37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS
CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 17/10/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Coleta de medicamentos vencidos ainda é ineficaz

16/10/2016 - Diário do Grande ABC Online


Quando o assunto é o descarte de medicamentos vencidos, a população brasileira ainda fica em dúvida sobre o que fazer. Muitas vezes, o destino mais comum destes remédios é o lixo ou até mesmo o vaso sanitário, atitudes que podem comprometer o meio ambiente por meio da contaminação do solo e das águas. O ideal, conforme especialistas, é a incineração dos produtos, que devem ser coletados de forma adequada pelo poder público ou pelas redes de drogarias particulares.

Na prática, nem todas as administrações municipais da região oferecem o serviço de recolhimento de medicamentos, dificultando a vida dos munícipes. Entre as sete cidades, São Bernardo, Mauá e São Caetano informaram que os moradores podem entregar os remédios vencidos em qualquer uma das UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Santo André afirmou, por meio de nota, que tem como estratégia a promoção de ações que garantam o uso racional dos medicamentos “em doses adequadas às suas necessidades individuais por período definido e ao menor custo para si e para a comunidade”. No entanto, o município afirmou não possuir postos de coleta e recomendou que a população procure a rede privada de farmácias, mesma indicação dada pela Prefeitura de Diadema. Já as administrações de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires não responderam aos questionamentos feitos pela equipe do Diário até o fechamento desta edição.

O estudante Bruno Rahal, 22 anos, ainda possui medicamentos que foram utilizados para combater uma inflamação no dente. Vencidos desde 2015, os remédios estão guardados em uma gaveta, já que o lixo comum não é o local certo para o descarte. “Depois que eu utilizei o xarope e os comprimidos, acabei esquecendo no armário, e ainda não joguei fora”. No entanto, o estudante disse que já se desfez de medicamentos vencidos de forma incorreta em outras oportunidades. “Na dúvida, acabei jogando no lixo convencional, o que acredito que não seja recomendado”, confessou.

Ainda de acordo com Rahal, a falta de informações para os pacientes colabora para que mais remédios vencidos sejam descartados no lixo comum ou no vaso sanitário. “Não sei se existe algum ponto específico ou alguma coleta para isso. Se tivesse orientação na caixa do remédio, por exemplo, ficaria mais fácil. Mas é o consumidor que precisa ir atrás da informação”, lamentou.


MEIO AMBIENTE – A professora da FSA (Fundação Santo André) Angela Baeder explica que, quando um medicamento é descartado de forma incorreta, até mesmo a população pode ser diretamente prejudicada. “Ocorre uma contaminação dos rios e, pela falta de tratamento das águas, pode afetar as pessoas que utilizarem essa água contaminada”, disse.

Segundo Angela, o meio ambiente e as espécies animais ainda são os mais prejudicados pela contaminação de águas e solos. “As principais consequências são para a saúde do meio ambiente. Ocorrem diversas mudanças no funcionamento dos organismos, há casos de peixes machos que desenvolveram características do sexo feminino por culpa dos hormônios”, completou.

A professora ainda explica que, quando há uma coleta organizada, os medicamentos acabam incinerados ou descartados em aterros que possuam licenciamento ambiental. “O consumidor tem de estar atento aos riscos que podem ser causados ao meio ambiente e procurar a forma certa de descarte.”


CONSUMO DE REMÉDIO FORA DO PRAZO DE VALIDADE É DESACONSELHADO


Consumir medicamentos vencidos também é péssima ideia, já que a atitude pode acarretar graves consequências para a saúde. Segundo a farmacêutica e coordenadora de pesquisa clínica do Cepho-FMABC (Centro de Estudos e Pesquisas de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC) Andressa Tamashiro, os remédios que estão fora do prazo de validade podem apresentar redução do efeito terapêutico, além de contaminação por fungos e bactérias.

“O paciente que faz uso de medicações vencidas pode estar sujeito a apresentar efeitos adversos indesejados, diferentemente dos esperados normalmente com o uso da medicação em boas condições devido à deterioração de seus componentes”, explicou.

Outra crença comum de grande parte da população é a de que os remédios possuem margem de segurança no cálculo do prazo de validade. Andressa afirma que essa prática não é recomendada e que a orientação é a de respeitar o vencimento e as informações contidas na bula do medicamento. “Após a expiração da validade do produto, o fabricante não poderá garantir que os medicamentos conterão as mesmas características de quando foram fabricados, bem como a sua efetividade”, disse.

Ainda de acordo com a farmacêutica, o prazo de validade impresso nas caixas dos remédios só deve ser mantido nos casos em que o produto estiver totalmente lacrado, porque “após aberto (o medicamento), a validade é reduzida, uma vez que o contato com a luz e com o ar acelera o processo de degradação dos componentes e princípios ativos da formulação”, ressaltou Andressa.




Gasto do governo com remédio sem aval da Anvisa cresce 220 vezes em 5 anos

16/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O gasto do Ministério da Saúde com a compra de medicamentos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cresceu 220 vezes nos últimos anos e já representa metade de toda a despesa da pasta com remédios e tratamentos solicitados em ações judiciais. No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou julgamento que vai definir se o Sistema Único de Saúde (SUS) será obrigado a fornecer itens sem licença no País.

Mesmo sem essa obrigação legal vigente, o governo federal gastou no ano passado cerca de R$ 545 milhões com a compra de remédios sem registro, valor correspondente a 50% do R$ 1,1 bilhão desembolsado pela pasta com todos os itens judicializados no período. Em 2010, os remédios sem licença da Anvisa haviam consumido apenas R$ 2,4 milhões da despesa do ministério com judicialização, o equivalente a 2% dos R$ 122 milhões gastos naquele ano com itens solicitados via Justiça.

No julgamento do Supremo sobre o tema, dos três ministros que já votaram, um foi favorável ao fornecimento desse tipo de medicamento pelo SUS e dois foram contrários, mas admitiram a possibilidade de o Estado ser obrigado a oferecer produtos sem aval nos casos em que a agência levar muito tempo para analisar a concessão do registro. O julgamento não tem data para ser retomado.

A demora na análise de novas drogas é uma das razões apontadas por especialistas para o crescimento de demandas judiciais.

“Se você tem medicamentos promissores sendo usados no exterior e um processo regulatório interno demorado, vai acabar havendo um aumento de pacientes que buscam esses tratamentos de outras formas, como na Justiça”, diz Rafael Kaliks, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico do Instituto Oncoguia, ONG que dá apoio a pacientes com câncer. Outra forma de ter acesso a drogas sem licença é entrar em programas de uso compassivo, modalidade que também cresce no País (mais informações nesta página).

Segundo a advogada Renata Vilhena, especialista em direito à saúde do escritório Vilhena Silva, mesmo após a conclusão da análise da Anvisa o medicamento ainda costuma demorar para ser colocado no mercado porque precisa passar pela etapa de definição de preço. “O processo fica parado na CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e, enquanto isso, os médicos vão prescrevendo e o paciente precisa ir para a Justiça”, afirma.


DESESPERO


Foi a demora no processo de aprovação do medicamento lenalidomida, indicado para o tratamento de mieloma múltiplo, que fez o engenheiro agrônomo José Francisco Alves de Almeida, de 55 anos, apelar para um tribunal.

Logo após o diagnóstico da doença, em 2002, ele fez sessões de quimioterapia e um autotransplante de medula óssea e ficou durante oito anos livre da doença. Em 2012, porém, o câncer voltou. Vários quimioterápicos foram usados nos anos seguintes no tratamento de Almeida, mas, desta vez, nenhum conseguiu controlar o crescimento do tumor.

“Entrei em desespero e comecei a pesquisar na internet se tinha alguma opção melhor. Foi quando vi que havia esse remédio que estava tendo bons resultados em todo o mundo. Já havia 70 países usando o medicamento, e nada de o Brasil aprovar”, conta.

Em junho do ano passado, o engenheiro entrou na Justiça, teve decisão favorável e iniciou o tratamento em poucas semanas.

“Depois de uns 16 dias que eu estava tomando o remédio, o câncer começou a diminuir. Faço o tratamento até hoje e a doença está estagnada. Também tem a questão dos efeitos colaterais do tratamento, que ficaram bem mais leves com esse remédio se comparados com a quimioterapia.” Impacto. Segundo os dados do Ministério da Saúde, o lenalidomida, assim como outros medicamentos contra o câncer, faz parte da lista dos itens que mais tiveram impacto financeiro entre os remédios judicializados.

Estão nesse grupo ainda medicamentos contra síndromes raras, hepatite C e produtos à base de canabidiol, indicados para o tratamento de epilepsia e doenças neurológicas.




Manifestação em SP defende fornecimento público de remédios

16/10/2016 - Valor Econômico / Site


Cerca de 30 pessoas realizam ato neste domingo na Avenida Paulista para pleitear o fornecimento público de medicamento para pessoas com doenças graves. O movimento organizador da manifestação, chamado ‘STF, Minha Vida Não Tem Preço’, também realiza protestos em outras cidades como Rio, Maceió, Porto Alegre e Recife.

Os organizadores frisam que estão nas mãos do Supremo Tribunal Federal dois recursos extraordinários para decidir se o poder público deve arcar com medicamentos de alto custo que não estão incluídos no Sistema Único de Saúde (SUS) e, também, determinar se é obrigação do Estado financiar remédios não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No dia 28 de setembro, o ministro Teori Zavascki pediu mais tempo para estudar a ação, adiando o julgamento. De acordo com os manifestantes, o adiamento do julgamento “preocupa pacientes que não podem interromper seu tratamento”. Esse é o caso da presidente da Associação Brasileira de Angioedema Hereditário (Abranghe), Renata Martins, de 36 anos, que depende de um remédio que custa R$ 7 mil a dose para manter-se viva.

“Depois de toda luta para conseguir um diagnóstico, tenho que enfrentar mais uma luta, o tratamento. Meu medicamento para crise está registrado na Anvisa, porém não faz parte da lista do SUS. E, por isso, até hoje, com a ajuda de muitas pessoas e associações, consigo receber o medicamento através de ação judicial pois é o medicamento de altíssimo custo”, disse Renata, acrescentando que só consegue trabalhar e estudar se tiver o medicamento. “Sem ele, posso morrer em 5 minutos se não der tempo de chegar ao hospital”, explicou.




Chile autoriza venda de medicamento à base de maconha

14/10/2016 - O Globo


O Chile autorizou, pela primeira vez, a venda regular de um medicamento à base de maconha. O país já debate um projeto de lei para legalizar a comercialização da droga, que ainda é proibida no local.

Após receber a autorização do Instituto de Saúde Pública (ISP) do Chilhe, o "Sativex", utilizado para tratar esclerose múltipla e o controle de espasmos musculares associados, será o primeiro remédio a ser comercializado regularmente nas farmácias do país.

"Pela primeira vez no país, o ISP aprovou o registro sanitário de um medicamento fabricado à base de cannabis, o qual poderá ser distribuído e utilizado no Chile", divulgou o órgão por meio de um comunicado em sua página na internet.

O remédio terá um custo aproximado de US$ 1.500 e será importado e distribuído pelo laboratório que solicitou a permissão de comercialização ao ISP. Para comprar o medicamento será necessário apresentação de receita. As autoridades afirmam ainda que os estoques serão controlados.

