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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 09/11/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Faturamento com venda de genéricos cresce 3,29% no 3º tri e totaliza R$ 1,660 bi

08/11/2016 - Diário de Pernambuco Online


As vendas de medicamentos genéricos movimentaram R$ 1,660 bilhão no terceiro trimestre de 2016, crescimento de 3,29% na comparação com igual período do ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). O resultado ficou abaixo da inflação do período medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os dados fazem parte do levantamento feito pela PróGenéricos com base nos indicadores do IMS Health, instituto que audita o varejo farmacêutico no Brasil e no mundo.

O terceiro trimestre foi o mais fraco de 2016 até então. Desde que a PróGenéricos iniciou os levantamentos em 2001, a desaceleração das vendas ao longo de um mesmo ano é considerada algo incomum.

A indústria de medicamentos genéricos fechou o terceiro trimestre com crescimento de 8,4% no volume de vendas frente a igual período do ano anterior. No total, entre julho e setembro deste ano, foram comercializadas 275,7 milhões de unidades de medicamentos, contra 254,3 milhões no mesmo intervalo de 2015.

O resultado confirma a desaceleração nas vendas. No primeiro trimestre, as vendas em unidades tinham crescido 18,6% frente ao ano anterior. No segundo trimestre, a expansão havia diminuído para 10,40%.

Ainda assim, os genéricos fecharam o terceiro trimestre crescendo acima do setor farmacêutico como um todo. O mercado total registrou expansão de 2,7% em unidades no terceiro trimestre frente a igual intervalo do ano anterior. Sem os genéricos, a expansão seria de apenas 0,4%. De acordo com a entidade, a participação de mercado dos genéricos no varejo, em unidades, atingiu a marca de 30%, superando os 28% alcançados no terceiro trimestre do ano passado.




Falta de remédios mais baratos para combater o câncer preocupa médicos.

08/11/2016 - G1 - Bom dia Brasil


A Sociedade Brasileira de Oncologia faz um alerta perturbador para quem faz tratamento contra o câncer. Os médicos estão preocupados com a falta de medicamentos antigos, mas que são eficazes e que são baratos.

Tem medicamento disponível moderno, eficaz, mas que custa caro e, por isso, é inacessível. A reclamação dos médicos é que faltam exatamente os remédios mais baratos, podem não ser da última geração, mas também são eficientes. O Ministério da Saúde reconhece o problema.

Tudo certo para fazer a cirurgia tão aguardada. A aposentada Maria de Fátima Costa tem câncer e espera há oito meses para fazer um transplante de medula óssea. Os exames estão prontos e os médicos do hospital também. Mas falta o remédio, indispensável para fazer a operação, e que está em falta no estado do Ceará, onde a Maria mora.

“Era para ter colocado essa medula no ano passado, em 2015, em 2016, agora, já era para eu estar boa, mas já estamos terminando 2016 e, fazer o quê, né? Não se pode fazer nada”, conforma-se Maria.

A situação de dona Maria é a mesma de dezenas de pacientes do Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza.

O hematologista Fernando Barroso diz que o hospital é referência na realização de transplante de medula, mas não consegue comprar o remédio porque o laboratório reduziu muito a fabricação desse medicamento em todo o país e até fora daqui.

"Isso tem gerado uma fila. Nós temos hoje 53 pacientes com diagnóstico de mieloma múltiplo que estão na fila para o transplante. Destes 53, treze já coletaram células para o transplante, mas não realizaram ainda por falta da disponibilidade do Meofalan.

Esse remédio que está faltando no Ceará, já faltou no Rio e também em hospitais de outros estados. Associações médicas dizem que a interrupção e a descontinuidade na produção e no fornecimento de remédios acontecem também com outros medicamentos, antigos, eficientes e baratos, usados no tratamento de vários tipos de câncer, e que os laboratórios vão, aos poucos, deixando de produzir esses remédios para investir em outros, mais modernos e bem mais caros.

Os médicos dizem que os laboratórios vão, aos poucos, abandonando a produção desses remédios e substituindo por outros, bem mais caros, e que isso pode prejudicar pacientes e serviços públicos de saúde.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, disse que esse desinteresse dos laboratórios pela fabricação de medicamentos mais antigos e baratos já aconteceu em outros países, mas que é preciso agir junto aos fabricantes para evitar o sumiço dos medicamentos, que são eficientes, principalmente em um momento de crise econômica como o nosso. Ele teme que em pouco tempo, hospitais e serviços públicos de saúde não consigam mais comprar os remédios que estão substituindo os antigos.

“Os tratamentos que substituem essas medicações antigas e eficazes são mais caros e não cabem dentro daquele custeio que é encaminhado pelo Ministério da Saúde, então a ideia do alerta é de tentar prevenir um desabastecimento maior que venha a nos forçar a comprar coisas mais caras pra tratar as mesmas doenças”, disse Fernandes.

