37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS
CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 04/11/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Venda de medicamentos nas farmácias cresce 12,4% no ano até setembro

03/11/2016 - Valor Econômico / Site


As vendas de medicamentos nas farmácias brasileiras cresceram 12,4% no ano até setembro, segundo dados da IMS Health compilados pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Com essa expansão, o faturamento chegou a R$ 37 bilhões, frente a R$ 33 bilhões no mesmo período de 2015. Em número de doses comercializadas, a alta foi de 4,9%, a 109 bilhões.

A Interfarma pondera que, apesar do crescimento nominal elevado, “é preciso descontar a inflação do período e considerar também o aumento de custos para chegar ao crescimento real do setor”. A inflação medida pelo IBGE no período é de 5,51%, além dos custos elevados com energia e tributos que têm impactado a indústria.

“Em comparação com os demais setores, o farmacêutico consegue ser mais resistente às crises porque medicamentos são produtos de primeira necessidade”, diz em nota o presidente-executivo da entidade, Antônio Britto.

Em 12 meses até setembro, as vendas no varejo farmacêutico subiram 11,9%, para R$ 49 bilhões, enquanto o número de doses comercializadas cresceu 5,1%, a 144 bilhões.

A Interfarma lembra que o varejo representa cerca de 70% do mercado farmacêutico brasileiro, que hoje movimenta em torno de R$ 65 bilhões por ano.




Anticoncepcional injetável masculino avança em testes

04/11/2016 - Folha de S.Paulo


A versão masculina da pílula anticoncepcional ainda não é realidade, mas está avançando nessa direção. Uma injeção que combina dois hormônios para suprimir a produção de espermatozoides, de forma reversível, conseguiu uma animadora taxa de sucesso de 96% em um teste com 266 casais.

A iniciativa é uma tentativa de ampliar o rol de métodos disponíveis para os homens. Desde o lançamento da pílula feminina, as opções para elas se expandiram —há dispositivos intrauterinos (DIU), implantes subcutâneos, adesivos que são grudados na pele, anéis vaginais e também injeções.

Para os homens, porém, as opções para que eles controlem a sua fertilidade se resumem à camisinha, ao coito interrompido e à vasectomia.

Um estudo em 2012 testou, em roedores, um método não hormonal que tirava a habilidade de natação dos espermatozoides. A droga, porém, causou a diminuição de 15% a 50% do tamanho dos testículos nos bichos e não foi para frente em novos testes.

Já o novo estudo, feito por cientistas de dez centros de pesquisa de oito países, liderados por Mario Festin, da OMS (Organização Mundial da Saúde), se inspirou na fórmula feminina de administração de hormônios para a contracepção.

Os resultados da pesquisa foram publicados na última semana na revista “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”.

Já se sabia que, quando homens recebem doses extras de testosterona, o processo de produção dos espermatozoides é prejudicado e as taxas deles diminuem.

Mas há um porém: efeitos adversos podem acompanhar esse processo, como irritabilidade, aumento das mamas e maior chance de tumores na próstata. Para superar esses problemas, o trabalho usou doses menores de testosterona associadas a aplicações de progesterona.

Os pesquisadores buscaram homens saudáveis que estivessem em relacionamentos estáveis há pelo menos um ano com parceiras igualmente saudáveis. O casal também precisava não querer filhos por pelo menos um ano.

Para suprimir a espermatogênese, a cada oito semanas os participantes recebiam injeções de testosterona e progesterona. Amostras de sêmen eram colhidas em intervalos predeterminados.

Comas injeções, houve supressão quase completada espermatogênese e a manutenção de baixas concentrações de espermatozoides. Em um primeiro momento, para evitar contaminação de resultados, os participantes deveriam usar outros métodos contraceptivos não hormonais.

A próxima etapa do estudo pedia aos participantes para confiarem só nas injeções.

O resultado foi uma eficácia contraceptiva alta. Dos 266 casais que participaram da segunda etapa, 111 completaram o estudo; quatro mulheres engravidaram.

O resultado, segundo os autores, é comparável aos métodos reversíveis disponíveis para homens e a anticoncepcionais orais femininos.


EFEITOS COLATERAIS


Duas comissões externas acompanhavam o processo e decidiram terminar o estudo antes do previsto por causa de efeitos adversos. As ocorrências, porém, não foram inesperadas, dizem os autores.

Os participantes relataram alterações emocionais (30%), acne (quase 50%) e distúrbios sexuais (42%), como aumento ou redução da libido.

Mesmo com esses efeitos, 82% dos homens que participaram do estudo disseram que usariam um método contraceptivo desse tipo.

Archimedes Nardozza, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, diz que o método hormonal para homens pode apresentar problemas como crescimento da próstata e ainda não é viável.

“Eu acho que estamos muito bem com o que temos hoje.”




É preciso dividir responsabilidade, não os efeitos adversos

04/11/2016 - Folha de S.Paulo


Mais do que a eficácia de 96% da injeção contraceptiva masculina, a interrupção do estudo por causa de seus efeitos adversos foi que chamou a atenção nas redes sociais.

