emergência integram as regionais de saúde de Coronel Fabriciano (Vale do Aço), Governador Valadares (Leste), Manhumirim (Zona da Mata) e Teófilo Otoni (Vale do Mucuri). O decreto vale por 180 dias e tem como objetivo a “adoção de medidas administrativas”. Na prática, permite compra de medicamentos e contratação de profissionais de saúde sem licitação.

A repercussão das mortes ainda fez moradores de regiões não afetadas, até o momento, procurarem postos de saúde.

Em Belo Horizonte, que está a 200 quilômetros de Coronel Fabriciano, a regional de saúde mais próxima da capital, já há registro de corrida a centros de saúde para imunização. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, entre 9 e 11 de janeiro foram aplicadas 5.908 doses na cidade. No centro de Serra, onde normalmente dez pessoas são inoculadas por dia, o número subiu para cerca de 200. A prefeitura garante manter estoque de 50 mil doses.

Fernando Pimentel esteve ontem em Teófilo Otoni e pediu que as prefeituras abram todos os postos de saúde para vacinação durante o fim de semana.

“Temos em estoque mais de um milhão de doses”, disse. O Estado criou ainda uma “sala de situação” contra a crise.


PREOCUPAÇÃO


Para o infectologista Jessé Reis Alves, coordenador do Ambulatório de Medicina do Viajante do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, “o aumento de casos é muito expressivo”, mas a grande preocupação é que a doença passe a ser transmitida no meio urbano.

Todos os casos humanos conhecidos hoje foram adquiridos após picadas de mosquitos silvestres, que, por sua vez, se contaminaram ao picar macacos doentes.

O medo é que se houver muitas pessoas doentes em uma área urbana muito populosa, mosquitos urbanos, como o Aedes aegypti, que até os anos 1940 transmitiam a doença em cidades, voltem a fazê-lo. “Mas ainda não há nenhuma evidência de que haja ciclo urbano.” O médico observa ainda que as áreas de risco não aumentaram.

Pelo menos desde 2009, o mapa de áreas nas quais o Ministério da Saúde recomenda vacinação inclui todo o Estado de Minas e o noroeste e oeste de São Paulo. “Mesmo se a pessoa estiver indo para Belo Horizonte, é bom vacinar, porque vai que surge algum passeio que não estava previsto para uma área de campo”, alerta Alves.

“Já quem for ficar em São Paulo, fique tranquilo, não há risco.”

Medo causa corrida aos postos no interior paulista

O medo da febre amarela está provocando um aumento da procura nos postos de vacinação em cidades da região norte do Estado de São Paulo. Em São José do Rio Preto, cerca de 2 mil pessoas já foram vacinadas só este ano, mais que o dobro das vacinas aplicadas no mesmo período do ano passado, segundo a Secretaria de Saúde. A região registrou duas mortes pela doença no ano passado – uma delas na vizinha Bady Bassit.

Em Ribeirão Preto, um homem de 52 anos morreu no dia 26 de dezembro com sintomas. Anteontem, até o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) foi a uma Unidade Básica de Saúde para renovar sua vacinação e fez um apelo para que a população procure os postos.

Também com mortes suspeitas, foi ampliada a vacinação em Barretos, Catanduva e Catiguá.

PARA LEMBRAR

Último surto foi em 2009

 

O vírus de febre amarela nunca deixou de circular no Brasil na forma silvestre. A cada ciclo de aproximadamente 7 anos, porém, há aumento de casos em áreas fora da região da Amazônia. O fenômeno está associado a mudanças na população suscetível. Nascem indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus, pessoas passam a morar em áreas de risco e não são imunizadas, macacos (hospedeiros do vírus) se deslocam das áreas naturais para locais onde há mais oferta de comida – mais perto de humanos.

A última onda de casos em humanos foi em 2009, quando atingiu o Rio Grande do Sul, Estado que por 42 anos esteve livre da doença. Na época, foram 13 casos confirmados e seis mortes.

Os primeiros sinais de que a febre estava novamente ultrapassando a Amazônia começaram em 2014. Foi nesse período que o País passou a ter “reemergência” da doença.

Entre 2015 e 2016, foram confirmados 15 casos, com dez mortes.




Uma função para a menopausa?

15/01/2017 - O Estado de S.Paulo


Já parou para pensar por que as mulheres entram na menopausa? Antes de responder, uma curiosidade: o ser humano é uma das três únicas espécies de mamífero em que as fêmeas deixam de se reproduzir bem antes da sua morte.

Pensando no processo da Evolução, qual seria a vantagem adaptativa e o custo ecológico de um membro do grupo que perde a capacidade de gerar descendentes? Um novo estudo que acompanhou orcas por mais de 40 anos ajuda a jogar luz nessa questão.

O processo da menopausa decorre da “falência” dos ovários, que deixam de liberar hormônios sexuais femininos e de gerar óvulos viáveis por volta dos 50 anos. A esmagadora maioria dos animais não enfrenta essa etapa da vida. As orcas, sim.

Um trabalho publicado na revista Current Biology e divulgado pela agência de notícias AFP na última semana, sugere que a competição entre orcas mães e filhas na procriação pode explicar a causa de as mais velhas terem desenvolvido, ao longo de sua evolução, o processo de menopausa. Elas não teriam filhotes ao mesmo tempo que as filhas e poderiam, assim, “poupar” tanto a atenção dos machos como recursos alimentares para aumentar a chance de os netos sobreviverem.