O Ministro da Saúde diz que está ciente do problema e que propôs uma medida para mudar a regra que hoje limita os preços de compra dos remédios. A ideia é permitir que o governo, em situações excepcionais e de interesse público, possa aumentar o valor máximo para a compra de determinados remédios e, desta forma, estimular os fabricantes a continuarem produzindo remédios que seriam, ainda assim, mais baratos que os substitutos.

“Podemos alterar um pouquinho o preço para cima para que eles tenham interesse econômico e voltem a estar disponíveis no mercado”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

O Sidusfarma, Sindicato da Indústria Farmacêutica, esclarece que alguns medicamentos contra o câncer não estão sendo mais produzidos mundialmente; outros tiveram problemas de abastecimento que já foram regularizados. Disse ainda que a indústria produz todo tipo de medicamento - dos básicos aos inovadores; dos baratos aos de alto custo.

Equacionar custo de produção é desafio em dermocosméticos

09/11/2016 - DCI


São Paulo - Os brasileiros têm uma boa percepção dos dermocosméticos, um segmento em franca expansão apesar da crise que atinge o País. A indústria também aposta nesse tipo de produtos, mas enfrenta desafios quanto a tempo e custo de desenvolvimento de fórmulas.

"A busca por tratamentos estéticos e cuidados é crescente e sólida no País, mesmo diante da crise econômica. O mercado deve continuar acelerado", avalia a diretora da unidade de dermatologia do Aché Laboratórios Farmacêuticos, Mônica Branco Ferreira.

Segundo ela, essa previsão de crescimento vem apoiando os investimentos da farmacêutica nos dermocosméticos mesmo com um elevado custo de formulação. "Priorizamos o uso de ativos consagrados e inovadores em alta concentração em nossas linhas. Sem dúvidas isso tem impacto direto no custo de fabricação", detalha ela.

O laboratório investirá R$ 28 milhões no segmento até o final de 2016, incluindo estudos clínicos de comprovação de eficácia, visitações e eventos. A empresa não divulgou estimativas para o próximo ano.

Mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basílio, afirma que o mercado todo deve voltar a crescer em 2017, sendo que os dermocosméticos terão ascensão nos próximos anos.

"Todo nosso setor já promete crescer no ano que vem e os dermocosméticos são muito bem aceitos, então sem dúvidas haverá demanda. Cabe à indústria saber aproveitar esse momento", disse o dirigente recentemente ao DCI.

Uma pesquisa realizada pela Glambox com quase 2 mil mulheres, mostra que os dermocosméticos são percebidos como produtos de maior qualidade quando comparados aos cosméticos comuns. Para 66% delas, eles são mais eficientes. Outras 15% declararam ver eficiência igual ou menor na mesma comparação.

Segundo a gerente de pesquisa da Glambox, Carolina Sarti, a percepção de maior eficácia influencia na hora da compra. "Quase metade das mulheres sempre preferem dermocosméticos. O montante aumenta conforme a idade e renda das entrevistadas", conta.


EMBALAGENS


Nesse sentido, Mônica Ferreira conta que a embalagem e características próprias dos produtos do Aché se tornam diferencial na hora de conquistar o consumidor. "Queremos levar ao mercado propostas diferentes, sensoriais e sustentáveis nesse sentido, mas nem sempre isso é fácil", comenta a executiva, citando uma nova opção de embalagem que não contém gás propelente, agressor da camada de ozônio.

Já a Vichy optou pelo lançamento de embalagens menores para competir no acirrado mercado da beleza, revela a diretora da marca no Brasil, Maíra Da Matta. "A fabricação de embalagens reduzidas gera uma experimentação que pode vir a ser uma demanda recorrente".

Ela acrescenta que, além da gestão de custos para que seja possível oferecer diferentes tamanhos de produtos, é necessário negociar com fornecedores. "É preciso ter parceria, para que tenhamos um processo eficiente para ambos os lados e também inovador na medida em que precisamos", explica Maíra.

A negociação com os fornecedores também faz parte da realidade da diretora da Medicatriz, Sheila Gonçalves. De acordo com ela, a crise econômica obrigou a fabricante de dermocosméticos a repensar estratégias e fazer investimentos mais modestos no segundo semestre deste ano.

"Vamos continuar apostando nos dermocosméticos, mas em alguns momentos é preciso repensar algumas estratégias. Fizemos isso já de olho no ano que vem, que deve ser melhor", aposta Sheila Gonçalves.


CONCORRÊNCIA


Ela destaca ainda que, diante do tamanho do mercado brasileiro e da a perspectiva de crescimento acelerado da categoria em 2017, empresas internacionais estão chegando no País.

"Há diversas empresas atuando no segmento, além de várias outras querendo entrar. Nem todas possuem know how, mas precisamos estar prontos conforme o mercado aquece", define a diretora da empresa paulista, que produz protetores solares, cremes clareadores e para o tratamento de acne.