A tônica dos “textões” era: sim, anticoncepcionais causam efeitos desagradáveis, e está na hora de os homens também os aguentarem.

Mais de 1.400 efeitos adversos foram relatados pelos homens que tomaram as injeções; 39% deles não foram considerados relacionados ao uso do anticoncepcional.

Entre os efeitos diretamente ligados aos hormônios estava a acne, velha conhecida das mulheres, causada também por alguns tipos de pílulas.

Mas houve ainda um caso de depressão, um caso de intoxicação intencional por paracetamol, um caso de taquicardia, entre outros efeitos graves. Também houve um caso de suicídio —mas, segundo a família, o motivo seria a dificuldades em lidar com pressões acadêmicas.

A pesquisa, financiada por programas de pesquisa em reprodução humana da ONU e da OMS (Organização Mundial da Saúde), era acompanhada por dois comitês externos independentes, que chegaram a conclusões diferentes sobre a segurança do teste. Assim, ele foi interrompido.

Os “textões” têm lá sua razão quando cobram mais testes e investimentos em anticoncepcionais masculinos.

Mais opções de métodos não definitivos, seguros e de longo prazo, por exemplo, poderiam ajudar a dividir a responsabilidade pela contracepção e o planejamento familiar e dar ao homem mais controle de sua fertilidade. As camisinhas têm sua rejeição e, segundo médicos, estão em desuso pelos jovens,e o coito interrompido pode dar errado.

No entanto, não faz sentido cobrar que homens, assim como as mulheres, também sintamos desprazeres provocados por hormônios. Ninguém deveria senti-los, ponto.

Depressão é coisa séria e não deveria ser consequência do sexo seguro.

O que falta é aprimorar os métodos existentes —e, pelo menos segundo essa pesquisa,a maioria dos homens estariam dispostos a ser os responsáveis pela contracepção.




União propõe MP para aumentar preço de remédios em casos excepcionais

04/11/2016 - O Globo / Site


O governo prepara uma Medida Provisória (MP) que permite que, em casos excepcionais, como calamidades e epidemias, os preços de medicamentos sejam aumentados. Há uma lei que impede o aumento, autorizando apenas reajustes compatíveis com a inflação. A medida será tomada devido ao surto de sífilis no Brasil. O remédio usado no tratamento da doença sexualmente transmissível é a penicilina benzatina, um antibiótico mais conhecido como benzetacil, que é importado.

Com o aumento da demanda, o governo não tem conseguido comprar quantidades suficientes e o produto tem faltado. Segundo uma fonte do governo, os fabricantes brasileiros não conseguem produzir o remédio a um preço competitivo, mas com a mudança na regra, seria viável fazê-los aqui. A lei em vigor delega à Fica criada a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a tarefa de calcular os reajustes.

— Atualmente a produção da penicilina não é viável para os fabricantes. O governo não tem de quem comprar no Brasil, tem que recorrer aos fornecedores estrangeiros, que cobram de quatro a cinco vezes mais do que seria cobrado por um fornecedor nacional — diz um integrante do governo que participa da elaboração da MP.

Segundo o governo, o material também está com problema de oferta no exterior, o que vem gerando os altos preços e causando o desabastecimento. A sífilis é transmitida por uma bactéria e se não for tratada, pode causar demência e problemas no coração. A doença se manifesta em até dez dias após o contágio com feridas na boca ou nos órgãos sexuais. Um mês depois, ela evolui para manchas vermelhas espalhadas pelo corpo, especialmente nas mãos e nos pés. Os sintomas desaparecem, mas, se não for tratado, o paciente segue propagando a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de casos passou de 1.249 em 2010 para 65.878 no ano passado. A doença também passa da mãe para o bebê. A taxa de grávidas com sífilis aumentou, bem como o número de bebês mortos pela doença. Enquanto 146 bebês morreram em decorrência da sífilis em 2010, no ano passado foram 363 mortes de recém-nascidos, segundo o ministério. O texto da MP está em fase de finalização e deve ser publicado no Diário Oficial da União no início da próxima semana.

Mercado Aberto: Farmacêuticas investem mais em relação governamental

04/11/2016 - Folha de S.Paulo


Com a queda dos gastos públicos com saúde, a indústria farmacêutica tem buscado mais profissionais de relações institucionais, segundo a consultoria Core Executive.

De cerca de 260 companhias do setor que atuam no país, 36 delas têm equipes de relacionamento com o governo e grandes operadoras, afirma Raphael Revert, diretor-executivo da empresa.

"Hoje, não só as grandes farmacêuticas, como também as de médio porte que comercializam produtos de alto valor agregado começam a estruturar essa área", diz.

A maior parte das vagas (70%), porém, é de substituição de profissionais. "Há uma mudança de perfil. As empresas precisam de alguém com bagagem técnica, mas que também possa sentar para discutir com um parlamentar."

A necessidade de uma maior negociação com operadoras, que sofreram queda de receita, é outro fator que tem movimentado o mercado.

