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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 06/09/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Remédio para cólica menstrual pode ser novo tratamento de Alzheimer

05/09/2016 - O Estado de S.Paulo / Site


Um projeto de investigação demonstrou que um modelo experimental da doença de Alzheimer pode ser tratado de forma exitosa com medicamento anti-inflamatório de uso habitual.

Uma equipe liderada pelo Dr. David Brough na Universidade de Manchester encontrou que o medicamento anti-inflamatório reverteu completamente à perda de memória e a inflamação cerebral em camundongos.

Praticamente todos em algum momento da vida tomamos medicamentos anti-inflamatórios não esteroides; o ácido mefenâmico, um medicamento anti-inflamatório não esteroide (AINE) se usa habitualmente para a dor menstrual. Os resultados foram publicados na revista Nature Communications.

Embora seja a primeira vez que se demonstrou que um medicamento se dirige contra esta via inflamatória, ressaltando a sua importância no modelo da doença, o Dr. Brough adverte a necessidade de novos e maiores estudos para identificar seu impacto sobre os seres humanos e as implicações em longo prazo do seu uso.

No estudo foram usados camundongos transgênicos que desenvolveram sintomas da doença de Alzheimer. Um grupo de 10 camundongos foi tratado com ácido mefenâmico, e 10 foram tratados da mesma forma que com placebo.

Os camundongos foram tratados no momento que desenvolveram problemas de memória e o fármaco foi administrado mediante uma minibomba implantada sob a pele durante 1 mês. A perda de memória reverteu por completo os níveis observados em camundongos sem a doença.

O Dr. Brough assinalou: “Agora existe evidência experimental que sugere fortemente que a inflamação cerebral agrava a doença de Alzheimer”. Além disso, acrescentou: “Nossa pesquisa mostra pela primeira vez que ácido mefenâmico, um medicamento anti-inflamatório não esteroide simples, pode ser dirigido contra uma importante via inflamatória denominada inflammasome NLRP3, que lesiona células cerebrais”.

“Até o momento não se dispunha de nenhum medicamento contra esta via, por isso estamos muito animados com este resultado”, explica. “No entanto, é necessário muito mais até para que possamos dizer com certeza como impactará a doença em humanos, uma vez que nem sempre repetir exatamente mouse modelos de doenças humanas. Uma vez que este medicamento esteja disponível e se conhece a toxicidade e farmacocinética do fármaco, o tempo para atingir aos pacientes deveria em teoria, ser mais curto caso sejam são desenvolvidos medicamentos completamente novos. Agora estamos preparando aplicações para efetuar estudos em fase II precoce para determinar a prova de conceito de que as moléculas têm efeito sobre a inflamação neuronal em humanos”.

O Dr. Doug Brown, diretor de Investigação e Desenvolvimento na Sociedade de Alzheimer, indicou: “A prova de medicamentos que estão em uso para outras afecções, é uma prioridade para a Sociedade de Alzheimer; poderia permitir encurtar os 15 anos necessários para desenvolver um novo medicamento para a demência”.

“Estes promissores resultados de laboratório identificam uma classe existente de medicamentos que têm o potencial de tratar a doença de Alzheimer bloqueando uma parte em particular da resposta imunitária. No entanto, estes medicamentos não carecem de efeitos secundários e não se devem tomar para a doença de Alzheimer nesta etapa; primeiros são necessários que os estudos sejam feitos nas pessoas “.




Futuro dos antibióticos é motivo de disputa entre países do G-20

05/09/2016 - O Globo / Site


Os antibióticos podem se tornar o pivô de uma disputa entre países ricos e nações em desenvolvimento nos próximos meses. O prejuízo que a resistência às superbactérias pode causar ao mundo nos próximos anos levou as 20 maiores nações do Planeta a incluir o tema na pauta econômica do G-20. Relatório do Reino Unido apresentado aos líderes do grupo na China mostraram a necessidade de se financiar as pesquisas por novos antibióticos pelos laboratórios, que alegam não terem lucros suficientes para investir eles próprios em inovação. Muitos indicam que o advento dos medicamentos genéricos teria reduzido ainda mais as suas margens de lucro. O Brasil foi o primeiro país a rejeitar a demanda, que também teve o sinal negativo por parte da Índia e da África do Sul.

— Se os países desenvolvidos estiverem dispostos a financiar, não tenho nada contra. Mas, dependendo de como for tratado o assunto, pode-se acabar abrindo caminho para setores da indústria que querem subsídios inibir a concorrência dos genéricos — disse o ministro das Relações Exteriores, José Serra.

O comunicado final da cúpula do G-20 de Hangzhou manifestou em um parágrafo a preocupação com tema e determinou a criação de um grupo formado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para estudar respostas econômicas para o problema. A declaração, no entanto, acabou mais evasiva do que o desejado exatamente pelo fato de já ter provocado polêmica na primeira rodada de conversas.

