CLIPPING - 28/11/2016
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
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7 mitos e verdades sobre datas de validade de remédios e cosméticos
27/11/2016 - BBC Brasil
Jogar fora medicamentos e cosméticos com prazo de validade vencido, especialmente os mais caros, nunca é uma tarefa fácil.
Mas quais são os mitos e verdades sobre o assunto? Confira.
1) O prazo de validade é uma estratégia comercial de laboratórios para que compremos mais
A legislação de todos os países exige que remédios comercializados tenham prazo de validade. O cálculo é feito após estudos científicos exaustivos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o procedimento existe desde 1979.
Dez sinais de câncer frequentemente ignorados
"Há alguns anos, a Organização Mundial da Saúde decidiu que os prazos de validade não deveriam superar cinco anos", explica à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) José Ramón Azanza, diretor de farmacologia da Clínica Universidad de Navarra, na Espanha.
Segundo ele, o mais comum é a data de vencimento de dois anos.
A médica Inmaculada Posadas, professora de Farmacologia da universidade espanhola de Castilla-La Mancha (España), afirma que a lei se aplica mesmo se o laboratório produzir fórmulas que resistam mais tempo.
"Podem existir medicamentos que continuem funcionando após a data de validade, mas a legislação os impede de dizer isso", afirma.
2) Se tomo um remédio vencido, posso passar mal
O que acontece a um remédio vencido?
"Normalmente nada", diz Azanza. "Se alguém toma um remédio depois do vencimento, nada vai acontecer. São raríssimos os remédios que podem produzir efeitos tóxicos em pacientes após a data de validade expirar".
Mas tampouco o remédio poderá surtir efeito é uma questão muito mais de eficácia de que tolerância.
Azanza alerta, contudo, que nunca se pode ter certeza absoluta de que medicamentos vencidos sejam inofensivos.
A razão é simples: os organismos nacionais e internacionais que regulamentam a produção e comercialização de remédios não realizam estudos sobre os efeitos pós-vencimento, mas em sua eficácia durante sua vida útil.
"Na farmacologia, a incerteza não é aceita porque afeta a segurança das pessoas", diz Azanza.Outra razão para respeitar a data de validade é no caso de medicamentos de uso sistemático, em especial os que mantém a qualidade de vida de um paciente.
"Se nesses casos não respeitarmos a data de validade, o efeito negativo sobre o paciente pode ser muito grave. Por isso, é melhor termos uma data-limite e estarmos seguros de que o medicamento será eficaz no tratamento de condições mais graves", adverte Inmaculada.
No artigo "Não caia na tentação de usar medicamentos vencidos", o FDA, a agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, indica que "certos medicamentos vencidos correm o risco de estimular a produção de bactérias e antibióticos com potência reduzida podem não atacar as infecções, desencadeando doenças mais graves e aumentando a resistência ao remédio".
3) Aspirinas vencidas não representam risco algum
Um dia não é a mesma coisa que seis meses.
Mas de acordo com Inmaculada, a aspirina não deve ser utilizada muito tempo depois da data de validade porque a degradação do princípio ativo da aspirina, o ácido acetilsalicílico, forma outra substância, o salicilato, que é abrasivo e não deve ser consumido por via oral.
"Não há problema em consumir uma aspirina poucos dias depois da validade, mas em seis meses a quantidade de salicilato contida no comprimido é suficientemente alta para ser tóxica", explica ela.
4) Um medicamento pode perder sua eficácia antes da data de validade
"Remédios contêm substâncias químicas que estáveis e instáveis, dependendo de sua composição, e do meio em que se encontram", diz Azanza.
Fatores como umidade, temperatura e a incidência de luz solar podem reagir com essas substâncias e modificar suas estruturas químicas.
Os laboratórios garantem que um medicamento funcionará durante um determinado período de tempo, mas com um importante alerta: que seja armazenado nas devidas condições.
"Se o medicamento está em um entorno com mais umidade e calor que os testados em laboratório, por exemplo, ou que tenha sido exposto à luz, nada pode assegurar que a data de validade estará valendo", diz o farmacologista.
É importante, então, ler cuidadosamente a bula para saber como se devem guardar os medicamentos.
5) Vitaminas não precisam dos mesmos cuidados
Precisam, sim. O princípio é o mesmo.
"Quando o laboratório vende um composto vitamínico, ele assegura que as vitaminas funcionarão como esperado: desde o primeiro dia ao último", assinala Inmaculada.
Depois do prazo, pode haver alterações na fórmula e perda de efeito.
6) Um creme que não seja aberto funcionará depois da data de validade
"Um creme faz parte da legislação sobre produtos sanitários e tem uma data de vencimento que nos diz que, até aquele momento, terá suas propriedades adequadas", enfatiza Inmaculada.
"Mesmo que não seja aberto, o creme tem ingredientes que também contam com um prazo de validade médio", explica a médica.
E como explicar a situação na qual, depois de muito tempo sem ser usado, um tubo de creme expele uma espécie de óleo amarelado quando o abrimos?
"É um sinal de que o creme ficou tanto tempo sem ser usado que sua base ficou de um lado e o medicamento de outro. Pode ser usado? Talvez não vá causar danos, mas sua eficácia poderá não ser a mesma", diz Azanza.
7) Colírios devem ser jogados fora mesmo ainda na data de validade
Muitos colírios não contêm conservantes para evitar problemas de irritação ocular, explica Azanza.
Isso significa que, quando seus frascos são abertos, devem ser usados conforme orientação médica e jogados fora depois do tratamento, ainda que estejam dentro do prazo de validade.De acordo com Azanza, o mesmo colírio não serve para o mesmo paciente, inclusive nos casos em que o problema original volte a se manifestar, pois a solução pode estar contaminda com bactérias e mesmo fungos por causa do contato com o ar.
Organizações de saúde recomendam que medicamentos vencidos sejam levados a locais autorizados para serem destruídos.
E que embora tomar um analgésico expirado em uma emergência não seja um grande problema, isso nunca deve se tornar uma prática sistemática.
Além disso, os armários de remédios têm que ser limpos e renovados com regularidade.
Representante da ONU elogia projeto brasileiro de produção de radiofármacos
27/11/2016 - Jornal do Commercio (PE) Online
Em visita à sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) na última semana, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, elogiou o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), desenvolvido pela comissão com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que será instalado em Iperó, no interior de São Paulo. A AIEA é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Amano, o reator representará avanços na área da medicina nuclear do Brasil, que vão beneficiar a população com a produção de radioisótopos utilizados em radiofármacos aplicados em tratamentos de câncer e em diagnósticos de doenças do coração e do cérebro, entre outras. “Vai beneficiar milhões de pessoas em seu país”, disse.
O presidente da CNEN, Renato Cotta, admitiu que há um atraso no desenvolvimento do projeto do RMB, mas disse que há expectativa de liberação de recursos do governo ainda este ano para a contratação do projeto executivo de engenharia, que deve levar dois anos. Depois disso, são necessários mais dois anos para construção do reator. “Nossa perspectiva é essa. Se continuar o nosso cronograma de assinatura do projeto executivo agora e construção logo a seguir, a gente está com isso concluído em 2020”, disse.
Segundo Cotta, o Brasil produz atualmente uma série de radiofármacos de meia-vida curta, com efetiva aplicação por um período de duas horas, mas o radioisótopo de vida-longa, que pode durar até 60 horas, ainda precisa ser importado, o que deixa o país dependente do mercado internacional. Com o RMD, essa dependência e a demanda reprimida pelos medicamentos serão reduzidas. Hoje, a medicina nuclear no Brasil é responsável por dois milhões de procedimentos médicos, um terço da demanda real por tratamentos desse tipo, segundo o presidente da CNEN.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Cláudio Tinoco Mesquita, com a produção a partir da entrada em funcionamento do reator, o Brasil se tornará autossuficiente em radiofármacos. “Não vai mais precisar importar nada. É um projeto para a autossuficiência total. O Brasil tem toda a capacidade para produzir aqui. Só precisa que haja o investimento.”
