Nova vacina contra zika tem testes positivos
23/09/2016 - O Estado de S.Paulo
Uma nova candidata a vacina de DNA contra o vírus da zika, desenvolvida pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, mostrou alto nível de eficiência em testes com macacos.
Aplicado em duas doses, o imunizante assegurou proteção total a 17 primatas em um grupo de 18 animais. A vacina tem como base um DNA que codifica duas proteínas exclusiva do vírus da zika, fazendo com que o organismo desenvolva uma resposta imune contra a infecção.
Fórum debate eficiência no tratamento do câncer
23/09/2016 - Correio Braziliense
O câncer é a terceira doença mais mortal no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), neste ano, a expectativa é de que a saúde pública da capital registre 3.940 casos do mal para cada 100 mil habitantes. Os de pulmão, nos brônquios e na traqueia são os mais perigosos, com 310 novas situações. Entre as mulheres, o que mais mata é o de mama, que atingiu, em 2016, 1.020 delas. Entre os homens, é o de próstata, que alcançou a marca de 840 registros de janeiro a agosto. Foi com base nesses dados que o Instituto Brasileiro de Ação Responsável realizou o fórum Avanços no tratamento do câncer: tecnologia, interdisciplinaridade e suporte ao paciente.
O evento reuniu, no Congresso Nacional, parlamentares, médicos e estudiosos de todo o país para discutir a necessidade de difundir informações que garantam diagnóstico precoce, aporte psicológico, tecnologias precisas e análises personalizadas, pois alguns medicamentos não respondem em determinados casos.
Quem conhece, na prática, a dor e a devastação causadas pelo câncer sabe da importância de todos esses fatores, além do risco provocado pela demora em procurar um médico. Supervisor de Pacientes do Instituto de Apoio ao Portador de Câncer (IAPC), Anderson Araújo acompanha ao hospital, diariamente, diversos pacientes. Em sua maioria, pessoas de municípios do interior, que só descobriram o câncer em estado muito avançado. “Mas isso não é exclusividade dos mais humildes. Conheço pessoas de classe média que também deixaram para procurar o médico depois de sentir alguma dor. O câncer é silencioso. Só se vai sentir dor quando está em estado grave. É uma cultura de acomodação. Temos o hábito de deixar tudo para a última hora”, alerta.
A oncologista Edilene Cardozo, participantes do fórum, destaca que os vários tópicos de discussão do evento resultam, em última instância, na melhora do atendimento. “São pessoas envolvidas, pensando juntas, e isso é muito importante. Buscamos saber o que está acontecendo em cada um dos segmentos”, aponta. “Sobre a demora em procurar um médico, é uma cultura que precisa ser mudada. Vemos que o brasileiro é muito positivo quanto a querer ficar melhor, mas parece ter medo do diagnóstico. Principalmente os homens. São os que mais demoram para procurar um profissional de saúde. Há um mito de que o câncer é uma sentença de morte. E não é mais assim”, completa.
APARTIDÁRIO
Presidente do Instituto Brasileiro de Ação Responsável, Clementina Moreira Alves explica que os tópicos discutidos são transformados em relatórios e enviados para o Legislativo, o Executivo e o Judiciário para servirem como base e orientação para políticas públicas. “O fórum é nacional e técnico-político, apartidário e neutro. Contamos com a presença do Ministério da Saúde, da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Universidade de Brasília (UnB), do Hospital Universitário de Brasília (HUB) de vários institutos de pesquisa e de associações que militam na questão. O evento dura um dia, mas o assunto não morre. Divulgamos as palestras em nossa página: www.acaoresponsavel.org.br”, afirma.
SOB RISCO 3.940
Expectativa de casos de câncer para cada 100 mil habitantes no Distrito Federal.
1.020 Total de registros de câncer de mama em 2016.
840 quantidade de câncer de próstata entre janeiro e agosto.
