37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS
CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 15/09/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Anvisa libera remédio para obesidade da Aché que havia sido suspenso

14/09/2016 - G1 - Bem Estar


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogou nesta quarta-feira (14) a decisão de suspender a venda dos medicamentos Biomag e Cloridrato de Sibutramina (genérico), para obesidade, da empresa farmacêutica Aché.

De acordo com a Anvisa, os remédios para obesidade eram fabricados com um princípio ativo fornecido por um fabricante diferente do aprovado. O local de fabricação do fármaco, produzido por uma empresa indiana, foi alterada, e, com isso, a situação foi regularizada.

Na mesma ocasião em que os medicamentos para obesidade foram vetados, foi suspenso também o Gastrium (omeprazol), também da Aché, para acidez no estômago. Ele continua suspenso. Vendido em versão de 10 mg e 20 mg, era feito com uma formulação distinta da aprovada, segundo a agência.




ONU condena altos preços de medicamentos

15/09/2016 - O Globo


O Painel de Alto Nível sobre o Acesso a Medicamentos criado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, divulgou ontem um relatório que recomenda maior participação dos governos no desenvolvimento de remédios para melhorar o acesso da população mundial a tratamentos.

De acordo com o relatório, o preço alto de remédios e a falta de cuidado para algumas doenças afeta igualmente países pobres e ricos e são causados, principalmente, por custos cada vez maiores das tecnologias de saúde e a ausência de soluções para epidemias recentes, como o vírus zika e a epidemia de ebola. O documento da ONU recomenda que os governos e a indústria farmacêutica trabalhem juntos para reduzir o preço de medicamentos essenciais, desatrelando o custo de pesquisa e desenvolvimento do valor final dos produtos.

Com 15 especialistas do mundo todo, incluindo os brasileiros Celso Amorim, ex-ministro e presidente da Unitaid, e Jorge Bermudez, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, o painel foi montado em novembro do ano ano passado para encontrar soluções para a incoerência política entre propriedade intelectual, leis internacionais de direitos humanos, leis comerciais e necessidades de saúde pública.

“Ressaltamos a questão fundamental dos direitos humanos como centro da discussão, contrapondo-se a direitos individuais, além da constatação de que o acesso a medicamentos hoje não é mais um problema restrito a países de renda baixa e média, mas sim algo que atinge a toda a população mundial. Não é possível para nenhum sistema de saúde absorver os preços exorbitantes de novas tecnologias, como acontece por exemplo com novos antivirais para o tratamento da Hepatite C e produtos oncológicos”, explicou Bermudez no relatório.


APELO PELA IMPLEMENTAÇÃO


A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) comemorou as recomendações do relatório e ressaltou, em nota, a importância de os governos adotarem as recomendações do documento da ONU.

“O Painel de Alto Nível sobre o Acesso a Medicamentos apresenta recomendações práticas para ajudar a superar desafios que nossas equipes médicas vêm enfrentando há décadas. A MSF faz um apelo aos governos e à indústria para que implementem rapidamente as recomendações do relatório, incluindo a demanda por mais transparência das empresas farmacêuticas no que diz respeito aos custos de pesquisa e aos preços dos medicamentos”, disse Rohit Malpani, diretor de políticas e análises da Campanha de Acesso de MSF.




Em busca da liderança

14/09/2016 - Guia da Farmácia


A Merck, empresa de origem alemã líder em ciência em tecnologia, obteve faturamento de €12.8 bilhões em 66 países, no último ano. Fundada em 1688, é a empresa farmacêutica e química mais antiga do mundo. A família fundadora continua a ser a acionista majoritária do grupo de empresas de capital aberto. A Merck detém os direitos globais do nome e da marca em todo o mundo, exceto no Canadá e nos Estados Unidos, onde a empresa é conhecida como EMD Serono, EMD Millipore e EMD Performance Materials.

O laboratório anuncia a criação da diretoria de Genéricos como parte da divisão Biopharma no Brasil. Com uma equipe especializada, a nova área se dedicará exclusivamente ã gestão de portfólio e comercialização dos produtos genéricos da empresa no País e terá como foco alavancar a presença da empresa neste segmento A Merck já tem participação relevante neste mercado, com mais de 60 produtos comercializados. Fazem parte do portfólio produtos, como levotiroxina, metformina, sinvastatina, acidovir, finasterida, doxazosina, entre outros.

Para liderar essa nova estrutura, a empresa acaba de contratar Eduardo Lima. Ele será responsável por estruturar a unidade de negócio e desenvolver estratégias para que a Merck Genéricos se destaque como um importante player em portfólio de produtos, políticas de rentabilidade para os parceiros, prestação de serviço no processo de comercialização, além de buscar novos negócios. O executivo se reportará diretamente ao presidente da Merck no Brasil.

Lima possui 13 anos de experiência em vendas, marketing e trade marketing de produtos genéricos e similares. Pós-graduado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e possui também especialização em Negócios e Estratégias Econômicas pela University of Califórnia de San Diego. Atuou em empresas, como Novartis/Sandoz, Hypermarcas/ Neo Química. Mais recentemente, integrou a equipe da Valeant, como diretor de Unidade de Negócios Bunker/Delta, e diretor comercial para a linha de nutrição esportiva da Probiótica.