Na visão da diretora Vichy, porém, não basta só inovar e equacionar os custos. Ela ressaltou as exigências e necessidades dos brasileiros. "É preciso agir no tempo certo para oferecer o que o mercado demanda", explica a diretora. "A dermatologia é uma área muito dinâmica. Precisamos aliar qualidade e a velocidade dessas inovações em um segmento que demanda meses para o desenvolvimento do produto", acrescenta Maíra.

Um cenário que colabora para elevar a competição, principalmente com os itens importados, uma vez que as principais inovações chegam primeiro aos mercados mais desenvolvidos, como da Europa e Ásia.

"Nossa vantagem está na atual taxa de câmbio, que ainda oscila e acaba tornando a compra do produto nacional um pouco mais vantajosa", analisa Maíra Da Matta.

De acordo com ela, até mesmo para a Vichy - empresa da francesa L'oreal - não existe vantagem em importar produtos de suas filiais estrangeiras. "Nossa meta é nacionalizar cada vez mais a produção desses itens. O mercado brasileiro é promissor", diz.

Hoje, as vendas de dermocosméticos ainda está bastante concentrada na população com renda entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. O grupo movimenta cerca de 35% dessa categoria, conforme a pesquisa da Glambox.

Na visão de Maíra, a expansão da categoria por todo o território deve diluir os custos de produção do setor. "Acredito em um processo de democratização que passa pelo aumento de demanda com redução do nosso custo".




Mercado Aberto: Piora no quadro

09/11/2016 - Folha de S.Paulo


A exportação de produtos de alta tecnologia para a saúde caiu 34% entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2015, segundo a Abimed, que representa a indústria.

"O resultado surpreende, mas é justificável. O dólar oscilou bastante, e nós temos um problema sério de competitividade em relação a outros países", diz Carlos Goulart, presidente da entidade.

O setor também teve queda de 12,6% nas importações e de 13,35% na produção.

"É importante saber que há aumento de confiança em relação à economia, porém os resultados ainda não apareceram", afirma.

Parte das quedas pode ser atribuída à demanda mais fraca por grandes equipamentos, segundo Goulart.

"Clientes que faziam compras a cada dois anos agora fazem a cada três. A procura não some, mas é adiada."




Testes com bactérias feitas sob medidas para curar doenças começarão em 2017

08/11/2016 - Olhar Digital


A partir do ano que vem, a empresa farmacêutica estadunidense Synlogic pretende começar a testar uma pílula contendo bactérias criadas sob medidas para combater uma doença rara do metabolismo. O código genético das bactérias foi desenvolvido sob medida para tratar dessa doença específica.

Os pacientes que sofrem dessa doença têm dificuldade em processar nitrogênio em seu sistema digestivo. Normalmente, o nitrogênio que resta da digestão de proteínas é transformado em ureia e eliminado na urina. No entanto, as pessoas com essa doença não conseguem realizar esse processo de forma suficientemente rápida; com isso, o nitrogênio acaba se acumulando na forma de amônia em seu corpo.

NH3, o composto químico conhecido como amônia, é tóxico. Em quantidades suficientes, ele pode até mesmo matar. Mesmo em quantidades menores, ele ainda pode provocar delírios e causar comportamentos agressivos. A bactéria desenvolvida pela Synlogic, ao chegar no estômago do paciente, consegue absorver a amônia e transformá-la em um aminoácido inofensivo. Cada pílula conteria cerca de 100 bilhões de bactérias, segundo a empresa.


BIÓTICOS SINTÉTICOS


Ingerir pílulas contendo bactérias não é, de todo, uma ideia terapêutica nova. de acordo com o MIT Technology Review, a vacina contra tuberculose é feita com bactérias enfraquecidas, e o mercado de probióticos dos EUA (pílulas e alimentos que contém bactérias intestinais saudáveis) movimenta um total de US$ 3,5 bilhões.

Entretanto, a novidade é que essas bactérias foram criadas em laboratório. Trata-se de um ramo novo da medicina que é chamado pelos fundadores da Synlogic de "bióticos sintéticos": a criação de bactérias feitas sob medida para tratar determinadas doenças ou realizar funções orgânicas que algumas pessoas não conseguem realizar por causa de doenças ou problemas genéticos.

James Collins, um dos fundadores da Synlogic e professor do MIT, foi um dos pioneiros nesse ramo. No ano 2000, ele criou uma bactéria com um gene que conseguia mudar entre dois estados. Em determinadas condições, a bacteria adquiria uma função específica; fora dessas condições, ela agia normalmente. Essa criação abria a porta para o ramo terapêutico em que a Synlogic pretende atuar.


DESAFIOS


Segundo a Thayer Pharmaceuticals, uma empresa interessada nesse ramo, cerca de oito a dez bactérias desse tipo estão à espera de autorização da FDA (Food and Drug Administration, o órgão regulador de alimentos e remédios dos EUA) para iniciar testes. No entanto, além dos tradicionais obstáculos regulatórios da FDA, é possível que algumas das bactérias também precisem da aprovação de órgãos regulatórios do meio ambiente.