Os cientistas das universidades de York e de Exeter, no Reino Unido, e do Centro de Pesquisa de Baleias, Pesca e Oceanos, do Canadá, perceberam que, quando as orcas mais velhas se reproduzem, a taxa de mortalidade dos seus recém-nascidos chega a ser quase 1,7 vez maior do que a dos filhotes das fêmeas duas gerações mais novas. Nessa situação, seria melhor que elas se dedicassem a outras funções “sociais”.

Na maturidade, essas fêmeas desempenham papel importante em liderar o grupo na busca por alimentos e no melhor enfrentamento dos tempos de escassez. Nos grupos em que havia orcas mais velhas, na menopausa, o tamanho do grupo e o número de filhotes era maior, o que poderia influenciar na taxa de sobrevivência desses animais, que assim gerariam mais descendentes. Além disso, essas orcas “avós” garantiriam uma proteção física adicional à prole de suas filhas e netas.

Há cerca de duas semanas, pesquisadores divulgaram a notícia de que a orca mais velha do mundo, com mais de 100 anos, chamada carinhosamente de Granny (vovó, em inglês), havia morrido. Ela foi a fonte de inspiração para estudos sobre a função evolutiva da menopausa. Além das orcas e dos humanos, em vida livre, apenas a espécie baleia-piloto-de-aleta-curta também passa pela menopausa. As orcas começam a se reproduzir aos 15 anos e podem ter filhotes até aproximadamente os 40 anos – e podem alcançar os 90 anos, o que representa mais tempo fora da idade reprodutiva do que dentro dela.

Humanos e outros primatas. Curiosamente, outros primatas, muito próximos evolutivamente dos humanos, como chimpanzés, bonobos e gorilas, não enfrentam a menopausa. Parece que somos uma espécie isolada nessa característica.

Existe uma exceção, divulgada há dois anos por pesquisadores do parque Durell Wildlife, na França. Gina, uma orangotango fêmea (com 97,6% do DNA idêntico aos humanos), então com 49 anos, mãe de sete filhotes, apresentou sinais de menopausa.

Ao investigar seus hormônios, os veterinários perceberam que ela havia passado por um processo fisiológico idêntico ao que atravessam as mulheres, inclusive na mesma faixa de idade.

No caso dos humanos, ao longo do processo da formação da nossa espécie é de se supor se a menopausa também teve seu papel. Além de reduzir a competição reprodutiva entre mães e filhas, ela pode ter deslocado as avós para uma função de maior suporte e ajuda na criação dos netos, o que, em tese, aumentaria suas chances de sobrevivência.

Ao fazer isso, elas acabaram liberando as mães ainda em idade fértil para se reproduzir novamente e para se ocupar dos filhos recém-nascidos, gerando mais e mais descendentes.

Será?




Como retomar a motivação para cuidar da saúde

16/01/2017 - Época


Meu marido, de 32 anos, fez cirurgia bariátrica em 2008, mas está engordando novamente. Temos um filho de 4 anos. Tenho medo de que meu marido volte a ter doenças e não possa ver nosso filho crescer. Como posso ajudá-lo? - Bruna Ribeiro, São Paulo

Podemos ajudar seu marido a refletir sobre o assunto, para que ele consiga retomar o caminho da mudança. O momento de encontrar um estímulo e mudar o comportamento dele é agora, porque ele é novo. O corpo dele ainda terá uma resposta mais rápida se receber os estímulos do exercício físico. Ele deve incluir atividade física na rotina diária: ou com exercícios programados ou procurando se movimentar mais. Seria interessante se vocês fizessem programas de lazer em família, como caminhadas, trilhas, jogos de futebol. Em casa, tenham sempre à vista alimentos mais frescos e naturais. Deixem de lado alimentos em pacotes, potes, latas e tudo o que seja mais processado. Para ajudá-lo, em vez de falar "não coma isso porque engorda", faça sugestões positivas: "Vamos caminhar e tomar um suco?". Sua ajuda e a de seu filho serão fundamentais.

Minha noiva se alimenta apenas de produtos light, diet ou integrais. Como está fazendo musculação, também toma proteínas pós-treino. Ela está perdendo peso. Esse tipo de alimentação afeta o ganho de massa? - Cláudio Portugal, Paraíba

Imagino que esses produtos diet, light e integrais venham todos em potes, saquinhos e latas - embalagens lindas, coloridas e que parecem realmente muito saudáveis. Mas uma boa alimentação deve ser baseada em alimentos frescos e naturais. Nenhum alimento diet é melhor e mais saudável do que uma fruta. Esse tipo de alimentação não está diretamente relacionado ao aumento de massa magra. O que funciona, nesse caso, é o exercício físico de força e o consumo de proteína, na quantidade indicada para cada pessoa (cerca de 1,8 grama por quilo de peso corporal). Minha dica é que ela não se coloque no papel de cobaia para experimentar tudo o que ouve dizer que é bom. A indústria da beleza e do fitness é muito fértil para disseminar conceitos errados. A boa e velha dupla exercício físico e alimentação equilibrada nunca falha!




Surto de febre amarela leva MG a declarar emergência

16/01/2017 - Folha de S.Paulo


O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), decretou nesta sexta-feira (13) situação de emergência em saúde pública nas áreas do Estado atingidas pelo surto de febre amarela.

O decreto tem validade de 180 dias e abrange 152 municípios do leste do Estado,com 133 casos notificados desde dezembro e 38 mortes suspeitas registradas desde a semana passada, segundo balanço divulgado nesta sexta.

O alto número de cidades em emergência corresponde às regionais de saúde de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni —no entanto, em apenas 24 delas houve notificação da doença, segundo o governo de Minas.

Do total de casos notificados, há provável relação com febre amarela em 20 ocorrências e 10 mortes, cujos pacientes apresentaram quadro clínico suspeito e exame laboratorial preliminar reagente.

