37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS
CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 08/11/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Ministros debatem regulação de medicamentos em Brasília

07/11/2016 - Portal Conjur


Nos dias 8 e 9 de novembro, próximas terça e quarta-feira, os ministros Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, Nancy Andrighi e Villas Boas Cuêva, do Superior Tribunal de Justiça, José Serra, das Relações Exteriores, além de desembargadores, professores e empresários vão debater a regulação do mercado de medicamentos.

O seminário Medicamentos e Inovações: Uma visão jurídica, empresarial e social, promovido pelo Centro Universitário de Brasília (Uniceub), acontecerá no campus da instituição de ensino, na Asa Norte (SEPN 707/907). (Clique aqui para visitar o site do evento)

A organização do evento explica que a ideia é discutir, de maneira multidisciplinar, a regulação e a política de fomento às pesquisas de medicamentos, a pré-comercialização e a pós-comercialização de fármacos, o acesso antes do registro, a relação entre médico e indústria, o veto à propaganda na era da informação, a quebra de patentes.

As palestras começam às 19h, nos dois dias, e terminam às 22h20, com intervalo de 30 minutos entre o primeiro debate e o segundo.

O ministro Marco Aurélio foi o relator do Recurso Extraordinário 657.718, que analisava a possibilidade de o Estado fornecer remédio sem registro da Anvisa. Em seu voto, ele argumentou que o registro do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é condição inafastável para que seja comercializado, industrializado ou distribuído no Brasil.

Marco Aurélio explicou que a falta de registro no Ministério da Saúde gera uma inadequação presumida, sendo o medicamento proibido de ser comercializado, industrializado ou distribuído no Brasil, conforme prevê o artigo 12 da Lei 6.360/1976. Segundo o ministro, esse registro é necessário para que a agência fiscalizadora possa monitorar a segurança, a eficácia e a qualidade terapêutica do produto.

"Ante a ausência de aprovação pelo órgão investido legalmente da competência e dotado da expertise para tanto, existe o risco de o medicamento vir a prejudicar a saúde do paciente. Ainda que largamente utilizado em outro país, por força de lei, o remédio não pode circular em território nacional sem a devida aprovação técnica pelo órgão habilitado", complementou.


FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO


Marco Aurélio também foi o relator do RE 566.471, que tratava da obrigação estatal em fornecer remédios fora lista do SUS. Na ação, que teve repercussão geral reconhecida,o ministro explicou que o Poder Judiciário pode interferir em ações do Executivo quando houver necessidade em casos particulares, de modo a garantir condições mínimas de bem estar aos cidadãos.

"Os direitos sociais apresentam-se como plenamente judicializáveis, merecedores de amplas garantias institucionais, independentemente de reservas orçamentárias [...] Não cabe ao Poder Judiciário formular políticas públicas, mas pode e deve corrigir injustiças concretas", argumentou.

Do debate em Plenário, Marco Aurélio Formulou a seguinte tese: “O Estado está obrigado a fornecer medicamento registrado na Anvisa, como também o passível de importação, sem similar nacional, desde que comprovada a indispensabilidade para a manutenção da saúde da pessoa, mediante laudo médico, e tenha registro no país de origem”.




Anvisa inicia teste de 1,8 mil remédios até 2017

07/11/2016 - Portal Brasil


As primeiras análises do Programa Nacional de Verificação da Qualidade de Medicamentos (Proveme), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), avaliaram como em boas condições de uso sete produtos, com um total de 20 amostras no primeiro mês do programa.

Este é o primeiro resultado do teste com produtos coletados em prateleiras de farmácias. O programa, que foi retomado pela Agência no último mês de agosto, prevê a análise de 1,8 mil amostras até o final de 2017.

O Proveme faz a coleta de medicamentos que estão disponíveis nas prateleiras das farmácias e leva os produtos para análise em laboratórios públicos espalhados por todo o Brasil. Ao todo são 13 laboratórios Centrais de Saúde (Lacens) participando da ação, além do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz).

A seleção dos medicamentos que são avaliados leva em consideração aqueles com maior número de notificações por queixas técnicas e desvio de qualidade, os disponibilizados pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular, os mais consumidos pela população brasileira, e aqueles presentes em outros programas do Ministério da Saúde.

Resultados da primeira rodada de análise do Proveme:

* 7 medicamentos

* 16 diferentes laboratórios

* 20 lotes

* 121 análises

Todas análises deram resultados satisfatórios.


MEDICAMENTOS ANALISADOS


Nesta primeira rodada foram analisados os seguintes medicamentos:

- Aciclovir – dois lotes – antiviral usado principalmente no tratamento da herpes

- Amoxicilina – um lote - antibiótico

- Cimetidina – três lotes – tratamento de úlcera gástrica

- Cloridrato de Metoclopramida – um lote – tratamento de enjoos e vômitos de origem cirúrgica

- Lamivudina – cinco lotes – antirretroviral para tratamento da Aids

- Metildopa – um lote – usado no tratamento da hipertensão (pressão alta)

- Paracetamol – seis lotes – um dos analgésicos e antitérmicos mais utilizado no país.

As análises feitas nos medicamentos podem variar de acordo com a forma farmacêutica e as características do produto. Nesta primeira rodada foram feitas, em média, 6 análises por amostra. Sendo que as mais comuns foram: análise de dosagem do princípio ativo, variação de peso, análise de aspecto, análise da rotulagem e ensaio de dissolução.

A coleta de análise das amostras é feita de acordo com as coletas das amostras, que é responsabilidade das coordenações estaduais e municipais de Vigilância Sanitária e leva em conta a capacidade analítica de cada laboratório.


HISTÓRICO DO PROVEME


Um acordo de Cooperação Técnica Internacional firmado entre a Anvisa e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), no último dia 20 de julho, definiu o escopo do Proveme. Pelos termos do acordo, com duração de 18 meses, serão analisadas 1,8 mil amostras de medicamentos.

O programa existe desde 2001 e chegou a analisar mais de 3 mil medicamentos. Nos últimos anos não foram realizadas análises. Os dados atuais marcam o início da retomada.

Acesse o arquivo com os dados abertos para pesquisadores e interessados nos resultados do Proveme.

Confira quais foram os lotes e medicamentos testados na primeira rodada




O futuro e os medicamentos

07/11/2016 - Guia da Farmácia


O envelhecimento acelerado da população brasileira nas próximas décadas impõe medidas imediatas como forma de atender às demandas futuras de saúde dos brasileiros. O setor farmacêutico, por exemplo, deve ser visto como essencial para garantir acesso a medicamentos mais baratos e inovadores para a população.

As estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a população acima de 60 anos de idade deverá mais do que triplicar nos próximos 20 anos, com avanço no tratamento das chamadas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão arterial, artrite e problemas cardíacos, entre outras, tipicamente de países desenvolvidos.

Esse é um setor altamente competitivo e que depende de grandes aportes financeiros em pesquisa e desenvolvimento em produtos. Os chamados medicamentos genéricos, por exemplo, foram essenciais para a indústria brasileira do setor, com crescimento de 343% no volume de vendas desde 1999 até hoje em dia.

Mas precisamos ganhar agilidade para não perder oportunidades e soluções para aqueles que precisam de novos fármacos. A morosidade na aprovação de novos medicamentos é um dos entraves que devem ter soluções prioritárias.

Ainda hoje, a concessão de patentes demora três a quatro vezes mais do que em outros países, como Coreia do Sul e Estados Unidos.

Além de inibir os investimentos por parte da indústria, a falta de um ambiente regulatório ágil afeta diretamente a população, que fica sem atendimento por fármacos biotecnológicos capazes de oferecer tratamento para doenças cada vez mais complexas.

Na outra ponta, precisamos promover o acesso da população aos medicamentos.

A criação do Programa Farmácia Popular foi um importante avanço para a saúde no País, mas outras medidas precisam ser adotadas. A compra de medicamentos ainda é um dos maiores gastos com saúde das famílias brasileiras, contribuindo para o adiamento e até mesmo à suspensão do tratamento por falta de recursos financeiros.

No Brasil, os fármacos ainda têm uma carga tributária de quase 40%, enquanto Holanda, Bélgica, Franca, Portugal, Suíça e Itália adotam no máximo 10% em tributos e a média mundial fica em 6%.

Outra iniciativa de sucesso vem das empresas de Programa de Benefício de Medicamentos (PBM), que atendem a companhias com a oferta de planos de medicamentos, garantindo subsídios de até 100% para a compra de medicamentos para seus colaboradores. Isso garante o tratamento dos trabalhadores e seus familiares, e diminui os custos de saúde para a própria empresa, reduzindo os índices de absenteísmo.

O setor merece atenção especial das autoridades brasileiras para continuar crescendo e oferecendo soluções que vão ao encontro das demandas da população.

O fortalecimento da cadeia farmacêutica no País vai contribuir para que os medicamentos não pesem no bolso do consumidor.

Plano muda forma de pagar hospitais.

08/11/2016 - Valor Econômico




Em meio às discussões sobre o alto custo dos planos de saúde, uma das maiores seguradoras do mundo, a japonesa Sompo - atual nome da Yasuda - criou uma nova modalidade de seguro saúde no país.

A Sompo, que até julho atuava com a marca Yasuda Marítima no mercado brasileiro, paga aos hospitais um valor fixo pelos procedimentos médicos de alta complexidade de seus usuários. Para isso, a seguradora fechou uma parceria com 15 hospitais considerados de "primeira linha" como Sírio-Libanês, AC Camargo, Beneficência Portuguesa, Nove de Julho, HCor e Rede D'Or, entre outros. "São hospitais especialistas, fazem determinadas cirurgias em grande escala. As chances de o procedimento ser bem-sucedido são muito maiores", disse Valter Hime, diretor da área de saúde da Sompo Seguros.

Segundo Hime, a vantagem desse modelo de remuneração é que o risco passa a ser previsível e, com isso, a provisão tende a ser menor. No atual modelo adotado pelo setor, as contas hospitalares são abertas e as operadoras são obrigadas a provisionar esse risco. Outro ponto que pode reduzir a conta médica, na visão do executivo, é que uma cirurgia bem-sucedida tende a reduzir as chances de uma reinternação e, consequentemente, o custo.

Os hospitais, por sua vez, recebem um volume maior de procedimentos médicos e o risco de co convênio médico não pagar (glosa) é reduzido porque já há um acordo prévio entre as partes.

A carteira da Sompo é formada por 125 mil usuários de seguro saúde, mas nem todos têm acesso livre aos hospitais de primeira linha, uma vez que depende da modalidade contratada. "No caso das pessoas com convênio de rede limitada e que num dado momento precisam de um tratamento de alta complexidade, indicamos um desses hospitais especialistas, sem adicional de custo", explicou o executivo.

O Brasil é único mercado entre os 32 países de atuação da seguradora japonesa a ter uma operação de planos de saúde. Em 2009, a Yasuda comprou metade da Marítima e atualmente detém 100% da seguradora brasileira.

O Brasil e os Estados Unidos são os dois principais mercados para o grupo japonês. No mês passado, a Sompo anunciou a aquisição da seguradora americana Endurance Specialty por US$ 6,3 bilhões. No mundo, a Sompo tem 20 milhões de clientes e cerca de 3 milhões no Brasil.

Além de seguros em diversas áreas, a holding Sompo tem também uma rede de clínicas para idosos e outras iniciativas voltadas à terceira idade no Japão. Apesar da recente aquisição nos Estados Unidos, a seguradora japonesa tem como prioridade os países emergentes como Brasil, Índia e Turquia.




Lucro da Qualicorp sobe no trimestre, mas número de clientes cai

07/11/2016 - Valor Econômico / Site


A Qualicorp registrou no terceiro trimestre um lucro líquido atribuído aos sócios controladores de R$ 70,5 milhões, o que representa um crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2015.

Já a margem Ebitda desacelerou 1,5 ponto percentual para 35,3% no período e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) cresceu 9,7% para R$ 184,4 milhões.

A receita líquida da companhia avançou 14,2% para R$ 521,6 milhões no terceiro trimestre. Esse aumento foi devido, principalmente, a um reajuste médio de 22,1% aplicado para 86,3% da carteira de clientes. O restante da carteira ainda não teve reajuste.


QUEDA EM NÚMERO DE CLIENTES


O número de beneficiários de planos de saúde da Qualicorp somou 4,6 milhões, o que representa uma redução de 10,7%.

“A principal razão para a queda está relacionada à redução de contratos corporativos (queda de 56,8% na comparação anual)”, informa comunicado da companhia.

Além disso, parte da perda se deve à quebra da Unimed Paulistana no fim do ano passado.




