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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 10/10/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Fux diz que STF vai limitar ações por remédios

08/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse ontem acreditar que a decisão da Corte sobre a oferta de medicamentos de alto custo pela rede pública não deverá ser no sentido de obrigar o Estado a dar tudo a todos. Em julgamento iniciado em setembro e ainda sem data para terminar, o Tribunal avalia a obrigatoriedade do governo em fornecer remédios que não constam da lista do SUS ou que não tenham registro no País.

Segundo Fux, o STF deverá estabelecer critérios para o fornecimento de remédios pela rede pública. “Não (será tudo para todos). Vai ser uma solução sob medida. O Supremo será o artesão na solução desse caso. Vai ser uma decisão de alfaiate”, disse ele na tarde de ontem, após participar de painel sobre judicialização no Summit Saúde Brasil, evento promovido pelo Estado em São Paulo.

Fux afirmou não poder adiantar o voto que defenderá no julgamento, mas antecipou seu entendimento.

“Sou a favor de uma fórmula que faça prevalecer o direito fundamental do cidadão à saúde, que está na Constituição.

Mas acho que o Supremo vai estabelecer critérios. Há casos excepcionais que merecem soluções excepcionais”, afirma. Já votaram os ministros Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, todos no sentido de autorizar o fornecimento só em casos excepcionais.

Também presente no Summit, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse ter certeza de que o Supremo terá “bom senso na decisão”, mas afirmou que o gasto com compra de remédios de alto custo acima do previsto em orçamento poderá desestruturar o sistema público.

“Nós vamos cumprir as decisões, como temos feito, apenas que isso desestrutura todo o nosso sistema e, se as decisões forem muito exigentes, desestruturam outros sistemas do governo, que terão de socorrer à Saúde”, afirmou.

Barros disse ainda que o governo federal tem como meta restabelecer em um ano o financiamento de serviços do SUS que deixaram de receber recursos da União, o que já resulta numa dívida de R$ 3,5 bilhões com Estados e municípios. “O governo já reconheceu que esses serviços estão funcionando, mas não publicou a portaria que permite o pagamento mensal do aporte de cofinanciamento do governo federal”, disse Barros, justificando a situação à falta de caixa da União.


ZIKA


O ministro afirmou que, após quase um ano de atraso, a compra de repelentes para distribuição entre gestantes do Bolsa Família para a proteção contra o vírus zika finalmente está sendo feita. Ele não informou quantas mulheres serão beneficiadas, mas disse que a distribuição do produto começará em novembro. Serão investidos R$ 300 milhões por ano.




Direitos continuam

07/10/2016 - Guia da Farmácia


Ampliar o acesso da saúde a toda população nacional, oferecendo medicamentos para as doenças mais comuns no País, de forma gratuita ou com desconto. Foi com esse intuito que nasceu o Programa Farmácia Popular, ação que completa 12 anos em 2016 e traz números bastante satisfatórios.

Somente a rede própria disponibiliza 112 itens - entre analgésicos, anti-hipertensivos, medicamentos para diabetes, colesterol, gastrite e outros -, oferecidos gratuitamente ou que são dispensados pelo seu valor de custo, representando até 90% de abatimento.

Em 2006, a oferta aumentou com a expansão do Programa para a rede privada. Denominada Aqui Tem Farmácia Popular, esta modalidade disponibiliza 14 medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma. Medicamentos para outras quatro doenças, incluindo rinite, doença de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de contraceptivos e fraldas geriátricas, podem ser adquiridos com até 90% de desconto.

Atualmente, o Programa Farmácia Popular conta com 35.179 estabelecimentos, sendo 520 da rede própria e 34.659 da rede credenciada, que beneficiam 4.486 municípios. Nos últimos três anos, segundo informou o Ministério da Saúde (MS), foram investidos mais de R$ 5,7 bilhões no Farmácia Popular. A ação Saúde Não Tem Preço (braço do Aqui Tem Farmácia Popular que proporciona, desde 2011, gratuidade nos medicamentos para o tratamento de hipertensão, diabetes e asma) gerou uma ampliação do número de pessoas beneficiadas pelo Programa, passando de 1,2 milhão em janeiro de 2011 (período anterior à gratuidade) para mais de 9,8 milhões de pacientes atendidos para todas as patologias em julho de 2016, o que representa crescimento de 679%. Do total de pacientes atendidos, aproximadamente 7,1 milhões são hipertensos e três milhões são diabéticos. Em uma década, o governo investiu R$ 10,4 bilhões no pagamento do Programa.

Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), de 2007 a 2015, a média de clientes atendidos mensalmente pelo Aqui Tem Farmácia Popular nas farmácias associadas à entidade passou de 335 mil para 1,9 milhão. Em todo o ano passado, mais de 22 milhões de brasileiros foram beneficiados e o número de unidades comercializadas atingiu 58,8 milhões, contra oito milhões do primeiro ano da ação.

"O Farmácia Popular é um dos programas governamentais com maior credibilidade entre a população. E a parceria do poder público com a iniciativa privada só corroborou essa aceitação, ao facilitar o acesso a medicamentos e impedir que a população interrompa seus tratamentos de saúde, especialmente para combater doenças crônicas, como diabetes e hipertensão", observa o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

O diretor presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, também aprova o Programa. "É uma ação de inclusão, que traz acesso à população a um grupo importante de medicamentos", afirma o especialista, acrescentando que, hoje, mais de três mil farmácias associadas à entidade participam do Programa.


GARANTIA ATÉ O FIM DE 2016


Entre o fim de 2015 e o início deste ano, o Farmácia Popular, considerado uma grande conquista da população, pareceu correr sérios riscos. De acordo com Mena Barreto, a proposta orçamentária do governo federal previa a extinção da verba para o co pagamento, mantendo apenas o sistema de gratuidade. O custeio acabou sendo mantido por meio de emenda no Congresso Nacional, que garantiu ao menos RS 400 milhões a essa modalidade.

Alheio à aprovação da emenda, segundo Mena Barreto, o MS começou a discutir a redução no valor de referência dos medicamentos a partir do mês de fevereiro deste ano, tornando praticamente inviável a manutenção do Programa pelas redes privadas.

"Além deste valor nunca ter sido reajustado ao longo de todos estes anos, mesmo com a inflação corroendo margens e com o aumento galopante de custos, o governo insiste em reduzir o valor pago às farmácias, que já está abaixo do aceitável há muito tempo. E para piorar, nada menos que 13 estados resolveram aumentar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos medicamentos, alegando perda de arrecadação", disse o executivo da Abrafarma.

No entanto, o MS não confirma o final do Programa ou extinção dos medicamentos oferecidos. Em nota, ele esclareceu que o Farmácia Popular continua funcionando regularmente, tendo garantido orçamento para este ano na ordem de R$ 3,2 bilhões. O órgão reforçou, ainda, que houve um crescimento de 14% no orçamento do Programa Farmácia Popular do Brasil, passando de R$ 2,8 bilhões, em 2015, para R$ 3,2 bilhões em 2016. No ano de 2014, o orçamento era equivalente a R$ 2,3 bilhões.


ENTRAVES PARA O CRESCIMENTO


A burocracia do sistema público prejudica um acesso ainda maior aos medicamentos do Programa, na visão de Mena Barreto. Segundo ele, os problemas contemplam, por exemplo, prescrições preenchidas de forma incompleta pelo médico.

"Em pelo menos 30% dos casos, principalmente nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), o médico não coloca a idade/endereço do paciente na prescrição, uma exigência do Programa. Depois de meses tentando uma consulta, o paciente vai à farmácia e as redes privadas são obrigadas a não atendê-lo, sob pena de exclusão do Programa por um simples detalhe como esse", exemplifica.

Para Mena Barreto, outro problema é a necessidade de retornar à farmácia a cada 30 dias. "Para que complicar a vida do usuário, que já sofre em razão da falta de acesso, com detalhes que podem ser resolvidos com boa vontade? Para o cliente e à imagem do Programa, a frustração causada pelo excesso de burocracia é um desastre", contesta.

A solução, já apresentada pela Abrafarma ao MS, seria dar mais poder para o farmacêutico, que poderia preencher os dados faltantes no ato da compra.

O assessor da diretoria do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sincofarma/SP), Juan Carlos Becerra Ligos, também enxerga algumas formas de melhorias ao Programa, que, na visão dele, poderia ser revisado no que diz respeito às pessoas contempladas.

Para ele, apesar de o Farmácia Popular ter um lado social muito positivo, já que ajuda a melhorar, sensivelmente, a qualidade de vida das pessoas, o Farmácia Popular deveria ser destinado apenas àqueles que, de fato, não têm renda para arcar com o tratamento.

"Sinto-me incomodado em oferecer, de graça, medicamentos para aqueles que podem pagar. Essa regra faz com que o medicamento possa faltar para aqueles que, de fato, precisam do Programa. Se aqui no País temos recursos escassos, dever-se-ia canalizá--los a quem não tem acesso", lamenta o executivo.

Ele também acredita que o Programa deveria garantir, junto com ele, mais assistência da classe médica, para que os medicamentos sejam utilizados corretamente. "Pouca diferença faz a receita sem que se entenda como se realiza o tratamento em questão. A informação e assistência são tão ou mais importantes do que o medicamento em si", alerta o especialista.

Em relação às farmácias participantes, o executivo do Sincofarma/SP também enxerga alguns entraves, já que os produtos do Programa constituem uma venda que se torna cara para o varejo, por uma série de motivos. "Demora-se o triplo de tempo para a venda ser realizada, quando comparado a um produto fora do Programa. Afinal, é exigida uma série de requisitos antes de dispensar os medicamentos", diz.

Além disso, segundo Ligos, os documentos gerados para a dispensação desses medicamentos precisam ser arquivados pela farmácia por um período de cinco anos, exigindo um espaço do estabelecimento para este fim.

Ligos também lembra que, para as farmácias participantes, a adaptação pode ser difícil. "Existe uma série de exigências, como softwares que precisam passar por um período de testes. Aliás, muitas lojas precisam pagar por um serviço mensal de empresas especializadas que fazem essa interface e garantem o funcionamento do sistema", lembra.

Mas apesar de todo esse gasto, nem sempre esse negócio apresenta vantagens ao varejista. Aliás, segundo Ligos, mais recentemente, o repasse do valor dos medicamentos do governo às farmácias participantes tem sofrido grande atraso.

"Pelo regulamento, o pagamento deveria ser feito em até 45 dias. No entanto, na prática, esse repasse tem sido feito em 90 dias, o que acaba desestimulando pequenas e médias empresas a continuar na ação", queixa-se.


LIVRE-SE DE IRREGULARIDADES


As farmácias que participam do Aqui Tem Farmácia Popular podem passar por uma série de problemas que colocam em risco a inclusão dessas empresas no programa. O CEO presidente da MSD Assessoria Empresarial e Financeira, Mareio Duque, afirma que algumas farmácias de diversas cidades do Brasil têm recebido um ofício da Secretaria de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), informando o bloqueio das vendas do programa, por determinação do Ministério Público Federal e o encaminhamento para o Departamento Nacional de Auditoria (Denasus), para averiguação de irregularidades. Entre elas, são comuns, por exemplo, as oscilações bruscas nas vendas, algo que pode ser interpretado, pelos auditores, como fraude nas farmácias. "Temos uma solução exclusiva em que coletamos todas as vendas efetuadas por uma farmácia desde o início do programa e geramos relatórios detalhados. Nessas análises, encontramos, por exemplo, valores mensais de R$ 50,00 em um determinado mês e, em outro, RS 400,00", diz Duque.

