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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 07/12/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Prêmios Abrafarma

07/12/2016 - DCI


A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) revela hoje à noite os vencedores da segunda edição do Prêmio Abrafarma de Jornalismo, iniciativa da entidade para reconhecer produções jornalísticas empenhadas em demonstrar a pujança do varejo farmacêutico. O DCI é finalista com a reportagem “Crise e concorrência seguram ganhos de drogarias menores”, do repórter Pedro Arbex. Também será entregue o Prêmio Parceiros do Ano, que, em sua terceira edição reconhecerá indústrias e distribuidoras que mais se destacaram em 2016.




Mercado Aberto: Anvisa pretende mudar regra dos suplementos alimentares em 2017

07/12/2016 - Folha de S.Paulo


A Anvisa (vigilância sanitária) deverá liberar a venda de suplementos para nutrição cosmética e esportiva para serem comercializados como alimentos no ano que vem, diz Thalita Lima, gerente-geral de alimentos do órgão.

Pela lei atual, considerada restritiva pela própria agência, produtos como cápsulas com substâncias concentradas são enquadrados como remédios e têm que enfrentar um processo longo para serem vendidos no Brasil.

O plano é que os suplementos passem a ser considerados alimentos pela Anvisa.

"É importante para o país buscar convergência com a regulação internacional. Permitiremos dezenas de substâncias, mas elas não vão poder ter alegação terapêutica."

Em 2016, o órgão emitiu 17 resoluções que tiraram de circulação produtos específicos com substâncias proibidas, contra 12 em 2015.

Neste ano, começou a vigorar um acordo com a Abenutri (de produtoras e distribuidoras estabelecidas) em que a associação notifica lojas que vendem suplementos proibidos pela Anvisa.

Se o comerciante não retirar o produto da prateleira, a Abenutri avisa a agência. Foram 32 casos no ano, afirma o presidente Marcelo Bella.

"Há mais demanda por causa da proliferação de academias, e, às vezes, por desconhecimento de importadores, substâncias proibidas são comercializadas."

O segmento de nutrição para esportes cresceu 9% em 2016, aponta a Euromonitor.




Droga para tratar câncer raro está há oito anos na fila para liberação

07/12/2016 - Folha de S.Paulo


Um impasse que se arrasta há oito anos tem impedido o registro no Brasil da droga lenalidomida, usada no tratamento do mieloma múltiplo, um tipo de câncer na medula óssea que atinge cerca de 30 mil pessoas no país.

O medicamento já foi aprovado em mais de 70 países. Sem o registro, tanto o SUS quanto os planos de saúde se negam a fornecer a droga sob amparo da lei federal que proíbe a oferta de remédios sem o aval da agência reguladora (Anvisa).

O entrave tem levado usuários a buscar a lenalidomida por via judicial. Os juízes, em geral, consideram que não há alternativa terapêutica e tendem a conceder liminares favoráveis ao paciente.

Existem ao menos 651 ações envolvendo a substância tramitando em segunda instância nos tribunais de Justiça do país, segundo levantamento feito pela Folha.

Um comprimido de 25 mg custa R$ 1.426. Um tratamento por seis meses ficaria em torno de R$ 257 mil.

"O paciente não pode ser privado de um medicamento que pode salvar sua vida por questões burocráticas da Anvisa", diz o advogado Rafael Robba. Nos últimos dois anos, o escritório em que trabalha ingressou com 13 ações requerendo a droga.

A Anvisa alega que a demora do registro ocorreu por falhas na documentação apresentada pela fabricante Celgene. Diz ainda que analisa novo pedido de registro.

No país, a lenalidomida é indicada quando as terapias convencionais falharam e houve recidiva do mieloma.

Segundo o hematologista Nelson Hamerschlak, do hospital Albert Einstein, a droga é fundamental nessas situações. "É muitas vezes a única opção de a pessoa continuar viva." Ele diz que menos de 10% dos pacientes vão precisar da substância.

Como o mieloma é um câncer incurável, é importante ter um leque de opções terapêuticas, explica o hematologista Angelo Maiolino, da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia).

"O que se busca é ampliar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida", afirma.

Segundo ele, a lenalidomida, associada a outras drogas, pode até triplicar a sobrevida em relação ao tratamento convencional.

Após a aprovação, uma nova luta deve ser iniciada para a incorporação da substância na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS, diz.

