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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 11/11/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Ser 'hipocondríaco' pode elevar risco de doenças cardíacas, diz estudo

2016/11/11 - Bem Estar


Ser "um poço de preocupações" pode realmente aumentar o risco de doenças cardíacas, sugere um estudo.

Pesquisadores noruegueses analisaram os níveis de preocupação com a saúde de 7 mil pessoas, que foram acompanhadas por pelo menos dez anos.

O estudo, publicado pelo "BMJ Open", sugere que, embora a ansiedade em geral já seja reconhecida como um dos fatores de risco, o estresse em relação à saúde também pode ser um problema.

Segundo os cardiologistas, se você acha que está sofrendo com "excesso de preocupação com a saúde" deve procurar um médico.

A ansiedade com a saúde se caracteriza pela "preocupação contínua" em ter ou pegar uma doença grave, o que leva a pessoa a procurar ajuda médica imediata, sem ter qualquer sintoma da doença.


A PESQUISA


As pessoas avaliadas neste estudo, todas nascidas entre 1953 e 1957, estavam participando do Norwegian Hordaland Health Study (HUSK).

De 1997 a 1999, elas responderam questionários sobre saúde, estilo de vida e educação, além de terem sido submetidas a exames de sangue regulares. Também tiveram o peso, a altura e a pressão arterial monitorados.

Os pesquisadores adotaram uma escala conhecida, chamada de Whiteley Index, para avaliar os níveis de ansiedade. Foram usados ainda dados nacionais para acompanhar o tratamento hospitalar e os óbitos no grupo até 2009.

Dos 7 mil avaliados, 234 (3,3%) tiveram um ataque cardíaco ou crise de angina aguda durante o monitoramento.

Mesmo após levar em conta os fatores de risco conhecidos, o percentual dos que sucumbiram à doença cardíaca (pouco mais de 6%) foi mais de duas vezes maior entre os 710 que sofreriam de ansiedade com a saúde.

E, quanto maior a pontuação de ansiedade, maior o risco de desenvolver doença cardíaca.


'É NATURAL SE PREOCUPAR'


Em artigo para o "BMJ Open", os pesquisadores, liderados pelo médico Line Iden Berge, afirmam:

"(Nossa pesquisa) indica ainda que o comportamento padrão das pessoas preocupadas demais com a saúde, que monitoram os sintomas e fazem check-ups frequentes, não reduz o risco (de doença coronárias)".

"Os resultados ilustram o dilema vivido pelos médicos entre tranquilizar o paciente dizendo que os sintomas físicos de ansiedade não significam doença cardíaca, e, ao mesmo tempo, de saber que a ansiedade, com o tempo, pode estar associada ao aumento do risco de doenças coronarianas".

Para Emily Reeve, enfermeira cardíaca da British Heart Foundation, "é natural que as pessoas se preocupem se elas acham que podem estar doentes".

"Mas a ansiedade e o estresse podem desencadear hábitos não saudáveis, como fumar ou comer mal, o que coloca você em maior risco de ter uma doença cardíaca.

"Embora não saibamos se as pessoas preocupadas em excesso estão se colocando na mira de um ataque cardíaco, é claro que a redução da ansiedade desnecessária pode trazer benefícios para a saúde".

"Se você está sofrendo de ansiedade com a saúde, deve falar com o seu médico", recomenda.




Farmácias

11/11/2016 - O Globo - Marca dos Cariocas


Uma parte da história do Rio se mistura com a da Drogaria Pacheco. Na cidade desde 1892, a empresa foi aprendendo a entender o carioca, acredita Roberto Tamaso, diretor de Marketing da rede de drogarias. Para ele, isso explica essa proximidade com a cidade. Desde 2010, a rede ocupa a primeira posição na preferência dos cariocas. E repetiu o feito este ano: — A rede cresceu fazendo parte do cotidiano dos cariocas, mantendo o foco na qualidade de atendimento e na oferta de produtos a preços justos, tornando-se líder do varejo farmacêutico no Estado do Rio. Por causa da forte presença de nossas lojas no Rio de Janeiro, temos muita proximidade com os clientes e participamos do seu dia a dia.

Desodorantes, lenços de papel e protetores labiais são os produtos mais consumidos pelos cariocas, diz Tamaso.

Nascida no coração da Tijuca, na Praça Saens Pena, a Venâncio subiu uma posição na preferência dos cariocas, ficando em segundo lugar. Presente em seis praças da cidade, a rede patrocina o projeto Saúde na Praça, com aulas de educação física para idosos, há cinco anos: — O projeto beneficia mais de 6.000 idosos, incentivando também o convívio social. O Saúde na Praça proporciona alegria, inclusão social, saúde e mais qualidade de vida — afirma Armando Ahmed, presidente da rede.

Atendimento personalizado, estacionamento, mais de 13 mil itens à disposição são os motivos apontados por Antonio Carlos de Freitas, vice-presidente de Relações Institucionais da Droga Raia, para a rede estar em terceiro lugar na preferência dos cariocas.

A Raia tem ainda dois programas de fidelidade. O Droga Raia Sênior é voltado para a população de 55 anos ou mais ou aposentada, com descontos maiores em medicamentos.

O outro é o Muito Mais Raia, com descontos nos produtos e ofertas exclusivas de acordo com o perfil de consumo.

O cliente ainda acumula pontos que podem ser trocados nas lojas ou na rede Multiplus, explica Freitas.

— Os nossos consumidores buscam qualidade de vida, na compra de um medicamento e na aquisição de produtos de higiene e beleza — completa o executivo.


