37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS
CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 01/11/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Hospitalizações por overdose de opioides dobra entre jovens nos EUA

01/11/2016 - G1


As hospitalizações por overdose de analgésicos opioides mais que dobrou entre as crianças e adolescentes americanos entre 1997 e 2012, de acordo com um novo estudo publicado na segunda-feira (31).

Tentativas de suicídio e ingestão acidental foram responsáveis por uma parte crescente dessas intoxicações, disseram os autores do artigo publicado na revista médica JAMA Pediatrics.

Eles identificaram mais de 13 mil casos de crianças e adolescentes de entre um e 19 anos hospitalizados por overdose de opioides prescritos por médicos, das quais 176 morreram.

Entre as crianças de um a quatro anos, as internações aumentaram 205%, e entre os adolescentes de 15 a 19 anos, 161%.

As crianças pequenas foram hospitalizadas principalmente por ingestão acidental de analgésicos, enquanto as tentativas de suicídio ou os ferimentos autoinfligidos representaram a maioria dos casos de overdoses entre os adolescentes com mais de 15 anos de idade, disse a coautora Julie Gaither, epidemiologista na Escola de Medicina da Universidade de Yale.

As overdoses entre outros adolescentes resultaram provavelmente de tentativas de sentir efeitos semelhantes aos de drogas.

Os autores atribuem a explosão do número de overdoses de analgésicos entre as crianças aos seus pais ou a outros adultos em suas famílias que forneceram acesso aos medicamentos.

Em geral, as intoxicações atribuídas a medicamentos prescritos se tornaram a principal causa "de morte resultante de lesão" nos Estados Unidos, afirmam os pesquisadores.

Isso se deve, principalmente, ao grande aumento da presença de analgésicos poderosos em lares americanos.

O uso de drogas disparou nos últimos anos nos Estados Unidos, o que levou as autoridades a soarem os alarmes sobre o aumento acentuado de casos de overdose e dependência.

Em 2012, os médicos americanos prescreveram 259 milhões de receitas de analgésicos opioides.

O estudo também revelou que 73,5% das crianças e adolescentes que tiveram overdose de opioides eram brancos, e que quase metade deles tinha seguro médico privado.

A proporção de jovens de famílias que têm a cobertura do Medicaid - seguro de saúde federal para americanos de baixa renda - hospitalizados por overdose de opioides aumentou de 24% em 1997 para 44% em 2012, diz o estudo.




Uso de remédios nos EUA explodiu depois de marketing

01/11/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A epidemia de opiáceos nos Estados Unidos nasceu de um golpe de marketing da indústria farmacêutica. Em 1996, a Purdue lançou o Oxycontin, um analgésico com liberação prolongada de oxicodona, um opiáceo.

Ao contrário de analgésicos comuns como dipirona ou paracetamol, os opiáceos são medicamentos muito potentes, usados originalmente para aliviar dores causadas pelo câncer ou no pós-operatório.

Na época, o consenso era de que apenas pacientes com dores muito fortes deveriam usar esse tipo de analgésico, porque havia risco de dependência.

Mas a Purdue (seguida por várias outras) lançou uma campanha de marketing indicando o remédio para dor de cabeça, nas costas, nas juntas. A mensagem era: "Para que sentir dor?". E o alvo eram os milhares de americanos que sofrem com dores crônicas.

Na propaganda, a Purdue dizia que menos de 1% dos pacientes usando opiáceos ficavam dependentes.

Eles se basearam em uma carta ao editor publicada no "New England Journal of Medicine", que não era embasada por nenhuma pesquisa. A carta afirmava que menos de 1% dos pacientes hospitalizados que faziam uso de curto prazo de opiáceos ficavam viciados.

Foi um sucesso. Em 2001, o Oxycontin já vendia mais que Viagra.

Em 2007, a Purdue foi alvo de um processo por propaganda enganosa e teve de pagar US$ 643 milhões em multas. A polícia aumentou a fiscalização e fechou muitas "fábricas de pílulas", onde médicos inescrupulosos vendiam receitas.

Mas era tarde. Muita gente já estava viciado, o mercado negro havia se desenvolvido e surgiram vários outros analgésicos. Muitos passaram a usar heroína.

"Hoje em dia, existe mais informação, mesmo assim, muitos médicos americanos continuam prescrevendo de forma exagerada", disse à Folha David Hickton, procurador da Pensilvânia.

Médicos fazem 250 milhões de receitas de opiáceos por ano —suficiente para a população quase inteira dos EUA. Uma pessoa com dor de garganta pode facilmente sair do pronto socorro com uma caixa com trinta Percocets.

"Parte é por ignorância dos médicos e parte é pela pressão das avaliações dos pacientes", diz Hickton.

Os médicos são avaliados por seus pacientes e um dos critérios é "seu médico tratou de forma adequada sua dor?". As avaliações são divulgadas e uma "nota ruim" pode fazer o médico perder pacientes e privilégios no hospital.

O governo está tirando certificados de médicos que prescrevem muitos opiáceos ou que têm um número grande de pacientes indo parar em clínicas de reabilitação.

Mas o que fazer com os três milhões de dependentes de opiáceos e heroína dos Estados Unidos?

"Essa droga sequestra o cérebro do usuário, o escraviza. Abrimos uma porta muito difícil de fechar", diz Sam Quinones, autor do livro Dreamland.

Ao se ligar a receptores no cérebro, a morfina e suas variações (que estão presentes na heroína), na hidrocodona (vicodin), láudano, codeína (presente em xaropes), oximorfina (opana) produzem uma sensação intensa de euforia, entorpecimento, acabam com as dores físicas e causam constipação.

Em abstinência, o usuário sente dores excruciantes nos primeiros dias, forte diarreia e pode ficar uma semana sem dormir.

Poucos usuários conseguem se reabilitar sem ajuda de medicamentos. Hoje, o tratamento combina terapias com o uso de Suboxone (buprenorfina) para amenizar os efeitos da abstinência.

Também continua se adotando a metadona para aliviar os sintomas e reduzir a vontade de usar a droga.

Na clínica de metadona Discovery House, em Pittsburgh, a fila dobra o quarteirão de manhã cedo. Como uma usuária de opiáceos explicou à Folha, é preciso chegar muito cedo para pegar lugar, porque às vezes não há metadona suficiente para todo mundo e eles têm que correr para outras clínicas. Há 12 só em Pittsburgh.

Ela está usando a metadona desde 2009.

Para ressuscitar as pessoas em overdose de heroína, usa-se o "antídoto" Narcan (naloxone), que bloqueia os efeitos da droga. Há tamanha demanda pelo medicamente que chegou a faltar Narcan em algumas cidades.

"Narcan deveria ser obrigatório em lugares públicos, como o extintor em restaurante", diz Quinones.

Segundo Hickton, uma das maiores dificuldades para a recuperação dos dependentes é que os planos de saúde normalmente só cobrem 28 dias de reabilitação, e é necessário muito mais tempo. Além disso, como há muita demanda, muitos não conseguem vaga nas clínicas.

"É fato que, por ser uma epidemia que afeta mais a população branca, a questão ganha maior visibilidade e a abordagem tem um maior grau de compaixão, quando comparado, por exemplo, ao crack, que era usado majoritariamente pela população negra", diz Kasia Malinowska, diretora do Programa Global de Política de Drogas da Open Society.

Mas, segundo ela, de qualquer maneira, é uma boa coisa que haja maior compaixão e não criminalização dos usuários.




Rede Raia Drogasil volta a surpreender

31/10/2016 - Valor Online


Com um dos melhores resultados entre as redes varejistas neste ano, a Raia Drogasil amplia receita, lucro e investimentos num ritmo tal que o mercado tenta entender como a empresa consegue equilibrar variáveis que poderiam ser afetadas num ambiente de expansão tão acelerada.

Analistas destacam, por exemplo, que a companhia registra geração de fluxo de caixa positivo, mesmo considerando o rápido ritmo de expansão, que consome capital, e o aumento na margem de lucro operacional, apesar do ritmo de abertura de lojas, que normalmente é afetado pela aceleração nas inaugurações.

"A Raia Drogasil conseguiu manter a alavancagem operacional positiva, com crescimento de vendas de lojas maduras superior à inflação, garantindo que os pontos ganhos na margem bruta fossem capturados no Ebitda [lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação], apesar do ritmo de abertura de lojas acelerado", escreveu Guilherme Assis, analista da Brasil Plural Corretora.

Dados publicados na quinta-feira mostram que o lucro subiu 40%, para R$ 117 milhões, e as vendas líquidas aumentaram pouco mais de 24%, para R$ 2,9 bilhões - no ano, sobe 26%. A margem bruta superou a previsão dos analistas, passando de 28,6% para 29,5% entre os trimestres. A alta mais forte nas vendas compensou "completamente as despesas pré-operacionais e a base de lojas menos madura", escreveu Assis.

Em uma base consolidada, a Raia Drogasil gerou R$ 172,5 milhões em fluxo de caixa livre de julho a setembro, mais que o dobro de 2015, com o ciclo de caixa permanecendo estável em 49 dias.

Na sexta-feira, a empresa informou para analistas o plano de reforma de todas as 707 lojas da rede Drogasil, na primeira reformulação desde 2003. A companhia não informou previsão de investimentos no projeto. Ainda disse que pretende dar vigor maior ao plano de expansão da rede Farmasil.

Para 2017, a empresa prevê reajuste de medicamentos definido pelo governo em taxa menor que a de 2016 (até 12,5%). Isso ajuda a elevar receita e traz uma vantagem à Raia Drogasil de poder ampliar a compra de estoques com produtos com preço antigo, e revendê-los com a tabela nova. Ademais, tem forte efeito positivo na margem. "O ganho inflacionário que teríamos, não devemos ter, mas o que vai nos levar para frente são os ganhos estruturais do nosso negócio, e é nisso que estamos focados", disse o diretor Eugênio De Zagottis.