PRÊMIO
Yukiya Amano recebeu da CNEN o Prêmio Octacílio Cunha, concedido desde 1981 a entidades que contribuem para o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro. Entre os premiados deste ano também estão a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e a Amazônia Azul Tecnologia de Defesa (Amazul).
A premiação encerrou a agenda de Amano no Brasil, que incluiu uma reunião com o ministro Gilberto Kassab e visitas ao Centro Experimental de Aramar, em Iperó, no interior de São Paulo, e à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ), onde estão instaladas as usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e o canteiro de obras de Angra 3.
Em visita à sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) na última semana, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, elogiou o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), desenvolvido pela comissão com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que será instalado em Iperó, no interior de São Paulo. A AIEA é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo Amano, o reator representará avanços na área da medicina nuclear do Brasil, que vão beneficiar a população com a produção de radioisótopos utilizados em radiofármacos aplicados em tratamentos de câncer e em diagnósticos de doenças do coração e do cérebro, entre outras. “Vai beneficiar milhões de pessoas em seu país”, disse.
O presidente da CNEN, Renato Cotta, admitiu que há um atraso no desenvolvimento do projeto do RMB, mas disse que há expectativa de liberação de recursos do governo ainda este ano para a contratação do projeto executivo de engenharia, que deve levar dois anos. Depois disso, são necessários mais dois anos para construção do reator. “Nossa perspectiva é essa. Se continuar o nosso cronograma de assinatura do projeto executivo agora e construção logo a seguir, a gente está com isso concluído em 2020”, disse.
Segundo Cotta, o Brasil produz atualmente uma série de radiofármacos de meia-vida curta, com efetiva aplicação por um período de duas horas, mas o radioisótopo de vida-longa, que pode durar até 60 horas, ainda precisa ser importado, o que deixa o país dependente do mercado internacional. Com o RMD, essa dependência e a demanda reprimida pelos medicamentos serão reduzidas. Hoje, a medicina nuclear no Brasil é responsável por dois milhões de procedimentos médicos, um terço da demanda real por tratamentos desse tipo, segundo o presidente da CNEN.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Cláudio Tinoco Mesquita, com a produção a partir da entrada em funcionamento do reator, o Brasil se tornará autossuficiente em radiofármacos. “Não vai mais precisar importar nada. É um projeto para a autossuficiência total. O Brasil tem toda a capacidade para produzir aqui. Só precisa que haja o investimento.”
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Raia Drogasil aumenta a aposta em baixa renda
26/11/2016 - O Estado de S.Paulo
A rede de farmácias Raia Drogasil vai intensificar a expansão do seu segmento de lojas voltado para o público de baixa renda, com a bandeira Farmasil.
A companhia vai abrir ainda este ano quatro novas unidades e fará forte expansão em 2017, disse ontem Antonio Carlos de Freitas, vicepresidente e de relações institucionais da Farmasil, a analistas e investidores.
Com 16 lojas, o projeto da Farmasil começou há quatro anos.
O objetivo é concentrar a expansão no Estado de São Paulo, em regiões com renda média mais baixa para atender clientes das classes C, D e E. O executivo não deu, porém, uma meta para as aberturas desse tipo de loja, mas disse que o grupo espera abrir 200 unidades em 2017 – o que inclui todas as bandeiras.
No formato voltado para baixa renda, a rede reforçou a venda de medicamentos genéricos e similares e de remédios sem prescrição. Itens de perfumaria, que não eram oferecidos nas lojas da fase piloto, passaram a ser ofertados. Com isso, as vendas foram impulsionadas, disse o executivo.
MAQUIAGEM
Para a bandeira Raia Drogasil, a companhia está reforçando seu posicionamento nas vendas de maquiagem e prevê a implementação de um novo projeto de exposição e oferta desses produtos em 80 unidades até dezembro. O vice-presidente comercial e de marketing da rede, Marcello de Zagottis, considerou que essa categoria de produtos tem tradicionalmente uma presença ainda fraca no negócio de farmácias.
O grupo inaugurou recentemente um novo formato de loja, com área de vendas maior do que o tradicional. Duas novas “Big Store” da Droga Raia foram inauguradas – uma em Alphaville e outra no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
O presidente da Raia Drogasil, Marcílio Pousada, avaliou que o mercado brasileiro apresenta uma oportunidade para a venda de produtos de beleza no varejo. “Existem empresas muito grandes de venda porta a porta, mas falta alguém trabalhar isso no varejo no Brasil”, disse, citando grandes redes de maquiagem estrangeiras em outros países, caso da Sephora. A inspiração para essas lojas da Raia é a rede de origem inglesa Boots.
Fiocruz: R$ 23 milhões no combate ao ‘Aedes’
26/11/2016 - O Globo
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai receber um reforço de R$ 23 milhões para promover ações estratégicas e enfrentar três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: zika, dengue e chicungunha. O recurso, aprovado pelo Fundo Tecnológico do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES Funtec), será destinado à elaboração de três novos kits de diagnóstico e ao combate ao inseto. Segundo o instituto de pesquisa, com a verba será possível viabilizar imediatamente a realização de diversos projetos, antecipando resultados para a saúde pública e evitando maiores prejuízos à população:
— O plano foi submetido a um colegiado formado, inclusive, por pessoas de fora do banco. Por ser um apoio não reembolsável, o rigor é ainda maior — disse Cláudio Leal, superintendente da área industrial do BNDES.
O dinheiro liberado pelo banco não é um empréstimo e, por isso, não precisa ser devolvido. O BNDES Funtec aprova projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação.
Os novos testes de diagnóstico que serão desenvolvidos terão que ser diferentes do material já existente no mercado. Um deles utiliza a tecnologia point of care (P.O.C), que destacase por sua capacidade de identificar simultaneamente os vírus da zika, da dengue e da chicungunha com maior segurança. Segundo a Fiocruz, o modelo dispensa análise laboratorial para a realização de ensaios, podendo ser usado em unidades de saúde e em ações de campo. Ele deverá ser desenvolvido, validado e produzido em larga escala, mas não estará disponível no próximo verão.
Atualmente, o exame sorológico mostra apenas se a pessoa foi infectada pelo vírus zika, doença que ainda tem um grande número de casos no país. Esse, no entanto, não é o único motivo de preocupação: segundo o Ministério da Saúde, as notificações de chicungunha aumentaram quase dez vezes este ano, em relação a 2015: passou de 26.435 registros para 251.051. O número de óbitos aumentou em 23 vezes, com um salto de seis em 2015 para 138 em 2016.
TRABALHO RECONHECIDO
No Estado do Rio, segundo dados do boletim da Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria estadual de Saúde em 2015, foram notificados 105 casos de chicungunha, sem registro de mortes. Em 2016, foram 15.149 comunicados até o dia 16 de novembro, com dez óbitos.
Outra categoria que receberá recursos é a de testes sorológicos, que se baseiam na reação do organismo à presença dos vírus e podem ser utilizados muito tempo após a transmissão. Eles são importantes para pacientes assintomáticos, possibilitando aferir se já foram infectados anteriormente.
Em relação ao combate ao vetor, a primeira ação é validar o uso da bactéria Wolbachia no Aedes aegypti para interromper o ciclo de transmissão de dengue, zika e chicungunha. A metodologia foi desenvolvida na Austrália e, no Brasil, será avaliada sua eficácia em áreas mais extensas e de maior densidade demográfica. Também será verificado o uso do próprio mosquito como para espalhar larvicida. Presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha disse que a ajuda é bastante significativa:
— É um reconhecimento do trabalho científico desenvolvido pela Fiocruz.
Onofre amplia opções de entrega em S. Paulo
28/11/2016 - DCI
São Paulo - Com a meta de ganhar mercado nas vendas a distância, seja ela no e-commerce ou via telefone, a Drogaria Onofre lançou uma nova modalidade de entrega. Agora, com a opção via Correios, o plano é cobrar R$ 2,99 por encomenda.