Em outubro, havia ao menos 30 vagas de executivos da área abertas. A busca por diretores e gerentes da indústria cresceu 50% no mês, em relação a igual período de 2015.




Planos de saúde usam gestão de dados para prevenir gastos

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


Dar atenção ao usuário somente quando ele fica doente é uma prática que tem ficado no passado de boa parte das operadoras de saúde brasileiras. Um número cada vez maior de empresas do ramo está investindo na gestão e análise dos dados de seus beneficiários para conseguir prever aqueles que têm maior risco de desenvolver algum problema grave de saúde e oferecer a ele serviços e orientações que reduzam o risco de isso acontecer.

Para o paciente, uma vida mais saudável. Para a operadora, custos menores no futuro.

Medir peso e altura, acompanhar o número de consultas, exames e entradas no pronto socorro de cada cliente, verificar gastos do paciente na farmácia.

Essas são algumas das estratégias usadas pelos planos para saber como anda a saúde de seus beneficiários e, assim, tentar separar os grupos de maior risco para elaborar uma proposta de intervenção.

A Amil, por exemplo, iniciou no fim de 2015 um programa de mapeamento dos clientes chamados high users, ou seja, aqueles que utilizam com maior frequência os serviços do convênio médico. Na avaliação da operadora, o número de consultas, exames e outros procedimentos realizados por essas pessoas é, muitas vezes, exagerado, resultado da falta de orientação e organização do sistema.

O cliente, na visão da operadora, fica perdido, consultando diversos especialistas e passando por vários exames, sem que o problema de saúde seja efetivamente resolvido.

Como parte do programa, a operadora mapeou os dados de todos seus beneficiários e chegou a um grupo de 40 mil pacientes em São Paulo e no Rio considerados high users – o equivalente a 1% de toda a carteira de clientes da Amil. O próximo passo foi entrar em contato com todos eles para oferecer um programa de cuidados coordenados, com orientação individualizada e atendimento presencial em unidades espalhadas em 13 endereços das duas capitais. Os centros foram batizados de Clubes Vida de Saúde.

De novembro de 2015, quando o programa foi lançado, até setembro deste ano, 11,5 mil clientes aceitaram participar da iniciativa.

O objetivo é que, com o acompanhamento individualizado de um único médico, o paciente possa receber orientações sobre os procedimentos e tratamentos mais eficazes para cada doença e, assim, melhorar seu estado de saúde, evitando complicações futuras que representem mais custos para a empresa.

“Um dos principais desafios é conectar os pacientes certos aos profissionais corretos e no momento oportuno. Para tornar essa estratégia um processo contínuo, foi necessário criar um fluxo de trabalho com entradas, saídas e resultados claros de cada etapa. Nosso objetivo é prever episódios graves ou agir imediatamente quando um evento agudo acontece. Desse modo, conseguiremos contribuir efetivamente com a gestão da saúde das pessoas, algo muito mais importante que a simples gestão de custos”, diz Hans Dohmann, diretor de Gestão de Saúde da Amil.


CORPORATIVOS


Gigante do segmento de planos corporativos, a Bradesco Saúde criou um programa, o Juntos Pela Saúde, para identificar, em cada empresa para a qual fornece o convênio médico, os funcionários com condições de saúde mais vulneráveis e, em seguida, propor intervenções específicas para cada grupo. São vários tipos de ações que a Bradesco oferece e que podem ser contratadas pelas empresas que desejarem oferecêlas a seus funcionários.

No programa de acompanhamento de doentes crônicos, por exemplo, a operadora primeiramente levanta os dados de consultas, exames e internações de cada beneficiário daquela empresa, recupera as informações dos gastos dele em farmácia e monta um algoritmo para prever quais funcionários têm mais chances de apresentar uma doença crônica ou, no caso dos que já possuem alguma patologia do tipo, quais têm maior risco de complicações. Identificado esse grupo, a operadora oferece acompanhamento profissional, além de monitoramento que inclui palestras e materiais informativos sobre hábitos de vida saudáveis.

Outro programa oferecido às empresas pela operadora é o de abandono do tabagismo. Pela ação, o funcionário fumante tem acesso a consultas individuais com pneumologistas e psiquiatra por seis meses, exames, além de acompanhamento semanal por telefone sobre a evolução do tratamento. De acordo com a operadora, 42% dos participantes deixaram de fumar e outros 57% diminuíram o número de cigarros consumidos.

Na Hapvida, a gestão da informação e as inovações tecnológicas são usadas não só para definir o público-alvo de programas de promoção e prevenção da saúde, mas também para otimizar o atendimento nas unidades de atendimento próprias da operadora.

A empresa criou um núcleo de controle e qualidade que acompanha o trajeto dos beneficiários nos centros médicos, emitindo alertas em situações como de espera excessiva no atendimento de urgência ou demora na marcação de consultas com especialistas. Sempre que há uma situação atípica, o núcleo – que funciona 24 horas – entra em contato com o coordenador da unidade para cobrar explicações sobre a demora.