Magnamed oferece equipamentos médicos eficazes e de baixo custo

08/11/2016 - Folha de S.Paulo


Diante da epidemia do zika vírus acentuado no Brasil em 2015, o médico intensivista Rondineli Roberto dos Santos, 34, que trabalha na linha de frente em um serviço de ambulância de emergências, passou a prestar os primeiros atendimentos para recém-nascidos em estado grave, no Recife (PE) e na região metropolitana do Estado.

O percurso da casa do paciente ao hospital ou de uma UTI a outra, feito tantas vezes por Santos, é um momento crucial para os bebês que estão no limite entre a vida e a morte. É nessa situação extrema que um equipamento de ventilação pulmonar eficiente e de alta tecnologia pode ditar se o paciente sobrevive.

"Se uma ventilação inadequada for feita em um recém-nascido, pode causar, além do problema que nasceu, microcefalia ou algum comprometimento neurológico, mais uma complicação que, provavelmente diante do quadro, não suportaria", afirma o médico.

Há cerca de dois anos, Santos utiliza o OxyMag, um ventilador pulmonar de transporte flexível capaz de ventilar desde recém-nascido a adulto sem a necessidade de programações mais complexas, em sua UTI móvel.

"Esse respirador ajudou muito os bebês que nasceram com maior comprometimento neurológico e não conseguiam respirar sozinhos", conta o médico. "Ele faz a função do sistema respiratório mecanicamente".

O OxyMag é usado por enfermeiros e fisioterapeutas pulmonares, que entubam o paciente - sob a supervisão de um médico- em situações de emergência e risco de morte em unidades móveis.

A tecnologia brasileira foi desenvolvida há cinco anos pela Magnamed, empresa voltada ao mercado de cuidados críticos e ventilação pulmonar, criada pelo engenheiro mecânico Tatsuo Suzuki, 67, em 2005. O empreendedor também desenvolveu o FlexiMag, em 2013, proporcionando a sua entrada no mercado de UTIs.

Na busca pela vida, quando não se pode perder tempo, a facilidade e a flexibilidade do Oxymag permite que equipes de resgate e remoção se preocupem menos em programar um equipamento de alta complexidade tecnológica e tenham mais tempo para outros cuidados importantes com o paciente.

Que o diga a enfermeira Tatiane Aquino, 36, que tem menos de cinco minutos para tirar um paciente do estado crítico, trazê-lo de volta e dar uma qualidade de vida melhor para quando se recuperar.

"O tempo é ouro, é crucial na vida do doente, ainda mais em uma remoção", afirma a socorrista, que há dois anos trabalha na Mais Vida Serviços de Saúde, atendimento de ambulância que atende emergências no Recife.

Outra característica do Oxymag destacada pelos profissionais da saúde é a durabilidade de sua bateria. Ela possibilita maior autonomia em remoções feitas em lugares afastados, como comunidades ribeirinhas e cidades de interior distantes de hospitais com UTI.

"Já usamos o respirador da Magnamed até em uma criança de 450 gramas", conta Vera Tronco, 53, enfermeira de bordo da Uniair, empresa de remoções aéreas. "Ele não restringe o atendimento". Os concorrentes oferecem equipamentos distintos para bebês, crianças e adultos.


TODO BRASIL


Com 1.500 equipamentos (Oxymag e Fleximag) vendidos nos dois últimos anos, a empresa estima que seus produtos tenham atendido 3 milhões de pessoas desde a sua criação, sendo um milhão somente em 2015.

Os números refletem um sonho antigo do empreendedor de devolver ao Brasil a boa educação pública que teve. "Não digo que estamos fazendo uma revolução, mas tentando fazer o melhor possível para perpetuar nosso sonho de ajudar as pessoas, o país, o mundo e fazer com que todos também pensem dessa forma", afirma Suzuki.

Atualmente, a Magnamed comercializa seus produtos para todos os Estados brasileiros e já exporta para 40 países.

No Brasil, o mercado só tende a ser promissor. Cerca de 72% da população depende exclusivamente do SUS para usar serviços de saúde, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2013.

Um dos problemas mais graves do sistema é justamente a ausência ou a presença de equipamentos obsoletos, não instalados ou sem manutenção, mostra o Relatório Sistêmico de Fiscalização da Saúde, do TCU (Tribunal de Contas da União), de 2014. No SUS, 77% dos hospitais relataram bloqueio de leitos por falta de equipamentos mínimos.

Por identificar essa demanda de negócios que atuem na qualificação da oferta pública de saúde de forma inovadora, que a Vox Capital - fundo de investimento especializado em negócios de impacto social- selecionou a Magnamed para receber um aporte de R$ 10 milhões em 2015.

Segundo Gilberto Ribeiro, sócio do fundo, a capacidade da empresa vai além de seu potencial de crescimento, ela também pode oferecer equipamentos de qualidade que contribuam para a melhoria dos indicadores de saúde no país.


CUSTO X BENEFÍCIO


Os aparelhos Oxymag e Fleximag são, de acordo com profissionais da área privada e pública, os que possuem melhor relação custo x benefício do mercado. É leve (quase metade do peso dos já existentes), fácil de manipular e 50% mais barato que os similares importados, com a mesma confiabilidade.

De olho nas vantagens do respirador mecânico brasileiro, o diretor do Hospital São José, na zona norte de São Paulo, Antonio Jorge Martins, abriu mão dos produtos importados e resolveu apostar no aparelho. Ele realizou uma série de testes e análises técnicas quando a Magnamed participou de licitação pública para fornecimento dos respiradores. O equipamento, que atende os requisitos técnicos necessários para utilização no SUS, passou em todos.

"Um gestor público da saúde precisa tomar decisões com bom custo x benefício para otimizar os recursos, que são muito escassos ", afirma Martins. "Isso significa salvar vidas, no final das contas."

Na sua frente social, a Magnamed já fez doações de equipamentos para organizações de saúde. Uma delas foi para a Expedicionários da Saúde, instituição sem fins lucrativos que realiza três expedições anuais para a realização de cirurgias de pequeno porte em populações indígenas geograficamente isoladas.

Em cada expedição, são feitas cerca de 250 cirurgias, 2.000 atendimentos clínicos e 4.000 procedimentos médicos. Segundo Marcia Abdala, coordenadora da ONG, a parceria de mais de dois anos com a Magnamed foi relevante, pois não teriam recursos financeiros para adquirir um ventilador pulmonar de transporte.

Hoje, a Magnamed é líder no mercado brasileiro de ventilação pulmonar de transporte, segmento antes dominado por multinacionais.

