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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 29/11/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Ministério da Saúde libera R$ 62 milhões para compra de medicamentos

29/11/2016 - Agência Brasil


O Ministério da Saúde liberou cerca de R$ 62 milhões para a compra de medicamentos para tratamento de câncer, Parkinson e esclerose lateral amiotrófica (ELA). Os remédios fazem parte do Componente Especializado de Assistência Farmacêutica – CEAF.

Os estados do Centro-Oeste receberão R$ 5,2 milhões para a compra dos medicamentos; para a Região Sudeste foram destinados R$ 39,6 milhões; para o Sul, R$ 9,1 milhões; os estados do Nordeste receberam R$ 6,9 milhões e os do Norte, R$ 1,3 milhão.

Os medicamentos CEAF têm a compra centralizada pelo Ministério da Saúde, mas os estados, o Distrito Federal e os municípios são os responsáveis pela seleção, aquisição, armazenamento, controle de estoque e prazos de validade, além da distribuição e dispensação dos produtos.




Tecnologia acompanha o desenvolvimento da indústria farmacêutica

28/11/2016 - Portal Panorama Farmacêutico


Mundialmente, o Brasil ocupa a sexta posição no ranking da indústria farmacêutica, que deve atingir R$ 90 bilhões nos próximos cinco anos – os dados são da IMS, empresa responsável pela auditoria do mercado farmacêutico mundial.

Com o crescimento do setor, que é altamente regulamentado, a tecnologia torna-se indispensável, uma vez que traz contínuas inovações, maior assertividade para a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos, além de oferecer informações de todo o processo de fabricação dos produtos farmacêuticos, chegando à cadeia de fornecimento, vendas, finanças, entre outras questões ligadas ao negócio.

Por meio de softwares, é possível gerenciar a matéria-prima utilizada para a fabricação de produtos – a começar pela cotação, ordem de compra, recebimento das mercadorias, controle da validade dessa matéria-prima e dos lotes de produtos produzidos.

Além de controlar o ciclo produtivo, as soluções tecnológicas são responsáveis pela rastreabilidade dos produtos. Isso se reflete diretamente na cadeia logística (todo o transporte de medicamentos é acompanhado – da saída da indústria/laboratório ao destino final), fator que contribui para o controle de qualidade.

Ao fornecer informações analíticas do negócio, os sistemas de gestão também oferecem novas possibilidades de escolhas, eficiência na produção e evitam ou minimizam as falhas durante as operações, o que é de extrema importância para a área de saúde.

No caso da indústria farmacêutica animal não é diferente, com a crescente preocupação e busca por novos produtos, a necessidade de inovação tecnológica aumentou e com isso, cada vez mais, parte dos recursos financeiros é destinado à tecnologia, que prepara essas empresas para os desafios globais e gera valor ao negócio.

A informatização dos processos garante dinamismo a cada setor da corporação e assertividade para as tomadas de decisões. Para a área comercial, por exemplo, há softwares que permitem a automação no controle de remuneração variável e a melhoria na gestão de pedidos. Entrando para o setor industrial, observamos que os benefícios vão desde a gestão de documentos até a rastreabilidade de lote e controle de qualidade com uso de padrões que permitem a automação da identificação dos lotes e produtos.

Quanto ao departamento financeiro e à controladoria, as melhorias estão concentradas no controle de operações, integração com as áreas de negócios, apuração dos resultados, controle de projetos e investimentos. Já para a área fiscal, há soluções que geram todas as obrigações fiscais em uma única ferramenta totalmente integrada.

Os benefícios se estendem para toda organização. Ao gerar e unificar informações estratégicas, a tecnologia aumenta o nível de competitividade das empresas, eleva o nível de governança e as prepara para novas oportunidades de mercado, em âmbito nacional e internacional.

Apenas 35% das cidades têm prontuário eletrônico do SUS

28/11/2016 - G1 - Jornal Nacional


Está terminando o prazo para todos os municípios brasileiros adotarem o prontuário eletrônico - que acelera o atendimento no SUS, mas a maioria ainda não tem o sistema.

A dona Ilana foi para uma consulta e não precisou repetir para a médica todo o histórico de atendimentos. Etsá tudo no prontuário eletrônico. Até os resultados de exames laboratoriais podem ser acessados pelo computador, em qualquer posto de saúde de Belo Horizonte.

“Facilita porque se eu tivesse que sair para pegar o exame em outro lugar, outro dia, já são esforços grandes para quem está em de processo assim, de doença, então é complicado. Eu achei fantástico”, diz a fotógrafa.