A empresa, que é parte da maior empresa de saúde do mundo, a CVS Health, deu a nova modalidade o nome de Entrega Econômica. "Nosso objetivo é sempre oferecer mais opções para a comodidade de nossos clientes. Compras pela Internet e telefone são cada dia mais utilizadas pelos consumidores e, além disso, queremos atender quem precisa de medicamentos ou produtos de beleza, mas que não tenha urgência em recebê-los em até 4 horas", diz Rodrigo Baldini, diretor de E-commerce e TI da Drogaria Onofre.
O executivo explica que, até então, a Onofre trabalhou com três tipos de entrega. A Expressa, que é feita em até 4 horas, a Programada, em que o cliente escolhe a melhor opção de data e período do dia para receber suas compras e, em ambos os casos, o frete custa R$9,99, diminui de acordo com o valor da compra e torna-se grátis quando a compra é equivalente ou acima de R$180,00. A terceira opção de entrega é via Correios, em que os clientes recebem os pedidos por Sedex, E-Sedex e PAC. "Com a Entrega Econômica o valor diminui para R$2,99 para compras até R$149,00 e, acima disto, a entrega é grátis", diz.
CONCORRÊNCIA
Concorrente da Onofre, a rede de farmácias Raia Drogasil também quer ganhar mercado com públicos diferentes. Na última sexta-feira o vice-presidente e de relações institucionais da Farmasil, a analistas e investidores, Antonio Carlos de Freitas, afirmou que a empresa irá intensificar a expansão do seu segmento de lojas voltado para o público de baixa renda, com a bandeira Farmasil. A companhia vai abrir ainda este ano quatro novas unidades e fará forte expansão em 2017.
Com 16 lojas, o projeto da Farmasil começou há quatro anos. O objetivo é concentrar a expansão no Estado de São Paulo, em regiões com renda média mais baixa para atender clientes das classes C, D e E. O executivo não deu, porém, uma meta para as aberturas desse tipo de loja, mas disse que o grupo espera abrir 200 unidades em 2017 - o que inclui todas as bandeiras.
Para a bandeira Raia Drogasil, a companhia está reforçando seu posicionamento nas vendas de maquiagem e prevê a implementação de um novo projeto de exposição e oferta desses produtos em 80 unidades até dezembro. O grupo também inaugurou novo formato de loja, com área de vendas maior do que o tradicional. As duas novas "Big Store" fica em Alphaville e na Av. Paulista.
O presidente da Raia Drogasil, Marcílio Pousada, avaliou que o mercado brasileiro tem oportunidade para a venda de produtos de beleza. "Existem empresas grandes de venda porta a porta, mas falta trabalhar isso no varejo no Brasil", disse, citando grandes redes de maquiagem estrangeiras em outros países, caso da Sephora. A inspiração para as lojas da Raia é a rede inglesa Boots.
Domínio sobre o genoma avançou, mas houve frustrações no caminho
27/11/2016 - Folha de S.Paulo
"Como uma coisa tão linda pôde dar tão errado?". O médico Siddhartha Mukherjee ouviu esse questionamento angustiado em 2014, 15 anos depois da morte inesperada do jovem americano Jesse Gelsinger num teste clínico que deveria ter consagrado o potencial da terapia gênica –cujo objetivo é alterar o DNA dos pacientes e curar doenças.
Gelsinger, então com 18 anos, sofria de uma doença causada por uma mutação no gene OTC, importante para o metabolismo de proteínas.
Se não seguisse uma dieta milimetricamente calculada e não tomasse mais de 30 comprimidos por dia, o rapaz morreria envenenado pelo acúmulo de amônia no cérebro (chegou a entrar em coma após comer um sanduíche de manteiga de amendoim aos quatro anos).
Por isso, Gelsinger e sua família se empolgaram com a proposta de um tratamento inovador para o problema –o uso de um adenovírus, patógeno comum que causa resfriados, para inserir a versão consertada do gene OTC no DNA do jovem, corrigindo o metabolismo.
Essa ideia elegante, a "coisa tão linda" a que se referia o pai de Jesse, Paul Gelsinger, acabou se revelando catastroficamente errada. Tudo indica que Jesse já tinha tido contato com outra forma de adenovírus, e a "memória" do sistema de defesa de seu organismo levou a uma reação exagerada e autodestrutiva que o matou em poucos dias.
A morte trágica de Jesse Gelsinger é uma das muitas histórias que fazem jus ao subtítulo do novo livro de Mukherjee, "O Gene: Uma História Íntima", que acaba de chegar ao Brasil.
A obra é, em parte, uma aventura intelectual: o relato de como, em menos de 150 anos, a humanidade deixou para trás a ignorância completa sobre a hereditariedade e hoje a manipula com cada vez mais precisão. Por outro lado, o autor não esconde em nenhum momento a coleção de preconceitos, crueldades e incertezas que o estudo da genética suscitou e ainda suscita.
Seria confortador imaginar que o lado negro do estudo dos genes é algo que fede a naftalina, idiotices dos defensores do darwinismo social do século 19 ou sadismo de nazistas dos anos 1930 e 1940 (os quais, aliás, produziram pouquíssimo conhecimento relevante no assunto).
Seria, se luminares como o britânico Francis Crick (1916-2004), codescobridor da estrutura do DNA, vencedor do Nobel e um dos cientistas mais brilhantes de todos os tempos, não se sentisse à vontade para dizer que "nenhum recém-nascido deveria ser declarado humano até ter passado em certos testes de dotação genética".
SABER E CONTROLE
Com efeito, uma das lições da narrativa de Mukherjee, oncologista indiano-americano da Universidade Columbia (EUA), é que a busca pelos segredos da hereditariedade quase sempre foi acompanhada pelo desejo de controlá-la, seja da maneira tosca advogada pelos eugenistas do século passado ou da maneira mais sutil e menos eticamente problemática dos biólogos moleculares de hoje.
Para ser justo, os delírios de "purificação" ou "melhoramento" da espécie humana são uma parte relativamente pequena dessa saga.
Conforme a distância entre pesquisas básicas aplicadas foi ficando mais curta, nos anos 1970, e os truques indispensáveis para manipular diretamente o DNA finalmente foram sendo dominados, os estudos deram frutos basicamente benignos para a saúde humana (como a produção de insulina com mais eficiência em "fábricas" microbianas), para o bolso de investidores mais ousados ou para ambos.
Ao mesmo tempo, é importante enfatizar que, quanto mais sabemos sobre o genoma, mais estonteante parece sua complexidade. A própria definição clássica de gene –um trecho de DNA que contém o código para a produção de uma proteína, a partir de um código intermediário representado pelo RNA, "primo" do DNA– está ridiculamente longe de abarcar tudo o que acontece no genoma.
O "mesmo" gene, para começo de conversa, pode ser editado de maneiras diferentes pela célula, gerando versões de RNA –e proteínas– com funções distintas.
O próprio RNA frequentemente não chega a virar receita de uma proteína, mas desempenha funções próprias e essenciais, como defender a célula da invasão de vírus.
Certos trechos do DNA nunca chegam a ser transcritos –ou seja, não servem de molde ao RNA– e parecem perdidos em regiões remotas do genoma, mas são essenciais para ligar ou desligar genes em órgãos ou fases específicas do desenvolvimento dos seres vivos.
O tamanho e a complicação das redes de interação dentro do genoma –para não falar da interface delas com o ambiente em que cada pessoa está inserida, da barriga da mãe ao asilo de idosos– sugere fortemente que não há soluções mágicas para a maior parte dos problemas biológicos que nos afligem.
Formas de terapia gênica bem mais sofisticadas que a que vitimou Jesse Gelsinger certamente aparecerão, mas a ideia de reescrever do zero o "Livro da Vida" humano muito provavelmente continuará a ser miragem.
O GENE: UMA HISTÓRIA ÍNTIMA
AUTOR Siddhartha Mukherjee
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 69,90 (680 págs.)