Para evitar desperdício de recursos com exames repetidos, por exemplo, a operadora também implementou o prontuário eletrônico para que todas as unidades tenham acesso ao histórico do paciente. Como forma de cortar gastos também com a impressão de laudos médicos, os resultados dos exames feitos nas unidades da Hapvida passaram a ser entregues aos pacientes em mini DVDs.




Adoção do big data pode elevar a eficiência da saúde em 35%

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


A análise de dados pode melhorar a eficiência e a qualidade do sistema de saúde. É o que aponta Tracy Francis, diretora no Brasil da Consultoria McKinsey e palestrante do Fóruns Estadão Gestão da Informação, realizado na terça-feira.

O uso de big data e análise de dados de hospitais, laboratórios e dos próprios usuários tende a reduzir o desperdício – um dos principais fatores que oneram o sistema de saúde – e aumentar a produtividade.

Segundo Tracy, 74% dos pacientes repetem as mesmas informações para diferentes médicos. No que diz respeito a exames laboratoriais, ao menos 60% dos pacientes dizem realizar o mesmo procedimento mais de uma vez. Em ambos os casos, um banco de dados poderia reduzir o tempo das consultas e aumentar a produtividade das atividades médicas.

“Conseguimos comprovar que o sistema pode ficar em média 35% mais eficiente se usarmos big data e análise de dados.

Num mercado de milhões de dólares, o impacto é muito visível”, diz Tracy.

Com a entrada de multinacionais de tecnologia como Google e Apple no mercado de saúde, o volume de dados deve crescer exponencialmente nos próximos meses. As duas empresas oferecem aplicativos gratuitos para registrar e monitorar informações pessoais como peso, altura e batimentos cardíacos.

“Temos novas tecnologias que permitem que o paciente faça o próprio monitoramento de saúde, tenha transparência do que está acontecendo com ele e gerencie a interação com o médico. O paciente não ter o histórico do que aconteceu com ele durante sua vida inteira é um dos problemas mais graves”, afirma a diretora da McKinsey.

No caso do Brasil, a coleta e análise de dados podem trazer um ganho ainda maior. Isso porque a universalidade dos serviços de saúde pública previstos no Sistema Único de Saúde (SUS) é, ao mesmo tempo, o item que coloca o País como destaque mundial, mas vê crescer a insatisfação dos usuários.

“O projeto do SUS é muito bonito, mas não é sustentável em épocas de crise econômica. O modelo brasileiro é extremamente abrangente em comparação a outros países, se levarmos em conta o PIB (Produto Interno Bruto) per capita”, sustenta a especialista.

Em outros países, como o Reino Unido, a aplicação de big data no sistema público já tem se tornado realidade. A expectativa do país é que, até 2018, todos os registros de atenção primária e emergência estejam integrados num mesmo banco de dados (ver quadro na pág. H2).

No cenário brasileiro, uma integração federal pode demorar mais tempo, na visão de Francis.

“A legislação nacional distribui responsabilidades entre os diferentes níveis da federação.

Dificilmente um município vai querer coletar todos os dados, se ele só tem obrigação de prestar atenção primária, por exemplo.” Uma alternativa, segundo ela, seria implementar bases de dados em diferentes camadas, com integração entre si.

“Teremos de descobrir uma forma de atender a parte expressiva da população que circula tanto no sistema público quanto no privado. Para esse paciente não vai adiantar ter metade dos dados num servidor público e outra num privado. Vamos ter de descer do nível federal, granular e ver como podemos fazer para haver cooperação”, diz.




Tecnologia 3D cria procedimento para cada paciente

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


Já é possível planejar complicados procedimentos cirúrgicos utilizando modelos que reproduzem com exatidão estruturas do corpo do paciente. A união entre exames precisos, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada, e as impressoras 3D tem permitido que médicos das mais diversas especialidades consigam elaborar um plano que considere especificidades dos pacientes, reduzindo o tempo do procedimento e evitando complicações no período pós-cirúrgico.

Desde 2014, o médico radiologista Bruno Aragão, que é sócio fundador da 3DUX, trabalha com biomodelos em 3D e planejamento cirúrgico virtual, um mercado que vem crescendo ano após ano. “Os dentistas já têm a cultura de utilizar um protótipo há muitos anos. O que tem aumentado é o público de médicos, principalmente os profissionais da ortopedia, cirurgiões de cabeça e pescoço, cirurgiões plásticos que trabalham com reconstrução facial.

A procura dobrou de 2015 para 2016.” Aragão diz que o custo da peça ainda é elevado, tendo em vista o uso de materiais importados para a confecção – o preço costuma variar entre R$ 500 e R$ 3 mil, mas os profissionais estão aderindo aos biomodelos pelo fato de o uso deles não se esgotar após a etapa de planejamento.

“Nossos clientes ficam com as peças e utilizam como material didático, porque eles conseguem se comunicar com mais facilidade com seus pacientes, explicam como vão operar.