A consulta fica mais eficiente também para o SUS.

“A gente pode atender mais pessoas porque está mais rápido através do sistema”, garante a médica Valéria Bossi Simão.

Mas no norte de Minas, Glaucilândia não tem essa modernidade nos postos de saúde não.

“Nós não temos internet e não temos também os computadores ainda. Nós estamos aguardando um posicionamento do Ministério da Saúde”, afirma o prefeito da cidade, Geraldo Martins de Freitas.

É que foi o Ministério da Saúde que criou o sistema eletrônico em 2011 e determinou que ele deveria ser implantado em todo o país.

Deveria. Porque, segundo o Governo Federal, cerca de 65% dos municípios brasileiros ainda não colocaram em prática o prontuário eletrônico. Neles, os postos de saúde continuam registrando os históricos dos pacientes só no papel.

O problema é que o prejuízo para população pode ser ainda maior que o atraso tecnológico.

Os repasses financeiros para programas como o "Saúde da Família" podem ser suspensos para os municípios que não implantarem o prontuário eletrônico até o dia 10 de dezembro, nem justificarem o atraso.

Os municípios alegam que apesar de a portaria ser antiga, o prazo final só foi definido há dois meses.

“Nós podemos ter suspensão de serviços, falta de materiais. Então, a partir do momento que os municípios deixarem de receber os recursos federais para a atenção básica, a gente pode ter todos esses problemas”, diz Juliana Marinheiro, da Associação Mineira de Municípios

“O tempo nosso também é gasto demais com esse tipo de atendimento, uma coisa que, com um click, nós conseguiríamos resolver o problema”, avalia a enfermeira Fátima Barroso.

O Ministério da Saúde declarou que trabalha com o Ministério das Comunicações para fortalecer a transmissão de dados. E que os gestores que tiverem dificuldades na implantação do prontuário devem enviar as solicitações até o dia dez de dezembro.




Inovações revolucionam a saúde

29/11/2016 - Valor Econômico


As inovações na indústria da saúde estão levando a uma revolução na forma como as enfermidades são prevenidas e tratadas. No Brasil, apesar de ainda se concentrarem em ilhas de excelência, as novas tecnologias de apoio a gestores, profissionais e pacientes tendem a se disseminar, impulsionadas por avanços na inteligência artificial, internet das coisas e integração de dados pela nuvem, entre outras áreas.

De olho em um mercado que corresponde a 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB), os grandes fornecedores globais apostam na digitalização da saúde para oferecer soluções que aumentem a produtividade e a eficiência.

Cirurgias auxiliadas por robôs e softwares que aprendem com o uso e dispositivos para monitoramento remoto de pacientes são algumas das inovações disponíveis. Um campo promissor é a telemedicina, que já beneficia pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em especialidades como cardiologia, dermatologia e radiografia.

A Siemens lançou recentemente a primeira sala de comando remoto do mundo para equipamentos de ressonância magnética, que permite ao especialista realizar os exames de qualquer lugar por meio da internet.

Na parte laboratorial, o sistema CentralLink fornecido pela empresa dá autonomia para a liberação automática de 80% dos resultados de exames sem necessidade de revisão por um responsável técnico. "O Brasil é o sétimo maior mercado em diagnósticos e acreditamos no enorme potencial de pesquisa e inovação do país, tanto que investimos na fabricação local de nossos equipamentos e fortalecemos parcerias com universidades", diz o CEO da Siemens Healthineers no Brasil, Armando Lopes.

O Laboratório Fleury é o primeiro do país a usar um sistema de tecnologia cognitiva para diagnósticos com análise genômica. Desenvolvido pela IBM, o Watson aprende interagindo com profissionais de saúde e consegue correlacionar dados científicos com os atributos dos pacientes. A tecnologia também está sendo utilizada pela indústria farmacêutica TheraSkin na pesquisa de novas drogas. "O Watson empodera os cientistas, que agora fazem em minutos o que antes levavam meses", diz o responsável pela área no Brasil, Eduardo Cipriani. A partir de dezembro, o sistema passa a ser usado no tratamento de câncer, por um hospital de nome ainda não divulgado.