Para 2016, o crescimento total esperado é de 100% em relação a 2015, chegando a uma receita bruta de R$ 36 milhões. Além disso, a empresa sediada em Cotia (a 35 km de São Paulo), desenvolve pesquisas e produtos com universidades, como a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), e com hospitais, entre eles o Albert Einsten.

Anticorpo neutraliza zika em roedores

08/11/2016 - O Estado de S.Paulo


Cientistas dos Estados Unidos isolaram um anticorpo produzido no organismo humano que se mostrou capaz de reduzir drasticamente a infecção por zika em camundongos gestantes, evitando danos à placenta e impedindo a transmissão da doença para os fetos. O anticorpo também foi capaz de proteger animais adultos da zika.

De acordo com os autores da pesquisa, que teve seus resultados publicados ontem na revista Nature, a descoberta poderá acelerar o desenvolvimento de vacinas e também de terapias contra a zika. O anticorpo mostrou eficácia semelhante ao ser administrado tanto antes quanto depois da infecção pelo vírus em fêmeas grávidas.

Por causa das diferenças entre as características da gestação em humanos e em roedores, será preciso fazer novos estudos, mas a equipe liderada por James Crowe, da Universidade Vanderbilt, no Tennessee (Estados Unidos), acredita que a descoberta logo poderá ser útil para os esforços de desenvolvimento de uma vacina efetiva contra a doença. “Esses anticorpos são produzidos naturalmente pelo corpo humano.” Segundo Crowe, o novo anticorpo é a primeira demonstração de que um antiviral pode funcionar contra a zika. “Essa é uma prova do princípio de que o vírus é tratável durante a gravidez e nós já temos um anticorpo humano capaz de fazê-lo – pelo menos em camundongos”, afirmou.


DEFESAS NATURAIS


Os anticorpos foram isolados a partir de glóbulos brancos obtidos do sangue de três pessoas que já haviam sido infectadas por zika. Depois de analisar 29 anticorpos encontrados no sangue dos pacientes, os cientistas descobriram que um deles – batizado de ZIKV-117 – mostrava-se especialmente potente, em testes preliminares, contra cinco diferentes linhagens do vírus.

“Não observamos nenhum dano aos vasos sanguíneos dos fetos, às placentas, nem qualquer tipo de problema de crescimento dos fetos tratados com o anticorpo, disse outra das autoras do estudo, Indira Mysorekar, da Universidade de Washington (Estados Unidos).

Para outro dos autores, Michael Diamond, de Washington, o tratamento poderá ser útil tanto como medida de prevenção quanto como terapia.




Cuidados diários e permanentes

07/11/2016 - Guia da Farmácia


Com um número crescente de portadores do diabetes, o paciente encontra à sua disposição uma gama de produtos e medicamentos para facilitar o seu dia a dia e tornar a sua vida o mais normal possível.

Com cada vez mais casos diagnosticados, é fundamental que o varejo farmacêutico preste um atendimento diferenciado a esse público.

O diabetes é dividido em dois tipos, 1 e 2, e acontece quando o pâncreas sofre uma disfunção. Segundo a endocrinologista do Hospital Santa Paula, Dra. Giovanna Carpentieri, o pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago que produz alguns hormônios importantes para o sistema digestivo.

"Em condições rotineiras, quando o nível de glicose no sangue sobe, células especiais, chamadas beta, produzem insulina. Assim, de acordo com as necessidades do organismo no momento, é possível determinar se essa glicose vai ser utilizada como combustível para as atividades do corpo ou se será armazenada como reserva, em forma de gordura.

Isso faz com que o nível de glicose (ou taxa de glicemia) no sangue volte ao normal." Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é, como explica a Dra. Giovanna, o processo que caracteriza o tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5% e 10% do total de pessoas com a doença.

O tipo 1 aparece geralmente na infância ou na adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também.

Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

Já o tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz o suficiente para controlar a taxa de glicemia.

"Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas as crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose", completa.


TAXAS DE PREVALÊNCIA


Estima-se que 13 milhões de pessoas tenham diabetes no Brasil, o que representa 6,9% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). A expectativa é de que, em 2035, esse número salte para 19,2 milhões. Mais de 90% dos casos são do tipo 2, como alerta a endocrinologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Dra. Reine Fonseca.

Em 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) estimou que, no Brasil, 6,2% da população com 18 anos ou mais de idade referiram diagnóstico médico de diabetes, sendo de 7% nas mulheres e de 5,4% nos homens.

A incidência do tipo 1 mostra acentuada variação geográfica, apresentando taxas por 100 mil indivíduos com menos de 15 anos de idade: 38,4 na Finlândia; 7,6 no Brasil; e 0,5 na Coreia, por exemplo. Atualmente, sabe-se que a incidência de tipo 1 tem aumentado, particularmente na população infantil com menos de cinco anos de idade, completa a Dra. Giovanna.

Os pacientes que têm risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 são os que, de acordo com a endocrinologista do Hospital Santa Paula: • Têm diagnóstico de pré-diabetes: diminuição da tolerância à glicose ou glicose de jejum alterada; • Têm pressão alta; • Têm colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue; • Estão acima do peso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura; • Têm pais ou irmão com diabetes; • Têm alguma outra condição de saúde que pode estar associada ao diabetes, como a doença renal crônica; • Tiveram bebê com peso superior a quatro quilos ou tiveram diabetes gestacional; • Têm síndrome de ovários policísticos; • Tiveram diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar; • Têm apneia do sono; • Receberam prescrição de medicamentos da classe dos glicocorticoides.


COMPROMETIMENTO DO PACIENTE


Tanto o diabetes do tipo 1 quanto o do tipo 2 são doenças crônicas, com as quais os pacientes deverão conviver durante a vida toda. Crianças ou idosos, eles dependem do controle rigoroso das taxas de glicemia para não desenvolverem complicações degenerativas associadas à doença, como a cegueira, falência dos rins e doenças cardiovasculares.

O excesso de açúcar no sangue, de acordo com a Dra. Reine, é extremamente nocivo, capaz de deflagrar doenças fatais, como infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência renal. Por isso, diagnosticar a doença e manter os níveis de glicose sob controle, com medicamentos, além de uma dieta adequada e prática de exercícios físicos, é fundamental. A falta de informação sobre os riscos do diabetes, a pouca atenção às medidas de saúde preventivas (devido à mentalidade obsoleta de esperar que a doença apareça para depois tentar vencê-la) e o descaso com o tratamento podem levar o paciente diabético à morte prematura.