A ideia mais perigosa da ciência
26/11/2016 - Veja
NO FIM DE 2012, o oncologista Siddhartha Mukherjee, indiano radicado nos Estados Unidos, foi com o pai a Calcutá para visitar um primo confinado em uma instituição psiquiátrica. Moni, um dos três parentes próximos de Mukherjee com distúrbios mentais, passa os dias à base de sedativos e antipsicóticos para controlar a esquizofrenia. O difícil encontro levou o médico de 46 anos a um longo e profundo mergulho no passado de sua família, conduzido pela unidade molecular responsável pela heredita-riedade: o gene. A ampla investigação, que usa a história pessoal para traçar uma "biografia" do gene. desde as primeiras idéias na Grécia, com os filósofos Pitágoras e Platão, até as últimas descobertas da área, está no recém-lançado O Gene — Uma História íntima. No livro, de imenso sucesso nos Estados Unidos. Mukherjee, professor da Universidade Columbia e detentor de um Prêmio Pulitzer de 2011 pela obra O Imperador de Todos os Males, sobre o câncer, descreve em uma prosa leve e agradável mente clara, com emoção contida, os intrincados meandros das terapias genéticas e o grande potencial que trazem para a cura de doenças. Mukherjee, contudo, faz um alerta: os avanços científicos alimentam um futuro promissor, sem dúvida, mas a esperança da manipulação do DNA humano embute uma armadilha — as escolhas com base em diagnósticos genéticos podem ser um atalho para uma nova modalidade de eugenia. A seguir, a entrevista exclusiva dada a VEJA por telefone.
O senhor afirma que o gene é a mais poderosa e perigosa ideia da ciência. Por quê? Com os genes temos a capacidade de controlar a biologia, a vida e a identidade humana. Sua descoberta, pavimentada pelas pesquisas do monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884) com ervilhas no fim do século XIX, tornou possível a manipulação de pedaços de nossas células de um modo jamais visto. Temos o poder sobre a existência de qualquer ser vivo. Estamos em um momento parecido com o da descoberta do átomo.
A ponto de criar não uma bomba química, mas biológica? A descoberta do gene é tão impressionante quanto foi a do átomo. Hoje, estamos em um patamar semelhante, do ponto de vista histórico, ao dos primeiros anos do século XX, quando percebemos que poderíamos controlar os átomos — para criar energia e também explosivos. Adquirimos lenta e gradualmente a capacidade de manipular os genes humanos. Em poucos anos, teremos dominado completamente essa técnica. Quando digo que o gene é um conceito poderoso, quero dizer com isso que já temos a tecnologia científica que nos permite ler e escrever informações genéticas nos seres vivos, da maneira como bem entendermos. Podemos alterar a natureza da forma que desejarmos. E isso é muito perigoso.
Por quê? Respondo a essa pergunta ancorado na trajetória de uma personagem pouco conhecida, mas extremamente relevante, a quem dedico O Gene, Carrie Buck (1906-1983). Ela foi uma das primeiras mulheres a ser esterilizadas nos Estados Unidos por ordem da Justiça, em 1927. Era suspeita de ter uma doença mental hereditária e, por essa razão, foi confinada em uma colônia, na Virgínia, e submetida à operação. Hoje a ciência mostrou que a probabilidade de que ela transmitisse a doença a seus filhos era muito baixa. Contudo, experiências assim — e outras, como o movimento de eugenia promovido pelo partido nazista alemão entre os anos 1930 e 1940 — mostram que a genética pode nos levar por caminhos terríveis e sem volta. Dificilmente viveremos novamente a eugenia no formato assustador e criminoso do século XX, tal qual a imaginavam os nazistas. Mas o que começamos a presenciar, de modo inquestionável, é uma forma diferente, privatizada. de eugenia, em que os pais fazem escolhas para dar aos filhos os melhores componentes genéticos.
Ter um DNA melhor pode ser um problema? Obviamente, o problema está no termo "melhor": como podemos saber o que é "melhor" para alguém? Hoje em dia. temos a oportunidade de fazer escolhas baseadas em diagnósticos genéticos — se pudermos pagar por eles, evidentemente. E isso é um tipo de eugenia contemporânea. É fundamental notar que ainda estamos em um estado muito inicial das pesquisas genéticas em humanos. Sabemos, por exemplo, que a maior parte dos genes que causam doenças em algumas circunstâncias pode também, em outras, ser responsável por qualidades, como a criatividade. Gosto de uma frase do pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944), que sofria de transtornos psiquiátricos. Ele afirmava que seus problemas eram parte dele, de sua arte, e que um tratamento destruiria essa criatividade. Os sofrimentos de Munch são responsáveis por uma das mais irônicas imagens do século XX. a tela O Grito.
Munch teve de enfrentar distúrbios mentais semelhantes aos de alguns dos seus parentes. Por que essa história pessoal o levou a escrever sobre genética? Essa é uma preocupação constante em minha vida. Além disso, aprendi muito sobre a trajetória de minha família escrevendo o livro. Por que dois de meus tios e um primo foram afetados por doenças mentais e outros, como eu mesmo, não parecem ter sido atingidos? Um de meus tios, Jagu, que morava conosco, foi diagnosticado com esquizofrenia, mas morreu antes que a terminologia estivesse clara. Nos anos 2000, vários estudos relacionaram a esquizofrenia ao distúrbio bipolar, sugerindo ligações genéticas entre as duas coisas. Queria compreender como os genes interagem com o ambiente e o acaso para criar influências tão poderosas que são capazes de determinar o destino de alguém. Essa é a questão central do livro — e de minha família. Resolvi transformá-la em uma "história íntima" para que o leitor se lembre de que o gene não é uma abstração, ele faz parte de nós e de nossa identidade.
O senhor tem receio de que essa herança possa ser passada para suas duas filhas? Minhas filhas têm 10 e 6 anos. Já discuti os riscos com elas, embora a mais nova não compreenda muito bem o conceito de risco. Decidi não fazer nenhum teste genético, já que a esquizofrenia é, provavelmente, causada por múltiplas variantes genéticas e não há um teste diagnóstico simples para detectá-la. A sorte ou o ambiente também são fundamentais para o desenvolvimento do distúrbio e, dessa maneira, não há testes confiáveis para uma doença tão complexa, mesmo que a genética tenha um papel preponderante e inegável.
O senhor acredita que em breve teremos tratamentos genéticos, ou vamos ficar só na esperança de mudanças profundas, como aconteceu com o Projeto Genoma, nos anos 1990, que sequenciou o DNA humano e despertou tanta esperança de novos diagnósticos e tratamentos para doenças psiquiátricas, câncer e Alzheimer mas até hoje não saiu da promessa? Nos últimos anos, descobrimos que a manipulação do genoma humano é muito mais difícil do que imaginávamos. Já conseguimos diagnosticar algumas doenças, especialmente as causadas por poucos genes, como a síndrome de Down. A ideia de que podemos usar os genes em tratamentos é bastante recente, e ainda estamos tentando compreender como transformar possibilidade em realidade. Dito isso, chamo a atenção para a velocidade com que a tecnologia está avançando: a cada dia entendemos um pouco mais sobre como entregar a um único órgão um gene especifico. Trata-se, enfim, de um imenso poder de manipulação da vida. Vegetais geneticamente modificados são comuns em nosso dia a dia e foram criados com a compreensão contemporânea dos genes. Estamos aprendendo a usar essas técnicas em humanos. Realmente acredito que minha geração assistirá à manipulação das informações do DNA humano.
Teremos, portanto, humanos geneticamente modificados? Acredito que sim. mas provavelmente não verei isso em vida. Posso estar errado. Creio também que terapias genéticas, para alguns tipos de doença mais simples, serão desenvolvidas nas próximas décadas. Não acho que a mani-pulação genética de embriões vá ocorrer em breve, pois há muitas preocupações éticas sobre o tema. A modificação dos genes de óvulos e espermatozoides seria uma alteração permanente do genoma humano, com conseqüências não apenas para uma, mas para várias gerações. É improvável que isso aconteça nas próximas décadas. A ciência nessa área progride com muita rapidez.