Isso porque as bactérias geneticamente modificadas poderiam, em muitos casos, continuar a existir fora dos organismos dos pacientes. Caso isso aconteça, elas poderiam interferir nos ecossistemas de outras bactérias, provocando um desequilíbrio biológico com consequências imprevisíveis. Há ainda o risco de que a bactéria criada em laboratório troque DNA com outras bactérias, perpetuando sua mutação e apresentando um risco biológico também.


OUTROS USOS


Processamento de nitrogênio não é o único uso que os bióticos sintéticos podem ter. A Thayer Pharmaceuticals, por exemplo, está tentando criar uma bactéria que digere fenilalanina. A ideia da emrpes é criar um pozinho contendo a bacteria que poderia ser jogado sobre alimentos que contém fenilalanina (como leite, nozes e refrigerantes dietéticos). Dessa forma, pessoas com intolerância a esse composto poderiam consumir esses alimentos.

Fora isso, a Ernst Pharmaceuticals, uma empresa europeia, pretende combater diversos tipos de câncer usando uma versão geneticamente modificada da Salmonella, uma bactéria conhecida por causar infecções alimentares. A Salmonella costuma se aglomerar em torno de tumores; por isso, os cientistas da Ernst acreditam que seria possível usá-las para aplicar remédios contra o câncer tóxicos demais para serem administrados de outra maneira.

Governo vai punir quem deixar Mais Médicos

09/11/2016 - O Estado de S.Paulo


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou ontem que o Mais Médicos passará a prever punições para profissionais que desistirem do programa. As mudanças devem ser anunciadas em três meses, quando um novo edital de ingresso for publicado.

Atualmente, cerca de 40% dos brasileiros que entram no Mais Médicos abandonam o posto, em busca empregos e salários mais atraentes.

Pela regra em vigor, a única penalidade prevista é a devolução do bônus de R$ 30 mil concedido para quem optar por uma vaga distante do local onde reside.

O anúncio de Barros faz parte de uma estratégia para garantir a maior adesão possível de brasileiros para o próximo edital do Mais Médicos, que será lançado na sexta – e, em tese, seria o último a permitir que o profissional deixe o programa sem nenhum tipo de punição.

Na sexta, serão divulgadas as regras para 1 mil vagas. Desse total, 838 são ocupadas por médicos cubanos que estavam no Brasil há mais de três anos e que agora devem voltar ao país de origem. As demais vagas foram abertas por profissionais que desistiram do programa.

A expectativa da pasta é de que as vagas abertas a partir de sexta despertem o interesse de brasileiros. Barros observou que postos estão concentrados em capitais e regiões metropolitanas, fator que poderia ajudar a atrair os brasileiros. Essa característica seria reforçada com a perspectiva da criação de punições para desistências, numa próxima rodada de seleção.


REFORMULAÇÃO


Criado há três anos para garantir médicos em locais de difícil provimento, o Mais Médicos passa por reformulações.

Hoje, o alicerce do programa é o convênio firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde para recrutar profissionais estrangeiros, sobretudo cubanos. Cerca de 70% das vagas estão ocupadas por profissionais que vieram por causa desse convênio.

Barros, ao assumir, afirmou que sua intenção era reforçar a presença de médicos brasileiros no programa. Pela lei, eles já têm prioridade. Falta, no entanto, interesse desses profissionais em aderir. O ministro afirma que a ideia é reduzir a participação de cubanos de 11,4 mil para 7,4 mil em quatro anos.

O problema, porém, é que até o momento o Ministério da Saúde não informou quais seriam os benefícios para os brasileiros.

Pelo contrário. Acenou com a criação das punições no caso de rompimento do contrato e com o fim de um privilégio que hoje está previsto – o bônus para prova de residência. Atualmente, médicos que permanecem no programa por um ano ganham pontuação extra no concorrido exame de seleção para o curso. O benefício foi criado no ano passado e foi responsável pela ampliação da participação de brasileiros. Barros já avisou que quer retirar a garantia, por considerar que ela reduz o Mais Médicos a um trampolim para a residência.

Os profissionais, portanto, deverão assinar contrato por 3 anos, outra modalidade já prevista no programa.


INTERCÂMBIO


Para o edital que será lançado nesta sexta, foi prevista ainda a criação da possibilidade de intercâmbio de vagas.

O profissional selecionado poderá permutar a vaga escolhida com outro médico que também está ingressando no programa.

Serão 15 dias para fazer a troca.

Ela será permitida apenas para aqueles que tiverem classificação semelhante. A pontuação dos candidatos leva em consideração experiência e eventual curso de especialização, por exemplo.




