Programas de prevenção cresceram 75%
04/11/2016 - O Estado de S.Paulo
O número de programas de promoção e prevenção à saúde oferecidos por operadoras e registrados na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) cresceu 75% em quatro anos, passando de 820, em dezembro de 2012, para os atuais 1.432, segundo levantamento do órgão.
A agência regulamentou a iniciativa em 2005, oferecendo pontuação extra no índice de desempenho das operadoras àquelas empresas que põem à disposição de seus beneficiários esse tipo de programa.
Segundo a ANS, já são cerca de 1,7 milhão de clientes beneficiados por essas ações, desenvolvidas principalmente nas áreas de saúde do adulto e do idoso. Há operadoras que, além de oferecer acompanhamento médico, nutricional e psicológico, dão bonificações aos clientes que se engajam nos projetos preventivos, como descontos em academias, brindes, custeio de medicamentos ou vacinas, entre outros. Mas a regra da ANS não permite que os prêmios estejam atrelados a determinados resultados em saúde. A bonificação deve ser dada pela participação, não pelo desempenho do beneficiário.
Na Bradesco Saúde, um dos alvos dos programas de prevenção e promoção da saúde tem sido o incentivo à realização de exames preventivos. Um estudo feito pela operadora com 2 milhões de clientes mostrou que, entre 2014 e 2015, 40% dos beneficiários não haviam feito, nos últimos dois anos, exames como mamografia e papanicolau, no caso das mulheres, e PSA, entre os homens. Os três testes são capazes de prevenir ou diagnosticar precocemente três dos principais tipos de câncer: mama, colo do útero e próstata, respectivamente.
Diante dos resultados da pesquisa, a operadora acionou os comitês de saúde instalados nas principais empresas para as quais presta serviço para que fossem feitas ações de orientação e conscientização sobre a importância desses procedimentos.
As gestantes são outro grupo alvo dos programas de prevenção.
A Hapvida iniciou em 2013 uma ação que mapeia as grávidas do plano para oferecer, durante os nove meses de gestação e após o parto, orientação em temas como a importância do pré-natal, cuidados com o recémnascido, alimentação durante a gravidez e o puerpério, entre outros. O objetivo é prevenir intercorrências com a mãe ou com o bebê.
Gestão de dados reduz mortalidade infantil
04/11/2016 - O Estado de S.Paulo
Existem no Brasil exemplos práticos de como a análise de informações e a integração de bancos de dados podem ter um impacto positivo na qualidade dos serviços de saúde. Alguns deles foram apresentados no evento Fóruns Estadão Gestão da Informação.
O diretor do Instituto Tellus, Germano Guimarães, explicou como a coleta e a análise de dados ajudaram a prefeitura de Santos a reduzir a mortalidade infantil. O Instituto Tellus atua em 33 municípios de 12 Estados, elaborando projetos inovadores na área de saúde pública.
“Com os dados em mãos, descobrimos que havia uma lacuna na formação das mães. Por isso, criamos a Escola das Mães, com o objetivo de aumentar a qualidade do pré-natal. Num ano, diminuímos a taxa de mortalidade infantil em 20%”, afirma. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais, que desenvolve conteúdos e tira dúvidas das mães.
Outro projeto do Tellus é o sistema Clique Saúde, que ajuda os pacientes da rede pública a encontrar unidades com medicamentos, médicos especializados e exames específicos. Segundo Guimarães, com as informações enviadas pelos usuários pelo smartphone é possível mapear que locais e tipos de serviço ou medicamentos precisam de mais investimento.
O terceiro caso apresentado pelo diretor do Tellus foi a rede Bem Cuidar, que transforma o atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) segundo as necessidades dos usuários.
A iniciativa melhora tanto a qualidade do serviço quanto a avaliação dele pelos usuários.
Tanto o Clique Saúde quanto a rede Bem Cuidar foram projetos desenvolvidos com a prefeitura de Pelotas (RS).
Para Guimarães, as três iniciativas são exemplos de como a sociedade civil pode pressionar por mudanças no sistema de saúde pública. “Do investimento total da primeira UBS, 93% foram doados por institutos e fundações. Quando o governo viu que o modelo deu certo, expandiu o programa com recursos públicos. Fazer protótipos para despertar a atenção do governo é uma das maneiras de a sociedade civil ajudar a encontrar soluções para saúde.” Para ele, o interesse atual dos governos em coletar dados sobre saúde se resume a exigências para liberação de verbas.