Novo documento define normas no controle da pressão alta
22/09/2016 - Veja Online
Os números associados à hipertensão são impressionantes. Trata-se de uma doença que acomete 36 milhões de brasileiros adultos. Seis em cada dez idosos sofrem dela. Quando não tratado devidamente, o problema tira dezesseis anos da vida do paciente. Pois um documento que será divulgado no 71º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que começa amanhã em Fortaleza, define os cuidados que se deve ter com o portador da doença. Com o nome de 7a Diretriz Brasileira de Hipertensão, o texto foi elaborado pelas três maiores entidades de referência na área, as sociedades brasileiras de Cardiologia, Nefrologia e Hipertensão. A seguir, as principais observações.
Cerca de 90% dos hipertensos necessitam de tratamento com medicamentos de uso contínuo. Pois esses casos estão associados a alterações genéticas.
O estilo de vida é fundamental para controlar a pressão. Controlar o peso, reduzir o consumo de sal, fazer um mínimo de 150 minutos de caminhadas ou exercícios por semana, atenuar o stress e preservar o sono, são ações que podem reduzir a necessidade de medicamentos.
Os pacientes devem medir a pressão também fora do consultório. Não só a medição feita pelo médico é importante. Medidas realizadas em casa, no trabalho e em atividades cotidianas podem ajudar a compreender o comportamento da pressão, contribuindo para o melhor tratamento.
Consulte sempre um médico para comprar um equipamento confiável. Nem todos os aparelhos eletrônicos são bons. Evite os que medem a pressão no punho. Além disso, pessoas obesas, ou muito magras e crianças frequentemente necessitam de equipamentos especiais e braçadeiras de tamanhos específicos.
Pressão próxima a 12 por 8 continua sendo a melhor. Essa é uma forma simples de dizer que a pressão máxima (a sistólica), está em 120, e a mínima (a diastólica), em 80 milímetros de mercúrio (mmHg). No Brasil, popularmente eliminam-se os zeros e, em vez de dizermos 120 por 80, dizemos apenas 12 por 8. Depois de recomendações díspares em passado recente, chegou-se à conclusão que o melhor mesmo é ter a pressão menor que 13 por 8 (130/80 mmHg).
Algumas pessoas podem e devem ter a pressão acima de 12 por 8. A pressão próxima a 12 por 8 continua sendo a melhor. Mas algumas pessoas, em especial os idosos, não toleram esse nível de pressão. Elas sentem tonturas, sofrem risco de quedas, podem ter alterações nos rins. Elas podem, portanto, manter as taxas um pouco mais elevadas.
A hipertensão não costuma ser uma doença isolada. Colesterol elevado, diabetes, sobrepeso, distúrbios hormonais, disfunções dos rins, alterações circulatórias, gota e muitas outras afecções tendem a estar presentes em quem tem hipertensão. Essas condições agravam o risco da doença e podem determinar caminhos especiais para o tratamento.
Aborto para grávidas com zika abre precedente perigoso, diz associação ao STF
21/09/2016 - O Estado de S.Paulo / Site
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Associação Nacional da Cidadania pela Vida (Adira) afirma que a descriminalização do aborto para grávidas com zika pode “abrir um perigoso precedente para toda e qualquer outra situação de deficiência” e compara o “aborto eugênico” à limpeza étnica promovida por Adolf Hitler. A associação pediu para entrar como interessado (amicus curiae) no processo, que é de relatoria da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
A Adira também quer indicar peritos e autoridades no assunto para participar de audiências públicas sobre o tema.
A Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep), que moveu a ação e pede a descriminalização do aborto para grávidas com zika, também solicitou à ministra Cármen Lúcia que seja realizada audiência pública sobre a possibilidade de interrupção de gravidez no caso de infecção da gestante com o vírus da zika.
Dentro do STF, o julgamento do aborto para grávidas com zika é visto como um tema delicadíssimo. Em abril de 2012, os ministros do STF decidiram, por 8 votos a 2, que aborto de fetos anencéfalos não é crime. A ministra Cármen Lúcia na ocasião votou no sentido de considerar que o aborto desses fetos não configura crime.