"O registro sanitário do Sativex foi aprovado, uma vez que cumpre com todos os requisitos de qualidade, e por já ter demonstrado sua segurança e eficácia no uso para o qual é indicado", declarou o diretor do ISP, Alex Figueroa, no comunicado on-line.

A venda de medicamentos produzidos via cannabis foi autorizada em dezembro de 2015 pela presidente Michelle Bachelet por meio de um decreto que legalizou a elaboração e comercialização desse tipo de fármaco.

No Chile já é permitido o consumo privado de maconha, no entanto, sua venda ainda é proibida. A lei deixa uma interpretação livre sobre o cultivo para uso pessoa. Nesse momento, o Congresso chileno debate um projeto de lei que irá regulamentar o uso e autocultivo da maconha.




Remédio mais barato reduz inflação de idosos

14/10/2016 - Valor Econômico


Alimentos e remédios mais baratos levaram ao enfraquecimento da inflação percebida pelos idosos, apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), que mede a inflação da cesta de consumo de famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos. O indicador diminuiu de 1,64% para 0,67% entre o segundo e o terceiro trimestres.

Para o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz, o índice deve continuar em desaceleração, porque a inflação dos alimentos deve continuar sem altas expressivas até o fim do ano. Em 12 meses, o IPC-3i acumula alta de 8,11%.

Do segundo para o terceiro trimestre, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram taxas menores. A principal contribuição partiu do grupo saúde e cuidados pessoais, que cedeu de 4,84% para 1,82%, influenciado por preços dos medicamentos em geral, que variaram 0,23% no terceiro trimestre, ante 10,19% no segundo.

Também contribuíram para o decréscimo da taxa do IPC-3i desacelerações nos preços de habitação (1,29% para 0,72%), despesas diversas (3,92% para 0,39%) e vestuário (2,09% para 0,31%), além de deflação no grupo alimentação (de 1% para -0,22%).

Entre os alimentos, os destaques foram as taxas mais fracas nos preços de feijão carioca (de 64,08% para 11,83%) e de leite tipo longa vida (de 19,44% para 10,53%). O grupo alimentação representa 21% do total do indicador, lembrou Braz. Na avaliação do economista, "os alimentos, de maneira geral, devem continuar a mostrar trajetória bem comportada até o fim do ano".

O especialista foi questionado sobre se a possível trajetória descendente nos preços dos alimentos poderia mudar, com perspectiva de aumento de preços entre os alimentos in natura. Historicamente, no último trimestre do ano, a oferta de hortifrutigranjeiros é afetada por problemas climáticos, o que eleva os preços.

O técnico comentou que, mesmo com in natura mais caros, outros itens mais baratos dentro da cesta de alimentos devem ajudar a equilibrar a inflação do grupo no quarto trimestre.

Franquia é alternativa para farmácias menores enfrentarem a concorrência

17/10/2016 - DCI


São Paulo - Com a maior consolidação das grandes redes de farmácias, sistemas como o associativismo e as franquias ganham ainda mais relevância para as pequenas e médias. Apesar de ambos garantirem uma gestão integrada e um poder de barganha na negociação com o fornecedor, o segundo se sobressai pela maior agilidade na tomada de decisões.

"Hoje é muito difícil uma independente conseguir se manter no mercado. Tanto o franchising quanto o associativismo são fundamentais para a sustentabilidade das drogarias menores", aponta o diretor da Stylo Farma, Stefan Passold. A rede, que começou a atuar por franquias em 2008, já operou também por meio do outro modelo.

Diante das duas experiências, o executivo afirma que, apesar dos dois formatos serem vantajosos, as franquias permitem uma agilidade muito maior na implantação de novos serviços. "Para se ter uma ideia, demoramos em torno de três meses para implantar um cartão fidelidade na nossa rede. Se fosse por meio do associativismo demoraríamos um ano e meio."

O diretor de marketing e expansão da PoupAqui, rede que atua desde o começo do ano passado por franchising, Evandro Rodrigues, é adepto da mesma opinião: "Na franquia você toma a decisão e espalha para baixo, já o associativismo é muito planejamento e pouca execução. Há uma burocracia grande e dificuldade de cumprimento do combinado", afirma o executivo, que também já foi diretor de uma rede associativista. Apesar dos benefícios, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), apenas 36 redes atuam hoje pelo modelo. Em termos de unidades são 2.165 em operação. De acordo com o diretor de inteligência de mercado da entidade, Carlos Tieghi, considerando que a maior ascensão do sistema no setor de drogarias começou apenas na última década, o número é representativo. "É um fenômeno recente, que foi influenciado em grande medida pela maior necessidade de profissionalização das farmácias", afirma.

Segundo ele, além da expansão orgânica a conversão de lojas independentes também vem ganhando espaço nos últimos anos. "Já temos um número relevante, mas ainda há um potencial muito grande de crescimento dentro do franchising", ressalta.


GESTÃO E COMPRA


Para ele, além da gestão integrada e da maior capilaridade no momento da compra, outra vantagem das franquias é a "oportunidade de fazer um marketing mais consistente e frequente". Em relação à compra dos produtos, o executivo aponta que há dois modelos utilizados pelas franqueadoras: um deles em que ela detém o estoque e distribui para os franqueados; e outro em que ela homologa algumas indústrias e o próprio franqueado realiza a compra.

"Os dois formatos geram economia na negociação dos preços. A única diferença é que no primeiro é exigido muito mais capital da franqueadora. Já no de homologação, além de demandar menos capital, o risco é menor", diz.

Justamente por esses motivos, a Rede Bem, que possui 22 unidades espalhadas pelo interior de São Paulo, optou pelo segundo deles. "Negociámos as melhores condições com a indústria e os valores da operação logística, mas o pedido é feito individualmente por cada loja. A gestão do estoque a mesma coisa, apesar de orientarmos, cada um faz seu próprio controle", afirma o dono da empresa, Rogério Emygdio.

Mesmo assim, a rede faz um trabalho forte na parte de gestão comercial integrada, promovendo estudos regionali-zados e desenvolvendo estratégias de fidelização dos consumidores.


PLANOS DE EXPANSÃO


Além das vantagens operacionais, o fato do franchising permitir uma expansão mais rápida foi outro ponto citado pelas três empresas, e que faz com que todas tenham planos agressivos de expansão. A Rede Bem, por exemplo, que adotou em 2013 o sistema de franquias, espera chegar a 150 lojas até 2020. Para este ano a previsão é fechar com mais oito operações. "Temos também a intenção de investir em um centro de distribuição [CD]", diz Emygdio, completando, no entanto, que para justificar a criação de um CD a companhia precisaria ter pelo menos 80 lojas. Ainda de acordo com ele, o centro seria apenas para trabalhar os produtos de 'curva A', ou seja, aqueles que possuem um maior giro nas lojas.

Em termos de faturamento, a rede espera concluir 2016 com um incremento na ordem de 27%, mantendo o mesmo patamar do primeiro semestre do ano, na comparação anual.

A Stylo Farma, que teve um crescimento no faturamento de 18% até agosto deste ano - em relação ao mesmo período do ano passado - espera manter essa mesma taxa no fechamento de 2016. Sobre os planos de expansão, a empresa diz que a partir de 2018 pretende entrar em outros estados. Hoje, são 62 operações, todas em Santa Catarina.

Já a PoupAqui planeja chegar a 20 unidades até o final deste ano e para 2017 a intenção é atingir o patamar de 60 lojas. Sobre o faturamento, Rodrigues diz que a expectativa é fechar 2016 em R$ 10 milhões.




Ciência para viver melhor

13/10/2016 - Época Negócios


LIFE PARA A BAYER, é acrônimo de liderança integridade, flexibilidade, eficiência. Com esses valores, e com a palavra-chave, a empresa traduz seu principal lema: 'Science for a Better Life'. Decidida a ser uma companhia de "ciências da vida pura", a Bayer segregou as atividades de plásticos especiais, agora denominada Covestro - uma empresa independente -, transformou os negócios de saúde animal em uma unidade separada e, assim, eliminou a estrutura de holding e subgrupos operacionais. Ficou centrada em três divisões integradas - farmacêuticos, saúde dos consumidores e ciência da colheita - e o foco passou a ser a marca corporativa Bayer e as de produtos. Um nome que será ainda mais forte, com a aquisição, este ano, da Monsanto - assumirá a liderança do mercado de defensivos agrícolas no Brasil.




Um coração (poli) valente

13/10/2016 - Época Negócios


Uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa (FCMSC), em São Paulo, está ajudando a expandir as fronteiras da medicina. Como? Com impressoras 3D. Os cientistas estão construindo réplicas do coração de pacientes para estudar e planejar cirurgias cardíacas complexas. A estratégia permite a visualização de detalhes anatômicos do órgão que, de outra forma, só seriam percebidos na mesa de operação, apesar dos constantes avanços dos diagnósticos por imagem. Os primeiros resultados do trabalho, iniciado há três anos, foram apresentados em setembro, em um congresso da Sociedade Mundial de Cirurgiões Cardio torácicos, na África do Sul. A equipe da FCMSC é uma das pioneiras no uso desses moldes. Segundo o cirurgião Luiz Antonio Rivetti, professor da FCMSC, os primeiros trabalhos sobre o tema começaram a ser publicados recentemente. A popularização da tecnologia, contudo, esbarra no custo da impressão. A reprodução em 3D apenas do ventrículo esquerdo, em tamanho real, não sai por menos de R$ 8 mil. Ainda assim, o rápido avanço das pesquisas e a queda desses valores (a velha Lei de Moore) devem tornar a prática regular em um horizonte de três anos, diz Rivetti.




Evolução favorece altura e cabelos louros

14/10/2016 - Folha de S.Paulo


Uma análise do genoma de mais de 3.000 habitantes do atual Reino Unido indica que a seleção natural continuou a afetar a espécie humana nos últimos milênios, favorecendo a reprodução de homens altos, mulheres com quadris mais largos e gente com cabelos louros e olhos azuis, entre outras características.

A pesquisa, que está na revista “Science”, dá novo fôlego à ideia de que a evolução humana não ficou parada em tempos relativamente recentes, mas tem respondido de maneiras variadas a pressões ambientais e transformações culturais nos diferentes lugares do mundo.

Uma das maneiras de identificar essas “assinaturas” de evolução relativamente recente é obter DNA a partir dos ossos de pessoas mortas há milhares de anos e comparar esse material genético com o de seres humanos vivos hoje.

Se houver diferenças significativas, e se estiverem ligadas a funções específicas do organismo, é possível propor que elas foram motivadas pela seleção natural: os ancestrais das pessoas com o DNA “moderno” teriam conseguido sobreviver e se reproduzir com mais eficiência do que os portadores das variantes genéticas mais antigas.

O problema é que nem sempre é muito prático seguir esse esquema. Extrair DNA de ossos antigos é trabalhoso e ineficiente; além disso, só uma pequena proporção dos esqueletos das pessoas mortas há séculos ou milênios chegaram até nós.

Há diversos métodos para contornar essas dificuldades.

No novo estudo, os cientistas usaram uma abordagem que se baseia na presença de trocas de uma única base nitrogenada —“letra química”— do DNA, os chamados SNPs (pronuncia-se “snips”).