"Tenho 20 anos de experiência na área e nunca vi tantas startups", comenta a diretora sênior global de software para gestão hospitalar da Philips, Solange Plebani. Para ela, dois fatores têm impulsionado a inovação. O primeiro é a dificuldade em manter a qualidade dos serviços de saúde, diante do aumento da expectativa de vida e de doenças crônicas. O segundo é a busca por mais resultados para o paciente, que tem ganhado protagonismo nos cuidados continuados. Uma parceria da empresa com a Unimed de Maringá (PR) lançou o sistema PrevMed para mapear a saúde de 180 mil clientes e desenvolver ações específicas de prevenção de doenças.

Aumentar a produtividade pelo investimento em inteligência e conectividade é o foco da GE Healthcare. "Temos nos colocado hoje muito mais como uma empresa de consultoria que como uma vendedora de equipamentos", diz o presidente Daurio Speranzini Júnior. Ele lembra que essa mudança passa também pelo redesenho de processos, layout de ambientes e fluxo de pacientes. Uma das grandes demandas pela consultoria da empresa vem de hospitais privados que buscam aperfeiçoar suas áreas de emergência.

O Hospital 9 de Julho, de São Paulo, acaba de fechar parceria com a Microsoft e será o primeiro do mundo a implantar uma tecnologia de ponta para monitorar situações de risco dos pacientes. Por meio de sensores de imagem, o sistema detecta movimentos fora do padrão, como a iminência de uma queda do paciente. "O que identificarmos na pesquisa vai ser aplicado em outros países", afirma o diretor geral Alfonso Migliore Neto. No dia 24, o hospital inaugurou uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) high tech para pacientes com câncer. Em breve, vai comprar por US$ 3,5 milhões o segundo robô Da Vinci, que faz cirurgias.

"A digitalização democratiza o acesso à saúde", diz o gerente médico do serviço de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, Eduardo Cordioli. Um dos serviços oferecidos pela instituição é o Programa Cuida Diabetes, que emprega um aplicativo de celular para apoiar os pacientes nos cuidados com a saúde. O software usa linguagem natural para responder automaticamente às dúvidas dos usuários e aprende com as orientações da equipe de saúde. Outros aplicativos semelhantes auxiliam na gestão do pré-natal e do calendário de vacinas.

Os cinco tipos de câncer mais comuns no Brasil

28/11/2016 - Revista Onco


OS NÚMEROS DO CÂNCER NO BRASIL PARA O BIÊNIO 2016-2017 SÃO PREOCUPANTES. SEGUNDO OS REGISTROS DO INSTITUTO NACIONAL DE Câncer (Inca), serão diagnosticados cerca de 600 mil noves casos da doença. Com exceção do câncer de pele não melanoma (cerca de 180 mil novos casos), serão 420 mil ocorrências. Os dados confirmam uma tendência que já havia sido apontada. no relatório publicado na revista Lancet Oncology do ano passado sobre a situação do câncer na América Latina. De acordo com a pesquisa, o número de doentes vai aumentar 389º no Brasil ao longo da próxima década, passando de 366 mil noves casos em 2009 para 5/6 mil em 2020.

O perfil epidemiológico da doença é parecido com o de outros países da. América Latina e do Caribe. Aqui, os tumores de próstata (estimativa de 61 mil casos) em homens e de mama (58 mil casos) em mulheres são os mais frequentes. Além da próstata (28,6%), as ocorrências principais em homens são pulmão (8,19%), colorretal (7,8%), estômago (6%) e cavidade oral (5,29%). Em mulheres, em seguida aos casos de câncer de mama (28,19%), estão os de cólon e reto (8,69%), colo do útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,79%). As taxas não levam em conta os casos de câncer de pele não melanoma.

Como acontece em outros países da América Latin0a, a proporção dos diferentes tipos de câncer é semelhante àquela que foi apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos países emergentes. No Brasil, ainda se registram altos índices de tumores causados por infecções evitáveis (estômago, colo do útero), convivendo ourei o aumento no número de casos de cânceres malignos característicos das sociedades industrializadas (pulmão, mama, colorretal, entre outros).

As neoplasias são a segunda maior causa de morte no pais, segundo o Inca, com 190 mil óbitos por aro, sem contar os casos de pessoas que morrem sem nem ter tido a chance de serem diagnosticadas. No entanto, a incidência e a mortalidade pela doença são muito diversas de acordo com o tipo de tumor, o sexo e as características da região. "Para se ter uma ideia melhor da doença e principalmente do seu monitoramento e controle, seria muito importante a realização de estudos regionalizados dos registros e dos padrões de cada tipo de tumor", afirma Maria Paula Curado, coordenadora de epidemiologia do A C. Camargo Câncer Center e do International Prevention Research Institute.