Doentes que ganharam atenção com ‘balde de gelo’ enfrentam falta de remédio

29/10/2016 - Folha de S.Paulo


Depois de ganharem notoriedade com a campanha “balde de gelo”, pessoas que convivem com ELA (sigla da doença degenerativa esclerose lateral amiotrófica) estão tendo que encarar mais um problema básico: a falta de distribuição pelo SUS do único medicamento indicado para a enfermidade, o Riluzol.

Há relatos de até sete meses de ausência do remédio, que tem custo aproximado de R$ 1.000 e é entregue aos pacientes em farmácias especializadas, voltadas a medicamentos de alta complexidade.

Rio Grande do Sul e Pernambuco acumulam a maior quantidade de queixas. Em São Paulo, o problema se arrasta há três meses, segundo reclamações de pacientes à Associação Pró-Cura da Ela.

Sem o Riluzol, que visa prolongar a vida das pessoas com ELA com mais qualidade, o avanço de consequências da doença, como dificuldade respiratória, pode se acentuar e complicar o quadro geral dos pacientes.

A advogada Alexandra Szafir, 50, que devido à evolução da ELA precisa estar ligada a aparelhos para respirar, afirma que não consegue a medicação há três meses.

“Tomo duas vezes por dia.

É o único remédio capaz de prolongar a vida de quem tem ELA. As consequências da sua falta são trágicas”, diz a advogada, que usa um software que permite a digitação com os olhos para se comunicar.

Em 2014, a campanha mundial do “balde de gelo”,que mobilizou celebridades, artistas e pessoas comuns, arrecadou no país cerca de R$ 600 mil, destinados à Associação Pró-cura da ELA.

Nos EUA, a arrecadação foi de US$ 115 milhões.

A maior parte do dinheiro, 85%, foi usada para a compra de equipamentos fundamentais para a vida de pessoas com ELA mais avançada, como respiradores, tecnologia de comunicação e colchões especiais, de acordo com Jorge Abdalla, presidente da instituição, que não tem fins lucrativos.

O Ministério da Saúde afirma que a aquisição e distribuição do medicamento é de responsabilidade dos Estados e que ressarce os custos.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo negou falta do Riluzol e afirma que os problemas são pontuais. A medicação da advogada Szafir, diz,estaria“à disposição”.

A pasta de PE afirma que “finalizou o processo de aquisição do medicamento”, mas que o fornecedor “informou que o laboratório fabricante suspendeu a produção”.Ade RS não respondeu.

Hypermarcas reajusta operações

01/11/2016 - DCI


São Paulo - Com a retração da demanda interna, a Hypermarcas precisou avaliar os prazos de pagamento dos clientes e otimizar custos operacionais em busca de impulsionar a rentabilidade dos negócios da empresa.

De acordo com o presidente da companhia, Cláudio Bergamo, a estratégia logística adotada neste ano merece destaque. "Conseguimos negociar com as seguradoras e aumentar o limite de carga por caminhão, contratando menos frete", explicou o executivo durante teleconferência com analistas realizada na segunda-feira (31).

A busca por redução nas despesas rebate em um outro problema: os pedidos de maior prazo de pagamento. "Tivemos alguns casos de atrasos pontuais no terceiro trimestre com clientes pequenos. Mas isso aconteceu poucas vezes e não afetou nossos negócios", declarou.

Apesar do cenário, a companhia foi capaz de conquistar um bom desempenho entre junho e setembro deste ano, com um crescimento de 168,7% no lucro líquido, que chegou aos R$ 202,5 milhões no período. "Nossa prioridade é manter a disciplina nas despesas administrativas", explicou Bergamo.

Para a analista-chefe da Coinvalores, Sandra Peres, os desinvestimentos da companhia também favoreceram. Em outubro, a Hypermarcas finalizou a venda de seu negócio de preservativos para a Reckitt Benckiser, em um negócio de R$ 705,8 milhões. "Os números vieram acima do esperado e isso com certeza contribuiu", disse ela em relatório.

Em relação aos estoques, Bergamo indicou "uma pequena redução já com objetivo de entrar 2017 em uma condição mais favorável", porém sem revelar mais detalhes.

Na avaliação do analista da Ativa Investimentos, Lenon Borges, o resultado é fruto da concentração dos negócios da Hypermarcas no ramo farmacêutico. "A empresa conseguiu aliar o crescimento da receita, também proveniente do reajuste de medicamentos, com disciplina de despesas e ainda com a reversão do resultado financeiro líquido para o positivo", destacou em relatório.




Preço de venda da Teuto deve ficar abaixo de R$ 1,5 bi

01/11/2016 - Valor Econômico


Problemas levantados durante a auditoria financeira e operacional ("due diligence") do laboratório goiano Teuto devem levar a um desconto no preço final de venda do fabricante de medicamentos genéricos, apurou o Valor.

Interessados no ativo devem apresentar uma oferta vinculante ainda em novembro, mas o preço final deve ficar abaixo do R$ 1,5 bilhão que vinha sendo indicado como valor de venda.

De acordo com uma fonte de mercado, um dos problemas detectados na análise dos dados do laboratório estaria relacionado à qualidade da água.

Outro ponto que chamou a atenção está relacionado a questões regulatórias, de alterações pós-registro de medicamentos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Procurado, o Teuto informou que "atua e está em conformidade com a legislação brasileira e os órgãos reguladores e possui rigorosos processos internos para garantir o mais elevado padrão de qualidade para seus produtos." Questionado sobre a operação de venda, informou que não comenta rumores de mercado.

Para uma fonte da indústria, não é incomum que os laboratórios enfrentem dificuldades no pós-registro de produtos farmacêuticos. Qualquer alteração no produto, por mínima que seja, tem de passar pelo crivo da Anvisa e, diante dos prazos estendidos e do rigor da análise na agência, pode ocorrer descasamento entre o aval da agência e uma eventual mudança.

Os donos do Teuto, a família Melo (com 60%) e a Pfizer (com 40%), colocaram o laboratório à venda no primeiro semestre. A farmacêutica americana teria até 2017 para fazer uma oferta pelos 60% que ainda não detém na farmacêutica, por valor final que depende do desempenho do laboratório e equivalente a 14,4 vezes o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

No fim de 2010, a Pfizer pagou R$ 400 milhões por 40% do laboratório brasileiro e, inicialmente, tinha planos de ficar com todo a operação, disse uma fonte. Mas optou por não exercer esse direito e por vender sua participação, em decisão acompanhada pela família Melo, que fundou o laboratório. Procurada, a Pfizer informou que não comenta rumores de mercado.

O banco Goldman Sachs teria sido contratado para coordenar o processo de venda do lado da Pfizer. Já o BTG Pactual teria ficado responsável pela assessoria à família Melo.

Propostas pelo ativo devem ser apresentadas até o fim deste mês e os fundos Bain Capital e Advent estariam entre os favoritos a levar o laboratório brasileiro, segundo informações que circulam no mercado. A israelense Teva, maior fabricante mundial de genéricos, chegou a olhar o negócio, mas não avançou no processo, e a indiana Torrent também estaria no páreo.

No ano passado, o Teuto teve receita líquida de R$ 543,5 milhões, com alta de 8,6% frente a 2014. Mas o custo dos produtos vendidos (CPV) avançou 28,6%, para R$ 393,2 milhões, diante dos gastos mais altos com materiais, mão de obra e dos gastos gerais com fabricação. As despesas financeiras também cresceram no exercício e o laboratório encerrou do ano passado com prejuízo de R$ 26,3 milhões, frente a lucro de R$ 28,8 milhões obtido no ano anterior.




Unimed-Rio propõe empréstimo de R$ 340 milhões com aval das cooperativas médicas

01/11/2016 - Valor Econômico


A Unimed-Rio está propondo a contratação de um empréstimo de cerca de R$ 340 milhões com o Santander , tendo o sistema Unimed como avalista, segundo o Valor apurou. O sistema Unimed ainda não aceitou a proposta. A garantia da transação seria correspondente a 30% do valor dos honorários dos médicos cooperados. Mas o sistema Unimed teme que a cooperativa do Rio encerre as atividades e que essa garantia se perca.

A ideia do empréstimo bancário surgiu porque a proposta de criação de um fundo imobiliário não foi aprovada e a capitalização de R$ 120 milhões a ser levantada junto aos cooperados ainda é uma incógnita, podendo ser novamente reprovada na próxima assembleia marcada para ser realizada na primeira quinzena deste mês. O Santander tem uma operação de debêntures com a Unimed-Rio de cerca de R$ 30 milhões. Além disso, o banco espanhol foi o 'adviser' da Unimed ABC, que vendeu a carteira de clientes e ativos à NotreDame Intermédica no mês passado.

Os recursos do financiamento seriam usados para pagar, principalmente, os prestadores de serviço. Com 830 mil clientes, a Unimed-Rio atravessa uma grave crise financeira. O Ministério Público do Rio, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sistema Unimed e prestadores de serviço negociam um termo de ajustamento de conduta (TAC), que deveria ter sido assinado ontem. No entanto, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SindhRio) pediu o adiamento da entrega do documento.

O SindRio discordou da multa proposta pelo MP. Segundo fontes do setor, uma das exigências é que os prestadores de serviço - hospitais, clínicas médicas e laboratórios - paguem uma multa de R$ 100 mil, por dia, caso não atendam os clientes da Unimed-Rio. "Não faz sentido os hospitais prestarem serviço, não receberem e ainda pagarem uma multa se não atenderem", disse uma fonte que preferiu não se identificar.