Outro problema recorrente é a inclusão, na nota fiscal do consumidor, de medicamentos que não foram comprados, apontando uma falta de conduta de algum colaborador da loja. "O vendedor da farmácia pode aproveitar o fato de o brasileiro não ter o hábito de conferir os cupons fiscais e incluir medicamentos a mais na compra. Por exemplo, o usuário toma atenolol, mas o vendedor inclui outros medicamentos na dispensação desse usuário, gerando uma venda excessiva e irreal. Também são comuns, durante a auditoria, encontrar vendas de medicamentos para patologias de pessoas idosas entre jovens de até 25 anos de idade; idosos comprando anticoncepcionais; vendas fora do horário comercial de funcionamento da loja; entre muitas outras fraudes", mostra Duque, alertando que 70% dessas irregularidades podem ser realizadas pelos funcionários do estabelecimento que, em busca de cumprir metas de vendas, podem cometer essas infrações. Também são falhas frequentes a ausência do Livro de Registro de Inventário (LRI), documento obrigatório para boa parte das farmácias e essencial para aquelas que aderem ao programa. No entanto, segundo dados da consultoria, são pouquíssimas as lojas que têm esse documento.

é igualmente comum a ausência de nota fiscal de aquisição de medicamentos (rotina que as farmácias devem cumprir de acordo com as compras). E os estabelecimentos podem ser largamente prejudicados quando são pegos pela auditoria do Programa. "Basicamente, 90% das farmácias que são encaminhadas ao Denasus são descredenciadas, podendo retornar ao programa somente dois anos após a publicação no Diário Oficial da União e quitação de uma multa de 10% referente às vendas dos três últimos meses", alerta o diretor da MSD.

Para auxiliar as farmácias com esses trâmites, algumas assessorias especializadas, como a MSD Assessoria Empresarial e Financeira, podem ajudar, mensalmente, as farmácias que participam do programa tanto na prevenção de problemas quanto na resolução dos mesmos quando eles acontecem. "Nos especializamos em atendimento às farmácias, em todo território nacional, para vencermos os desafios de implantação, renovação e continuidade no Aqui Tem Farmácia Popular", finaliza Duque.




Medicação para câncer de pele é aprovada

10/10/2016 - Folha de S.Paulo


O tratamento do melanoma avançado, um tipo menos frequente,porém mais agressivo de câncer de pele, ganhou um reforço. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou,na semana passada, o Keytruda (pembrolizumabe). Em testes,a medicação se mostrou mais efetiva do que outras, como quimioterapia.

Nos EUA e em alguns países da União Europeia, o remédio também é utilizado para tratar câncer de pulmão de não pequenas células (o mais comum) avançado, câncer de cabeça e pescoço.

O pembrolizumabe é uma imunoterapia. O remédio é um anticorpo que ataca as células cancerígenas e não danifica as saudáveis. O tratamento com o remédio nos EUA custa cerca de U$ 12.500 por mês.No Brasil ainda não há valor estimado, que será determinado pela Câmara de Regulação dos Mercados de Medicamentos.

Melanomas se apresentam como manchas ou nódulos na pele. A exposição ao sol é uma das causas da doença.

Hoje, o tratamento ocorre via cirurgia, radio ou quimioterapia e imunoterapia.




Medicamento pode trazer benefícios em tratamento de câncer de pulmão

09/10/2016 - G1 - Bem Estar


A Merck & Co acertou um golpe duplo no domingo (9) com novos dados clínicos mostrando a sua imunoterapia Keytruda oferece grandes benefícios em pacientes com câncer de pulmão não tratados previamente, tanto quando administrada por si só ou com quimioterapia.

Como uma monoterapia, o Keytruda reduziu pela metade o risco de progressão da doença e diminuiu o total de mortes em 40% em comparação com quimioterapia sozinha em pacientes pré-selecionados, cujos tumores tinham sido testados usando um biomarcador.

Quando administrada com dois medicamentos quimioterápicos mais antigos em pacientes não selecionados foi quase duas vezes mais propensa a reduzir tumores do que a quimioterapia sozinha.

Outra droga semelhante da Roche também demonstrou eficácia ampla, como a chamada opção de segunda linha em doentes que receberam tratamento anterior.

"Lembrem-se deste dia. É um novo dia para o tratamento do câncer de pulmão", disse a repórteres Stefan Zimmermann, do Hospital Universitário de Lausanne, no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), quando os resultados foram apresentados.

Um editorial no New England Journal of Medicine, onde os resultados da monoterapia da Merck foram publicados, disse que Keytruda poderia tornar-se "um novo padrão de atendimento".




Fosfoetanolamina: Icesp anuncia 2ª fase de testes da 'pílula do câncer'

06/10/2016 - G1 - Bem-Estar


O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), anunciou, nesta quarta-feira (5), o início da segunda fase de testes clínicos da fosfoetanolamina, composto que ficou conhecido popularmente como "pílula do câncer". A nova etapa deve começar na segunda-feira que vem, 10 de outubro.

Esta etapa, que avaliará a eficácia da droga, envolverá cerca de 200 novos pacientes: são mais de 20 pacientes em cada um dos 10 grupos de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto, colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. A primeira etapa, com 10 pacientes, avaliou apenas que a substância é segura (leia mais abaixo).

Esses voluntários serão recrutados entre os pacientes que já são atendidos pelo Icesp. Podem participar aqueles que já não têm alternativa de tratamento curativo.

"Pacientes que ainda têm algum tipo de tratamento curativo não participam do estudo por razões óbvias. É um tratamento experimental", afirmou Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp, durante o anúncio. Além disso, o paciente tem que estar em boas condições físicas, para garantir que seu sistema imune está funcionando, e que poderiam se abster de tratamentos de outro tipo por dois meses sem grandes riscos para a saúde.


TERCEIRA ETAPA PODE CHEGAR A MIL PACIENTES


Caso pelo menos três pacientes de cada grupo tenham benefícios com o uso da droga, o grupo pode ser expandido progressivamente. Esta seria a terceira etapa da pesquisa, que poderia chegar a mil pacientes.

Caso menos de três pacientes tenham benefícios dentro do grupo, o estudo é descontinuado para aquele tipo de câncer. "Se 19 pacientes progredirem na doença, independentemente de conhecimentos estatísticos, todos concordaríamos que não seria adequado prosseguir com o estudo", exemplificou Hoff.


TESTES INICIAIS MOSTRARAM SEGURANÇA


Os testes iniciais, para avaliar a toxicidade do produto, concluíram que não há riscos de efeitos adversos graves associados ao uso da substância.

Nesta fase inicial, a substância foi administrada a 10 pacientes para determinar a segurança. Seis deles foram retirados do estudo porque apresentaram progressão da doença e quatro continuam sendo monitorados.

Segundo Hoff, esses resultados preliminares ainda não permitem falar em eficácia. "Obviamente o fato de que seis pacientes tiveram que sair do estudo indica que o produto não é tão milagroso como algumas pessoas esperariam, mas quando a gente pensa em ciência, obviamente a gente não esperava isso. Vamos ver qual é o real benefício dele daqui para a frente", disse o oncologista.

Os testes em humanos com a fosfoetanolamina no Icesp começaram em 25 de julho. O início dos testes foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde.

A substância, que começou a ser sintetizada por um pesquisador do Instituo de Química da USP de São Carlos no final da década de 1980, ainda não passou pelas etapas de pesquisa necessárias para o desenvolvimento de um medicamento, portanto não existem evidências científicas de que o produto seja eficaz no combate ao câncer ou seguro para o consumo humano, daí a necessidade de mais testes. Outras instituições pelo país têm feito pesquisas com células e com animais.


4 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O CASO DA FOSFOETANOLAMINA


1) O que é? Uma substância que passou a ser produzida em laboratório por um pesquisador da USP, hoje aposentado, que acredita que ela seja capaz de tratar câncer.

2) Qual é a polêmica? Pessoas com câncer têm entrado na Justiça para obter o produto da USP, mas ele não passou pelos testes legalmente exigidos. A USP atendia à demanda somente porque era obrigada judicialmente.

3) Mas ela funciona contra o câncer? Cientificamente, não há como afirmar, porque os testes necessários não foram feitos. Ela foi distribuída para diferentes tipos de câncer, mas sem seguir evidências científicas de que isso seja adequado.

4) Que mal pode fazer usar esse produto? De acordo com os resultados da primeira etapa da pesquisa do Icesp, não há risco de efeitos adversos graves para os pacientes.

Biotoscana avalia ativos para aquisição na América Latina

10/10/2016 - Valor Econômico


O grupo farmacêutico Biotoscana, controlado pela gestora de private equity Advent International, está avaliando 15 potenciais alvos de aquisição na América Latina, além de 45 projetos de pesquisa que estão em andamento na região e nos quais poderá investir. De acordo com o principal executivo da companhia, Mariano García-Valiño, há ativos de interesse no Brasil, mas ainda não há conversas estabelecidas.

A compra de fabricantes de medicamentos de alta complexidade está na raiz do grupo, constituído pela gestora americana em 2011 para consolidar operações no setor. O mais recente investimento foi anunciado no fim do ano passado, quando a Biotoscana assumiu a totalidade do capital do laboratório argentino LKM, no qual já detinha participação.

Conforme García-Valiño, a estratégia da Biotoscana é montar um portfólio de medicamentos de alta complexidade, que representam o "futuro da medicina". "A América Latina ainda tem foco em produtos mais simples, então vamos montar uma plataforma para tirar vantagem disso." A escolha da região também levou em conta o ritmo de crescimento do mercado de medicamentos, de 9% a 10% por ano, frente a 2% ou 3% do mercado global.

Para colocar em marcha seu plano, o grupo combinou fabricação própria e acordos de distribuição de medicamentos complexos. Com três fábricas, tem faturamento anual de aproximadamente R$ 1 bilhão e o Brasil, onde não tem unidades fabris, contribui com 40% dessas receitas.

Segundo García-Valiño, o grupo tem recursos disponíveis para novas operações - além da Advent, a empresa tem como acionista a Essex Woodlands, que administra US$ 2,5 bilhões em ativos. Ao mesmo tempo, a farmacêuticas é apontada por agentes do mercado financeiro como potencial candidata a uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

No início de setembro, a Biotoscana ampliou seu portfólio por meio de um acordo de fornecimento, distribuição e licenciamento com a biofarmacêutica suíça Basilea Pharmaceutica. A parceria, que vale para todos os países da América Latina, incluindo México, contempla o antifúngico Cresemba (isavuconazole) e o antibiótico Zevtera (ceftobiprole), que podem chegar ao país em dois anos.

Menos de dois meses antes, o grupo havia anunciado a assinatura de um acordo na área oncológica com o segundo maior laboratório farmacêutico privado da França, Pierre Fabre Pharmaceuticals. Com o acerto, o grupo passa a comercializar os medicamentos Navelbine (vinorelbine), Javlor (vinflunine) e busilvex (Busulfan) na Colômbia, Chile, Equador e Peru.