Os outros casos ainda são investigados. Além do exame laboratorial, é necessário que haja investigação epidemiológica e análise do histórico de vacinação e deslocamento dos pacientes.

Publicado no “Diário Oficial” de Minas, o dispositivo permite que o governo dispense licitações para a compra de medicamentos e faça contratações temporárias de pessoal para conter o avanço da febre e tratar os doentes.

“[O decreto] autoriza a adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, em especial a aquisição pública de insumos e materiais e a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial”, diz o texto do decreto estadual.

Na tarde desta sexta, Pimentel visitou região afetada para se reunir com representantes dos municípios. Segundo o governo, na região vivem 2,4 milhões de pessoas.

Uma das cidades mais atingidas pela doença, Ladainha, de 18 mil habitantes, já havia decretado estado de calamidade na terça (10).

O recente avanço da febre amarela acendeu um alerta entre autoridades de saúde e motivou a organização de uma força-tarefa para intensificar a vacinação nas áreas de Minas Gerais onde há registro de casos suspeitos.

A Secretaria de Saúde de Minas informou que, até esta quinta (12), foram encaminhadas mais de 350 mil doses de vacina à região onde foi decretada emergência.

A febre amarela é considerada endêmica nas regiões rurais e de mata do Brasil,onde é transmitida por mosquitos de espécies diferentes, como o Haemagogus e o Sabethes, para macacos e, ocasionalmente, para humanos não vacinados.

Mas não há registro de casos em áreas urbanas —onde o vetor é o mosquito Aedes aegypti desde 1942,o mesmo transmissor de doenças como também em evidência como dengue, zika e chikungunya.

O Ministério da Saúde notificou a OMS (Organização Mundial da Saúde) desses casos, seguindo recomendação do Regulamento Sanitário Internacional de informar à organização ocorrências importantes de saúde pública.




Pacientes do SUS fazem ‘Corujão’ próprio

16/01/2017 - Folha de S.Paulo


Para driblar as filas para exames e consultas médicas, pacientes do SUS têm promovido um “Corujão da Saúde” por conta própria em clínicas particulares de São Paulo.

Iniciado na semana passada, o programa do prefeito João Doria (PSDB) promove parcerias com hospitais privados para o atendimento de pessoas que esperam por exames na rede municipal.

Alheios à iniciativa, pacientes adotam cada vez mais a medida com recursos próprios,em clínicas privadas voltadas ao público de baixa renda, tanto para diagnósticos como para consultas.

Sem plano de saúde, o estudante Wesley Mantovani, 21,conta que decidiu pagar do seu bolso um exame na retina após levar mais de três meses para descobrir seu grau de miopia na rede pública.

Ao seu lado na sala de uma unidade da rede Dr. Consulta, e também sem plano, o funcionário público Tiago Araújo, 34, nem tentou marcar o exame pelo SUS. “Meu pai está esperando há cinco anos por um horário com o pneumologista, achamos melhor não arriscar”, disse sua mulher, Mônica.

A rede procurada por eles é apenas uma das que cresceu durante a crise econômica.

Nos últimos dois anos, 2 milhões de brasileiros perderam o plano de saúde.

Sem dinheiro, Estados e municípios não se prepararam para absorver a nova demanda, e parte desse novo público do SUS passou a buscar os chamados consultórios populares.

Criada em 1988, a Clínica Fares tinha duas unidades até 2014. Atualmente tem três e, até o final deste ano, deve chegar a seis. No total, cerca de 40% da clientela é do SUS, de acordo com o presidente Adiel Fares.

Já na Dr. Consulta, essa proporção é de 20%. Inaugurada em 2011, a rede abriu duas novas unidades por mês no ano passado, chegando a 27, e pretende seguir o ritmo neste ano, segundo Marcos Fumio, vice-presidente médico da rede.

Com uma clínica aberta no ano passado, a Meu Doutor afirma que chegará a cinco até dezembro.

A Dr. Agora, de consulta sem agendamento, tem planos ainda mais ambiciosos.

Pretende pular de quatro para ao menos 15 filiais até o fim deste ano.

“Na nossa concepção original, esperávamos atender principalmente as classes C e D, mas passamos a receber muito da Bque perdeu o plano de saúde”, afirma o diretor-executivo da Dr. Agora Guilherme Berardo.


SOLUÇÃO TEMPORÁRIA


Mas, ainda que consigam obter atendimento mais ágil nas clínicas desse segmento, é ao SUS que os pacientes delas têm que recorrer quando necessitam de procedimentos mais complexos.

A aposentada Apolonia Neves, 65, é um exemplo.

Usa as duas redes. Fez cirurgia na coluna pelo sistema público, mas paga exames e consultas à parte.Neste mês, gastou R$ 600 com mamografia, ultrassom, cardiologista, gastro e outros.

Por ora, nenhuma das clínicas voltadas às classes média e baixa anunciou adesão ao Corujão. Segundo elas,é uma possibilidade que ainda está em avaliação.

O programa de Doria tem o objetivo de agendar, em até 90 dias, os exames de 485 mil pessoas que estão na fila, e fazer o diagnóstico até, no máximo, abril. A maior demanda é por ultrassom.

Na semana passada,aderiram à iniciativa de Doria unidades do HCor, do Sírio-Libanês e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Nos próximos dias, devem entrar mais cinco: Einstein, Edmundo Vasconcelos, Santa Casa de Santo Amaro, Sepaco e Santa Marcelina.

A prefeitura negocia ainda a participação de hospitais estaduais e espera adesões a um chamamento público lançado há 15 dias, para clínicas privadas.