O relatório encomendado pelo governo britânico e liderado pelo economista Jim O'Neill, o pai do termo BRIC (grupo que até recentemente incluía Brasil, Rússia, Índia e China), sugere um plano que requer pelo menos US$ 2 bilhões em investimentos para estimular as pesquisas. Ele alega que a economia global perderá cerca de US$ 100 trilhões até 2050 e que uma pessoa morrerá a cada três segundos por conta das chamadas superbactérias. Uma das causas para a criação desses microorganismos resistentes seria o uso excessivo de antibióticos pelas pessoas.

O ministro brasileiro reconhece a importância das discussões, mas ressalta que há países em que a população não tem acesso a antibióticos. Segundo ele, o debate deve ser feito de maneira equilibrada e a conta não pode recair sobre os países em desenvolvimento. Ele destacou também que a discussão não pode ameaçar a conquista dos medicamentos genéricos.

— Por outro lado, neste caso, dependendo de quem esteja falando, até mesmo inibir a concorrência com os genéricos. Olhando do ângulo dos países em desenvolvimento a conquista que os genéricos trouxeram e a possibilidade de quebrar patentes tem que ser fortalecida e não enfraquecida. Tem que manter a ofensiva dos produtos genéricos.

O argumento brasileiro na cúpula do G-20 foi que os fundos para a pesquisa só poderão ser concedidos se não ficarem restritos aos grandes laboratórios internacionais. Boa parte deles, por sinal, está baseada no Reino Unido. Os recursos teriam de ser destinados a pequenos laboratórios, sobretudo em países em desenvolvimento.




Remédios para HIV/Aids serão adquiridos com receita médica

05/09/2016 - Portal Brasil


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou, na última quinta-feira (1º), a lista de substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial. Uma das alterações da Resolução RDC – 103/16 é a exclusão da lista de substâncias antirretrovirais do controle especial.

Anteriormente, medicamentos antirretrovirais exigiam receituário próprio estabelecido pelo Programa de DST/Aids do Ministério da Saúde. Os medicamentos poderiam ser dispensados nas farmácias hospitalares e ambulatoriais do sistema público de saúde ou nas farmácias e drogarias, com a devida apresentação de duas vias da Receita de Controle Especial. Diante da nova resolução, as substâncias antirretrovirais estarão sujeitas apenas à prescrição médica.

A Agência estabeleceu o prazo de 18 meses para o esgotamento do estoque remanescente do material de bula e rotulagem dos medicamentos antirretrovirais.

Falta de itens nas gôndolas gera perda de R$ 9 bi para farmácias

06/09/2016 - DCI


São Paulo - A falta de produtos nas gôndolas, além de entregar de bandeja o cliente para a concorrência, é responsável por uma perda anual de cerca de R$ 9 bilhões em vendas para o segmento de drogarias, aponta estudo da IMS Health. Os dados da chamada ruptura de estoque evidenciam uma oportunidade de ganho para as varejistas. A grande questão, porém, é como aproveitá-la.

Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, não ter ruptura é ainda mais importante no setor de drogarias, em comparação com outros ramos do varejo. "Em geral, se um cliente vai a uma farmácia e não encontra um produto o que ele faz é trocar de loja", afirma.

O levantamento da IMS Health, divulgado com exclusividade pelo DCI, confirma a opinião do especialista, já que essa é a opção da grande maioria dos consumidores ao se depararem com a ausência de um item em uma farmácia (79%). "Considerando que o cliente normalmente não vai com o intuito de comprar apenas um produto, essa perda é ainda mais grave, já que ele deixa de consumir a lista inteira", analisa Barreto.

O vice-presidente de consultoria para a América Latina da IMS Health, Sydney Clark, concorda e acrescenta que outro agravante é a perda da fidelização. "Há muitas iniciativas no sentido de fidelizar o cliente, mas em uma dessas - do consumidor chegar e não encontrar o produto que quer -, ele pode não voltar mais, e todas essas ações perderem o efeito", afirma, completando que nas grandes metrópoles isso é ainda mais latente, já que há um número grande de farmácias próximas umas das outras.

Além da perda do cliente, a falta de produtos - segundo cálculos da consultoria - pode acarretar em uma perda média de aproximadamente 10% do faturamento das empresas. "Aplicada essa porcentagem para o setor como um todo isso representaria cerca de R$ 9 bilhões que não estão sendo ganhos", afirma Clark, completando que em mercados mais maduros o índice de ruptura nesse segmento gira em torno de 7%. "Esses 3% são uma oportunidade gigante de ganho que se está perdendo", finaliza.


CAUSAS E SOLUÇÕES


Para o vice-presidente para América Latina da Close-Up International , consultoria especializada no setor, Paulo Murilo de Paiva Jr., as principais causas desse índice (que ele também considera alto) são: falta de planejamento conjunto com a indústria, de uma definição adequada do mix e de uma mensuração mais rigorosa do estoque e demanda.