A relação médico-paciente é muito importante e o paciente quer entender o que vai acontecer com ele, principalmente quando o procedimento é complexo.” Presidente executivo da BioArchitects, Felipe Marques diz que a economia em material e a redução do tempo de cirurgia são pontos levados em consideração pelos especialistas. “Tivemos um caso de cirurgia de costela em que o apoio do médico no planejamento resultou em uma economia de R$ 25 mil em placas e parafusos e em redução de duas horas no tempo do procedimento.” Marques explica que o segundo ponto tem um impacto direto para o paciente. “Quando se reduz o número de horas de cirurgia, o paciente fica menos tempo aberto e tem menos riscos de infecções e outras complicações.” A parte de formação de profissionais também é beneficiada pela tecnologia. “Outra aplicação valiosa é para o treinamento de residentes. Nem sempre eles vão ter acesso a cadáveres com determinadas patologias e o biomodelo pode suprir isso.” Personalização. O foco na personalização do tratamento é uma tendência na área médica e os biomodelos em 3D estão entre as principais ferramentas para oferecer esse recurso. “A gente parte do princípio de usar tomografia computadorizada e ressonância magnética, pois a imagem é daquele paciente.

Conseguimos reconstruir tridimensionalmente o sistema nervoso, vascular e da parte óssea.

Isso pode ser aplicado em todas as áreas da medicina”, afirma Elias Hoffmann, responsável e supervisor técnico da empresa Protótipos 3D, que é formado em física médica.

A empresa foi fundada em 2008, unindo profissionais das áreas de processamento de imagens médicas, física médica e informática.

Hoffmann acredita que, nos próximos anos, com o barateamento da tecnologia e maior divulgação, ela tem potencial de se tornar uma ferramenta amplamente utilizada, principalmente por profissionais que estão tendo contato com a tecnologia durante a formação acadêmica. “O cenário é bem diferente de cinco anos atrás. O crescimento ainda não é tão significativo quanto em países do primeiro mundo, mas notamos que vem crescendo no cenário de graduação e pós-graduação.”

Programas de prevenção cresceram 75%

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


O número de programas de promoção e prevenção à saúde oferecidos por operadoras e registrados na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) cresceu 75% em quatro anos, passando de 820, em dezembro de 2012, para os atuais 1.432, segundo levantamento do órgão.

A agência regulamentou a iniciativa em 2005, oferecendo pontuação extra no índice de desempenho das operadoras àquelas empresas que põem à disposição de seus beneficiários esse tipo de programa.

Segundo a ANS, já são cerca de 1,7 milhão de clientes beneficiados por essas ações, desenvolvidas principalmente nas áreas de saúde do adulto e do idoso. Há operadoras que, além de oferecer acompanhamento médico, nutricional e psicológico, dão bonificações aos clientes que se engajam nos projetos preventivos, como descontos em academias, brindes, custeio de medicamentos ou vacinas, entre outros. Mas a regra da ANS não permite que os prêmios estejam atrelados a determinados resultados em saúde. A bonificação deve ser dada pela participação, não pelo desempenho do beneficiário.

Na Bradesco Saúde, um dos alvos dos programas de prevenção e promoção da saúde tem sido o incentivo à realização de exames preventivos. Um estudo feito pela operadora com 2 milhões de clientes mostrou que, entre 2014 e 2015, 40% dos beneficiários não haviam feito, nos últimos dois anos, exames como mamografia e papanicolau, no caso das mulheres, e PSA, entre os homens. Os três testes são capazes de prevenir ou diagnosticar precocemente três dos principais tipos de câncer: mama, colo do útero e próstata, respectivamente.

Diante dos resultados da pesquisa, a operadora acionou os comitês de saúde instalados nas principais empresas para as quais presta serviço para que fossem feitas ações de orientação e conscientização sobre a importância desses procedimentos.

As gestantes são outro grupo alvo dos programas de prevenção.

A Hapvida iniciou em 2013 uma ação que mapeia as grávidas do plano para oferecer, durante os nove meses de gestação e após o parto, orientação em temas como a importância do pré-natal, cuidados com o recémnascido, alimentação durante a gravidez e o puerpério, entre outros. O objetivo é prevenir intercorrências com a mãe ou com o bebê.




Gestão de dados reduz mortalidade infantil

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


Existem no Brasil exemplos práticos de como a análise de informações e a integração de bancos de dados podem ter um impacto positivo na qualidade dos serviços de saúde. Alguns deles foram apresentados no evento Fóruns Estadão Gestão da Informação.

O diretor do Instituto Tellus, Germano Guimarães, explicou como a coleta e a análise de dados ajudaram a prefeitura de Santos a reduzir a mortalidade infantil. O Instituto Tellus atua em 33 municípios de 12 Estados, elaborando projetos inovadores na área de saúde pública.

“Com os dados em mãos, descobrimos que havia uma lacuna na formação das mães. Por isso, criamos a Escola das Mães, com o objetivo de aumentar a qualidade do pré-natal. Num ano, diminuímos a taxa de mortalidade infantil em 20%”, afirma. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais, que desenvolve conteúdos e tira dúvidas das mães.