Guia da Farmácia • A Merck já dispunha da área de genéricos, mas não havia uma diretoria exclusiva, certo? Por que a empresa decidiu ter uma nova diretoria dedicada exclusivamente a genéricos?

Eduardo Lima • Não tínhamos uma área exclusiva para genéricos. Existia um portfólio de genéricos, que era comercializado e trabalhado pelo mesmo grupo que administra todo o portfólio de prescrição médica. Então foi criada essa nova unidade de negócios, para que possamos realmente atuar diante do dinamismo que o mercado de genéricos exige das empresas, que é completamente diferente do modelo de prescrição médica.

Guia • Quais são as estratégias traçadas para que a Merck tenha uma representatividade maior nesse mercado?

Lima • A expectativa é de que nos tornemos um player importante desse mercado, não que não sejamos. Hoje, já somos um player importante, mas queremos crescer ainda mais. Queremos nos tornar líderes dos líderes. Para isso, temos duas estratégias que tomamos como base: a primeira é melhorar a performance dos clientes que já trabalham com o portfólio de genéricos, utilizando o poder da marca Merck e a segunda, criar uma base nova de clientes com um relacionamento mais próximo.

Guia • Por que o mercado de genéricos é interessante para a Merck e por que esse foco exclusivo nesse momento da economia?

Lima • O mercado de genéricos representa hoje cerca de 30% das vendas em unidades. É um mercado que sofre pouco com as crises econômicas por estar na base da pirâmide de necessidades básicas da população, junto com higiene e saúde. Então realmente temos a oportunidade de dar acesso à saúde com os genéricos, que são produtos mais acessíveis e, consequentemente, promissores.

No momento de crise, com certeza, a migração existe, o medicamento já faz parte do orçamento familiar e com o desemprego chegando em 11 milhões e 600 mil brasileiros, essa população busca uma alternativa que seja confiável e que também caiba em seu orçamento, sem dúvidas.

Guia • Qual a posição que a Merck ocupa hoje e aonde pretendem chegar?

Lima • A Merck é hoje a 9a colocada no mercado de genéricos e estimamos, até 2020, estar entre os cinco principais players. Com certeza, a criação dessa unidade de negócios com especialistas para esse modelo e aumentando a base de clientes, acredito, sim, que teremos resultados diferentes do que temos hoje. Respeitaremos dois dígitos de crescimento, que é o que cresce o mercado, mas só acompanhar o mercado não nos faz tomar a posição de ninguém, então a ideia é que a gente cresça um pouco mais do que o mercado cresce.

Guia • De que forma isso será possível?

Lima • Vamos pensar assim, a Merck tem quase 350 anos de mercado mundo, já passou por grandes guerras, por revoluções, enfim, ela traz uma experiência muito grande do canal farma, e é isso que a gente quer buscar, essa sinergia de outras unidades de negócios do grupo, para aplicar também no mercado de genéricos. Temos, hoje, uma assessoria de imprensa dedicada às unidades de negócios, temos uma área de desenvolvimento, de marketing focada para o negócio, temos uma estrutura de Tl voltada para o negócio, enfim, as experiências de cada mercado somam.

Guia • Como ser inovador no mercado de genéricos? Como não oferecer somente mais do mesmo?

Lima • Os genéricos são cópias do produto de referência e de acordo com a Lei que foi criada em 1999, pelo até então ministro José Serra, a copia só pode existir quando se expira uma patente, obviamente qual é a grande diferença? Existe uma base de clientes, que podem arcar com os custos de um produto de referência, um pouco mais caro, justamente porque a indústria farmacêutica investe muito para acertar um produto e a partir do momento em que se lançam os genéricos de marca, que são conhecidos como similares, você aumenta essa base trazendo acessibilidade ou preços mais baratos para a população, já que os genéricos demandam menos investimento do que o produto de referência para ser lançados.

Guia • Qual a área dentro de genéricos que apresenta maior crescimento/demanda na Merck?

Lima • A levotiroxina é o produto mais vendido do meu portfólio, mas é vendida dentro de uma proposta diferente. Temos uma equipe de visitação médica, que faz todo um trabalho de orientação para a classe médica e por que não também atuando com condições comerciais mais agressivas para o frade marketing?

Guia • De que forma vocês buscam o que será lançado? As necessidades do Brasil são diferentes da de outros países? Há ainda alguma área não coberta?

Lima • Temos uma área de business development que eu acho importante citar que, junto com a unidade de negócios, está preparando um pipeline para que tenhamos lançamentos gradativos até 2020. O Brasil é um mercado que tem menos de 20 anos, ou seja, precisa amadurecer bastante, mas possui players muito competentes que ajudam dentro desse processo; quando cai uma patente, em dois, três dias depois, lançam o genérico, então já existem, hoje, no Brasil, empresas bem preparadas e a Merck quer se preparar dessa forma.

Guia • Há especulações no mercado de que o Grupo Sanofi queira vender a Medley e de que a Pfizer queira vender o Teuto, suas respectivas áreas de genéricos. Você acha que há uma movimentação de desinteresse no mercado de genéricos?