Até o fim do ano, de acordo com García-Valiño, duas novas parcerias devem ser anunciadas. Em toda a América Latina, o portfólio da farmacêutica conta com 200 produtos. No Brasil, são sete medicamentos registrados.




‘As farmacêuticas são as primeiras a sair da crise’

10/10/2016 - O Estado de S.Paulo


As indústrias farmacêuticas voltaram a ficar otimistas e já preveem retomada de crescimento a partir de 2017. Nos últimos dois anos, o setor teve a rentabilidade fortemente impactada pelo aumento dos custos de produção, sobretudo com mão de obra (dissídio) e aumento do dólar (os principais insumos são importados), diz Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma).

“A indústria farmacêutica é a última a entrar na crise e a primeira a sair dela.” l Ainda é cedo para dizer que as indústrias poderão retomar os investimentos? Não. Estamos otimistas. O setor foi impactado pela crise e, pela primeira vez, terá o mesmo crescimento da inflação. Nos últimos anos, crescia duas a três vezes a inflação. Esperamos um crescimento de 8% a 10% neste ano e mantemos a mesma projeção de expansão para o ano que vem.

l O cenário para o setor já está mais favorável? Começamos a sentir uma melhora no emprego. O setor não tem necessidade de aumentar a capacidade industrial. A expectativa, com a atual equipe econômica, é de que o cenário macro melhore e os juros comecem a recuar. O Brasil, com o dólar a R$ 3,20, é atrativo para as multinacionais. O risco de investimento é a insegurança econômica.

Se resolvida essa questão, os investimentos retomam e o País volta a ser interessante.

l E como estão as conversas com o governo para o avanço das Parceiras para Desenvolvimento Produtivo (PDPs) de medicamentos? Estão sendo retomadas. Há boa disposição do governo em acertar as parcerias com laboratórios públicos que tenham condições em tocar esses projetos.




Fiocruz terá centro de pesquisas na UFRJ em 2018

07/10/2016 - O Globo


Um acordo assinado ontem entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promete tornar o Brasil mais autônomo no combate a problemas de saúde pública, tendo como prioridade doenças como malária, esquistossomose e leishmaniose, recorrentes em populações de áreas pobres e rurais.

A partir de 2018, o terreno do Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão, vai abrigar o novo Centro de Referência Nacional em Farmoquímica do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos). Lá serão desenvolvidos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA), substâncias químicas que compõem medicamentos e que atualmente são, em grande parte, importadas.

Segundo o diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, José Carlos Pinto, a produção nacional de comprimidos e cápsulas, apesar de farta, trata apenas da finalização dos remédios.

— É quase impossível tratar doenças, mesmo as mais triviais, sem usar remédio importado e caro. Acho um absurdo — disse ele. — O centro de pesquisa vai ter uma contrapartida social enorme e estimular interação entre pesquisadores da Fiocruz e núcleos tecnológicos.

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, José Bermudez, defende respostas rápidas para doenças negligenciadas:

— O país tem autonomia na formulação farmacêutica, mas não nos insumos. Alguns produtos estratégicos para o Brasil não interessam ao setor privado por serem baratos e de pouca demanda, como os que tratam malária e tuberculose. Nesse convênio, teremos uma planta piloto para produzir, em pequena escala, mas suficiente para atender ao sistema público de saúde.




Cálculo do Congresso vê piso de gasto com saúde de R$ 113,7 bi em 2017

06/10/2016 - Valor Econômico / Site


Cálculo divulgado no início da tarde desta quinta-feira pelo diretor da consultoria de orçamento do Congresso Nacional, Ricardo Volpe, aponta que a regra proposta pelo substitutivo à Proposta de Emenda Constitucional 241 para a área da saúde deve levar o piso de gastos públicos do setor para R$ 113,7 bilhões em 2017. A conta indica que o crescimento do piso com a regra proposta será perto de R$ 10 bilhões, se comparado com a regra atualmente em vigor.

O valor estimado é maior do que o previsto no Orçamento do ano que vem, de R$ 112,4 bilhões. Nesse caso, isso pode significar a necessidade de cortar gastos em outras áreas, já que o volume obrigatório está maior do que o projetado no Orçamento. É importante lembrar, contudo, que essa conta é feita com base em projeções de receitas, que estão sujeitas a revisões.

O relatório do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) fez com que a definição do mínimo a ser gasto na saúde no ano que vem seja calculado considerando 15% da Receita Corrente Líquida (RCL) e não 13,7%, como atualmente a Constituição determina, por meio da “Emenda 86”. Se fosse levada em conta a regra atual, o piso do ano que vem seria de R$ 103,9 bilhões.

Em 2016, o piso está em R$ 91,7 bilhões, segundo o diretor da consultoria de orçamento. Mas o volume a ser aplicado este ano está previsto em R$ 108,6 bilhões.




Cidades têm 60 dias para usar prontuário eletrônico em unidades do SUS

06/10/2016 - Valor Econômico / Site


Municípios de todo o país têm 60 dias para adotar o prontuário eletrônico em unidades básicas de saúde. O prazo vence no dia 10 de dezembro. Uma nova versão da plataforma, lançada nesta quinta-feira pelo governo federal, permite que todos os serviços de saúde da cidade possam acompanhar o histórico, os dados e o resultado de exames dos pacientes.

Também será possível, de acordo com o Ministério da Saúde, verificar em tempo real a disponibilidade de medicamentos em farmácias e registrar visitas de agentes de saúde. A expectativa é que a transmissão digital dos dados da rede municipal à base nacional permita ainda a verificação online dos gastos feitos via Sistema Único de Saúde (SUS).

“Todos os procedimentos feitos serão lançados na ficha e ela estará permanentemente atualizada”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao citar que este será mais um meio de fiscalização dos procedimentos pelo próprio cidadão. “A partir de agora, essa é a forma que queremos receber as informações”, completou.

A plataforma digital será oferecida gratuitamente pelo ministério, mas o envio de dados poderá ser feito pelos municípios por meio de sistema próprio. A previsão do ministério é de uma economia de R$ 84 milhões ao ano com tecnologias para informação.


BLOQUEIO DE RECURSOS


Após o período previsto para adaptação, o pagamento do Piso da Atenção Básica (PAB) variável para as prefeituras – equivalente a R$ 10 bilhões ao ano – ficará condicionado à implantação do prontuário eletrônico. O recurso é aplicado no custeio de atendimentos de pediatria e de programas como Saúde da Família e Brasil Sorridente.

Os municípios que não se adequarem à proposta, segundo o ministro, terão os repasses bloqueados. Em entrevista à imprensa, Barros lembrou que já há uma legislação vigente que vincula o repasse do PAB variável à devolução de informações. “Tudo o que é pago variável está sujeito à retenção no caso do não envio de informações”.

A pasta informou, entretanto, que vai apoiar cidades que apresentem dificuldades para implantar a nova versão da plataforma, conforme necessidades encaminhadas pelos gestores e que serão analisadas caso a caso. “Sem dúvida, alguns municípios vão reportar dificuldades de conectividade e infraestrutura”, disse Barros.

Dados do ministério revelam que, atualmente, 76% das unidades básicas de saúde registram o histórico do paciente em papel – apesar de informações do Ministério das Cidades darem conta de que todas essas cidades dispõem de ponto de internet banda larga.

Os números mostram que, das 41.688 unidades básicas de saúde em funcionamento em um total de 5.506 municípios, 10.134 já têm prontuário eletrônico, sendo que 2.902 utilizam versões oferecidas pelo ministério e 7.232 usam softwares próprios e privados. Ao todo, 106,98 milhões de pessoas já têm a plataforma à disposição.

“Até 10 de dezembro, mais da metade dos brasileiros estarão informando online seus procedimentos”, disse o ministro.




Amil confirma compra de clínicas de Lottenberg

07/10/2016 - Valor Econômico


A UnitedHealthcare, dona da Amil, confirmou ontem a aquisição da rede de clínicas oftalmológicas Lotten Eyes, do médico Cláudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, conforme antecipou o Valor PRO serviço de informações em tempo real do Valor no mês passado.

A United informou ainda que Lottenberg assumiu o cargo de consultor estratégico sênior do grupo e que permanecerá na presidência do Einstein até o fim do ano, quando termina seu mandato no renomado hospital paulista.

Trata-se de um movimento de transição já que, segundo fontes do setor, Lottenberg deve assumir a presidência da UnitedHealthcare Brazil no ano que vem. Ele substituirá Edson Bueno, fundador da Amil, que deve deixar o comando do grupo até setembro de 2017. Esse foi o prazo acordado por Bueno quando sua operadora de planos de saúde foi vendida para o grupo americano há quatro anos. A mudança no comando não é confirmada pela companhia.

A rede de clínicas oftalmológica, que tem 18 unidades na capital paulista, continuará sendo comandada por Lottenberg pelo menos até o fim deste ano. Ainda, segundo fontes do mercado, a rede foi avaliada em aproximadamente R$ 200 milhões e será administrada pela América Serviços Médicos, braço criado pela UnitedHealthcare para cuidar exclusivamente do segmento de hospitais e consultórios médicos. Essa divisão é composta por 22 hospitais, seis clínicas oncológicas COI, adquiridas pela Amil no ano passado, e agora pelos consultórios de oftalmologia.

"A Lotten Eyes fortalecerá nossa capacidade de atender às necessidades das pessoas", afirmou Edson Bueno, CEO da UnitedHealthcare Brazil, em comunicado divulgado ontem. "Além disso, Lottenberg é um dos mais respeitados líderes do setor de saúde na América Latina. (...) Estou entusiasmado para trabalhar com ele em um nível estratégico abrangente", completou.

No mesmo comunicado, o atual presidente do Einstein também elogiou a capacidade de liderança de Edson Bueno. "Nós nos conhecemos há muitos anos e estou ansioso para trabalhar com ele e sua equipe de liderança sênior", completou.

Lottenberg, que está a frente do Einstein há 15 anos, chega à Amil com grandes desafios. A companhia acaba de ser dividido em três braços de negócios: planos de saúde e dental, hospitais e clínicas e tecnologia aplicada à saúde. Nos últimos quatro anos, a Amil amarga prejuízos devido ao cenário macroeconômico - que têm diminuído o número de usuários de planos médicos - e ajustes ao padrão contábil americano. Em 2015, o prejuízo da Amil foi de R$ 107,5 milhões, mas é uma quantia quase 63% inferior ao resultado em 2014.

Entidades lançam alerta para barrar sífilis

08/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O Conselho Federal de Medicina, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia lançaram ontem um alerta para tentar refrear o avanço de casos de sífilis congênita no País. No documento, endereçado para a população em geral, autoridades e médicos, as entidades recomendam a adoção de medidas urgentes para reduzir o avanço da doença.

Como revelou o Estado, a taxa de bebês com sífilis congênita em 2015 foi de 6,5 casos a cada 1 mil nascidos vivos – 13 vezes mais do que é tolerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e 170% a mais do que o registrado em 2010. Diante dessa situação, o Ministério da Saúde deverá lançar nas próximas semanas um plano para tentar conter a doença. “A situação da sífilis no Brasil está fora de controle”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia do Rio, Mauro Passos. “Os números são vergonhosos.

É inadmissível o País ter uma taxa como essa de uma doença que pode ser prevenida”, completou o médico.