VANTAGEM REPRODUTIVA


A ideia é que a região de DNA em torno de um SNP favorecido pela seleção natural fica relativamente uniforme em muitos membros da população, porque uma quantidade grande de pessoas herda aquele mesmo trecho do genoma graças à vantagem reprodutiva que ele confere.

Para ser mais exato, as análises de DNA examinaram a frequência de mutações muito raras—as que estão presentes em um único indivíduo entre os milhares estudados— na vizinhança desses SNPs.

Se havia poucas delas em volta de um SNP, era indício de que ele tinha se espalhado rapidamente pela população, uma vez que as mutações “de carona”não tinham tido tempo suficiente para se acumular em volta dele.) Com o método, os cientistas descobriram pistas de que a seleção natural, nos últimos 2.000 anos, favoreceu portadores de variantes genéticas ligadas à presença de olhos azuis e cabelos louros entre os ancestrais dos britânicos.

Ainda não se sabe muito bem o motivo disso. Os genes ligados a olhos e cabelos claros talvez tenham se espalhado não por seu efeito estético, mas porque também estão associados a uma pele mais clara, a qual, por sua vez, facilita a produção da essencial vitamina D em lugares de luz solar escassa, como o Reino Unido.

Por outro lado, pode ter ocorrido seleção sexual —as pessoas com essas características podem ter tido mais sucesso ao atrair parceiros e, portanto, ter filhos. De qualquer modo, não há nada intrinsecamente “mais evoluído” nesses traços—tanto que, em regiões tropicais, eles teriam sido exterminados antes do advento dos filtros solares.


LEITINHO DOS ADULTOS


Outro caso curioso detectado pela equipe (e que também já tinha aparecido em outros estudos) tem a ver com um gene que permite a digestão da lactose,o açúcar do leite, após a infância. Em populações mais antigas da Europa, esse gene não era comum porque não havia surgido ainda a pecuária leiteira.

Os exemplos acima se referem a genes individuais, mas também há características afetadas pela seleção natural que dependem da ação conjunta e sutil de um grande número de genes, algo que até agora tinha sido muito difícil de detectar.

Nesses casos, em vez de uma variante isolada que se sai muito bem no jogo da seleção natural e toma conta de boa parte da população, estaríamos falando de pequenos aumentos da frequência de centenas de variantes genéticas, cujo efeito somado, mesmo assim, é significativo e pode transformar uma espécie.

Esse tipo de efeito foi detectado pela primeira vez associado a tendências como altura maior, quadris femininos mais largos e bebês com maior tamanho e circunferência da cabeça ao nascer.

Essas características ajudam o indivíduo na busca por parceiros (no caso dos homens mais altos, por exemplo) e ajudam a sobreviver ao parto ou a crescer com mais saúde, em tese.

O estudo recebeu elogios de alguns dos principais especialistas na faceta genética da evolução humana, como o sueco Svante Pääbo, do Instituto Max Planck. “É uma abordagem que permite detectar sinais muito mais sutis e comuns da seleção natural”, declarou ele à “Science”.




Os avanços da tecnologia médica

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O avanço da tecnologia pode ser sentido em todas as áreas de conhecimento e, no caso da saúde, não é diferente. A evolução tecnológica vem tornando tratamentos e diagnósticos cada vez menos invasivos e mais assertivos, tornando realidade a personalização da medicina.

Nesta entrevista, o diretor América Latina para terapias avançadas da Siemens Healthineers no Brasil, Fernando Narvaez, fala sobre essa evolução, algumas tecnologias mais utilizadas atualmente e o quanto pacientes, médicos, hospitais e a sociedade como um todo podem se beneficiar comisso.

De que forma fatores sociais como a evolução demográfica e o perfil epidemiológico do Brasil vêm influenciando a indústria da saúde no Brasil? Fernando Narvaez – Hoje temos os dois lados da moeda. Há o aumento da expectativa de vida: saímos de aproximadamente 40 anos na década de 40, para chegar aos 75 anos, conforme a última divulgação do IBGE.

A notícia boa é que estamos vivendo mais. Porém, não necessariamente estamos vivendo melhor. Para reverter este quadro, além de ser essencial a implementação de políticas voltadas à prevenção, precisamos demais estrutura para tratar doenças degenerativas e crônicas. Isso traz um gasto para a saúde, pois o custo é maior à medida que a população envelhece. Num país como o nosso, as dificuldades são um pouco maiores, pois nem todo mundo consegue acesso rápido à saúde. Temos ainda que levar em conta as extensões continentais do nosso País.

Neste contexto, qual é o impacto que a tecnologia tem no setor de saúde? FN –O bom uso da tecnologia pode ajudar a prover acesso e deve ser visto como um investimento.

O retorno sobre este investimento se dará de maneiras distintas: aumento de produtividade, eficiência da cadeia, etc. É um investimento que deve ser feito. Há vários exemplos de como a tecnologia pode ajudar.

Reduzindo os custos, podemos ampliar o volume de pessoas a serem atendidas e prestar um atendimento mais personalizado, reduzindo desperdícios e auxiliando nos diagnósticos. Além disso, quando falamos em tecnologia, não nos referimos apenas aos equipamentos em si, mas do processo como todo, na gestão, que pode ajudar a diminuir as deficiências e desigualdades que temos.

Como a tecnologia pode ajudar a reduzir os custos de diagnósticos e tratamentos e oferecer melhorias a pacientes e corpo clínico? FN – Colocando os dois em perspectiva, sempre falamos em oferecer menor risco, menor tempo de internação e mais eficiência no tratamento dos pacientes. Para o corpo clínico, oferecemos tratamento adequado com qualidade, reduzindo taxas de erro e retrabalho. Sob estes dois aspectos, a tecnologia oferece serviços e soluções que permitem tratar o paciente de forma mais assertiva, menos traumática e mais rápida. As cirurgias cardíacas, por exemplo, antigamente duravam horas. Hoje comas tecnologias minimamente invasivas, esse tempo cai bastante com a utilização de salas híbridas, por exemplo. Elas colaboram nesse sentido, utilizando a imagem para guiar o tratamento.

Isso é feito de maneira mais eficiente e com muito menos custo do que anos atrás.

Para o paciente a recuperação é muito mais rápida. Há situações em que antes o paciente passava dias no hospital e hoje ele retorna no mesmo dia.

Há outros exemplos destes benefícios? FN – Sim. É uma relação ganha, ganha. O médico também vai utilizar ferramentas que vão ajudá-lo no dia a dia. Hoje enxergamos um espectro maior para o uso de salas híbridas, como cirurgias de coluna: usando tecnologias híbridas pode-se simplificar procedimentos complexos com tratamentos minimamente invasivos. Em alguns casos, o médico consegue fazer o procedimento com imagens tridimensionais, reduzindo a exposição do paciente a infecções.

Estudos realizados pelo Hospital Shonan Fujisawa Tokushukai, no Japão, comprovam uma redução de mais de 50% no tempo de internação e uma redução bastante significativa nas complicações durante as cirurgias de coluna como uso de salas híbridas.

Outro exemplo é a possibilidade de identificação precoce do câncer de mama. A tomossíntese mamária digital captura e combina imagens da mama em múltiplos ângulos criando uma imagem em 3D da mama.

Estudos comprovam que essa nova tecnologia diminui o número de exames falso positivos e detecta até 43%mais cânceres de mama do que a mamografia 2D convencional, permitindo o tratamento antecipado e aumentando bastante a taxa de cura, que pode chegar a 95%.

A tecnologia ajuda também na transparência e na governança dos hospitais e nas clínicas. Como ela pode auxiliar na gestão da saúde? FN – A governança é um assunto que até pouco tempo atrás os hospitais não tinham como pauta principal em suas discussões.

Mas a implementação e disseminação dessas práticas está ajudando os hospitais a entender a governança e adotar ferramentas para auxiliar na gestão. A TI há alguns anos não era vista como estratégica dentro do hospital, mas hoje se sabe que ela pode prover soluções para melhorar a gestão.

Este ano, por exemplo, em parceria com a Alliar Médicos, lançamos a sala de comando e um novo conceito de gestão de operação.

Trata-se de uma solução que possibilita o controle remoto de equipamentos de ressonância magnética à distância. Coma solução, é possível obter exames de alta qualidade e complexidade em diversas partes do território brasileiro, padronizar protocolos de aquisição, otimizar o fluxo de trabalho, diminuindo o índice de reconvocação de pacientes, bem como atuar na gestão da frota de equipamentos com KPIs de performance e utilização. A solução foi 100%desenvolvida em nosso país, a primeira desse tipo no mundo e em breve será lançada em novos clientes dentro e fora do Brasil.

Como analisa o nosso atual ambiente regulatório? FN – A Anvisa tem uma atuação importante como órgão regulador e, nos últimos anos, evoluiu bastante em grande parte de seus processos. Há alguns anos as empresas tinham grandes dificuldades com o tempo para obtenção de registros. Esta questão melhorou muito, mas entendemos que poderia melhorar sua atuação nos portos, aeroportos e fronteiras nos processos de liberação das importações. Atrasos por greve, falta de pessoal ou estrutura, afetam toda a cadeia: empresas, hospitais e clínicas, que acabam enfrentando dificuldades para cumprir seus compromissos e cronogramas. Seria interessante um foco maior na melhoria desses processos, bem como nas exportações. O País precisa ser reconhecido como um fornecedor confiável de produtos e serviços,mas a excessiva burocracia afeta nossa competitividade e agilidade para atender ao mercado externo.

Aqui há um bom espaço para melhorias.

Qual é a principal dificuldade enfrentada no Brasil para aumentar os investimentos em tecnologia médica? FN–A situação que vivemos hoje em termos de situação política e econômica não favorece.

Temos política cambial, energia mais cara....Tudo isso dificulta bastante. Esperamos que essa situação se estabilize e que o País retome o crescimento. Isso deve alçar o Brasil a um papel de protagonismo. Temos ótimos exemplos no País, como o tratamento de HIV/Aids e condições plenas de ter um papel cada vez maior na área de saúde.

Mas para isso precisamos de algumas melhorias, como redução de burocracia, um sistema de tributação otimizado e acesso competitivo a financiamento para investimento.

Tudo isso de alguma forma são dificuldades que o País enfrenta e que impedem de levar a indústria para uma melhor escala. Poderíamos estar mais fortes.

Nossos produtos locais poderiam ter condições melhores de encontrar mercado nos países vizinhos. São ações que poderiam ser mais bem orquestradas para que o Brasil encontrasse seu caminho.

O que está sendo feito para fomentar a inovação científica na saúde? FN – Aqui também há bastante espaço para melhoria. É preciso fomentar a interação entre a indústria, o governo e as universidades.

Por outro lado, os programas de financiamento deveriam ser mais acessíveis a todos esses agentes. A criatividade no País é enorme, mas precisamos de ferramentas que a estimule. A sala de comando, por exemplo, foi fruto de um estímulo da Lei da Informática. Temos que ter mecanismos de fomento locais, que atendam a nossa realidade.

Com isso crescemos como nação, algo imprescindível para o desenvolvimento de qualquer país.