Lima • O mercado de medicamentos movimenta bilhões de reais e entendo que os líderes dele são empresas que foram orientadas pelo portfólio de genéricos, não consigo ver o desinteresse de algum investidor, em um mercado que cresce acima da média e que, hoje, já representa 30% das unidades vendidas. Eu penso que se existem especulações, devem ser de situações estruturais e não uma questão de mercado.

Pesquisa abre caminho para embrião sem óvulo

15/09/2016 - O Estado de S.Paulo


Cientistas conseguiram pela primeira vez, com uma nova técnica, fazer camundongos se reproduzirem injetando espermatozoides em uma célula que não é um óvulo.

Segundo os autores da pesquisa, publicada ontem na revista Nature Communications, os resultados sugerem que a maturação do espermatozoide, ao contrário do que se pensava, pode prescindir de um óvulo. Eles alertam, no entanto, que a técnica ainda está muito distante de ter qualquer aplicação para embriões humanos.

A pesquisa foi coordenada por Tony Perry, da Universidade de Bath, no Reino Unido, e também teve participação de cientistas da Universidade de Regensburg, na Alemanha.

De acordo com Perry, já se sabia que os ovócitos – os gametas femininos que ainda não foram fecundados e transformados em óvulos – podem ser “enganados” para se desenvolver, transformando-se em um embrião sem fertilização. Mas esses pseudoembriões resultantes do processo, chamados de partenogenotes, morrem em alguns dias, já que processos fundamentais de desenvolvimento, que exigem a presença do espermatozoide, não ocorrem.

O grupo de cientistas, porém, conseguiu desenvolver um método para injetar espermatozoides nos pseudo embriões de camundongos, permitindo que eles se desenvolvessem e produzissem filhotes com uma taxa de sucesso superior a 24%.

Esses pseudo embriões foram produzidos artificialmente, a partir de um ovócito que foi estimulado quimicamente para iniciar o processo de divisão celular sem a intervenção dos espermatozoides.

“Nosso trabalho desafia o dogma de que apenas um óvulo fertilizado com espermatozoides pode resultar no nascimento de um mamífero vivo, que foi estabelecido quando embriologistas pioneiros observaram os ovócitos de mamíferos pela primeira vez, em 1827, e observaram a fertilização, 50 anos depois”, afirmou Perry.

Segundo o cientista, os resultados do estudo sugerem que, em um futuro distante, poderia ser possível gerar animais utilizando espermatozoides e células que não são óvulos, como células da pele, por exemplo. “Embora isso ainda seja apenas uma ideia, poderia ter potenciais aplicações no futuro para tratamentos de fertilidade humana e para a reprodução de espécies ameaçadas”, disse Perry.

Os camundongos nascidos com a técnica parecem totalmente saudáveis, segundo Perry, mas seu DNA tem marcas epigenéticas diferentes das que ocorrem na fertilização normal.

As marcas epigenéticas são padrões de ativação e desativação de determinados genes.


INTERESSE CIENTÍFICO


De acordo com a geneticista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo (USP), a importância do estudo consiste em avançar o conhecimento sobre os processos de fertilização.

“Por enquanto não há nenhuma perspectiva de qualquer aplicação em humanos. Mas o estudo é interessante para os cientistas porque permite analisar o que acontece com as marcas epigenéticas quando se faz um experimento como esse, possibilitando aprofundar nosso entendimento sobre o complexo processo de fertilização”, disse Mayana ao Estado.

Ela afirma, no entanto, que o estudo não abre nenhuma perspectiva para aplicações como a reprodução humana sem a participação de mulheres, por exemplo.

“As conclusões do estudo não têm nada a ver com esse tipo de especulação. O que há de relevante no estudo é que ele contesta a ideia de que um espermatozoide só poderia amadurecer dentro de um óvulo”, disse Mayana.




Operação entre Reckitt e Hypermarcas é aprovada

15/09/2016 - O Estado de S.Paulo


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com restrições, a venda pela Hypermarcas de sua divisão de preservativos e lubrificantes íntimos – com as marcas Olla, Jontex e Lovetex – para o grupo britânico Reckitt Benckiser, que já detinha a marcas Durex e KY. Para isso, a Reckitt se comprometeu a vender a marca KY no Brasil para um terceiro concorrente.




Governo anuncia repasse de R$ 1 bilhão para serviços de saúde

14/09/2016 - Portal EBC


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou hoje (14) o repasse de R$ 1 bilhão para oferta de 1.401 novos serviços em santas casas e hospitais filantrópicos, custeio de 99 unidades de pronto atendimento (UPAs) e expansão da oferta de medicamentos e tecnologias.

De acordo com o ministro, o valor foi obtido graças a medidas de gestão voltadas à maior eficiência dos gastos públicos – como economia em contratos e aluguéis e extinção de cargos dentro da própria pasta – e não têm impacto no orçamento.

As portarias para o custeio das UPAs serão publicadas nas próximas semanas e os repasses, segundo Barros, começam a ser pagos em outubro – um total de R$ 182 milhões ao ano. Com isso, todas as unidades que funcionavam sem a contrapartida do ministério passam a receber valores mensais.

Para o financiamento dos 1.401 novos serviços em santas casas e instituições filantrópicas, serão destinados R$ 371 milhões ao ano. As habilitações e credenciamentos, de acordo com o ministério, beneficiam 216 hospitais. A meta do governo é que os pagamentos sejam feitos até dezembro.

