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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 13/09/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Novo medicamento contra hipertensão promete ajudar até casos mais graves

12/09/2016 - IG


Um novo medicamento contra a hipertensão arterial está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Bristol, Inglaterra. A terapia busca ajudar até mesmo os pacientes resistentes aos remédios disponíveis atualmente.

O composto MK-7264/AF-219, como está sendo chamado, deve ter os testes em humanos iniciados na Inglaterra. O novo medicamento atuará no corpúsculo carotídeo, um órgão localizado nas artérias carótidas. De acordo com Benedito Honorio Machado, professor do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, neste órgão existem células que são ativadas de forma irregular em pessoas com hipertensão.

O medicamento está sendo desenvolvido pelo laboratório Afferent Pharmaceuticals com base em pesquisadas realizadas pelas equipes de Machado, na USP, e do professor Julian Paton, da Universidade de Bristol. Foram mais 15 anos estudando as células presentes no corpúsculo carotídeo que se relacionam com o controle cardiovascular. Também colaboraram cientistas da Universidade de Auckland, da Nova Zelândia.

Segundo Machado, o composto MK-7264/AF-219 deve ser capaz de normalizar a atividade das células em hipertensos. O especialista explica que existem dois corpúsculos carotídeos no corpo humano, sendo um em cada artéria carótida, responsável por levar o sangue rico em oxigênio que vem do coração para o cérebro.

Eles funcionam como sensores que alertam o sistema nervoso central quando, por qualquer situação, o nível de oxigênio no sangue diminui. Quando isso ocorre, há um aumento da frequência cardíaca e da resistência à passagem do fluxo sanguíneo, causando aumento da pressão arterial. Há aumento também da respiração para aumentar a quantidade de oxigênio.

Esse é um sistema de defesa comum que, em hipertensos, ocorre constantemente, de acordo com estudos. O novo medicamente foi desenvolvido para combater a origem dessa atividade irregular.


ESTUDO


Nos experimentos feitos na USP foram analisados uma linhagem de ratos que se tornaram espontaneamente hipertensos, após anos de cruzamento entre animais com pressão arterial elevada.

Foram medidos os níveis de atividade das células do corpúsculo carotídeo em diferentes situações. Os animais hipertensos apresentaram um desempenho contínuo e, quando submetidos a uma situação de redução de oxigênio, responderam de forma mais acentuada.

Após receber o medicamento, os níveis dos animais com hipertensão arterial se mantiveram iguais aos ratos saudáveis por uma hora.




Justiça reduz ICMS de distribuidor de medicamentos

13/09/2016 - Valor Econômico


Um distribuidor de medicamentos hospitalares conseguiu anular, na Justiça, elevação da alíquota de ICMS de 12% para 18% em Minas Gerais. A sentença é da juíza Vânia Fernandes Soalheiro, da 1ª Vara de Feitos Tributários do Estado da Comarca de Belo Horizonte. Ainda cabe recurso.

De acordo com o advogado da empresa, Eduardo Arrieiro, do Manucci Advogados, a decisão - a primeira que se tem notícia sobre o tema - representa uma economia bastante significativa, em torno de R$ 200 mil mensais.

Desde janeiro deste ano, os medicamentos para o setor hospitalar estão submetidos ao recolhimento da alíquota padrão de ICMS, de 18%. Isso porque o Estado revogou por meio do Decreto nº 46.859, de 2015, a previsão de percentual de 12% para o setor. O dispositivo estava previsto na subalínea "b.47" do artigo 42 do Regulamento de ICMS de Minas, aprovado pelo Decreto nº 43.080, de 2002.

No pedido, a empresa alegou, segundo Arrieiro, que o novo decreto afronta o princípio da legalidade tributária, previsto na Constituição Federal, porque se tratou, na prática, de uma majoração de alíquota, que deveria ser disciplinada por lei. Além de afrontar o princípio da seletividade por impor uma tributação maior a produto que é de natureza essencial.

Como as alíquotas de outros setores também foram elevadas por meio do mesmo decreto, a sentença pode servir para embasar novos pedidos na Justiça, de acordo com o advogado. A discussão, acrescenta Arriero, é muito similar à da alteração do PIS e da Cofins sobre receitas financeiras, que também ocorreu por meio de decreto. "Porém, com um argumento a mais por tratar da natureza essencial do produto."