Para Hamerschlak, é preciso que o país firme um pacto que permita o acesso às drogas de alto custo no SUS sem a necessidade da judicialização.

"Estabelecer critérios muito bem definidos na indicação e limitar a distribuição aos centros de referência é uma forma de racionalizar o uso, de fornecer somente a quem realmente vai se beneficiar delas", afirma.

Ele diz que há outro problema na área das doenças hematológicas: o das drogas antigas e baratas, que estão sumindo do mercado porque as farmacêuticas não têm mais interesse na fabricação.


DEMORA


O advogado Rogério Oliveira, 46, teve diagnóstico de mieloma múltiplo em dezembro 2012, após meses de queixas de dores e dormência nos pés. Depois de se submeter a um autotransplante de medula óssea, recebeu a indicação da lenalidomida e a obteve por meio de liminar, em 2013.

"Foi um estresse porque, mesmo com a decisão judicial, demorei seis meses para conseguir o medicamento. A cada 21 dias, tinha que buscar uma nova caixa e sempre tinha atraso", lembra.

Em dezembro de 2013, os exames apontaram que a doença estava sob controle, e a substância foi suspensa. Após a experiência, Oliveira decidiu montar uma associação para ajudar pacientes com mieloma. "Viver com uma doença que não tem cura é um peso muito grande. Dividir experiências e lutar juntos por coisas como o acesso aos medicamentos acaba nos fortalecendo", diz ele.


ANVISA ANALISA NOVA PEDIDO DE REGISTRO DA DROGA


Em nota, a Anvisa informa que avalia uma nova solicitação de registro da substância lenalidomida, apresentada pela farmacêutica Celgene Brasil no fim do ano passado.

A empresa tenta registrar a droga no Brasil desde 2008. Nos EUA, a substância foi aprovada em 2005, e, na Europa, em 2006.

Também em nota, a Celgene diz que, dessa vez, foram apresentados dados suplementares, além de um plano de minimização de risco, incluindo um programa de prevenção de gravidez, conforme solicitação da Anvisa.

Em 2012, quando indeferiu o pedido de registro, a agência publicou uma nota com os argumentos, mas foi criticada por hematologistas e pacientes.

Segundo a Anvisa, no pedido de registro de novembro de 2008, feito pela Zodiac (representante da Celgene no Brasil), a negativa se deu pela ausência de estudos que apontassem a superioridade da substância em relação ao tratamento vigente desde 2005. O estudo científico apresentado comparava a droga apenas com o placebo.

A exigência é feita quando se deseja registrar um produto como opção de tratamento de segundo nível (quando há falha na primeira opção terapêutica).

A Anvisa diz que também não foi apresentado um plano de riscos satisfatório para o medicamento, considerando que seus efeitos são semelhantes aos da talidomida (risco de má formação fetal).

Um dos argumentos era que o mieloma múltiplo acomete mais os idosos e, por isso, o plano de risco não seria necessário.

No Brasil, não há estatísticas exatas, mas estima-se que há cerca de 30 mil pacientes em tratamento, sendo que 80% deles têm mais de 60 anos de idade.

"A experiência mostra que a maior parte dos acidentes com uso da talidomida ocorre não com pacientes, mas com pessoas próximas aos pacientes, como mulheres, filhas e irmãs", disse a Anvisa.

A Zodiac chegou a entrar com recurso pedindo a revisão da decisão, mas, segundo a agência, não foram apresentados argumentos suficientes para alterar a conclusão anterior.




Anvisa libera importação de 7 novos produtos com canabidiol

07/12/2016 - Bem Estar


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou nesta segunda-feira (5) a lista de produtos com canabidiol, derivados da maconha, que podem ser importados por pessoa física, para uso próprio, em um processo mais simples no Brasil.

São 7 novos produtos, quase todos fabricados nos Estados Unidos, que poderão ser importados por brasileiros que precisam de acesso ao canabidiol, em associação com outros canabinóides, como o THC, para tratamentos médicos. O acesso aos produtos deverá ser feito por meio de prescrição médica com indicação da opção de tratamento. A autorização excepcional possui validade de um ano.

Com essa liberação, a Anvisa permite que, ao todo, 11 produtos com as substâncias encontradas na maconha sejam trazidos do exterior. A agência lembra que nenhum deles tem registro no Brasil ou passou por testes clínicos dos órgãos.