"O diabetes age como um assassino silencioso. Nos países desenvolvidos, a doença é, atualmente, a principal causa de insuficiência renal, perda de visão e amputações não traumáticas de pernas e pés. Dos pacientes que morrem por doenças cardiovasculares, entre 30% e 50% deles são diabéticos. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), a doença tornou-se a que mais mata no mundo, principalmente por causa das suas complicações", pontua a Dra. Giovanna.


MEDICAMENTOS INDISPENSÁVEIS


O primeiro passo no tratamento do diabetes tipo 2 é, frequentemente, uma dieta com restrição calórica, abstenção do consumo de açúcares simples, perda de peso e maior atividade física. No entanto, essas medidas nem sempre são suficientes para fazer descer os seus níveis de glicemia (açúcar no sangue) para os valores de referência.

Existem diversas opções de tratamento disponíveis para pessoas com diabetes tipo 2. Esses medicamentos atuam de forma diferente para baixar os níveis de glicemia.

Biguanidas (metformina): essencialmente, reduzem a quantidade de glicose produzida pelo fígado e diminuem a resistência à insulina.

Inibidores de DPP-4 e GLP 1 (gliptinas e liraglutide): induzem à diminuição da glicemia, aumentanao a quantidade de insulina produzida no pâncreas e diminuindo a quantidade de açúcar produzida no fígado.

Insulina: um hormônio injetável que substitui a insulina, normalmente produzida pelo organismo, para ajudar a controlar os níveis de glicemia.

Inibidores da alfa glucosidase (acarbose): após as refeições, abrandam a decomposição e a absorção dos hidratos de carbono.

Sulfonilureias e meglitinidas (glklazida, glibendamida...): estimulam diretamente o pâncreas para libertar insulina.

Glitazonas: essencialmente, ajudam o organismo a utilizar a insulina e a transportar a glicose para o interior das células.

"Em relação aos novos medicamentos que são usados via oral, temos, atualmente, disponíveis os inibidores de SGLT2, que é uma proteína transportadora de sódio e glicose.

Esses medicamentos, também chamados de gliflozinas, agem bloqueando o funcionamento dessa proteína, e o resultado é a eliminação de glicose pela urina. No paciente diabético, esse mecanismo é capaz de baixar os níveis de glicose no sangue independentemente da insulina.

Além de reduzir a glicemia, a utilização de gliflozinas também foi capaz de reduzir a pressão arterial e o peso de quem as usou. Elas devem ser utilizadas uma vez ao dia e são comprimidos", explica a Dra. Giovanna.

Existem também novos tipos de insulina no mercado.

Uma delas é a degludeca, uma insulina de ultralonga ação que dura até 42 horas e garante uma maior flexibilidade nos horários de aplicação e melhor qualidade de vida para os diabéticos dependentes de insulina.


RISCO NEGLIGENCIADO


As doenças cardiovasculares estão entre as causas mais frequentes de morte no Brasil. O diabetes, como destaca a endocrinologista do Hospital Santa Paula, Dra. Giovanna Carpentieri, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto.

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e entupimento de artérias, especialmente das pernas e pés, além de formação de aneurismas (dilatação de um vaso sanguíneo).

"O risco de sofrer um infarto aumenta 40% nos diabéticos homens e 50% nas mulheres que têm a doença. Quando a enfermidade se instala, potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado. O diabetes é uma espécie de combustível perverso, difícil de ser removido e pronto para causar muitos problemas", alerta a Dra. Giovanna.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), os pacientes diabéticos tipo 2 têm um risco de duas a quatro vezes maior de morrer devido a uma Doença Cardiovascular (DCV), em comparação com o restante da população, tornando o problema a principal causa de óbito nesse grupo.

"Além disso, o AVC isquêmico é de duas a quatro vezes mais frequente entre esses pacientes. Por isso, o risco de morte em homens é de duas a três vezes maior, em comparação com indivíduos que não apresentam a doença", completa a endocrinologista e vice-presidente da SBD, Dra. Reine Fonseca.




Glicosímetros

07/11/2016 - Guia da Farmácia


Como o diabetes é uma doença crônica sem cura, é necessário tomar medicamentos e usar glicosímetros, o que acaba tornando os pacientes diabéticos um grupo com grande frequência nas farmácias.

Para o diabético, e pelo diabetes ser considerado uma doença crônica, o varejo farmacêutico se torna ainda mais relevante por oferecer medicamentos e insumos importantes para que ele consiga seguir a terapia médica prescrita e manter o controle glicêmico.

"Um estudo inglês mostrou que o número de visitas á farmácia de um paciente com diabetes é quatro vezes maior do que um consumidor normal e o tíquete médio mensal, três vezes maior do que as pessoas sem a doença (Fonte: Dr. Margret Richter "Die Diabetiker-Apotheke" e Community Pharmacy- UK)", analisa a gerente de produto da Roche Diabetes Care, Vanessa Brito.


INOVAÇÃO


Nos últimos anos, com o avanço das pesquisas e o auxílio da tecnologia, obteve-se muita evolução em relação aos equipamentos de monitoramento de glicemia, proporcionando conforto e segurança aos diabéticos. Hoje, o paciente consegue saber seu nível de glicose no sangue em cinco segundos com a assistência dos glicosímetros.

Vanessa destaca que os lancetadores da Roche também sofreram adaptações para oferecer maior comodidade aos pacientes, eliminando o contato visual com a agulha e proporcionando uma medição rápida e praticamente indolor.

"Outra novidade é o aplicativo Accu-Chek Connect. As informações são consolidadas no Portal Accu-Chek Connect e podem ser compartilhadas com o médico, auxiliando no aconselhamento sobre o tratamento da doença." No mercado de diabetes, a Abbott lançou, este ano, uma nova tecnologia revolucionária de monitoramento de glicose para as pessoas com diabetes. O produto, de acordo com o Country Manager da divisão de cuidados para Diabetes da Abbott no Brasil, Sandro Rodrigues, é a única solução do mercado que livra o paciente da rotina diária de picadas no dedo.

"Cada leitura do aparelho sobre o sensor apresenta um resultado de glicose em tempo real, trazendo um histórico das últimas oito horas e a tendência da glicose, se está subindo, descendo ou se mantendo estável.