Segundo o presidente do SindhRio, Fernando Boigues, o grupo "chegou a um denominador comum, para ajudar a Unimed. O termo é um comprometimento que garantirá o atendimento aos usuários da Unimed".

Ainda de acordo com fontes do setor, a multa deve ser um valor simbólico. O Ministério Público e a agência reguladora de saúde exigem que 80% dos prestadores de serviço assinem o documento.




P&G aposta o futuro no histórico de suas marcas

01/11/2016 - Valor Econômico


O rápido crescimento da empresa americana Dollar Shave Club, que envia pelo correio aparelhos de barbear e uma variedade de itens de cuidados pessoais diretamente ao consumidor e também oferece outros serviços on-line, surpreendeu alguns executivos da Procter & Gamble Co. e deixou atordoada uma indústria que via o domínio da linha Gilette, da P&G, como inabalável.

Mas o diretor-presidente da P&G, David Taylor, continua tranquilo. Há um ano no comando da maior empresa de itens de consumo do mundo, o executivo americano de 58 anos ressalta que a participação da Dollar Shave Club está "estagnando" e que o mercado da "startups" é "muito segmentado".

"Se você tem produtos com desempenho superior e divulga bem isso", disse ele ao The Wall Street Journal, "você tende a vencer com o passar do tempo".

Num momento em que mudanças nos hábitos de consumo revolucionam o modo como as pessoas fazem compras e muitos dos gigantes corporativos buscam se reinventar, Taylor evita falar de reinvenção. Ele tem como meta manter a P&G na liderança ao reforçar os pontos fortes tradicionais da firma americana.

Há 36 anos na P&G, Taylor não demonstrou interesse em adquirir uma startup famosa. Também não lançou novas marcas grandes ou fez planos para uma mudança sísmica na forma de distribuir itens domésticos básicos ao consumidor. Para alguns em Wall Street, a estratégia soa arrogante. A fabricante das fraldas Pampers e do detergente líquido para roupas Ariel vem registrando anos de crescimento anêmico e perda de participação de mercado.

"O mundo inteiro ao redor dele está mudando, mas eles querem continuar fazendo" o mesmo de sempre, diz o analista Ali Dibadj, da firma financeira americana Bernstein Research. Segundo Dibadj, vai chegar um ponto em que a empresa terá de enfrentar isso. "Parece que a arrogância da P&G está de volta."

Com fala mansa, Taylor parece o oposto do arrogante. Ex-gerente de fábrica, ele migrou para a área de gestão de marca e escalou a hierarquia da P&G.

Em seu escritório na sede da P&G, em Cincinnati, no Estado de Ohio, Taylor disse estar confiante de que as melhores perspectivas da P&G continuam ligadas aos fundamentos da empresa. Isso significa vender para as massas por meio de grandes varejistas com base em pesquisas meticulosas sobre o consumidor, uma operação gigantesca de pesquisa e desenvolvimento e o maior orçamento de publicidade do mundo. A P&G, diz ele, precisa aprender a fazer essas coisas mais rapidamente e de forma mais eficaz. "Nós sempre respeitamos nossos concorrentes e vamos aprender", disse ele. "Há vezes em que temos de nos concentrar em valor e vezes em que temos de nos concentrar no desempenho."

Questionado sobre a aquisição recente da Dollar Shave Club pela rival europeia Unilever PLC, um negócio de US$ 1 bilhão anunciado pela empresa rival como uma forma de coletar dados do consumidor, Taylor destaca que a P&G já possui um banco valioso de dados e ideias. A participação de mercado da Gillette caiu 10% desde a chegada da Dollar Shave Club, apesar de a marca ainda deter quase 60% do mercado de lâminas masculinas de barbear nos Estados Unidos.

Em uma conferência de resultados recente, o diretor financeiro da P&G, Jon Moeller, respondeu a uma pergunta sobre vendas diretas ao consumidor ressaltando que o setor é pequeno. "Quantas pessoas você realmente conhece que querem satisfazer as necessidades de compras da família tendo que ir a 40 sites de varejo para 40 produtos diferentes?"

A P&G já teve experiências com venda direta antes, como o serviço por assinatura para o seu produto Tide Pods, mas não investiu em nenhuma iniciativa mais ampla nesse sentido.

No seu primeiro ano como diretor-presidente, Taylor duplicou os cortes de custos, anunciando, em fevereiro, um plano para reduzir US$ 10 bilhões adicionais ao longo dos próximos quatro anos. A empresa eliminou mais de 20 mil postos de trabalho desde 2012 e faturou mais de US$ 20 bilhões ao se desfazer de marcas como Duracell e CoverGirl.

Muitas das novas economias virão de reestruturações nas cadeias de suprimento na América do Norte e na Europa. A P&G está concentrando forças em seus dois maiores mercados, a China e a América do Norte. Mas ela busca cortar custos e se tornar mais eficiente globalmente. Na América Latina, onde a instabilidade política contribuiu para vários resultados trimestrais fracos, a companhia começou recentemente a reorganizar a fabricação de uma série de produtos na tentativa de ampliar a flexibilidade das operações de manufatura.

A P&G tem perdido participação de mercado na China, o que Taylor descreveu como um resultado "inaceitável" da tentativa fracassada da empresa de se manter à frente das marcas locais. Ele admite que a P&G teve seus tropeços. Ela continuou se expandindo durante a recessão e se tornou muito dispersa, diz ele. Depois, cortou investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na construção de marca e tentou reverter o crescimento lento aumentando os preços, mas perdeu mercado.

"Nós perdemos o equilíbrio e estamos tentando retomá-lo", diz ele. Um ponto-chave para voltar aos trilhos, segundo ele, é eliminar níveis de burocracia que tornam mais lento o processo de criação de novos produtos.

Os executivos dizem que estão vendo resultados. Um exemplo é o sabão para lavar roupas Tide Purclean, não prejudicial ao meio ambiente. Ele foi concebido e chegou ao mercado em nove meses. Um novo produto costumava levar entre dois e três anos para ser desenvolvido na P&G.

Fundamental para acelerar o processo foi um novo método em que líderes de diferentes áreas trabalharam simultaneamente. Então, em vez de concluir o desenvolvimento químico do produto e depois deixar o trabalho com a equipe que desenvolve a embalagem, essas etapas foram desenvolvidas conjuntamente.

Lori Hudson, gestora de portfólio da consultoria americana de investimentos Bahl & Gaynor, que já teve ações da P&G, gosta do fato de Taylor ter reconhecido os equívocos na China, já que a P&G "nunca pareceu ser o tipo de empresa que admite erros".

Mas Taylor "é uma pessoa que passou a vida na P&G e isso pode ser bom ou ruim, porque as coisas mudaram muito em termos do que o consumidor quer", diz Hudson. "Ele é um visionário? Não sei."




Novas Lojas: A Drogaria SP

01/11/2016 - DCI


A Drogaria São Paulo está anunciando duas novas lojas em Minas Gerais. Em Poços de Caldas a marca chega com a sua segunda unidade. Até o final do mês a expectativa é abrir unidade também em Uberaba. Além de Minas, a empresa abrirá outras duas unidades em Salvador, como parte do plano de expansão da rede. As lojas terão atendimento personalizado e amplo mix de produtos nas gôndolas.




Os remédios do Aché contra a crise

29/10/2016 - IstoÉ Dinheiro


Em 2015, o Aché Laboratórios, um dos maiores do Brasil, com atualmente quatro unidades industriais, 4,5 mil funcionários e 300 marcas de medicamentos, estabeleceu um audacioso plano para chegar em 2030 como um dos mais inovadores e sustentáveis do País. E, ao contrário do que se esperava, a crise econômica não freou a estratégia coordenada pelo executivo Paulo Nigro, o CEO da empresa. Em 2016, com R$ 200 milhões disponíveis para aquisições e investimentos em pesquisa, o Aché, que acaba de completar 50 anos de existência, comprou dois laboratórios, o Tiaraju, do Rio Grande do Sul; e o Nortis, do Paraná. Além disso, deve fechar o ano com uma receita líquida próxima de R$ 3 bilhões (em 2015, a receita líquida atingiu R$ 2,3 bilhões). Paulo Nigro falou à coluna:

Como o senhor tem lidado com a crise? Não atrapalhou os planos do Aché?

Há dois anos, tomamos a decisão de apertar o cinto como todas as pessoas fazem em casa. Mas acertamos com os acionistas que não demitiríamos. Ao contrário, contrataríamos em áreas estratégicas, como a comercial, a de inovação e a regulatória. No momento de crise não se deve tirar o foco do mercado, é preciso estar próximo dos clientes e apostar na inovação. Por isso, contratamos mais 200 pessoas. Com isso, quando a crise passar, vamos acelerar mais rápido.

O Aché apertou o cinto de que forma?

Não tiramos o foco do nosso planejamento estratégico de longo prazo. Se você acredita no plano, não é uma situação difícil no curto prazo que vai te fazer desistir dele. Fizemos aquisições e esforços para manter o plano. Como fizemos isso? Uma das nossas iniciativas estratégicas é a busca pelo aumento de produtividade, pela redução de desperdício e pela redução do gasto com energia. Olhamos para dentro das nossas linhas de produção e encontramos bolsões de oportunidades para atacar. Mesmo com o aumento do custo das matérias-primas, com o dólar em alta, estamos segurando os preços no mesmo patamar do ano passado. Conseguimos absorver o aumento da inflação, em torno de 10%, com a redução de custos.