Olhando-se para uma novíssima avenida de investigação genética, para onde ela aponta? As pesquisas mais promissoras estão na área da epigenética, um campo recente, controverso e difícil de explicar de maneira rápida. Em poucas palavras, a epigenética descreve o processo pelo qual um conjunto de genes pode ser desenvolvido de diferentes maneiras, em células diversas, e em resposta a estímulos variados do ambiente. Ela nos ajuda a compreender os modos fundamentais pelos quais os genes são regulados — "ligados" ou "desligados", por exemplo. Já conhecemos alguns epigenes e sabemos que eles são mais "tratáveis" que os genes. O impacto deles para a compreensão do câncer é enorme. Testes clínicos de terapias epigenéticas já estão sendo feitos para linfomas e leucemias. Alguns deles estão em fase bastante avançada. A cura do câncer depende da compreensão dos genes. Por isso. só poderemos chegar a ela quando entendermos claramente como as mutações genéticas causam o câncer.
No livro e em artigos recentes o senhor refuta a tese de que nossos genes seriam como um projeto que guarda nossa essência. O genoma é o quê, então? Os genes não especificam partes de nosso corpo de maneira direta, de um para um. Não há um gene para fabricar os olhos e outro para os ouvidos. Em vez disso, diversos genes interagem para produzir a estrutura e a fisiologia dos olhos e dos ouvidos.
Como se fossem ingredientes combinados segundo uma receita? Prefiro olhar o gene dessa forma. O biólogo Richard Dawkins o descreve como "receita", e eu gosto da imagem. Os genes não especificam partes, como um projeto, mas processos. A alteração de uma receita ou fórmula não muda o produto de modo previsível: se quadruplicarmos a quantidade de manteiga em um bolo, o efeito final será mais complicado do que apenas um bolo com quatro vezes mais manteiga — será uma gosma oleosa, talvez. algo bem diferente de um bolo. De maneira análoga, não podemos examinar a maioria das variantes gê-nicas isoladamente e decifrar sua influência sobre a forma e o destino.
É arriscado ter tanto conhecimento sobre genética como o que temos atualmente? A genética é uma das questões mais relevantes que nossa geração deve enfrentar. É o que governa o modo como somos construídos. É uma questão fundamental sobre a vida, a que nossos filhos e netos precisarão responder.
Biologia é destino? De modo algum. É importante saber que os genes interagem com o ambiente e com o acaso (ou a sorte) para determinar nosso destino. Essa intersecção é fundamental, e nenhum desses fatores pode ser desprezado. Em alguns casos, a genética predomina, enquanto em outros o ambiente é mais forte. Não existe um único gene que determine a inteligência ou a criatividade, embora possam existir genes que interagem com certos ambientes para criar habilidades. O gene é — e também não é — o que determina nossa identidade e destino.
Johnson & Johnson ensaia oferta por farmacêutica suíça, diz agência
25/11/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A empresa americana Johnson & Johnson se aproximou da empresa de biotecnologia suíça Actelion para uma possível aquisição, afirmou a Bloomberg nesta quinta-feira (24), citando pessoas familiarizadas com o assunto.
O relatório diz que as deliberações ainda estavam em uma fase inicial após a oferta inicial da Johnson & Johnson (J&J), e a Actelion trabalha com um conselheiro para explorar opções.
A Actelion se recusou a comentar. A J&J não respondeu a um pedido de comentário.
"Tendo a J&J com uma capitalização de mercado superior a US$ 300 bilhões, a Actelion seria claramente um ativo acessível para a empresa." Mas o momento, antes de uma possível janela favorável de repatriamento de caixa para as empresas americanas, não é o melhor", afirmaram analistas do Morgan Cazenove em nota.
"Também vemos pouca sobreposição óbvia para permitir sinergias em produtos terapêuticos, além do interesse J&J no anticoagulante Xarelto que poderia ter alguma sobreposição modesta", acrescentaram.
O presidente da J&J, Alex Gorsky, disse no começo do ano que a empresa tem interesse em crescer em dispositivos médicos e produtos farmacêuticos. Nos últimos anos, a J&J obteve cerca de metade de sua receita de produtos adquiridos.
A J&J aceitou comprar o negócio de cuidados com os olhos da Abbott por cerca de US$ 4,3 bilhões em dinheiro em setembro.
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Em cada cem urologistas, há 2 mulheres
27/11/2016 - O Estado de S.Paulo
Em seus 30 anos de carreira, a médica Beatriz Helena de Paula Cabral nunca enfrentou discriminação por parte de pacientes, mas teve de conviver com a desconfiança dos colegas homens. Até hoje vê alunas de Medicina serem desencorajadas a seguir a mesma especialidade que ela e induzidas a pensar que o sucesso feminino no campo é quase impossível. Dificuldades semelhantes são vividas pela também médica Isabel Cristina Albuquerque Feitosa, de 42 anos. Em uma área majoritariamente masculina, a cobrança sobre o desempenho profissional delas é muito maior, dizem.
Beatriz e Isabel fazem parte do grupo das 26 únicas urologistas mulheres que atuam no Estado de São Paulo. De acordo com dados do Conselho Regional de Medicina (Cremesp), essa é a especialidade com a maior predominância masculina. Dos 1.306 urologistas em atividade no Estado, 98% são homens.
“Ainda somos poucas, mas esse número deve aumentar.
Quando terminei a residência, éramos apenas 1% dos urologistas.
Isso se manteve por 20 anos, mas está começando a mudar, até porque há cada vez mais mulheres se formando em Medicina”, opina Beatriz.
Isabel também tem visto o interesse das mulheres pela urologia aumentar. “Terminei a residência na Santa Casa de São Paulo há 14 anos e, depois disso, não teve mais nenhuma mulher como residente em Urologia, mas acho que daqui a quatro ou cinco anos veremos um aumento, porque vejo mais estudantes interessadas”, prevê.
Para as duas médicas, o baixo índice de mulheres na área é resultado de fatores como o preconceito de colegas na faculdade e no mercado de trabalho e a falta de figuras femininas na área que incentivem outras mulheres.
“O que me facilitou no começo da carreira foi que meu pai era urologista, senão eu nem teria conseguido emprego.
A urologista sofre muito mais preconceito dos colegas médicos do que de pacientes”, afirma Beatriz.
Ela e Isabel contam que, ao contrário do que muitos imaginam, a clientela das urologistas é grande. Segundo as médicas, alguns homens até preferem ser atendidos por profissionais do sexo oposto. “Existe uma parcela de pacientes do sexo masculino que não quer ser examinada por outro homem, principalmente no exame de toque, e procura uma profissional mulher”, diz Beatriz.
Isabel tem a mesma percepção.
“Tem homens que não gostariam de ser tocados por outro homem ou que acreditam que a mulher possa fazer o exame de forma mais delicada”, diz.
OUTRO EXTREMO
Se a Urologia é a especialidade com o maior porcentual de homens, a dermatologia é a que tem o maior índice de mulheres (77%). “Quando me formei, essa também era uma especialidade com predomínio de homens. Com o aumento de mulheres médicas, elas começaram a ser mais presentes em algumas especialidades”, comenta o dermatologista Luiz Guilherme Martins Castro, de 56 anos, do centro de oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ele afirma que como a mulher costuma estar mais sobrecarregada com as demais funções cotidianas, como a maternidade, muitas optam por especialidades consideradas mais tranquilas, sem muitos plantões e com atendimento majoritário em consultório, como a Dermatologia.
Não é só na Dermatologia que a participação das mulheres cresce. Os dados do Cremesp apontam para a chamada “feminização” da profissão.