Veja a lista de novos produtos liberados
CBDRX CBDOil
Charlotte Web HempExtract
EndocaHempOil
ElixinolHempOilCBD
EVR HempOilCBD
Mary’s Elite CBD Remedy Oil
PurodiolCBD


Produtos liberados desde maio de 2015
CibdexHemp CBDComplex
HempBlend
Real Scientific Hemp Oil (RSHO) CBD
RevividLLC HempTincture

Aplicativo para engajar paciente envolve médico, indústria, operadora de saúde e farmácia

07/12/2016 - DCI Online


Lembrar o paciente de tomar o medicamento na hora correta, auxiliar os operadores de saúde e os médicos no acompanhamento de doentes crônicos, ajudar nas vendas das farmácias e ser um canal de estudo mercadológico para a indústria farmacêutica. Essas são as premissas do aplicativo Dr. Cuco, criado por dois jovens em Florianópolis em 2015.

Com foco no mercado B2B, a startup aposta nas novas tecnologias para revolucionar o setor da saúde e já anuncia para o próximo ano o lançamento da segunda versão do aplicativo, que terá a primeira enfermeira digital do país, baseada na plataforma de inteligência artificial Watson, da IBM.

Os sócios Lívia Cunha, de 24 anos, e Gustavo Comitre, de 23, ainda eram estudantes de Administração quando decidiram empreender. Ela, filha de médicos, e ele, um doente crônico. Ambos entendiam as necessidades de cada lado e uniram suas experiências para criar uma plataforma que fosse completa.

Para o paciente, o Dr. Cuco é um aplicativo para lembretes de remédios, cadastro de histórico de medicamentos e uma eventual busca de preços em farmácias. Mas, para as operadoras de saúde, o app é uma ajuda para reduzir a taxa de sinistralidade, ou seja, o acionamento do seguro pelo paciente.

Conforme explica Lívia, CEO da startup, essa taxa está diretamente relacionada ao excesso no uso de serviços assistenciais, consultas, exames, internações e hospitalização. Entre as maiores causas desse excesso estão o uso incorreto de medicamentos e a falta de cuidado que muitos pacientes têm com a própria saúde.

Para ajudar o paciente a seguir o tratamento correto, o prontuário médico é integrado ao software da plataforma. "O profissional da saúde faz a prescrição dos medicamentos e ela é disponibilizada no app, que, por sua vez, passa a enviar ao paciente os lembretes para o consumo do remédio", diz.

Para os operadores de saúde, o Dr. Cuco monitora de forma eficiente e mais barata os doentes crônicos. A CEO aponta que, atualmente, as operadoras realizam esse monitoramento por meio de call center, o que gera um custo em torno de R$ 800 a R$ 1 mil referente a cada paciente atendido.

Para simplificar o processo, os sócios incluíram no aplicativo um robô que conversa diretamente com o paciente. Essa funcionalidade estará disponível a partir de janeiro de 2017. "Um diabético poderá conversar com o Dr. Cuco ativando o microfone do aplicativo para pedir instruções, dicas sobre hábitos alimentares e tirar dúvidas. Mas em caso de questionamento específico, no qual não tenhamos autonomia para responder, o paciente é orientado a procurar o médico", destaca Lívia.

Para idosos que têm dificuldade em manejar um smartphone, o aplicativo solicita que seja cadastrado no sistema o nome de seus familiares, para que sejam notificados se o sistema identificar que algum remédio não foi consumido.

Para engajar os pacientes, a plataforma oferece um programa de recompensas, semelhantes a milhas de cartões, para que sigam à risca o tratamento.

O projeto piloto foi conduzido no Hospital Santa Helena, no ABC paulista, com gestantes de alto risco que precisavam evitar partos prematuros. Os enfermeiros conseguiam acompanhar pelo aplicativo as gestantes que estavam tomando o cuidado necessário e identificar as que tinham baixo engajamento ou não confirmavam a ingestão de algum remédio.


FARMÁCIAS


Para os estabelecimentos comerciais, o Dr. Cuco promete ajudar nas vendas. Dentro do aplicativo, o usuário consegue cotar os preços de medicamentos vendidos sem prescrição e, se for o caso, ser redirecionado ao site do estabelecimento para finalizar a compra. Ele também é avisado quando está chegando ao fim seu medicamento e orientado a procurar a farmácia que o serviço de geolocalização do app identificar como mais próxima.