O senhor poderia dar um exemplo concreto?

Aumentamos a produtividade das fábricas em cerca de 10%. A principal iniciativa foi a implementação do World Class Manufacturing, uma metodologia japonesa de melhoria contínua. Ela consiste em pequenos ganhos diários de eficiência através de mudanças de layout, de treinamento e de modificações em equipamentos. No final de um período longo, ela proporciona um grande resultado. Fizemos uma redução de 50% no nível de desperdício nos últimos dois anos. Tínhamos, por exemplo, uma máquina com um sensor que a fazia parar várias vezes. Por meio de um grupo de estudos da fábrica, encontramos outro sensor mais adequado. Resultado: tivemos um incremento de 30% na produtividade. Sou um cara incomodado com o desperdício. Estamos atacando isso de uma maneira muito estruturada.

Qual é a sua expectativa para 2016?

Enquanto o mercado farmacêutico está crescendo a uma média de 12%, nós deveremos fechar o ano com crescimento superior. Espero alcançar uma receita líquida de R$ 3 bilhões.

A expansão internacional está nos planos para os próximos anos?

Sim. Tínhamos presença em 12 países, mas com uma atuação relativamente passiva. Fazíamos licenciamento de produtos através de parceiros locais. No ano passado, mudamos isso e nos tornamos proativos. Desenvolvemos uma equipe dedicada à internacionalização para definir os mercados em que entraremos e como atuaremos. Hoje, o mercado externo representa pouco para a gente, 2% do resultado da companhia. E é muito pouco se comparado com o nosso ativo industrial. Temos uma capacidade de produção de 250 milhões de unidades e mais de 300 marcas no nosso portfólio. O plano é fazer com que o mercado externo seja responsável por 20% do nosso faturamento, até 2030.

E para governo, como são as vendas?

Vendemos pouco para o governo, menos de 3% da nossa receita. Mas isso não quer dizer que o mercado institucional não é importante. Ele é um mercado tão grande quanto o de varejo. Portanto, não está descartado. Por isso, no início desse ano, criamos uma área institucional que visa ao mercado privado de hospitais e licitações com governos.

Diante do que se viu com a Operação Lava Jato, o senhor não fica preocupado em negociar com os governos?

Não, e te digo por quê. Eu sei como trabalho e sei que, da forma como eu trabalho, estaremos tranquilos.




Fleury vai retomar expansão em 2017

31/10/2016 - Valor Econômico


Após uma reestruturação que levou cerca de dois anos e envolveu fechamento de unidades e integração de aquisições, o grupo de medicina diagnóstica Fleury vai iniciar uma expansão orgânica em 2017. As novas unidades da bandeira Fleury serão menores e focadas em exames de análises clínicas e ultrassom. Já nos laboratórios com a marca a , voltados para o público intermediário, a estratégia é abrir novos pontos e também colocar mais equipamentos de ressonância nas unidades já existentes.

"Nosso objetivo é ter unidades em vários bairros para evitar um grande deslocamento do paciente. Muitas vezes ele precisa fazer um exame mais simples e não quer sair do seu bairro", disse Carlos Marinelli, presidente do Fleury. Hoje, o grupo tem 105 unidades no país.

Em paralelo, a empresa dá andamento ao projeto de ter quatro grandes unidades distribuídas nas zonas sul, norte, leste e o oeste de São Paulo. Em meados de 2017, serão inaugurados megalaboratórios no Morumbi e Jardim Anália Franco, na zonas sul e leste, respectivamente.

Questionado sobre os riscos de queda de margem com a abertura de novas unidades, como já ocorreu no passado, Marinelli diz que a companhia tem agora uma equipe focada em expansão que dará atenção especial a aspectos como aluguel e contratação de pessoal. Na expansão anterior, o Fleury teve despesas elevadas porque o tempo entre a contratação de funcionários e o momento em que o novo ponto se tornava operacional era longo. Segundo o presidente, como as unidades de 2017 serão menores, o tempo de maturação será reduzido. Além disso, a contratação de pessoal será feita entre um e dois meses antes da inauguração.

O valor do investimento na ampliação da rede não foi revelado. "Nosso 'capex' recorrente ficará entre R$ 110 e R$ 120 milhões em 2017, além de um adicional para expansão. Teremos uma definição melhor do valor no nosso Investor Day [em dezembro]", disse Adolfo Souza Neto, diretor financeiro e de relações com investidores do Fleury.

O anúncio de abertura de novas unidades do Fleury acontece num momento em que o mercado de medicina diagnóstica está aquecido. A Alliar levantou R$ 760 milhões numa oferta inicial de ações (IPO) e, como está capitalizada, deve reforçar ainda mais sua estratégia de aquisições. Em paralelo, a Dasa, dona da marca Delboni, também está com a casa organizada e vem retomando as compras.

Marinelli afirma que o Fleury continua buscando ativos para aquisição, mas são negócios mais pontuais. "Entre 2002 e 2010, fizemos 26 aquisições. Aprendemos muito nesse processo. Tivemos que fazer ajustes para integrar. Neste momento, nosso interesse é por ativos de qualidade, que acrescentem valor à companhia", diz.

No terceiro trimestre, o lucro líquido do Fleury cresceu 79,4%, para R$ 63 milhões, e a margem Ebitda aumentou 5,1 pontos percentuais, para 25,7%.




Investidor volta a olhar medicina diagnóstica

31/10/2016 - Valor Econômico


Com a abertura de capital do grupo Alliar, que levantou R$ 760 milhões na semana passada, o mercado de medicina diagnóstica se prepara para um novo boom. Esse setor já passou por uma forte movimentação de fusões e aquisições lideradas por Dasa e Fleury.

A JK Capital, por exemplo, tem em andamento dez projetos na área de medicina diagnóstica. "Há três fundos, dois estrangeiros e um nacional, trabalhando com teses de investimentos para criação de plataformas de laboratórios", disse Saulo Sturaro, sócio da JK Capital. A ideia desses fundos é formar uma rede com vários laboratórios de pequeno porte e depois vender para um investidor maior.

Os laboratórios de medicina diagnóstica também são alvo de interesse das operadoras de planos de saúde, na opinião de André Staffa, sócio da consultoria Lógika e consultor do fundo Advent no setor de saúde. "As operadoras também estão interessadas em medicina diagnóstica porque elas perceberam que podem controlar a sinistralidade. Quando o paciente faz exames de rotina, o custo cai", disse Staffa.

O mercado de medicina diagnóstica já passou por uma primeira consolidação, mas foram processos mais concentrados em laboratórios de análises clínicas. "Na Dasa e Fleury, o segmento de exames de imagem cresceu, principalmente, de forma orgânica e não por aquisições. Acredito que agora a consolidação se dará no mercado de exames de imagem", disse Sturaro, da JK Capital. "Esse é um segmento muito pulverizado, ainda há espaço para crescer", complementa Fernando Oliveira, do HIG.

Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), há no país cerca de 10 mil laboratórios privados. Para efeitos de comparação: a Dasa, líder do setor, com marcas como Delboni e Lavoisier, tem cerca de 530 unidades. O setor de medicina diagnóstica registrou em 2015 um faturamento de R$ 25,1 bilhões, sendo que 60% vieram da área de análises clínicas e 40%, de exames de imagem. A margem de lucro dos exames de imagem é maior, mas é preciso ter escala, uma vez que um equipamento de ressonância custa em média US$ 1,5 milhão. A Alliar tem mais de 100 equipamentos de ressonância distribuídas em suas unidades.

Fundada em 2010 pelo fundo Pátria, a Alliar cresceu graças a uma série de fusões e aquisições, cerca de 20 neste período, entre elas do CDB - Centro de Diagnósticos do Brasil. Em 2015, a receita líquida da Alliar foi de R$ 818,7 milhões e somou R$ 460 milhões no primeiro semestre deste ano.




Institutos assinam acordo de cooperação para pesquisa de vacina contra zika

30/10/2016 - O Globo


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sanofi Pasteur — divisão da farmacêutica francesa voltada para o desenvolvimento de vacinas — e o Walter Reed Army Institute of Research (Wrair), laboratório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, anunciaram, na última sexta-feira, um acordo para o desenvolvimento de uma vacina contra zika, que teve mais de 160 mil casos registrados no Brasil este ano. Em 2015, a Sano fi Pasteur desenvolveu a primeira vacina contra adengue, que começou a ser comercializada no Brasil este ano, após aprovação da Anvisa.

De acordo com os princípios de colaboração da Fiocruz, a fundação, a Sanofi Pasteur e o Wrair unirão suas experiências na luta contra o vírus zika para o desenvolvimento de pesquisas. As atividades da Fiocruz devem complementar os trabalhos do Wrair e da Sanofi Pasteur, com o objetivo de aumentara probabilidade de sucesso nodes envolvimento e registro de uma vacina contra zika. O acordo de colaboração, porém, não impede que estas organizações desenvolvam de forma independente as suas próprias vacinas, ou que colaborem com outras organizações e empresas.

Pelo Acordo de Cooperação de Pesquisa e Desenvolvimento assinado pelo laboratório do Departamento de Defesa americano Coma Sano fi Pasteur, o Wrair deverá fornecer à farmacêutica a vacina candidata contra o zika de vírus purificado inativado (ZPIV), de modo que a Sanofi Pasteur produza a vacina para testes clínicos fase 2. O Wrair, por sua vez — em conjunto com o Instituto Nacional para Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA — deverá patrocinar e apoiar uma série de estudos fase 1.


ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS


Com base na parceria com o Wrair, as áreas de pesquisa da Fiocruz podem incluir o desenvolvimento do processo, a caracterização da vacina, estudos epidemiológicos e a avaliação pré-clínica e clínica da vacina, assim como a otimização dos estudos clínicos.