AS 10


• Drogaria Pacheco
• Drogaria Venâncio
• Droga Raia
• Drogasmil
• A Nossa Drogaria
• Pague Menos
• Drogaria Galanti
• Onofre
• Drogaria Tamoio
• Farmais




Automedicação aumenta casos de intoxicação por medicamentos

10/11/2016 - Portal EBC


O programa Falando Francamente desta quinta-feira (10), conversa com o professor da faculdade de farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Júlio César Mendes e Silva, sobre intoxicação por medicamentos.

Tem sido alto o número de casos - até com mortes - de intoxicação por medicamentos, por uso inadequado. A automedicação tem muitos riscos e a maioria das pessoas desconhece isso. E pela facilidade de comprar, vai fazer uso dessa medicação que não é adequada. Ter a prescrição médica é fundamental. E a orientação de um farmacêutico também é importante porque este profissional está habilitado para orientar sobre como o medicamento vai agir no organismo.

Governo investirá R$ 722 milhões em institutos de tecnologia e no CNPq

10/11/2016 - Valor Econômico / Site


O governo federal anunciou nesta quinta-feira um aporte de R$ 654,3 milhões para 101 projetos selecionados por programas de iniciação científica. Também destinará R$ 68 milhões para chamada de bolsas no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com estimativa de beneficiar cerca de 3,3 mil pesquisadores.

O anúncio ocorreu durante reunião promovida no Palácio do Planalto pelo presidente Michel Temer para a reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, órgão consultivo e de assessoramento da Presidência formado por representantes do governo e dos setores de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.

No encontro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo assegurará para a área R$ 1,5 bilhão com a finalidade de quitar os chamados restos a pagar do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

“Isso é muito positivo e esperamos que possam vir mais recursos ao longo das próximas semanas ou dos próximos meses, que nos permitam avançar mais ainda na questão dos restos a pagar”, disse o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, escalado como porta-voz do governo ao término do encontro.

Durante a reunião, também foi anunciado um acordo de cooperação governamental para otimizar a sistematização e análise de dados e indicadores do Ministério da Saúde, com a finalidade de adequar o planejamento e execução de ações prioritárias.

“A expectativa de economia é muito grande, com otimização dos recursos da saúde, para fazer, a partir desta informação disponível, o planejamento, a gestão, a continuidade da austeridade com que temos administrado o ministério”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.


CONSELHO


Segundo Temer, a decisão de relançar o grupo expressa o "inequívoco compromisso do governo" com a priorização da retomada do crescimento econômico e da geração de emprego.

Ele afirmou também que um país "tecnologicamente" avançado é um país "extremamente" respeitado, razão pela qual defende o avanço na cultura do conhecimento, embora tenha admitido que ainda há muito a fazer nessa área no país.

De acordo com o presidente, conversas em diferentes níveis de governo no exterior envolvem debates sobre formas de a economia avançar nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Ele destacou a importância da presença governamental no desenvolvimento do setor.




BR Pharma encolhe enquanto negocia venda.

11/11/2016 - Valor Econômico


A Brasil Pharma, que está reduzindo de tamanho desde o ano passado, registra no balanço os efeitos desse encolhimento e, especialmente, a sua dificuldade para operar enquanto outros ativos ainda não foram vendidos. Com sérias restrições de caixa, faltam produtos nas lojas (como medicamentos de marca), com reflexo direto sobre as vendas. De julho a setembro, a receita líquida caiu 60% - ao se excluir do cálculo duas redes de farmácias vendidas, a queda é de quase 43%. No ano, a redução é de 30%.

A empresa, controlada pelo BTG Pactual, continua em negociação para se desfazer de suas redes Sant'Ana e Big Ben, conforme o Valor já informou. O grupo já vendeu as redes Mais Econômica e Rosário. A Extrafarma está há pelo menos, cinco meses, em negociações para a aquisição da Big Ben, e segundo uma fonte, também foi oferecida à empresa a Sant'Ana, cadeia de drogarias com 121 lojas e atuação na região Nordeste. Apenas com a venda da rede Big Ben, com 258 lojas, o BTG espera embolsar entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão.

O que se verifica, pelo balanço, é que com o passar dos meses, as negociações com potenciais interessados passaram a envolver um negócio menor, com valores em estoques reduzidos, e operações mantidas com investimentos que caíram quase à metade - de R$ 7,5 milhões de julho a setembro do ano anterior para R$ 4,3 milhões.

É um cenário que, até determinado momento, pode ser interessante para quem tem interesse em ficar com os pontos ou alguma das marcas da empresa - considerando a desvalorização do ativo - mas que, ao se prolongar, passa a afetar a própria capacidade de recuperação dos negócios à venda, na visão de analistas do setor.

Do capital total, 96% está nas mãos de empresas ou fundos ligados ao BTG Pactual. Dificuldades de integração das redes, falhas na gestão do negócio e aumento na alavancagem afetaram a operação anos atrás, obrigando uma reestruturação iniciada em 2014.

Em teleconferência com analistas sobre o balanço ontem, a empresa informou que o nível de estoques caiu mais no terceiro trimestre - a queda contínua ocorre desde fim de 2015 e está em 30% do valor que era há um ano - com efeito sobre vendas. Isso decorre de restrições financeiras que a companhia tem com fornecedores e alguns bancos. "Houve uma piora no dinamismo comercial da empresa", que reduziu o mix de medicamentos de marca, disse Leonardo Campos, diretor financeiro.

O peso dos genéricos nas vendas também não cresceu e a companhia tem comercializado cada vez mais produtos de higiene, perfumaria e cosméticos - a participação desses itens representou 41% no mix de vendas em setembro (era 37% há um ano) em parte pelo problema mencionado pelo executivo. O valor do tíquete médio caiu - excluindo as redes vendidas, passou de quase R$ 41 para R$ 31 neste intervalo de um ano.