Na decisão, a juíza Vânia Fernandes Soalheiro considera o decreto inconstitucional. Segundo ela, "não há dúvidas que a alteração provocada pelo decreto, que suprimiu a alíquota mais benéfica dos distribuidores hospitalares, constitui verdadeira majoração do tributo estadual o que, de acordo com o artigo 150, inciso I, da Constituição Federal, só poderia ocorrer mediante previsão específica de lei".

A magistrada ainda citou o artigo 97 do Código Tributário Nacional (CTN) e precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de ser necessária a edição de lei para a majoração de alíquotas.

Para o advogado Marcos Freire, do JCMB Advogados, a decisão foi bem clara sobre a inconstitucionalidade do decreto, que afetou ainda outros setores - como o de fabricação de transformadores e o de plástico. "Na época ficou muito claro o viés econômico. Alteraram as alíquotas para aumentar a arrecadação", afirma. A decisão, segundo o advogado, é a prova de que há embasamento para se questionar o aumento.

Procuradas pelo Valor, a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais e a Advocacia-Geral do Estado (AGE) não deram retorno até o fechamento da edição.

Setor de saúde tem primeira alta em 14 meses

13/09/2016 - DCI


São Paulo - Depois de 14 meses consecutivos de queda, a saúde suplementar apresenta leve melhora no número de beneficiários. Em agosto, o mercado teve um acréscimo de 32,1 mil novas vidas. Na contrapartida, as receitas e despesas continuam sob pressão.

No total, o setor fechou agosto com 48,3 milhões de vidas, alta de apenas 0,07% ante o mês anterior. Apesar de irrisório, este é o primeiro crescimento mensal desde junho de 2015. Segundo os dados, o acréscimo ocorreu apenas na contratação de planos coletivos empresariais, que passou de 32,01 milhões para 32,1 milhões de vidas. Já os planos individuais, coletivos por adesão e outros modelos mantiveram o ritmo de retração.

Ainda segundo a ANS, os planos exclusivamente odontológicos tiveram um desempenho ainda melhor. Nesta modalidade, cerca de 243,221 mil beneficiários foram adicionados às carteiras das operadoras no mês de agosto, totalizando 22,28 milhões.

"Acreditamos no processo de estabilização da economia para que a saúde suplementar comece a registrar o retorno do equilíbrio", afirmou a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fena Saúde) em nota. Segundo a entidade, 66% dos vínculos contratuais ainda são coletivos empresariais, o que torna o segmento muito associado ao comportamento da economia, à geração de emprego formal e renda.


RECEITAS X DESPESAS


Se por um lado a retomada da economia pode trazer novos beneficiários ao mercado, operadoras continuam com margens financeiras reprimidas. Ontem, a ANS divulgou os dados econômico-financeiros das operadoras de saúde no acumulado de 2016, até junho. Segundo a agência, a receita de contraprestações (pagamento pelo contratante de plano de saúde à operadora para garantir a prestação dos serviços) teve um aumento de 12,3% no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado. Já as despesas assistenciais cresceram 13,2% na mesma base de comparação. "As despesas assistenciais continuam a crescer, historicamente, em ritmo mais acelerado do que as receitas", comentou a Fena Saúde.

Segundo a entidade, no Brasil, a inflação médica tem alcançado, em média, patamar duas vezes superior ao indicador que registra os demais preços da economia. "Entre 2007 e 2016, os gastos per capita com saúde no Brasil cresceram 158,74%, enquanto a variação do IPCA foi de 74,74% no mesmo período", apontou.




Acesso Saúde investe R$ 3 milhões em 6 novas unidades em SP

13/09/2016 - DCI


São Paulo - Aproveitando a lacuna de pessoas que ficaram sem planos de saúde em função do desemprego, a clínica Acesso Saúde pisa no acelerador e abrirá seis unidades no Estado de São Paulo, com aporte total de R$ 3 milhões.

A queda de beneficiários dos planos de saúde, que perderam 910 mil clientes no primeiro semestre, de acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tem contribuído para o crescimento da empresa. "Muitas pessoas ficaram desempregadas e perderam seus planos, enquanto outras deixaram de pagar a mensalidade, por falta de condições financeiras e pela alta dos preços", comenta Antônio Carlos Brasil, fundador da Acesso Saúde.