Além dele, a empresa também lançou, recentemente, um glicosímetro com a tela touchscreen, um software acessível e fácil de usar, com cabo USB, e com a indicação da tendência glicêmica do paciente. Além disso, oferece a facilidade da realização do teste de cetonemia (sinal de descompensação) num único dispositivo.A Abbott indica às farmácias que exponham os produtos em locais de fácil acesso ao consumidor, de preferência, agrupar os produtos para pessoas com diabetes em um mesmo local, como os glicosímetros junto aos produtos nutricionais, por exemplo, dessa forma, Rodrigues explica que o varejista oferecerá ao consumidor uma solução mais completa para diabetes.

Quanto mais opções ele oferecer ao consumidor, mais chance terá para atender a todas as necessidades dos consumidores, não apenas a terapêutica como também a nutricional.

No layout da loja, Vanessa destaca que é importante considerar alguns pontos: • Localização próxima a balcão de atendimento: farmacêuticos e balconistas são partes importantes na instrução ao paciente e, consequentemente, no processo de decisão do cliente, o que facilita o cross selling e o aumento do tíquete médio por meio de uma compra de oportunidade.

• Autosserviço: a categoria precisa estar no autosserviço, pois mediante a extensa oferta de marcas e produtos, o cliente precisa ter uma "experiência" sensorial de modo a ler a embalagem e possibilitar comparativos.


ATENDIMENTO


O farmacêutico tem um papel fundamental na educação sobre o diabetes. Muitos pacientes recebem o diagnóstico e a prescrição para realizar o automonitoramento, mas não sabem ao certo como manusear o equipamento e nem todos os recursos que são disponibilizados pelo fabricante.

"Por isso, acreditamos que fazer parcerias entre a Roche e as farmácias é fundamental para melhorar a adesão ao tratamento. Promover informações sobre a doença e bem-estar pode conscientizar a população sobre a convivência com o diabetes e a melhor qualidade de vida. Os farmacêuticos têm tido relevância na atenção prestada para a população", salienta Vanessa, da Roche.




‘Não lido com o cofre’ da saúde, diz Cármen Lúcia

08/11/2016 - Folha de S.Paulo


O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciaram, nesta segunda-feira (7), o lançamento de uma plataforma em parceria com o hospital privado Sírio-Libanês para auxiliar juízes em ações contra o Estado envolvendo a saúde.

A iniciativa o corre em meio à votação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a cessão obrigatória pelo governo de remédios de alto custos em registro no Brasil —a sessão foi suspensa após pedido de vista de Teori Zavascki.

Presente ao lançamento, a presidente do STF, Cármen Lúcia, reforçou a garantia do acesso universal à saúde. “Estamos aqui para tornar efetivo aquilo que a Constituição nos garante. Ador tem pressa. Eu lido como humano, eu não lido com o cofre”, disse.

Para o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o aumento na judicialização da saúde desestrutura o planejamento da pasta. A projeção para 2016 é que R$ 1,6 bilhão seja alocado nas demandas judiciais.

A medida conjunta do ministério com o CNJ resultará em um banco público de dados já analisados que servirá como base para decisões da Justiça. A previsão é que o primeiro material esteja disponível para consulta em 60 dias.

No Estado de São Paulo, a judicialização custa R$1,2 bilhão por ano, segundo o secretário da Saúde, David Uip.

Nesta segunda, a secretaria iniciou parceria com o Ministério Público do Estado para identificar fraudes e desvios em ações contra a pasta.




Adeus menstruação

08/11/2016 - Folha de S.Paulo


Cinco meses menstruada. Foi a gota d’água para Jenypher Cavilhoni, 34, caçar um meio de recuperar o sossego. Com um DIU (dispositivo intrauterino), a esteticista conseguiu acabar com a menstruação. “É outra vida”, diz.

Seja por causa da saúde ou pelo incômodo, mais mulheres têm buscado a interrupção, relatam especialistas.

Os longos períodos de sangramento e os fluxos intensos, além de desconforto, podem provocar quadros de anemia.

A interrupção também costuma ser indicada para mulheres com endometriose (quando há tecido da camada interna do útero em outra parte do organismo), problema de saúde que vem se mostrando cada vez mais comum.

“A suspensão da menstruação pode mudar o curso da doença ou diminuir as sequelas.

Nesses casos o médico sugere como uma possibilidade de tratamento. Elas são incentivadas por contada doença”, afirma César Fernandes, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

A opinião de que há mais mulheres que buscam a interrupção da menstruação é compartilhada pelo ginecologista Marcelo Antonini.“Há alguns anos, era grande o desconhecimento relacionado à suspensão. Hoje, uma mulher vai falando para outra e elas percebem que vale a pena, que compensa.” Já Isabel Sorpreso, professora da Faculdade de Medicina da USP, diz que apesar de não haver estudos que mostrem essa tendência, é possível que a múltipla jornada (trabalho, casa, vida social) pode ter dado um empurrãozinho para a difusão da suspensão da menstruação.

“Mas existe outro grupo que acha que menstruar é limpar o organismo”, afirma Rodrigo Castro, professor da Unifesp, que prefere não apostar categoricamente no aumento da prática.

Mulheres com fluxo bastante intenso e/ou duradouro são algumas das que procuram a interrupção. Normalmente, menstruações consideradas normais duram até sete dias.

“Para ser honesta, eu nunca mais quero menstruar”, diz Jenypher, que começou a ter problemas com o ciclo menstrual após ter sua filha.

A recepcionista Dayane Rodrigues, 21, estava cansada de menstruar. Ela conta que tinha muitas cólicas, “uma TPM infernal” e, às vezes, passava mais de 15 dias sangrando.

“Não é porque é natural que é agradável.” Dayane, apesar de ter ouvido opinião contrária de seu médico, decidiu parar de menstruar e assim permanece há três anos. O método utilizado pela jovem é uma injeção de hormônio.

“O fato de deixar de menstruar não vai trazer nenhum problema de saúde para ela”, afirma Fernandes. “É possível que alguns médicos não queiram indicar por não acharem legal, mas isso é só a opinião deles. No quesito de evidência, é muito fraco.”


PÍLULA


As mulheres de hoje têm um período de vida fértil maior do que antigamente.

Isso criou a ideia de que, uma maior taxa de problemas de saúde, como a endometriose e câncer de ovário, poderia ser relacionada ao maior número de menstruações.

Fernandes afirma que não há como fazer essa correlação de forma segura. Outros fatores, como contaminações alimentares, são especulados.