Outro projeto do Tellus é o sistema Clique Saúde, que ajuda os pacientes da rede pública a encontrar unidades com medicamentos, médicos especializados e exames específicos. Segundo Guimarães, com as informações enviadas pelos usuários pelo smartphone é possível mapear que locais e tipos de serviço ou medicamentos precisam de mais investimento.

O terceiro caso apresentado pelo diretor do Tellus foi a rede Bem Cuidar, que transforma o atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) segundo as necessidades dos usuários.

A iniciativa melhora tanto a qualidade do serviço quanto a avaliação dele pelos usuários.

Tanto o Clique Saúde quanto a rede Bem Cuidar foram projetos desenvolvidos com a prefeitura de Pelotas (RS).

Para Guimarães, as três iniciativas são exemplos de como a sociedade civil pode pressionar por mudanças no sistema de saúde pública. “Do investimento total da primeira UBS, 93% foram doados por institutos e fundações. Quando o governo viu que o modelo deu certo, expandiu o programa com recursos públicos. Fazer protótipos para despertar a atenção do governo é uma das maneiras de a sociedade civil ajudar a encontrar soluções para saúde.” Para ele, o interesse atual dos governos em coletar dados sobre saúde se resume a exigências para liberação de verbas.

“O governo está coletando dados visando a receber verbas e pensa pouco nos resultados. A informação acaba tendo pouca qualidade. A iniciativa privada investe R$ 4 bilhões por ano (em projetos culturais e sociais), mas apenas 6% são usados na área da saúde. Existe uma grande oportunidade para o setor.” Guilherme Genovez, médico especialista em Hematologia e Hemoterapia e ex-coordenadorgeral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, destaca que a integração de bancos de dados é um processo, não um produto final. “Com a integração de dados, será possível ao governo fazer planejamentos melhores, para a compra de insumos e medicamentos de modo eficiente”, disse. O especialista sugere a adoção de normas e padrões de desenvolvimento para que as ações no setor sejam coordenadas em diferentes empresas e organizações.

“Precisamos trabalhar com um objetivo comum e o Data SUS tem de ajudar a fazer isso.” Segundo Genovez, é natural que a maioria dos dados cadastrados atualmente seja fragmentada ou incompleta. Na visão do especialista, os médicos têm pouco interesse nessas informações por não ver os benefícios de arrecadação desses dados no curto prazo.

Nelson Teich, presidente do Grupo COI e representante da United Health Group no Brasil, acredita que a deficiência na coleta dos dados não é culpa do profissional de saúde. “O médico está ocupado em tratar do paciente.” Para Teich, é um erro acreditar que basta coletar e armazenar informações para que elas sejam usadas. “A informação tem duas características fundamentais: uma é para que direção ela aponta e a outra é quanto você tem de informação.

A informação precisa ser muito bem trabalhada, pois ter um dado coletado de forma errada é pior que a ausência dele.” A ausência ou fragmentação de dados clínicos pode influenciar diretamente a vida dos pacientes.

Para o especialista, sem a estruturação das informações, há aumento no número de erros médicos e, consequentemente, de mortes por falha humana.

Segundo Teich, há estudos que apontam uma média de 400 mil mortes por ano no Brasil em razão de erros no sistema.

Os atendimentos do SUS correspondem à metade dessa fatia.




Telessaúde ajuda a salvar vidas no País

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


Pacientes e profissionais da área da saúde de todas as regiões do Brasil, mesmo em cidades menores e mais distantes, estão sendo beneficiados pela rede de telemedicina e telessaúde que já está consolidada no País. Casos de diferentes graus de gravidade são discutidos entre profissionais que podem estar a quilômetros de distância e salvar a vida de pessoas, mesmo em unidades de saúde que não têm um quadro de especialistas completo. Também é uma forte ferramenta de aprendizado para estudantes e um método de aperfeiçoamento para pessoas que já estão formadas.

Desde 2012, mais de 7 mil pacientes de 12 Estados foram atendidos por profissionais do Hospital Israelita Albert Einstein por meio da tecnologia. Foram, principalmente, pessoas que chegaram a unidades de saúde com quadros de derrame, enfarte ou vítimas de graves acidentes.

“Temos 26 hospitais ligados a esse projeto para emergência e terapia intensiva. Eles podem entrar em contato todos os dias da semana, 24 horas por dia. É como um kart móvel com recursos de áudio e vídeo e conseguimos acompanhar o médico e o paciente em tempo real. Assim que o paciente chega com um AVC, por exemplo, o neurologista do Einstein atende remotamente mesmo quando o hospital não tem a estrutura”, explica Milton Steinman, coordenador do serviço de telemedicina do hospital.

Steinman diz que o procedimento pode ser determinante para a evolução do quadro do paciente. “Quando o paciente entra na terapia intensiva, as primeiras horas são as mais importantes.

No caso de um AVC, você muda o destino entre viver e morrer.” Mudança de hábito. O coordenador explica que, apesar da expansão da rede, sua utilização ainda é um desafio. “Como é uma tecnologia nova, causa uma mudança de cultura. Normalmente, quando o médico não tem o recurso, ele pede para transferir o paciente para outro hospital, mas a tecnologia evita transferências desnecessárias e dá mais segurança ao paciente e ao profissional de saúde, que vai receber conhecimentos de um profissional mais experiente.