Em setembro, a Direção de Pesquisa e Desenvolvimento em Biomedicina Avançada (Barda), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, concordou com uma proposta de financiamento para fabricação, pela Sanofi, da vacina inativada contra zika. Além do financiamento fornecido pela Barda para os dois estudos clínicos das fases 1 e 2, existe uma opção no contrato que permite continuar dando suporte à fase 3 de desenvolvimento industrial e clínico da vacina.

— A Fiocruz, o WRAIR e a Sanofi Pasteur têm uma história de colaboração — diz John Shiver, vice-presidente sênior de pesquisa de vacinas da Sanofi. — Em termos de saúde pública, faz todo sentido que combinemos a nossa experiência e recursos com a Fiocruz, que está localizada no Brasil, onde está o foco das atuais experiências sobre zika. Temos um objetivo comum de desenvolver uma vacina para prevenir esta emergente ameaça de doença.

Em 1979, a Sanofi Pasteur desenvolveu sua primeira vacina contra a febre amarela. Já a vacina contra a dengue, a mais nova do laboratório contra um flavirírus, hoje está registrada em 12 países, incluindo o Brasil.

Uma em cada sete crianças respira ar poluído acima do nível recomendado

01/11/2016 - O Globo


Uma em cada sete crianças no mundo vive em regiões onde a poluição é ao menos seis vezes maior que os níveis consideradores seguros, segundo um relatório divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ). São 300 milhões de crianças expostas a poluentes que podem provocar sérios danos físicos, incluindo problemas respiratórios e no desenvolvimento do cérebro.

— A contaminação ambiental é o principal fator que contribui para a morte anual de cerca de 600 mil crianças com menos de 5 anos, e ameaça a vida e o futuro de milhões mais a cada dia — disse Anthony Lake, diretor executivo do Unicef. — Os contaminantes não apenas provocam danos no desenvolvimento pulmonar, como podem cruzar a barreira sangue-cérebro e causar danos cerebrais permanentes.

O relatório foi divulgado uma semana antes do início da próxima Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada entre os dias 7 e 18 de novembro no Marrocos.


DOIS BILHÕES EM RISCO


Com base em imagens de satélite, o Unicef confirmou que aproximadamente dois bilhões de crianças vivem em áreas onde a contaminação ambiental supera as recomendações mínimas de qualidade do ar estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A situação é mais preocupante na Ásia, onde vivem 620 milhões de crianças respirando ar poluído, seguida pelo continente africano, com 520 milhões.

A poluição é provocada pelas emissões do sistema de transporte na queima de combustíveis fósseis, mas também por agentes domésticos, como o uso de carvão ou lenha para cozinhar e aquecimento. Juntas, a contaminação externa e interna estão diretamente relacionadas à pneumonia e outras doenças respiratórias, que respondem por uma em cada dez mortes de crianças com menos de 5 anos.

Segundo o Unicef, as crianças são mais suscetíveis à poluição do ar que os adultos, já que seus pulmões, cérebro e sistema imunológico ainda estão se desenvolvendo. As crianças também respiram mais rápido que os adultos, aspirando mais ar em relação à massa corporal.

— Nós protegemos nossas crianças quando protegemos a qualidade do nosso ar — lembrou Lake.




Zika prejudica o esperma

01/11/2016 - Correio Braziliense


Desde que o zika se revelou uma grave ameaça à saúde humana, as atenções de médicos e pesquisadores se voltaram às mulheres. Afinal, os primeiros casos de microcefalia — um dos sinais da síndrome neurológica provocada pela doença — evidenciaram que quem sofre as piores consequências do vírus são as gestantes e os fetos. Agora, pela primeira vez, cientistas da Universidade de Washington (EUA) descobriram que o micro-organismo também tem um efeito devastador sobre o sistema reprodutivo masculino. Em um estudo com animais, eles constataram que o zika pode causar infertilidade no homem.

“Nós já sabíamos que o zika é transmitido sexualmente, sendo que, na maior parte das transmissões sexuais, é o homem que infecta a mulher. Também há transmissão entre homens. O que não sabíamos era a consequência disso”, explica Michael Diamond, um dos autores do estudo, publicado na revista Nature. No experimento, os ratos contaminados pelo micro-organismo se tornaram menos férteis e exibiram níveis mais baixos de testosterona. Além disso, sofreram redução significativa do testículo. Diamond destaca que o estudo foi feito em animais, mas não descarta que os mesmos resultados sejam encontrados em seres humanos.

De acordo com a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Pará Helena Brígido, que também é consultora do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), nem todas as pessoas infectadas apresentam sintomas, mas, no caso dos homens, há relatos de dor na área do testículo e sangramento no líquido seminal, o que se explica pelo fato de o vírus se alojar no sêmen. “É por isso que é muito importante o homem usar preservativo”, observa a médica. Já se sabe há algum tempo que o vírus persiste durante meses, razão pela qual o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos recomenda às pessoas que viajam a regiões endêmicas usar camisinha por até seis meses, ainda que não exibam sinais nem sintomas da doença.

Essa associação fez com que os pesquisadores de Washington decidissem investigar se a presença do vírus teria algum efeito no aparelho reprodutor masculino. Para tanto, inocularam as cepas africana e asiática do zika em ratos e acompanharam a evolução da infecção. “Progressivamente, aconteceu a destruição dos testículos e das células germinativas, aquelas que vão produzir o espermatozoide. Também aconteceu uma produção grande de leucócitos, um sinal de infiltração inflamatória”, observa Helena Brígido. Todas essas lesões ocorreram pouco tempo depois da infecção, entre uma e três semanas. Em 21 dias, os testículos dos ratos infectados pelo vírus estavam com um décimo do tamanho normal e toda a estrutura interna havia sido danificada.

Seis semanas após o início do experimento, não havia mais sinal da presença do zika no líquido seminal nem na corrente sanguínea. Contudo, o testículo continuava destruído. “Não sabemos ao certo se o dano é irreversível, mas acreditamos que sim, pois as células que garantem o funcionamento da estrutura interna dos testículos foram infectadas e destruídas”, diz Michael Diamond. Essas estruturas, chamadas células de Sertoli, são importantes para proteger as células germinativas de ameaças, como vírus e bactérias. Além disso, ajudam a nutrir os espermatozoides em desenvolvimento. Os cientistas descobriram que o zika, porém, consegue matá-las. Os testes reforçaram que dificilmente os danos provocados pelo vírus possam ser revertidos: passado um mês e meio, as contagens de esperma e de testosterona estavam bastante baixas.

De acordo com Kelle Moley, coautora do estudo e diretora do Centro de Ciências Reprodutivas da Universidade de Washington, quando fêmeas saudáveis cruzaram com ratos infectados e não infectados, no primeiro caso, a chance de gravidez foi quatro vezes menor. “Esse é o único vírus que conheço que causa sintomas tão severos de infertilidade”, disse, em nota. A consultora da SBI Helena Brígido destaca que o resultado do estudo levanta questões preocupantes para gerações futuras. “Um menino pode ser infectado hoje e, no futuro, mostrar-se infértil, sem que se consiga descobrir as causas do problema”, observa.

“Um menino pode ser infectado hoje e, no futuro, mostrar-se infértil, sem que se consiga descobrir as causas do problema”

Helena Brígido, epidemiologista e professora da Universidade Federal do Pará




Anvisa define nova composição da vacina contra gripe para 2017

31/10/2016 - Portal Brasil


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, nesta segunda-feira (31), a composição da vacina contra gripe que estará disponível no País em 2017. A vacina trará uma nova cepa do vírus Influenza A/H1N1.

A atualização das vacinas contra gripe faz parte das recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir a eficácia do produto.

Todo o ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova uma nova composição da vacina Influenza que considera novos vírus circulantes no País e no mundo.

A resolução RDC 119/16, que dispõe sobre atualização das vacinas Influenza, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (31).


VACINAS INFLUENZA TRIVALENTES


Três tipos de cepas de vírus em combinação, dentro das seguintes especificações:

- um vírus similar ao vírus influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09;

- um vírus similar ao vírus influenza A/Hong Kong/4801/2014 (H3N2); e

- um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008.


VACINAS INFLUENZA QUADRIVALENTES


As vacinas quadrivalentes contendo dois tipos de cepas do vírus influenza B deverão conter:

- um vírus similar ao vírus influenza B/Phuket/3073/2013;

- um vírus similar ao vírus influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09;

- um vírus similar ao vírus influenza A/Hong Kong/4801/2014 (H3N2); e

- um vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane/60/2008.


VACINAÇÃO


O SUS e o Ministério da Saúde promovem, anualmente, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. A ação acontece entre abril e maio.

Os grupos mais vulneráveis devem se vacinar todos os anos. Pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, mulheres com até 45 dias pós-parto, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, doentes crônicos, trabalhadores da saúde e populações indígenas devem ir até um posto de vacinação para se protegerem contra a gripe.


PREVENÇÃO


A transmissão dos vírus influenza ocorre pelo contato com secreções das vias respiratórias que são eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).

À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como formas de prevenção: lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal, entre outros.

Em caso de síndrome gripal, a recomendação é procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. A vacina contra a gripe não é capaz de eliminar a doença ou impedir a circulação do vírus. Por isso, as medidas de prevenção são tão importantes, particularmente durante o período de maior circulação viral, que é entre os meses de junho e agosto.

Também é importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o serviço médico.

Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.