"Falta conhecer também a velocidade de giro e de saída dos produtos em cada loja da rede", afirma. "Em alguns casos o modelo de reposição não considera a individualidade de cada unidade". Em outras palavras, o que acontece em algumas redes é que se faz uma média do montante correto de estoque em todas as lojas da companhia, e com esse valor a reposição é feita. Para Paiva Jr. isso faz com que o estoque muitas vezes fique acima ou abaixo do adequado.

Barreto, da Abrafarma, aponta ainda que o principal desafio é conseguir sincronizar o que a indústria planeja, o chamado forecast deles, com a demanda dos varejistas. " O problema do Brasil é que o sal [o princípio ativo] é importado, porque somos muito pobres de química fina, então há essa dependência do mercado externo. Se tem algum atraso na importação, na liberação de algum produto, ou se o planejamento da indústria foi mal feito você vai ter a falta do remédio em questão", explica.

Além disso, o especialista afirma que a mensuração feita pelas redes teria que ser mais sistemática. "Teria que ter essa análise de quantas pessoas entraram na farmácia, que buscavam determinado produto e não compraram, e também o porquê de não terem comprado", afirma. "A partir do momento que se tem essa medição, entra a parte do planejamento em conjunto com a indústria".

Como exemplo, o executivo cita o caso do Walmart nos Estados Unidos da América (EUA), onde, segundo ele, quem gerencia o estoque da loja é o próprio fornecedor. Dessa forma, ele tem acesso a todos os dados da loja, o que está faltando e o que tem em excesso. "Aqui no Brasil isso ainda não existe, mas é uma boa prática a ser perseguida, já que isso faz com que a indústria fique mais comprometida", diz.


GESTÃO DE CATEGORIAS


Outro ponto de colaboração entre os dois agentes da cadeia (indústria e varejo) que pode contribuir para mitigar a ruptura de estoque é a gestão de categorias. Segundo os executivos das duas consultorias ouvidas pelo DCI essa prática tem começado recentemente a ser discutida no setor de farmácias.

"A gestão de categorias no fundo é um trabalho compartilhado de tentar montar uma farmácia com um mix de produtos ideal, ou seja, que se adequa ao consumidor daquela farmácia", explica Clark, da IMS Health.

O especialista acrescenta que se a rede tem uma boa gestão de categorias a tendência é que ela consiga ter níveis de ruptura menores, já que ela estará com a apresentação e a quantidade de produtos nas gôndolas corretas. "Dessa forma, não vai ter um produto que vai ficar dez anos na prateleira e ninguém vai comprar, ou ter apenas uma caixa de um item que tem uma demanda muito grande".

Paiva Jr., da Close-Up, acrescenta que o trabalho com gestão de categorias, apesar de ser comum em outros segmentos do varejo, chegou há pouco tempo no setor de drogarias. "É a primeira vez que eu vejo, nos dezesseis anos que eu trabalho com o mercado farmacêutico, uma situação onde se tem um princípio de estruturação disso", afirma. Apesar das dificuldades observadas, o executivo aponta que o setor farmacêutico tem a vantagem de possuir muita informação e controle da cadeia. "Se quiser, ele pode se mover nessa direção [de diminuir a ruptura]. Caso faça isso, vai absorver esses ganhos, senão segue como está, que também não é o fim do mundo."




Roche planeja intensificar exportações do Brasil

06/09/2016 - Valor Econômico


A multinacional suíça Roche pretende intensificar a partir do ano que vem as exportações de sua fábrica em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. A companhia farmacêutica acaba de concluir um primeiro ciclo de investimentos em infraestrutura e tecnologia, de R$ 108 milhões, para ajustar os processos produtivos da unidade aos padrões internacionais de qualidade. Até 2020, são esperados mais R$ 192 milhões na modernização e ampliação da fábrica.

Em entrevista ao Valor, o presidente global da divisão farmacêutica da Roche, Daniel O'Day, conta que a fábrica de Jacarepaguá terá sua capacidade de produção ampliada em 10% até o fim de 2017. E destaca que a ideia é transformar a unidade num centro de exportação, tanto para a América Latina quanto para outras regiões.

"Estamos trazendo essa fábrica para o padrão global, porque o que queremos é exportar não só para a América Latina, como também para Europa e Ásia. Vamos usar essa fábrica como um distribuidor global", disse o executivo, durante visita ao Brasil para acompanhar a conclusão da primeira fase de investimentos na unidade.

Até 2018, a previsão da multinacional suíça é aumentar em 20% o volume de exportações. Atualmente, a companhia exporta do Brasil cerca de 16 milhões de unidades para toda a América Latina e para a Itália - o equivalente a cerca de 35% do volume produzido em Jacarepaguá. A ideia, contudo, é aumentar o percentual para 40% a partir de 2018.

O'Day explica que a fábrica carioca se tornará a partir de 2017 um hub global de exportação do antibiótico Bactrim. A empresa espera aumentar, também, os volumes de embarques de, entre outros remédios, o Rivotril (controle de convulsões) e o Prolopa (para tratamento de Parkinson).