Já no caso do aborto para grávidas com zika, um ministro ouvido pela reportagem acredita que o debate será mais controverso devido ao fato de bebês com microcefalia apresentarem uma condição diferente da dos anencéfalos, podendo viver e se integrar à sociedade, ainda que tenham limitações.
“O microcéfalo no ventre materno não é morto, nem subumano. É um ser humano vivo, embora deficiente . (…) O pedido autoral parece revelar forte discriminação em relação às crianças portadoras de deficiência”, afirmou a Associação Nacional da Cidadania pela Vida (Adira).
Para a Adira, a permissão de aborto nesses casos “implicará no aumento e na maior efetivação da discriminação contra pessoas de qualquer modalidade de deficiência, pois uma vez negado o direito à vida aos nascituros com enfermidades físicas e mentais, o preconceito, com todas as vênias, não só será legitimado como legalizado”.
REPULSA
Em manifestação encaminhada ao STF, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por meio da Advocacia do Senado Federal, alegou que o aborto nessas circunstâncias “diz respeito a um dissenso moral profundo”, sobre o qual dificilmente os parlamentares vão adotar uma “uniformidade de posições”. Para o Senado, a “repulsa ao aborto está profundamente arraigada na cultura brasileira”.
Antes, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia defendido o aborto para mulheres infectadas por zika, sob a alegação de que a continuidade da gestação nesses casos representa risco “à saúde psíquica da mulher”. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) sustenta que a interrupção da gestação “seria frontalmente violadora ao direito à vida”.
Queda de cabelo é incluída entre sintomas da chikungunya
21/09/2016 - G1 - Bom dia Brasil
O Ministério da Saúde incluiu a queda de cabelo entre os sintomas da chikungunya que podem aparecer depois da fase mais aguda da doença.
Faz três meses que os sintomas da chikungunya foram embora, mas o cabelo da dona Maria da Conceição não para de cair. “Ficou mais caindo, né? Ficou mais caindo ainda. Olha como é que eu estou, cabelo bem pouquinho, bem fininho. Quando eu tomo banho, cai muito”, afirmou a aposentada.
A queda de cabelo também levou a dona Maria José à dermatologista. “Fiquei muito preocupada. Todo mundo falava, os meus filhos falavam 'Mamãe, seu cabelo está caindo. Vai procurar um médico'”, disse a dona de casa.
A médica confirmou: foi mesmo a chikungunya que fez os cabelos caírem mais.
O problema é chamado de eflúvio telógeno, e pode ser provocado não só pela chikungunha, mas também por falta de vitaminas e até estresse. É que o corpo concentra as energias para se recuperar da doença e economiza em outras atividades, como o crescimento do cabelo. Os fios que estavam crescendo entram em uma espécie de repouso e, de dois a quatro meses depois da doença, ficam mais fracos e acabam caindo.
“É uma fase do ciclo que vai passar e os cabelos voltarão à normalidade na grande maioria dos casos”, disse a médica dermatologista Cláudia Ferraz.
O Ministério da Saúde incluiu a queda de cabelo na lista de sintomas da chikungunya e os médicos devem receber um protocolo com novas informações sobre os sintomas da doença até o ano que vem.
A cada dia que passa, os médicos têm percebido novas complicações causadas pela chikungunya que vão além dos sintomas iniciais. Em mais da metade dos casos, as dores fortes e inchaços nas articulações vão e voltam com frequência por mais de seis meses. E agora, quase um ano depois do começo da epidemia, alguns pacientes estão apresentando dificuldades de locomoção. As pernas ficam paralisadas e eles não conseguem nem andar.
“Algumas dessas lesões podem ser reversíveis, outras não, podem deixar sequelas em quadros neurológicos. E, é claro, além daqueles que podem ter uma forma muito grave e levando ao risco para o óbito”, explicou o médico Carlos Brito.
Número de transplantes deve cair pela primeira vez em 11 anos em 2016
21/09/2016 - G1 - Bom dia Brasil
Um alerta na saúde: quem precisa de um transplante está esperando mais tempo na fila. A previsão do Ministério da Saúde para este ano é de que o número de procedimentos realizados registre a primeira queda em 11 anos. O motivo é a crise financeira dos estados. Por isso, a doação de órgãos é tão importante para tentar reverter esse resultado nesta reta final do ano.