O uso estendido de pílulas anticoncepcionais é uma das formas de suspender a menstruação.

Costumeiramente, há um intervalo de tempo, nos fins de cartela, em que o medicamento não é tomado.

O DIU libera continuamente hormônio, o que provoca a atrofia (diminuição da espessura) do endométrio, camada do útero cuja descamação provoca a menstruação.

Outra possibilidade para escapar dos sangramentos são implantes, geralmente aplicados na região do braço, que liberam hormônios, que chegam à corrente sanguínea.

Segundo os médicos, todos os métodos para suspensão da menstruação são reversíveis (bastando parar de tomar a pílula ou remover o DIU, por exemplo), mas devem ser discutidos previamente em consulta. Um ponto importante a ser considerado, porém, é que nem sempre a utilização desses métodos, também contraceptivos, impede a menstruação.

“É muito interessante como os tempos modernos trouxeram um comportamento diferente em relação ao sangue menstrual”, afirma a historiadora Mary Del Priore.

“Antes, a menstruação era vista como algo mágico, ligado ao poder.

Era remédio, veneno e também usado em feitiços.” Ao mesmo tempo, trazia problemas: durante o período de sangramento, as mulheres normalmente ficavam em uma espécie de isolamento, afastadas da sociedade, afirma Mary. “Agora não é mais a mulher que se isola, é o sangue menstrual”, diz.




Pacientes com diabetes sofrem com falta de seringa e insulina em SP.

07/11/2016 - G1 - Bom dia Brasil


Quem é diabético está sofrendo com a falta de seringa e de insulina nos postos de saúde de São Paulo. Tem paciente reaproveitando seringa, o que é um risco enorme para saúde.

Uma alternativa perigosa, segundo os médicos, mas quem é diabético precisa aplicar insulina todos os dias. O Bom Dia Brasil recebeu muitas reclamações de telespectadores que disseram que percorreram vários postos, na capital, e não conseguiram as seringas.




Governo lança projeto para auxiliar o judiciário em ações na área da saúde

07/11/2016 - Portal Brasil


Uma ferramenta com subsídios técnicos para apoiar o judiciário nas decisões relacionadas à saúde em todo o País foi lançada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta segunda-feira (7).

A iniciativa tem como objetivo fornecer subsídios com base em evidências científicas para a solução das demandas analisadas pelos magistrados.

Entre os dias 7 e 8 de novembro, juízes brasileiros participam da primeira oficina para consultoria aos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais.

“É um grande avanço no processo de judicialização no País. Todos os procedimentos e medicamentos que estão incorporados ao sistema no SUS estarão disponíveis e servirão para uma consulta voluntária do magistrado dentro de sua autonomia. O atendimento desses direitos tem sido feito, mas queremos que sejam feitos sem que representem a desestruturação de um orçamento que estava planejado para atender a população como um todo”, destacou o ministro Ricardo Barros.

A medida é resultado de uma parceria com o Hospital Sírio-Libanês, que irá criar documentos de apoio aos Núcleos de Avaliação Tecnológica do Ministério da Saúde e do Judiciário. O termo também prevê apoio ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a criação de uma base de dados e ferramentas de consulta que permitirá maior eficiência na gestão dessas informações.


COOPERAÇÃO TÉCNICA


Pelo Termo de Cooperação Técnica firmado entre o Ministério da Saúde e o CNJ em agosto deste ano, os tribunais ou Núcleos de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NAT-JUS) vão ter à disposição o suporte técnico-científico dos Núcleos de Avaliação de Tecnologia em Saúde (NATS) para a produção de notas técnicas que possam aperfeiçoar o julgamento das demandas judiciais.

Além disso, os NATS e NAT-JUS poderão ter acesso às bases de dados para análise de evidências científicas, inclusive a Biblioteca Cochrane (Centro Cochrane do Brasil), instituição sem fins lucrativos, e outros acervos científicos, se for o caso.

Também ficou pactuado que cabe ao CNJ abrigar e disponibilizar, pela internet, um banco de dados com as notas técnicas e pareceres técnico-científicos consolidados emitidos pelos NAT-JUS, TJ-MG, NATS, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec), podendo ser consultado por magistrados e demais operadores do Direito.


RECURSOS E GASTOS


Em seis anos, foram destinados pela União R$ 3,2 bilhões para atender a determinações judiciais para a compra de medicamentos, equipamentos, dietas, suplementos alimentares, gastos com cirurgias, internações e depósitos judiciais.

Esse valor representa um incremento de 797% entre 2010 e 2015. Neste ano, até setembro, o montante já chega a R$ 1,05 bilhão. Até o final deste ano, a expectativa é que o gasto chegue a R$ 1,6 bilhão. Incluindo também estados e municípios, a perspectiva é de que o gasto com determinações judiciais neste ano chegue a R$ 7 bilhões.


ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA


O Ministério da Saúde aumentou em 53% a oferta gratuita de medicamentos entre 2010 e 2015 por meio da Relação Nacional de Medicamentos (Rename), de 500 para 844 itens. Em 2015, a pasta investiu R$ 15,8 bilhões na compra de medicamentos, o que representa um aumento de 129% se comparado a 2010, quando foram gastos R$ 6,9 bilhões. A pasta distribui gratuitamente 14 medicamentos, sendo 11 para hipertensão e diabetes e três para asma.




Carmem Lúcia: “O direito à saúde não é um gasto. É um investimento”

07/11/2016 - Época Online


“O direito à saúde tem custo. Mas isso não é um gasto, é um investimento”, disse hoje, segunda-feira (7) a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela está empenhada em facilitar o acesso dos juízes à informação confiável sobre medicamentos, dispositivos médicos e técnicas cirúrgicas.

Cármen Lúcia e o ministro da saúde, Ricardo Barros, estiveram hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para iniciar uma parceria entre o CNJ, o governo federal e a instituição. O objetivo é criar uma plataforma on-line com pareceres técnicos sobre os produtos de saúde. De qualquer lugar do país, os magistrados poderão consultá-la antes de tomar decisões.

É um passo importante. Essa base de dados pode ajudar a reduzir o número de decisões judiciais em total dissonância com as evidências científicas da medicina. Todos perdem quando isso acontece.

1) O paciente deixa de receber a opção terapêutica mais adequada a seu caso.

2) O Estado é obrigado a comprar um medicamento mais caro e nem sempre mais eficaz pelo preço que o fabricante quiser vender.