Erva tarja preta 1

15/01/2017 - O Globo


Colunista: Lauro Jardim

Jarbas Barbosa, presidente da Anvisa, assinou na sexta-feira a resolução que autoriza a venda do primeiro remédio à base de derivados de Cannabis sativa, a planta da maconha. De tarja preta, o Mevatyl spray, registrado (e já à venda) na Europa e no Canadá como Sativex, é indicado para o tratamento de espasmos prolongados relacionados à esclerose múltipla.


ERVA TARJA PRETA 2


Será fabricado pela inglesa GW Pharma, mas importada pela brasileira Beaufour Ipsen. A autorização já sai amanhã no “Diário Oficial”. A estimativa, no entanto, é que o Mevatyl esteja à venda em 60 dias. Pelos critérios da Anvisa, o medicamento pode ter uma concentração de até 30 miligramas de derivado de maconha por mililitro.




STF vai decidir o que é permitido em casos de zika

15/01/2017 - O Globo


O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir este ano se autoriza o aborto em casos de zika, vírus que provoca a microcefalia. No fim do ano passado, ministros da Primeira Turma da Corte entenderam, durante julgamento, não ser crime a interrupção voluntária da gravidez até o terceiro mês da gestação. Não há ainda, na esfera do STF, discussão sobre autorização ou não do aborto em caso da Síndrome de Edwards.

A decisão do Supremo pode abrir uma brecha para a descriminalização do aborto até o terceiro mês de gravidez. Enquanto não há definição sobre o tema, magistrados se dividem entre o dever do Estado e o direito da mulher.

O desembargador do Rio de Janeiro Siro Darlan não autorizou um pedido de aborto por Síndrome de Edwards que chegou a ele em 2015. Ao GLOBO, Darlan justificou ter se preocupado com a saúde da mãe, que já estava no sétimo mês de gravidez. Ele afirma, no entanto, que teria tomado outra decisão “se a solicitação tivesse chegado mais cedo”.

— Sou católico praticante, e, portanto, sou contra o aborto. Mas entendo que o direito é à vida com dignidade. Se já há um diagnóstico médico atestando que essa criança não terá uma vida plena, tem que se ouvir a mãe em primeiro lugar. Já deferi aborto de meninas com problemas mentais, vítimas de estupro — lembra ele.


LIBERDADE DE ESCOLHA


O juiz Thiago Baldani De Filippo, de Assis, a 400 quilômetros de São Paulo, concorda, e diz que o Estado não pode exigir que uma mãe mantenha a gravidez em casos como esse. Em novembro do ano passado ele autorizou o aborto a uma mulher após diagnóstico da Síndrome de Edwards.

— O direito à vida deve prevalecer, mas nesse caso devemos ceder à liberdade de escolha da gestante. É louvável uma mulher que opta por levar adiante uma gravidez como essa, mas o Estado não deve exigir isso da pessoa

Os advogados André Reinaldo de Faria Pereira e Percília Marques Dutra Maciel representaram, ano passado, uma mãe que pleiteava o direito ao aborto após diagnóstico da Síndrome de Edwards. A Justiça não concedeu, e a criança faleceu após o nascimento.

— Podemos afirmar com convicção que, apesar de termos o nosso pedido indeferido, tivemos uma experiência única defendendo um caso como este e aprendemos a seguinte lição: no mundo jurídico muitas vezes é necessário deixar a razão (legalidade) de lado e agir com compaixão para com o próximo.




‘A certeza do diagnóstico ainda é muito lenta e centralizada’

16/01/2017 - O Globo


Para conter o surto de febre amarela em Minas Gerais, onde o governo investiga 38 mortes, é preciso agir rapidamente, afirma a bióloga Márcia Chame, da Fiocruz. Segundo ela, as vacinas estão sendo entregues, mas ainda há demora para confirmar o diagnóstico da doença, o que dificulta o combate. O ministro da Saúde disse que o quadro é de alerta, mas assegurou que a situação “está sob controle”. Bióloga e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Marcia Chame acha que a devastação ambiental da Bacia do Rio Doce, agravada pela tragédia de Mariana, em 2015, pode ter contribuído para o surto de febre amarela em Minas Gerais, onde 38 pessoas morreram com sintomas da doença. Segundo a especialista, o controle da situação depende de rapidez. “As vacinas estão sendo entregues, mas a certeza do diagnóstico ainda é muito lenta e centralizada”. Dos 133 casos suspeitos em Minas, 20 são considerados prováveis; entre os 38 óbitos, dez são prováveis. Mas nenhum diagnóstico foi concluído.

O governo do Espírito Santo gerou alerta ao identificar 80 macacos mortos com suspeita de febre amarela. Por que isso pode ser um anúncio do surto em pessoas?

Assim como as pessoas, os macacos são suscetíveis ao vírus da febre amarela. No entanto, algumas espécies, em particular os macacos do gênero Alouatta, conhecidos como bugio, guariba ou barbado, são extremamente sensíveis ao vírus, e a maioria morre. Desta forma, quando observamos macacos doentes ou mortos em áreas de florestas ou arborizadas perto de zonas rurais ou urbanas, há indicativo importante a ser investigado. É um alerta para que municípios e pessoas se mantenham atentos.

Conter o surto é possível? Quais as medidas mais urgentes neste momento?