O número de transplantes vinha crescendo desde 2005. A previsão para este ano, no entanto, é de uma queda de pouco mais de 200 procedimentos, mas esse número ainda pode mudar dependendo das doações no segundo semestre.
A lista de espera vinha caindo desde 2010, mas também aumentou. Segundo a previsão do Ministério da Saúde, mais de mil pessoas entraram na fila. Infelizmente, só no ano passado, duas mil pessoas morreram sem conseguir um transplante.
Caxumba afeta três municípios do interior
22/09/2016 - O Estado de S.Paulo
Franca São Carlos e Bauru enfrentam surtos de caxumba, doença altamente contagiosa, causada por vírus que afeta as glândulas da garganta.
Em Franca, as aulas da Faculdade de Direito estão suspensas desde terça, depois que 25 alunos apresentaram o vírus. Em São Carlos, são mais de cem casos desde junho. Em Bauru, três presos do Centro de Detenção Provisória apresentaram a doença.
Polícia investiga outro médico no caso Einstein
22/09/2016 - O Estado de S.Paulo
A Polícia Civil de São Paulo investiga a participação de mais um médico em um suposto esquema de recebimento de pagamentos irregulares no setor de cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
Dois cardiologistas já são investigados suspeitos de receber pagamentos e beneficiar uma empresa fornecedora de stents e outros materiais cardíacos.
Médicos renomados na área de cirurgia cardíaca, Marco Antonio Perin foi demitido e Fábio Sandoli de Brito Júnior foi afastado de suas funções na instituição.
O recebimento de comissões de qualquer espécie por parte de médicos é proibido pelo Código de Ética Médica.
Agora, a polícia apura se houve participação de Alexandre Abizaid no esquema. Também cardiologista da equipe do Einstein, ele e os outros dois investigados teriam recebido pagamentos da empresa CIC Cardiovascular, fornecedora dos materiais, para privilegiar o uso dos produtos da marca nas cirurgias feitas na instituição. Além de trabalhar no Einstein, Abizaid atua ainda no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, da rede pública estadual. A Secretaria Estadual da Saúde diz que ele não tem nenhuma interferência no processo de compras do hospital público.
Segundo detalhes da investigação divulgados ontem pelo jornal Folha de S.Paulo, a polícia teve acesso a documentos que mostram uma troca de e-mails entre os três médicos combinando a divisão de recursos recebidos, sem citar a fonte pagadora.
Em outra mensagem, eles discutem a abertura de uma empresa fora do País, em locais conhecidos como paraísos fiscais.
Os médicos negam irregularidades no recebimento dos pagamentos.
O hospital reafirmou, em nota, que segue rigorosos padrões de controle para assegurar que todas as suas relações sejam pautadas pela ética e transparência.
Proteína do leite protege contra zika e chicungunha
22/09/2016 - O Globo
Uma pesquisa brasileira revela que uma proteína presente no leite pode ajudar na prevenção do vírus zika e da chicungunha. A constatação foi feita por pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (do Pará), da UFRJ e da UniRio, segundo reportagem do “Jornal Nacional”, da TV Globo.
A proteína usada na pesquisa é bem conhecida pelos cientistas: a lactoferrina. Já se sabia que ela protege o organismo de infecções por bactérias, por exemplo. Mas, há um ano, pesquisadores começaram a testá-la contra o vírus zika e da chicungunha.
Foram usadas células de macaco cultivadas em laboratório como hospedeiras de amostras da proteína e dos vírus. Os cientistas fizeram os testes em três situações. Antes da infecção, no primeiro contato do vírus com as células e depois que ele se instala. Nos três casos, a lactoferrina conseguiu reduzir a infecção em até 80%. É como se, a cada dez vírus, oito fossem bloqueados pela proteína.