Quais são as tendências e para onde caminha a tecnologia e o futuro da medicina? FN – O uso dos personal de vices coloca a saúde nas mãos das pessoas. Nesse contexto de utilização e de conexão, existe a clara tendência de que todas as informações passem a fazer sentido, com o uso mais forte do Big Data para interpretar e integrar esse volume de dados, criando processos inovadores e inteligentes.

Falamos de tecnologia não apenas em equipamentos, mas para a gestão de processos e para a eficiência da saúde como um todo. Não adianta fazer exames em equipamentos de última geração e esperar três horas para ser atendido.

A tecnologia vai avançar e encontrar caminhos para que população seja atendida com mais eficiência: teremos acesso à saúde sabendo onde e a que horas seremos atendidos.

O futuro passa por cada um cuidando de sua saúde, mas de forma orquestrada com todos os agentes. Para isso, as operadoras de saúde têm papel fundamental em entender quais pontos da cadeia requerem melhorias na utilização desses processos: do planejamento do atendimento ao paciente a sua recuperação no home care após um procedimento cirúrgico.

Há diversos processos que precisam ser analisados e estudados. Muito se fala em processos Lean, mas pouco se vê em aplicações, principalmente no setor público. Acredito que o futuro está em otimizar a entrega da saúde e como ela será consumida pela população. Isso tem que acontecer de forma que beneficie a todos.




USP terá laboratório de dados para prever situações na saúde

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Esqueça a magia e a bola de cristal. O futuro pode, sim, ser previsto, mas com ciência, tecnologia e muitos dados. A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) inaugura neste mês o Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (LABDAPS), justamente com o objetivo de, por meio da análise de grandes bancos de informações, identificar padrões no sistema de saúde que possam prever os mais possíveis desfechos para cada caso.

Coordenado pelo professor Alexandre Porto Chiavegatto Filho e financiado com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Fundação Lemann, o laboratório terá a participação de mais de dez pesquisadores, entre docentes e estudantes de graduação, mestrado e doutorado, e contará com computadores capazes de analisar imensos bancos de dados.

Antes mesmo da inauguração de sua sede física, o laboratório já trabalha no desenvolvimento de quatro grandes projetos. O primeiro deles tem como objetivo estabelecer quais são as chances de diagnóstico de cada uma das três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti – dengue, chikungunya e zika – em um paciente que procura o serviço de saúde com uma dessas suspeitas.

Como os sintomas das três viroses são parecidos, o diagnóstico clínico fica prejudicado, e a detecção laboratorial é demorada, insuficiente ou nem sempre está disponível, como no caso do zika.

Para determinar a probabilidade de diagnóstico de cada uma das três patologias, os pesquisadores da USP analisarão as fichas de notificações de todos os casos suspeitos das três doenças no Estado de São Paulo entre 2015 e 2016 e cruzar com as informações de quais foram confirmados e quais foram descartados após a realização do exame.

“Vamos conduzir esse projeto em parceria com o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde e ele poderá ajudar principalmente nos períodos de pico da doença, em que há um pânico na população e uma sobrecarga no sistema de saúde. Os algoritmos ajudarão a fazer uma triagem inicial dos pacientes, dar o risco de infecção por cada uma das três doenças e indicar qual deve ser priorizado”, explica Chiavegatto Filho.

O segundo projeto do laboratório quer estimar o risco de um idoso morrer em 5, 10 ou 15 anos de acordo com os hábitos, características e doenças de cada paciente.

Para isso, os pesquisadores utilizarão um banco de dados de um grupo de mais de 2 mil idosos que vêm sendo acompanhados desde 2000 por outros cientistas da universidade que fazem estudos sobre envelhecimento.

“Sabemos que cerca de um terço desses idosos acompanhados já morreram nesse período de 16 anos, mas analisando as causas da morte e os indicadores de saúde dessa população, buscaremos padrões para estimar esse risco no restante da população com o mesmo perfil.” A terceira iniciativa do LABDAPS será analisar os dados das declarações de óbito do País para rever possíveis erros, principalmente no campo raça/cor, no qual, segundo Chiavegatto Filho, há muitos erros de preenchimento.

“As declarações de óbito são importantes documentos para embasar políticas públicas de saúde, pois mostram as principais causas de mortalidade de acordo com o perfil de cada grupo populacional, mas elas não são tão bem preenchidas. O que percebemos numa pesquisa de 2014 é que a expectativa de vida de pardos no Brasil era maior do que a de brancos, apesar de os primeiros terem renda e escolaridade menor. Nossa hipótese é de haver um ‘embranquecimento’ por parte dos que preencheram as declarações, ou seja, pessoas que se consideram pardas em vida são colocadas como brancas no documento”, explicou. “A ideia é identificar esses padrões de erros acompanhando um grupo de pessoas durante a vida para ver qual é a cor/raça que elas declaram e qual é preenchida na declaração após a morte.” Por fim, o quarto projeto buscará identificar, por meio da análise de resultados de saúde nos municípios que receberam profissionais do Mais Médicos, quais cidades se beneficiaram mais do projeto e, portanto, devem ser priorizadas no envio de médicos.

Chiavegatto Filho diz que, com a escassez de recursos na saúde, pesquisas como as que serão desenvolvidas pelo laboratório ajudarão a dar mais eficiência à gestão do sistema de saúde.

“O potencial do machine learning e do melhor uso de dados é impressionante. Quanto mais a gente adotar uma abordagem rigorosa e científica, menos espaço a gente deixa para manipulações partidárias e ideológicas, garantindo, assim, políticas públicas de maior impacto e interesse para a sociedade.”




O novo jeito de pensar e fazer medicina

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O uso da tecnologia é irreversível e transformará completamente a medicina nos próximos anos, comentaram especialistas presentes no painel “As máquinas do futuro: medical devices e nanotecnologia”, realizado durante o Summit Saúde 2016, promovido pelo Estado. Um dos campos mais promissores é a nanorobótica, que deve permitir diagnósticos e cirurgias cada vez menos invasivos.

Carlos Goulart, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde (Abimed), diz que sem tecnologia não se faz absolutamente nada, mas ressaltou que o Brasil está muito atrasado em inovação. Segundo ele, no mercado de dispositivos médicos, que movimenta US$ 350 bilhões por ano, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são muito altos, com uma média de 8% do faturamento, considerando as 20 maiores empresas globais.

Ele destacou que os produtos evoluem com uma rapidez enorme, com um ciclo de vida da tecnologia de 24 a 36 meses.

Entre as áreas com grandes mudanças, o presidente da Abimed citou as impressões 3D, que permitem, por exemplo, a fabricação de próteses customizadas, com maior rapidez e menor custo.

Goulart também mencionou os biosensores, aplicativos de celular e as chamadas tecnologias “vestíveis”. “Cada vez mais o cidadão será gerente do seu corpo, mandando informações para os médicos.” Goulart também comentou a questão da robótica e da telemedicina – prática que hoje ainda é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). “Creio que o próprio CFM já está revendo essa questão do atendimento médico por telefone ou teleconferência, pois é uma tendência natural.” Participando do mesmo painel, a pesquisadora da USP Juliana Cancino falou sobre a fronteira do conhecimento representada pela nanorobótica. Ela destacou que atualmente já existem tecnologias que permitem o uso de robôs para diagnóstico e tratamento. Uma dessas aplicações é o uso de nanopartículas que conseguem detectar somente as células cancerosas.

Com isso, através do estímulo com eletricidade ou magnetismo, os médicos elevam a temperatura dessas partículas e conseguem matar as células doentes, preservando as saudáveis.

Também é possível englobar essas partículas em membranas celulares naturais, o que facilita a distribuição desses agentes pelo corpo e diminui a resistência na aceitação do remédio.


GASTOS


Fernando Narvaez, diretor da Siemens Healthineers no Brasil, disse que quase dois terços dos gastos das operadoras de saúde estão relacionados direta ou indiretamente à tecnologia.

“Antigamente, o bom cirurgião era o que fazia a maior cirurgia, o que abria mais o peito do paciente.

Hoje em dia a atenção dos médicos está nos monitoramentos e equipamentos auxiliares.

Quanto menos invasivo o procedimento, maior qualidade e segurança para o paciente.” Ele mencionou o caso de uma nova tecnologia que permite a detecção de problemas no fígado através de um exame de sangue, sem precisar fazer uma biopsia demorada e dolorosa.

“Com isso, não é preciso internação, você economiza muito e ainda zera o risco de contaminação hospitalar.” Narvaez explicou que atualmente a maior parte dos gastos das operadoras de saúde vai para o tratamento, mas a tendência é que diagnóstico e prevenção ganhem mais espaço.

A dificuldade de se fazer pesquisa científica no Brasil também foi levantada. Juliana disse que a liberação de importações, especialmente componentes biológicos, é muito demorada.




Aplicativos ajudam a gerenciar hábitos e melhorar a saúde

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Fáceis de gerenciar e capazes de estimular os usuários por meio do acompanhamento dos resultados, os aplicativos da área de saúde fazem cada vez mais parte da vida das pessoas. Monitorar a alimentação, calcular a dose de insulina que deve ser tomada e organizar a carteira de vacinação estão entre algumas das facilidades que estão disponíveis e podem trazer benefícios para a saúde dos pacientes.

Em novembro, a fisioterapeuta Gabriela Nogueira Porfírio, de 29 anos, baixou o aplicativo Gliconline para calcular com mais agilidade a dose de insulina que precisa tomar diariamente.

Ela foi diagnosticada com diabetes tipo 1 aos 6 anos e costumava usar uma calculadora e tabelas com a quantidade de carboidratos dos alimentos para chegar ao resultado sobre a dose que deveria ser administrada.

“Já tem a tabela no aplicativo e facilita na hora de fazer o cálculo.

Eu gastava mais tempo antes de comer, pois precisava fazer esses cálculos e, algumas vezes, fazia sem precisão e acabava não tomando a quantidade correta.” O download foi feito por recomendação da médica.

Grávida de 5 meses, Gabriela conta que o aplicativo tem sido importante durante a gestação.

“Os hormônios alteram a glicemia.

Minha médica consegue entrar no aplicativo, ver o que estou comendo e alterar a quantidade de insulina que devo tomar.” Downloads. Claudia Labate, CEO da Gliconline, diz que o aplicativo tem dois anos e contabiliza 10 mil downloads. “Na área de diabetes, só a tecnologia não faz nada, mas temos um canal para falar (com o paciente) com muito respeito e empatia. A tecnologia entra como uma ferramenta para o enfrentamento da doença e isso faz a diferença.” Desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o Einstein Vacinas é uma ferramenta gratuita para a atualização da carteira de vacinação.

Ele toma como base o calendário nacional de vacinação e pode ser personalizado de acordo com a faixa etária do paciente.

Também mostra os locais de vacinação na rede pública.

A obesidade era o alvo da professora Bárbara Regina de Oliveira Fumachi, de 31 anos, ao instalar o Dieta e Saúde em 2014. “Sempre estive insatisfeita com a aparência, pois estava obesa. Meus exames constataram que eu tinha predisposição a ter diabetes.” Ao ver uma foto que foi tirada sem que percebesse, Bárbara resolveu fazer mudanças em seus hábitos.

“Fiquei em choque e entrei na internet para ver como mudar os hábitos alimentares.