De julho a setembro, aumentou o déficit em capital de giro da empresa. Ele era negativo em 8 dias em junho e fechou setembro num negativo de 24 dias, mostrando que a operação não tem gerado caixa e o capital está vindo de terceiros. O giro de estoques foi de 71 dias, 9 a menos que no trimestre anterior, e o giro de fornecedores aumentou 8 dias em relação ao segundo trimestre devido às renegociações com fornecedores.

A empresa diz que continua atrás de alternativas para reforçar o capital de giro - o que é interpretado pelo mercado como a venda de ativos - e ainda informou que vai transferir estrutura administrativa de Brasília para Belém. Em julho, empresa emitiu R$ 377 milhões em debêntures, sendo que quase R$ 300 milhões foram para pagamento de dívidas com quatro bancos, apurou o Valor.

Em termos consolidados, a empresa registrou perda de R$ 138 milhões de julho a setembro, pouco mais do que o dobro do ano anterior (ao se descontar as duas redes vendidas, a perda subiu 85%). A receita líquida caiu 60,3%, para R$ 348,4 milhões.

Outros dois grupos do setor de farmácias publicaram resultados nos últimos dias, com números positivos. A operação de varejo da Profarma, com 280 lojas, registrou receita bruta de R$ 198 milhões de julho a setembro, avanço de 3,7%. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação subiu 188%. Maior rede do país, a Raia Drogasil apurou alta de 40% no lucro, para R$ 117 milhões, e as vendas líquidas aumentaram pouco mais de 24%, para R$ 2,9 bilhões.




Indústria investe em pós-venda e aguarda definição do governo

11/11/2016 - DCI


São Paulo - As fabricantes de equipamentos médico-hospitalares já começam a colocar na conta uma possível recuperação do mercado apenas em 2018. Até lá, o setor vai investir no pós-vendas, com serviços e soluções que garantam receita, enquanto aguarda definições sobre gastos do setor público.

A expectativa é de que a partir do ano que vem o mercado comece a registrar a melhora do humor na economia, mas ainda de forma gradual, comenta o diretor geral de saúde da Philips Brasil, Renato Garcia. "Vai levar algum tempo para que vejamos os reflexos disso no aumento da demanda do setor. Quando falamos em equipamentos, a área da saúde demora, em média, seis meses para responder aos sinais de retomada mais concretos", diz.

Por outro lado, o executivo acredita que o elevado tempo de uso de alguns equipamentos pode favorecer a prestação de serviços e soluções.

"Durante a crise muitos investimentos [públicos e privados] foram congelados, então em algum momento os atuais aparelhos precisarão passar por manutenção ou substituição", avalia ele

Na visão do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), Carlos Goulart, o momento é de oportunidades, apesar da crise.

"Mesmo com a falta de investimentos, há espaço para crescer por meio de manutenção, oferta de tecnologia, sistemas de gestão. Isso elevará os rendimentos da indústria", aposta Goulart.

Já o diretor comercial da Hill-Rom, Bernardo Medrado, observa que a oferta de serviços pós-vendas será cada vez mais necessários, indo além do momento de crise.

"Em períodos de recessão, indústria e clientes querem soluções. O mercado quer mais do que um equipamento. Mas existe também muita procura por sistemas de gestão e até manutenção dos itens", explica Medrado.

O diretor de qualidade da Magnamed, Tatsuo Suzuki, destaca ainda a necessidade de ampliar o diálogo com os médicos. "Não podemos oferecer só o aparelho. Para avançar sobre os concorrentes também pensamos em maior relacionamento com médicos, clínicas e hospitais", revela ele, ressaltando sua estratégia de marketing para o ano que vem.

A fabricante de ventiladores pulmonares aposta em uma melhora gradual da indústria, segundo Suzuki, que só deve engatar força a partir de 2018. "Até lá, é preciso encontrar novas formas de oferecer os produtos e serviços que temos [na empresa]", acredita.


SAÚDE PÚBLICA


Renato Garcia, da Philips, afirma que há algum tempo o governo reduziu gastos com saúde, um dos principais compradores da indústria de equipamentos. "Perdemos prioridade nas compras do governo há algum tempo", conta o executivo.

Na visão do presidente da GE Healthcare para América Latina, Daurio Speranzini Jr., não só o governo, mas muitos clientes deixaram de comprar ou reduziram as encomendas há mais de um ano. Segundo ele, existe uma demanda reprimida. "Durante a crise, as compras foram paralisadas por conta da insegurança, não pela redução da demanda. Existe demanda reprimida do mercado, que parou de comprar ou comprou menos desde 2015. Isso deve mudar em breve", torce o executivo, apesar de demonstrar que vê o próximo ano ainda com cautela.

No geral, os executivos aguardam as definições no campo político. Isso porque tramita no Congresso uma proposta Emenda Constitucional (PEC 55, antiga 241) que fixa um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos. A área da saúde é um dos principais focos da PEC, que pode entrar em vigor em 2017 ou 2018, dependendo da aprovação do Senado.

A preocupação da indústria é que a PEC deverá reduzir significativamente os investimentos públicos na área de saúde.

No entanto, Daurio Speranzini Jr. ressalta que não há como escapar de investimentos mínimos. "Há equipamentos defasados que deverão ser substituídos. Não haverá como escapar do investimento em uma base instalada que está velha e ultrapassada em alguns casos", analisa ele.

Além disso, o executivo também acredita que haverá uma reformulação do que os planos de saúde oferecem. Para ele, poderão surgir mais parcerias entre a saúde pública e a privada para atender demanda da população brasileira. "Inclusive adicional de quem perder o plano de saúde", diz.