“Vivemos numa situação de emergência epidemiológica. E algo precisa ser feito”, completou Sidnei Ferreira, da Sociedade Brasileira de Pediatria.


GESTANTE


E o crescimento de casos não ocorre apenas para sífilis congênita. Números obtidos pelo Estado mostram que a doença em gestantes passou de 3,7 para 11,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, um aumento de 202%. Para sífilis adquirida (denominação dada para sífilis na população em geral), a taxa é de 42,7 casos a cada 100 mil habitantes.

“A doença avança por um misto de fatores. Ela é ainda alvo de preconceito. Nem médicos nem pacientes falam do problema”, afirmou Passos.

Um dos pontos preponderantes para o aumento de casos foi a falta de medicamentos usados para tratar a infecção, causada por uma bactéria. O antibiótico, penicilina, esteve por pelo menos dois anos em falta. E Passos disse não ser possível ainda falar que a situação está regularizada.

“Há relatos de falta de medicamentos.” Ele observa, no entanto, que existem outros problemas, como a falta de integração de informações. “Para se ter uma ideia, o número de casos de bebês com sífilis é maior do que o de gestantes. Algo que comprova a falta de informação adequada.”




Mulher recebe útero de doadora morta

08/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Uma paciente de 28 anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foi a primeira mulher da América Latina a ser submetida a um transplante de útero de uma doadora que já tinha morrido. A cirurgia, já feita nos Estados Unidos e na Turquia, foi realizada no mês passado e a paciente se recupera sem sinais de rejeição do órgão.

O procedimento, ainda experimental, fez parte de um projeto de pesquisa da Divisão Clínica de Ginecologia e do grupo de transplante hepático do hospital que teve início há cerca de três anos. O objetivo é que ele seja direcionado para mulheres que nasceram sem útero e pretendem engravidar.

“O projeto foi aprovado na comissão de ética do hospital e no Conep (Conselho Nacional de Ética e Pesquisa). As equipes começaram a fazer estudos em cadáveres e, depois, em ovelhas.

Nossa equipe foi para a Suécia, onde existe um centro que faz transplantes de doadoras não falecidas e têm resultados positivos de gravidez nas receptoras.

Então, apareceu a oportunidade de fazer aqui. O nosso caso é o terceiro no mundo”, explica Edmund Chada Baracat, professor titular da disciplina de Ginecologia e diretor da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas.

Os dois outros procedimentos que foram feitos não tiveram resultados positivos. No caso dos Estados Unidos, o útero precisou ser removido. Na Turquia, a mulher chegou a engravidar, mas teve um aborto espontâneo.

“A nossa paciente está muito bem, fazendo todos os acompanhamentos e tomando uma medicação específica para evitar rejeição. Também vamos acompanhar a situação reprodutiva dela.” A mulher tem a Síndrome de Rokitansky, uma condição rara que faz com que o útero não seja formado. Também pode causar alterações na vagina, mas não afeta os ovários. A síndrome costuma ser notada na adolescência, quando a jovem não menstrua, embora tenha um desenvolvimento normal.

Segundo Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor do Serviço de Transplantes Abdominais do Hospital das Clínicas, o projeto prevê a realização de três cirurgias, inicialmente.

“A cirurgia é complexa.


O PROCEDIMENTO DUROU DEZ HORAS


Foram quatro pessoas para fazer a remoção do útero (da doadora), que é colocado em uma solução e, depois, implantado na paciente. Fazemos a costura das veias para ter a plena drenagem do útero.” Futuro. Após acompanhamento por um ano, se a paciente não tiver complicações, serão iniciadas as tentativas para que ela engravide. Antes do transplante, já foi realizada a coleta de óvulos e oito embriões estão congelados.

Baracat explica que esse tipo de transplante pode ser, no futuro, uma opção a mais para as mulheres que nasceram sem útero e têm o sonho de gerar uma criança.

“O transplante de útero tem indicação restrita. É para mulheres que nasceram sem útero e têm um futuro reprodutivo adequado, como é o caso dessa mulher.

É preciso ter boas condições clínicas e o casal precisa ter embriões adequados para serem implantados depois. É um procedimento de alto custo e sabemos que o útero não é um órgão vital, como é o caso de um coração ou de um pulmão.”




Dando cara à depressão

08/10/2016 - Folha de S.Paulo


"Quando eu era mais nova e todo mundo estava feliz, eu estava triste e deprimida. E eu não fazia ideia do porquê. Eu vivia em uma comunidade estável, meus pais eram ótimos pais, eu frequentava a escola, e não precisava de nada. Era muito estranho não conseguir ser de outro jeito.

Quando eu percebi que tinha algo errado, tentei fazer o que todo mundo diz pra você fazer: praticar exercícios, sorrir mais, agradecer pelas bênçãos na sua vida, ter mais pensamentos positivos, mas nada disso funcionava.

Até que fiquei desesperada e tentei falar com várias pessoas, mas ninguém me escutava. Meus pais disseram que eu estava sendo muito dramática, que era só uma fase da adolescência, e meus professores me chamavam de louca. Foram esses pensamentos e sentimentos que me fizeram acreditar que eu estava sozinha e que talvez eu não merecesse estar aqui e viver.

Até que quando eu tinha 13 anos eu tentei me matar. E posso dizer que minha vida foi salva por uma senhora que estava na clínica comigo. Ela não parava de olhar pra mim, até que chegou perto e disse: 'De uma pessoa louca para outra'. E me deu um colar prateado com um pingente que dizia 'hope' [esperança].

Essa mulher enxergou a doença dela em uma menina que precisava de ajuda, foi até ela e a apoiou.

Foi depois desse evento que eu descobri o que tinha e percebi que a forma como a gente falava de saúde mental estava errada. Lembro de dar um Google e não achar informações que dissessem 'Ei, essa coisa chamada depressão é assim'. Ou então achava textos escritos por médicos que não faziam sentido pra mim ou que diziam que a depressão é uma desculpa.

Na TV, a gente vê coisas como a 'crazy cat lady' nos Simpsons ou notícias que dizem que todo assassino e terrorista é doente mental. O que eu tento mostrar é que essas pessoas podem até se encaixar nessa categoria, mas um monte de pessoas incríveis também, de mendigos a CEOs.

Depois daquele evento eu escolhi algo no que me agarrar, pra me dar esperança: a formatura da minha irmã na high school [equivalente ao ensino médio no Brasil]. E eu sabia que faria o que fosse possível pra estar lá. Levei um bom tempo, acho que uns sete anos, pra ficar bem e encontrar um bom terapeuta. Foi uma luta difícil e diária.

Depois da formatura dela, lembro de estar sentada no meu quarto e pensar: 'Ok, e agora?'. Pensei em como eu via tanta gente sofrer de depressão e morrer por causa disso e quis mudar isso. O primeiro passo, eu pensei, era ser honesta e contar minha história. Ao trazer o tema à tona, algumas pessoas fogem do assunto e não querem falar comigo, mas muitas e muitas outras querem.

Uma das coisas que eu tento fazer é dizer o que é depressão, qual é a cara dela, em linguagem simples, para que as pessoas pensem: 'Ok, eu tenho uma doença, não sou preguiçoso, errado ou simplesmente estranho'.

Hoje eu consigo me entender, estou estável e, mesmo que eu tenha alguns dias ou alguns meses mais difíceis, eu sei como sobreviver. Isso significa que eu posso transmitir isso aos outros. Se tem um pai que está frustrado com o filho dele, eu consigo conversar para evitar que ele cobre algo como 'por que você não está melhorando depressa?'. Eu gosto de ser essa pessoa que responde às perguntas difíceis e que apoia as pessoas para que elas não joguem esse peso sobre quem está doente.

Quero ter certeza também de que estamos construindo algo além de dar palestras. O livro que escrevi ["Red Carnations", sobre sua história] é usado em escolas canadenses; aconselho empresas sobre como abordar o assunto saúde mental; trabalho com jovens para incentivá-los a contarem suas histórias e ainda ajudo a criar programas de saúde mental.

Uma coisa perigosa que está acontecendo no Canadá é que estamos falando mais de saúde mental, mas não estamos criando mais espaço para tratamento. Estamos aconselhando as pessoas a buscar ajuda, mas elas simplesmente não a encontram ou então veem uma fila de espera de três anos pra fazer terapia.

Hoje eu trabalho para vários projetos, como o BeChange [que oferece tratamento e apoio gratuito] e o Access Open Minds [que dá treinamento para que adolescentes e jovens adultos que já tiveram depressão ajudem os outros]. Também ajudei a fundar a Stella's Place, uma clínica que funciona em Toronto e conecta pessoas que já passaram por esse tipo de experiência. Ouvir que a depressão tem cura e que vai passar de alguém que já passou por isso faz diferença, tipo 'você realmente entende o que eu estou sentindo'.

Também é importante pra mim apoiar serviços que usam tecnologia. Se você mora em uma área muito remota e tem internet, é o que basta para conseguir ajuda. Vejo que muitas pessoas, mesmo as que moram em cidades grandes, têm muita dificuldade de sair de casa, de levantar da cama.


AJUDAR AS PESSOAS É UMA RESPONSABILIDADE


ouca, mas também é muito legal. O que eu faço é, basicamente, transmitir a mensagem. Se elas a abraçam e decidem continuar vivendo, isso significa que elas mesmas estão salvando a própria vida. Tudo que fiz foi contar minha história.

Meu objetivo agora é ajudar os jovens da minha comunidade. Meus pais são portugueses e vivemos num bairro de portugueses e brasileiros. Muitos dos jovens ali não estão indo tão bem. A maioria deles tem pais com baixos níveis de educação, que vieram pra cá pra tentar uma vida melhor, e eles têm a maior taxa de evasão escolar de Toronto. Poucos chegam à universidade. Queria mostrar que eles podem também ter uma vida mais próspera e algo melhor do que ficar sentado no McDonald's o dia inteiro."




Para onde quer que se olhe, haverá bactérias

09/10/2016 - Folha de S.Paulo


O perigo é onipresente. Onde quer que se examine, haverá fungos e bactérias. E, para o terror de quem tem mania de limpeza, não dá nem para fugir. Elas estão na pele, na boca e no intestino de todos nós.

Depois do curioso texto que você pôde ler neste domingo (9) na Folha sobre a famigerada “regra dos cinco segundos“, talvez valha a pena conhecer um pouco mais so

Numericamente, não há discussão: uma pessoa tem mais bactérias do que células humanas no organismo. Mas isso não é por acaso –estudos cada vez mais revelam que os micróbios têm papéis importantes e que vivemos em uma espécie de simbiose com eles.

Bactérias participam da absorção de nutrientes, do metabolismo de drogas, da preservação da mucosa do intestino e da proteção contra patógenos –até mesmo da resposta imunológica.

Dependendo do tipo de bactérias no intestino de uma pessoa, ela pode ter uma propensão maior a ser obesa. Isso porque os micróbios interferem na maneira que o organismo armazena gordura, sinaliza fome e até mesmo regula os níveis de açúcar no sangue –o que pode eventualmente provocar diabetes.

Mais assustador ainda é o cosmopolitismo desses organismos, que sobrevivem e perseveram em uma variedade assustadora de ambientes, como a Listeria monocytogenes (famosa por contaminar leite não pasteurizado, carnes e frutos do mar em geladeiras), que, assim como a Escherichia coli e as Salmonella spp. pode ser inesquecível para quem é infectado.