Minha vida mudou depois que eliminei seis quilos. Comecei a ter ânimo para fazer atividades físicas.” Da dificuldade para caminhar por 400 metros, ela passou para a capacidade de fazer corridas. Saiu dos 83 kg para os 54 kg. “Quando você consegue aprender a comer direito, tende a ter mais saúde, mais disposição e bons hábitos.” Nutricionista do Dieta e Saúde, Roberta Stella diz que a primeira semana de aderência costuma ser a mais importante, pois os usuários estão mais motivados e o auto gerenciamento dos hábitos traz resultados, mas isso não exclui a participação de um especialista.

“Se a pessoa vem da clínica com orientação, o aplicativo auxilia no automonitoramento, melhorando a aderência.

Ele é uma alavanca para continuar buscando o resultado construído dia após dia.”




Ineficiência do sistema abre espaço a startups

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Segundo balanço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produtos e serviços ligados à saúde formam um mercado equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Já prevenir doenças, ou evitar que as pessoas tenham de ir aos hospitais sem necessidade, representa um mercado de tamanho desconhecido, mas que começa a ser explorado por um número crescente de empresas novatas.

Das centrais que armazenam todo o histórico de exames de um paciente a plataformas que mapeiam os riscos de doenças, passando por aplicativos que permitem agendar uma consulta médica de baixa complexidade em casa, um conjunto de soluções digitais vem sendo desenvolvido por startups com poucos anos de atuação para dar maior comodidade e controle de dados no uso de serviços médicos.

Desde 2014, o número de startups da área de saúde saltou no Brasil de 11 para mais de 80. É um número que, segundo especialistas, continuará avançando por encontrar terreno fértil nas ineficiências do sistema no País e na busca por redução de gastos médicos por um contingente de mais de 2 milhões de usuários que, principalmente em razão do avanço do desemprego, perderam planos de saúde nos últimos dois anos.

“Existe aqui um ecossistema favorável ao surgimento de startups.

Temos um setor com diversas amarras, muito burocratizado e com jeito de reserva de mercado em alguns casos. É um negócio muito grande e inviável economicamente. As empresas tradicionais estão quebrando”, diz Daniel Lindenberg, presidente executivo (CEO) e cofundador do Dr. Vem, plataforma que faz a intermediação entre pacientes e médicos para atendimento em domicílio.

“Qualquer empreendedor olha para isso e fala: ‘Uau!, temos aqui uma grande oportunidade’”, acrescenta Lindenberg.


‘UBERIZAÇÃO’


A exemplo do aplicativo que colocou o serviço de transporte a alguns toques da tela do celular, o Dr.

Vem faz parte de um movimento de “uberização” que chega ao campo do atendimento médico.

Seu funcionamento é simples.

O usuário agenda uma consulta e, sendo um caso de baixa complexidade, o Dr.Vem encaminha algum médico da região para a residência na hora marcada.

O primeiro alvo da empresa, de apenas oito meses, é abocanhar um total de aproximadamente 100 milhões de atendimentos feitos em prontos-socorros da rede de hospitais privados.

“Queremos que as pessoas não tenham de ir ao pronto-socorro para tratar de uma otite ou levar uma criança pequena sem necessidade”, afirmou Lindenberg durante participação no Summit Saúde Brasil, evento promovido pelo Estado que debateu assuntos relacionados à saúde.

Com mais tempo no mercado, o SaúdeControle permite há três anos armazenar digitalmente todo o histórico clínico de um paciente. Propõe, assim, não apenas acabar com a papelada de exames que fica muitas vezes espalhada pela casa, mas também evitar a repetição de um exame por perda de laudo médico.

Embora o foco inicial da empresa fosse atuar no setor privado, o SaúdeControle já discute com o Ministério da Saúde a integração da ferramenta ao sistema público, segundo informou o diretor presidente da empresa, Adrianno Barcellos, também presente ao evento.

“Obviamente, isso é uma coisa muito grande e queremos começar pequenos. Mas, embora nossa intenção fosse ter foco no mercado privado, sempre soubemos que a grande transformação se daria no setor público”, afirmou Barcellos.


REDUÇÃO DE GASTOS


Apresentada como uma companhia de “gestão de saúde”, o Dr. Consulta, criado em 2011, também aproveita dados clínicos coletados por seu sistema e, com isso, consegue antecipar riscos, evitar repetições de exames e reduzir custos clínicos.

Fundador do Dr. Consulta, Thomaz Srougi, diz que já conseguiu reduzir em 30% o gasto anual de saúde de um grupo de pacientes. “Podemos reduzir em R$ 5 mil o custo de saúde anual das pessoas nos próximos cinco anos”, afirma o executivo da empresa, que atende pelo menos 70 mil pacientes por mês. “O negócio cresce a um ritmo médio de dois dígitos por mês”, disse Srougi.

Plantão Médico: A ação do álcool na infertilidade feminina

15/10/2016 - Folha de S.Paulo


A abstenção de bebidas alcoólicas é sempre recomendada às mulheres que decidem engravidar. É apenas uma recomendação, porque ainda não está claro o quanto de consumo de álcool intervém na infertilidade feminina. Indiscutível é o prejuízo para o bebê em suas primeiras semanas de vida.

Em editorial do "British Medical Journal", a epidemiologista Annie Britton assinala que algumas pesquisas relatam não existir esta associação, enquanto outras mostram que a diminuição da fertilidade pode estar associada ao consumo de álcool, a exemplo do trabalho publicado na mesma edição da revista. Ela acrescenta o paradoxo da gravidez não planejada (ou não desejada) pela mulher em situações de elevado consumo de álcool.

Ellen M. Mikkelsen e colaboradores relatam no "BMJ" pesquisa sobre consumo de álcool e fecundidade na Dinamarca, com a participação de 6.120 mulheres entre 21 e 45 anos que desejavam filhos e não recebiam tratamento para engravidar.

O estudo mostra que o consumo de 14 ou mais doses por semana –de 20 ml de destilado ou 120 ml de vinho ou 330 ml de cerveja– foi associado a uma leve redução na taxa de fecundidade. Menor ingestão da bebida, porém, parece não ter apresentado efeito discernível na fertilidade.

Como o feto é vulnerável ao álcool nas primeiras semanas de vida, especialistas aconselham às futuras mães abster-se de bebidas alcoólicas nos seus períodos férteis.




Médico demora dois meses só para olhar exame, diz paciente

16/10/2016 - Folha de S.Paulo


Um ano. Esse foi o tempo que a dona de casa Maria, 54, ficou sentindo dores antes de conseguir fazer uma cirurgia para tirar as pedras na vesícula que a incomodavam. Embora a gestão Fernando Haddad (PT) diga que o tempo médio de espera por uma cirurgia tenha reduzido de seis para cinco meses, não foi o que ela sofreu.

Após meses, finalmente chegara a data da operação, em setembro, no hospital do Campo Limpo (zona sul). Maria fez jejum e foi ao local, mas o procedimento foi remarcado em cima da hora. Só ocorreu um mês depois. Cirurgia feita, outros problemas. Primeiro, não havia leitos no pós-operatório. Depois, quando conseguiram, a cama estava quebrada.

"Se eu quiser que ela se mexa, que coloque a perna para cima, preciso comprar uma cama?", revolta-se Sueli Mendonça, 55, prima de Maria –ela continuava internada na semana passada. A prefeitura nega faltar leitos na unidade.

A espera de meses pelo atendimento foi o problema mais comum citado por pacientes que a reportagem abordou na porta de unidades da rede municipal, entre hospitais e postos de saúde, do Campo Limpo ao M'Boi Mirim, zona sul de São Paulo.

Em certos casos não é a cirurgia ou outros procedimentos complexos que demoram, mas a análise de exames já realizados, como conta a costureira Angela Lessa, 52. "Demora um mês, um mês e meio para o médico só olhar um exame. Até lá, se tiver alguma coisa grave", diz ela, após sair de uma consulta em uma UPA 24h (Unidade de Pronto Atendimento).

Foi o que ocorreu com o manobrista Luis Bezerra, 46. Ele diz que após sentir dores no peito e constatar pressão alta, até conseguiu atendimento rápido, mas difícil mesmo foi achar médico para conferir o exame pedido.

"Demorou dois meses. Não queriam nem deixar eu fazer os exames porque não tinha consulta agendada e o médico tinha que olhar o resultado logo depois", afirma, enquanto esperava a filha ser atendida no M'Boi Mirim.


MUITAS SIGLAS


UPA, AMA, UBS. Cada uma dessas siglas tem um significado -Unidade de Pronto Atendimento, Assistência Médica Ambulatorial e Unidade Básica de Saúde, respectivamente. A dona de casa Maria de Lourdes da Conceição, 37, se diz perdida quando precisa de atendimento. "O pior é quando você vai a um lugar e te encaminham para outro."


NOVA GESTÃO


O Corujão da Saúde, uma das principais propostas para a saúde do prefeito eleito João Doria (PSDB), não resolve os problemas, dizem pacientes ouvidos pela Folha. O programa pretende agendar exames na madrugada.

"É bom porque pode tirar o acúmulo de pessoas durante o dia. Mas eu, mulher, sozinha, não iria. Já ia chegar lá tensa", diz Sueli Mendonça. "A ideia é boa, mas tem que pensar como fazer. Ônibus à noite é difícil", diz o segurança André de Jesus, 25.




Por que vacinar os meninos contra o HPV

15/10/2016 - Época


O Ministério da Saúde anunciou na semana passada que garotos de 12 a 13 anos passarão a ser vacinados gratuitamente contra o HPV na rede pública a partir de janeiro de 2017. Serão duas doses, com intervalo de seis meses, o mesmo esquema de vacinação usado hoje para as garotas.

Jovens vivendo com HIV, de 9 a 26 anos, deverão receber três doses, com intervalo de dois e seis meses. A vacina estava aprovada para homens de 9 a 26 anos no Brasil, mas disponível apenas em clínicas particulares. Garotas são vacinadas desde 2014.

O objetivo é proteger os meninos contra uma das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) mais prevalentes, causadora das verrugas genitais.

Alguns subtipos do HPV estão diretamente relacionados a uma série de tipos de câncer que podem atingir os homens, como o de pênis, ânus, boca e garganta. Países como Austrália, Estados Unidos e Israel já imunizam meninas e meninos em seus programas nacionais de vacinação.

A associação do HPV com o câncer de colo de útero, vulva e vagina nas mulheres foi o grande disparador para o desenvolvimento de uma vacina.

Mas as evidências mostraram que a vacina também poderia proteger contra os demais tipos de câncer relacionados às práticas sexuais (sexo oral e anal), inclusive nos homens.

Uma pesquisa realizada ao longo dos últimos 11 anos com 4 mil voluntários no Brasil, no México e nos Estados Unidos, conhecida como Human papillomavirus infection in men (HIM), mostra que homens de 18 a 70 anos apresentam infecções pelo H PV com freqüências elevadas e constantes ao longo de sua vida. As taxas de infecção nos homens são superiores às das mulheres. De acordo com o estudo, 72% dos homens brasileiros apresentaram infecção pelo HPV na região genital ao longo de sua vida.

Destes, 5% desenvolveram verrugas genitais. As taxas de câncer de pênis por aqui foram três vezes mais altas do que nos Estados Unidos. Os números mais elevados acontecem entre os homens com múltiplas parceiras ou parceiros, fora de relações estáveis.