— Observamos que a proteína também é capaz de inibir a multiplicação do vírus dentro da célula infectada. Ela tem esse potencial de atacar a infecção mesmo depois de estabelecida na célula — explicou Carlos Carvalho, pesquisador do Instituto Evandro Chagas.
A lactoferrina está presente na saliva, na lágrima, no leite da vaca e principalmente no materno. Segundo os pesquisadores, beber leite simplesmente não poderia prevenir ou tratar uma infecção, porque a quantidade de proteína ingerida não seria suficiente. A próxima etapa do estudo é estabelecer uma dosagem ideal da lactoferrina e de que forma ela seria aplicada nos primeiros testes em animais.
Pessoas com gene da obesidade respondem bem a dietas e exercícios
21/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site
As pessoas portadoras de uma variante do gene FTO (o chamado gene da obesidade) que favorece o acúmulo de gordura reagem tão bem à dieta e ao exercício quanto aqueles sem ela, segundo um artigo publicado na quarta (21).
Isto significa que as pessoas com a variante, que parece estar ligada a um maior risco de sobrepeso, não estão necessariamente condenadas a permanecer assim, de acordo com uma meta-análise publicada na revista médica "BMJ".
"Indivíduos portadores (da variante) respondem igualmente bem à intervenções para a perda de peso à base de dieta, atividade física ou remédios", escreveram os autores do artigo, baseado na revisão de oito estudos envolvendo cerca de 10 mil pessoas.
Isto significava que a predisposição genética para a obesidade "pode ??ser pelo menos parcialmente neutralizada por meio de tais intervenções".
Cientistas já haviam demonstrado uma associação entre uma variante do gene FTO e o excesso de gordura corporal, mas pouco se sabe sobre como esse vínculo funciona.
As contribuições relativas da genética e do estilo de vida para a epidemia global de obesidade ainda são objeto de discussão.
A mais recente revisão mostrou que os participantes de programas de perda de peso que tinham a variante do FTO começaram com em média um quilo a mais do que aqueles sem ela.
Mas as mudanças no peso foram semelhantes em ambos os grupos, independentemente de outros fatores como etnia ou gênero, disseram os autores.
Em 2014, segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso. Destes, mais de 600 milhões eram obesos.
O excesso de peso já foi associado cientificamente a doenças cardíacas, derrame e alguns tipos de câncer.
Comentando a última pesquisa, a nutricionista chefe da agência de Saúde Pública da Inglaterra, Alison Tedstone, disse que as causas da epidemia de obesidade podem ter pouco a ver com genes.
estudo acrescenta evidências que "sugerem que fatores ambientais podem ser dominantes sobre ao menos os genes comuns ligados à obesidade".
Tais fatores podem incluir uma dieta rica em açúcar ou exercícios físicos insuficientes.
Anvisa propõe critérios para alerta sobre lactose nos rótulos de alimentos
21/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) irá colocar em consulta pública duas propostas de mudanças a serem aplicadas nos rótulos dos alimentos e bebidas para que estes passem a informar o consumidor sobre a presença de lactose.
A previsão é que, após a consulta, as novas regras sejam aprovadas até o fim deste ano.
A discussão sobre a mudança nos rótulos ocorre após o governo sancionar, em julho, uma lei que obriga que as indústrias de alimentos coloquem um alerta nos produtos sobre a presença de lactose na composição.
A justificativa é o aumento no diagnóstico de pessoas com intolerância a essa substância, que é um açúcar presente no leite. A lei deve entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2017.
Pela proposta inicial da Anvisa, os alimentos devem trazer alertas como "isentos de lactose", "baixo teor de lactose" e "contém lactose". A declaração, no entanto, deve seguir critérios que serão estabelecidos pela agência para cada caso.
Produtos cuja quantidade de lactose for reduzida a valor igual ou menor que 10 mg por 100 g ou 100 ml do alimento, por exemplo, serão considerados isentos de lactose. Deverão, assim, trazer a inscrição de isento ou sinônimos como "zero lactose", "0% lactose", "sem lactose" ou "não contém lactose".