Uma bactéria do gênero Halomonas ficou famosa por ter uma resistência natural ao arsênio, além de conseguir sobreviver a uma água quase três vezes mais salgada que a do mar e em um ambiente altamente alcalino, de pH 9,8.

Outras bactérias se especializaram em viver em ambientes ácidos, como a Helicobacter pylori, que habita estômagos humanos. Engenhosamente, ela penetra a camada de muco que reveste o órgão internamente, alojando-se próximo ao epitélio, onde sofre menos os efeitos deletérios da acidez. A H. pylori está relacionada a gastrites crônicas e também a câncer de estômago.




A judicialização da saúde

09/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julga em caráter definitivo um recurso sobre o limite da responsabilidade dos Estados e do Distrito Federal de distribuir gratuitamente remédios de alto custo não incluídos nas listas do Sistema Único de Saúde (SUS), os tribunais continuam tomando decisões polêmicas nessa matéria.

Tomada por um juiz federal de Guarulhos e referendada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 3.ª Região, a mais recente obriga a União a usar verbas da publicidade oficial, e não os recursos orçamentários do Ministério da Saúde, para pagar remédios importados para uma jovem com doença genética rara.

Na defesa do governo, a Advocacia Geral da União alegou que a Justiça não pode interferir nas verbas orçamentárias do Executivo aprovadas pelo Legislativo. O argumento foi rejeitado pelo TRF da 3.ª Região, sob a justificativa de que o Código de Processo Civil autoriza os juízes a recorrerem a todos os meios para preservar os direitos fundamentais previstos pela Constituição, como o direito à vida. As duas instâncias da Justiça Federal entenderam que, se os recursos do SUS são limitados, as verbas para o custeio dos remédios devem sair do orçamento de áreas não prioritárias da máquina governamental. “Ao manter a propaganda estatal, muitas vezes de caráter de promoção do governante, enquanto há pessoas morrendo por falta de tratamento, o Executivo comete inconstitucionalidade”, diz o juiz federal Paulo Rodrigues, da comarca de Guarulhos. “A Justiça está recordando a verdade sublime que o Estado existe para o cidadão, e não o contrário”, afirmou o desembargador Johnson di Salvo, do TRF da 3.ª Região.

Esse é mais um capítulo da novela sobre a judicialização da saúde, que se arrasta há anos, à espera de uma manifestação definitiva do STF. O recurso que a Corte julgará nas próximas semanas foi impetrado pelo Estado do Rio Grande do Norte. Alegando que não dispõe de recursos orçamentários para cumprir as centenas de liminares concedidas em matéria de distribuição gratuita de medicamentos caros, o governo potiguar pleiteia que o direito à saúde seja apartado dos direitos fundamentais.

A reivindicação é apoiada por todos os Estados e pelo Ministério da Saúde. Só nos primeiros seis meses deste ano, o Ministério cumpriu 16,3 mil ações judiciais que o obrigaram a fornecer gratuitamente remédios que não constam da lista do SUS. Em São Paulo, entre liminares e antecipações de tutela, o governo estadual cumpriu no ano passado 18 mil ordens judiciais, que custaram aos cofres estaduais R$ 1,2 bilhão.

No último triênio, o Ministério da Saúde gastou R$ 1,76 bilhão com o cumprimento de ações judiciais – um aumento de 129%. Para 2016, a estimativa é de que os gastos da União, dos Estados e dos municípios cheguem a R$ 7 bilhões.

No embate com os tribunais, os secretários e o ministro da Saúde alegam que 69% das decisões judiciais provêm de prescrições de médicos privados e sugerem que parte do receitado não é urgente e tem similar nas listas de remédios do SUS.

Afirmam, igualmente, que as decisões de primeira e de segunda instâncias têm priorizado direitos individuais, em detrimento de direitos coletivos.

As cúpulas das Justiças Federal e Estaduais respondem que é cada vez maior o número de juízes que buscam informações técnicas nos órgãos públicos de saúde, antes de emitirem uma decisão. Também afirmam que a magistratura tem sido cuidadosa ao compatibilizar atos administrativos com princípios constitucionais.

A verdade é que os dirigentes governamentais têm razão quando afirmam que as decisões judiciais retiram do poder público a competência para gerir a área da saúde. Já os juízes alegam que os problemas da saúde não devem ser vistos apenas pelo lado financeiro.

Cabe ao STF encontrar um meio-termo, reconhecendo o direito à saúde como direito fundamental, por um lado, mas obrigando a Justiça a levar em conta as limitações orçamentárias do poder público num contexto de crise fiscal, por outro.




Cuidado com as garotas!

09/10/2016 - O Estado de S.Paulo


Novos trabalhos divulgados na última semana mostram a necessidade de cuidados e atenção redobrados com as garotas mais jovens. Esse grupo parece hoje muito mais vulnerável a transtornos emocionais que podem provocar impactos importantes na saúde e no comportamento.

O primeiro estudo aponta que garotas com déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) apresentam maior risco de desenvolver transtornos mentais. Essa condição elevaria a chance de problemas como gravidez na adolescência, pior desempenho na escola e abuso de drogas.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos EUA, avaliaram trabalhos anteriores com cerca de 2 mil garotas de 8 a 13 anos: 40% delas tinham diagnóstico de TDAH. Ansiedade, depressão, transtorno desafiador opositivo (raiva, hostilidade, dificuldade de lidar com regras), distúrbios de conduta e violência foram mais comuns entre essas meninas do que naquelas que não tinham sintomas de TDAH. Os dados foram publicados no periódico médico Pediatrics.

Segundo os especialistas, é mais difícil diagnosticar TDAH nas meninas.

Em geral, elas apresentam menos sintomas de hiperatividade do que os garotos. Em contrapartida, sinais de falta de atenção são frequentes.

Se um acompanhamento cuidadoso for feito desde cedo, é mais fácil monitorar e controlar melhor as eventuais dificuldades emocionais e, portanto, reduzir os riscos para a vida dessas garotas.

Outra pesquisa da última semana, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), revela que as adolescentes britânicas estão se tornando o grupo com mais problemas com o álcool.

Elas apresentam risco duas vezes maior do que os garotos de se embriagar.

Um terço delas já ficou “de porre” pelo menos duas vezes antes dos 15 anos. Além delas, apenas as garotas suecas e canadenses bebem mais do que os meninos. Nos demais países, os garotos ainda ingerem mais álcool.

Os dados foram divulgados pelo jornal inglês Daily Mail.

Os números contrastam com tendências apontadas por outros trabalhos atuais, que sugerem uma queda do consumo de álcool entre os menores nos países desenvolvidos, já que eles estariam ficando cada vez mais tempo em suas casas, usando redes sociais, do que na rua, bebendo com os amigos. É importante lembrar que, quanto mais cedo se inicia o contato com o álcool, maiores os riscos de padrões complicados de uso, como o abuso (tomar porres, por exemplo) e a dependência.

Juntando os dois trabalhos citados, percebe-se que as garotas com mais questões emocionais, como as que apresentam depressão, ansiedade e dificuldades de adaptação, correm maior risco de abusar da bebida. E, como se sabe, o álcool acaba impactando diversos campos da vida do jovem, como desempenho escolar, exposição à violência, uso de cigarro, experiência com outras drogas e comportamento sexual de risco, entre outros.

Outro estudo, divulgado pelo Sistema Nacional de Saúde (NHS Digital) do Reino Unido, também na última semana, mostra que as mulheres mais jovens, de 16 a 24 anos, são três vezes mais propensas do que os homens da mesma faixa etária a desenvolver transtornos mentais, como depressão e automutilação. Uma em cada quatro delas vai enfrentar essas questões ao longo da vida. Os dados foram publicados pelo jornal Daily Mail.

As mesmas redes sociais, que poderiam em teoria proteger as jovens do abuso de álcool, são também grandes vilãs para a saúde emocional dessas meninas, que passam a se comparar o tempo todo com as colegas e sentem fortes pressões para estar sempre bem. O isolamento, o pessimismo e a dificuldade em lidar com problemas acabam minando a autoestima e o bem-estar dessas garotas.

Lógico que as redes sociais não são as únicas responsáveis. Outras questões, como desemprego, crise econômica, problemas familiares, exclusão social e machismo, entre outras, também colocam uma carga extra sobre essas meninas hoje.

E quem sofre mais acaba bebendo mais! Os resultados mostram o quanto é importante que os pais e as escolas possam avaliar com frequência o estado psíquico das garotas e procurar ajuda quando necessário. É uma forma de tentar garantir mais saúde e qualidade de vida para essa jovem população feminina hoje mais vulnerável.




Unicef afirma que que Iêmen passa por surto de cólera

10/10/2016 - Folha de S.Paulo


A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) anunciou na sexta (7),que há um surto de cólera no Iêmen. “As autoridades de saúde anunciaram que foram confirmados casos de cólera na capital, Saná, enquanto há outras suspeitas [de casos] na cidade de Taez (sudoeste)”,informou a entidade em um comunicado.

A cólera é causada pela bactéria Vibrio cholerae, que ao infectar o corpo leva as células que revestem o intestino a produzir uma maior quantidade de fluídos. Com isso, instalam-se quadros de diarreia e vômitos.

Pessoas contaminadas podem perder fluídos corporais rapidamente, o que, se não tratado, pode levar à morte em questão de horas.O tratamento é realizado via administração de fluídos e sais.

O contágio ocorre por água ou alimentos contaminados.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou, em comunicado, que, até o momento, foram confirmados oito casos da doença no Iêmen.

A maior parte dos pacientes infectados eram crianças.

“A escassez de água limpa para consumo agravou a situação da saúde no Iêmen, que já era ruim. Isso causou um aumento significativo nos casos agudos de diarreia, especialmente entre os deslocados internos, que agora já são mais de três milhões de pessoas”, afirmou a OMS em comunicado.

Os serviços de saúde do país foram muito atingidos pela guerra entre rebeldes xiitas hutis e forças pró-governamentais. O conflito, que já dura mais de 18 meses, causou uma grave crise humanitária e já deixou mais de 6.700 mortos, segundo a ONU.

“As crianças estão expostas a um risco particularmente alto se a atual epidemia de cólera não for contida urgentemente, ainda mais levando em conta que o sistema de saúde do Iêmen está arrasado com a continuação do conflito armado”, alerta o representante da Unicef no Iêmen, Julien Harneis.

Se não forem tratados, os casos graves de cólera poderão matar até 15% das pessoas afetadas em algumas horas, segundo o comunicado divulgado pela Unicef.

Ahmed Shadoul, representante da OMS no Iêmen, diz que a situação é um alerta para que outras nações ajudem o país a controlar o contágio.




Conheça os direitos de pessoas com câncer no Brasil

07/10/2016 - Zero Hora Online


Entre 2016 e 2017, estima-se que 600 mil novos casos de câncer sejam registrados no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Por isso, é importante que a população conheça os direitos de quem tem a doença no país. As leis brasileiras asseguram uma série de benefícios a quem foi diagnosticado, como saque do FGTS, auxílio-doença e isenção de impostos.