Já o anúncio de ampliação na oferta de medicamentos e vacinas se refere à oferta de mais 7,4 milhões de insumos no Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda segundo a pasta, o setor também vai receber um aporte de R$ 222 milhões para a produção no Brasil da vacina meningocócica.

"Estamos fazendo mais com menos recursos", reforçou Barros, ao detalhar que a estratégia do governo consiste em reduzir o tamanho da máquina, desaparelhar o ministério e aumentar a eficiência por meio da implantação de sistemas mais avançados.


SANTAS CASAS


O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais e Entidades Filantrópicas, Edson Rogatti, lembrou que o país regista mais de 2,1 mil hospitais filantrópicos e que o setor responde por mais de 50% do atendimento via SUS – sobretudo internações de média e alta complexidade, transplantes e tratamentos oncológicos.

"Há muito tempo, esperamos ser ouvidos", disse. "Foram anunciadas hoje várias medidas para o setor filantrópico, coisa que a gente não via nunca" completou, ao destacar que os repasses darão mais fôlego às santas casas e entidades filantrópicas.




Cade aprova com reservas venda da área de preservativos da Hypermarcas

14/09/2016 - Valor Econômico / Site


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições a venda da divisão de preservativos masculinos e lubrificantes íntimos da Hypermarcas para a Reckitt Benckiser. A transação, consumada por R$ 675 milhões, envolve as marcas Jontex, Olla e Lovetex.

A restrição envolve a venda da marca KY, a líder de mercado no segmento de lubrificantes íntimos. O voto do conselheiro Paulo Burnier, o relator do caso, foi seguido por unanimidade pelos demais conselheiros.

A Superintendência-Geral (SG) do órgão antitruste havia recomendado a impugnação da operação. Isso porque, de acordo com o relatório de Paulo Burnier, “poderia trazer problemas concorrenciais no mercado de preservativos masculinos”. A partir daí, o conselheiro Burnier negociou com as empresas uma solução para a viabilidade da transação.

“A Reckitt terá o controle de três das maiores marcas existentes, que têm proximidade concorrencial”, disse em seu voto.

“Com relação ao mercado de lubrificantes íntimos, as preocupações seriam ainda maiores, principalmente considerando aspectos estruturais do mercado, como barreiras à entrada e baixa rivalidade, e o panorama pós-operação”, afirma o relatório de Burnier.

Isso porque, de acordo com estudos solicitados pela SG, “todas as hipóteses levantadas apontavam para um provável aumento de preço, tanto nos produtos das Requerentes [a Reckitt Benckiser], quanto nos produtos concorrentes”.

Burnier ressaltou ainda que a “Reckitt indicou uma série de eficiências econômicas [advindas da operação], mas não há qualquer evidência que essa eficiência seria repassada ao consumidor”.

A Reckitt informou em nota que “recebeu com entusiasmo a decisão do Cade de aprovação da aquisição pela companhia das marcas Olla, Jontex e Lovetex”, da Hypermarcas. Segundo a multinacional, a venda de sua marca de lubrificantes íntimos KY ficará restrita ao país.

“Quanto à recomendação de venda de KY como forma de eliminação de riscos concorrenciais, a RB seguirá rigorosamente esse compromisso. É importante ressaltar que a RB continuará a ser a detentora da marca KY nos demais países em que ela é comercializada [cerca de 50]”, disse na nota.

Conforme o grupo anglo-holandês, a compra da divisão de preservativos e lubrificantes da Hypermarcas reforça o compromisso com o mercado brasileiro. “Com a finalização dessa aquisição, a RB reitera a expectativa de transformar o seu negócio de bem-estar sexual no Brasil e de consolidar sua presença nos canais nacionais de cuidados com a saúde”, informou.

A Hypermarcas informou em comunicado que a aprovação do Cade à venda de sua divisão de preservativos e lubrificantes íntimos para a Reckitt Beckinser (RB) permite o fechamento imediato da operação. “Desse modo, assim que cumpridas as demais condições precedentes estabelecidas no contrato, a companhia estará apta a realizar o fechamento e receber o restante do preço [da operação]”, disse em comunicado.




Ministro da Saúde anuncia repasse de R$ 1 bilhão para UPAs e Santas Casas

14/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quarta-feira (14) que a pasta conseguiu economizar, em quatro meses, R$ 1 bilhão. Essa quantia será investida no custeio de 99 UPAs (unidades de pronto atendimento), na oferta de 1.401 novos serviços em Santas Casas e hospitais filantrópicos, e na ampliação de medicamentos.

Esse montante, segundo o ministro, foi conquistado a partir da redução dos custos de contratos, de serviços gerais –como alugueis e contas de telefone–, dos preços dos medicamentos, além da extinção de cargos da própria pasta. Ao todo, 417 cargos, sendo 335 de livre nomeação foram extintos.

Barros explicou que a prioridade, a partir de agora, será modernizar o atendimento à população, com novas tecnologias que vão trazer benefícios aos pacientes. "Os sistemas de informação do SUS [Sistema Único de Saúde] é nossa grande prioridade para melhorar o atendimento e reduzir custos."