Os dados epidemiológicos brasileiros são fundamentais para o desenvolvimento de ações orientadas para a prevenção e o controle da doença e se baseiam nos Registros de Câncer (centros de informação supervisionados pelo Inca) e no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Mas eles registram apenas as estimativas de taxa de incidência para cada região segundo sexo e localização primária. "Na maioria dos países desenvolvidos são feitos estudos mais detalhados, que mostram o estadiamento dos tumores, a morfologia e a localização no órgão afetado", afirma Maria Paula. "Isso faz diferença no prognóstico e no tratamento."

"Se os dados apontam o aumento de casos de câncer de mama, precisamos saber se a frequência é maior nos estágios clínicos 1 e 2, que são iniciais, e se o 3 e 4 estão diminuindo", lembra Maria Paula. "Isso mostraria o sucesso ou não das campanhas de prevenção." Esses detalhes, segundo a especialista, fazem diferença para medir o alcance da política de saúde. "Pelo menos nos tumores mais incidentes -mama, colo do útero, colorretal e pulmão - seria importante ter o diagnóstico completo", diz.

Os dados disponíveis sugerem um aumento entre os tipos de câncer normalmente associados ao envelhecimento da população e à adoção de hábitos de risco, como fumo, dieta inadequada, falta de exercícios físicos e exposição a poluentes - casos dos tumores de mama, próstata e colorretal. Nos tumores de mama, por exemplo, que respondem por cerca de 25% dos casos novos a cada ano, e são os de maior incidência em todas as regiões do Brasil, com exceção da região Norte, o aumento está ligado a fatores biológicos, comportamento e estilo de vida.


MAMA E COLO DO ÚTERO


A idade é um dos mais importantes fatores de risco para câncer de mama. As taxas de incidência, segundo as estimativas do Inca, aumentam rapidamente até os 50 anos. Depois disso, o aumento ocorre de forma mais lenta, o que reforça a participação dos hormônios femininos na etiologia da doença. O câncer de mama em mulheres jovens apresenta características clínicas e epidemiológicas bem diferentes daquelas observadas em mulheres mais velhas, e geralmente é mais agressivo.

Em todos os casos, evitar o tabaco, praticar atividade física e ter uma alimentação saudável, com a manutenção do peso corporal, além de fazer exames periódicos recomendados, estão associados a uma diminuição de aproximadamente 30% do risco de desenvolver câncer de mama. Se detectado em fase inicial, em grande parte, as chances de tratamento e cura aumentam. Mas, apesar disso, o câncer de mama é a principal causa de morte entre as brasileiras, com 12,66 óbitos por 100 mil mulheres.

"O número de mortes tende a diminuir onde os serviços de detecção e tratamento estão mais estruturados e a aumentar nas regiões menos desenvolvidas, onde o acesso aos serviços médicos é mais difícil", diz o oncologista Carlos Barrios, diretor do Grupo Latino-Americano de Investigação Clínica em Oncologia. "Nos Estados Unidos, 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nos estágios iniciais da doença, o que ocorre com apenas 20% dos casos no Brasil." Segundo o Observatório de Oncologia, plataforma de monitoramento de dados da área, a mortalidade por câncer de mama deverá se manter estável nas duas regiões mais desenvolvidas do país e aumentar no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste.

Pela mesma razão, os óbitos por câncer de colo do útero deverão cair nas duas regiões mais ricas do país e continuar crescendo ou ficar estável nas demais. Atualmente, esse é o tumor mais incidente na região Norte (23,97/100 mil), e o segundo mais freqüente no Centro-Oeste (20,72/100mil) e no Nordeste (19,49/100 mil). O principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). No Brasil, o Ministério da Saúde implantou a vacinação gratuita contra o HPV em 2013, para meninas de 9 a 13 anos. "Essa foi uma medida muito importante que deverá ter efeito positivo a longo prazo na incidência da doença", diz Maria Paula Curado.


PRÓSTATA E PULMÃO


O aumento da expectativa de vida e a melhoria e a evolução dos métodos diagnósticos podem explicar o crescimento das taxas de incidência no câncer de próstata, o tumor mais comum entre os brasileiros de todas as regiões do país. A melhoria da qualidade dos sistemas de informação e a ocorrência de sobrediagnóstico, devido à disseminação do rastreamento com PSA e toque retal, também influenciam os números. Apesar de terem um bom prognóstico quando diagnosticados e tratados precocemente, os tumores de próstata são a segunda principal causa de morte por câncer em homens, seguida apenas pelo câncer de pulmão.