A ideia é que a startup fique com um percentual sobre as vendas efetivadas com a ajuda do aplicativo.


INDÚSTRIA FARMACÊUTICA


Para os fabricantes de medicamentos, o Dr. Cuco é voltado para estudo do comportamento do consumidor, inteligência de marca e produto. A indústria, assim como as operadoras, também tem uma base de clientes monitorados. Lívia explica que as fabricantes costumam oferecer uma área, geralmente no site, de contato e instrução ao paciente.

A startup sincroniza com a plataforma essa base de clientes, para que a companhia possa monitorar diretamente do app e gerar relatórios sobre hábitos de consumo, ingestão correta do medicamento, abandono do uso, troca de marca e outros comportamentos.


SEGURANÇA


Os dados são protegidos e agrupados. Somente os médicos têm acesso ao prontuário completo, para que o atendimento aos doentes crônicos seja personalizado e o profissional tenha em mãos o histórico dos pacientes. No caso dos demais clientes e da equipe da startup, o acesso é restrito a dados isolados, como tipo de remédio consumido, idade do usuário e sexo.


INÍCIO E PLANOS


No mesmo ano de sua fundação, em 2015, a Dr. Cuco participou do Circuito Internacional do hospital Albert Einstein e do programa de aceleração StartupSC. Um investidor anjo fez um aporte de R$ 600 mil na plataforma.

A operação começou em agosto de 2016 e só neste período a startup ganhou 12 prêmios. Atualmente a empresa trabalha com um time de oito pessoas e tem uma base de 15 mil pacientes.

Para 2017, além da segunda versão do aplicativo com o robô, já está acertado o início de um novo projeto piloto no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, onde os jovens farão o estudo clínico de pacientes com infarto do miocárdio para avaliar a taxa de engajamento e a adesão aos medicamentos. Os empreendedores esperam registrar faturamento a partir de fevereiro .




Santa Casa consegue R$ 360 mi da Caixa

07/12/2016 - O Estado de S.Paulo


A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo conseguiu uma nova linha de crédito com a Caixa Econômica Federal para reacomodar R$ 360 milhões da dívida da instituição no formato de um novo empréstimo.

O contrato tem prazo de pagamento de dez anos e a expectativa é de que a liberação dos recursos aconteça nos próximos 30 dias.

Dessa forma, tenta-se conseguir um respiro para renegociar com fornecedores a fim de regularizar o fornecimento de insumos e permitir que a Santa Casa volte a funcionar em sua totalidade, retomando cirurgias eletivas, que estão atrasadas. Segundo José Luiz Setúbal, provedor da Santa Casa de São Paulo, hoje o hospital opera em cerca de 70% a 80% do ideal. Plenamente funcionam apenas os serviços de emergência de pronto socorro e ambulatório.

Ao Estado, ele explicou que esses R$ 360 milhões do novo empréstimo são parte da dívida total de cerca de R$ 800 milhões da instituição. “O que estamos fazendo agora é transferir a dívida que temos com bancos, incluindo a Caixa, e fornecedores para esse linha de crédito.

Haverá carência de juros no primeiro ano, o que nos dará um fôlego”, disse.

Segundo ele, o problema com os fornecedores é hoje o mais gritante para a Santa Casa. “É isso que está parando o nosso funcionamento. Como a gente deve muito, paga mais caro que o mercado. Mas com o dinheiro na mão fica mais fácil negociar.” Com o acordo, diz Setúbal, haverá uma redução nos juros mensais, que atualmente estão na ordem de R$ 9 milhões, o que deve ajudar a prosseguir com planos de transformação da operação.

O médico assumiu a gestão da Santa Casa em julho do ano passado, em meio a uma das maiores crises da instituição, com o objetivo de sanar a saúde financeira do hospital. “Agora vamos acertar dívidas com bancos e com fornecedores. Essas medidas são importantes e necessárias, mas não são suficientes”, afirmou. Para ele, a nova etapa agora é melhorar a eficiência e aumentar a receita. “Temos de fazer a lição de casa. Estamos na fase de avaliar novas fontes de receita, como fazer outros tipos de serviço, por exemplo, com a Prefeitura de São Paulo, buscar emendas parlamentares, fundos de renúncia fiscal, fundo do idoso.” Pelos cálculos de Setúbal, para deixar a casa em ordem e retomar o nível de atendimento que havia antes do início da crise, seria necessária uma renda mensal de R$ 11 milhões a R$ 12 milhões. Hoje a receita está em torno de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões. Havia a intenção de vender um imóvel na Avenida Paulista, mas não se concretizou.