Desde o ano passado, a Roche já investiu R$ 108 milhões para ajustar a fábrica aos padrões internacionais. Os recursos foram destinados, entre outras áreas, na automatização dos processos e na nova linha de produção dos frascos de Prolopa, com o objetivo de melhorar o controle e velocidade no processo de acondicionamento. Até o fim de 2017, serão investidos mais R$ 75 milhões na fábrica, com foco na melhoria da linha de produção. "Ganhar produtividade é um dos pontos-chaves para nos tornarmos fornecedores globais", disse O'Day.

Segundo o executivo, o mercado brasileiro é "um bom lugar para fazer negócios". Mesmo diante do cenário de retração econômica e de crise fiscal no país, a companhia mantém o otimismo com o Brasil, 7ª afiliada da Roche que mais cresce e que responde por cerca de 40% das vendas na América Latina.

"Estamos confiantes de que o Brasil continuará a crescer de novo. Nós tomamos decisões de longo prazo. Quando fazemos investimentos em infraestrutura e fabricas, fazemos investimentos para décadas, não para um par de anos", afirmou O'Day, acrescentando que a decisão de aumentar as exportações não está ligada, necessariamente, à desaceleração da demanda do mercado interno.

Para 2016, a expectativa da empresa é manter a trajetória de crescimento no Brasil, ainda que em patamares inferiores aos do ano passado. A multinacional projeta um aumento de 5% nas receitas no país, para algo em torno de R$ 2,73 bilhões - menos do que o aumento de 10% registrado em 2015.

A desaceleração é atribuída pela empresa, em parte, à crise fiscal do governo brasileiro e à redução do número de pessoas assistidas por planos de saúde, devido ao aumento do desemprego no país.

No setor público, responsável por 34% dos negócios da Roche no Brasil, a empresa tem observado uma redução nos estoques do governo - numa sinalização de que arrefeceu o ritmo de compras centralizadas pelo Ministério da Saúde.

Para continuar a crescer no país, a Roche aposta também no lançamento de novos produtos. Para 2016, a empresa aguarda a aprovação de uma nova molécula para tratamento de câncer de pele do tipo basocelular, enquanto para 2017 a previsão é lançar um medicamento imuno-oncológico para o tratamento do câncer de bexiga.




Bozano cria rede de escolas de medicina

06/09/2016 - Valor Econômico


A gestora de private equity Bozano Investimentos comprou uma fatia de 30% do Grupo NRE Educacional, dono de cinco instituições de ensino superior focadas em saúde, em especial, em medicina. O fundo também adquiriu um terço da Medcel, empresa de ensino a distância que oferece cursos preparatórios para residência médica. O investimento nesses dois negócios foi de cerca de R$ 100 milhões, segundo o Valor apurou.

As transações são os primeiros movimentos da Bozano que criou uma rede batizada de BR Health para reunir várias instituições de ensino da área da saúde e abrir o capital daqui a três anos, no máximo. Os recursos das aquisições vieram de um fundo de R$ 800 milhões destinado ao setor de educação e tem como principal investidor a alemã Berteslmann, que entrou com uma fatia de 40%.

"Nossa aposta nesse mercado é porque os cursos de medicina vão continuar numa curva ascendente. A população está envelhecendo, há uma carência de médicos no país, além disso o valor das mensalidades é elevado e a evasão é baixa", diz Paulo Guedes, CEO da Bozano e um dos fundadores do Ibmec, rede de escolas especializada em negócios e que lhe serviu de inspiração para a criar a BR Health. "O setor de educação é uma prioridade para a companhia. Fizemos um investimento semelhante nos Estados Unidos, na Alliant University, que é da área da saúde", complementa Marc Puskaric, diretor-geral da Berteslmann Brasil. Esse é o segundo investimento do grupo alemão em ensino no Brasil - o primeiro foi a Affero Lab, de educação corporativa.

A BR Health deve fechar o ano com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 65 milhões. Hoje, a holding tem cerca de 6 mil estudantes de cursos preparatórios e 8 mil alunos de graduação. As faculdades adquiridas têm cursos de outras áreas, mas a maior parte é ligada à saúde. A rede da BR Health chega ao mercado como um dos maiores grupos de ensino em número de alunos de medicina. Os líderes nesse mercado são a Estácio e Kroton, respectivamente.

O curso de medicina é considerado o mais rentável no ensino superior. "As taxas de evasão e inadimplência não chegam a 5% no fim de cada semestre", diz Daniel Borghi, responsável pela área de educação da Bozano. Nos demais cursos, cerca de metade dos calouros não termina o curso. Segundo dados da Hoper Educação, a margem de contribuição de um curso de medicina é de 45% ante 60% das demais graduações, mas essa diferença é mais do que compensada pelo valor médio das mensalidades, que é de R$ 5,3 mil. O curso mais barato de medicina é de R$ 3,1 mil.