As neoplasias de pulmão são consideradas uma das mais agressivas - no Brasil e no mundo com uma taxa de mortalidade de cerca de 90% em relação ã incidência. Isso porque, em geral, são detectadas em estágios avançados. No Brasil, estimam-se 17.330 novos casos em homens e 10.890 em mulheres para 2016. O principal fator de risco é o tabagismo, responsável por 6 milhões de mortes por ano no mundo, 147 mil no Brasil.

Na maioria das populações, os casos de câncer de pulmão relacionados ao tabaco representam 80% do total. Por isso, desde a década de 1980 o Brasil desenvolve ações para diminuir o número de fumantes, por meio da Política Nacional de Controle do Tabaco, com ações educativas, inserção de tratamento do tabagismo no SUS, proibição do fumo em ambientes fechados, proibição de propaganda, inclusão de advertências com imagens nas embalagens de cigarro e política de preços e impostos.

Essas medidas contribuem para a redução da prevalência do tabagismo no país - de 34,8%, em 1989, para 14,7%, em 2013, entre a população de mais de 18 anos. No entanto, a redução da incidência do câncer de pulmão só poderá ser observada após décadas de retirada da exposição ao tabaco. "A mortalidade ainda não caiu, mesmo que a prevalência de fumantes tenha diminuído", diz Maria Paula. Segundo dados do A.C Camargo Câncer Center, a incidência, que antes era quase exclusiva dos homens, aumentou progressivamente entre as mulheres. "Atualmente, o câncer de pulmão compromete as mulheres quase na mesma proporção que os homens", diz a epidemiologista.


CÓLON E RETO E ESTÔMAGO


O câncer de cólon e reto é o segundo mais frequente na região Sudeste nos homens (24,27/100 mil) e o terceiro nas regiões Sul (22,35/100 mil) e Centro-Oeste (14,16/100 mil). Para as mulheres, é o segundo mais frequente nas regiões Sudeste (22,66/100 mil) e Sul (23,27/100 mil), sendo o terceiro mais comum nas outras regiões do país. É considerado uma doença do "estilo de vida", por estar associado a hábitos alimentares ricos em consumo de carnes vermelhas e processadas, pouca ingestão de frutas, legumes e verduras, alta prevalência de obesidade e sobrepeso, inatividade física, consumo de álcool e tabagismo.

Nos últimos anos, a taxa de mortalidade devido ao câncer color-retal vem caindo para ambos os sexos nos países mais desenvolvidos. Uma das razões é que os pólipos são diagnosticados no rastreamento (colonoscopia) e retirados antes que possa se desenvolver o câncer. "Nos Estados Unidos, houve uma redução da incidência em 25% com a implantação da colonoscopia de rotina", diz Maria Paula. A recomendação é fazer o exame em todas as pessoas acima dos 50 anos, mesmo que não apresentem sintomas.

Outro tipo de tumor de grande incidência no Brasil relacionado aos hábitos alimentares é o de estômago. A taxa de incidência é mais alta no sexo masculino do que no feminino. É o segundo mais frequente entre os homens nas regiões Norte (11,62/100 mil) e Nordeste (10,67/100 mil), o quarto nas regiões Sul e Centro-Oeste e o quinto no Sudeste. Para as mulheres, o câncer de estômago é o quarto mais frequente na região Norte (5,82/100 mil), o quinto nas regiões Sul e Nordeste e o sexto no Sudeste e Centro-Oeste.

Segundo o Inca, a melhor conservação dos alimentos, o consumo de alimentos frescos e a redução de alimentos conservados no sal podem estar ligados ao declínio do número de casos de câncer de estômago no mundo e nas regiões mais desenvolvidas do Brasil. Mas, em muitos lugares, a neoplasia está associada à alta prevalência de infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pilori), ao tabagismo, à obesidade e ao consumo de álcool.


CAVIDADE ORAL


O tabagismo contribui para a alta incidência de outros tipos de câncer, como laringe, esôfago, boca e faringe, esses dois últimos associados também ao álcool, à infecção pelo HPV e a condições precárias de nutrição. O câncer da cavidade oral (que faz parte do conjunto de tumores que afetam a cabeça e o pescoço) é responsável por cerca de 300 mil novos casos no mundo, 70% no sexo masculino. No Brasil, estimam-se 11.140 casos novos em homens e 4.350 em mulheres este ano. Trata-se do quinto tipo de tumor mais comum entre os homens, sendo mais prevalente no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.