O grande desafio da vacinação entre os meninos será atingir altas taxas de cobertura. O plano é expandir gradativamente a faixa de vacinação para meninos entre 9 e 13 anos até 2020. Entre as garotas, mesmo após um grande esforço do Ministério da Saúde, apenas cerca de 45% completaram seu ciclo de vacinação.

Vacinar os meninos pode trazer o benefício adicional de diminuir o risco de transmissão do vírus para as garotas. Entretanto, para ganhar escala entre eles, é importante pensar em estratégias de parcerias com a educação, fazendo com que a vacina possa atingir um público maior do que apenas aquele que eventualmente vá aos postos de saúde.




OMS diz que epidemia de tuberculose é mais grave do que se esperava

14/10/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Com 10,4 milhões de contaminados em 2015, a epidemia de tuberculose é mais grave do que se pensava até agora, segundo relatório anual da OMS (Organização Mundial da Saúde), publicado nesta quinta-feira (13). A entidade diz ainda que as pesquisas para encontrar uma vacina ou outros tratamentos "carece de fundos suficientes".

A cifra supera amplamente a do relatório anterior, no qual havia 9,6 milhões de infectados em todo o mundo. "A luta para alcançar nossos objetivos mundiais no combate à tuberculose é cada vez mais difícil", afirmou a diretora da organização, Margaret Chan.

"Teremos que aumentar substancialmente nossos esforços sob o risco de ver países continuamente castigados por esta epidemia mortal e não alcançar nossos objetivos", ressaltou.

A meta é reduzir o número absoluto de mortes por tuberculose em 35% e de contágios em 20% até 2020 com relação aos números de 2015. O objetivo para 2030 é diminuir em 90% a quantidade de mortos por tuberculose e em 80% os infectados. Segundo a OMS, 1,8 milhão de pessoas morreram vítimas desta doença em 2015 –300 mil a mais do que no ano anterior.

A tuberculose é provocada por uma bactéria, o bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis), que na maioria dos casos se aloja nos pulmões, destruindo o órgão gradativamente. Dois em cada cinco infectados não foram diagnosticados, e por isso podem espalhar a doença, transmitida por via aérea. Além disso, meio milhão de pessoas têm formas de tuberculose resistentes aos antibióticos, segundo a organização.

Para a ONG Médicos sem Fronteiras, este relatório "é um chamado de atenção para mudar o status quo na forma de diagnosticar e tratar a tuberculose e suas formas resistentes".


ÍNDIA SUBESTIMADA


As cifras sobre as dimensões da epidemia foram revistas para cima essencialmente porque os pesquisadores se deram conta de que as estimativas da Índia, entre 2000 e 2015, eram muito baixas. Seis países representam 60% dos novos casos: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Habitualmente vinculada à pobreza e a condições insalubres, a tuberculose continua sendo uma das principais doenças mortais do mundo, embora em um período de 15 anos, o número de mortes tenha caído 22%. No entanto, para alcançar os objetivos estabelecidos pela comunidade internacional, as infecções teriam que diminuir entre 4% e 5% por ano, três vezes mais rápido do que diminuem atualmente.


FALTA DE RECURSOS


A escassez de recursos também é um problema crônico no combate à doença. Entre 2005 e 2014, os fundos disponíveis alcançaram apenas 700 milhões de dólares por ano. São necessários US$ 2 bilhões para a pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos antituberculosos, segundo o informe.

É necessário "incrementar o investimento agora ou simplesmente não conseguiremos erradicar uma das doenças mais antigas e mais mortais do mundo", disse Ariel Pablos-Mendez, um dos encarregados da agência americana para o desenvolvimento internacional, a Usaid (agência americana para o desenvolvimento internacional).




Corujão da Saúde começa em até 90 dias, diz tucano

15/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O prefeito eleito, João Doria (PSDB), também afirmou em Buenos Aires que seu projeto emergencial para zerar a fila por exames médicos na rede pública será iniciado nos primeiros dias de janeiro, assim que assumir o cargo, como ação prioritária. Na campanha, o tucano prometeu atender a demanda atual – há 417 mil na espera –, no prazo máximo de um ano com a criação do Corujão da Saúde, programa que oferecerá horários alternativos aos pacientes, entre 20h e 8h.

“Vamos colocar, a partir de 2 de janeiro, programa emergencial em curso para reduzir a fila da saúde. O corujão vai ser implementado no prazo-limite de 60 ou 90 dias”, disse.

Segundo Doria, mulheres, gestantes e idosos serão atendidos preferencialmente em dois períodos: das 20 horas às 22 horas e das 6 horas às 8 horas, todos os dias da semana, em uma rede conveniada de hospitais.

Os demais podem ser convocados para a faixa da madrugada.

Em função dos horários, guardas civis metropolitanos serão deslocados para reforçar a segurança dos hospitais.

Serão pelo menos 40 unidades privadas, de acordo com o tucano. A rede estadual também deve participar do projeto, que custará R$ 100 milhões em 2017. Esse cálculo não inclui o pagamento de transporte aos pacientes que serão convocados a participar do Corujão. Doria diz que terão de ser usadas as linhas de ônibus que funcionam de noite ou mesmo os trens, de acordo com o endereço do hospital.

O prefeito eleito espera obter ajuda federal para custear parte dos projetos na saúde. O objetivo é arrecadar ao menos R$ 40 milhões do Orçamento da União.




Mediação tenta evitar que paciente recorra à Justiça

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Mediação de conflitos entre operadoras de planos de saúde e pacientes, revisão do formato dos contratos e oferta de apoio técnico a magistrados responsáveis por julgar ações na área são algumas das medidas essenciais para enfrentar a crescente judicialização da saúde suplementar, segundo especialistas e autoridades presentes no Summit Saúde Brasil 2016.

De acordo com os ministros Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a urgência declarada nas demandas judiciais por tratamentos e medicamentos geralmente leva o magistrado a dar parecer favorável ao paciente, mesmo quando o procedimento não está previsto em contrato. Mas o ideal, dizem eles, é que o juiz fosse assessorado por especialistas na área médica para dar a decisão.

“Se existe um setor que leva o juiz a fazer escolhas trágicas, esse setor é a saúde”, afirmou Fux. “Os juízes são seres humanos.

A palavra sentença vem de sensibilidade, mas precisamos ter subsídios técnicos, saber se um remédio é eficiente, se traz esperança, para que possamos ter um critério para embasar as decisões”, disse.

Para Salomão, é preciso criar e fortalecer fóruns de apoio técnico dentro de cada tribunal de justiça do País. “É tudo muito incipiente ainda. Só agora que a visão do juiz está começando a mudar. Ele está vendo o impacto econômico das suas decisões para os outros consumidores”, afirmou o magistrado.

Presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), Alessandro Acayaba de Toledo explicou que o aumento de gastos das operadoras com o cumprimento de demandas judiciais pode levar à elevação do valor da mensalidade de todos os beneficiários do plano.

“Na judicialização, há interesses individuais que, por vezes, acabam levando ao pedido de cobertura de procedimentos não previstos em contrato. Quando isso acontece, uma pessoa acaba prejudicando toda a coletividade”, diz Toledo, que defende a criação de varas especializadas em saúde que possam julgar o tema de forma mais precisa.


CONTRATOS


O ministro do STJ ponderou que, como a jurisprudência tem caminhado no sentido de obrigar o plano a oferecer todos os tratamentos disponíveis para as doenças cobertas pelo convênio, o ideal seria que os contratos fossem renegociados com a inclusão de todos os procedimentos ofertados e a respectiva atualização do valor.

“É preciso repensar esse equilíbrio do contrato porque, hoje, a operadora cobra um valor com base no que ela dá de tratamento, mas existem situações que os tratamentos estão avançando e a jurisprudência vem concedendo esses tratamentos.

Isso tudo tem de estar contemplado no próprio sistema econômico do contrato. A agência reguladora tem de chamar a operadora e os clientes para discutir essa questão.” O diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, disse que o órgão já vem adotando alguns mecanismos de resolução de conflitos para evitar que os pacientes cheguem até a Justiça.

De acordo com Abrahão, das 100 mil reclamações recebidas no ano passado pela agência, cerca de 90% foram resolvidas na esfera administrativa, com a mediação da ANS. Ele ressaltou ainda que o órgão editou normas obrigando as operadoras a criar e fortalecer suas ouvidorias e fez acordos de cooperação técnica com órgãos do Judiciário.

“Estamos buscando o fortalecimento da participação social no processo regulatório.

Esse é um setor de mutualismo, onde temos de pensar na qualidade do serviço, mas também na sustentabilidade”, opinou.

Reportagem do Estado publicada em maio mostrou que o gasto das operadoras com demandas judiciais dobrou em dois anos, passando de R$ 558 milhões em 2010 para R$ 1,2 bilhão no ano passado, segundo estimativa da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).




Com internet, idoso vive mais e melhor

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e do número de idosos no País, não bastam políticas de prevenção de doenças – já que elas acabarão aparecendo para todos no processo de envelhecimento mais cedo ou mais tarde. É preciso pensar em como levar qualidade de vida e independência aos mais velhos, e o uso da internet pode ser uma poderosa ferramenta nesse processo.

Estudo feito por pesquisadores brasileiros e ingleses com mais de 6 mil idosos acompanhados por um período de oito anos mostrou que a chamada digital literacy (educação ou treinamento digital) reduz as perdas cognitivas e, consequentemente, o risco de morte na terceira idade. A pesquisa foi citada pelo geriatra Luiz Roberto Ramos, diretor do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para exaltar a importância dessa e de outras atividades que ajudam a manter a funcionalidade dos idosos.

“Hoje 30% da população idosa convive com cinco ou mais doenças crônicas. Com esse novo paradigma, não devemos buscar o êxito pela cura, mas pela qualidade de vida. E o que vai definir isso são os hábitos e o estímulo à função cognitiva”, disse Ramos durante o Summit Saúde Brasil 2016.

Fundador do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles afirmou que, apesar da importância da inclusão digital na terceira idade, apenas um quarto da população brasileira com mais de 50 anos acessa a internet, a maioria das classes A e B. “Nos últimos anos, houve uma mudança importante sobre o que significa envelhecer. Estamos em uma sociedade em que os brasileiros querem continuar ativos, mas isso requer mudanças no mercado de trabalho e um programa de democratização de acesso à internet.” Luiz Roberto Ramos explicou que o processo de envelhecimento da população brasileira ocorreu de forma muito mais rápida do que nos países da Europa.