Veja os fatores de risco para câncer de mama que a população ainda ignora

31/10/2016 - G1 - Bem Estar


Outubro foi marcado pelas ações da campanha Outubro Rosa, de prevenção e controle do câncer de mama. Mas a população ainda desconhece alguns fatores de risco importantes para a doença, como revela uma pesquisa feita com 270 pessoas no metrô de São Paulo.

Álcool, obesidade e genética são alguns dos fatores de risco para a doença que a maioria das pessoas ignora. Segundo o levantamento, 86% dos participantes não acreditam que o consumo de álcool pode aumentar o risco de câncer de mama. Segundo uma pesquisa divulgada em julho, o consumo de álcool está diretamente relacionado a sete tipos de câncer, incluindo o de mama.

Para 78% das pessoas que responderam à pesquisa, a obesidade não está relacionada ao surgimento do câncer de mama, mais um exemplo de desconhecimento da população sobre a doença. Segundo uma análise feita em 2002 pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, em inglês), o câncer de mama é um dos 13 tipos de câncer relacionados ao sobrepeso.

Os paulistanos também têm poucos conhecimentos sobre o papel da genética no câncer de mama. Somente 2% das mulheres e 8% dos homens consideram que filhas, sobrinhas e irmãs de mulheres que tiveram câncer de mama têm mais risco de desenvolver a doença. A percepção vai contra achados científicos que apontam para várias mutações genéticas relacionadas ao câncer de mama.

O levantamento sobre o conhecimento da população sobre o câncer de mama faz parte da campanha Cada Minuto Conta, parceria entre União Latino-americana Contra o Câncer da Mulher (Ulaccam) e a Pfizer, e teve o apoio da ONG Oncoguia.


CÂNCER MAIS COMUM ENTRE MULHERES


O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil. Segundo estimativa do Inca, o Brasil deve ter 57.960 novos casos de câncer de mama em 2016. O câncer de mama também pode atingir homens, mas apenas 1% dos casos da doença correspondem a eles.

Em 2013, último ano com dados disponíveis, 14.388 pessoas morreram de câncer de mama no Brasil, sendo 14.206 mulheres e 181 homens.


DIAGNÓSTICO


A realização anual da mamografia para mulheres a partir de 40 anos é importante para que o câncer seja diagnosticado precocemente.

O autoexame é muito importante para que a mulher conheça bem o seu corpo e perceba com facilidade qualquer alteração nas mamas e assim procure rapidamente um médico. Vale lembrar que o autoexame não substitui exames como mamografia, ultrassom, ressonância magnética e biopsia, que podem definir o tipo de câncer e a localização dele.


TRATAMENTO


O câncer de mama tem pelo menos quatro tipos mais comuns e alguns outros mais raros. Por isso, o tratamento não deve ser padrão. Cada tipo de tumor tem um tratamento específico, prescrito pelo médico oncologista. Entre os tratamentos estão a quimioterapia e radioterapia, a terapia alvo e a imunoterapia.




Câncer de próstata mata um homem a cada 40 minutos no Brasil

31/10/2016 - Diário de Pernambuco Online


A edição deste ano da campanha Novembro Azul vai ampliar sua abordagem – com o mote “De novembro a novembro azul - movimento permanente pela saúde integral do homem”, a ação vai orientar sobre o câncer de próstata e também alertar os homens sobre a importância de cuidar da saúde.

Criada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, a campanha visa orientar a população masculina sobre o câncer de próstata. A doença figura como o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, com mais de 13 mil mortes anuais – uma a cada 40 minutos. Mais de 61 mil novos casos devem ser registrados no país em 2016, segundo o Instituto Nacional do Câncer.

A proposta do instituto este ano é, com a campanha já consolidada no Brasil, passar a alertar sobre os cuidados com a saúde integral do homem, mobilizando a população masculina para que se torne protagonista de sua história e responsável por sua própria qualidade de vida, em diferentes fases da vida.


ATIVIDADES


Durante o mês de novembro, serão realizadas atividades de orientação sobre o câncer de próstata e a saúde do homem e ações para estimular a atividade física. Haverá distribuição de material informativo e prédios serão iluminados na cor azul – entre eles, o Viaduto do Chá, em São Paulo, e o Congresso Nacional, em Brasília.

Um dos destaques da programação é o II Fórum Ser Homem no Brasil, marcado para a próxima segunda-feira (7). Com apoio do Senado Federal, o evento vai reunir profissionais de saúde, parlamentares, governantes, representantes do Ministério da Saúde e população em geral para debater a prevenção e o combate ao câncer de próstata e outros tipos de câncer, como de pênis e testículo.

Nas redes sociais, a campanha vai tratar da saúde integral do homem e usará as seguintes hashtags: #novembroazul #denovembroanovembroazul #menospreconceito e #maisvida. A programação completa do Novembro Azul pode ser conferida no portal do Instituto Lado a Lado pela Vida.




Por que a obesidade é um grande fator de risco para o câncer?

31/10/2016 - Veja Online


A obesidade tem atingido proporções epidêmicas em todo o mundo, inclusive no Brasil. Esse problema tem aumentado rapidamente, e a Organização Mundial da Saúde estima que a incidência global de obesidade tenha mais do que dobrado de 1980 até hoje, atingindo atualmente mais de 600 milhões de pessoas.

Há várias décadas a obesidade tem sido associada ao desenvolvimento de problemas cardiovasculares e de diabetes do tipo 2. Mais recentemente, entretanto, tem se verificado que a obesidade é, também, um importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer. O governo dos Estados Unidos estima que até 2030 o número de casos de câncer na população do país terá um adicional de mais 500 000 somente devido à obesidade.

A incidência de vários tipos de tumor é afetada pelo excesso de peso: câncer do esôfago, da mama, do intestino, do rim, do fígado, do pâncreas, do endométrio, da vesícula biliar, da bexiga e até do cérebro. E o que é mais grave: além de estarem mais sujeitas a ter a doença, as mulheres obesas com câncer de mama têm uma sobrevida pior, com menos possibilidade de cura. É como se a obesidade acelerasse o crescimento das células malignas.

O mecanismo pelo qual a obesidade aumenta a incidência e a progressão do câncer não é bem conhecido, mas várias hipóteses têm sido estudadas. Inicialmente postulou-se que, entre as mulheres, a obesidade levaria a um aumento dos níveis de hormônio feminino (o que é verdade), estimulando o tecido mamário de maneira contínua. Notou-se, entretanto, que os tumores de mama que não dependem de hormônio também aumentam de incidência em mulheres obesas, sugerindo que talvez esse não seja o mecanismo principal.

Aparentemente a desregulação do metabolismo do açúcar e da insulina (além de outros fatores associados a esse hormônio teriam efeitos diretos sobre as células, estimulando seu desenvolvimento e sua proliferação. Esse quadro, chamado de “resistência à insulina”, faz parte da chamada síndrome metabólica, um conjunto de alterações no organismo humano causadas pela obesidade, e seria o responsável pela relação entre obesidade e câncer. Além disso, as células gordurosas produzem substâncias chamadas de adipocinas que têm efeito marcado sobre a proliferação celular.

Uma pergunta importante: se os pacientes perderem peso após o diagnóstico de câncer, isso melhoraria o prognóstico? Aparentemente sim. Alguns estudos sugerem que mulheres que perdem peso através de dieta e exercícios após terem sido diagnosticadas com câncer de mama têm melhor sobrevida do que aquelas que mantêm o sobrepeso. E uma boa notícia: não é preciso uma grande perda de peso para melhorar o prognóstico nesses casos; aparentemente 5% do peso inicial (4 quilos para uma mulher de 80 quilos) já teria um efeito bastante favorável. Atualmente, um grande estudo americano em mulheres obesas com câncer de mama está sendo feito em cerca de 3 000 voluntárias, metade das quais será submetida a uma combinação de dieta e exercícios para perda de peso. O resultado desse estudo, que deve ser divulgado em três anos, definirá de maneira exata a influência da obesidade sobre a doença.

O tipo de dieta para perda de peso parece não fazer muita diferença (e há um grande número de regimes da moda atualmente): dietas com restrição de gordura, carboidratos e da quantidade de alimentos, são todas maneiras eficazes de se proteger contra o câncer. O importante parece ser mesmo a perda de excesso de tecido gorduroso no corpo.

Assim, este é mais um estímulo para você manter seu peso dentro da faixa ideal, através de uma combinação de dieta e exercícios. Dessa maneira, você estará não apenas se protegendo contra doenças cardíacas e do diabetes, como também melhorando sua qualidade de vida e bem-estar, além de reduzir de forma significativa o risco de desenvolver vários tipos de câncer.




Falta de anestesistas suspende cirurgias em hospital de SP

29/10/2016 - Folha de S.Paulo


Pacientes com fraturas internados no Hospital Municipal do Tatuapé (zona leste), administrado pela gestão Fernando Haddad (PT), não conseguem passar por cirurgias ortopédicas por causa da suspensão dos serviços de anestesistas. A espera por operação chega a 22 dias.

No dia 17, a Tamp, responsável por anestesistas para oito hospitais, interrompeu parte dos serviços. Ela afirma que a prefeitura atrasou pagamentos. A gestão Haddad nega e diz que deu cinco dias para a retomada do serviço, sob pena de multa e rescisão do contrato.




Redução de acidentes libera um hospital em leitos, diz prefeitura

29/10/2016 - Folha de S.Paulo


A redução dos acidentes de trânsito na cidade de São Paulo desde 2013 provocou uma queda de 28% nas internações dessas vítimas.

Com menos feridos, é como se fossem liberados 147 leitos por dia, equivalentes a um hospital pequeno, conforme levantamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ligada à gestão Fernando Haddad (PT).

Os dados do impacto dos acidentes viários na rede de saúde foram levantados a partir de registros do SUS (Sistema Único de Saúde).