“O governo está coletando dados visando a receber verbas e pensa pouco nos resultados. A informação acaba tendo pouca qualidade. A iniciativa privada investe R$ 4 bilhões por ano (em projetos culturais e sociais), mas apenas 6% são usados na área da saúde. Existe uma grande oportunidade para o setor.” Guilherme Genovez, médico especialista em Hematologia e Hemoterapia e ex-coordenadorgeral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, destaca que a integração de bancos de dados é um processo, não um produto final. “Com a integração de dados, será possível ao governo fazer planejamentos melhores, para a compra de insumos e medicamentos de modo eficiente”, disse. O especialista sugere a adoção de normas e padrões de desenvolvimento para que as ações no setor sejam coordenadas em diferentes empresas e organizações.
“Precisamos trabalhar com um objetivo comum e o Data SUS tem de ajudar a fazer isso.” Segundo Genovez, é natural que a maioria dos dados cadastrados atualmente seja fragmentada ou incompleta. Na visão do especialista, os médicos têm pouco interesse nessas informações por não ver os benefícios de arrecadação desses dados no curto prazo.
Nelson Teich, presidente do Grupo COI e representante da United Health Group no Brasil, acredita que a deficiência na coleta dos dados não é culpa do profissional de saúde. “O médico está ocupado em tratar do paciente.” Para Teich, é um erro acreditar que basta coletar e armazenar informações para que elas sejam usadas. “A informação tem duas características fundamentais: uma é para que direção ela aponta e a outra é quanto você tem de informação.
A informação precisa ser muito bem trabalhada, pois ter um dado coletado de forma errada é pior que a ausência dele.” A ausência ou fragmentação de dados clínicos pode influenciar diretamente a vida dos pacientes.
Para o especialista, sem a estruturação das informações, há aumento no número de erros médicos e, consequentemente, de mortes por falha humana.
Segundo Teich, há estudos que apontam uma média de 400 mil mortes por ano no Brasil em razão de erros no sistema.
Os atendimentos do SUS correspondem à metade dessa fatia.
Telessaúde ajuda a salvar vidas no País
04/11/2016 - O Estado de S.Paulo
Pacientes e profissionais da área da saúde de todas as regiões do Brasil, mesmo em cidades menores e mais distantes, estão sendo beneficiados pela rede de telemedicina e telessaúde que já está consolidada no País. Casos de diferentes graus de gravidade são discutidos entre profissionais que podem estar a quilômetros de distância e salvar a vida de pessoas, mesmo em unidades de saúde que não têm um quadro de especialistas completo. Também é uma forte ferramenta de aprendizado para estudantes e um método de aperfeiçoamento para pessoas que já estão formadas.
Desde 2012, mais de 7 mil pacientes de 12 Estados foram atendidos por profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein por meio da tecnologia. Foram, principalmente, pessoas que chegaram a unidades de saúde com quadros de derrame, enfarte ou vítimas de graves acidentes.
“Temos 26 hospitais ligados a esse projeto para emergência e terapia intensiva. Eles podem entrar em contato todos os dias da semana, 24 horas por dia. É como um kart móvel com recursos de áudio e vídeo e conseguimos acompanhar o médico e o paciente em tempo real. Assim que o paciente chega com um AVC, por exemplo, o neurologista do Einstein atende remotamente mesmo quando o hospital não tem a estrutura”, explica Milton Steinman, coordenador do serviço de telemedicina do hospital.
Steinman diz que o procedimento pode ser determinante para a evolução do quadro do paciente. “Quando o paciente entra na terapia intensiva, as primeiras horas são as mais importantes.
No caso de um AVC, você muda o destino entre viver e morrer.” Mudança de hábito. O coordenador explica que, apesar da expansão da rede, sua utilização ainda é um desafio. “Como é uma tecnologia nova, causa uma mudança de cultura. Normalmente, quando o médico não tem o recurso, ele pede para transferir o paciente para outro hospital, mas a tecnologia evita transferências desnecessárias e dá mais segurança ao paciente e ao profissional de saúde, que vai receber conhecimentos de um profissional mais experiente.
É uma ação que tem um impacto imediato.” Em julho, a Prefeitura de São Paulo começou a implementar o programa Telessaúde Redes nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital. A iniciativa não é voltada apenas para médicos.
“Qualquer profissional pode mandar dúvidas para consultores, dentista, médico, enfermeiro.
Há três dimensões de dúvidas: como conduzir o caso, gestão das vagas para especialidades e políticas de saúde implementadas na cidade. As dúvidas são enviadas para teleconsultores, que têm 72 horas para responder”, explica Elaine Giannotti, coordenadora da regulação do município.
O projeto teve início com 29 unidades, passou para 122 em outubro e o objetivo é chegar a 256 UBSs até dezembro. A cidade tem 453 unidades ao todo.