Já os alimentos cujos rótulos deverão trazer a declaração de "baixo teor de lactose" serão aqueles cujo teor deste açúcar foi reduzido a valor igual ou menor que 1g por 100 g ou 100 ml.
CONTÉM LACTOSE
A Anvisa também irá discutir critérios para rotulagem de alimentos com lactose.
Inicialmente, a ideia é que alimentos que tiverem mais de 10 mg de lactose por 100 g ou 100 ml do alimento tragam a inscrição "contém lactose" logo após ou abaixo da lista de ingredientes.
Para especialistas, a nova lei que obriga a informação nos rótulos pode ajudar os consumidores a suprir dúvidas quanto aos produtos que contém lactose e aqueles que, embora contenham leite, não contêm lactose –casos em que o alimento é tratado com enzima específica, a lactase, ainda no processo de produção.
O papel do setor privado na saúde pública
22/09/2016 - Folha de S.Paulo
Em meio às eleições municipais, a saúde pública ressurge nas promessas da maioria dos candidatos. Pesquisas apontam que o tema está no topo dos problemas da população -não por acaso, ocupa espaço significativo nos debates políticos.
É amplamente aceito em todos os setores da sociedade que as melhores e mais sustentáveis soluções para problemas públicos vêm de um consenso de todas as partes interessadas. No entanto, o diálogo entre setor público e privado tem se deteriorado nos últimos anos.
O setor privado, por exemplo, desempenha um papel importante no combate à pandemia global de obesidade e a outras doenças não transmissíveis. Foi a indústria que abraçou a fortificação de alimentos básicos, como o sal no início de 1920 e a farinha de trigo no anos 1940. Hoje é possível fortificar sistemas alimentares exigentes, como o arroz, leite UHT e bebidas, e cereais de formas e tamanhos diferentes.
Mais recentemente, a indústria de alimentos respondeu ao apelo feito pela Organização Mundial da Saúde e reformulou alimentos para reduzir açúcar, sal, gorduras saturadas e ácidos graxos trans.
É preciso, contudo, definir que tipo de parceria e quais as métricas qualitativas serão necessárias. Não é suficiente apenas uma chamada ao diálogo. O resultado desejado, o papel específico e o peso de cada ator devem ser definidos de antemão.
Se a deficiência de nutrientes persiste e a obesidade está nas alturas, uma conclusão é óbvia: devemos desenvolver produtos mais nutritivos e menos calóricos.
Essa é uma missão que a indústria deve abraçar. Ao mesmo tempo, é importante que a comunicação oriente o consumidor acerca dos benefícios da alimentação saudável.
É fundamental também que o setor privado esteja atento às restrições e às ameaças ao longo do caminho entre o campo e nossa mesa. O aumento dos preços dos alimentos, o desmatamento, a falta de água, o aquecimento global, entre outros, são questões que necessitam de regras claras, sanções e incentivos acordados em parcerias público-privadas.
É obrigação do setor público fiscalizar a produção de alimentos e comunicar a verdade ao consumidor. O setor privado pode contribuir adicionalmente, propagando novos hábitos alimentares.
Definitivamente, não é papel do setor privado estabelecer políticas para uma nutrição melhor ou uma alimentação mais saudável. Isso é atribuição do setor público, com o auxílio do conhecimento científico fornecido pela academia.
No entanto, não exime a indústria de ocupar um lugar nesse diálogo, já que ela, com seus inúmeros instrumentos (tecnologia, canais de comunicação e distribuição, pesquisa aplicada), tem uma forte contribuição a oferecer.
Serviços do Samu e do Resgate serão integrados em SP
22/09/2016 - Folha de S.Paulo
Após decisão judicial, os serviços do Grau (Grupo de Atendimento e Resgate às Urgências), do governo paulista, e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), da prefeitura, serão integrados, devendo reduzir atendimentos em duplicidade e o tempo de espera por ambulâncias. A liminar, de 6 de setembro, obriga a gestão Alckmin (PSDB), a fazer a interação entre os serviços em até 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
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