Descartado link entre gripe e autismo

29/11/2016 - Correio Braziliense


Resultados de um grande estudo conduzido pela associação Kaiser Permanente Northern Califórnia, nos Estados Unidos, reforçam a tese de que não há ligação entre a gripe durante a gravidez e o autismo. A existência de um possível vínculo tem servido de inspiração para movimentos que defendem que mulheres não se imunizem contra a doença e, assim, evitem que os filhos tenham o transtorno. Após analisar 196 mil crianças nascidas na Califórnia entre 2000 e 2010, os investigadores concluíram que não há a necessidade de “mudanças nas políticas ou nas práticas de vacinação” por conta desse argumento.

Das crianças participantes do estudo, 3.100 tinham autismo, condição que os cientistas acreditam ser desencadeada por fatores genéticos e ambientais. Analisando o histórico das mães dos meninos e das meninas, a equipe liderada por Ousseny Zerbo não encontrou qualquer vínculo entre o transtorno e a vacinação contra a gripe durante o segundo e o terceiro trimestres da gravidez, nem nos casos de ocorrência da doença durante toda a gestação.

“Houve uma sugestão de um aumento do risco de transtorno do espectro autista com a vacinação materna no primeiro trimestre, mas não foi estatisticamente significativo depois de considerados outros fatores de risco”, escreveram os investigadores no estudo divulgado, ontem, no Journal of the American Medical Association (Jama) Pediatrics. Ainda assim, eles reforçam a necessidade de estudos adicionais.




Coração protegido na meia-idade

29/11/2016 - Correio Braziliense


Médicos e outros profissionais de saúde têm reforçado o alerta: para ter uma velhice saudável, é preciso começar a cuidar do corpo e da mente o quanto antes, já na infância, de preferência. Mas em se tratando de insuficiência cardíaca, mais incidente a partir dos 65 anos, adotar hábitos preventivos na meia-idade pode ser tão eficiente quanto, segundo estudo da Northwestern University Feinberg School of Medicine, nos Estados Unidos, divulgado ontem no Journal of the American College of Cardiology, uma publicação científica do Colégio Americano de Cardiologia.

Liderados por John T. Wilkins, do Departamento de Medicina da instituição, pesquisadores descobriram que, ao adotar uma rotina que evita o surgimento de hipertensão, obesidade e diabetes, indivíduos com idade entre 45 e 55 anos têm uma chance 86% menor de sofrer insuficiência cardíaca. Bastante incidentes na população em geral, essas três doenças são os fatores de riscos mais prevalentes para o problema no coração, que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete 23 milhões de pessoas no planeta e, nos casos graves, mata a metade dos pacientes em até dois anos. “Como a incidência de insuficiência cardíaca está aumentando, é importante que aceleremos o esforço de investigação sobre a prevenção”, ressaltou, em comunicado, Christopher O’Connor, editor-chefe da publicação norte-americana.

Em uma análise conjunta de dados individuais sobre moradores dos Estados Unidos de diferentes regiões, a equipe concluiu que, aos 45 anos, 53,2% deles não eram acometidos por hipertensão, obesidade e diabetes. A taxa caiu para 43,7% entre os que tinham 55 anos. Acompanhando 516.537 indivíduos com 45 anos durante um ano, os investigadores identificaram 1.677 casos de insuficiência cardíaca, o equivalente a 0,32%. No caso dos 502.252 voluntários com 55 anos, a complicação foi diagnosticada em 2.967 indivíduos, o equivalente a 0,59%.

Segundo os autores, as porcentagens inferiores a 1% indicam o impacto preventivo da não ocorrência dos três fatores de risco. Para se ter uma ideia, só a obesidade, segundo estudo divulgado em julho pela Universidade Johns Hopkins, também dos EUA, aumenta em até quatro vezes o risco de insuficiência cardíaca. Após estudo com 13.730 participantes, os cientistas concluíram, e divulgaram no Journal of the American Heart Association, que, independentemente do peso, a cada cinco pontos a mais no índice de massa corporal (IMC), há um risco quase 30% maior de desenvolvimento de insuficiência cardíaca.