A dirigente do Núcleo de Defesa da Saúde da Defensoria Pública do Estado, Regina Célia Rizzon Borges de Medeiros, afirma que a maior demanda do órgão em relação aos pacientes com câncer diz respeito a medicamentos. São pacientes que recebem indicação médica para um determinado remédio, mas não têm condições de comprá-lo.

— Geralmente atendemos pessoas com renda de até três salários mínimos, mas, no caso de saúde, levamos em conta a condição que os pacientes e suas famílias possuem para pagar os medicamentos — explica Regina, acrescentando que todo o paciente que tiver dificuldades financeiras para bancar o tratamento pode procurar a Defensoria Pública de seu município.

O advogado Jamil Abdo, que atende casos de pacientes com câncer, afirma que também é muito comum os usuários de planos de saúde terem de recorrer à Justiça para conseguir determinados tratamentos. Um exemplo foi de um cliente que teve indicação médica para fazer uma cirurgia com auxílio de equipamentos importados, pelo alto risco do procedimento, mas o plano de saúde afirmou que só bancaria a intervenção com os aparelhos nacionais.

— Entramos na Justiça e ganhamos. Por isso, é muito importante que os pacientes conversem com os seus médicos sobre a melhor opção de tratamento.

Por isso, Abdo aconselha que as pessoas com câncer procurem auxílio jurídico quando tiverem seus direitos negados.


CONFIRA ABAIXO OS DIREITOS DE PESSOAS COM CÂNCER:


Tratamento Fora de Domicílio (TFD) pelo SUS

Os pacientes atendidos pela rede pública de saúde têm direito a receber tratamento fora de seu município ou, em caso especiais, fora de seu Estado. O TFD pode envolver a garantia de transporte e hospedagem, quando indicado. Nos casos em que houver indicação médica, será autorizado o pagamento de despesas para acompanhante. Caso esses benefícios não sejam garantidos pelo poder público, os pacientes podem procurar auxílio da Defensoria Pública.

Saque do FGTS

Todo trabalhador que for diagnosticado com câncer ou que tenha um dependente com a doença poderá sacar o FGTS. Para isso, será exigido um atestado médico com validade de até 30 dias, contados a partir de sua expedição, com a assinatura do médico responsável pelo tratamento, carimbo e CRM. O atestado também deverá conter o diagnóstico e o estágio clínico atual da doença e do paciente. O trabalhador poderá sacar o valor referente a todas as contas, inclusive a do atual emprego.

Saque do PIS/Pasep

Os trabalhadores cadastrados no PIS/Pasep antes de 1988 que forem diagnosticados com câncer ou que tiverem dependentes com a doença também podem sacar o PIS, na Caixa Econômica Federal, e o Pasep, no Banco do Brasil. É preciso apresentar um atestado médico com validade de até 30 dias, contados a partir de sua expedição, com a assinatura do médico responsável pelo tratamento, carimbo e CRM. O documento também precisa conter menção à Resolução 01/96 do Conselho Diretor do Fundo de Participação PIS/Pasep, o diagnóstico e o estágio clínico atual da doença e do paciente. Caso o paciente seja cadastrado no PIS/Pasep depois de 1988, é possível recorrer à Justiça para pedir o benefício.

Auxílio-doença

Quando o paciente com câncer fica impossibilitado de trabalhar por mais de 15 dias consecutivos, tem direito ao auxílio-doença, um benefício mensal. A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada por meio de exame realizado pela perícia médica do INSS. É indispensável apresentar a Carteira de Trabalho ou documentos que comprovem a contribuição ao INSS, além de declaração ou exame médico (com validade de 30 dias) que descreva o estado clínico do paciente. O cálculo do valor do auxílio-doença é feito com base nos valores de contribuição.

Aposentadoria por invalidez

Quando a incapacidade para o trabalho do paciente com câncer é considerada definitiva pela perícia médica do INSS, ele terá direito à aposentadoria por invalidez. Nos casos em que os pacientes necessitarem da assistência permanente de outra pessoa, terão direito ao acréscimo de 25% no benefício.

Amparo Assistencial ao Idoso e ao Deficiente

A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) garante o benefício de um salário-mínimo mensal ao idoso com 65 anos ou mais, que não exerça atividade remunerada, e à pessoa com deficiência incapacitada para o trabalho, cuja renda familiar seja inferior a um quarto do salário-mínimo. O paciente com câncer que se enquadre nesses critérios também pode receber o benefício.

Isenção do Imposto de Renda na aposentadoria

Os pacientes com câncer estão isentos do Imposto de Renda relativo aos rendimentos de aposentadoria, reforma e pensão, inclusive as complementações. A isenção aplica-se mesmo quando a doença tenha sido identificada após a aposentadoria e até os rendimentos recebidos acumuladamente não sofrem tributação. Para solicitar a isenção, a pessoa deve procurar o órgão pagador da sua aposentadoria, como INSS, prefeitura ou Estado, com um requerimento fornecido pela Receita Federal. A doença deverá ser comprovada por meio de laudo médico.

Quitação do financiamento da casa própria

A pessoa com invalidez total e permanente, causada por acidente ou doença, possui direito à quitação, caso exista esta cláusula no seu contrato. Para isso, deve estar inapto para o trabalho e a doença determinante da incapacidade deve ter sido adquirida após a assinatura do contrato de compra do imóvel. Isso é possível porque existe, nas parcelas do imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), um seguro que garante a quitação do imóvel em caso de invalidez ou morte. O seguro cobre o valor correspondente à cota de participação do paciente no financiamento. Em casos em que a possibilidade de quitação não esteja previsto em contrato, os pacientes podem procurar auxílio jurídico para tentar obter o benefício.

Isenção de impostos na compra de veículos adaptados

O paciente com câncer é isento do IPI, ICMS e IPA apenas quando apresenta deficiência física nos membros superiores ou inferiores que o impeça de dirigir veículos comuns. É necessário apresentar exames e laudo médico que descrevam e comprovem a deficiência.

Isenção de IPTU e tarifas de transporte

Alguns municípios preveem a isenção do IPTU e tarifas de transporte para pessoas com doenças crônicas. Caso o município não ofereça os benefícios, os pacientes com câncer podem procurar as prefeituras ou o Judiciário para solicitar a isenção.




Máfia das próteses agia no Hospital Daher

07/10/2016 - Correio Braziliense


O esquema de fraudes em cirurgias articulado por médicos e empresários de órteses e próteses revelado pela Operação Mister Hyde teve novo revés com a deflagração da segunda fase da investigação. Entre os alvos, está o cirurgião plástico José Carlos Daher e o Hospital Daher, no Lago Sul. Na tarde de ontem, o médico acabou preso por porte ilegal de arma de uso restrito, durante busca e apreensão na casa dele, na QL 8 do Lago Sul. Pela manhã, 11 promotores e 20 policiais cumpriram sete mandados de condução coercitiva e cinco de busca e apreensão. Documentos obtidos pelo Correio mostra a negociação entre Daher e o empresário Johnny Wesley Gonçalves Martins, alvo da primeira parte da operação. O esquema pode ter movimentado R$ 30 milhões (leia Linha do tempo).

As investigações da Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários de Serviços de Saúde (Pró-vida) apontam que Daher atuava diretamente nos pagamentos que envolviam órteses e próteses. Em um e-mail ao qual investigadores da Operação Mister Hyde tiveram acesso, o cirurgião plástico notifica os funcionários sobre um “novo acordo”. A correspondência eletrônica trocada em agosto de 2009 detalha a negociação. “Ele (Johnny Wesley) quer operar 50% de seus casos no nosso hospital, o que corresponde a três pacientes por mês”, escreveu Daher. O neurocirurgião Johny Wesley é sócio da TM Medical, empresa de insumos médicos acusada de liderar a fraude. Ele está preso.

Denúncias de destruição de provas e formatação de computadores obrigaram o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Polícia Civil a adiantarem a operação. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) será acionado por haver a suspeita de formação de cartel entre as fornecedoras dos materiais e o Hospital Daher. “As primeiras escutas telefônicas já levantavam suspeitas contra o hospital. Um dos médicos investigados na primeira fase havia dito que gostava de operar nesses dois hospitais (Daher e Home) porque recebia dobrado”, explica Maurício Miranda, promotor da Pró-vida.

Os médicos envolvidos, além dos honorários, recebiam das unidades de saúde de 3,5% a 7% e mais quase 30% da distribuidora dos materiais. Mais de 100 pacientes teriam passado por procedimentos desnecessários ou com material vencido ou de baixa qualidade somente em 2016, segundo o MPDFT. Ontem, um consultório usado como sala de cirurgia clandestina foi interditado no anexo do Daher. A diferença entre o Home (alvo na primeira fase) e o Daher é que, no primeiro, quem atuava eram os funcionários. No segundo, notamos uma participação forte do dono no gerenciamento das transações ilegais”, acusou Maurício.

Em correspondência obtida pelo Correio, Daher orienta os funcionários a não receberem “em hipótese nenhuma” pacientes que chegassem para atendimento com ordem judicial vindos de processos da Secretaria de Saúde. Ele reclama de o hospital não ser pago por esse tipo de internação. “Em nenhuma hipótese, devemos internar qualquer mandado. Os leitos vazios devem permanecer desativados. Os aparelhos devem ser guardados e deve-se criar uma placa a ser pendurada: ‘Leito em manutenção’”, destaca trecho do texto enviado por Daher, em fevereiro de 2011. “Jamais internar mandado. Haja o que houver”, frisa.

Cinco funcionários do Hospital Daher prestaram depoimento coercitivamente: Maria de Lourdes da Silva Pinto; superintendente da unidade médica; Wirliane Pires da Silva, chefe do Departamento Financeiro; José Wilson do Bonfim Lopes, médico responsável técnico do Daher; Patrícia Bezerra Mendes, também do Departamento Financeiro; e Marco Aurélio Silva Costa, diretor comercial. Ana Maria Monteiro Machado, ex-funcionária, não foi encontrada na operação desta quinta.


OUTROS SUSPEITOS


Na capital federal, segundo o titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco), Luiz Henrique Sampaio, o preço de órteses e próteses é de 800% a 1.000% maior do que no restante do país. “A concorrência era entre três empresas. Uma entrava para ganhar e outras duas sabendo que perderiam”, detalha. Participam do esquema mais unidades de saúde, empresas e médicos, mas, para não atrapalhar as investigações, a Polícia Civil e o MPDFT não divulgaram nomes. “Outros hospitais vão ser alvos de investigação”, adianta o Miranda.

A Polícia Civil chegou ao Hospital Daher após analisar trocas de e-mails e extratos de pagamento entre a MT Medical e a unidade médica. O MPDFT suspeita que a deflagração da Mister Hyde, em 1º setembro, não coibiu a prática irregular, e médicos continuaram a realizar os procedimentos desnecessários. “Estamos trabalhando para comprovar se houve cirurgias neste período”, adiantou o promotor.

Em nota, o Hospital Daher negou envolvimento no esquema e garantiu colaborar com as investigações. “Não fomos avisados ou comunicados do teor da visita e estamos colaborando ativamente com as solicitações realizadas”, detalha o texto. A Secretaria de Saúde não comentou o caso.