Por diversas vezes, desde o século XIX, os surtos vêm sendo contidos. É importante ressaltar que dispomos da vacina de febre amarela que é segura e eficaz a partir do décimo dia após a aplicação. A Fiocruz já disponibilizou mais de nove milhões de doses ao Ministério da Saúde, em dezembro e janeiro, e há mais vacinas em fabricação. No entanto, conter um surto não é fácil e requer muita organização e rapidez, equipes de vigilância atentas, treinadas e com suporte agregado de mobilização, laboratórios de referência para o diagnóstico com capacidade técnica, equipamentos e materiais para as análises. O diagnóstico assertivo e rápido é o ponto central das ações para o controle. Somada a essas necessidades, obviamente, está a capacidade do SUS de acolher e tratar as pessoas.

Como analisa o que vem sendo feito?

O Ministério da Saúde dispõe de todo o conjunto de ações que devem ser tomadas. As equipes de vigilância dos estados, na sua possibilidade, estão no campo com o apoio da equipe de arboviroses do ministério. As vacinas estão sendo entregues ao governo federal e aos municípios em estado de alerta. Mas a certeza do diagnóstico ainda é muito lenta e centralizada, o que dificulta ações mais rápidas. O Brasil dispõe de instituições de pesquisa com capacidade de atuar, como a Fiocruz, que está à disposição com todos os seus laboratórios e especialistas.

Qual a gravidade do quadro agora?

A expansão da febre amarela para áreas onde não há cobertura vacinal e onde se julgava improvável que o vírus poderia se dispersar é a maior preocupação. Além disso, os especialistas apontam o risco para nova entrada do vírus nas áreas urbanas, uma vez que o Aedes aegypti é também transmissor da febre e ocorre em alta densidade nas cidades.

Por que há hipótese de relação com a tragédia de Mariana? Como isso pode ser comprovado?

A degradação ambiental é um dos componentes que chamam a atenção nas áreas de surtos fora da região amazônica; e fora dela, a destruição dos ecossistemas no Brasil é assustadora. A Bacia do Rio Doce, onde iniciaram os surtos em Minas Gerais, já é impactada há muitos anos. A tragédia de Mariana é mais um fato. Assim, os estudos em andamento para avaliação do impacto da tragédia devem incorporar o monitoramento da saúde silvestre como elemento fundamental da vigilância da emergência de zoonoses (doenças que são transmitidas entre animais e humanos) conhecidas e desconhecidas na região. Só os estudos poderão comprovar.

O verão contribui para o quadro?

Estudos mostram a relação das chuvas com o aumento da população de mosquitos, já que ovos, larvas e pupas precisam de água para se desenvolverem, e temperaturas mais altas são indicativos de maior transmissão do vírus. Mas é possível que outros parâmetros climáticos também componham esse quadro.

Qual a diferença entre os vírus silvestre e o urbano da febre amarela? E seus vetores?

Alguns tipos de vírus de febre amarela circulam no Brasil e variam de acordo com a região e também com a entrada de tipos originários dos outros países da América do Sul, mas não circulam nas cidades brasileiras. No Brasil, os vetores do vírus da febre são mosquitos de algumas espécies dos gêneros Haemagogus e Sabethes que têm preferência por sangue de macacos, mas usam sangue humano como segunda opção.

O Rio deve entrar em alerta? E as demais regiões do país?

Como o vírus vem se dispersando por regiões onde não havia essa previsão, parece responsável que todos os estados mantenham suas equipes atentas, monitorando a morte de macacos, e prontas para atuação se necessário.

A vacinação é indicada e disponível a todos? Repelentes são eficientes?

A vacinação é o meio mais eficaz e permanente e, por isso, pessoas que vivem nas áreas endêmicas, nas áreas rurais próximas a florestas, pessoas que usam as florestas como ambiente de trabalho (ecoturismo, extrativistas e outros) devem estar vacinadas. Viajantes para áreas endêmicas ou vindos dessas áreas também devem estar vacinados. Repelentes podem ser utilizados por pessoas não vacinadas, mas nem sempre são eficientes a todas as espécies de mosquitos e por tempo prolongado.




Ministro diz que situação está ‘sob controle’.

16/01/2017 - O Globo


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que a situação da febre amarela silvestre no Brasil é de “alerta” e que a pasta vem monitorando os casos para evitar que o problema se alastre. Por enquanto, o surto está concentrado em pequenas cidades do Leste de Minas Gerais, com 133 casos suspeitos e 38 mortes sob investigação do governo. Segundo o ministro, a febre amarela poderá ser contida se a população, que “não se motivou a vacinar” no passado, agora procurar os postos, sobretudo nos estados em que há recomendação para imunização:

— Temos um alerta. As pessoas devem procurar os postos de vacinação. A recomendação de vacinação em 19 estados é permanente, e as vacinas estão disponíveis. Eventualmente, por não haver uma incidência da febre amarela, a população não se vacinou. Agora, as pessoas estão mobilizadas, e nós garantiremos a vacinação para todos.

Os estados fora da área de recomendação são Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Mesmo assim, as vacinas estão disponíveis nos postos de saúde em todo o país, segundo o ministro. Barros diz que não recebeu reclamação sobre falta do produto e garantiu “estoques razoáveis”.

Na sua avaliação, o quadro atual está “sob controle” e não pode ser classificado como surto ou epidemia, devido ao número pequeno de casos. Mas o ministro não descarta que outros estados registrem febre amarela. O Espírito Santo, segundo ele, vem sendo acompanhado de perto após o registro de 80 macacos mortos perto da divisa com Minas.

— O Espírito Santo não tem recomendação de vacinação. Vamos monitorar se isso permanece, porque a Zona da Mata está bem ao lado. Nosso sistema de vigilância é muito eficiente. Temos muita velocidade em agir sobre qualquer fato novo — disse.