Dos 123 mil médicos em atividade no Estado hoje, 55% são homens, mas elas já são maioria (54%) entre os profissionais de até 35 anos. “Entre os formandos dos últimos anos, há mais mulheres do que homens. Isso é um fenômeno visto em outros países também, mas, ao contrário do que acontece lá fora, as médicas brasileiras têm a mesma jornada de trabalho que os homens, mas ganham menos”, diz Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do estudo Demografia Médica no Brasil.
Presidente do Cremesp, Mauro Aranha afirma que o órgão já estuda normas e resoluções que combatam a desigualdade de gênero na profissão. “Estamos finalizando uma pesquisa e vamos chamar um grupo de médicas para ouvir quais são as principais demandas delas no ambiente de trabalho.”
Doenças silenciosas
27/11/2016 - O Globo
Setenta e duas horas separam o Dia Mundial do Diabetes, em 14 de novembro, da data Internacional de Combate ao Câncer de Próstata, no dia 17. Além de dividirem o mesmo mês, conhecido como Novembro Azul, as duas doenças deixam especialistas em alerta pelo grande número de ocorrências e pelo fato de, em boa parte dos casos, elas serem silenciosas, prejudicando o diagnóstico e atrasando o tratamento. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil terá em 2017 pelo menos 61.200 novos casos de câncer de próstata. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório que mostra que 16 milhões de brasileiros adultos têm diabetes.
A prevenção, o diagnóstico e o tratamento das duas enfermidades foram discutidos na última edição do Encontros O GLOBO Saúde e BemEstar, quarta-feira, no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico. O evento teve mediação da jornalista do GLOBO Clarissa Pains e coordenação do médico Claudio Domênico.
— As duas doenças têm muitas coisas em comum: muitas vezes são assintomáticas, e por isso os pacientes não procuram o médico, sendo diagnosticados com o câncer de próstata já avançado, ou com diabetes com complicações — explicou o cardiologista Claudio Domênico.
Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, o tumor de próstata corresponde a 6% de todas as mortes pela doença no mundo. Em sua fase inicial não apresenta sintomas, e quando passa a apresentá-los são sinais leves como dificuldade de urinar. Essa característica, atrelada à aversão de muitos homens em relação ao exame do toque retal — utilizado para identificar a presença de tumores na próstata — faz com que parte dos pacientes demore a descobrir a doença, que quando detectada a tempo, tem grandes chances de cura.
— O tumor de próstata é um dos poucos que o doente fica bem e sabe que está curado porque há um exame específico, que é o PSA — conta o urologista Paulo Rodrigues.
TESTE GENÉTICO AJUDA A AVALIAR RISCOS
Além do exame Antígeno Prostático Específico (PSA, substância produzida pelas células da glândula prostática que pode ser detectada no sangue para medir a alteração da próstata) e do toque retal, os exames de imagem e a biópsia também auxiliam na detecção da doença e fornecem informações sobre o grau em que ela está. De acordo com o urologista, o dado é fundamental para analisar a situação específica de cada paciente e propor a melhor estratégia para combater a doença, incluindo a ausência de tratamento, dependendo do tipo de câncer.
— Quando sugerimos não tratar e somente acompanhar o tumor, a estratégia é não agredir o paciente que tem uma doença que não é mortal nem vai trazer problemas, e assim não tem por que oferecer um tratamento como cirurgia ou radioterapia — avalia Rodrigues.
O pai de Jacqueline Anger está justamente na fase de analisar prós e contras do tratamento. Fernando Anger tem 76 anos e foi diagnosticado com câncer de próstata recentemente. Para ter mais segurança, a família decidiu fazer um exame recente no mercado, chamado “Oncotype DX”. A análise custa em média R$ 15 mil e indica ao médico se o tumor tem maior ou menor risco de progressão, o que auxilia na hora de decidir pelo melhor tratamento. A análise é feita a partir de uma lâmina da biópsia do tumor do paciente que é enviada para análise nos Estados Unidos, onde o laboratório estuda 17 genes e avalia o risco de recorrência do câncer e o benefício de tratamentos agressivos.
— O médico disse que seria interessante fazer o exame para ter uma ideia sobre o tipo de câncer e como ele estava se manifestando. Senti que o fato de fazer o exame também deu confiança ao meu pai. Ele ficou mais animado, achou que estava sendo mais bem analisado. Já foi positivo nesse sentido — disse Jacqueline, que acompanha todos os passos do tratamento do pai.
Médico de Fernando, o oncologista Fábio Schutz, da Beneficência Portuguesa, explica que o exame é positivo, sobretudo para pacientes que têm grau intermediário e leve de câncer de próstata:
— Esse exame não é indicado para pacientes com alto risco, que já têm indicação de tratamento ativo. Mas ajuda no caso de pacientes com dúvidas sobre o tipo de tratamento. Quando o exame mostra que a doença é de baixo risco nos dá mais segurança para optar apenas por uma observação vigilante do paciente — diz.
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Embora tenha um diagnóstico mais fácil, grande parte das vezes o diabetes também não é tratado desde o início devido à falta de sintomas — que, quando ocorrem, incluem principalmente sede excessiva e aumento na necessidade de urinar. Dependendo do nível, a doença poder ser combatida apenas com dieta e remédios, mas a falta de tratamento podem conduzir a quadros complexos.
— O diagnóstico precoce é fundamental, porque a partir disso é possível colocar em prática medidas de modificação de comportamento do paciente e administrar remédios para manter esse nível de glicose dentro do normal, impedindo o aparecimento de complicações secundárias como lesão nos olhos, dos rins e infarto — explicou o endocrinologista Leão Zagury.
Os números relacionados à doença assustam. Por ano, o diabetes mata cerca de 72 mil pessoas com mais de 30 anos no Brasil. A taxa de obesidade da população também contribui para o agravamento do quadro. De acordo com estatísticas da OMS, 54,2% dos brasileiros são afetados pelo excesso de peso e 20,1% pela obesidade. No mundo, cerca de 422 milhões de pessoas sofrem com a doença, que atinge principalmente os países mais pobres.
— Antigamente o diagnóstico só era considerado quando a pessoa tinha 140 (mg/dl) de glicose; hoje quando tem 126 já consideramos diabético, e se tem acima de 100 já achamos que ele deve se tratar como se fosse diabético. O grande vilão do diabetes é a obesidade: quanto mais tempo ela permanece obesa, mais ela tem chance de desenvolver a doença. Quando tratados adequadamente, os pacientes vivem muito bem — afirmou Zagury.
Especialistas esclarecem dúvidas sobre cuidados com alimentação e terapias
27/11/2016 - O Globo
O que é melhor: açúcar ou adoçante? Quais os alimentos proibidos para pacientes diabéticos? Qual o prazo para fazer cirurgia após diagnóstico de câncer de próstata? Estas foram algumas das principais dúvidas levantadas pela plateia durante o último Encontros O GLOBO Saúde e Bem-estar.
GUITO MORETO
DEBATE
Na última edição do Encontros, Paulo Rodrigues (à esq.) Claudio Domênico, Clarissa Pains e Leão Zagury
Ao comentar a respeito da dieta ideal para pacientes com diabetes, o endocrinologista Leão Zagury explicou que é importante estar atento ao tipo de alimento consumido e às calorias.
— É importante cuidar para que o número de calorias não aumente muito — exemplificou Zagury, falando ainda sobre o uso de adoçantes. — É muito melhor usar adoçantes do que açúcar puro. O problema adicional do açúcar é que, quando consumido em doces, veicula uma quantidade grande de calorias e engorda. Adoçante não engorda.
ÁLCOOL NÃO É REMÉDIO
O médico também abordou o consumo de álcool:
— A bebida alcoólica deve ser consumida com moderação, porque tem capacidade de induzir um quadro muito semelhante ao de hipoglicemia, e até a perda de consciência.
O cardiologista Claudio Domênico complementou a resposta, falando a respeito dos efeitos do álcool no coração:
— A Sociedade Europeia de Cardiologia colocou em suas diretrizes que 20 gramas de álcool por dia podem fazer bem, isso equivale a uma taça de vinho. Se você tiver arritmia cardíaca e beber demais pode piorar, então não vejam o vinho, por exemplo, como remédio.