Outra estratégia da Bozano é ter uma rede formada por instituições de graduação, modalidade regulada pelo MEC, e cursos livres como os preparatórios a fim de evitar dependência do governo como ocorreu recentemente, por exemplo, com as faculdades que cresceram na esteira do Fies, o programa de financiamento estudantil que sofreu uma redução repentina.

A Bozano e Berteslmann apostam fortemente nos cursos preparatórios, ainda pouco conhecidos no país. "Os médicos precisam sempre se atualizar, as residências são constantes. Nos Estados Unidos, os médicos são obrigados a fazer provas de atualização e acredito que essa tendência chegue ao Brasil", disse Borghi. A divisão de educação é uma das principais dentro da Bozano, que se associou em 2013 à BR Investimentos. A gestora foi criada por Paulo Guedes, que colocou dinheiro em empresas de ensino como Anima e Somos Educação , ou nas varejistas Hortifruti, Pão de Queijo e Amor aos Pedaços.

Como aconteceu com essas empresas, a estratégia da Bozano continua sendo a aquisição de uma fatia minoritária e abertura de capital. "Investimos em setores específicos, com equipes especializadas capazes de detectar tendências", disse Guedes.

Segundo Borghi, uma das razões para o investimento em instituições localizadas fora do eixo Rio-SP é que a demanda em cursos de medicina é e tão elevada que os alunos mudam de cidade. A relação candidato/vaga nas faculdades da BR Health é de 30 para 1. "Cerca de 60% dos alunos das instituições que ficam no Tocatins são do Sudeste", disse o responsável pela divisão de ensino da Bozano.




Mercado Aberto: Deixa que eu faço

06/09/2016 - Folha de S.Paulo


O Aché acaba de abrir um laboratório de controle de qualidade, em São Paulo, no qual foram investidos R$ 14 milhões -em espaço físico, equipamentos e contratações.

O objetivo do centro é trazer para dentro da empresa a análise da segurança de seus produtos, processo importante para renovações de registros e inspeções de órgãos reguladores.

Até então, a atividade era feita por companhias contratadas. Com o laboratório, calcula-se uma economia de 30% do valor de cada teste.

O aporte deverá ter um retorno em até três anos, avalia a diretora Gabriela Mallmann.




Estudo revela segredo de vida longa de pequenino povoado italiano

06/09/2016 - Folha de S.Paulo


O segredo da longevidade de um povoado italiano está sendo desvendado pelos cientistas. Ao que tudo indica, eles não apresentam, no sangue, um marcador que indicaria a piora da saúde.

São 81 idosos em 700 habitantes em Acciaroli, na região sul da Itália. Vinte e cinco deles já passaram dos 100 anos.

O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de San Diego, Califórnia, e da Universidade La Sapienza de Roma e foi divulgado nessa segunda (5).

A propensão destes idosos a quase nunca sofrer de doenças cardíacas ou cognitivas, como alzheimer, se explicaria pelo fato de que a molécula vasodilatadora adrenomedulina aparece em baixíssimos níveis em seus organismos.

Na região, pratica-se atividades físicas frequentemente, e há alto consumo de peixes e vegetais. Não está descartada a contribuição de um possível favorecimento genético.




Rede Drogasil

06/09/2016 - DCI


Rede Drogasil inaugura sua primeira loja em Palmas (TO). Com uma unidade de 150 metros quadrados, a companhia pretende disponibilizar mais de 14 mil itens. Além da loja que acaba de ser inaugurada, até o fim do ano, a empresa prevê a abertura de mais uma loja na cidade. Ao todo, a rede de farmácias e drogarias soma mais de 1,3 mil lojas espalhadas por 18 estados.




Técnica que usa robôs em cirurgias é usada cada vez mais no Brasil

05/09/2016 - G1 - Jornal Hoje


A técnica que usa robôs em cirurgias está ficando cada vez mais popular. No Brasil, já existem mais de 20 equipamentos em hospitais do Nordeste, Sul e Sudeste. Muitos deles atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Quem vê o comerciante Paulo de Oliveira, de 59 anos, tranquilo nem imagina, mas faz só cinco meses que ele passou por uma cirurgia para se livrar de um câncer de próstata. Se fosse uma operação normal, ele ia ficar de molho cerca de 15 dias usando sonda, tomar remédio para dor e para evitar infecção. Mas não foi nada disso que aconteceu. “Tive alta no dia seguinte da operação. Não tomei antibiótico, nenhum remédio”, conta.

Essa recuperação só foi possível porque o Paulo foi operado pelo sistema de robótica super preciso. O médico fica em uma tela de computador operando o robô, uma máquina de 500 quilos, com quatro braços articulados com pinças que fazem mais movimentos do que a mão humana.

“A impressão que dá, para quem olha, é que você está com a cabeça dentro da barriga do paciente, observando de muito próximo. Então, você tem uma precisão muito grande”, explica Gustavo Cardoso Guimarães, cirurgião oncologista, diretor de urologia do Hospital AC Camargo e chefe do programa robótico.