Duas equipes do Ministério da Saúde foram enviadas a Minas Gerais para investigar os casos suspeitos de febre amarela. Em parceria com o estado e os municípios envolvidos, os técnicos federais estão analisando os registros e estabelecendo medidas de controle, como a vacinação. São 24 municípios mineiros com notificação da doença. Das 38 mortes suspeitas, dez são tratadas como prováveis.

As cidades mineiras com notificações da doença são: Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Entre Folhas, Ubaporanga, Ipanema, Inhapim, São Domingos das Dores, São Sebastião do Maranhão, Itambacuri, Poté, Setubinha, Água Boa, São Pedro do Suaçuí, Simonésia, Teófilo Otoni, Ipatinga, Alpercata, Ouro Verde de Minas, Itanhomi e Novo Cruzeiro.




Convênios investem em segunda opinião médica.

16/01/2017 - Valor Econômico


Diante do crescente custo do convênio médico, seguradoras de saúde e companhias com um número alto de funcionários têm usado a segunda opinião médica como mecanismo para reduzir despesas médicas. O que motiva as fontes pagadoras a apostarem nessa ferramenta é que muitos procedimentos de alta complexidade, como cirurgias, são considerados desnecessários após a avaliação de um segundo ou terceiro profissional. Estima-se que o custo do plano de saúde caia cerca de 10% após um ano de adoção da prática segunda opinião.

No Brasil, a iniciativa mais conhecida é a parceria da Bradesco Saúde que encaminha seus usuários com indicação de cirurgia de coluna para uma segunda avaliação com médicos do Hospital Albert Einstein. Dos casos avaliados, em pelo menos metade não foi preciso fazer a operação. O modelo lançado em 2011 virou "case" e ganhou adesão de outras seguradoras.

Em 2014, foi a vez da espanhola Advance Medical desembarcar no Brasil. A empresa é especializada em segunda opinião médica, tem 35 milhões de clientes no mundo e o faturamento previsto neste ano deve ficar na casa dos €400 milhões neste ano.

No Brasil, são 150 mil clientes e a meta é atingir 1 milhão até 2020. Os clientes da Advance são funcionários de grandes companhias como Renault, Suzano, Google e Hospital Sírio -Libanês que já usam os serviços da Advance no país. Uma das estratégias de expansão no mercado local é estreitar o relacionamento com as multinacionais que já oferecem o serviço de segunda opinião aos seus colaboradores.

O crescimento também pode vir de outras parcerias como, por exemplo, da operadora britânica Bupa que oferece serviço de segunda opinião para expatriados que têm seu plano de saúde internacional. No mês passado, a Bupa comprou a operadora brasileira Care Plus e informou que pretende também oferecer o seguro internacional no Brasil.

"Nosso diferencial é que não somos contratados pelas seguradoras e, sim, pelas companhias que oferecem o nosso serviço de segunda opinião como um benefício para seus colaboradores", disse o presidente da Advance Medical, Caio Soares, que durante dez anos foi diretor médico da Omint, operadora premium de plano de saúde. O valor dos contratos entre a Advance e as companhias é fixo, independente, do procedimento adotado ter sido o mais ou menos oneroso. No Brasil, cada funcionário custa cerca de R$ 2,50 e nos Estados Unidos, equivale a US$ 1, por mês.

Mas o modelo de negócio de segunda opinião enfrenta um desafio: a resistência dos médicos. "No Brasil, muitas vezes, o médico ainda não está preparado para ser questionado seja por outro profissional ou pelo paciente. Nos EUA, é comum, a pessoa chegar ao consultório com uma série de questionamentos", disse Bráulio Luna, médico e conselheiro do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Não à toa, muitos dos médicos consultados pela Advance são estrangeiros. "Buscamos os melhores profissionais no mundo todo. Isso é possível porque temos uma ampla rede de médicos parceiros. Mais de 15 mil médicos já foram consultados e realizados 1 milhão de aconselhamentos [segunda opinião], disse.

A fim de evitar uma "saia justa" entre os médicos - que normalmente não gostam de ter sua conduta questionada - a Advance envia apenas o laudo, sem os nomes dos profissionais e pacientes envolvidos, para a segunda avaliação. Essa metodologia de trabalho é adotada no mundo pela Advance.

Um exemplo desse tipo de conflito é a própria parceria da Bradesco Saúde e Einstein, que é questionada por parte da comunidade médica. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu processo, ainda e curso, para investigar denúncias de que uma cirurgia de coluna só é autorizada pela Bradesco Saúde sob a condição de o paciente ser submetido a uma segunda avaliação com médicos do Einstein. "Há um processo em análise deste caso. A segunda opinião é um direito do paciente, o que não é aceitável é uma seguradora só autorizar o procedimento se o paciente for submetido à segunda opinião da equipe do Einstein", diz Luna, do Cremesp.

Segundo fontes do setor, alguns médicos reclamam da parceria entre Bradesco Saúde e Eisntein porque consideram que seus pacientes estão sendo "roubados", uma vez que a seguradora cobre o tratamento alternativo com o médico do Einstein. "O paciente tende a preferir o Einstein que é uma grife, hospital de excelência, mas o papel do segundo médico precisa se limitar à avaliação", disse Luna.

Procurados pela reportagem, a Bradesco Saúde informou que está em período de silêncio e o Albert Einstein não tinha porta-voz disponível.

O consultor especializado em saúde, Paulo Hirai, observa que um dos maiores benefícios da segunda opinião é que aos poucos essa ferramenta tem inibido os maus profissionais, que costumam indicar procedimentos desnecessários. Se o paciente tem acesso a uma segunda opinião, este profissional costuma recuar, diz Hirai.