Gravidez precoce é causa de mais da metade das internações de meninas

08/11/2016 - G1 - Bom dia Brasil


A gravidez é a responsável por mais da metade das internações das adolescentes em hospitais no Brasil. Está faltando informação, conversa e apoio em casa, e não é só sobre sexo. Os jovens e os adolescentes estão consumindo drogas e bebidas cada vez mais cedo. Esses dados são de uma pesquisa feita pela Sociedade Paulista de Pediatria.

Há um mês, Sara descobriu que estava grávida. Aos 19 anos, ela tinha muitos outros planos antes de formar uma família. Esta é a primeira consulta pré-natal dela.

“Eu levei um susto. No começo, eu não queria, eu não aceitava por eu ser nova, os meus parentes pensar o que... Mas depois o meu parceiro conversou comigo, falou que não, que isso é com o tempo, tudo vai se ajeitando e que no início é difícil mesmo. Aí eu fui aceitando. Hoje eu aceito”, afirmou a vendedora Sara Brandão.

Jéssica já passou pela situação de Sara. No caso dela, a gravidez chegou aos 15 anos. “Eu era desorientada, como eu era muito novinha e não sabia de nada da vida. Eu cheguei a fazer o atendimento psicológico. Mas curso eu não cheguei a fazer, porque eu engravidei”, contou a dona de casa Jéssica Guimarães.

O pré-natal e o acompanhamento psicológico ela fez na Casa do Adolescente, um espaço que acolhe jovens entre 10 e 19 anos. Iniciativas como esta podem mudar o futuro de muitos adolescentes. A falta de informação e de conversa dentro de casa estão entre os motivos para a gravidez na adolescência. Um levantamento feito pela Sociedade Paulista de Pediatria, que considerou dados do IBGE, mostrou que 60% das internações hospitalares de adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram como causa a gravidez precoce.

A pesquisa foi feita com dados colhidos entre 2000 e 2014. Entre crianças menores, com 10 a 14 anos, quase 10% das internações hospitalares aconteceram por causa de gravidez, parto e complicações pós-parto.

“É um número alto sim. É um número assustador, sabemos que a atividade sexual tem começado cada vez mais cedo. Essa questão vai muito mais além da questão de saúde só. É uma questão, na verdade, social. É uma questão de vínculo familiar”, disse a pediatra membro da Sociedade Paulista de Pediatria Renata Waksman.

Outra preocupação nessa faixa etária é o consumo de bebidas e de drogas. Uma pesquisa feita com alunos da 8ª série do ensino fundamental mostrou que de 2012 para 2015 o número de jovens que experimentaram drogas consideradas ilícitas subiu de 7,3% para 9%. Quase 24% disseram para os pesquisadores ter tomado alguma bebida alcoólica nos últimos 30 dias e 5,6% admitiram também ter fumado cigarro nesse período.

Dona Maria de Lourdes é uma mãezona que acompanha a filha em tudo. Taiana tem 14 anos e foi fazer o check-up ginecológico. Ela sabe da importância de se cuidar desde cedo. “Eu acho que sem saúde a gente não vive”, disse a menina.

Maturidade que ela ganhou em casa, nas conversas com a família. “Eu tenho três filhas, ela é a caçula. Um filho vai na escola, vai aprender a ler e a escrever, porque a melhor escola é a de casa”, desabafou a mãe.

A Sociedade Paulista de Pediatria está promovendo, inclusive, um fórum para discutir outros assuntos também relacionados a isso. Tem o trabalho infantil, que acaba afetando na saúde desses jovens, os impactos da publicidade dirigida ao público mais novo, principalmente ao que diz respeito aos efeitos na saúde e no comportamento.




Estado de SP identifica fraudes em ações na área da saúde

08/11/2016 - IstoÉ Online


O secretário estadual da Saúde, David Uip, afirmou nesta segunda-feira, 7, que o governo do Estado já identificou quatro esquemas de fraudes em ações judiciais da saúde – uma delas com prejuízo estimado de R$ 36 milhões. A revelação foi feita após a pasta firmar um acordo com o Ministério Público Estadual de São Paulo justamente para que os promotores auxiliem a Corregedoria Geral do Estado no trabalho de investigação de possíveis irregularidades em demandas judiciais por tratamentos e medicamentos.

“O que se propõe é que, sigilosamente, os casos nos quais a gente entende que haja corrupção, o Ministério Público nos auxilie. Vou dar um exemplo de um caso que acaba de ter um desfecho: era um medicamento para a hipercolesterolemia homozigótica, uma doença raríssima que começamos a perceber que passou a ter prevalência em algumas cidades do Estado. Nós fomos atrás e descobrimos que alguns médicos receitavam esse medicamento, a um custo de U$ 1 mil o comprimido. Isso custou R$ 36 milhões ao Estado, mas, na maioria das vezes, não havia sequer a indicação”, comentou.

Uip disse acreditar que os médicos recebiam comissões do fornecedor do medicamento para prescrever o produto. “A corregedoria e a polícia quebraram o sigilo dos investigados e essas pessoas serão indiciadas e terão que explicar tudo isso”, contou. De acordo com o secretário, outros três esquemas de fraude já foram descobertos e dois casos suspeitos estão em investigação. Ele não deu detalhes sobre os demais esquemas.