O uso do robô é indicado, principalmente, nos casos de câncer de próstata. O médico fica sentado, operando o robô à distância e tem uma imagem em 3D aumentada em até dez vezes.

Hoje no Brasil existem 23 equipamentos que fazem esse tipo de procedimento. A cirurgia pode custar até R$ 30 mil, mas essa operação já é feita pelo SUS em cinco hospitais em três estados do Brasil.

Gustavo, especialista em tratamento de câncer, acredita que a tendência é expandir a técnica para mais hospitais e para cirurgias de outros tipos de tumores: “Além de menor invasão, com corte, menos dor, o paciente tem menos sangramento, menos tempo de internação, menor risco de infecção e, junto a isso, necessidade menor de tratamento no futuro. Ou seja, menos radioterapia complementar ou de resgate”.

Por que os casos de microcefalia seguem concentrados no Brasil?

06/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Por que o Brasil, mais especificamente a região Nordeste, continua líder absoluto nos casos de microcefalia e outras alterações cerebrais? Quais outros fatores estão contribuindo para esse cenário além do vírus da zika? Um ano depois do início da epidemia de má-formações ligados ao zika, essas perguntas seguem sem respostas.

Em encontro do comitê emergencial da OMS (Organização Mundial da Saúde), que terminou sexta em Genebra, as autoridades de saúde se mostraram intrigadas e dizem que as explicações ainda precisam se desvendadas.

Vários estudos estão em andamento para estabelecer se existem ou não outros aspectos envolvidos. "Há enormes variações e precisamos responder à pergunta: isso ocorreu simplesmente porque o vírus atingiu a população em um outro momento, e há apenas um lapso de tempo? Estamos apenas aguardando que as complicações apareçam? Ou outros fatores contribuem fazendo com que, em uma parte do mundo, a doença resulte em maiores complicações do que em outra?", indagou o diretor do comitê, o médico David Heymann.

Segundo o último boletim da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), até agosto foram confirmados 1.845 casos de bebês nascidos com más-formações no Brasil, em uma população de 206 milhões. A Colômbia, segundo país a registrar maior incidência de más-formações congênitas, tem 29 casos confirmados em uma população de 47 milhões.

Em uma conta simples, o Brasil tem população cerca de 4,3 vezes maior do que a do vizinho, mas registra 63 vezes mais casos de más-formações. Diversas teorias procuram explicar a razão dos altos índices de microcefalia observados particularmente no Brasil, mas até o momento nenhuma é conclusiva.

Até o início deste ano, o argumento mais usado se resumia a uma questão de tempo. Logo, a microcefalia atingiria altos números no Brasil todo e em outros países. Isso não aconteceu.

Entre as hipóteses para a discrepância estão a cepa (linhagem) do vírus, o lapso do tempo desde o início da epidemia, a interação com outras doenças e as condições socioeconômicas. Na reunião da OMS debateu-se, por exemplo, se a versão do zika que provocou a epidemia no Brasil (de origem asiática) seria mais perigosa do que a cepa africana. Isso está agora sendo investigado.

Também é saber quantas pessoas foram de fato infectadas pelo zika. Por exemplo, se 80% da população do Nordeste já tiver sido infectada, os números de microcefalia fariam sentido. "Mas, se menos de 2 milhões tiverem sido infectados, ainda haveria muitos milhões (de pessoas vulneráveis). Aí a doença ficaria muito mais complicada do que parece", explicou o virologista Paulo Zanotto, em entrevista ao G1.

Há estudos investigando aspectos genéticos, alimentares e de contaminação ambiental. O desafio dos cientistas não é apenas definir quais cofatores impactaram a má-formação dos bebês, mas também avaliar a interação entre eles. Por exemplo, no Nordeste, há uma prevalência de dengue muito mais alta do que no resto do Brasil, cerca de 80% da população já teve a doença. Alguns estudos mostraram que isso pode ser um fator de risco.

A pobreza também está sendo estudada como possível cofator. A maioria das famílias com bebês com microcefalia vivem em regiões com índice de desenvolvimento humano (IDH) muito baixo. Isso significa que podem estar expostas à má nutrição ou à exposição a outras doenças.

Essas respostas são urgentes e os governos não devem medir esforços para buscá-las. Logo o verão estará aí de novo e, com ele, uma provável nova onda de nascimentos de bebês com microcefalia e outros danos cerebrais. Em termos de prevenção, pouco avançamos. Nos bolsões de pobreza, as mulheres continuam sem repelente, sem saneamento e sem métodos anticoncepcionais eficazes.




Com baixa procura, governo do Paraná estende vacinação contra dengue

05/09/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Devido à baixa procura pela vacina, o governo do Paraná resolveu estender, por mais três semanas, a campanha de vacinação contra a dengue. O Paraná é o único Estado brasileiro que oferece gratuitamente a vacina.