Novo medicamento para emagrecer é liberado pela Anvisa

14/01/2017 - Marie Claire Online


Quase cinco anos depois da liberação pelo FDA (Food and Drug Administration, órgão regulador de medicamentos dos Estados Unidos), o Belviq foi aprovado pela Anvisa no fim do ano passado e deve ser comercializado ainda em 2017.

Composto de lorcaserina, o remédio é uma das apostas dos médicos para auxiliar no processo de perda de peso, ao lado dos já liberados por aqui, orlistat, sibutramina e liraglutida.

Assim como os outros, o medicamento é indicado para pacientes obesos, com índice de massa corporal (IMC) acima de 30, ou em casos de sobrepeso, com IMC maior que 27 e que já tenham problemas como hipertensão e diabetes.

Apesar da recomendação semelhante, a ação do Belviq é diferente dos concorrentes. “Ele é o único que age em um determinado receptor de serotonina, resultando na redução de apetite. Pesquisas apontam que também ajuda a diminuir a pressão arterial e o colesterol”, diz o endocrinologista Renato Zilli, do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Segundo ele, a perda de peso com o uso do medicamento fica em torno de 4 a 6 quilos por ano, o que pode parecer pouco em se tratando de pessoas obesas. “Esse número é uma média, que pode ser maior de acordo com os hábitos do paciente. Aliar a droga a uma dieta equilibrada e a uma rotina de exercícios é a combinação mais efetiva.”


DOSAGEM E EFEITOS COLATERAIS


Os estudos indicam que o uso do Belviq cause menos reações adversas em relação a outros medicamentos. Mas é possível que o indivíduo apresente dor de cabeça, náuseas, tontura e até infecções respiratórias - fatores que podem surgir logo nas primeiras semanas de tratamento.

Zilli explica que, para saber se vai fazer efeito, o remédio precisa ser tomado por três meses. “Nesse período é necessário haver uma perda de 5% do peso corporal. Caso não haja, o medicamento é suspenso”.

A droga é encontrada na forma de comprimido e deve ser tomada duas vezes ao dia.




Acesso à contracepção no país é influenciado por questões religiosas, diz estudo

14/01/2017 - IstoÉ Online


Embora o Brasil tenha uma das legislações sobre planejamento familiar mais avançadas da América Latina, o acesso das mulheres a contraceptivos no país é influenciado por correntes religiosas e grupos conservadores. A conclusão está no relatório Barômetro latino-americano sobre o acesso das mulheres aos contraceptivos modernos, que levantou dados sobre direitos reprodutivos no Brasil, México, Colômbia, Argentina e Chile.

O documento, divulgado esta semana pela Federação Internacional de Planejamento Familiar/Região do Hemisfério Ocidental, aponta que a influência desses fatores na escolha dos métodos contraceptivos se dá porque as mulheres não têm acesso à informação nem a políticas públicas de educação sexual.

A pesquisa foi realizada no fim de 2015 e ouviu 20 especialistas de cada país, dos setores público e privado. No Brasil, o estudo foi coordenado pela organização não governamental (ONG) Cepia, que se dedica ao desenvolvimento de projetos que promovem os direitos humanos e a cidadania de grupos vulneráveis.


INTERFERÊNCIA


De acordo com a socióloga da Cepia Jacqueline Pitanguy, muitas vezes, a influência religiosa determina a escolha de um método contraceptivo e até impede o cumprimento da Lei de Planejamento Familiar, que prevê, por exemplo, a vasectomia e a ligadura de trompas como instrumentos de programação de um casal. Em alguns casos, segundo a representante da Cepia, até profissionais de saúde – motivados por valores morais pessoais e crenças religiosas – interferem na tomada de decisão das mulheres sobre essa escolha.

Além disso, em nome de questões morais e religiosas, alguns protocolos de atendimento são quebrados, como o direito à confidencialidade e à privacidade nas consultas médicas, que também é garantido por lei a adolescentes, mas descumprido quando os profissionais condicionam o atendimento à presença da mãe ou outro adulto.

“Isso fere o protocolo e mostra uma moral incriminatória que, imediatamente, freia o que é o objetivo precípuo desse atendimento, que é fornecer à jovem informação contraceptiva, acesso a meios para que ela possa, por exemplo, evitar uma gravidez na adolescência, que é uma coisa muito séria no Brasil”, pondera a socióloga.

A interferência se dá, segundo Jacqueline, por causa da ausência de disciplinas sobre saúde sexual e reprodutiva nos currículos escolares do país. Para a socióloga, a educação sexual tem a ver “com cidadania, com projeto de vida, de liberdade” e não pode ser limitada ao ensino de questões biológicas.

De acordo com o relatório, de modo geral, os cinco países analisados tratam os temas de direitos sexuais e reprodutivos de forma limitada em campanhas de saúde. No Brasil, por exemplo, as campanhas públicas sobre o tema são quase sempre restritas ao período do carnaval e voltadas especificamente para a prevenção de HIV/Aids. “Apesar de termos alcançado pontuação elevada no que se refere a protocolos, normas, mesmo a leis com relação à saúde reprodutiva e sexual, nós não fazemos campanhas de sensibilização da população sem ser aquela coisa pontual de carnaval, Aids, camisinha”, critica Jacqueline.


VÍRUS ZIKA


O relatório destaca a necessidade de reforço das políticas de planejamento familiar em função do vírus Zika, que provoca malformações em bebês. Logo após o auge a epidemia da doença, em 2015, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos emitiu recomendações sobre a ampliação do acesso à contracepção, principalmente entre as mulheres mais pobres, mais vulneráveis à contaminação pelo vírus, transmitido pelo Aedes Aegypti. Além disso, a ONU apontou a necessidade de revisão das leis sobre o aborto por causa da doença.