A rede, que aposta em serviços com preços populares, oferece atendimento médico e exames por meio de sua rede entrará na região do ABC, no interior de São Paulo e na capital paulista. Ano passado, a empresa movimentou R$ 15 milhões e, com o plano de expansão neste ano, prevê encerrar este ano com faturamento de R$ 20 milhões. As cidades de Mogi das Cruzes, Mauá, São Bernardo, Parapuã e São Paulo receberão clínicas da marca. Para o ano, a previsão é ter 30 unidades e ir a 50 em 2017.

"A rede atende mais de 20 mil clientes mensalmente em suas unidades espalhadas pelo País" diz ele, ressaltando o investimento em tecnologia, que garante um histórico médico do paciente em qualquer unidade da rede. "Esse é um dos principais diferenciais da Acesso Saúde, pois nossos clientes podem se consultar em qualquer uma das nossas clínicas, no País", explica. Com uma identificação, que se assemelha a carteirinha de um plano de saúde, os clientes têm a oportunidade de serem atendidos em uma das unidades.

Além da Acesso Saúde, a Policlínica Granato também quer concorrer neste mercado. A rede inaugura nó dia 17 sua nova unidade no Carioca Shopping. Além delas, marcas como Dr. Vem, Dr. Consulta e Rede Saúde também aceleram os planos de expansão no País.




Sanofi e empresa do Google fazem parceria de US$ 500 mi sobre diabetes

12/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O laboratório farmacêutico francês Sanofi e a empresa de ciências da vida do Google, Verily, vão investir cerca de US$ 500 milhões em uma associação que combinará aparelhos e serviços.

A Sanofi, que fez o anúncio nesta segunda-feira (12), já tinha afirmado no ano passado que estava trabalhando em parceria sobre diabetes com o Google.

"A companhia vai aproveitar a experiência da Verily com eletrônica miniaturizada, análise de dados e desenvolvimento de software com a expertize clínica da Sanofi para trazer tratamentos inovadores para pessoas que têm diabetes", disseram as duas empresas em comunicado.

O acordo aconteceu pouco mais de um mês depois que a britânica GlaxoSmithKline e a Verily, anteriormente conhecida como Google Life Sciences, criaram uma nova empresa focada em combate de doenças por meio de foco em sinais elétricos no corpo. O campo é conhecido como bioeletrônica.

Quase 400 milhões de pessoas no mundo têm diabetes, com a versão de tipo 2 representando mais de 90% dos casos. Sem o tratamento adequado ou mudanças de estilo de vida, esse número deve crescer substancialmente nos próximos anos.

A parceria criada por Sanofi e Verily chama-se Onduo e vai se concentrar inicialmente sobre a comunidade de tipo 2, especificamente no desenvolvimento de soluções que possam ajudar as pessoas a tomar melhores decisões sobre seu cotidiano. As soluções vão desde gestão melhorada de medicamentos a hábitos de vida melhores", disseram as companhias.

Uma porta-voz da Sanofi afirmou que os produtos que serão vendidos pela parceria incluirão aparelhos conectados como injetores de insulina e serviços online. Ela afirmou que a Sanofi vai deter 50% da parceria e investirá US$ 248 milhões na aliança.

Cúpula da cardiologia do Einstein cai por suposto elo com fornecedor

13/09/2016 - Folha de S.Paulo


Um dos mais conceituados do país, o hospital Albert Einstein, na zona oeste de SP, demitiu um integrante da cúpula do setor de cardiologia e decidiu denunciar à polícia dois de seus médicos sob suspeita de ligação “espúria” com um fornecedor da instituição.

Esses médicos são suspeitos de receber pagamentos e favorecer uma empresa fornecedora de próteses cardíacas.

Os cardiologistas denunciados, Marco Antonio Perine Fábio Sandoli de Brito Júnior, estão entre os principais nomes do país na área e comandavam juntos o Centro de Intervenção Cardiovascular do Einstein até junho passado.

Perin foi demitido, e Brito Júnior, afastado do comando do centro que reúne tratamentos por meio de cateterismo para doenças cardíacas e circulatórias.

Entre as intervenções no centro estão a angioplastia e o implante de stent —que, pela tabela do SUS, custam a partir de R$ 5.000.

As primeiras denúncias, anônimas, chegaram à direção do hospital em maio passado e já tratavam do suposto envolvimento dos médicos.

Essas denúncias traziam “diversas provas sobre o envolvimento espúrio”, segundo comunicado do hospital obtido pela reportagem e protocolado nesta segunda (12) na polícia paulista.