Apesar disso, a procura pelo medicamento foi bastante baixa : até o último sábado (3), data final da campanha, apenas 25% da meta havia sido cumprida. Foram 125 mil pessoas vacinadas.

O governo atribui a dificuldade ao público-alvo da campanha (jovens de 15 a 27 anos, que não costumam frequentar postos de saúde), além da desconfiança em relação ao novo medicamento, recém-aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Agora, o objetivo é atingir pelo menos 400 mil pessoas até o dia 24. A campanha ocorre em 30 municípios, que tiveram o maior número de casos da doença. No total, foram compradas 500 mil doses, a um custo de R$ 50 milhões.

O governo pretende reforçar a comunicação, especialmente pelas redes sociais, e centrar esforços nas quatro maiores cidades que participam da campanha: Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Paranaguá.

Regiões endêmicas do mosquito Aedes aegypti, as três primeiras cidades atingiram apenas 14%, 17% e 18% da meta. Paranaguá, que teve 29 mortes por dengue neste ano, vacinou 35% do público-alvo.

Segundo o governo do Paraná, apenas 0,03% das pessoas vacinadas tiveram reações leves à vacina, como dores musculares ou febre. Nenhuma reação moderada ou grave foi reportada.

Neste fim de semana, o apresentador Danilo Gentili, que já pegou a doença, divulgou um vídeo estimulando a população a se vacinar.

A jogadora de vôlei de praia Ágatha Bednarczuk, paranaense e medalha de prata nos jogos do Rio, também se vacinou e convocou a população a repetir o gesto.




Consumo de frutas previne várias doenças

06/09/2016 - DCI


Pesquisa desenvolvida na Unesp alerta para o consumo de frutas cítricas como a laranja e o limão para reduzir fatores de risco para diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares causados pela obesidade, como alterações no colesterol, glicose e pressão arterial.

O trabalho desenvolvido pela doutoranda Paula Souza Ferreira, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp de Araraquara foi orientado pela professora Thaís Borges César.

Paula avaliou camundongos, separados por grupos, dos quais uma parte recebia uma dieta normal, com 10% de gordura, outra parte recebia uma dieta rica em gordura saturada, com banha de porco, com 45% de gordura, enquanto outra parte recebia a mesma dieta rica em gordura saturada, mas acrescentando substâncias cítricas em pó, chamadas de flavanonas cítricas (subclasse dos flavonoides, componentes encontrados em frutas, vegetais, flores, mel, chás e vinhos).

Neste último grupo, com o acréscimo destas substâncias cítricas, Paula descobriu que estes animais engordaram, mas tiveram menor acúmulo de gordura no fígado e não tiveram a inflamação causada pela obesidade que aumenta a probabilidade para a obtenção de colesterol alto, hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares. "As substâncias presentes nas frutas cítricas têm atividades biológicas, o que faz melhorar o perfil metabólico e reduzir o risco de pessoas terem essas doenças causadas pela obesidade", conclui. Para Paula, os resultados indicam que, no futuro, é possível usar as flavanonas cítricas para prevenir ou retardar doenças crônicas causadas pela obesidade em seres humanos.

A pesquisa, resultado da dissertação de mestrado de Paula foi apresentada na 252ª Reunião Nacional da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês), na Filadélfia.




Dr.consulta: uma revolução no setor da saúde

05/09/2016 - Época Negócios Online


A mato-grossense Rosa Maria Pereira tem 47 anos e, por ser portadora de microcistos nos seios, faz exames rotineiros de mamografia, a fim de monitorar o problema. Semana passada, ela agendou o procedimento no Centro Médico Metrô Faria Lima – Teodoro, da rede dr.consulta – empresa de impacto social que tem como objetivo oferecer serviços de saúde de alta qualidade ao preço mais acessível possível. Como é enfermeira, Rosa conta que se entusiasmou com o fato de que o exame seria feito em um equipamento digital (de uma marca de reconhecimento mundial, a GE) e, ainda, por um valor abaixo do praticado no mercado. “O mamógrafo digital é mais confortável que o aparelho convencional e, por oferecer uma melhor resolução, permite visualizar a estrutura das mamas de uma maneira mais precisa”, explica ela, acrescentando que, dessa forma, o médico teria recursos para um diagnóstico mais apurado. “Por trabalhar na área, sei de casos de mulheres que deixam de fazer esse exame tão importante, justamente por causa do desconforto dos equipamentos não digitais”, afirma.

Este depoimento ilustra um dos milhares de casos de pacientes que vêm experimentando os efeitos de uma verdadeira revolução no setor da saúde no Brasil, que atende pelo nome de dr.consulta. Milhares, mesmo, já que a dr.consulta realiza cerca de 55 mil atendimentos por mês, com uma rede de 600 médicos. Criada em 2011, com um primeiro centro médico em Heliópolis, na zona sul de São Paulo, é uma rede que, só este ano, em plena crise financeira do país, abriu oito novas unidades, totalizando 20 na capital e na região do ABCD. “Nossa ideia é ampliar o número de unidades na Grande São Paulo, sempre em locais de fácil acesso e trabalhando com parceiros altamente tecnológicos, como é o caso da GE, e médicos muito capacitados, vinculados a centros de referência”, adianta Marcos Fumio, vice-presidente médico da rede.