Sobre o câncer de próstata, o urologista Paulo Rodrigues explicou que há um protocolo a ser seguido no combate à doença.
— A cirurgia depende da quantidade de fragmentos encontrados: se você tem uma quantidade baixa e em um lugar só, pode ser um candidato ao acompanhamento sem cirurgia. Se o paciente tiver um nível baixo de câncer, existe um protocolo para que seja feita nova biópsia após um ano, toque retal a cada seis meses, e PSA (exame de sangue) a cada três meses.
Laranja tem maior risco de intoxicação, diz Anvisa
26/11/2016 - O Estado de S.Paulo
Estudo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta a laranja e o abacaxi como os alimentos com maior risco de provocar intoxicação aguda, em razão da presença de agrotóxicos. De 744 amostras analisadas da laranja, 12,1% apresentaram concentração de resíduos de agrotóxicos acima dos limites seguros. No caso do abacaxi, das 240 amostras, 5% foram classificadas como de risco agudo de intoxicação – problemas de saúde causados até 24 horas após a ingestão.
O trabalho foi feito com 25 classes de alimentos mais consumidos no País, incluindo arroz, milho, trigo, abobrinha e beterraba.
Ao todo, foram avaliadas 12.051 amostras coletadas entre 2013 e 2015 em 27 Estados e no Distrito Federal.
Os resultados integram o Programa de Análises de Agrotóxicos em Alimentos (Para), criado há 15 anos para avaliar os níveis de resíduos agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal no País. Este ano, no entanto, a metodologia foi alterada. A classificação dos resultados passou a separar as irregularidades identificadas nas análises em duas classes. Uma delas analisa o risco de intoxicação aguda, a partir de critérios usados por organismos internacionais. Esta é a primeira vez que a metodologia é usada.
Outro critério avalia o uso de agrotóxicos não autorizados para uma determinada cultura.
“Isso não implica automaticamente um risco de intoxicação aguda”, disse o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa. Até a edição passada do Para, era considerado de forma conjunta o uso de resíduos acima do limite permitido ou não autorizado para uma cultura.
Barbosa afirma que os resultados encontrados na edição lançada ontem indicam que o risco de intoxicação aguda pelo uso de agrotóxico é baixo no Brasil.
“O que vimos é que apenas em 1% das amostras havia o risco de intoxicação aguda, provocada pelo consumo do produto nas primeiras 24 horas.” A maior parcela de problemas foi causada pelo uso de agrotóxicos sem registro para determinada cultura – o equivalente a 16,7% das amostras.
O presidente da Anvisa afirma que, para determinadas culturas, produtores sentem-se desestimulados a solicitar o registro de alguns agrotóxicos.
Isso ocorre principalmente em culturas de baixo retorno econômico. “Esse é um problema enfrentado em todo o mundo.
Mecanismos para solucionar esse impasse estão em estudo”, disse ele.
Para driblar essa falta de registro, produtores acabam usando agrotóxicos aprovados para outras culturas. “Isso não significa, por si só, que haja um risco para saúde”, disse Barbosa.
O presidente da Anvisa afirmou ainda que os resultados encontrados com laranja e abacaxi devem ser interpretados com cuidado, pois as análises foram feitas da polpa e da casca triturada dessas frutas. “Boa parte dos agrotóxicos permanece nas cascas, que não são comestíveis.”
Anvisa vê baixo risco de intoxicação em frutas, hortaliças e legumes
25/11/2016 - Valor Econômico / Site
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou hoje que, dentre 13 frutas, legumes e hortaliças pesquisados apenas 1,1% das amostras analisadas, entre o período de 2013 e 2015, continham risco de intoxicação aguda, ou seja, ofereciam riscos à saúde humana após 24 horas de consumo.
Dentre as amostras, os alimentos que mais apresentaram risco de intoxicação são a laranja e o abacaxi.
O resultado consta do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), que é divulgado desde 2003. Esta, porém, é a primeira vez que o estudo monitora riscos para a saúde, sendo que nas edições anteriores verificava apenas se eram produzidos com agrotóxicos sem certificação junto aos órgãos de controle do governo.
De acordo com esses resultados, a laranja apresentou 12% de amostras com potencial de risco agudo dentre 744 amostras pesquisadas, devido ao agrotóxico carbofurano, responsável por essas situações de risco segundo a Anvisa. O abacaxi, por sua vez, apresentou 5% de amostras com chances de risco agudo perante 240 analisadas por conta do agrotóxico carbendazim. Além do mais, a couve apresentou 2,6% de 228 amostras, a uva registrou 2,2% de 224 amostras e a alface 1,3% de 448 amostras.
Ao todo foram utilizadas 12.051 amostras de 25 alimentos em 26 Estados e no Distrito Federal, que representam cerca de 70% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira, informou a Anvisa.
Além de laranja, abacaxi, couve, uva e alface, também foram pesquisados mamão, morango, manga, pepino, feijão, goiaba, repolho e maçã.
Outros alimentos como arroz, milho (fubá), trigo (farinha), banana, abobrinha, pimentão, tomate, batata, beterraba, cebola, cenoura e mandioca (farinha) também foram auditados, mas não tiveram amostras detectadas com nenhum percentual potencial de risco à saúde.
“O alimento brasileiro in natura é seguro para consumo e temos que lembrar que frutas e hortaliças são fundamentais para uma dieta saudável e previnem doenças crônicas importantes”, disse o presidente da agência, Jarbas Barbosa.
“Em apenas 1% das amostras encontramos o risco de intoxicação aguda concentrado principalmente nos produtos laranja e abacaxi, mas como os resíduos de agrotóxicos em geral estão na casca a retirada da casca já ajuda a reduzir”, concluiu.
Barbosa também recomendou que o consumidor preserve o hábito de lavar bem frutas e legumes para ajudar na remoção de resíduos que geralmente permanecem nesses alimentos, que procure consumir produtos da época da compra.
O presidente da Anvisa também alertou que cadeias de supermercado tenham um maior controle na aquisição desses produtos junto aos agricultores, para evitar que ofereçam em suas prateleiras produtos que tenham sido cultivados com agrotóxicos usados de forma inadequada e ou que provoquem excesso de resíduos.
A Anvisa ainda avisou que nos próximos anos, o PARA deve aumentar o número de alimentos monitorados de 25 para 36, os quais terão abrangência de mais de 90% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira, segundo dados do IBGE. E que o programa ampliará o número de agrotóxicos pesquisados nas amostras, incluindo substâncias de elevada complexidade de análise, como glifosato e o 2,4-D, entre outras.
Debate vai discutir impactos do HPV na vida de adolescentes
28/11/2016 - Folha de S.Paulo
A Folha promove, nesta terça (29), o debate “Adolescência: como falar de HPV”. A mesa terá participação de Albertina Duarte, coordenadora do setor de ginecologia do Hospital das Clínicas, da infectologista Rosana Richtmann, do hospital e maternidade Santa Joana, do psiquiatra Saulo Ciasca e dos atores Julia Dalavia, 19,e Ruy Brissac.
A discussão abordará temas como o medo do diagnóstico de HPV, a vergonha de falar sobre o assunto e dúvidas a respeito do contágio e da prevenção do vírus.
O evento tem apoio do laboratório MSD e começa às 14h, no Teatro Folha, no shopping Pátio Higienópolis (av. Higienópolis, 618; 11 3823-2323).
A inscrição, gratuita, pode ser feita pelo site eventos.folha.uol.com.br.
Nas faculdades de medicina o preço dos tratamentos é ignorado
26/11/2016 - Folha de S.Paulo / Site
É nababesco o desperdício de exames no Brasil. No consultório, canso de ouvir a frase: "Doutor, já que vou colher sangue, pede todos os exames, tenho plano de saúde". Nos atendimentos na Penitenciária Feminina de São Paulo, a mesma solicitação, com a justificativa: "Tenho direito, é o SUS que paga".