Nesse sentido, a Philips também está de olho nas Parcerias Público-Privadas (PPP). Em outubro do ano passado, a empresa firmou contrato com o governo da Bahia para a implementação de centros de imagens em 12 hospitais.

"Sabemos que o mercado não crescerá tanto e tão rapidamente, mas apostamos em projetos como as PPPs", afirma o diretor da companhia, que pondera as dificuldades em fechar esse tipo de parceria.

Ele avalia que este seja um dos caminhos para superar desafios como os cortes de orçamentos e revela que a Philips ainda deve firmar outras cinco parcerias semelhantes ao longo dos próximos quatro anos.

"O sistema não é sustentável como está. É preciso ter diálogo com o governo e setor privado, repensando os modelos existentes", define.

Ameaça maior aos pacientes com fibrose cística

11/11/2016 - Correio Braziliense


A bactéria Mycobacterium abscessus é bastante conhecida entre os médicos pelos estragos que pode causar à saúde de pacientes com doenças pulmonares, principalmente a fibrose cística. Em pesquisa recente, cientistas do Reino Unido sequenciaram o genoma desse micro-organismo e descobriram três subtipos mais fortes do patógeno, que já é resistente aos antibióticos, e a transmissão desse agente infeccioso entre humanos. Até então, acreditava-se que ela ocorria por meio de ambientes infectados, geralmente hospitais. Os autores do estudo, publicado na última edição da revista americana Science, adiantam que o trabalho poderá ajudar a desenvolver novas formas para evitar o contágio.

O trabalho surgiu de uma investigação anterior, quando dois dos autores analisaram a contaminação por M. abscessus dentro do hospital Papworth, no Reino Unido. “Vimos que as transmissões locais poderiam ter como origem um clone de propagação maior. Então, iniciamos uma grande pesquisa global para tentar identificar isso”, conta Julian Parkhill, pesquisador do instituto de pesquisa científica Wellcome Trust Sanger e um dos autores.

A equipe sequenciou o genoma de mais de mil dessas microbactérias, presentes em 517 indivíduos com fibrose cística e tratados em centros médicos da Europa, dos Estados Unidos e da Austrália. Nas análises, foram descobertos três subtipos da bactéria que surgiram nas últimas décadas e estão presentes nas três regiões analisadas. Por meio de análises in vitro de células humanas e de ratos, os pesquisadores também detectaram variações mais perigosas do patógeno.

De acordo com os autores, os achados mostram como os “clones bacterianos” se disseminaram amplamente dentro dos hospitais por meio de superfícies contaminadas e pelo ar. Essa, porém, não é mais a única forma de contato. “O bug de infecção inicialmente parece ter surgido na população a partir do ambiente, mas acreditamos que, recentemente, ocorreu uma evolução que tornou capaz o contágio de paciente para paciente, tornando também a bactéria mais virulenta”, explica Andres Floto, pesquisador do Departamento de Medicina da Universidade de Cambridge e também autor do trabalho.

Para Gilberto Nogueira, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Luzia, em Brasília, esse é um dos pontos mais importantes da pesquisa britânica. “O artigo confronta o que sabíamos anteriormente, de que o contágio estaria relacionado apenas ao meio ambiente. Fiquei surpreso, pois, pela primeira vez, conseguiram demonstrar a transmissão de pessoa para pessoa”, frisa o infectologista. “É importante explicar também que não só as pessoas que sofrem com a fibrose cística que estão suscetíveis a essa infecção. Quem tem problemas pulmonares ou outros que levam ao comprometimento do sistema imunológico, como o HIV, apresenta mais chance de contrair essa bactéria e sofrer com as complicações dela.”


PREVENÇÃO


Os pesquisadores ainda não sabem detalhar por que a M. abscessus evoluiu tanto, mas perceberam uma concentração maior dos subtipos mais fortes em pacientes com fibrose cística. A constatação, acreditam, pode ajudar em futuras intervenções médicas. “Podemos identificar a presença dessas variações a nível local e tentar intervir na sua disseminação. A análise também nos dá as ferramentas para ver se nossa intervenção será bem-sucedida”, detalha Parkhill.

Segundo Nogueira, não existem recomendações para que pacientes com fibrose cística fiquem isolados, assim como é feito com quem tem tuberculose, por exemplo. A descoberta do trabalho britânico pode provocar mudanças no protocolo. “Mas acredito que, a depender de mais estudos, no futuro, centros que atendem pacientes com fibrose cística ou outras doenças pulmonares adotarão mais medidas preventivas”, aposta.

Os autores darão continuidade à pesquisa. A ideia é se aprofundar nas análises da bactéria. “Estamos interessados em descobrir as mudanças genéticas nesses clones que os tornam mais virulentos e aumentaram sua disseminação. Estamos fazendo isso comparando a composição genética dos diferentes clones e procurando mudanças comuns”, adianta Parkhill.

"É importante explicar também que não só as pessoas que sofrem com a fibrose cística que estão suscetíveis a essa infecção. Quem tem problemas pulmonares ou outros que levam ao comprometimento do sistema imunológico, como o HIV, apresenta mais chance de contrair essa bactéria”

Gilberto Nogueira, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Santa Luzia




67% dos casos de zika no país foram em mulheres, aponta balanço

10/11/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde com base nos registros de zika no país mostra que 67% dos casos notificados ocorreram em mulheres, a maioria delas em idade fértil.

O documento, divulgado pela pasta nesta quinta-feira (10), considera apenas os dados registrados entre janeiro e agosto deste ano –em 2015, o governo ainda não adotava um sistema de notificação dos casos prováveis de zika no país.