A gestão Haddad atribui a diminuição dos acidentados à intensificação do programa de redução das velocidades das vias da cidade, que inclui a mudança nos limites das marginais Tietê e Pinheiros —que será revista pelo prefeito eleito João Doria (PSDB).

A trajetória de queda das internações por acidentes de trânsito vem ainda da gestão Gilberto Kassab (PSD), no início da década, mas foi acentuada nos últimos três anos.

No primeiro semestre de 2010, houve 5.412 autorizações de internação dessas vítimas, contra 5.258 no mesmo período de 2013—uma diminuição de 3%. No primeiro semestre de 2016, 3.804.

O cálculo da “economia” de leitos é feito pela CET com base na diminuição de feridos anoa ano e no tempo médio de internação de acidentados. O total de 147 vagas supera as existentes num hospital do porte do de Pirituba (107) e fica um pouco abaixo da unidade da Cachoeirinha (180), ambos na zona norte.

Apesar desse impacto positivo na liberação de leitos, a saúde municipal segue crítica sob Haddad —79% dos paulistanos avaliavam em julho que ele fez menos do que se esperava pela área, conforme pesquisa Datafolha.


PEDESTRES


As políticas de proteção aos pedestres começaram a ganhar força ainda na gestão Kassab, que baixou a velocidade de parte das vias de 70 km/h para 60 km/h.

Desde então, os pedestres são os que tiveram maior queda na hospitalização —de 39%. Depois aparecem os ciclistas (37%), ocupantes de veículos (29%) e, por último, os motociclistas (21%).

“Em outubro de 2013, houve a implantação de área 40 km/h no centro. O índice de acidentes reduziu”, diz Tadeu Leite, diretor da CET. O programa foi expandido para outras regiões e, em julho de 2015, a redução de velocidade chegou às marginais.

Leite afirma que a redução da velocidade é proporcional à gravidade dos acidentes. Ele atribui ao comportamento de risco de parte dos motociclistas a redução menor em relação aos outros modais.

A estimativa da CET é que a economia em gastos hospitalares foi da ordem de R$32 milhões—dinheiro suficiente para construir seis UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Em relação aos gastos, a exceção são os ocupantes de veículos, cuja internação se tornou mais cara e mais longa. A CET ainda não sabe explicar a razão do aumento de gravidade desses acidentes.


TRAJETÓRIA


O levantamento aponta que a diminuição de internações na cidade de São Paulo contrasta com outros resultados do Estado e do Brasil.

No país, os hospitalizados por acidentes subiram de 70.339 no primeiro semestre de 2010 para 87.633 no mesmo período deste ano, alta de 25%, pelos dados do SUS.

No Estado, os números ficaram praticamente estáveis nesta mesma comparação, de 18.370 para 18.513 (1%).

O superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Luiz Carlos Mantovani Néspoli, afirma que a cidade de São Paulo vem de uma trajetória de quedas nos acidentes desde a década de 1980.

“O pico de acidentes em São Paulo foi em 1986. [Desde então] a cidade vêm adotando medidas eficientes”, disse.

Ele cita desde a fiscalização do cinto de segurança e de capacete em motociclistas até ações pró pedestres e para redução de velocidade das vias.




Plantão Médico: Depressão associada a processo inflamatório

29/10/2016 - Folha de S.Paulo


Um processo inflamatório poderia desencadear o mecanismo que provoca a depressão, segundo estudos desenvolvidos nos últimos anos.

A depressão é uma doença relacionada a uma alteração emocional caracterizada por tristeza, baixa autoestima e desinteresse por atividades.

Na revista "Molecular Psychiatry" deste mês, N. Kappelmann e colaboradores da Universidade de Cambridge, Londres, apresentam uma análise sobre testes clínicos que abordam a atividade antidepressiva de drogas anti-inflamatórias.

Por um processo inflamatório, o sistema imunológico lança no sangue proteínas chamadas citocinas. Testes com moduladores das citocinas já estabeleceram a terapêutica para condições inflamatórias crônicas, como a artrite reumatoide e psoríase.

Estudos com 5.063 pessoas mostram que se tratar com anti-inflamatórios melhora sintomas depressivos, indicação que citocinas podem ter relação com a depressão.

Por isso, moduladores de citocina parecem ter potencial emprego para tratar a depressão, dizem os autores.

Na dificuldade de cura da depressão com os tradicionais antidepressivos, algumas drogas anti-inflamatórias poderiam eventualmente substituí-las. Poderia também ser uma esperança para os difíceis casos de depressão intratável, felizmente raros.

O risco em relação aos anti-inflamatórios são as doenças cardiovasculares, o que torna problemático o seu uso como rotina.




Hérnias, complicações e soluções

29/10/2016 - Carta Capital


Uma das complicações mais desagradáveis, desconfortáveis e potencialmente incapacitantes é a ocorrência de uma hérnia na incisão da cirurgia. Após operação sobre algum órgão no abdome, quer seja emergencial, quer seja eletiva, alguns pacientes apresentam complicações na região operada da parede abdominal. Se essas complicações levarem a uma fraqueza nesse local, o conteúdo do abdome (intestino, gordura...) sai através dos músculos e fica superficial, geralmente coberto somente pela pele. Isso é chamado hérnia.

O tratamento dessas hérnias depende de sua extensão, tendo evoluído muito até os dias atuais, com o emprego de telas sintéticas e videolaparoscopia. Persistia entre especialistas a dúvida de quanto realmente essa tecnologia melhorou os resultados a longo prazo dos pacientes.

Conversamos sobre o assunto com o doutor Sérgio Roll, coordenador do Centro de Hérnia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Grupo de Cirurgia de Parede Abdominal da Santa Casa de São Paulo.

Carta Capital: A técnica cirúrgica melhorou muito. Ainda acontecem complicações que levem a hérnias incisionais extensas?

Sérgio Roll: Infelizmente, sim. Mesmo a enorme evolução das técnicas cirúrgicas não impediu o aparecimento de hérnias incisionais, as quais podem chegar de 11% a 50% das laparotomias (cirurgias abertas no abdome). Isso faz com que os cirurgiões gerais se deparem com números epidêmicos de pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico de uma hérnia incisional.

CC: Qual a estimativa da ocorrência desse problema no Brasil?

SR: Dados do Data-SUS no Brasil, de 2013-2014, mostram que de 245 mil operações para corrigir hérnias realizadas anualmente, 20% referem-se a tratamento de hérnias incisionais. Ou seja, ao redor de 45 mil cirurgias por ano. Nos Estados Unidos, no ano de 2012, cerca de 190 mil pacientes foram operados de hérnia da parede abdominal.

CC: Qual é a eficiência dos vários métodos e técnicas utilizados para resolver as hérnias incisionais?

SR: Desde 1958 houve uma revolução nas operações de hérnia, com a introdução da tela (prótese de polipropileno) por Usher. A chance de as hérnias voltarem (recidiva) tem diminuído drasticamente. Porém, temos notado um grande número de publicações médicas relatando complicações referentes ao uso dessa prótese. Fica, então, a pergunta sobre os reais benefícios do uso da tela. Qual o real preço que se paga para reduzir o risco de recorrência da hérnia, quando se consideram as complicações a longo prazo relacionadas ao uso das próteses? Em recente artigo publicado na revista Jama, pesquisadores liderados por doutor Kokotovic, do Hospital Universitário de Zealand, na Dinamarca, compararam a eficácia das diferentes técnicas de correção de hérnias em 3.242 pacientes, após cinco anos de acompanhamento. Concluíram que o uso de tela sintética, por laparoscopia ou por cirurgia aberta, foi significativamente mais eficaz (90%) que a simples sutura da parede abdominal (83%).

CC: Esses procedimentos, e o uso de telas, são realizados no Brasil? Os resultados são semelhantes?

SR: Sim, eles são. No Centro de Hérnia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo realizamos esses procedimentos em larga escala há alguns anos. A nossa experiência, em acordo com o que conclui o artigo do pesquisador dinamarquês, é de que a utilização da prótese nas cirurgias de hérnia incisional diminuiu drasticamente as reoperações por recidiva, e que esse grande benefício compensa na maioria das vezes as infrequentes complicações atribuídas à tela. O tratamento das hérnias da parede abdominal requer técnica cirúrgica apurada, conhecimentos médicos variados, domínio da físiologia, imunologia, processo de cicatrização e outras ciências básicas, bem como a rápida capacidade de adaptação às incorporações técnicas, mas acima de tudo um grau de comprometimento que só pode ser atingido por cirurgiões dedicados a essa área. Também é essencial a interação com outros profissionais médicos e não médicos, pois, tratando-se de uma doença multifatorial, deve receber atenção multidisciplinar. A formação de uma equipe especializada em defeitos da parede abdominal, além de solucionar o problema de milhares de pacientes, é capaz de contribuir para melhorara reintegração precoce desses pacientes à sua vida social e profissional.




Índice de mortalidade está mais ligado a gordura na cintura do que a aumento de peso

29/10/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Por 6 milhões de anos, a humanidade passou fome. No tempo das cavernas, nossos antepassados disputavam carcaças de animais com urubus e hienas.

Moldado na penúria, nosso cérebro desenvolveu redes de neurônios que estimulam a fome e fecham os olhos para a saciedade até passarmos mal de tanto comer. Essencial para a sobrevivência da espécie, esse mecanismo chegou intato até nós.

Então veio a segunda metade do século 20, em que novas tecnologias de produção agrícola, de armazenagem e preservação permitiram oferecer alimentos de boa qualidade a grandes massas populacionais. A dieta da classe média de hoje é mais nutritiva do que a dos nobres de antigamente.