Fico impressionado com o número de exames inúteis que os pacientes trazem nas consultas. Chegam com sacolas abarrotadas de radiografias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e uma infinidade de provas laboratoriais que pouco ou nada contribuíram para ajudá-los.
Num dos grandes laboratórios da cidade, mais de 90% dos resultados caem dentro da faixa de normalidade. Numa das operadoras da Saúde Suplementar, pelo menos um terço das imagens realizadas junta pó nas prateleiras, sem que ninguém se dê ao trabalho de retirá-las.
São múltiplas as causas dessas distorções. Nas consultas-relâmpago em ambulatórios do serviço público e dos convênios, os médicos se defendem pedindo exames que poderiam ser evitados caso dispusessem de mais tempo para ouvir as queixas, o histórico da doença e examinar os pacientes.
Para solicitar ultrassom ou tomografia para alguém que se queixa de dores abdominais, basta preencher o pedido. Dá menos trabalho do que avaliar as características e a intensidade da dor, os fatores de melhora e piora, e palpar o abdômen com atenção.
Como regra, o paciente sai da consulta confiante de que as imagens revelarão o que se passa no interior de seu organismo com muito mais precisão do que o médico seria capaz de fazê-lo.
O problema é que muitas vezes o exame será marcado para semanas ou meses mais tarde, porque os serviços de imagem ficam sobrecarregados com o excesso de demanda. A demora prejudicará sobretudo aqueles em que há urgência para chegar ao diagnóstico, deixados para trás pela enxurrada de pedidos desnecessários.
As operadoras de saúde, que hoje se queixam da infinidade de exames subsidiários que encarecem as contas a pagar, esquecem que até há pouco faziam comerciais na TV que mostravam resgates por helicóptero e exibiam aparelhos de ressonância para convencer os usuários de que ofereciam serviços de qualidade.
Nós, médicos, colaboramos decisivamente para aumentar o custo da medicina: é de nossos receituários que partem as solicitações. Fazemos a vontade dos que nos pedem "todos os exames", pedimos provas laboratoriais sem pensar na relevância para o caso e nos damos ao luxo de solicitar exames e prescrever medicamentos sem ter noção de quanto custam.
Nas faculdades de medicina ninguém fala de dinheiro. Os estudantes não recebem noções elementares de economia e o preço dos tratamentos é ignorado como se vivêssemos em outro planeta.
Nos hospitais-escola, o descompromisso com a realidade econômica é universal. Com o argumento de que os internos e residentes precisam aprender, ficam justificadas as imagens mais exóticas e a repetição diária de dosagens de íons, provas de função renal e hepática, hemogramas, glicemias e o que mais passar pela cabeça dos plantonistas das UTIs e das unidades semi-intensivas.
É preciso entender o óbvio: os recursos públicos destinados à saúde são insuficientes. Eles não vêm do governo, saem dos impostos pagos por nós. Cada vez que somos atendidos pelo SUS, fazemos uso de uma parte do dinheiro que é de todos, e se o gasto for exagerado muitos ficarão em desvantagem. É bem provável que sejam os mais necessitados.
Nos planos de saúde acontece o mesmo, com uma diferença: o preço da mensalidade aumenta para todos. É simples assim. Hoje, os gastos com saúde das empresas constituem a segunda despesa mais alta do orçamento anual, só perdem para a folha de pagamento.
O SUS e a Saúde Suplementar estão diante do mesmo desafio: como reduzir os custos. Sem fazê-lo, ambos sistemas se tornarão inviáveis antes do que imaginamos.
A viabilidade do SUS e da Saúde Suplementar não será alcançada por meio de ideologias, mas com medidas práticas que reduzam os custos da assistência médica e com intervenções preventivas para evitar que as pessoas fiquem doentes.
Avança a busca por planos de saúde ‘Vips’
27/11/2016 - O Estado de S.Paulo
Atendimento nos hospitais mais renomados do País, segunda opinião médica de especialistas estrangeiros, cobertura internacional, reembolso em até 24 horas, coleta de exames em casa. Essas são algumas das facilidades disponíveis para os clientes dos planos de saúde considerados VIPs.
Mais caros do que as opções convencionais, eles são direcionados a executivos e pessoas que costumam buscar praticidade e exclusividade nos serviços que utilizam no dia a dia. Fatores como idade e até a região onde vive o segurado podem interferir no preço.
O engenheiro eletrônico Eduardo Alvarenga, de 38 anos, é um desses clientes e diz que tem sido beneficiado pelas ofertas do seu plano de saúde, embora nunca tenha precisado utilizálo em uma situação grave. “É impressionante, porque o plano de saúde é um elemento de transformação, porque a pessoa enxerga os benefícios mensalmente.
Ele traz vantagens a todo o momento.” O reembolso e a cobertura internacional do plano One Health, modalidade premium da operadora Amil, são os diferenciais que Alvarenga destaca.
“Tem a questão do seguro internacional, porque faço viagens para fora do Brasil e o reembolso, que é rápido. No meu caso, a agilidade é fundamental.” Atualmente, o plano conta com 160 mil beneficiários e oferece, além dos serviços de saúde, uma equipe formada por preparadores físicos e nutricionistas que fazem o acompanhamento dos clientes. O plano também tem frota própria de avião e helicóptero para transportar os pacientes com complicações para hospitais de referência de todo o País.
“Os beneficiários consomem serviços com certa exigência por serem pessoas com alto poder aquisitivo. São altos executivos de empresa, profissionais liberais e empresários acostumados com serviços acompanhados de sofisticação e exclusividade”, detalha Sergio Cafalli, diretor executivo da One Health.
A opção VIP acaba tendo preços mais elevados. “O preço flutua de acordo com o contrato, mas esses planos são de 20% a 30% mais caros do que o convencional.
Esse nível de serviço é o que eles procuram. É para trazer conveniência a um cliente que está bastante ocupado.” Desde 2008 no mercado, o Bradesco Saúde Concierge tem mais de 115 mil clientes em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Salvador. Importação de medicamentos, atendimento móvel para realização e coleta de exames e plantão 24 horas para dar orientações médicas são algumas das facilidades. A empresa disse, por meio da assessoria, que uma pesquisa realizada no primeiro trimestre de 2016 apontou que o plano alcançou um índice de 94% de satisfação entre os usuários de seus serviços.
“Os planos mais robustos e sofisticados visam a atender demandas de grandes empresas em busca de proteção para seus controladores, membros corporativos e altos executivos que constituem importante capital humano. O objetivo é sempre o de proteger a vida e tranquilizar o cliente, seja onde for", diz Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde e da Mediservice.
EFICIÊNCIA
Diretora executiva do grupo Notredame Intermédica, Fátima Borges diz que o público das carteiras com perfil exclusivo quer eficiência e agilidade no serviço. “As pessoas buscam uma empresa que tem solidez e segurança, que oferece uma rede credenciada no padrão que elas querem utilizar.
Esse tipo de público está acostumado a ter facilidades onde está, não enfrenta filas. Então, é mais que necessário que a gente encurte esses caminhos.” Os clientes têm à disposição uma central de atendimento para tirar dúvidas médicas, nutricionais e farmacêuticas. Para pacientes com doenças cardiológicas, oncológicas e neurológicas, existe a opção de ter uma segunda opinião médica internacional.
“Mandamos o diagnóstico para unidades de referência em outros países para ter indicação de tratamento.” Em julho deste ano, a assistente jurídica Marta Firmino Leite, de 54 anos, foi diagnosticada com um câncer de mama e, no fim de agosto, já tinha realizado os exames e sido submetida a uma cirurgia. Ela já tinha a suspeita de que estava com a doença desde maio e conta que não enfrentou dificuldades para a realização dos exames nem para iniciar o tratamento. “Sempre achei que era importante ter um bom plano de saúde, que fosse eficiente na hora que você precisa. Neste momento, tive certeza de que faz diferença.”
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