Neste período, foram registrados 196.976 casos prováveis de zika -destes, 132.524, ou 67,3%, foram notificados em mulheres. A faixa etária predominante foi de 20 a 39 anos. Também foram registrados, no mesmo período, 16.264 casos em gestantes.

No balanço, o Ministério da Saúde ressalta que dado semelhante de número alto de casos clínicos de zika em mulheres também foi observado na Micronésia, outro país que registrou epidemia pelo vírus. Lá, no entanto, homens também tiveram alta prevalência de zika após análise de exames –o que, para a pasta, pode sugerir que infecções assintomáticas são mais frequentes neste grupo, "o que pode explicar, em parte, a alta predominância de mulheres no Sinam [sistema usado para registro]".

Outra hipótese provável é que, diante do aumento dos alertas sobre os riscos de ocorrência de microcefalia, as mulheres tenham procurado mais os serviços de saúde diante de casos de suspeita de zika -daí o maior número de registros.

Os casos prováveis de zika abrangem atendimentos de pacientes que apresentavam manchas vermelhas pelo corpo, uma das principais características do zika, acompanhadas de outros dois ou mais sintomas, como febre ou uma espécie de conjuntivite sem secreção, entre outros.

A análise do ministério aponta ainda que, enquanto o risco de infecção por zika nas mulheres e de nascimento de bebês com microcefalia não estiver estabelecido, "é possível que muitas mulheres adiem os planos de ter filhos ou interrompam a gravidez" –o que, segundo o documento, "pode reduzir a taxa de natalidade no país e aumentar os índices de morte materna ou em idade fértil", o que leva à necessidade de reforço nas políticas de enfrentamento do zika, informa.




Vacina contra a gripe, presente e futuro

11/11/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Como acontece todos os anos, estamos hoje vivenciando mais uma temporada de circulação do vírus da gripe (influenza).

Apesar de reconhecido desde a Idade Média, foi descrito pela primeira vez em 1901, e sua principal característica é a enorme capacidade de sofrer pequenas mutações que enganam nosso sistema imune, causando epidemias anuais que atingem cerca de 10 a 20% da população mundial.

Epidemias essas por vezes mais intensas, com muitos casos graves, hospitalizações e óbitos; outras vezes mais tímidas, com pouca intensidade e gravidade.

A precocidade com que ocorreu o início da estação deste ano, predominando a variante já conhecida, H1N1, ainda no verão, e especialmente em regiões quentes do Estado de São Paulo, pegou a todos de surpresa.

Não se consegue explicar ainda, com sólida base científica, o motivo desse deslocamento sazonal que coincide também com um prolongamento da estação no hemisfério norte.

Há grupos reconhecidamente mais vulneráveis para desenvolverem formas graves da doença e suas complicações, e que normalmente são contemplados pela vacinação pública: idosos, crianças, gestantes e indivíduos portadores de doenças crônicas.

A vacinação, especialmente de indivíduos pertencentes a esses grupos de risco, constitui importante ferramenta para o controle e redução de casos graves e mortes pela doença e já vem sendo empregada por muitos países, inclusive o Brasil, há décadas.

Há um longo e difícil processo de produção da vacina, que se inicia com uma sofisticada rede mundial de vigilância de vírus respiratórios que procura identificar quais os subtipos que circulam nos diversos cantos do planeta.

Inúmeras amostras são encaminhadas à Organização Mundial da Saúde, que, baseada nas variações ocorridas, tenta predizer, com a devida e necessária antecedência, os prováveis vírus que circularão naquela temporada, tanto para o hemisfério sul quanto para o norte.

Fica claro que a eficácia da vacina numa determinada estação está intimamente relacionada com a coincidência da cepa vacinal com a cepa circulante.

Após a publicação da recomendação da composição vacinal, inicia uma corrida da indústria farmacêutica para a produção, quase sempre através de cultivo do vírus em ovos embrionados de galinha, de uma enorme quantidade de doses da vacina, contendo três ou quatro variantes do vírus influenza - vacinas tri e tetravalente.

Dependendo do ano uma ou outra cepa pode apresentar crescimento lento em laboratório, atrasando ainda mais a produção da vacina daquela estação.

Rigorosos testes de qualidade tornam o caminho, da produção à chegada do imunizante às inúmeras salas de vacina, ainda mais longo e demorado.

Todo esse rito se repete, duas vezes ao ano, para que as vacinas estejam disponíveis antes de cada inverno, nos diferentes hemisférios.

É inequívoca a percepção de custo que todo esse processo gera. Sua repetição anual torna a vacina da gripe, indiscutivelmente, a mais custosa entre todas as vacinas hoje implantadas pelos programas públicos.

Soma-se a isso o desafio de vacinar, em curto período de tempo e em forma de campanhas com elevadas coberturas, os grupos prioritários.

Não me parece razoável que em pleno século 21 ainda tenhamos que produzir vacinas com essa tecnologia lenta, trabalhosa, de custo extremamente elevado e contraproducente.

Novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas na tentativa de reduzir esses entraves, porém que ainda não são capazes de resolver o principal problema que é a necessidade de reformulação da vacina a cada ano.

A solução ideal seria identificar estruturas conservadas do vírus influenza, que não se alterem periodicamente e que possam ser utilizadas como bons estimulantes do sistema imunológico, eliminando a necessidade de adaptação anual.

Teríamos então uma vacina universal, que serviria para todas as variações que o vírus sofresse, em qualquer local do mundo, permitindo uma vacinação inclusive com a perspectiva de proteção duradoura.

O sequenciamento genético do vírus e o reconhecimento molecular de suas estruturas sinalizam positivamente nessa direção.