Um cérebro engendrado para enfrentar epidemias de fome não estava preparado para o convívio com a fartura. A capacidade do organismo de transformar em gordura qualquer caloria em excesso, essencial para a sobrevivência em época de vacas magras, voltou-se contra nós.

As consequências foram desastrosas: 52% dos brasileiros estão na faixa de excesso de peso ou obesidade, número que ultrapassa 70% nos Estados Unidos e no México. A obesidade se tornou epidêmica na América Latina, Europa, Austrália, nos países árabes e até na China.

Para avaliar os riscos do acúmulo excessivo de tecido adiposo, foi criado o índice de massa corpórea (IMC), calculado a partir da relação entre o peso e o quadrado da altura (IMC = Peso/altura x altura).

Valores para o IMC abaixo de 18,5 caracterizam subnutrição; entre 18,5 e 24,9 está o peso saudável; de 25 a 29,9, o excesso de peso; e acima de 30, a obesidade.

Embora útil, o IMC não leva em conta a constituição física: um homem de 1,80 m, musculoso, com ossatura robusta, não pode ter o peso de um longilíneo da mesma altura. Da mesma forma, não permite distinguir aqueles com distribuição uniforme de tecido gorduroso dos que o acumulam no abdômen.

A relação entre massa corpórea e mortalidade não é linear, entretanto. Naqueles com IMC acima de 30 e nos que caem na faixa da subnutrição, a mortalidade é mais alta, constatação conhecida como "paradoxo da obesidade". Essas análises, no entanto, são influenciadas por cigarro, doenças pré-existentes, sedentarismo, emagrecimento ou curto período de observação.

Vários estudos mostraram que o acúmulo de gordura na cintura (corpo em forma de maçã) aumenta o risco de doença cardiovascular, porque está associado a depósitos de tecido adiposo entre as vísceras abdominais, distribuição não encontrada nos casos em que a gordura está localizada preferencialmente nas cadeiras (em forma de pera).

Em 2014, epidemiologistas da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, fizeram a análise conjunta (metanálise) de 11 estudos que incluíram 650.386 mulheres e homens, acompanhados por um período de até 21 anos.

Ajustados pelas características demográficas, níveis de atividade física e IMC, os resultados mostraram que, nos homens com circunferências abdominais maiores que 110 cm, a mortalidade geral foi 52% mais alta do que naqueles com circunferências menores que 90 cm.

Nas mulheres com circunferências superiores a 95 cm, a mortalidade foi 80% maior do que naquelas com medidas inferiores a 70 cm.

Esses números se mantiveram em todas as faixas de IMC. Nos homens, para cada 5 cm a mais na circunferência abdominal, houve aumento de 7% no risco de morte; nas mulheres, esse aumento atingiu 9%.

Em outro estudo que envolveu um banco de dados com 15.547 participantes com doença cardiovascular, em três continentes, foi avaliada a relação entre as medidas da circunferência abdominal e da circunferência da bacia.

Pessoas com IMC na faixa da normalidade, mas com obesidade central, tiveram os piores índices de sobrevida. Por exemplo, as participantes com IMC = 22 e relação diâmetro da cintura/diâmetro da bacia igual ou superior a 0,98 tiveram mortalidade mais alta do que aquelas com o mesmo IMC nas quais a relação foi igual ou menor do que 0,89. O mesmo aconteceu em outras faixas de massa corpórea.

Conclusão: estar acima do peso ou cair na faixa da obesidade pelos critérios do IMC não leva a aumento da mortalidade, desde que o tecido gorduroso não esteja concentrado na cintura.




O verdadeiro impacto do colesterol no infarto

28/10/2016 - Veja Online


O colesterol e a aterosclerose não são descobertas de agora. Múmias de 4 000 anos tinham artérias calcificadas. Leonardo da Vinci descreveu placas em vasos sanguíneos, em 1506. O conde Edward Hyde relatou, em 1632, o sofrimento da dor de angina de seu pai, que hoje sabemos ser causada por obstruções nas artérias do coração. Mas foi o médico russo Nikolai Anichkov, quem, em 1913, primeiro registrou o aparecimento de oclusões nas artérias de coelhos após alimentá-los com o colesterol dos ovos.

Cerca de 25% dos adultos apresentam o colesterol elevado no sangue. Alguns conseguem reduzi-lo com dieta adequada, emagrecimento e exercícios físicos regulares. Mas há muitos, mais da metade, que, mesmo seguindo um estilo de vida saudável, permanecem com o colesterol acima do normal, principalmente a fração LDL, considerada a mais nociva.

Manter o colesterol em níveis normais é uma das melhores formas de prevenção de infarto do coração e de outras doenças vasculares como derrames, aneurismas e o entupimento das artérias das pernas.

Há quem levianamente critique o uso de medicamentos para o colesterol, esquecendo ou desconhecendo evidências de que esses medicamentos revolucionaram o tratamento e a prevenção das doenças cardíacas. Muitos apontam até pesquisas contrárias ao uso das estatinas, fármacos redutores do colesterol. Mas nenhuma dessas pesquisas recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, como fizeram Feodor Lynen e Konrad Bloch, que em 1964 foram laureados pelas descobertas sobre regulação do colesterol e a aterosclerose, assim como Joseph Goldstein e Michael Brown, premiados em 1985, cujos estudos promoveram a criação das estatinas.


A CONTA DO COLESTEROL


Baixar 1mg/dL nos níveis de colesterol LDL no sangue pode promover uma redução de 2 a 3% no risco de um infarto, doença que mata 100 000 brasileiros ao ano e representa a maior causa de óbitos no Brasil e no mundo. Além da dieta e dos exercícios, há muitas opções de medicamentos disponíveis para reduzir o colesterol e salvar vidas. Melhor medir o colesterol uma vez ao ano, seguir as orientações médicas, usar os medicamentos – se prescritos, e se cuidar.

Ah, e a novidade é que está provado que não precisamos mais de jejum para dosar o colesterol no sangue.




Quimioprevenção para barrar o câncer de mama

29/10/2016 - Jornal do Commercio (PE) Online


Mulheres com risco elevado para desenvolver câncer de mama, por apresentarem lesões consideradas pré-cancerígenas, têm como opção recorrer à quimioprevenção, caracterizada pelo uso de medicamentos que vêm se mostrando eficazes para reduzir o risco de aparecimento da doença nos casos em que é alta a chance de tumor no seio. Ou seja, não são medicações indicadas para a população em geral, mas podem diminuir em cerca de 50% o risco da doença no grupo de mulheres cujas lesões nas mamas têm grande probabilidade de evoluir para um câncer. “É o caso da hiperplasia ductal atípica, condição em que células dos ductos mamários estão com formação alterada. Isso pode ser um passo para o aparecimento do tumor. Para essas pacientes, a quimioprevenção é uma alternativa e deve ser seguida por cinco anos”, explica o oncologista Rossano Araújo, da Oncoclínica Recife e do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc).

Nesses casos, os medicamentos usados são os mesmos prescritos na fase do tratamento da doença realizado após cirurgia de retirada de tumor, a fim de eliminar possíveis células cancerígenas. “O câncer de mama tem incidência alta: em cada oito a dez mulheres, uma terá o tumor no decorrer da vida. Algumas, no entanto, apresentarão risco mais elevado. Cabe ao médico avaliar se, além de propor exames mais frequentes, poderá indicar o tratamento hormonal preventivo. A medicação escolhida leva em consideração a fase da vida reprodutiva da mulher”, frisa a oncologista Cristiana Tavares, do Huoc.

A médica acrescenta que um dos medicamentos (tamoxifeno) ministrados na quimioprevenção está disponível na rede pública de saúde. “Em linhas gerais, quando precisamos prescrevê-lo para mulheres do Sistema Único de Saúde sem a doença, mas com alto risco para desenvolvê-la por causa de uma lesão atípica na mama, encaminhamos uma solicitação com justificativas para a Secretaria Estadual de Saúde liberar o tamoxifeno, que já é usado em larga escala no tratamento da doença”, informa Cristiana.

A enfermeira e empresária Maria Dulce Filgueira Ramalho, 48 anos, faz parte do grupo de mulheres com risco elevado de desenvolver o tumor e, por isso, optou pela quimioprevenção. “Passei por cirurgia para retirar uma lesão pré-cancerígena da mama. Em seguida, comecei a tomar uma medicação para fazer bloqueio hormonal. E tomarei um comprimido diariamente, por cinco anos”, conta Maria Dulce.

Ela lembra que descobriu a lesão enquanto realizava a mamografia e ultrassom da mama. “Sempre fiz anualmente esses exames. Para mim, é um alívio ter a chance de seguir esse medida preventiva. Não tenho apresentado incômodos por causa da quimioprevenção”, acrescenta. Há casos, no entanto, em que efeitos colaterais podem aparecer. “Mas, quando as pacientes são bem monitoradas, qualquer contratempo, como dor articular, pode ser controlado. Em fumantes, pode-se aumentar o risco de trombose. Já em idosas, há chance de câncer de endométrio, embora seja um efeito raro”, diz Rossano Araújo.


ACOMPANHAMENTO


Lesões no seio, como a de Maria Dulce (hiperplasia ductal atípica), aumentam de quatro a cinco vezes a probabilidade de a mulher ter o câncer de mama, em comparação com o risco que a população em geral tem de desenvolver o tumor, segundo destaca Cristiana Tavares. “As pacientes que fazem parte desse grupo de alto risco também têm como opção apenas acompanhar a lesão por exames realizados a cada seis meses. Mas cada caso deve ser avaliado individualmente com os médicos”, alerta a oncologista.

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.