JUDICIALIZAÇÃO


Também nesta segunda-feira, ocorreu a primeira oficina de capacitação dos Núcleos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (NATs) e dos Núcleos de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NAT-Jus), órgãos criados para dar subsídios a magistrados no momento do julgamento de decisões judiciais na área da saúde.

As oficinas são resultado de um acordo firmado entre o Conselho Nacional de Justiça, o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio-Libanês, responsável pela capacitação dos magistrados e membros dos NATs, que serão treinados a utilizar bancos de dados.

Segundo Luiz Fernando Reis, diretor de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês, o projeto de capacitação vai englobar três principais aspectos: a padronização do funcionamento dos NATs, com a criação, por exemplo, de um formulário padrão que os médicos deverão preencher para anexar ao pedido judicial; o acesso pelos núcleos a uma biblioteca com estudos científicos; e, por fim, a criação de um banco de dados com pareceres e notas técnicas sobre cada doença e medicamento que poderá ser acessado pelos juízes. “Esperamos que a biblioteca e o funcionamento padronizado dos NATs já estejam em vigor no período de dois a três meses”, disse o especialista.

Presente na abertura do evento, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que espera que a capacitação dos juízes diminua o impacto da judicialização sobre o orçamento federal ao evitar decisões favoráveis ao paciente em casos indevidos ou fraudulentos. “Uma sentença judicial não cria um novo recurso e isso desestrutura o planejamento já feito”, disse.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, afirmou que os juízes muitas vezes precisam proferir as sentenças sem saber se o medicamento é realmente necessário e efetivo. “A dor tem pressa. Eu lido com o humano, não com cofres. Vivemos um desafio de como garantir esses direitos e compatibilizar com os recursos disponíveis”, afirmou.




Depressão e ansiedade levam ao fumo, sedentarismo e má alimentação

08/11/2016 - G1 - Bem Estar


A depressão é a doença que mais tira anos saudáveis do brasileiro. E quando falta tranquilidade, sobra ansiedade. Tem ainda a crise econômica, responsável pelo aumento de até 30% no número de infartos nos prontos-socorros. No Bem Estar desta terça-feira (08), o cardiologista Doutor Roberto Kalil explica esta relação.

O psiquiatra Daniel Barros fala sobre um novo remédio para a depressão, aplicado na veia, que não demora para fazer efeito como os antidepressivos normais.


CICLO VICIOSO


É impressionante ver como os brasileiros estão sofrendo cada vez mais com a ansiedade, um transtorno que afeta nosso coração, a começar pelos hábitos.

Para cada fardo, mais fatores de risco estão relacionados às doenças cardiovasculares: pessoas com depressão e ansiedade tendem a ter hábitos piores, como o tabagismo, a má alimentação e o sedentarismo.


OS NÚMEROS DA DEPRESSÃO


O Brasil possui uma estimativa de 4,5 milhões de pessoas diagnosticadas com algum tipo de câncer, mas os diagnósticos de transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão, entre outros, já somam 10 milhões de casos. O problema afeta a vida de muita gente e de quem está ao redor também.


INFARTOS


Já o número de infartos no Hospital do Coração, em SP, subiu 30% em um ano. Segundo o coordenador médico do pronto socorro, Dr. Edgard Ferreira, o público mais atingido é o dos homens, na faixa dos 40 a 60 anos. Na maioria dos casos foram relatados casos de estresse por perda do emprego ou insegurança no trabalho.




O zika, doença 'negligenciada' pelos países ricos

08/11/2016 - IstoÉ Dinheiro Online


Um ano após a explosão de casos de zika vírus na América Latina, a doença continua a ser "negligenciada" mundialmente, principalmente pelos países ricos, mas "é um risco subestimar este vírus", cujas complicações podem ser mortais, alerta a especialista brasileira Adriana Melo.

Primeira a estabelecer a ligação entre o zika e os casos de microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas, a médica lança um apelo para "estudar melhor esta doença que veio para ficar".

"O zika é uma doença negligenciada no Brasil e no mundo. Devemos lembrar que hoje sabemos que existem outras vias de transmissão (por contato sexual) e que pode surgir em qualquer lugar e em qualquer país", alerta Adriana Melo, em entrevista à AFP, paralelamente a uma reunião de especialistas internacionais no Rio de Janeiro para fazer um balanço das pesquisas relacionadas à doença.

"Esta é uma doença que não interessa a muitos países ricos, porque acreditam que ela não chegará até eles, mas é um risco subestimar este vírus. Tenho muito medo de vírus", alerta, acrescentando que o Brasil continua sob a ameaça de muitos vírus, incluindo a "febre Mayaro, já presente na Amazônia".