3) A coletividade é prejudicada quando o gestor público é obrigado a destinar grande parte do orçamento ao cumprimento das demandas judiciais.

Só quem ganha quando uma decisão judicial não encontra amparo nas evidências científicas é a indústria farmacêutica. Para uma empresa mal-intencionada, é mais fácil estimular as ações judiciais (financiando associações, oferecendo advogados aos pacientes e assediando médicos) do que convencer as autoridades regulatórias e os gestores públicos da superioridade de seu produto – tanto em termos de eficácia quanto de custo.

Um exemplo recente é o caso dos falsos doentes de R$ 9,5 milhões, contado por ÉPOCA em junho. Trata-se de uma das maiores fraudes já descobertas no Brasil envolvendo ações judiciais para fornecimento de remédios de alto custo. Ao confiar nos laudos assinados pelos médicos dos pacientes, os juízes concederam o medicamento lomitapida (aprovado nos Estados Unidos apenas para uso nos raros casos de uma doença genética que provoca colesterol altíssimo) a pessoas que, segundo investigações posteriores, nem sequer tinham a doença.

Cada comprimido da droga fabricada pela empresa americana Aegerion Pharmaceuticals custa cerca de US$ 1.000 por dia. Essa história provocou um prejuízo de R$ 9,5 milhões à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Poderia ter consumido R$ 40 milhões se as autoridades não tivessem percebido o esquema a tempo de interrompê-lo.

Para algumas empresas, a judicialização da saúde se tornou um atalho esperto. Por outro lado, ela representa um instrumento legítimo quando o Estado deixa de cumprir aquilo que, inegavelmente, é sua obrigação. Sem o direito assegurado de procurar a Justiça, muitos doentes teriam a vida abreviada por pura omissão dos gestores públicos.

>> “Não suspeitei de fraude. Penso no lado humano”, diz juiz sobre caso dos falsos doentes

O ponto crucial desse debate é determinar o que o Estado ou os planos de saúde devem ser obrigados a fornecer aos cidadãos. Se não há orçamento no mundo capaz de bancar todas as inovações criadas pela indústria farmacêutica, as evidências científicas devem ser o início de qualquer conversa.

“É fundamental ter a certeza de que, para aquele pleito, existe evidência científica de que a droga é indicada para o paciente”, diz o bioquímico Luiz Fernando Lima Reis, diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. “E, obviamente, essa indicação levou em conta eficiência, eficácia e segurança.”

Em vários estados, os Tribunais de Justiça contam com Núcleos de Apoio Técnico (NAT-Jus), capazes de avaliar a adequação dos produtos demandados pelos cidadãos. Os juízes não são obrigados a consultá-los, mas os pareceres técnicos contribuem para o embasamento das decisões. Eles evitam, por exemplo, que os juízes sejam ludibriados por laudos médicos de origem duvidosa.

Representantes de vários desses núcleos participam do treinamento no Hospital Sírio-Libanês. O objetivo é criar uma forma de padronização do conteúdo dos pareceres. Essa estrutura comum facilitará as pesquisas dentro da base de dados criada pelo CNJ. Com o tempo, os juízes poderão recuperar, facilmente, os pareceres que sustentaram decisões anteriores. Aos poucos, será possível criar jurisprudência em determinado assunto.

Os NAT vão usar as ferramentas de busca da Biblioteca Cochrane, considerada a base de dados mais completa para a busca de evidências científicas. O hospital não fará pareceres técnicos. O papel da instituição será apoiar o CNJ e as estruturas já existentes para aumentar a eficiência e a rapidez das buscas.

“O Sírio-Libanês não pretende promover uma redução nem um aumento das liminares positivas”, diz Reis. “Queremos fortalecer a evidência científica para ajudar os juízes no processo de decisão.”

Quando a ferramenta do CNJ estiver funcionando como prevista, dificilmente um juiz poderá alegar desconhecimento técnico ao ser questionado sobre suas decisões no campo da saúde.




Ministério Público vai investigar fraudes na 'judicialização' da saúde

07/11/2016 - G1


O Ministério Público de São Paulo e o governo do Estado, através da Secretaria de Saúde, assinaram uma parceria nesta segunda-feira (7) para investigar fraudes e eventuais desvios em ações judiciais contra a pasta, em processos que envolvem a "judicialização" da saúde.

O convênio, assinado pelo governador, Geraldo Alckmin, e o titular da pasta, David Uip, permitirá que promotores tenham acesso a documentos, decisões, e prescrições para apurar supostas fraudes em decisões judiciais que envolvem a entrega de medicamentos, insumos, terapias e procedimentos por parte do governo.

Segundo o secretário Uip, desde 2011 houve a entrada de 80 mil ações contra o Estado em questões de saúde, sendo que 50 mil delas ainda estão ativas. Elas levam o governo a dispender, mensalmente, R$ 114 milhões.

Uip citou situações em que houve a descoberta de máfias envolvendo a entrega de próteses e medicamentos. "Eles se aproveitam da judicialização para que isso se efetive", disse. Também lembrou o caso de uma pessoa pediu na Justiça a entrega de um medicamento para seu cachorro. "É justo, mas não cabe ao estado', lembrou.

Alckmin citou outro caso, de um comprimido que custa R$ 1 mil cada um, para tratar pacientes com hipercolesterolemia, e que havia cidades em que nenhum paciente havia pedido e, em outras, havia uma grande quantidade. Uma investigação da secretaria da Saúde entrou nos escritórios dos médicos e obteve as receitas indicando o medicamente em uma cidade. Todas elas apresentavam o mesmo erro de português, disse Alckmin. Ao procurar os pacientes que seriam beneficiados pelo medicamente, nenhum deles tinha a doença, afirmou o governador.

Atualmente, a Saúde cumpre o atendimento de aproximadamente 53 mil determinações judiciais. Desde 2010, a secretaria foi alvo de cerca de 90 mil ações judiciais para entrega de remédios, materiais e outros itens.

“Gastamos, anualmente, R$ 1,2 bilhão com a judicialização. Nossas equipes já fazem um trabalho rigoroso e estamos agindo para aprimorá-lo, avançando no diálogo com o Judiciário para, assim, evitar que eventuais desvios aumentem o impacto desse fenômeno nas contas públicas”, afirmou Uip.

Segundo o procurador-geral do Estado, Gianpaolo Smanio, a parceria permitirá acelerar a troca de informações e a apuração de desvios, promovendo a responsabilização cível e penal de pessoas eventualmente envolvidas em fraudes.

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.