PROJETOS
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolve um projeto na área que engloba unidades do município de São Paulo e outras 21 cidades do entorno. São 529 unidades de saúde que utilizam a tecnologia.
“Telemedicina e telessaúde são nomes que se confundem no Brasil. A telemedicina diz respeito a webconferências, grupos de médicos, grupos de interesses especiais. O paciente se beneficia de forma indireta, porque o profissional acaba aprendendo.
Na telessaúde, um profissional de saúde dá assistência a outro por meio de uma plataforma.
Fornecemos cursos que vêm da demanda dos profissionais e, em telessaúde, fazemos atendimentos na região sudeste de São Paulo, mas nossa plataforma conversa com a da Prefeitura”, diz Claudia Novoa Barsottini, professora do Departamento de Informática em Saúde da Unifesp.
Na rede estadual, um projetopiloto de atendimento médico a distância foi implantado na região da Baixada Santista em 2014 e é administrado pela Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross).
“A telemedicina serve para que, em tempo real, equipes médicas da Cross e dos serviços hospitalares discutam quadros clínicos de pacientes por meio de videoconferência. Casos mais complexos podem ser discutidos com equipes médicas de cinco hospitais universitários considerados referências nacionais: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital São Paulo, Hospital Santa Marcelina de Itaquera e Hospital Brigadeiro”, diz, em nota, a Secretaria de Estado da Saúde.
EFICIÊNCIA
Entre janeiro de 2015 e setembro deste ano, foram registrados mais de 19 mil atendimentos em 27 unidades de saúde de 9 municípios da região.
Entre 2012 e 2015, neurologistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz atuaram em um projeto que englobou 7 hospitais e atendeu 150 pacientes. O foco eram casos de AVC que chegavam em emergências de hospitais públicos que não tinham neurologistas.
“Essa tecnologia é tão segura quanto a medicina presencial.
A interação é audiovisual. Especialistas com experiência em AVC viam os monitores, recebiam as imagens das tomografias e, a partir delas, faziam a discussão do caso com o médico.
Com essa relação com a máquina, conseguimos reduzir em 26% a morte de pacientes e também tivemos queda no tempo de internação”, afirma Jefferson Gomes Fernandes, superintendente de Educação e Ciência do hospital. Ele disse que o projeto está sendo reformulado para ser retomado.
O hospital oferece também cursos para profissionais de todo o País e tem, hoje, 10,4 mil alunos que são profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estudo mostra danos causados pelo cigarro no DNA
04/11/2016 - O Estado de S.Paulo
Inúmeros estudos já indicavam que o cigarro causa 17 diferentes tipos de câncer, mas agora uma nova pesquisa mostra pela primeira vez os impactos devastadores causados pelo fumo no DNA humano. De acordo com o estudo, publicado ontem na revista Science, os fumantes que consomem um maço de cigarros por dia acumulam em média, a cada ano, 150 mutações a mais em cada célula do pulmão, em comparação com os pacientes de câncer não fumantes.
De acordo com os autores do artigo, liderados por Ludmil Alexandrov, do Laboratório Nacional de Los Alamos (Estados Unidos), o novo estudo é o primeiro a investigar em larga escala os danos causados pelo fumo às células do corpo humano.
“Até agora, nós tínhamos um amplo volume de evidências epidemiológicas que ligavam o fumo ao câncer, mas agora podemos de fato observar e quantificar as alterações moleculares causadas pelo cigarro no DNA”, disse Alexandrov.
A pesquisa demonstrou pela primeira vez como o cigarro leva ao desenvolvimento de tumores, ao provocar mudanças celulares nos tecidos expostos direta ou indiretamente à fumaça do cigarro. Além de medir a extensão dos genéticos, os cientistas também identificaram diversos mecanismos diferentes pelos quais o cigarro causa mutações no DNA dos fumantes, levando ao câncer. Para fazer a pesquisa, a equipe usou supercomputadores para analisar o genoma de mais de 5 mil amostras de células com câncer.
Embora a maior taxa de mutações tenha sido verificada nos pulmões, o estudo mostra que outras partes do corpo também apresentam mutações associadas ao fumo, explicando por que o cigarro causa tantos tipos diferentes de tumores. Nos fumantes, além das 150 alterações a mais nas células do pulmão, foram observadas 97 mutações a mais na laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e seis em todas as células do fígado.
Segundo Alexandrov, ficou claro que as mutações causadas pelo cigarro levam ao câncer por diversos mecanismos diferentes.