Ela lamenta que há "poucos estudos clínicos sobre o zika em comparação com estudos de laboratório", recordando que este vírus pode resultar não apenas na microcefalia em bebês (perímetro craniano menor que o normal, que leva a um atraso no desenvolvimento), mas também em uma síndrome neurológica grave, a síndrome de Guillain-Barré em adultos, as duas potencialmente fatais.

O Brasil tem sido até agora o país mais afetado pela epidemia de zika, com cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas e 2.079 bebês nascidos com uma malformação do cérebro, de acordo com dados oficiais. Há também 3.077 casos que ainda estão sob estudo.

Por enquanto, não existe tratamento nem vacina para a doença.

Outros países do continente, como a Colômbia, Venezuela e, em menor medida, México e Argentina, também são afetados. Os Estados Unidos registraram pela primeira vez em julho casos de contaminação na Flórida.

Melo recomenda aproveitar "a calmaria após o surto de 2015 para que evoluam as pesquisas sobre este vírus", transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue e chikungunya.

"A redução do número de casos não significa que o vírus não exista mais. Nós ainda sabemos muito pouco" a seu respeito. "Não se sabe se o vírus pode se reativar ou mutar, como no caso da dengue, que possui hoje quatro subtipos", afirma a especialista.

Casos da doença vem aparecendo desde 2013-2014 na Polinésia Francesa, mas "como este é um país pequeno, não atraiu a atenção internacional", ressalta.

No Brasil, país de tamanho continental, "o vírus encontrou condições ideais" para se espalhar, especialmente nos estados pobres do nordeste, onde há problemas de saneamento básico e uma seca severa.

"A população estava armazenando água", e a água parada é ideal para a proliferação do mosquito, lembra a pesquisadora. "Mas não sabemos por que houve esse número terrível de casos no nordeste e tão poucos no Rio de Janeiro, onde ainda há muitas favelas" em condições precárias.

Foi no final de setembro de 2015 que a médica constatou em uma de suas pacientes que havia feito todos os ultrassons uma alteração no cerebelo do feto na 20ª semana de gravidez.

"Duas ou três semanas depois, a cabeça do bebê não tinha crescido, e eu comecei a ver calcificações. No mesmo dia, veio a notícia de 60 casos de bebês com microcefalia em Pernambuco (nordeste). Eu telefonei para a minha paciente e ela me disse que tinha tido zika".

Melo entrou em contato com a Fundação Oswaldo Cruz para realizar exames do líquido amniótico de sua paciente.

"Coletei o líquido em 10 de novembro e no dia 17, a presença do vírus zika no líquido amniótico foi confirmada oficialmente", diz.




De tratamento simples, psoríase é motivo de preconceito

08/11/2016 - Portal CBN


'Eu lembro dos relatos da minha mãe que começou a estranhar que eu tinha algumas casquinhas na pele e eu tinha uma unha que não estava crescendo de maneira normal. Então, eu cresci sabendo que eu tinha psoríase.'

A psoríase acompanha Simone Canelada há 40 anos. O diagnóstico chegou quando ela ainda era criança, tinha 3 anos idade. A doença autoimune ataca o tecido da pele, causando lesões e feridas. Apesar de se manifestar de forma mais branda, sem dores ou complicações em outros órgãos, a psoríase pode causar muito constrangimento aos pacientes, principalmente pelo preconceito.

Mais nova, os transtornos não eram tantos, mas Simone conta que, com a chegada da adolescência, a convivência na rua e na escola ficava cada vez mais difícil.

'Além dos apelidos, eu fui expulsa de um clube da cidade. Já cheguei a entrar em uma loja e não deixarem eu experimentar uma roupa. E como eu sempre tive muita ferida nos braços e nas pernas, era um preconceito diário, de ninguém encostar em você.'

O tratamento da psoríase costuma ser simples, com cremes, loções e outros produtos para a pele. Mas, em alguns casos, a doença pode evoluir, apresentando lesões em maior número pelo corpo. A psoríase também pode estar associada de outros problemas de saúde, como dores na articulação ou problemas cardíacos.

O tratamento nesses casos mais graves é feito a base de medicamentos por via oral como imunossupressores quimioterápicos, que têm muitos efeitos colaterais desagradáveis como inchaço, náuseas e problemas no fígado. O dermatologista Murilo Drummond explica que novos tratamentos com os chamados medicamentos biológicos, apresentam resultados positivos, mas nenhum deles é oferecido pelo SUS.

'Vamos pensar no paciente que tem 70% ou 80% do corpo descamando com placas. O paciente se sente mal, é desagradável... Então, já temos medicamentos que transformam isso em 10% ou 5%, às vezes até 0 em poucos meses. São medicações que agem diretamente na produção das células da psoríase.'

Muitas vezes, os sintomas e complicações de saúde dos pacientes com doenças autoimunes são fruto do próprio tratamento.

No caso do lúpus, por exemplo, o principal componente utilizado nos remédios é a cortisona. A doença ataca vários órgãos e pode causar lesões no sistema nervoso, coração, pulmões, rins e articulações. Os sintomas podem aparecer aos poucos ou todos de uma vez, em períodos de crise.