Enquanto as nações europeias levaram 180 anos para registrar significativas reduções das taxas de mortalidade precoce e de fecundidade, o Brasil passou pela mesma transformação em apenas 90 anos. “As causas de mortalidade passaram de doenças infecciosas, que pedem tratamentos rápidos e baratos, para problemas crônicos, que exigem tratamentos longos e mais caros”, afirmou o geriatra. “É aí que entra a necessidade de olharmos mais para a alimentação saudável, o combate ao sedentarismo e ao tabagismo, a redução do estresse e os estímulos à função cognitiva dos idosos.” Recursos. Economista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Áquilas Mendes ressaltou que os insuficientes recursos aplicados na saúde pública brasileira dificultam a implementação de políticas de prevenção e promoção da saúde do idoso. “Hoje, a União gasta 1,7% do PIB com saúde. Para garantirmos a universalidade da assistência, esse porcentual teria de dobrar, pelo menos.” Se o cenário já parece desanimador, pode ficar ainda pior, segundo o especialista, com a aprovação da PEC 241, que limita os gastos públicos por duas décadas. Estimativa feita por pesquisadores brasileiros mostra que, nos 20 anos em que a regra pode ficar em vigor, a Saúde perderia R$ 433 bilhões – o equivalente ao orçamento de quatro anos do Ministério da Saúde. Estudo do Ipea, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, mostra um quadro mais assustador com as perdas chegando a até R$ 743 bilhões “Como vamos garantir o investimento em políticas para evitar que os idosos percam capacidades diante dessas agruras econômicas?”, questionou o especialista. Mendes defendeu que, em vez de propor a PEC, o governo deveria criar mecanismos para aumentar as receitas tributando grandes movimentações financeiras.




Qualidade de vida em primeiro lugar

13/10/2016 - Época Negócios


COM UM PORTFÓLIO de 14 mil medicamentos e outros itens de saúde e a beleza, quatro lojas físicas, um televendas e a maior operação de e-commerce do setor farmacêutico no Brasil, a rede Ultrafarma associa cada vez mais a marca a práticas e valores considerados essenciais para a qualidade de vida das pessoas, como superação e bom humor. Além dos contratos assinados com a seleção brasileira de futebol e com o jogador Neymar, buscou visibilidade com o camarote Ultrafarma, na Olimpíada do Rio de Janeiro, e contratou o maestro João Carlos Martins para reforçar a imagem de empresa preocupada com a superação de obstáculos. Suas principais mensagens chegam por meio de campanhas tradicionais no rádio, internet e televisão.




Adjunto da Saúde estadual é favorito para pasta de Doria

14/10/2016 - Folha de S.Paulo


O médico Wilson Pollara, 67, secretário-adjunto da pasta da Saúde do Estado de São Paulo, é o nome mais cotado para assumir a secretaria de Saúde municipal em janeiro do próximo ano,na gestão de João Doria (PSDB), prefeito eleito da cidade.

Graduado pela Faculdade de Medicina da USP em 1973, ele é pós-graduado em cirurgia geral.Desde 1988, exerce cargos ligados à administração hospitalar, convênios e área da saúde em geral.

Exerceu a função de coordenador-geral de cirurgia no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (2008 a 2011) e de diretor-executivo do Instituto Central do Hospital das Clínicas (2011 a 2013).

A indicação tem aval do infectologista David Uip, secretário titular da Saúde da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e amigo de Doria.

Procurado pela Folha,Uip afirma que Pollara é um dos bons nomes para a pasta da Saúde municipal, mas diz que ainda não conversou com o prefeito eleito sobre isso.

Para ele,a partir de janeiro, deverá haver maior entrosamento entre as gestões municipal e estadual da Saúde, o que ajudará na integração total do sistema público.


OUTROS NOMES


Outros três nomes também estão sendo citados nos bastidores médicos: ourologista Milton Flavio, ex-presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, o cirurgião gástrico Raul Cutait, do Hospital Sírio-Libanês,e o oftalmologista Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein.

Lottenberg,porém, deve se tornar o novo CEO da United Healthcare Brazil, dona da Amil, em substituição ao fundador da operadora de planos de saúde, Edson Bueno.

O mandato como presidente do Einstein,posto que ocupou nos últimos 15 anos, termina em dezembro deste ano.

A equipe de transição começa a trabalhar na próxima segunda (17),e os secretários devem ser anunciado em novembro pelo novo prefeito.

Doria prometeu, em campanha, reduzir o número de secretarias de 27 para 20. Ele jáafirmou,também, que criará uma pasta voltada para PPPs (parcerias público-privadas) e outra paraadigitalização dos serviços públicos e ampliação do acesso à internet, que deverá ser comandada pelo vereador eleito Daniel Annenberg (PSDB).




Governo de SP pode enfrentar greve de médicos residentes por reajuste

14/10/2016 - Folha de S.Paulo


O governo de SP pode enfrentar greve dos 6.300 residentes que trabalham na área da Saúde no Estado. Por determinação do Ministério da Saúde e do MEC, eles tiveram, ainda no governo de Dilma Rousseff, reajuste de 11,9% do salário. O governo paulista, no entanto, não pagou o aumento.


DE VOLTA


David Uip enviou na ocasião carta aos ministros dizendo que o aumento não tinha sido discutido com os Estados e que, portanto, se quisessem, os ministérios que arcassem com as despesas extras. Elas chegariam a R$ 28 milhões.




Tecnologia a serviço da saúde

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O sistema brasileiro de saúde sempre foi alvo de duras críticas. Mais do que a escassez de recursos, na opinião de especialistas, falta uma gestão eficiente. E, se somarmos os dois fatores, com muita frequência terminamos na Justiça, com o paciente brigando pelo direito de receber tratamentos negados, ora pelo sistema público, ora pelo sistema privado. “Se existe um setor que leva o juiz a fazer escolhas trágicas, esse setor é a saúde”, afirmou Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal.

O ministro foi uma das autoridades presentes no Summit Saúde 2016, evento realizado pelo Estado. O encontro reuniu também médicos, estudiosos e acadêmicos, e todos foram unânimes em apontar a iminente falência do sistema de saúde, como conhecemos hoje, se nada for feito. A opinião comum é que o cenário pode piorar com a aprovação da PEC 241, que limita os gastos públicos por duas décadas – incluindo saúde e educação.

Falando na abertura do evento, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, descartou que o orçamento de sua pasta sofrerá cortes. “A PEC é o limite de gastos globais do governo.

Dentro desse gasto global, o governo terá prioridades.

Saúde e Educação não terão redução de recursos.” Em meio a esse debate, o sistema vai ganhando inovações tecnológicas que podem ajudar a mudar o cenário atual. Não apenas as grandes empresas de tecnologia, mas também startups, trabalham para oferecer ferramentas que consigam integrar as informações do nosso sistema de saúde, ajudando, assim, a cortar custos.

Renato Policano, da Microsoft, ressaltou a possibilidade do uso do big data para melhorar a eficiência operacional e financeira dos provedores de saúde. Eduardo Cipriano, da IBM, falou da importância da tecnologia cognitiva, que significa uma revolução na tecnologia da informação. Também avançam formas alternativas de oferecer atendimento médico. “As pessoas não querem luxo, querem ser atendidas”, disse Thomaz Srougi, fundador do Dr. Consulta, empresa que tem como proposta oferecer atendimento médico de qualidade por baixo custo.

Neste caderno, o debate, as inovações e alguns bons resultados alcançados.




Menos tratamento, mais prevenção e diagnóstico

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Tirar o foco da doença e coloca-lo na saúde e oferecer um cuidado integrado ao paciente são as chaves para que os sistemas de saúde sejam bem-sucedidos diante das crescentes mudanças demográficas, epidemiológicas e tecnológicas. O diagnóstico foi feito por Greg Caressi, vice-presidente sênior de healthcare da consultoria Frost & Sullivan, uma das maiores do mundo, durante o Summit Saúde Brasil 2016.

De acordo com o especialista, os avanços na tecnologia vão alterar desde métodos diagnósticos até a forma como o paciente é tratado. Ele deu como exemplos testes já disponíveis no mercado que são capazes de diagnosticar doenças infecciosas em poucos minutos, a um baixo custo e com a possibilidade de envio do resultado por meio de um aplicativo no celular. Essas técnicas, diz ele, podem, além de trazer praticidade para a medicina, revolucionar a assistência à saúde em locais pobres, como a África, onde os atendimentos médicos costumam ter estrutura precária.

“Esse é o tipo de inovação que precisamos. E isso tem de ser apresentado ao médico desde sua formação. Os jovens de hoje, que estão se graduando em medicina, fazem parte de uma geração que já está acostumada com essa conectividade.

Temos de aproveitar”, afirmou.

Caressi também destacou que, com o aumento da incidência de doenças crônicas, os pacientes necessitam de um cuidado mais integrado em diversas esferas. “O tratamento das doenças crônicas deverá passar da abordagem fragmentada vista hoje para uma solução mais integrada e focada no consumidor”, declarou.

O vice-presidente da Frost & Sullivan afirmou que ganharão espaço nesse novo modelo o uso e análise de dados e estatísticas para definir ações de saúde e a oferta de tecnologias mais baratas e acessíveis aos consumidores. “Deveremos assistir a um empoderamento dos indivíduos”, disse.




Judicialização, um mal necessário?

14/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Anualmente, milhares de novos casos de câncer são diagnosticados no Brasil e, segundo estudo realizado pelo Observatório de Oncologia, a doença será a maior causa de morte no Brasil em 2029, ultrapassando as doenças cardiovasculares.

Dentre as explicações está o processo de envelhecimento da população – hoje 12% dos brasileiros têm mais de 60 anos, porcentual que deverá subir para 30% em três décadas. Vale ressaltar que a faixa etária que mais cresce no País é aquela de mais de 80 anos.

Mas para que esse aumento da expectativa de vida da população não se torne um peso, temos de nos preparar com políticas educacionais e de saúde.

A indústria farmacêutica, antenada a esse cenário, vem investindo fortemente em pesquisas e inovação e, consequentemente, a cada dia, apresenta um arsenal de drogas no mercado, aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Mas, para ter acesso a tanta inovação, não são raros os casos que necessitam do fenômeno judicialização, um dos maiores gastos da saúde hoje.

Dessa forma, temos um grande desafio: equilibrar a medicina, a política e a economia em saúde, afinal, nosso sistema tem recursos finitos.

A assistência à saúde é um direito de todos e um dever do Estado, segundo a Constituição Federal do Brasil, mas como o sistema público não é suficientemente eficaz para atender todos os cidadãos, ele permite que a saúde suplementar, que contempla 50,6 milhões de beneficiários, cerca de 25% da população, faça esse papel.

Nessa visão, muitos cidadãos buscam nos planos de saúde a principal alternativa para garantir acesso ao tratamento, que podem ser por planos coletivos ou individuais. Na maioria dos casos, paga-se um valor alto por um bom plano de saúde – e não podemos esquecer de dizer que idosos, muitas vezes, chegam a entregar sua aposentadoria por inteiro para ter acesso a um hospital particular via plano.

Para regulamentar esse mercado foi sancionada, em junho de 1998, a Lei 9.656. Dois anos depois, foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

A ANS é hoje o órgão fiscalizador e controlador dos planos de saúde que vem apresentando um excelente trabalho, garantindo que as operadoras de saúde não qualificadas sejam banidas do mercado e estabelecendo um rol de coberturas mínimas, garantindo um mínimo essencial para o usuário.

Com essas ações, a saúde suplementar avançou muito na área da oncologia, como por meio da incorporação dos quimioterápicos orais, da inclusão de exames e procedimentos de alta complexidade, coberturas para transplante de medula óssea e incorporação de novas tecnologias a cada dois anos.

Temos de reforçar que, se não fosse a regulação da ANS, dependeríamos da vontade da operadora de saúde em atender seus usuários, o que poderia aumentar o número de pacientes que teriam de recorrer à Justiça para ter acesso a tratamentos.