“Fumar cigarros danifica o DNA em órgãos diretamente expostos à fumaça, além de acelerar o relógio celular que controla as mutações nas células, afetando assim órgãos direta e indiretamente expostos à fumaça”, explicou o cientista.
Cigarro provoca várias mutações genéticas que favorecem câncer
03/11/2016 - IstoÉ Dinheiro Online
Fumar um maço de cigarros por dia provoca, em média, 150 mutações por ano nas células pulmonares, segundo investigadores que identificaram vários mecanismos pelos quais o fumo danifica o DNA.
O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista Science, avalia com precisão - pela primeira vez - os devastadores efeitos genéticos do cigarro, e não apenas para os pulmões, mas também para outros órgãos que não estão diretamente expostos ao fumo.
Estudos já revelavam que o cigarro contribui com ao menos 17 tipos de câncer, mas até o momento não se havia estabelecido como o fumo provocava estes tumores, destacam os pesquisadores do britânico Wellcome Trust Sanger Institute e do americano Los Alamos National Laboratory.
O maior número de mutações genéticas causadas pelo tabagismo se observou no tecido pulmonar, mas outras partes do corpo também apresentaram alterações do DNA que explicam como fumar causa diferentes tipos de câncer.
O cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas diferentes, das quais mais de 70 são cancerígenas, destacam os pesquisadores, assinalando a complexidade das interações do fumo com o organismo.
"Este estudo aporta novos elementos sobre os diferentes mecanismos pelos quais o fumo provoca o câncer", destaca Ludmil Alexandrov, do Los Alamos National Laboratory, um dos principais autores do trabalho.
"Já dispúnhamos de muitos dados epidemiológicos sobre um vínculo entre o fumo e o câncer, mas agora podemos observar e determinar o número de alterações moleculares do DNA provocadas pelo hábito de fumar".
"Concluímos que as pessoas que fumam um maço por dia têm, em média, 150 mutações genéticas adicionais a cada ano em seus pulmões, o que explica por que motivo os fumantes têm um maior risco de desenvolver câncer de pulmão", destaca o cientista.
Para esta primeira análise ampla do DNA relacionando o fumo ao câncer, os pesquisadores examinaram mais de 5 mil tumores, comparando os cânceres similares de fumantes e não fumantes.
Assim, encontraram características moleculares específicas no DNA dos pulmões de fumantes e determinaram seu número nos diferentes tumores.
Os pesquisadores concluíram que o fumo provoca um número significativo de mutações genéticas adicionais nas células pulmonares.
Em outros órgãos, o estudo revelou que um maço de cigarros por dia produz, em média, 97 mutações a mais por ano no DNA da laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e 6 no fígado.
O estudo revela ao menos cinco processos distintos pelos quais o DNA é danificado pelo tabagismo, e o mais comum se encontra na maioria dos tipos de câncer.
Para o professor Mike Stratton, do Wellcome Trust Sanger Institute, "este estudo também revela que o processo pelo qual o cigarro provoca um câncer é mais complexo do que se pensava".
"Na realidade não entendemos completamente as origens subjacentes de muitos tipos de câncer", disse Stratton, assinalando outras causas ainda pouco conhecidas, como a obesidade.
Mas este trabalho sobre o DNA em tumores cancerosos poderá fazer avançar a pesquisa e ajudar em uma maior prevenção de qualquer forma de câncer, avaliou o professor Stratton.
"Sequenciar o genoma de cada câncer proporciona assim uma espécie de registro arqueológico" no DNA, exposto aos diferentes fatores que contribuíram para as mutações genéticas responsáveis pelo tumor.
Campanha alerta para relação entre diabetes e doenças cardiovasculares
03/11/2016 - Portal EBC
A Sociedade Brasileira de Diabetes promove em novembro uma campanha de alerta para os riscos de infarto ou AVC, acidente vascular cerebral.
De acordo com a presidente regional da instituição no Rio de Janeiro, Melanie Rodacki, pacientes com diabetes, e mesmo a população em geral, desconhecem que a doença pode ter como consequências complicações renais ou cardíacas.
A endocrinologista explica que a campanha pretende conscientizar as pessoas sobre a importância de manter um acompanhamento adequado e fazer exames preventivos, porque muitas alterações podem ser detectadas numa fase precoce.
Conforme a especialista, o aumento da obesidade infantil e do sedentarismo na população, junto com maus hábitos alimentares, vêm produzindo cada vez mais casos de diabetes do tipo dois em populações mais precoces, inclusive em crianças.
Para evitar condições que levem ao aparecimento do diabetes, a médica Melanie Rodacki recomenda a prática de atividades físicas regulares e uma alimentação saudável.
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