“Se tivéssemos conseguido, a situação estaria melhor.

Para o acordo com a Caixa, usamos os imóveis maiores como garantia desse empréstimo.

Mas no ano que vem teremos de vender algum imóvel, talvez algum menor.” Ele negou a possibilidade de haver novas demissões ou redução de serviços. “Temos metas para os próximos três anos e a ideia é manter o mesmo nível de atendimento que tínhamos antes. Buscamos melhorar a eficiência, mas não há planos de abandonar nenhum serviço.” Modelo para outras unidades.

O acordo foi fechado ontem em evento no Palácio do Planalto, com a presença do presidente da República, Michel Temer (PMDB), do ministro da Saúde, Ricardo Barros, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do presidente da Caixa, Gilberto Occhi, além de Setúbal. Temer afirmou esperar que esse modelo de reestruturação possa se reproduzir em todas as Santas Casas do País.

“Como as Santas Casas sempre têm muitas dificuldades, eu acho que o Gilberto Occhi (presidente da Caixa) e os senhores vão ter muita gente batendo às portas lá da Santa Casa. E eu espero que este ato também possa reproduzir-se em todas as Santas Casas do País”, disse.

Alckmin lembrou que em todo o Brasil, as Santas Casas têm dívidas que chegam a R$ 2 bilhões.

Segundo ele, o acordo firmado hoje reduz em 30% os juros da dívida da instituição em São Paulo, dá prazo de dez anos para pagamento e um ano de carência.

“É um modelo que defendemos seja replicado para outras Santas Casas”, afirmou, uma vez que tira o hospital de “bancos privados com juros altíssimos”.

Planos de saúde devem abrir ação criminal contra 100 médicos

07/12/2016 - Valor Econômico


A Abramge, associação das operadoras de planos de saúde, pretende entrar, em janeiro, com uma ação criminal contra 100 médicos que adotaram procedimentos considerados desnecessários e levaram o paciente à morte ou deixaram sequelas graves. Podem ser cirurgias ortopédicas, envolvendo órteses e próteses, operações bariátricas, cardíacas, entre outros procedimentos médicos.

O objetivo do setor é inibir as liminares judiciais acionadas por pacientes que pleiteiam cobertura de atendimento. Há casos em que as liminares são incentivadas pelos próprios médicos que, por sua vez, têm um honorário maior.

No ano passado, as operadoras de planos de saúde perderam R$ 1,2 bilhão em ações judiciais. Segundo Pedro Ramos, diretor da Abramge, é comum as operadoras não recorrem das liminares, principalmente, nos casos dos pacientes sem patrimônio imobiliário porque os processos jurídicos levam anos e, normalmente, o judiciário dá ganho de causa ao paciente. Na visão da Abramge, de cada dez ações, só em três delas o beneficiário de convênio médico tem razão.

Os médicos alvo da ação criminal, cujos nomes não foram divulgados, têm processos judiciais em andamento. Segundo a Abramge, em São Paulo, há mais de 30 processos públicos abertos por uma única operadora. Em Brasília e Minas Gerais, há processos criminais em curso e no Rio Grande do Sul, os casos estão em fase de inquérito criminal.

Questionado se é possível comprovar se esses médicos realmente agiram de má fé, o diretor da entidade destaca que a perícia médica pode trazer essa comprovação. "Aparentemente a detecção é simples. Basta pegar o pré operatório, verificar a indicação médica, conferir o pró cirúrgico. A perícia médica é capaz de verificar a causa mortis e a real necessidade da cirurgia realizada", disse Ramos. Ele pontuou ainda que a Abramge está há dois anos preparando dossiês sobre fraudes no setor da saúde.

Entre essas ações judiciais, a maior incidência ocorre nas cirurgias de coluna.

Há cerca de cinco anos, a Bradesco Saúde fez uma parceria com o Hospital Albert Einstein para incentivar o paciente a pedir uma segunda opinião sobre a indicação de cirurgia de coluna e foi constatado que 60% dos pedidos eram desnecessários.