PREVENÇÃO


O padrão do estudo divulgado ontem foi observado em homens, mulheres, negros e brancos. Ao longo da análise, a equipe também mensurou o tempo para o surgimento da insuficiência cardíaca conforme a ocorrência dos três fatores de risco. O impacto maior foi o do diabetes. Os voluntários na meia-idade não diabéticos viveram de 8,6 a 10,6 anos a mais sem enfrentar o problema no coração. Homens com 45 anos e que não tinham os três fatores de risco viveram em média 10,6 anos a mais sem problemas de bombeamento, enquanto as mulheres na mesma condição ganharam 14,9 anos. A tendência se repetiu nos voluntários 10 anos mais velhos.

“Esse estudo adiciona a compreensão de como níveis individuais e agregados de fatores de risco, especificamente na meia-idade, afetam o risco incidente da falha de coração sobre a vida restante”, ressaltou John T. Wilkins. O autor sênior do estudo também destacou a importância de mudanças na rotina que possam evitar as doenças desencadeantes. “Essas descobertas ajudam a fortalecer a discussão sobre a prevenção da insuficiência cardíaca quantificando como a prevenção do desenvolvimento desses fatores de risco pode prolongar a sobrevivência saudável e global, além de reduzir muito a carga demográfica da doença.” Nos três casos — diabetes, obesidade e hipertensão — os cuidados estão muito atrelados a dietas equilibradas e prática regular de exercícios físicos.


23 MILHÕES


Quantidade de pessoas acometidas por insuficiência cardíaca no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde

Segundo os autores, as porcentagens inferiores a 1% indicam o impacto preventivo da não ocorrência dos três fatores de risco. Para se ter uma ideia, só a obesidade, segundo estudo divulgado em julho pela Universidade Johns Hopkins, também dos EUA, aumenta em até quatro vezes o risco de insuficiência cardíaca. Após estudo com 13.730 participantes, os cientistas concluíram, e divulgaram no Journal of the American Heart Association, que, independentemente do peso, a cada cinco pontos a mais no índice de massa corporal (IMC), há um risco quase 30% maior de desenvolvimento de insuficiência cardíaca.


PREVENÇÃO


O padrão do estudo divulgado ontem foi observado em homens, mulheres, negros e brancos. Ao longo da análise, a equipe também mensurou o tempo para o surgimento da insuficiência cardíaca conforme a ocorrência dos três fatores de risco. O impacto maior foi o do diabetes. Os voluntários na meia-idade não diabéticos viveram de 8,6 a 10,6 anos a mais sem enfrentar o problema no coração. Homens com 45 anos e que não tinham os três fatores de risco viveram em média 10,6 anos a mais sem problemas de bombeamento, enquanto as mulheres na mesma condição ganharam 14,9 anos. A tendência se repetiu nos voluntários 10 anos mais velhos.

“Esse estudo adiciona a compreensão de como níveis individuais e agregados de fatores de risco, especificamente na meia-idade, afetam o risco incidente da falha de coração sobre a vida restante”, ressaltou John T. Wilkins. O autor sênior do estudo também destacou a importância de mudanças na rotina que possam evitar as doenças desencadeantes. “Essas descobertas ajudam a fortalecer a discussão sobre a prevenção da insuficiência cardíaca quantificando como a prevenção do desenvolvimento desses fatores de risco pode prolongar a sobrevivência saudável e global, além de reduzir muito a carga demográfica da doença.” Nos três casos — diabetes, obesidade e hipertensão — os cuidados estão muito atrelados a dietas equilibradas e prática regular de exercícios físicos.


23 MILHÕES


Quantidade de pessoas acometidas por insuficiência cardíaca no planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Cenário brasileiro

Divulgado no ano passado, o primeiro Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca (Breathe, da sigla em inglês Brazilian Registry of Acute Heart Failure) mostra que 50 mil pessoas morrem por ano no país em decorrência dessa complicação. Dos 1.270 pacientes analisados para o estudo conduzido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 73,1% tinham mais de 75 anos, 60% eram mulheres e 40% morreram em um ano. Os pacientes estavam internados em 51 hospitais públicos e privados de 21 cidades brasileiras. Em 32% dos casos, a internação se deu porque o paciente não tomou corretamento a medicação prescrita.




Chikungunya: mortes entre jovens preocupam

29/11/2016 - O Globo


Por que devemos nos preocupar com a Chikungunya no próximo verão?

Não é uma doença tão banal quanto imaginávamos. É preocupante, porque está matando quase tanto quanto a dengue. Antes, os especialistas diziam: “a dengue mata, a Chikungunya e a zika causa má-formação". Hoje a gente vê que tanto dengue quanto Chikungunya matam. E que zika não causa só microcefalia.