Segundo Jacqueline, as diretrizes não foram acolhidas pelo Brasil, que concentrou os esforços no atendimento às famílias de bebês que nasceram com microcefalia causada pelo Zika.


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


No documento, a Federação Internacional de Planejamento Familiar elogia a política brasileira de distribuição gratuita de medicamentos contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS), mas pondera que o acesso é desigual e varia de acordo com a região do país.




Senadores defendem isenção de impostos para medicamentos

13/01/2017 - Agência Senado


A inflação de 2016 fechou em 6,26%, mais de quatro pontos percentuais abaixo do índice registrado em 2015, de 10,67%. Os remédios, no entanto, registraram alta nos preços e ficaram 12,5% mais caros. Segundo o governo, o aumento foi autorizado para cobrir a defasagem acumulada dos preços em relação aos custos. Mas o senador Reguffe (sem partido-DF) criticou o reajuste acima da inflação. E lembrou que a carga tributária sobre os medicamentos chega a quase 36% dos preços, e pediu aos senadores que aprovem sua Proposta de Emenda à Constituição (PEC 2/2015), que dá fim à cobrança de impostos sobre os remédios.

Outra PEC em tramitação no Senado isenta os remédios de impostos, mas somente para pessoas de baixa renda (PEC 65/2016). Os senadores também analisam um projeto que zera a cobrança do PIS e da Cofins sobre os remédios importados sem similares nacionais (PLS 425/2015).




Hospital no RS usa tecnologia para tratamento do câncer inédita no país

14/01/2017 - G1 - Jornal Hoje


Um hospital de Porto Alegre utiliza, pela primeira vez no Brasil, uma nova tecnologia no tratamento do câncer. O procedimento fica mais rápido, efetivo e a técnica diminui efeitos colaterais da radioterapia.

Ivo Noll tem 74 anos e há mais de 30 faz os exames preventivos para o câncer de próstata. Há três meses, veio o resultado que todo mundo teme: o teste deu positivo para a doença. Ele é o primeiro paciente Hospital Moinhos De Vento que vai receber um tratamento inédito no Brasil.

Uma semana antes do início da radioterapia, ele recebeu o implante de três cápsulas no órgão onde está o tumor. No caso, a próstata. As cápsulas emitem ondas eletromagnéticas que funcionam como um GPS, atraindo a radiação para a área que precisa ser atingida com precisão de milímetros.

No tratamento tradicional, o paciente tem que ficar deitado em um equipamento, completamente imóvel. Até mesmo a respiração pode fazer com que a máquina erre o alvo. Com a nova tecnologia, isso não acontece e a radioterapia não atinge os órgãos saudáveis, por que é guiada pelos implantes, cápsulas do tamanho de um grão de arroz.

O implante é feito em um ambulatório, com anestesia local e pouco incômodo. E o melhor é que, depois da aplicação, sem sintomas como sangramentos e inflamações, o paciente pode voltar imediatamente à vida normal.

“Isso não desloca a pessoa do seu trabalho, de sua área de convívio. Muitas vezes, as pessoas que estão em uma fase da vida mais avançada convivendo com netos, filhos, tudo isso é possível ser feito durante a radioterapia. Não interrompemos o ciclo natural de convívio das pessoas”, afirma Wilson José de Almeida Junior, rádio-oncologista do Hospital Moinhos De Vento.

Ivo, o paciente pioneiro, está confiante: “Eu já tenho até programas para depois que eu sair, depois das 37, 38 sessões que provavelmente eu tenho para fazer. Quero ir pra praia!”.




Campanha ensina a identificar sinais do câncer de mama com uma foto de limões

15/01/2017 - O Estado de S.Paulo / Site


O autoexame das mamas traz dúvidas para muitas mulheres. Pode ser difícil diferenciar o que deve ser considerado um sinal de alerta e o que é normal.

Para facilitar esse processo, a designer Corrine Beaumont, que perdeu ambas as avós para o câncer de mama, criou a campanha 'Know your lemons' - conheça seus limões. A ideia é mostrar visualmente alguns dos sinais da doença.

É importante ressaltar que o caroço, sintoma mais comum e muitas vezes o único , não é visível. Por isso, o autoexame continua sendo essencial. No entanto, a imagem ajuda a identificar quando algum sinal visível deve acender o sinal de alerta.

A foto indica as seguintes características que devem ser investigadas (começando pelo canto superior esquerdo e terminando no inferior direito, na imagem):

Endurecimento/sentir uma região de massa mais densa; Região afundada; Machucados na pele; Vermelhidão ou área quente; Fuidos incomuns ou novos; 'Covinhas'; Área inchada; Veia sobressalente; Mamilo retraído; Mudança no tamanho ou formato do seio; Pele parecida com casca de laranja; Caroço escondido - um caroço canceroso costuma ser duro e não se move, como uma semente de limão. (Clique na imagem abaixo para vê-la ampliada no Facebook da campanha).

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos de idade. O autoexame, no entanto, deve ser realizado regularmente. Sempre que desconfiar de um sintoma, a mulher deve procurar um médico.




Paralisia facial atinge 80 mil pessoas por ano no Brasil

15/01/2017 - G1 - Fantástico


O rosto humano é uma máquina de comunicação. É com ele que expressamos nossas emoções. Para sorrir, são trinta e dois músculos trabalhando juntos, como num ballet.

Imagine, de repente, perder essa capacidade? O seu rosto simplesmente paralisar?

A repórter Gabriela Palhano sofreu com o distúrbio e conta sua experiência na reportagem.

Veja dicas do Presidente da Sociedade Brasileira de Neurologia – RJ, Osvaldo Nascimento.

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