Em 2015, foi criada uma CPI para investigar a máfia das órteses e próteses e em setembro deste ano foram presas 13 pessoas, entre médicos e empresários. Os médicos faziam cirurgias desnecessárias para ganhar comissão das fabricantes de próteses.

Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o valor de uma mesma prótese de quadril pode variar de R$ 2,2 mil a R$ 16, 7 mil.

"Nessa formação de preço entra de tudo: comissões de comercialização, sobrepreço aplicado por hospitais, lucro de distribuidores, tributos e até prêmios para médicos", informa boletim do IESS.




Ressecamento ignorado

07/12/2016 - Correio Braziliense


O desconhecimento da mulher em relação a sua anatomia e como essa falta de intimidade com o próprio corpo interfere na vivência plena da sexualidade e no cuidado com a saúde é um assunto que, impulsionado pelo debate sobre igualdade de gênero, vem sendo objeto de pesquisas e se popularizando com as redes sociais. O tema foi, inclusive, abordado na série norte-americana de sucesso Orange is the new black, exibida no Brasil pela Netflix. No episódio A whole other hole (que foi traduzido no Brasil por O buraco é mais em cima), da segunda temporada, as detentas se surpreendem com a informação de que a menstruação e o xixi não saem pelo mesmo lugar e vão todas ao banheiro para constatar a existência da uretra.

A ficção se sustenta na realidade. Pesquisa feita pelo Ibope mostrou que 88% das brasileiras entrevistadas tinham algum grau de desconhecimento sobre o ressecamento vaginal: 20% não sabiam o que é e 68% conheciam pouco. Entre as que tiveram a complicação (29%), 40% disseram não ter procurado o médico por achar que era normal e, portanto, sem necessidade de tratamento, 86% afirmaram que o ginecologista nunca havia tocado no assunto de forma espontânea nas consultas de rotina e 64% buscaram informações sobre ressecamento vaginal na internet.

Presidente da Comissão de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e coordenadora do Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), Lucia Alves Silva Lara afirma que os resultados são consequência de falta de políticas públicas direcionadas para a educação sexual feminina. “No contexto da mulher adulta, a ausência de programas de educação sexual a priva do conhecimento sobre a função sexual adequada e a relega às experiências sexuais fantasiosas, baseadas em mitos e em informações leigas. É conhecido que as disfunções sexuais aumentam com o progredir da idade, sendo a redução do desejo sexual um dos principais motivos de procura por consultas com o ginecologista”, justifica a médica.

A pesquisa do Ibope mostra como o ressecamento vaginal impacta a qualidade de vida das mulheres: 76% das que tiveram o problema relataram impacto na vida amorosa, 27%, na vida social, 24%, no trabalho, e 22%, na prática de atividade física. Entre as mesmas entrevistadas, os sintomas mais citados da complicação foram: região da vagina ressecada (69%), dor durante o sexo (69%) e ardência na região (44%). Participaram da sondagem 1.007 brasileiras com mais de 16 anos, acesso à internet, das classes A, B e C e de todas as regiões do país.


TODAS AS IDADES


Mais da metade das entrevistadas (57%) disse acreditar que qualquer mulher pode ter ressecamento vaginal. Entre as brasileiras com mais de 55 anos, no entanto, 56% consideraram que o problema atinge apenas as mulheres mais velhas. Lucia Alves explica que o ressecamento vaginal é frequente no pós-parto e pode ocorrer também em razão do uso de medicamentos. “Por exemplo, em algumas situações clínicas que cursam com a redução do hormônio feminino chamado estrogênio. Mas é muito mais comum no climatério e, em especial, na peri e pós-menopausa”, explica.

A especialista em sexualidade humana ressalta, porém, que jovens podem enfrentar o problema. “Um exemplo são as puérperas que amamentam e apresentam quatro vezes mais risco de sentir dor nas relações sexuais devido ao ressecamento da vagina. A falência ovariana prematura (menopausa precoce), a quimioterapia, a radioterapia, a redução do desejo sexual e a dificuldade de excitação durante a relação sexual também são condições que levam ao ressecamento vaginal”, diz (Leia Para saber mais)


TERAPIA HORMONAL


O ressecamento vaginal ocorre quando a lubrificação da vagina é pouca ou ausente e pode provocar sensação de irritação ou queimação, coceira, diminuição da elasticidade da vagina e dor durante a relação sexual. O tratamento clássico é a terapia hormonal à base de estrogênio, com a aplicação do medicamento na vagina. “Os lubrificantes melhoram o desconforto nas relações sexuais, mas nem sempre são suficientes para melhorar a dor”, alerta Lucia.