E o Rio pode ter uma epidemia?

Se eu já tive contato com o vírus da Chikungunya, não terei novamente a doença. É uma vacinação natural. Como a circulação do vírus no Sudeste, de um modo geral, foi muito pequena no verão passado, significa dizer que o percentual da população que foi imunizada também é baixo. Ou seja: a quantidade de pessoas suscetíveis a adquirir a doença, uma vez infectadas, é muito grande. Nosso risco é que a epidemia em curso em 2016, que deu uma arrefecida nos meses mais secos e frios, retorne com uma carga maior no verão, com a chegada das chuvas e do calor, em especial no Rio.

Por que a febre Chikungunya está matando tanto?

Se a gente descobrir, vai aliviar nossas consciências e preocupações. Ainda não sabemos.

E para qual parcela da população há maior risco?

Sabemos que o risco é maior para pessoas idosas e portadoras de alguma doença de base, de problema cardíaco ou renal. E descobriu-se também que recém-nascidos adquirem a doença da mãe nos últimos dias de gestação. Se a mulher grávida tem Chikungunya a uma semana, cinco dias, três dias de o bebê nascer, a probabilidade de a criança nascer com a doença é muito grande. E tendem a ser casos graves. Mais ou menos 50% desses bebês costumam ter Chikungunya em formas graves. Uma parcela substancial vai a óbito.

Então o risco é maior para os mais velhos e para grávidas?

Só que estamos observando no Brasil um perfil também adicional de pessoas morrendo na faixa de 20 a 30 anos, sem história alguma de doença de base. Não temos explicações ainda. Estão sendo feitos levantamentos. Algumas observações mostram que boa parte desses jovens morre de insuficiência renal aguda. Embora não tivessem anteriormente relato de doença renal.

Pode ser alguma complicação durante o tratamento?

A gente sabe que o vírus na fase aguda se multiplica em vários órgãos do nosso corpo, como coração, pulmões e rins. Não sabemos se ele é potencializado ou não por uma predisposição familiar ou genética que não tinha aflorado ainda, e por isso não havia relato de doenças anteriores (naquele paciente), ou simplesmente potencializado por uma medicação que sabidamente pode complicar os rins, por exemplo, como os anti-inflamatórios. O Ministério da Saúde tem acompanhado isso.

Só é possível ser contaminado pela picada do “Aedes aegypti"?

A pessoa adquire Chikungunya principalmente, mas não exclusivamente, por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Há relatos de suspeita de transmissão pela transfusão sanguínea. Há detecção de material genético do vírus Chikungunya em amostras de sangue de doadores saudáveis, sem quaisquer manifestações clínicas. O percentual dos infectados que desenvolvem a manifestação clínica da doença é sempre muito elevado, pelo que tem sido documentado até agora. Ao contrário da zika, em que há relatos de que somente de 20% a 25% desenvolvem alguma manifestação clínica, na Chikungunya, de 70% a 80% das pessoas, uma vez infectadas, desenvolverão uma manifestação clínica.

Quais são estas manifestações clínicas?

Cem por cento dos doentes têm febre alta, de início agudo, quase sempre acompanhada de dores e inchaço nas articulações, de pés, tornozelos, punhos, mãos e cotovelos. Há um percentual de doentes, que varia de epidemia para epidemia, com manifestações cutâneas, principalmente no tronco, acompanhadas de coceiras. No caso de crianças, o comprometimento dermatológico pode surgir na forma mais grave, com lesões vesiculares e bolhosas, que podem infectar. Recentemente, têm sido catalogadas uma frequência cada vez maior de algumas formas atípicas, como casos de comprometimento cardíaco agudo, do sistema nervoso central, oftalmológico, meningoencefalite e insuficiência renal aguda.

Como diferenciar a febre Chikungunya da dengue, por exemplo, já que nos dois casos há febre alta e dores?

A diferença fundamental é que na Chikungunya as dores articulares são de tamanha intensidade que podem impedir a pessoa de levantar-se da cama sozinha e pentear os cabelos. As dores da dengue são mais musculares.

Por quanto tempo a pessoa pode ficar sentindo estas dores?

A doença dura, dependendo da idade do doente, de seis a oito meses. Acima dos 45, 50 anos, a pessoa fica de seis a oito meses convivendo com as dores. Tem gente que fala: “doutor, nunca mais eu fui igual”. Isso um ano depois. Infelizmente, quanto mais velho, pior.

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