A própria Folha recebeu, desde junho, informações de leitores de supostas irregularidades em procedimentos cardíacos no hospital. Foi nessa época que os nomes dos dois médicos foram retirados do expediente do Einstein como chefes do centro.

Uma das fornecedoras supostamente envolvidas no esquema seria a CIC Cardiovascular, que tem como sócia Fátima Martins, enfermeira do Einstein nos anos 80 e que, em 2012, criou essa empresa.

Uma investigação interna aberta logo após as denúncias analisou os  e-mails corporativos e detectou repasses de dinheiro para contas de profissionais feitos por pessoas ligadas a essa fornecedora.

Os contatos entre médicos e pessoas ligadas a essa empresa ocorriam ao menos desde 2012, via repasse de recursos, viagens e presentes.

Em junho de 2015, por exemplo, o médico Perin teria recebido da empresa pouco mais de R$ 200 mil, e seu colega Brito Júnior, R$ 100 mil.

A apuração interna detectou um aumento de 541% na compra de stents farmacológicos nos anos de 2012 e 2013 e identificou ainda uma “clara preferência” dos médicos pelos produtos fornecidos pela empresa da ex-enfermeira do hospital Albert Einstein.

O caso foi levado à polícia para que seja investigado se os médicos determinaram a realização de implantes desnecessários de próteses, apenas para alavancar os lucros da fornecedora e receber comissões por isso. Não há até aqui, porém, nenhuma prova de que isso tenha ocorrido.

A Folha apurou que uma auditoria interna por amostragem em cirurgias cardíacas feitas por esses profissionais não detectou intervenções desnecessárias. Essa investigação apura ainda se houve a colocação de duas próteses quando seria suficiente apenas uma.

Procurados, Perine CIC não comentaram o assunto até a conclusão desta edição.

Brito Júnior disse que nunca recebeu recursos de fornecedor (leia texto ao lado).

Antes de serem afastados, os médicos foram chamados para dar explicações à cúpula do hospital. Segundo relato de um integrante da investigação, ambos confirmaram o recebimento dos recursos, mas negaram irregularidade.

Alegaram que os repasses eram de um empréstimo deles com a fornecedora.

Cada um desses profissionais recebia um salário acima de R$ 100 mil do hospital Albert Einstein.




Programa Mais Médicos é prorrogado por três anos

13/09/2016 - Folha de S.Paulo


O presidente Michel Temer assinou nesta segunda-feira (12) a lei que prorroga por mais três anos o programa Mais Médicos, criado em outubro de 2013.

A prorrogação do contrato dos médicos estrangeiros que chegaram ao país naquele ano para atuar no Mais Médicos é hoje um dos principais impasses a serem resolvidos no programa, criado para aumentar o número de médicos em áreas carentes do país.

A lei do Mais Médicos estabelecia que a renovação do prazo de participação dos profissionais estrangeiros só poderia ocorrer após a revalidação do diploma, por meio de exame aplicado em universidades públicas.

De acordo como texto sancionado, porém, os profissionais podem permanecer mesmo sem ter o diploma revalidado. Antes, eles só poderiam atuar no programa por três anos, como intercambistas.

A medida provisória que prorrogou a participação foi editada pela ex-presidente Dilma Rousseff ao fim de abril, sob protestos de entidades médicas e com apoio de associações de municípios. A MP foi aprovada pelo Congresso em agosto e convertida na lei agora sancionada por Temer.

Três organizações pediram ao Ministério da Saúde que os contratos fossem estendidos: Frente Nacional de Prefeitos, Associação Brasileira de Municípios e o Conselho Nacional de Saúde.

Os municípios temiam ficar sem médicos em período eleitoral, caso o programa não fosse prorrogado.

Ao todo, 18.240 médicos atuam no programa. Destes, 11.429 são cubanos, 1.537 são formados no exterior e o restante, brasileiros.


POLÊMICAS


O Mais Médicos provocou polêmica ao recorrer a médicos estrangeiros para atendimento em áreas carentes de profissionais.

A vinda de médicos cubanos, em parceria do Brasil com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), que faz a intermediação do pagamento dos profissionais, foi o ponto mais controverso.

O Ministério da Saúde vem dizendo que irá substituir os cubanos cujos contratos vencerem após as eleições municipais, em novembro.

Após três anos, a pasta estuda mudar regras do programa para fixar brasileiros em postos distantes dos grandes centros, menos disputados.