Outra opção disponível é o ácido poliacrílico para uso intravaginal. “Esse composto deve ser colocado dentro da vagina a cada três dias, formando um filme protetor sobre a mucosa vaginal para prevenir a dor na relação sexual”, explica a médica, ressaltando, em seguida, que nenhum medicamento pode ser usado sem o diagnóstico do problema e a prescrição de um especialista.

Se não tratado, o ressecamento vaginal pode ocasionar traumas na vagina durante o ato sexual e aumentar o risco de infecções vaginais, urinárias e os sintomas de prurido (coceira) e queimação, desagradáveis para a mulher e capazes de comprometer a qualidade de vida, interferindo na rotina, no sono e no desempenho das atividades diárias.


QUESTÃO DE EDUCAÇÃO


A Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca a sexualidade como um dos pilares da qualidade de vida de todo indivíduo. “Freud postulou que o ser que não desenvolve plenamente sua sexualidade não é um ser completo e estará exposto a alterações emocionais e maior risco de desenvolver doenças mentais. Hoje, as evidências científicas indicam que a vivência sexual saudável é primordial para o bem-estar e fundamental para a longevidade das relações afetivas”, reforça a ginecologista Lucia Alves Silva Lara.

Sendo assim, segundo a especialista, é essencial que a pessoa vivencie o aspecto prazeroso do sexo, para além de sua finalidade reprodutiva. “A mulher tem dificuldade em se tocar e explorar a própria genitália. Algumas técnicas que envolvem o tratamento das que não conseguem ter orgasmos durante a relação sexual são justamente a exploração da genitália e a masturbação. A mulher que não tem intimidade com o próprio corpo e com a sua genitália pode ser privada do prazer sexual”, afirma.

Uma das formas de mudar esse cenário é pela educação sexual. Lucia reforça que essa abordagem nas escolas comprovadamente fortifica a menina para que ela postergue a primeira relação e tenha uma vivência sexual saudável. “Há fortes evidências na literatura científica de que a educação sexual nas escolas, quanto mais cedo for instituída, aumenta a eficácia em termos de prevenção da iniciação sexual precoce e de comportamento sexual de risco”, atesta.

Segundo a médica, meninas que iniciam as relações sexuais com menos de 16 anos estão mais sujeitas a arrependimentos, distorção da autoimagem, autoestima baixa, maior ingestão de álcool, depressão e gravidez não planejada. “Assistimos com espanto às notícias de que os temas sexualidade e gênero podem não mais ser discutidos nas escolas. Enquanto isso, adolescentes iniciam as relações sexuais cada vez mais cedo, com implicações importantes para a saúde geral, privados de uma adequada educação sexual”, observa. (VM)

“No contexto da mulher adulta, a ausência de programas de educação sexual a priva do conhecimento sobre a função sexual adequada e a relega às experiências sexuais fantasiosas, baseadas em mitos e em informações leigas”

Lucia Alves Silva Lara, presidente da Comissão de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e coordenadora do Ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.


EFEITO PÓS-PARTO


Estima-se que 70% das mulheres que estão amamentando possam sentir a vagina ressecada. Especialista em saúde da mulher, a fisioterapeuta Sabrina Baracho explica que o ressecamento vaginal no pós-parto tem relação com a produção da prolactina, um dos hormônios responsáveis pela produção do leite materno, que também atua na diminuição do estrogênio. No caso das puérperas, o tratamento medicamentoso com estrogênio é controverso e a abordagem vai variar entre especialistas. Na maior parte dos casos, a indicação será o uso de lubrificante.

No pós-parto, a mulher pode sentir ainda a diminuição do desejo sexual em razão de estar voltada para o cuidado com o bebê. Assim, a retomada da vida sexual tende a ser um desafio para os casais. “É um ciclo, o ressacamento causado pela redução do estrogênio provoca dor na relação sexual, a dor trava a musculatura, a tensão muscular provoca mais dor, que diminui o desejo e, consequentemente, a lubrificação”, observa. Por isso, é consenso internacional que toda mulher passe por um fisioterapeuta após o parto para a avaliação da musculatura do assoalho pélvico.

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