Dentre as principais dificuldades enfrentadas pelos pacientes em relação às suas operadoras de saúde estão: negativas de coberturas/atendimentos (exames, cirurgias, quimioterapias, radioterapias), rede de atendimento insuficiente, com poucas opções de laboratórios e clínicas especializadas, além da mudança de clínicas especializadas durante o tratamento, devido ao descredenciamento de serviços pelo plano.

A Abrale, por meio do seu departamento de apoio ao paciente, recebe todos os dias inúmeros de casos assim. Nossos pacientes, mesmo que pagando por uma saúde melhor, acabam enfrentando essas e outras dificuldades durante o processo de tratamento, que, cá entre nós, já é bastante doloroso.

Buscando melhor solução, criamos a cartilha Direitos dos Pacientes, com informações completas sobre as garantias dadas aos usuários de convênios médicos, e também a cartilha Planos de Saúde, que explica de forma aprofundada e com uma linguagem simples como a saúde suplementar funciona no Brasil, garantindo informações essenciais como: o que deve ser considerado antes de contratar um bom plano de saúde? O que fazer em casos de negativas de coberturas? Como buscar acordos extrajudiciais? E, em último caso, como entrar na Justiça em situações que a conciliação não deu resultado? Ainda temos muito que avançar.

É preciso garantir um teto de reajuste para os planos coletivos, pois hoje só temos para planos individuais, o que tem levado esse tipo de plano quase à extinção; garantir que as operadoras cumpram com o fornecimento dos medicamentos e procedimentos estabelecidos no rol, sem ser preciso buscar a via judicial; estabelecer um critério de exceção que permita que, em alguns casos, a incorporação de droga órfã ocorra anualmente.

Por esses motivos é que a criação dos planos populares, proposta pelo atual ministro da Saúde, vai contra tudo o que foi construído até hoje em matéria de regulação da saúde privada. Comercializar planos que não garantam o atendimento ao paciente nem sequer atendam ao rol de cobertura mínima fere o princípio da finalidade da assistência à saúde.

Varias associações de pacientes, como também o Conselho Nacional de Saúde, repudiam essa medida do atual governo. Trata-se de mais um retrocesso à saúde no Brasil.




ANS registra redução de 1 milhão de contratos de planos de saúde

13/10/2016 - G1 - Jornal Nacional


O trabalhador desempregado também fica sem o plano de saúde da empresa. Um levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar mostrou uma redução de mais de um milhão de contratos.

Primeiro, a péssima notícia da demissão. Depois, a administradora de empresas Sabrina Aguirre ainda descobriu que não poderia continuar com o plano de saúde da empresa. O marido e a filha de 1 ano eram dependentes dela.

“Qualquer procedimento a gente vai ter que arcar com o particular. Para hoje não tem plano nenhum”, disse Sabrina.

O trabalhador demitido, sem justa causa, perde o direito de permanecer no plano de saúde empresarial em duas situações: no benefício coparticipativo, quando paga um percentual do valor de cada procedimento; e no plano em que a empresa arca com o valor total do benefício. O funcionário ainda perde o direito ao plano quando pede demissão.

Só há um caso em que o trabalhador demitido, sem justa causa, pode permanecer no plano de saúde empresarial: quando paga uma parte da mensalidade e o valor é descontado no contracheque. A cobertura para consultas, procedimentos e internações não muda, mas a conta, que antes era dividida com a empresa, passa a ser paga integralmente pelo beneficiário.

Isso vale para os planos contratados a partir de 1999. O prazo para ter acesso aos serviços depois do desligamento varia de acordo com o tempo de trabalho e é limitado ao mínimo de seis meses e ao máximo de dois anos.

Quem perdeu o plano de saúde pode contratar, por exemplo, um plano individual, que costuma ser mais caro que o empresarial. Outra opção, é o plano coletivo, oferecido por associações de classe e sindicatos. Nesse caso, o Procon alerta para ficar de olho nos reajustes.

“Primeiro que ele verifique quantos são os segurados, porque quanto maior o número de segurados, melhor. Procurar saber, historicamente, quais os reajustes que esse plano sofreu. É o contrato que determina o reajuste, e não a Agência Nacional de Saúde Suplementar”, explicou Marcelo Barbosa, do Procon - Assembleia Legislativa de Minas.

Engenheira desempregada, Andrea Oliveira teve direito ao plano de saúde da empresa. Mas o prazo está acabando e agora ela aderiu a um plano de um conselho de classe.

“Se ele não me atender eu tenho como, pelas cláusulas, cancelar o plano, mas é o que me atendeu hoje por estar desempregada”, disse Andrea.




Entrevista: Conheça os direitos das portadoras de câncer de mama

13/10/2016 - Portal EBC


A campanha Outubro Rosa visa conscientizar e prevenir as mulheres contra o câncer de mama. A descoberta da doença e o tratamento são etapas importantes e difíceis.

As trabalhadoras portadoras do tumor devem ficar atentas e buscar informações, pois há uma série de direitos trabalhistas e benefícios previdenciários que podem ser requeridos.

Nesta entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, a advogada com especialização em Direito de Saúde, Sivone Da Silva, explica : “Qualquer trabalhador portador da neoplasia maligna, denominado câncer, pode sim, dirigir-se a uma Caixa Econômica Federal (CEF), qualquer agência em sua cidade, e solicitar o resgate dos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que está la disponível, além do saque do PIS/PASEP”

Ela explica como agir juridicamente para fazer valer o direito de fazer exames preventivos, principalmente a mamografia.




Suplementos de cálcio podem causar danos ao coração, diz estudo

13/10/2016 - O Globo


Em um novo estudo que alerta para a grande diferença entre obter nutrientes naturalmente ou através de pílulas, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, EUA, descobriram que dietas ricas em cálcio podem ser benéficas para o coração, mas a ingestão exagerada do mineral por meio de suplementos eleva o risco de acúmulo de placas nas artérias (aterosclerose) e danos ao órgão. Segundo os cientistas, uma das principais motivações da investigação foram justamente pesquisas anteriores indicando que o cálcio dos suplementos não chegava aos ossos nem era totalmente excretado na urina dos consumidores, o que implica que ele deveria se acumular em alguma parte do corpo.

Assim, a distinção entre a absorção e os efeitos na saúde dos nutrientes dependendo de sua fonte ganha ainda mais importância diante de levantamento recente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Para Fins Especiais e Congêneres (Abiad). Ele revelou que 54% dos lares brasileiros abrigam ao menos um indivíduo que toma algum tipo de suplemento. E embora as vitaminas liderem a lista, com 48% do consumo, os minerais, como o cálcio, ficam em segundo lugar no consumo, com 22%, à frente de substâncias extraídas de plantas, com 19%. Já nos EUA, o Instituto Nacional de Saúde estima que 43% da população adulta toma suplementos com cálcio, inclusive mais da metade das mulheres acima de 60 anos, a maioria sem orientação médica, por acreditar que assim podem se prevenir da osteoporose.

— Quando o assunto é o uso de suplementos de vitaminas e minerais, particularmente de cálcio para a saúde dos ossos, muitos americanos acham que quanto mais é sempre melhor — resume Erin Michos, vice-diretora de cardiologia preventiva e professora da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, uma das autoras do estudo, publicado esta semana no periódico “Journal of the American Heart Association”. — Mas nosso estudo oferece evidências de que o excesso de cálcio na forma de suplementos pode prejudicar o coração e o sistema vascular.


ALIMENTOS SÃO A FONTE MAIS SEGURA


Na pesquisa, os cientistas acompanharam 2,7 mil dos cerca de 6,8 mil voluntários do Estudo Multiétnico da Aterosclerose (Mesa, na sigla em inglês), projeto de longo prazo financiado pelo governo americano para investigar este que é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas. Com idades que variavam de 45 a 84 anos quando do início do estudo, em 2000, os participantes responderam na época um extenso questionário sobre seus hábitos alimentares, o que permitiu avaliar quanto cálcio ingeriam a partir do consumo de alimentos como laticínios, verduras e outros alimentos ricos ou enriquecidos com o mineral, como cereais matinais.

Separadamente, os pesquisadores também fizeram um inventário dos remédios e suplementos que cada um dos voluntários tomava diariamente. Por fim, eles foram submetidos a exames de tomografia computadorizada para medir sua taxa de cálcio nas artérias coronárias, um marcador de risco de desenvolvimento de doenças no coração. No início do estudo, 1.175 dos participantes apresentavam alguma formação de placas nas suas artérias coronárias nos exames. Estes foram repetidos em todos os participantes dez anos depois, para avaliar se as placas haviam aumentado, diminuído ou aparecido nos que estavam livres delas.

Na análise, os pesquisadores inicialmente dividiram os voluntários em cinco grupos baseados no total de cálcio que ingeriam, seja por meio da dieta ou através de suplementos. Depois de ajustarem os dados de acordo com a idade, sexo, etnia, prática de exercícios, tabagismo, educação, peso, uso de álcool, pressão sanguínea, glicemia e histórico médico familiar dos participantes, os cientistas separaram os 20% deles com maior consumo total de cálcio, acima de 1,4 grama por dia. Os cálculos mostraram então que este subgrupo tinha 27% menos chances de desenvolver problemas no coração indicados pelo marcador de cálcio nas artérias coronárias do que os 20% dos voluntários com menor ingestão do mineral, abaixo de 400 miligramas diários.

A seguir, no entanto, os pesquisadores decidiram se focar nas diferenças entre aqueles cujo cálcio vinha apenas da dieta daqueles que obtêm o mineral por meio dos suplementos, consumidos por 46% dos integrantes do estudo. Novamente levando em conta as mesmas diferenças demográficas e de estilo de vida que também podem influenciar no desenvolvimento de problemas cardíacos, como na análise anterior, os cientistas descobriram que os usuários dos suplementos tinham uma chance 22% maior de verem suas taxas de cálcio nas artérias coronárias subirem ao longo da década.

— Há claramente algo diferente em como o corpo usa e responde aos suplementos frente à ingestão pela dieta que os torna (os suplementos) mais perigosos — comenta John Anderson, professor emérito de nutrição da Universidade da Carolina do Norte e coautor do estudo. — Pode ser porque os suplementos contêm sais de cálcio, ou pode ser que isso aconteça por se tomar uma grande dose de uma vez que o corpo não seja capaz de processar.


CIENTISTAS RECOMENDAM CAUTELA


Já entre os participantes que tinham a maior ingestão de cálcio exclusivamente por meio da dieta, com mais de 1.022 miligramas por dia, os pesquisadores não observaram nenhum aumento na taxa de cálcio nas artérias coronárias, e consequentemente do risco de desenvolver problemas cardíacos de acordo com este marcador, nos dez anos do estudo.

— Baseados nestas evidências, podemos dizer a nossos pacientes que não parece haver qualquer risco em ter uma dieta saudável para o coração que inclua alimentos ricos em cálcio, e que talvez isso até seja benéfico para o coração — conclui Erin. — Mas os pacientes devem realmente discutir com seus médicos planos de tomar suplementos de cálcio para definir qual seria a melhor dosagem ou mesmo se realmente precisam deles.

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.