O anúncio da liberação de recursos foi feito pelo ministro da Saúde acompanhado do presidente, Michel Temer, e do presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais e Entidades Filantrópicas, Edson Rogatti.

"Hoje, por força do governo e das medidas adotadas, as Santas Casas estão se transformando em Santas Casas novamente. A gestão eficiente dos recursos leva à excelência no atendimento de saúde. É o que queremos ao longo do tempo para o Brasil. Esse é nosso compromisso: assegurar mais recursos a serem aplicados numa gestão mais eficiente da saúde", afirmou Temer.

Em relação às contas do ministério, Barro afirmou que elas estão em dia e que será possível executar todos os compromissos financeiros deste ano, já que o governo recompôs R$ 6,3 bilhões do Ministério da Saúde que haviam sido contingenciados.

"Estamos fazendo mais com menos recursos", reforçou Barros, ao detalhar que a estratégia do governo consiste em reduzir o tamanho da máquina, desaparelhar o ministério e aumentar a eficiência por meio da implantação de sistemas mais avançados.


RECURSOS


O ministro Ricardo Barros afirmou que as UPAs vão receber repasses de R$ 182 milhões por ano a partir de outubro. Com isso, todas as unidades que funcionavam sem a contrapartida do ministério passam a receber valores mensais. As portarias para o custeio das UPAs serão publicadas nas próximas semanas.

Já para o financiamento dos 1.401 novos serviços em Santas Casas e instituições filantrópicas, a pasta vai destinar R$ 371 milhões ao ano –a expectativa é que o dinheiro seja liberado até dezembro. Segundo o ministério, 216 hospitais devem ser beneficiados.

A pasta também informou que R$ 227 milhões serão destinados à produção da vacina meningocócica e compra de medicamentos –7,4 milhões de unidades no SUS (Sistema Único de Saúde).

O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais e Entidades Filantrópicas, Edson Rogatti, lembrou que o país regista mais de 2.100 hospitais filantrópicos e que o setor responde por mais de 50% do atendimento via SUS, sobretudo de internações de média e alta complexidade, transplantes e tratamentos oncológicos.

"Há muito tempo, esperamos ser ouvidos", disse. "Foram anunciadas hoje várias medidas para o setor filantrópico, coisa que a gente não via nunca" completou, ao destacar que os repasses darão mais fôlego às santas casas e entidades filantrópicas.

Dados alarmantes

14/09/2016 - Guia da Farmácia


O Ministério da Saúde (MS) divulgou, em julho último, os resultados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2015 (Vigitel) e do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Érica). Além disso, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou, na ocasião, a portaria que traz as diretrizes para promoção da alimentação saudável nas unidades da pasta em todo o País. A proposta é estender essas regras aos demais órgãos e entidades da administração direta federal.

O estudo monitora fatores de risco para doenças crônicas, atualmente responsáveis por 72% dos óbitos no País. Foram entrevistados, por telefone, 54 mil adultos (18 anos de idade ou mais) que vivem nas capitais brasileiras, sobre o consumo de sódio, açúcar e a predominância da obesidade, diabetes e do tabagismo entre adultos e adolescentes.


MENOS FUMANTES


Entre os adultos, os resultados do mais recente levantamento do MS, o Vigitel 2015, são otimistas. Segundo os dados da pesquisa, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantém o hábito de fumr. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens continuam sendo os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), ao passo que as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há dez anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres. Ainda segundo o Vigitel 2015, a frequência de fumantes no País é menor antes dos 25 anos de idade ou após os 65 anos de idade.

O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Ainda de acordo com a entidade, os custos para o sistema de saúde são de R$ 23 bilhões ao ano.


CÂNCER DE PULMÃO


A biofarmacêutica Bristol-Myers Squibb encomendou uma pesquisa ao Datafolha com o objetivo de revelar o grau de conhecimento da população a respeito do câncer de pulmão, que é a principal causa de morte entre homens e a segunda entre mulheres no País.

Realizado por meio de entrevistas individuais com 2.044 pessoas, em 130 municípios, durante o mês de março último, o levantamento mostra que, embora a maioria tenha noções básicas sobre a doença, os números comprovam que há desconhecimento e falta de informação aprofundada. Assim, apesar do alto índice de respostas positivas quando questionados se sabem que a chance de sobrevivência no caso do diagnóstico da doença em estágio inicial é maior (95% de concordância), que fumantes são mais propensos a ter o câncer de pulmão (83%) e fumantes passivos (95%), ex-fumantes (88%) e não fumantes (85%) têm chance de contraí-lo, do total de entrevistados:

• 76% nunca falaram com o médico sobre a doença e 17% não sabem o que fazer para reduzir o risco de ter câncer de pulmão.

• Apenas 39% julgam-se informados sobre o câncer de pulmão. 44% da população julga-se mais ou menos informada e 17% mal informada.

• 39% não se preocupam com a doença, uma vez que não são fumantes.

• 33% da população não está tomando providências para reduzir o risco de contrair a doença.

• 25% consideram que câncer de pulmão atinge mais mulheres do que homens e 57% que o câncer de pulmão mata mais que câncer de mama, color-retal e próstata juntos.

• Aproximadamente três em cada dez brasileiros (27%) declaram conhecer alguém que tem ou teve câncer de pulmão e desta população, 19% são representados por parentes.