Hoje, profissionais brasileiros que entram no programa podem optar, entre os benefícios, por receber um bônus de 10% na nota de provas para residência médica, após um ano de trabalho. No entanto, não recebem ajuda de custo para alimentação e moradia, benefício ofertado a outros participantes.

Implementado em 2015, esse benefício de 10% na nota é apontado como um dos motivos que têm levado ao aumento na adesão de brasileiros ao programa.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou à Folha que considera o período insuficiente para integrar os médicos às comunidades e que procura novas maneiras de estimular os profissionais formados no país a se fixarem em postos no interior.




Sem verba do Estado, Samu da capital deixa de atender 2 de cada 5 chamados

13/09/2016 - O Estado de S.Paulo


Sem receber o repasse obrigatório do governo do Estado desde que foi criado, há 13 anos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital paulista sofre com a falta de viaturas e de profissionais e tem deixado de atender 41% das ocorrências recebidas.

O quadro fez o Ministério Público Estadual (MPE) entrar com ação civil pública na Justiça, no dia 2, pedindo que o Estado seja obrigado a participar do custeio do serviço, conforme prevê norma federal.


O GOVERNO DIZ QUE AINDA NÃO FOI NOTIFICADO


Segundo portaria do Ministério da Saúde, o financiamento do Samu deve ser compartilhado pela União, que deve arcar com 50% das despesas; pelo Estado, que tem de contribuir com 25%; e pelo município, responsável pelos outros 25%. Na cidade de São Paulo, no entanto, o governo federal investe R$ 42 milhões por ano no serviço e a Prefeitura entra com R$ 32 milhões – cerca de R$ 11 milhões a mais do que o previsto na portaria.


O GOVERNO DO ESTADO NÃO REPASSA NADA


E os valores não incluem os gastos com folha de pagamento, pagos integralmente pelo Município. Segundo a Promotoria, a falta de repasse estadual é a principal causa dos problemas do Samu verificados em inquérito aberto em 2014.

A investigação do MPE verificou que o porcentual de ocorrências abertas não atendidas pelo Samu passou de 27%, em janeiro de 2015, para 41% em maio deste ano. O tempo de espera para o atendimento é outro problema. Nos casos mais graves, a ambulância demora de 12 a 50 minutos para chegar ao paciente. Em situações menos graves, a espera passa de 1h30.


AS ZONAS LESTE E NORTE SÃO AS QUE REGISTRAM A MAIOR DEMORA


“O serviço só vai melhorar com mais investimento. Colocar duas ou três ambulâncias a mais não vai resolver o problema.

Se não ficar claro que a responsabilidade é tanto do Estado quanto do Município, essa medida vai ser só um paliativo”, diz Dora Martin Strilicherk, promotora da Saúde Pública responsável pela ação.

No documento, o MPE destaca que “para a redução do tempo de atendimento, seriam necessários, no mínimo, mais 50 viaturas e 750 servidores, pois a carência da frota e de recursos humanos (enfermeiros, médicos e motoristas), agravada pela extensão do território da cidade de São Paulo, são obstáculos à prestação eficiente de serviço de saúde de urgência”. Hoje, o serviço tem 220 carros e 2,6 mil funcionários.


PGE


Antes de ingressar com a ação, a promotora diz ter tentado firmar um acordo com o governo do Estado para que o repasse da verba estadual ao Samu fosse iniciado, sem sucesso.

Procurada, a Secretaria Estadual da Saúde informou que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) seria responsável por se pronunciar sobre o caso por envolver decisão judicial. O órgão informou que ainda não foi citado e, “assim que isso ocorrer, analisará a decisão e definirá qual providência adotará”.

Segundo a promotora, durante o inquérito o governo do Estado alegou que não participava do custeio do Samu por já investir no serviço de resgate do Corpo de Bombeiros, argumento não aceito pela Promotoria. “O serviço de resgate só tem 50 viaturas e 6 médicos, e atende quase que somente traumas”, afirma Dora. Ela diz que apenas dois Estados brasileiros não contribuem para o custeio do Samu: São Paulo e Rondônia.

Também procurada para comentar as falhas no Samu, a Secretaria Municipal da Saúde disse que nem todo chamado requer atendimento e o aumento de ocorrências não atendidas também está associado ao crescimento do número de chamados de baixa gravidade, que apenas passam pela triagem e são resolvidos pela central de regulação médica. Informou ainda que o tempo de resposta médio para as ocorrências mais graves, classificadas como prioridade 1, é de 12 minutos.