Patrícia Pereira foi diagnosticada com lúpus há 23 anos e, desde então, ela convive com uma companhia desagradável, com sintomas que vem e voltam. Por causa do uso contínuo de medicamentos a base de cortisona, ela amputou as duas pernas e também perdeu todo o cabelo.

'Não tem como esquecer que temos o problema, estamos sempre tomando remédio: manhã, tarde e noite. Mas dá para levar uma vida tranquila quando ela está fora de atividade.'

Especialistas admitem que é difícil tratar a doença em sua fase aguda sem o uso da cortisona, mas a qualidade vida dos pacientes está cada vez melhor com os novos tratamentos.

A taxa de mortalidade das pessoas com lúpus, por exemplo, saiu de 20% para 5%, nos últimos 50 anos.

No próximo capítulo da série, você vai conhecer a rotina de quem vive com a esclerose múltipla, a principal causa de incapacidade em pessoas com menos de 50 anos em todo o mundo.




Artigos financiados pela indústria omitem associação entre refrigerantes e obesidade, diz estudo

08/11/2016 - Época Online


Um levantamento da Universidade da Califórnia, em San Francisco, nos Estados Unidos, sugere que as pesquisas científicas feitas com financiamento da indústria de bebidas têm mais chances de omitir a relação entre a ingestão de refrigerantes e a possiblidade de desenvolver diabetes e obesidade. A equipe do médico americano Dean Schillinger analisou 60 estudos publicados entre 2001 e 2016. Destes, 56,7% (34) apontavam que os refrigerantes poderiam causar obesidade e diabetes. Outros 43,3% (26) não chegavam à relação. Todos os estudos que não encontraram associação entre refrigerantes e diabetes haviam sido feitos com recursos de fabricantes de refrigerantes. A análise foi publicada na revista médica americana Annals of Internal Medicine. “Como está bem estabelecido que estudos com conflito de interesses costumam favorecer os negócios da indústria, as pessoas devem prestar atenção nos resultados das pesquisas independentes”, disse Schilinger a ÉPOCA. “Esses estudos mostram esmagadoramente a associação entre refrigerantes, obesidade e diabetes.”

A origem do estudo de Schillinger é peculiar. Em 2015, a cidade de San Francisco emitiu uma portaria determinando que todos os anúncios de refrigerantes trouxessem um alerta sobre os possíveis males causados à saúde -– algo semelhante aos avisos que aparecem nos maços de cigarro aqui no Brasil. A indústria de bebidas acionou a cidade na Justiça, afirmando que a determinação era uma afronta à liberdade de expressão. Schillinger foi chamado na ocasião pela cidade para compilar as evidências científicas. O caso inspirou Schillinger a pesquisar sobre a influência da indústria de bebidas na opinião e nas políticas públicas.

Não é a primeira vez que esse tipo de conflito de interesses vem à tona. No ano passado, um artigo publicado no jornal americano The New York Times afirmava que a Coca-Cola financiara com milhões de dólares cientistas para que minimizassem a relação entre as bebidas açucaradas e obesidade. A maior produtora de refrigerantes do mundo também foi acusada de pagar nutricionistas e especialistas em saúde para escrever mensagens nas redes sociais em oposição a um possível aumento nos impostos de refrigerante. O escândalo levou a Coca-cola a anunciar que se afastaria do financiamento de especialistas em saúde e de pesquisas sobre obesidade.

Para controlar o consumo de refrigerantes, alguns governos apostam no aumento dos impostos de refrigerantes. “Nenhum país experimentou os benefícios a longo prazo ainda, mas estudos feitos com modelos matemáticos projetam tremendos benefícios de saúde e redução de custos públicos por causa da diminuição de diabetes e de doenças cardíacas”, afirma Schillinger. A cidade de Berkeley, na Califórnia, foi a primeira a aderir à proposta nos Estados Unidos. A medida, que entrou em vigor em março de 2015, surtiu efeito rápido. Apenas três meses após a implementação, o consumo de refrigerantes caiu 26% no município, de acordo com uma pesquisa publicada no American Journal of Public Health. Neste ano, a Filadélfia, no estado da Pensilvânia, tornou-se a segunda cidade do país a impor uma taxação sobre as bebidas. A medida entrará em vigor em janeiro de 2017. A taxa corresponde a cerca de US$ 0,50 por litro. Além de Estados Unidos e México, Reino Unido, Bélgica, França e Hungria já adotaram alguma forma de taxação sobre bebidas com adição de açúcar. Países escandinavos também têm adotado impostos similares.

No Brasil, as bebidas açucaradas não possuem taxação extra. Refrigerantes são o sexto alimento mais consumido no país, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde. O levantamento mais recente, com dados de 2015, aponta que 19% dos entrevistados consomem refrigerantes ou sucos artificiais quase todos os dias.

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