AÇÚCAR COMO VILÃO


A pesquisa apontou que um em cada cinco brasileiros consome doces em excesso, cinco vezes ou mais na semana. O índice é ainda maior entre os jovens: 28,5% da população de 18 a 24 anos de idade possui alimentação com excesso de açúcar. Nessa faixa etária, 30% também costuma beber refrigerantes diariamente. Esses hábitos preocupam diante do avanço de doenças crônicas, em especial o diabetes. A doença atinge atualmente 7,4% da população adulta do País, acima dos 5,5% registrados em 2006.

O diabetes é mais frequente nas mulheres (7,8%) do que nos homens (6,9%) e se torna mais comum com o avanço da idade. Apesar do alto número de pessoas com diabetes, a quantidade de internações devido a complicações da doença reduziu 11,5% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram 67,1 internações por 100 mil habitantes contra 75,9 por 100 habitantes em 2010. Ano passado, foram registradas 137,4 mil internações por agravos da doença no Sistema Único de Saúde (SUS), a um custo de RS 92 milhões.


DE OLHO NA BALANÇA


O Vigitel 2015 levantou que 19% dos brasileiros têm o hábito de consumir refrigerante ou suco artificial em cinco ou mais dias da semana. Quando avaliado o consumo de feijão, 64,8% dos brasileiros comem o alimento quase todos os dias ou cinco ou mais vezes na semana.

Em relação ao consumo de frutas e hortaliças regularmente, 37,6% da população adulta costuma se alimentar do produto cinco ou mais dias da semana. Sendo 43,1% entre as mulheres e 31,3% entre os homens. Vale destacar ainda os hábitos em consumir doces e carnes com excesso de gordura (carne vermelha ou de frango com pele). Sobre o doce, 20,1% dos adultos consomem em cinco ou mais dias da semana, sendo 22,1% entre as mulheres e 17,6% entre os homens. Já o consumo de carnes com excesso de gordura está presente em 31,1% dos adultos. A maior frequência está entre os homens 42,6%, comparado às mulheres 21,4%.

Em relação aos adultos brasileiros, 18,9% são obesos. Este número aumenta com a idade, chegando a 32,2% nas mulheres com 55 a 64 anos. Foi verificado ainda que 53,9% dos adultos estão acima do peso nas capitais brasileiras. É maior entre homens (57,6%) do que em mulheres (50,8%).


PREOCUPAÇÃO COM OS ADOLESCENTES


Segundo dados do Vigitel 2015 e do Érica, os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos de idade que já experimentaram cigarro são 18,5%; o levantamento foi realizado pelo MS e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em parceria com 33 instituições de ensino superior.

A proporção revela que cerca de 1,8 milhão de adolescentes nessa faixa etária já usou, pelo menos uma vez, o produto derivado do tabaco. Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do País.

Com relação a alimentação, entre os 20 alimentos mais consumidos pelos adolescentes brasileiros, os refrigerantes estão entre os seis primeiros, à frente das hortaliças, e as frutas sequer aparecem na lista.

O estudo apontou ainda que a dieta dos adolescentes brasileiros é caracterizada pelo consumo de alimentos tradicionais, como arroz (82,0%) e feijão (68,0%), e ingestão elevada de bebidas açucaradas (56,0%) e alimentos ultraprocessados, como refrigerantes (45%), salgados fritos e assados (21,88%). Esse padrão associa--se à elevada inadequação da ingestão de cálcio, vitaminas A e E, e ao consumo excessivo de ácidos graxos saturados, açúcar livre e sódio - mais de 80% consomem sódio acima dos limites máximos recomendados (cinco gramas por dia).

O Érica verificou, também, que 56,6% dos adolescentes fazem refeições "sempre ou quase sempre" em frente à TV. Em relação à prevalência, 73,5% dos adolescentes afirmaram passar duas ou mais horas por dia em frente às telas.

Menos da metade (48,5%) diz que "sempre ou quase sempre" toma café da manhã. E 21,9% nunca tomam. Em relação a comer com a família, 68% informaram que "sempre ou quase sempre" fazem refeição com os pais ou responsáveis.

O Érica também apontou que 17,1% dos adolescentes de 12 a 17 anos de idade estão com sobrepeso. Já 8,4% dos jovens avaliados estão obesos, sendo meninos com maior porcentagem, 10,8% e meninas, 7,6%.

A pesquisa mostrou, segundo a nutricionista e proprietária da Recomendo Assessoria em Nutrição e membro do Comitê Multidisciplinar da Campanha Doce Equilíbrio, Mareia Daskal, que os jovens fazem as suas refeições em frente a uma tela (seja TV, celular, computador, etc.), o que aumenta o consumo de alimentos industrializados. "Mas o lado positivo é que 60% deles fazem refeição com a família, o que melhora o relacionamento entre pais e filhos."

Ela também destaca que há uma tendência para um estilo de vida mais sedentário por parte do brasileiro, com muitas refeições feitas na frente da tela, ou seja, não proporcionam o gasto de calorias consumidas, aumentando o peso da população. "Porém, não adianta vilanizar o alimento, é preciso ser realista e mostrar como consumi-lo. É uma mudança de comportamento."