São muitos os ensaios clínicos para o desenvolvimento de uma vacina como essa, porém a grande maioria deles em fases iniciais, ou seja, ainda longe de se tornar uma realidade.

Resta-nos conviver ainda com esse longo e custoso processo de produção de vacina contra um vírus que teima em nos desafiar e surpreender a cada ano.




Febre amarela põe interior de SP em alerta e antecipa vacinação

11/11/2016 - Folha de S.Paulo


Após as mortes de macacos com febre amarela nas zonas rural e urbana de duas regiões do Estado de São Paulo, cidades do interior anteciparam a vacinação de bebês, têm tentado atrair quem não busca a imunização e desenvolvido ações para evitar o risco de proliferação da doença.

Só na região de São José do Rio Preto já foram confirmadas quatro mortes de macacos com a doença (das quais duas ainda aguardam exames complementares) e um homem morreu vítima da forma silvestre da febre amarela.

Em Ribeirão Preto, um sagui coma doença morreu numa praça do centro da cidade e a prefeitura reforçou a vacinação, com postos móveis e abertos aos finais de semana,para tentar atrair as estimadas 100 mil pessoas que não estão imunizadas.

Apesar de o total de mortes já ser suficiente para gerar alerta em serviços de saúde,o número pode ser muito maior.

Na região de Rio Preto, há outros quatro animais à espera do resultado de exames e o número de denúncias neste ano de encontro de corpos ou ossadas de macacos já passa de 40. Também há casos em análise em Ribeirão.

Nas duas regiões, o calendário de vacinação para os bebês foi antecipado. Em vez de tomar a primeira dose aos nove meses, ela agora está sendo aplicada aos seis.

Além disso, há busca de faltosos e ações de divulgação para quem vive em regiões do Estado onde o risco de transmissão é menor—e se preocupam menos com vacinação.

“Não tivemos indício que leve a pensar que a febre está sendo transmitida em área urbana. Uma das preocupações é com quem tem ranchos e sítios ou vai para esses lugares.

Precisam ter maior cuidado em relação à vacinação”, disse Mônica Regina Bocchi, assistente de direção da Vigilância Epidemiológica de São José do Rio Preto, ligada à Secretaria de Estado da Saúde.

Segundo ela, todos os casos confirmados ou suspeitos são de Rio Preto —onde um animal morto foi achado perto do bosque—e 11 cidades da região.Das 40 denúncias, na maioria não foi possível colher material para os exames, pois os corpos já estavam em decomposição.

A avaliação de Bocchi—para quem o cenário preocupa, mas não é alarmante—é que, à medida em que novos casos são divulgados, as notificações da doença crescem.


REFORÇO


Além de tomar a vacina logo aos seis meses, os bebês receberão um reforço três meses depois, período em que, pelo calendário, receberiam a primeira dose da vacina.

“Normalmente seria aos nove meses, mas, com o risco, já estamos vacinando aos seis e repetindo aos nove. Às vezes a resposta [do organismo] não é significativa aos seis meses e por isso o reforço, mas não há problema algum para a saúde do bebê”, disse a médica Ana Alice Castro e Silva, chefe da Vigilância Epidemiológica de Ribeirão.

Na cidade, a febre amarelam atou uma fêmea sagui em julho.O caso foi divulgado há pouco mais de duas semanas,quando exames concluíram a causa da morte,a primeira pela doença na região desde 2008, segundo o Estado.

A prefeitura iniciou campanha em busca de moradores não imunizados. Segundo a Secretaria da Saúde, há mais de 100 mil moradores não vacinados na cidade.

“Quando a doença aparece em humanos, antes disso aparece em animais. Por isso que é importante vigiar os animais, para que saibamos se o vírus está ou não em circulação”, disse a médica.

Na campanha, 11 mil pessoas procuraram postos de saúde com suas carteiras, e 4.700 foram imunizadas, volume considerado baixo.

A preocupação nas duas regiões ocorre também porque a doença é transmitida, na zona urbana,pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo de dengue, zika e chikungunya.

Com isso, diz a médica, se houver contaminação do mosquito, aumenta o risco de proliferação de casos.

Desde 2009 Um homem de 38 anos que contraiu a forma silvestre da febre amarela morreu em abril em Bady Bassit, região de São José do Rio Preto. Foi a primeira morte desde 2009 no Estado de São Paulo.

A suspeita é que a vítima, que atuava na construção civil,tenha frequenta do regiões de mata para pescar, onde há muita vegetação e macacos.

Na mata o vetor comum é o mosquito Haemagogus.

Não há relato de transmissão de febre amarela no Brasil entre humanos no ambiente urbano desde 1942.




Gestantes do Bolsa Família devem começar a receber repelentes

10/11/2016 - Valor Econômico / Site


O Ministério da Saúde deve realizar no próximo dia 1º de dezembro pregão para a compra de repelentes que serão distribuídos a gestantes beneficiárias do Programa Bolsa Família. A expectativa da pasta é que, no prazo de 15 dias a contar da homologação da compra, o produto comece a ser entregue pela rede de atenção básica a cerca de 484 mil mulheres.

A aposta do governo é reduzir os casos de infecção de vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e associado ao aumento de casos de microcefalia em bebês.

“Se não houver problema no pregão, [a distribuição] está para 15 dias após a homologação. Em dezembro ainda teremos a primeira entrega”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Segundo ele, o plano do governo é seguir com a distribuição de repelentes apenas para quem recebe o benefício e, posteriormente, avaliar a ampliação da estratégia.