PERFIL


Mago do nariz e da face

Discípulo do cirurgião Ivo Pitanguy, o médico José Carlos Daher, 71 anos, ficou conhecido pelos procedimentos na face, sobretudo as rinoplastias. Formado pela extinta Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele criou e chefiou o Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Forças Armadas entre 1972 e 1982. Em 1979, ele fundou o Hospital Daher, no Lago Sul, e, desde então, passou a liderar o ramo na capital federal. Desde 2012, Daher era presidente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SBH). Deixou o cargo há dois meses. O médico é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e publicou diversos trabalhos no Brasil e no exterior sobre cirurgia plástica.


LINHA DO TEMPO


2016

Março

As apurações começam após uma paciente denunciar que, ao fazer uma cirurgia na coluna, um arame de 50cm foi deixado na jugular dela.

1º de setembro

A Operação Mister Hyde da Polícia Civil é resultado de investigação iniciada em parceria com o MP. Doze pessoas são presas na primeira fase. Entre os detidos, há sete médicos e cinco empresários e funcionários de hospitais. Também são cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e quatro conduções coercitivas. A apuração evidencia casos em que cirurgias eram sabotadas pelos médicos para que o paciente necessitasse de novos procedimentos, o que geraria lucro para o esquema.

2 de setembro

Quinze pacientes se apresentam como mais vítimas do mesmo grupo. As buscas continuam no Hospital Home (613 Sul). A Polícia Civil recolhe, no fim da tarde, documentos e computadores para complementar as investigações. À noite, cinco dos sete médicos envolvidos no esquema da máfia das próteses no DF ganham a liberdade provisória.

6 de setembro

O superfaturamento de equipamentos, a realização de cirurgias sem necessidade e o uso de produtos vencidos são confirmados em escutas telefônicas.

9 de setembro

As investigações sobre a Máfia das Próteses chegam aos planos de saúde. Um dos focos será descobrir como ocorreram as irregularidades dentro das operadoras, inclusive com a suspeita de participação de funcionários das empresas. Esses grupos podem ter pagado, por cirurgias, até três vezes mais do que os valores de mercado.

21 de setembro

O MP encaminha à 2ª Vara Criminal de Brasília a primeira denúncia contra os envolvidos.

23 de setembro

O Juiz da 2ª Vara Criminal de Brasília aceita denúncia contra 17 acusados.




Doenças transmissíveis matam menos

07/10/2016 - Correio Braziliense


Segundo o Global Burden of Disease Study 2015, um dos fatores que mais contribuíram para o aumento da expectativa de vida a nível mundial foram as grandes quedas de mortes provocadas por doenças transmissíveis nos últimos 10 anos, principalmente Aids, diarreia e malária. No Brasil, por exemplo, houve queda de 10,9% na mortalidade dos pacientes com Aids desde 2003, segundo o Ministério da Saúde. A taxa caiu de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2003 para 5,7 óbitos em 2014.

O relatório mundial de doenças e fatores de risco também revelou que, desde 1990, houve aumento do uso de drogas e exposição a agentes cancerígenos, como o benzeno, presente na fabricação de detergente e de outros produtos domésticos. Em contraste, as exposições a riscos considerados evitáveis — por exemplo, o tabagismo e o saneamento inseguro da água — reduziram, levando em conta dados 2005. Ainda assim, o fumo está entre uma das cinco principais causas de riscos associados à perda da saúde em 140 países, sendo os principais deles o Reino Unido e os Estados Unidos.


SONDAGEM ANUAL


O Global Burden of Disease Study é um relatório feito anualmente, desde 1990. Nessa última edição, os cientistas realizaram uma análise mais refinada, considerando, pela primeira vez, o índice sociodemográfico dos países, o que inclui taxas de educação, renda e fertilidade. A mudança ajudou nas comparações entre as regiões analisadas, disseram os participantes.

“Nós vimos países que melhoraram mais rápido, considerando fatores além da renda, da educação ou da fertilidade. Também percebemos países — incluindo os Estados Unidos — que são muito menos saudáveis do que deveriam ser, dados os seus recursos”, detalhou, em comunicado à imprensa, Christopher Murray, diretor do Instituto de Metrologia da Saúde e Avaliação da Universidade de Washington e um dos autores do relatório. O estudo científico considerou mais de 300 doenças e lesões em 195 países e territórios.




Mais de 60% descobriram câncer de mama pelo autoexame, diz Inca

06/10/2016 - G1 - Jornal Hoje


Uma pesquisa do Instituto Nacional do Câncer mostra que, na maioria dos casos (66,2%), é a própria mulher ou o companheiro que percebem os primeiros sinais da doença. Com o toque, é possível sentir nódulos a partir de 1 centímetro de comprimento.

Em um terço desses casos, as mulheres descobriram o câncer ainda em estágio inicial (33%). Segundo a pesquisa, 30,1% delas identificaram o câncer de mama por meio de mamografia ou outro exame de imagem. Em 3,7% dos casos, quem detectou o problema foi um médico ou um enfermeiro.

A pesquisa revela que mesmo em fase inicial é possível perceber alguma alteração. Uma mensagem do corpo de que alguma coisa não vai bem e é preciso estar atento aos sinais que o nosso corpo dá. Não é só um nódulo no seio, existem outros sintomas também.

Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de cura. O autoexame é muito importante, mas não pode substituir a mamografia.

O Instituto Nacional do Câncer afirma que a mamografia não detecta 100% dos casos.

Para o Instituto, os exames devem ser feitos a partir dos 50 anos e essa também é a orientação da Organização Mundial da Saúde.




Mais da metade das crianças de São Paulo é sedentária

07/10/2016 - DCI


De acordo com um estudo inédito, realizado pela Nestlé em parceria com o Ibope, cerca de 52% das crianças de até 12 anos estão sedentárias. Elas fazem menos de 40 minutos de atividade física diária recomendada. A pesquisa 'Infant and Kids Study" avaliou os hábitos de vida e alimentação infantil de 1.000 crianças entre 0 e 12 anos de idade da Região Metropolitana de São Paulo.

Os dados foram apresentados ontem (6), na primeira edição do fórum 'Diálogos de Valor', uma iniciativa da Nestlé que busca promover o debate de temas relevantes para a sociedade.

Estiveram presentes na ocasião o pediatra e endocrinologista Raphael Liberatore, a psicóloga Elizabeth Monteiro, o ex-judoca Flávio Canto, a atriz e mãe Flávia Alessandra. O sedentarismo observado no levantamento está atrelado ao maior tempo que essas crianças passam em frente à televisão, computador, e/ou videogame.

Cerca de 75% das crianças, de 7 a 12 anos de idade, passam mais de 4 horas por dia em frente a alguma tela, o dobro do recomendado pela Academia Americana de Pediatra (AAP), de apenas 2 horas/dia.

A hora da refeição também é impactada por este comportamento. Cerca de 30% das crianças de 1 a 4 anos se alimentam assistindo televisão, estudando ou jogando videogame. Este número dobra a partir dos 4 anos, chegando a 56% nas crianças de 4 até 9 anos, e 65% nas de 9 a 12 anos.

Segundo a psicóloga Elizabeth Monteiro, os hábitos da vida moderna estão acabando com a infância das crianças. "É cada vez mais comum eu atender crianças com problemas psicológicos, transtornos e outras patologias por estarem inseridas desde muito cedo no mundo digital, com o uso de smartphones e tablets, que são recursos que atendem às necessidades dos adultos, mas não às delas. É preciso que os pais entendam isso e comecem a dosar o uso dos aparelhos nesta faixa etária", disse.

São esperadas para este ano novas orientações da AAP sobre o tempo de tela recomendado para crianças e adolescentes. Atualmente, o órgão sugere que crianças menores de 2 anos não tenham contato com a tecnologia.

Passar mais tempo sentado em frente à tela, do que se exercitando em outras atividades e brincadeiras, refletiu também no índice de massa corpórea (IMC) das crianças pesquisadas. O levantamento mostrou que 44% apresentaram sobrepeso (18%) ou obesidade (26%).

Os resultados confirmam uma tendência apontada pela Organização Mundial da Saúde, de que 75 milhões de crianças do mundo inteiro estarão com sobrepeso ou obesidade até 2025 caso não seja tomada uma medida para reverter o atual cenário. O dado preocupante é que foi observada uma elevada taxa de obesidade, de 33%, entre crianças de 0 a 5 anos de idade. Segundo o dr. Raphael Liberatore, permanecer acima do peso nesta faixa etária pode decidir o futuro do adulto com a balança. "Se a criança permanece obesa e passa dos 5 anos de idade sem conseguir perder peso, ela, provavelmente, pode se tornar um adolescente e adulto obeso. Isso acontece porque durante os primeiros anos de vida estimulou-se muito a produção de células adiposas [de gordura]", explicou.

A pesquisa mostrou ainda que uma em cada três crianças da amostra, na faixa etária de 4 a 12 anos, ingere, em média, 25,5 g adicionais de gordura por dia , o equivalente a três colheres de sopa de óleo. O estudo também apontou que o melhor cenário para saúde infantil é onde as refeições são realizadas, sendo o consumo dos alimentos em casa uma proteção para a dieta, quando comparado às refeições feitas fora do lar. Além disso, o comportamento dos pais é determinante para as práticas alimentares dos filhos, uma vez que após o sexto mês de vida, o hábito alimentar se forma por aprendizado e comportamento.




Brasil sofre com depressão e ansiedade

07/10/2016 - O Globo


Os brasileiros, assim como boa parte do resto da população mundial, estão vivendo mais, mas não necessariamente melhor. É o que mostra outra leva de estudos da série “Fardo Global das Doenças”, publicada na edição desta semana da prestigiada revista médica “The Lancet”. Segundo o levantamento, desordens mentais, como depressão e ansiedade, estão entre as principais condições de saúde não fatais que levam os brasileiros a conviver cada vez mais anos com algum tipo de incapacitação. E estes problemas praticamente não fazem distinção de faixa etária, com ansiedade e depressão já aparecendo entre crianças e jovens entre cinco e 14 anos como quarta e oitava causa de alguma incapacitação, respectivamente, e se mantendo entre as dez mais até os 69 anos, quando a ansiedade cai para a 13ª posição nas pessoas com mais de 70.

— O mundo está vendo uma redução na perda de saúde devido a doenças comunicáveis, como HIV/Aids, malária, pneumonia, diarreia e sarampo, mas também um pernicioso aumento nas doenças não comunicáveis, especialmente diabetes, degeneração das articulações, uso de drogas e depressão — comenta Nicholas Kassebaum, professor do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington, EUA, onde cientistas desenvolveram metodologia para contabilizar e fazer estimativas sobre diversos aspectos da saúde global, e líder de um dos seis estudos publicados na “The Lancet”. — Estas tendências têm implicações maciças para os sistemas de saúde. Sem a prevenção e os tratamentos devidos, essas doenças não comunicáveis vão se tornar um fardo cada vez maior nos próximos anos em vários países, a despeito de sua posição no ranking do índice de desenvolvimento sociodemográfico.


VIDA TOTAL X VIDA SAUDÁVEL


E esta situação se reflete justamente em outro indicador desenvolvido pelo IHME, que mede a expectativa de vida saudável de cada país, num contraponto à usual expectativa de vida total normalmente divulgada pelos institutos de estatísticas nacionais. No Brasil, por exemplo, a expectativa de vida saudável projetada para as mulheres nascidas em 2015 é de 67,38 anos, mais de uma década inferior à expectativa de vida total calculada para elas, 78,21 anos. Já para os brasileiros do sexo masculino nascidos no ano passado, a expectativa de vida saudável fica em 62,35 anos, cerca de oito anos a menos que a expectativa de vida total, de 70,72 anos.