É uma ação que tem um impacto imediato.” Em julho, a Prefeitura de São Paulo começou a implementar o programa Telessaúde Redes nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital. A iniciativa não é voltada apenas para médicos.

“Qualquer profissional pode mandar dúvidas para consultores, dentista, médico, enfermeiro.

Há três dimensões de dúvidas: como conduzir o caso, gestão das vagas para especialidades e políticas de saúde implementadas na cidade. As dúvidas são enviadas para teleconsultores, que têm 72 horas para responder”, explica Elaine Giannotti, coordenadora da regulação do município.

O projeto teve início com 29 unidades, passou para 122 em outubro e o objetivo é chegar a 256 UBSs até dezembro. A cidade tem 453 unidades ao todo.


PROJETOS


A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolve um projeto na área que engloba unidades do município de São Paulo e outras 21 cidades do entorno. São 529 unidades de saúde que utilizam a tecnologia.

“Telemedicina e telessaúde são nomes que se confundem no Brasil. A telemedicina diz respeito a webconferências, grupos de médicos, grupos de interesses especiais. O paciente se beneficia de forma indireta, porque o profissional acaba aprendendo.

Na telessaúde, um profissional de saúde dá assistência a outro por meio de uma plataforma.

Fornecemos cursos que vêm da demanda dos profissionais e, em telessaúde, fazemos atendimentos na região sudeste de São Paulo, mas nossa plataforma conversa com a da Prefeitura”, diz Claudia Novoa Barsottini, professora do Departamento de Informática em Saúde da Unifesp.

Na rede estadual, um projetopiloto de atendimento médico a distância foi implantado na região da Baixada Santista em 2014 e é administrado pela Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross).

“A telemedicina serve para que, em tempo real, equipes médicas da Cross e dos serviços hospitalares discutam quadros clínicos de pacientes por meio de videoconferência. Casos mais complexos podem ser discutidos com equipes médicas de cinco hospitais universitários considerados referências nacionais: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital São Paulo, Hospital Santa Marcelina de Itaquera e Hospital Brigadeiro”, diz, em nota, a Secretaria de Estado da Saúde.


EFICIÊNCIA


Entre janeiro de 2015 e setembro deste ano, foram registrados mais de 19 mil atendimentos em 27 unidades de saúde de 9 municípios da região.

Entre 2012 e 2015, neurologistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz atuaram em um projeto que englobou 7 hospitais e atendeu 150 pacientes. O foco eram casos de AVC que chegavam em emergências de hospitais públicos que não tinham neurologistas.

“Essa tecnologia é tão segura quanto a medicina presencial.

A interação é audiovisual. Especialistas com experiência em AVC viam os monitores, recebiam as imagens das tomografias e, a partir delas, faziam a discussão do caso com o médico.

Com essa relação com a máquina, conseguimos reduzir em 26% a morte de pacientes e também tivemos queda no tempo de internação”, afirma Jefferson Gomes Fernandes, superintendente de Educação e Ciência do hospital. Ele disse que o projeto está sendo reformulado para ser retomado.

O hospital oferece também cursos para profissionais de todo o País e tem, hoje, 10,4 mil alunos que são profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).




Estudo mostra danos causados pelo cigarro no DNA

04/11/2016 - O Estado de S.Paulo


Inúmeros estudos já indicavam que o cigarro causa 17 diferentes tipos de câncer, mas agora uma nova pesquisa mostra pela primeira vez os impactos devastadores causados pelo fumo no DNA humano. De acordo com o estudo, publicado ontem na revista Science, os fumantes que consomem um maço de cigarros por dia acumulam em média, a cada ano, 150 mutações a mais em cada célula do pulmão, em comparação com os pacientes de câncer não fumantes.

De acordo com os autores do artigo, liderados por Ludmil Alexandrov, do Laboratório Nacional de Los Alamos (Estados Unidos), o novo estudo é o primeiro a investigar em larga escala os danos causados pelo fumo às células do corpo humano.

“Até agora, nós tínhamos um amplo volume de evidências epidemiológicas que ligavam o fumo ao câncer, mas agora podemos de fato observar e quantificar as alterações moleculares causadas pelo cigarro no DNA”, disse Alexandrov.

A pesquisa demonstrou pela primeira vez como o cigarro leva ao desenvolvimento de tumores, ao provocar mudanças celulares nos tecidos expostos direta ou indiretamente à fumaça do cigarro. Além de medir a extensão dos genéticos, os cientistas também identificaram diversos mecanismos diferentes pelos quais o cigarro causa mutações no DNA dos fumantes, levando ao câncer. Para fazer a pesquisa, a equipe usou supercomputadores para analisar o genoma de mais de 5 mil amostras de células com câncer.

Embora a maior taxa de mutações tenha sido verificada nos pulmões, o estudo mostra que outras partes do corpo também apresentam mutações associadas ao fumo, explicando por que o cigarro causa tantos tipos diferentes de tumores. Nos fumantes, além das 150 alterações a mais nas células do pulmão, foram observadas 97 mutações a mais na laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e seis em todas as células do fígado.