Questionado sobre os subsequentes atrasos na entrega dos repelentes - a iniciativa foi anunciada em fevereiro deste ano e ainda não concretizada -, Barros garantiu que não há possibilidade de novos adiamentos para o pregão. O único atraso possível é se houver recursos ao processo de compra, que atrasem a homologação. “Homologada a compra, em 15 dias eles fazem a entrega. Estamos comprando repelente para o ano inteiro. Serão 12 entregas mensais”, disse.

O ministro lembrou que, no edital de compra dos repelentes, a pasta definiu que o produto teria embalagem especial do próprio ministério com os dizeres “Proibida a venda”. Entretanto, a embalagem precisa de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), processo que pode levar até 60 dias para ser concluído.

“Quem vai pedir o registro da embalagem é o vencedor da licitação. Temos que esperar o vencedor, para ele pedir o registro, para daí ser liberado pela Anvisa. Então, dispensamos essa exigência de uma embalagem especial nas primeiras entregas, para a gente poder atender com urgência”, afirmou.

Sobre a possibilidade de desvios e venda inapropriada dos repelentes, Barros admitiu que há esse risco. “Ou a gente corre atrás de atender as pessoas ou a gente corre atrás de evitar desvios. Não deu pra fazer as duas coisas desta vez”.

O ministério informou que serão adquiridas, ao todo, três bilhões de horas de proteção, por meio de repasse de R$ 300 milhões provenientes do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Cada marca de repelente apresenta um período de proteção distinto e, por isso, a pasta definiu a quantidade de horas de proteção, em vez da quantidade exata de unidades do produto.




Saúde busca modelos de prevenção mais efetivos

11/11/2016 - Valor Econômico


A busca por eficiência que norteia todos os setores da economia chega agora ao sistema de saúde. "O momento é de mudança, a forma como trabalhamos não é sustentável", alerta Carlos Goulart, presidente da Associação Brasileira na Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde (Abimed). "As pressões de aumento de custo causadas pelas tendências sociais e demográficas (envelhecimento da população, progressivo aumento das doenças crônicas e degenerativas) levam os sistemas de saúde de todo o mundo a buscar formas de trabalhar menos com modelos hospitalares convencionais de cura de doenças e mais em novos modelos de prevenção e reforço da conscientização das pessoas sobre hábitos de vida saudável."

O presidente da Abimed cita a evolução de aplicativos móveis, que facilitam a comunicação entre médicos e pacientes e monitoram ritmo cardíaco, pressão arterial e atividade física, como formas de gerenciar a saúde e facilitar o cuidado em qualquer lugar e a qualquer hora. Diabéticos ou pessoas com doenças que demandam um controle mais rigoroso das condições físicas passam a contar com as possibilidades do monitoramento em tempo real pelos wearables (vestíveis). Esses dados podem ser transmitidos ao médico antes mesmo de uma consulta.

Segundo dados do setor, o investimento mundial em prevenção, diagnóstico e monitoramento da saúde passará de 30% do total dos gastos em 2014 para quase 45% em 2020. A pesquisa Future Health Index, realizada pela Philips em trezes países, entre os quais o Brasil, mostra que a tendência hoje é adotar tecnologias conectadas (big data) e análise de informações para melhorar o atendimento dos pacientes e a eficiência e qualidade do sistema. Nesse sentido, as empresas investem no desenvolvimento de equipamentos que funcionam em rede, para produzir mais com menos erros, e a criação de áreas de consultoria de gestão para auxiliar as instituições de saúde a aumentar a eficiência e reduzir perdas.

Um exemplo é a parceria público privada entre o governo da Bahia e a Rede Brasileira de Diagnóstico, composta pela Philips, a Alliar e a FIDI (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem) para otimizar o diagnóstico de imagens em hospitais da rede pública do estado. "Os aparelhos de ressonância magnética, tomógrafos, mamógrafos e de raios X estarão conectados com uma central, permitindo que os pacientes tenham acesso aos laudos dos exames em até duas horas", diz Renato Garcia, diretor-geral de saúde da Philips no Brasil. "Nosso objetivo é oferecer um atendimento mais rápido e preciso, melhorando a qualidade dos resultados e interligando o sistema."

O Hospital Albert Einstein investe na telemedicina ou o acompanhamento do médico e do paciente a distância em tempo real. "São 26 hospitais públicos e duas plataformas de petróleo conectadas à nossa central com recursos de áudio e vídeo para emergência e terapia intensiva", explica Milton Steinman, coordenador do serviço de telemedicina do Einstein.

"Nossos médicos passam visita diariamente sem sair do hospital, ninguém precisa se deslocar para consulta", afirma. O programa se estende aos pacientes atendidos pelos agentes de saúde da família. O projeto-piloto, iniciado em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, prevê que o visitador colha os dados em um notebook e transmita para a central, reduzindo o tempo de espera para passar por especialistas.

A tendência das indústrias, como a GE, é trabalhar mais próximo de seus clientes para entender quais as suas necessidades e desenvolver soluções customizadas. "Nosso sistema de saúde é muito fragmentado, centrado em hospitais e clínicas e não no paciente", afirma Daurio Speranzini, presidente da GE Healthcare para a América Latina. "A situação está começando a mudar com as novas ferramentas digitais", diz.

Em parceria com o hospital Johns Hopkins, dos EUA, a GE criou nova central de comando na qual aplicativos recebem informações relevantes para a gestão de hospitais, detectam riscos e priorizam ações para corrigir e melhorar o fluxo de trabalho. O objetivo é redesenhar os sistemas de prestação de cuidado e administrar o percurso dos pacientes em tempo real, evitando o desperdício.