Governo estuda mudar pagamento dos planos de saúde pelo uso do SUS

13/09/2016 - O Estado de S.Paulo


Avança no governo proposta que torna mais fácil que planos de saúde “empurrem” para o Sistema Único de Saúde (SUS) o atendimento de procedimentos caros e de alta complexidade.

O texto de um projeto de lei que muda o ressarcimento – espécie de reembolso quando um cliente de plano é atendido pela rede pública – já foi preparado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e está em análise pelo Ministério da Saúde.

O documento, obtido pelo Estado, propõe que operadoras façam o pagamento diretamente para instituições públicas que executarem o atendimento.

Atualmente, o dinheiro vai para o caixa do Fundo Nacional de Saúde. Pela proposta, para a transação ser feita as operadoras teriam de fazer um contrato diretamente com prestadores de serviços, como hospitais e clínicas públicas.

Além de sugestões sobre o ressarcimento, o documento levanta a discussão sobre dívidas antigas de operadoras. A análise, preparada pela consultoria jurídica, cita a possibilidade de que sejam cobradas dívidas referentes a um prazo máximo de cinco anos. As demais seriam consideradas prescritas.

A proposta da reformulação do ressarcimento, defendida pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, atende ao pedido de secretários estaduais e municipais, sobretudo de locais mais populosos, como São Paulo. O argumento é que o dinheiro deve ser entregue para a instituição que gastou com o paciente.

Do jeito como está atualmente, dizem, não há controle sobre como o reembolso é usado.

O ministro tem dito que considera a mudança justa. Mais do que isso, avalia que a reforma pode ajudar a trazer mais recursos para o SUS e reduzir a briga judicial para ressarcimento.

Desde 2000, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) enviou para a inscrição da dívida ativa R$ 623 milhões relativos a cobranças de ressarcimentos não quitados de planos de saúde.

As empresas não reconhecem boa parte dessa dívida. A estimativa é de que, desse total, R$ 500 milhões estejam sendo discutidos na Justiça.


REPERCUSSÃO


A ANS afirmou não ter sido consultada. Pela proposta, prestadoras de saúde receberiam não apenas o valor do procedimento, mas também os valores de juros e multas, no caso de atraso de pagamentos.

Especialistas do setor consideram a proposta uma ameaça à qualidade de atendimento tanto de usuários de planos de saúde quanto da população em geral.

“A mudança vai aumentar o risco de atendimento de dupla porta. Teriam preferência nos serviços públicos usuários de planos. Eles esperariam menos para serem atendidos do que a população em geral”, avalia o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Mário Scheffer. Isso porque, para o mesmo atendimento, instituições receberiam de planos um pouco mais do que é repassado pelos cofres públicos.

Como os valores seriam mais atrativos, completa Scheffer, haveria maior risco de instituições públicas reservarem parte dos leitos apenas para atendimento de planos. “O acesso ao atendimento no SUS, que já é difícil, vai piorar.” A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lígia Bahia tem avaliação semelhante. “O que deveria ser uma exceção ou opção do paciente, acabaria se tornando regra: o uso da rede pública para usuários de planos.” Lígia considera também um risco a realização de contratos específicos. “Quem vai controlar isso?” Atualmente, cabe à ANS monitorar se um paciente de plano é atendido no SUS.

Já o diretor executivo da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, Antonio Carlos Abbatepaolo, afirma que a mudança é uma boa oportunidade para se discutir o valor do ressarcimento, considerado alto pelo setor.

“Atualmente, pagamos pelo uso da rede pública 50% a mais do que o valor da tabela SUS.” Para ele, o ideal seria que as operadoras fossem avisadas de pacientes internados no SUS. “Teríamos aí a oportunidade de fazer a transferência.” Abbatepaolo descarta o risco de que empresas se acomodem e passem a contar de forma excessiva com a estrutura do sistema público. “Estaríamos acabando com nosso diferencial.” Planos acessíveis. Além da mudança nas regras de ressarcimento, o governo estuda outra alteração na saúde suplementar, a criação de planos acessíveis: contratos que ofereceriam uma cobertura menor a preços reduzidos. “As duas mudanças, associadas, representariam um presente para empresas de planos.

Elas ficariam encarregadas de fazer apenas procedimentos considerados vantajosos, como consultas e exames baratos, e o restante mandariam para o SUS”, afirma Scheffer.

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