Mais Médicos deve substituir 4.000 cubanos até dezembro

15/09/2016 - Folha de S.Paulo


Apesar de o presidente Michel Temer ter sancionado uma lei que permite prorrogar a participação de médicos estrangeiros no Mais Médicos por mais três anos, parte destes profissionais deve começar a ser substituída nos próximos três meses.

A tendência é que cerca de 4.000 médicos cubanos que vieram ao Brasil em 2013 e cujos contratos vencem este ano sejam substituídos. Até então, o governo analisava uma possível renovação dos contratos desse grupo.

Um acordo inicial para substituição desses médicos foi definido na última semana pelo Ministério da Saúde, representantes do governo cubano, como a vice-ministra da Saúde Marcia Cobas, e a Opas (Organização Pan Americana de Saúde), responsável por intermediar a vinda dos profissionais.

Na ocasião, segundo participantes da reunião, Cobas afirmou que os médicos precisavam retornar ao país por terem vínculos como sistema de saúde cubano. Os novos profissionais do país devem chegar ao Brasil até dezembro.

A ideia, no entanto, é que haja exceções nessa troca: caso daqueles que se casaram com brasileiros durante seu período no Mais Médicos.

Em julho, a Folha mostrou que esses médicos têm buscado visto permanente para ficar no país, mas temiam não poder trabalhar por não terem o diploma revalidado.

Agora, a ideia é que eles possam solicitar a prorrogação da participação no programa por mais três anos. Os casos, no entanto, devem ser analisados um a um.

Não há número oficial de quantos estejam nessa situação—o ministro da Saúde, Ricardo Barros, já disse que a estimativa é que sejam cerca de mil médicos.

Para o presidente do Conasems (conselho de secretários municipais de Saúde), Mauro Junqueira, que esteve no encontro, a substituição dos cubanos atende a um pedido dos municípios, que temiam interrupção no atendimento emmeio às eleições. Por isso, a troca só deve ocorrer a partir de novembro.

“Havia médicos que já sairiam em agosto e setembro”, afirma. “Só de ter a garantia de que haverá médicos por mais três anos já nos atende.” A decisão deve ser anunciada pelo Ministério da Saúde e a Opas até a próxima semana. Até lá, negociam sobre um possível reajuste no valor dos contratos. O governo brasileiro estuda um aumento em torno de 10% para 2017.

Ao todo, 18.240 profissionais atuam no Mais Médicos.

A maioria é de cubanos (11.429). Além deles, ao menos 1.339 intercambistas já solicitaram a renovação.




Hospital Einstein diz exigir ‘ética irrepreensível’

15/09/2016 - Folha de S.Paulo


Dois dias após ter protocolado na polícia uma denúncia contra dois médicos suspeitos de ligação com uma empresa fornecedora de próteses, o hospital Albert Einstein afirmou em nota que a instituição sempre exigiu de seus profissionais uma “conduta ética irrepreensível” e que sempre prezou pela transparência em todas as suas relações.

Como a Folha revelou na terça-feira (13), o Einstein decidiu denunciar à polícia dois de seus médicos sob suspeita de ligação “espúria” com um fornecedor do hospital.

Eles são suspeitos de receber pagamentos e de favorecer uma empresa fornecedora de próteses cardíacas.

Os cardiologistas denunciados, Marco Antonio Perin e Fábio Sandolide Brito Júnior, estão entre os principais nomes do país nessa área e comandavam juntos o Centro de Intervenção Cardiovascular do Einstein até junho passado.

Após uma ampla investigação interna, Perin foi demitido, e Brito Júnior, afastado do comando do centro, que reúne tratamentos por meio de cateterismo para doenças cardíacas e circulatórias.

Entre as intervenções no centro estão a angioplastia e o implante de stent—que, pela tabela do SUS, custam a partir de R$ 5.000. As primeiras denúncias, anônimas, chegaram ao hospital em maio passado e já tratavam do suposto envolvimento dos médicos no esquema.


OUTRO LADO


Ambos os médicos negam qualquer tipo de irregularidade ou recebimento de propina pela empresa fornecedora, a CIC Cardiovascular.

“Além das práticas médicas corretas, a instituição exige e sempre exigirá conduta ética irrepreensível de todos que estejam envolvidos na prestação de serviços para a sociedade”, disse, em nota, o hospital da zona oeste de SP.

O Einstein afirmou ainda que sempre prezou pela ética e pela transparência em todas as suas relações e que a sua direção segue “rigorosos padrões de compliance [conjunto de boas práticas] para assegurar que os princípios que constituem os alicerces da instituição sejam sempre respeitados”.




Monitorar câncer de próstata é tão eficaz quanto tratamento clássico

15/09/2016 - Folha de S.Paulo


Um novo estudo do Reino Unido,publicado nesta quarta pelo prestigioso periódico científico“New England Journal of Medicine” aponta que pacientes que se submetem a procedimentos como a remoção cirúrgica da próstata ou o tratamento de radioterapia tem chance tão alta de sobreviver quanto aqueles que apenas fazem um monitoramento ativo do tumor.

A tática menos radical consiste em, após localizado e avaliado o tumor, realizar exames periódicos de sangue para saber se há progressão.