Sistema semelhante está sendo desenvolvido pela Siemens. Projeto de uma sala de comando (virtual operation center) com os Laboratórios Fleury permite que especialistas em ressonância magnética visualizem as imagens e executem os exames de qualquer lugar por meio de conexão remota, enquanto o auxiliar local realiza os procedimentos presenciais. "A pressão maior dos custos em saúde está no tratamento, portanto, é ali que se faz necessário uma mudança", afirma Fernando Narvaez, diretor da Siemens Healthineers no Brasil. "A tendência é que diagnóstico e prevenção ganhem mais espaço, reduzindo o impacto com o tratamento e internações", diz.




Criança com microcefalia será avaliada até os 3 anos

11/11/2016 - O Estado de S.Paulo


O limite de idade para a avaliação de bebês com microcefalia será ampliado de três meses para três anos. A mudança integra o novo protocolo para doença que, conforme antecipou ontem o portal estadao.com.br, vai mudar a classificação da síndrome.

A partir do novo entendimento, a microcefalia será considerada como um dos possíveis sintomas da síndrome congênita provocada pela infecção do zika. “Um bebê pode apresentar perímetro cefálico normal, mas problemas auditivos, por exemplo, relacionados à infecção provocada pelo vírus”, disse a assessora da Secretaria de Atenção do Ministério da Saúde, Mariana Leal.

Com a nova definição, ainda não está decidido se secretarias vão convocar crianças que já foram submetidas a uma avaliação e tiveram o caso considerado como descartado. “Isso está em análise. O fato é que essas crianças não estão perdidas.

Elas continuam sendo acompanhadas”, completou.

Até o momento, foram registrados no País 10.039 casos suspeitos de microcefalia, dos quais 2.106 foram confirmados, 4.842 descartados e 3.091 ainda estão em investigação. Em entrevista ao Estado, o diretor de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirmou que a pasta não trabalha com a possibilidade de zerar os casos sob investigação.

De acordo com ele, uma parte foi registrada no início da epidemia, quando os critérios para definição de microcefalia ainda eram bem flexíveis e, por isso, com maior risco de falsos positivos.

“Muitas mães perceberam que não era microcefalia e não voltaram aos postos”, disse.

A maior preocupação do ministério não é com bebês que no primeiro momento apresentavam perímetro cefálico normal, mas que, com o desenvolvimento, começaram a apresentar sintomas compatíveis à infecção pelo zika durante a gravidez. “As alterações podem acontecer de forma tardia, afetar o desenvolvimento.

Daí a necessidade de acompanhar mais de perto essas crianças”, disse Mariana.

Ela afirmou que a ciência tanto no Brasil quanto no mundo ainda tem várias perguntas sem respostas sobre zika e microcefalia.

Daí a necessidade de se fazer ajustes nos protocolos. Cartilhas de estimulação precoce para famílias estão sendo produzidas e há ainda uma estratégia para que Núcleos de Assistência à Saúde da Família atuem no atendimento desses bebês e crianças. Das crianças acompanhadas, 2.071 fazem estimulação precoce e 1.413 são acompanhadas na assistência social.

Teste rápido. O acompanhamento de casos de mulheres que ainda não tiveram seus filhos deve ser facilitado, com a inclusão, prevista para o próximo mês, do teste rápido de zika.




Chikungunya é a maior ameaça do verão

11/11/2016 - O Estado de S.Paulo


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a chikungunya deverá ser o principal problema enfrentado neste verão no País. A avaliação, disse, é compartilhada por integrantes da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Achamos de fato que neste ano o número de casos de chikungunya será mais intenso”, afirmou. Ele não escondeu a preocupação, sobretudo pelo fato de a doença ser temporariamente incapacitante. “O impacto econômico é muito forte.” O governo prepara para lançar no fim deste mês uma campanha de prevenção contra doenças relacionadas ao Aedes aegypti. Conforme adiantou o portal estadao.com.br, pela primeira vez uma das campanhas será direcionada ao risco da transmissão sexual do zika. Até agora, embora a OMS já tenha alertado para o risco dessa forma de contágio, as informações destinadas à prevenção do zika se concentravam no combate ao mosquito transmissor.

As campanhas contra dengue, chikungunya e zika serão lançadas dia 20. As peças trazem relatos de pessoas que tiveram a doença ou enfrentaram as suas consequências, como perda de familiares.

Em vez da ênfase sobre a forma de se evitar criadouros, a campanha quer mostrar o impacto que a picada do mosquito pode trazer para toda a família.

De acordo com técnicos ouvidos pelo Estado, ela se assemelha às peças de advertência de trânsito, com tom por muitos considerado chocante. “Pesquisas demonstram que a população já sabe como evitar os focos do Aedes”, disse o ministro ontem, durante reunião no Conselho Nacional de Saúde.

Além das campanhas, o governo deverá divulgar novos protocolos para diagnóstico e tratamento de zika (mais informações nesta página), dengue e chikungunya. O manual deverá trazer informações integradas, para que profissionais consigam de forma rápida diferenciar as três infecções e encaminhar o paciente para o tratamento mais adequado.

Um alerta também será feito a secretarias estaduais e municipais de Saúde para que elas façam os ajustes necessários para atender pacientes com chikungunya.

Isso porque a doença em muitos casos pode se tornar crônica, exigindo um atendimento a longo prazo, com fisioterapia e atenção especializada, sobretudo para o alívio da dor.


FETOS


Há também preocupação com gestantes. A exemplo da zika, a chikungunya pode ser transmitida para o feto durante a gestação.

A diferença em relação à zika no entanto, é que o maior risco de contágio ocorre nos últimos três meses de gestação. Não há, por enquanto, recomendação para que o parto nesses casos seja cesáreo. Mas, de acordo com o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, é preciso que, nesses casos, a rede esteja preparada para a eventual necessidade de o bebê ser encaminhado para a UTI neonatal.

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