Ainda de acordo com as estimativas feitas pelo IHME, fruto de uma colaboração de mais de 1,8 mil cientistas em quase 130 países, o Brasil registrou aproximadamente 1,35 milhão de mortes no ano passado, tendo como principais causas doenças coronarianas, derrames, problemas respiratórios e diabetes, num ranking bem parecido com o visto na estatística global Este resultado é reflexo também da pouca atenção dos governos, e da população mundial, na prevenção e combate a fatores de risco administráveis e modificáveis destas doenças, tanto que os estudos indicam que cerca de 70% das mortes estão ligadas a eles. Segundo o levantamento, entre os brasileiros lideram estes fatores a hipertensão; nível de glicose alto em jejum, situação pré-diabética; tabagismo; alto índice de massa corporal, ou seja, sobrepeso ou obesidade; altas taxas de colesterol; excesso no consumo de sódio (sal) e álcool; dieta pobre em grãos integrais; e pouca atividade física, o sedentarismo.

Aqui, no entanto, a violência interpessoal também tem um grande peso na estatística. De acordo com a pesquisa, só em 2015 foram mais de 61 mil vítimas no Brasil, o maior número absoluto de mortes por atos violentos estimado para o ano em todo mundo, excluindo países em guerra. Já quando se leva em conta a taxa de mortes por violência a cada 100 mil habitantes, a situação do Brasil melhora, mas não muito: ela ficou em 29,46 no ano passado, o suficiente para colocar o país na 10ª posição, atrás de nações como Afeganistão (29,76), Colômbia (35,57), África do Sul (38,14), Venezuela (45,83) e o líder El Salvador, com 60,29.

Já em nível global, o levantamento aponta uma significativa alta na expectativa de vida média de homens e mulheres entre 1980 e 2015, período em que passou de cerca de 62 anos para quase 72 anos. Segundo os pesquisadores, porém, esta evolução foi muito desigual entre os 195 países avaliados, assim como em alguns parâmetros que têm forte influência nestes resultados. A mortalidade de crianças com menos de cinco anos em todo mundo, por exemplo, caiu em mais da metade desde 1990, resultado de esforços principalmente em países da África Subsaariana e do Sul da Ásia, onde o problema é mais grave. Por outro lado, nações como os EUA estão tendo resultados piores do que os esperados diante de seu nível de desenvolvimento socioeconômico e mesmo regredindo em alguns pontos.

— O desenvolvimento guia, mas sozinho não determina a saúde — resume Christopher Murray, diretor do IHME.




Obesidade atinge 46% das crianças paulistas, aponta pesquisa

06/10/2016 - Valor Econômico / Site


Cerca de 46% das crianças paulistas com até 12 anos está acima do peso. Dessas, 13% apresentam caso grave de sobrepeso e 33% podem ser consideradas obesas. O percentual daquelas com peso considerado normal chega a 45% e 9% mostraram-se abaixo do peso.

A pesquisa do Ibope avaliou aspectos da saúde de mil crianças de todas as classes sociais, que moram na região metropolitana de São Paulo, e foi apresentada hoje (6) no Fórum Diálogos de Valor, na capital paulista. O estudo revelou ainda que 52% das crianças é sedentária, sendo que o índice é ainda maior entre as meninas – 56% delas são sedentárias. O levantamento foi encomendado pela Nestlé.

De acordo com o estudo, 75% das crianças de 7 a 12 anos passam mais de 4 horas por dia em frente à televisão, ao computador ou videogame. Na faixa etária até 12 anos, 35% das crianças ficam até 2 horas em frente a equipamentos eletrônicos. O recomendado por especialistas é até 2 horas por dia.


PAPEL DOS PAIS


O pediatra e endocrinologista Raphael Liberatore disse que a criança imita os pais. “Não adianta o pai passar o dia inteiro vendo futebol na televisão, comendo porcarias e pedir para o filho dar uma volta no quarteirão”, disse o médico. “A criança precisa crescer num ambiente em que ela veja o pai e a mãe fazendo atividade física”, completou.

Segundo o médico, a obesidade é muito mais fácil e barata de ser prevenida do que tratada. “Tratar a obesidade é muito difícil”, disse. Na avaliação dele, os pais precisam se conscientizar e evitar hábitos ruins como colocar refrigerante na mamadeira das crianças pequenas. “Basta um passeio pelo shopping para ver isso”, disse.

A psicóloga Elizabeth Monteiro defende que o ato de brincar seja sempre valorizado. “Crianças quietas, que não brincam, são preocupantes. Os pais geralmente reclamam das crianças agitadas, mas o que preocupa é a criança quieta”, disse.


ALIMENTAÇÃO


De acordo com a pesquisa, 33,4% das crianças pesquisadas, com idade entre 4 e 12 anos, consomem mais gordura que a recomendação diária. A ingestão de cálcio está abaixo do recomendado em 62% dos casos. O percentual sobe para 84% na faixa etária entre 9 e 12 anos.

Para Liberatore, os dados do estudo apenas comprovaram o que outras pesquisas já mostravam: baixa ingestão de ferro, vitaminas A, C, E e D e alta ingestão de gordura e sal. “Você imaginar uma criança comendo duas a três vezes a quantidade de sal que precisaria o dia inteiro é assustador”, disse. Segundo a pesquisa, 70% das crianças consomem sal em quantidade excessiva.

O consumo de cálcio, em especial, tem que ser priorizado, segundo o médico. “É nessa fase da vida que a gente faz massa óssea. Se na fase de construir osso você não ingere cálcio, o futuro, principalmente para meninas, vai ser uma tragédia. Na época da menopausa, com certeza isso vai trazer complicações”, disse Raphael. O cálcio está presente em produtos lácteos.




2 em 3 pacientes detectam câncer sem mamografia

07/10/2016 - O Estado de S.Paulo


O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou ontem um levantamento que aponta que 66,2% das pacientes com câncer de mama foram as responsáveis pela detecção de sinais da doença, por meio do autoexame ou pela observação de alterações nas mamas. O levantamento foi feito entre junho de 2013 e outubro de 2014 com 405 mulheres que procuraram atendimento pela primeira vez na cidade do Rio.

Os pesquisadores perguntaram como a doença foi detectada.

“Isso acontece no mundo inteiro.

Há relatos de que a própria mulher percebe olhando no espelho ou no banho”, diz Liz Maria de Almeida, gerente da divisão de pesquisa populacional do Inca.

Quase 90% das mulheres (89,6%) afirmaram que um caroço foi o sinal que as levaram a buscar atendimento médico. A dor na mama foi relatada por 20,9% das mulheres, enquanto alterações na pele da mama foram notadas por 7,1%. Alterações nos mamilos, saída de secreção e alterações no formato da mama foram relatadas por 2,6%, 5,6% e 3,7% das entrevistadas, respectivamente.


PREOCUPAÇÃO


A detecção por mamografia ocorreu em 30,1% dos casos, o que preocupou especialistas.

“A gente sabe, com base em pesquisas, que a única estratégia que reduz a mortalidade é a mamografia. O diagnóstico tem de ser feito quando o tumor não é palpável, não após o autoexame, quando o nódulo já pode estar com até 2 centímetros”, diz Rafael Kaliks, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico da ONG Oncoguia.

Liz afirma que o resultado mostra a importância do autoexame e da observação do próprio corpo, mas não exclui os exames. “A mulher tem um exame que está disponível todos os dias, que são os olhos e as mãos.

Ela pode salvar a própria vida, mas uma coisa não descarta a outra. Ela é a principal personagem dessa história, mas não pode deixar de fazer a mamografia.”




Sífilis entre gestantes triplica em cinco anos

07/10/2016 - O Estado de S.Paulo


As infecções provocadas por sífilis avançam no Brasil em um ritmo sem precedentes. A taxa entre gestantes aumentou de 3,7 para 11,2 a cada 1 mil nascidos vivos entre 2010 e 2015. Pelos cálculos do Ministério da Saúde, o aumento está em torno de 202%. No caso da sífilis congênita, a situação é igualmente preocupante.

As taxas foram de 2,4 para 6,5 casos para cada 1 mil nascidos vivos no mesmo período.

Entre a população em geral, a taxa nacional é de 42,7 casos para cada 100 mil habitantes. Somente na Região Sul, entre 2014 e 2015, o número de casos subiu 68,2%. No ano passado, o País registrou 40 mil casos graves de sífilis e 40 mil casos de sífilis congênita.

As mortes provocadas pela doença também cresceram de forma expressiva, sobretudo no último ano. No País, a taxa de mortalidade é de 7,4 casos para cada 100 mil nascidos vivos. “A situação não é boa”, resumiu a coordenadora do Departamento de DST-Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken.

Diante desse quadro, o governo já abandonou a ideia de erradicação da doença, compromisso firmado e renovado desde a década de 90. Agora, a meta é tentar reduzir o ritmo de número de casos. “Temos de fazer o que é possível”, disse Adele.

Um plano para tentar conter o avanço da doença deverá ser lançado ainda neste mês. A ideia é reunir representantes de vários setores, incluindo sociedades médicas e de enfermagem.

Um dos fatores que levaram ao crescimento de casos é a falta de tratamento. Houve falta do antibiótico Penicilina em vários pontos do País. A compra do medicamento é feita por Estados e municípios. Adele conta que há pelo menos dois anos alertas são feitos sobre as dificuldades enfrentadas para a compra.

“Achava-se que o problema era local”, disse em encontro com especialistas da área de saúde, ontem. Diante do reconhecimento de que o problema era de maior gravidade, o ministério decidiu fazer uma compra maior. Para especialistas ouvidos pelo Estado, a manobra, embora importante, foi tardia.

Adele, no entanto, afirma que esta não foi a única causa para o crescimento dos registros.

A coordenadora argumenta que a sífilis adquirida passou a ser de notificação compulsória e que, além disso, houve aumento nos últimos anos do número de exames para diagnóstico da doença. A partir de 2012, kits para facilitar a identificação do causador da sífilis, uma bactéria, passaram a ser distribuídos pelo Ministério da Saúde.

“As ações feitas para conter a sífilis até agora foram tímidas frente à dimensão do problema.

Em parte, porque havia o desabastecimento e as ações estavam engessadas”, justificou a coordenadora.


TRATAMENTO


Quando um paciente com sífilis é diagnosticado, a recomendação é de que faça o tratamento por um período determinado com antibiótico.

Por se tratar de uma doença sexualmente transmissível, parceiros do paciente também devem ser testados e tratados, sob pena de a infecção voltar.

A bactéria também pode ser transmitida da gestante para o bebê. Justamente por isso, o ideal é que a terapia seja iniciada ainda no primeiro trimestre de gestação. Algo que está longe de ocorrer no Brasil. Os números mostrados por Adele indicam que pelo menos 50% dos casos de sífilis em gestantes são diagnosticados no terceiro trimestre de gestação, quando as chances de proteger o bebê já são bem menores.

“Há ainda uma falsa ideia de que as mulheres devem esperar a barriga crescer para procurar o pré-natal”, afirmou.

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