Foram acompanhados mais de 1.600 casos positivos para câncer de próstata, detectados entre 1999 e 2009.

Houve 17 mortes ligadas ao câncer de próstata: oito no grupo de monitoramento ativo, cinco no grupo de cirurgia e quatro no de radioterapia. Normalizando essas mortes para cada 1.000 anos vividos dos participantes (pessoas-ano), as taxas são, respectivamente 1,5, 0,9 e 0,7.

A diferença não foi considerada significante, ou seja, não seria possível, estatisticamente, apontar que um procedimento é pior ou melhor com relação à mortalidade.

O que sobra é uma boa vantagem para o método de monitoramento.

Isso porque, embora exista um risco de complicações (e de cirurgia ou tratamento radioterápico posterior) mais do que dobrado no grupo de monitoramento, 44% desses homens (44%), após 10 anos, não precisou passar pelo estresse dessas intervenções.

Entre as possíveis complicações de abordagens mais agressivas estão a incontinência urinária, a disfunção erétil (impotência), problemas intestinais e aparecimento de hérnia inguinal, por exemplo.

O prejuízo do monitoramento ativo ficou por conta de um aumento na chance de metástase, “provavelmente por causa de pacientes com tumor em estágio intermediário incluídos no estudo”, comenta o oncologista clínico Fernando Maluf, que não participou da pesquisa. A escolha da melhor abordagem varia de acordo com características do paciente, como a idade, e do tumor, como estágio de desenvolvimento que se encontra, diz o médico. Tantos exames de imagem quanto de sangue (como o PSA) podem ser empregados nessa avaliação.

Uma das limitações do estudo, escrevem os autores, é que como ele foi desenhado há mais de duas décadas, há grande discrepância em comparação aos métodos de diagnóstico atuais e em relação à classificação do tumor. O trabalho também não abordou todas as formas possíveis de tratamento. Outro fator limitante é o étnico, já que menos de 1% dos participantes tinham origem africana.

A taxa de mortalidade especificamente ligada à próstata avaliada pelo estudo ficou entre 0,4%(radioterapia) e 1,2% (monitoramento ativo).

Já a taxa global de mortalidade, por qualquer causa, foi de cerca de 10%.




Risco de morrer até 10 anos após descobrir câncer de próstata é baixo

14/09/2016 - G1 - Bem Estar


Homens com câncer de próstata localizado têm baixa probabilidade de morrer no período de 10 anos após o diagnóstico, independentemente de se optarem pela cirurgia, radioterapia ou por nenhuma intervenção, disseram pesquisadores na quarta-feira.

O estudo publicado no periódico "The New England Journal of Medicine" incluiu mais de 1.600 homens com idades entre 50 e 69 anos que concordaram em ser aleatoriamente indicados para cirurgia para remoção do tumor, radiação para reduzi-lo ou vigilância ativa - ou seja, o acompanhamento dos pacientes para monitorar sinais de progressão da doença.

Cerca de 1% dos homens do estudo morreram durante os 10 anos após o diagnóstico de câncer de próstata, "independentemente do tratamento atribuído, uma taxa consideravelmente inferior à prevista no início dos ensaios", disse o estudo, liderado por Freddie Hamdy, da Universidade de Oxford.

Dos 1.643 homens no estudo, 17 morreram de câncer de próstata na primeira década após o diagnóstico - oito no grupo de vigilância ativo, cinco no grupo de cirurgia e quatro no grupo de radioterapia.

Aqueles no grupo de vigilância ativa tinham mais chances de ter o câncer espalhado para outras partes do corpo, um processo conhecido como metástase.

No entanto, esta progressão da doença não fez uma diferença significativa na probabilidade de morrer de câncer ou de qualquer outra causa nos 10 anos após o diagnóstico, segundo o estudo.

Um outro artigo na mesma revista analisou questões de qualidade de vida entre os homens que escolheram diferentes opções.

A cirurgia para remover a próstata teve o maior impacto negativo sobre a função sexual e a incontinência urinária, enquanto os homens no grupo de radiação tendiam a ter mais problemas intestinais após o tratamento do que os dos outros grupos.

"A função sexual parece ser melhor no grupo de terapia com radiação", disse Louis Potters, presidente do departamento de radiação da rede de saúde Northwell Health, em Nova York, que não esteve envolvido no estudo.

Potters elogiou a pesquisa como "o primeiro esforço real para avaliar abordagens de tratamento para o câncer de próstata".

"Apesar da alta prevalência de câncer de próstata como o câncer número um entre os homens, não há um estudo recente que tenha abordado diretamente a observação, cirurgia ou radioterapia", afirmou.

"Como resultado, os homens tiveram de tomar decisões de tratamento com base em dados não comparativos", acrescentou.

Para John Burn, professor de genética clínica da Universidade de Newcastle, o estudo fornece "informações valiosas para homens confrontados com escolhas difíceis".

"A conclusão parece ser que para esses homens com câncer de próstata localizado, a vigilância ativa não é significativamente mais perigosa e evita a sobrecarga potencial do comprometimento sexual ou intestinal medicamente induzidos", acrescentou Burn.

"Muitos vão concluir que não fazer nada é preferível à cirurgia ou à radioterapia. Obviamente, se houver evidência de metástase, a situação é diferente", acrescentou.

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.