Segundo Alexandrov, ficou claro que as mutações causadas pelo cigarro levam ao câncer por diversos mecanismos diferentes.

“Fumar cigarros danifica o DNA em órgãos diretamente expostos à fumaça, além de acelerar o relógio celular que controla as mutações nas células, afetando assim órgãos direta e indiretamente expostos à fumaça”, explicou o cientista.




Cigarro provoca várias mutações genéticas que favorecem câncer

03/11/2016 - IstoÉ Dinheiro Online


Fumar um maço de cigarros por dia provoca, em média, 150 mutações por ano nas células pulmonares, segundo investigadores que identificaram vários mecanismos pelos quais o fumo danifica o DNA.

O estudo, publicado nesta quinta-feira na revista Science, avalia com precisão - pela primeira vez - os devastadores efeitos genéticos do cigarro, e não apenas para os pulmões, mas também para outros órgãos que não estão diretamente expostos ao fumo.

Estudos já revelavam que o cigarro contribui com ao menos 17 tipos de câncer, mas até o momento não se havia estabelecido como o fumo provocava estes tumores, destacam os pesquisadores do britânico Wellcome Trust Sanger Institute e do americano Los Alamos National Laboratory.

O maior número de mutações genéticas causadas pelo tabagismo se observou no tecido pulmonar, mas outras partes do corpo também apresentaram alterações do DNA que explicam como fumar causa diferentes tipos de câncer.

O cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas diferentes, das quais mais de 70 são cancerígenas, destacam os pesquisadores, assinalando a complexidade das interações do fumo com o organismo.

"Este estudo aporta novos elementos sobre os diferentes mecanismos pelos quais o fumo provoca o câncer", destaca Ludmil Alexandrov, do Los Alamos National Laboratory, um dos principais autores do trabalho.

"Já dispúnhamos de muitos dados epidemiológicos sobre um vínculo entre o fumo e o câncer, mas agora podemos observar e determinar o número de alterações moleculares do DNA provocadas pelo hábito de fumar".

"Concluímos que as pessoas que fumam um maço por dia têm, em média, 150 mutações genéticas adicionais a cada ano em seus pulmões, o que explica por que motivo os fumantes têm um maior risco de desenvolver câncer de pulmão", destaca o cientista.

Para esta primeira análise ampla do DNA relacionando o fumo ao câncer, os pesquisadores examinaram mais de 5 mil tumores, comparando os cânceres similares de fumantes e não fumantes.

Assim, encontraram características moleculares específicas no DNA dos pulmões de fumantes e determinaram seu número nos diferentes tumores.

Os pesquisadores concluíram que o fumo provoca um número significativo de mutações genéticas adicionais nas células pulmonares.

Em outros órgãos, o estudo revelou que um maço de cigarros por dia produz, em média, 97 mutações a mais por ano no DNA da laringe, 39 na faringe, 23 na boca, 18 na bexiga e 6 no fígado.

O estudo revela ao menos cinco processos distintos pelos quais o DNA é danificado pelo tabagismo, e o mais comum se encontra na maioria dos tipos de câncer.

Para o professor Mike Stratton, do Wellcome Trust Sanger Institute, "este estudo também revela que o processo pelo qual o cigarro provoca um câncer é mais complexo do que se pensava".

"Na realidade não entendemos completamente as origens subjacentes de muitos tipos de câncer", disse Stratton, assinalando outras causas ainda pouco conhecidas, como a obesidade.

Mas este trabalho sobre o DNA em tumores cancerosos poderá fazer avançar a pesquisa e ajudar em uma maior prevenção de qualquer forma de câncer, avaliou o professor Stratton.

"Sequenciar o genoma de cada câncer proporciona assim uma espécie de registro arqueológico" no DNA, exposto aos diferentes fatores que contribuíram para as mutações genéticas responsáveis pelo tumor.




Campanha alerta para relação entre diabetes e doenças cardiovasculares

03/11/2016 - Portal EBC


A Sociedade Brasileira de Diabetes promove em novembro uma campanha de alerta para os riscos de infarto ou AVC, acidente vascular cerebral.

De acordo com a presidente regional da instituição no Rio de Janeiro, Melanie Rodacki, pacientes com diabetes, e mesmo a população em geral, desconhecem que a doença pode ter como consequências complicações renais ou cardíacas.

A endocrinologista explica que a campanha pretende conscientizar as pessoas sobre a importância de manter um acompanhamento adequado e fazer exames preventivos, porque muitas alterações podem ser detectadas numa fase precoce.

Conforme a especialista, o aumento da obesidade infantil e do sedentarismo na população, junto com maus hábitos alimentares, vêm produzindo cada vez mais casos de diabetes do tipo dois em populações mais precoces, inclusive em crianças.

Para evitar condições que levem ao aparecimento do diabetes, a médica Melanie Rodacki recomenda a prática de atividades físicas regulares e uma alimentação saudável.

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.