Esqueça aquela ideia de salas de espera abarrotadas, confusão de senhas, gente reclamando, barulho excessivo e atendentes pouco interessados em desempenhar corretamente suas funções. Na rede dr.consulta, o que chama a atenção, logo de cara, é a organização do local. Ao entrar, você encontra um totem onde imprime sua senha, de acordo com o atendimento que pré-agendou (por telefone, pelo site da empresa ou, ainda, por um aplicativo) e espera ter seu nome (e não só o número da senha) exibido no painel, que é acompanhado de um monitor onde são veiculadas dicas para prevenção de doenças. Também é possível ir direto a uma unidade. Em ambos os casos, é só escolher a especialidade da consulta ou exame e fazer um breve cadastro. Detalhe: isso tudo, muitas vezes, pode ser feito no mesmo dia, inclusive no domingo, já que algumas unidades funcionam durante os finais de semana. “Nossa meta é que, da retirada da senha até a saída, no pós-atendimento, o usuário gaste 56 minutos”, reforça Fumio. Ou seja, é atendimento com hora marcada, mesmo. E com tempo para começar e terminar, o que não é comum. Assim, o paciente economiza tempo e recursos.

Mais de 40 especialidades estão disponíveis na dr.consulta, que conta com médicos ligados aos principais hospitais de São Paulo, como Sírio-Libanês e Albert Einstein. Os profissionais são constantemente avaliados e não podem ter nota (dada pelos próprios pacientes, via sms) menor que 9, na média. “Hoje, a nota dos médicos está em 9,6 e a do atendimento em 9,5”, diz o executivo, que recebe, diariamente, cinco currículos de candidatos. “Tem fila de espera de profissionais interessados em trabalhar com a gente, o que é muito bom”, comenta, acrescentando que o time todo já conta com mais de mil colaboradores. “Só conseguimos oferecer um atendimento de qualidade porque, além de trabalhar com profissionais e equipamentos de alto padrão, aprendemos a lidar com estruturas enxutas, processos administrativos sem exageros e uso de tecnologia para garantir a eficiência do sistema”, completa Fumio.

O preço é outro diferencial. As consultas, que custam entre R$ 60 e R$ 135, podem ser parceladas em até dez vezes, sem cobrança de taxas ou mensalidades. E a dr.consulta oferece também exames e alguns procedimentos cirúrgicos. Com isso, as cerca de 2 milhões de pessoas que perderam seu plano de saúde no último ano e meio, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), - o qual, muitas vezes, é vinculado ao emprego - têm nos serviços da rede uma boa alternativa ao SUS. É o caso da babá Sarah Souza Araújo, de 23 anos. Ela tomou conhecimento da dr.consulta pela internet, fez um agendamento e se surpreendeu com a facilidade para ser atendida. “Foi muito mais fácil do que eu pensava. Não tem aquela burocracia nem a espera que a gente vê no sistema de um plano de saúde”, elogia ela, que, além de passar pela consulta médica, já saiu de lá com exames agendados para dali a poucos dias pela área de pós-consulta. Na rede, é possível agendar com rapidez exames de laboratório ou imagem e consultas em especialidades como ginecologia, oftalmologia, cardiologia, dermatologia e otorrinolaringologia.

Ainda na comparação com os planos de saúde, existe um dado curioso: 20% dos pacientes possuem plano e recorrem ao dr.consulta para ter acesso a um especialista ou procedimento dentro de um prazo mais curto, sem aguardar semanas ou até meses por um horário com um médico ou a realização de um exame. Dependendo do caso, o exame pode ser realizado no mesmo dia da consulta, porque, além dos consultórios, as unidades do dr.consulta têm salas dedicadas a esses e outros procedimentos.

Todo o sistema da rede é digital, o que influencia não só no atendimento, já que o agendamento é controlado por um sofisticado conjunto de algoritmos similar ao utilizado pelas companhias aéreas, para não haver gargalos no embarque de passageiros nos aeroportos, como no armazenamento de dados. “Aqui, o prontuário é eletrônico. Assim, a cada consulta, o paciente não precisa contar seu histórico para o médico, porque ele tem à disposição a ficha do paciente. Isso se traduz em economia de tempo que, então, é dedicado ao atendimento, suprimindo uma queixa comum na saúde brasileira, a de que muitos médicos mal têm tempo de olhar nos olhos do paciente”, comenta Marcos Fumio. Outra boa notícia é que essas informações já estão sendo usadas para monitorar o estado de saúde das pessoas, a médio e longo prazo, gerando ações de prevenção de doenças. “Não somos um pronto-socorro nem um plano de saúde. Nosso propósito é que o médico faça um atendimento ao longo da vida do paciente, e não só episódico, olhando pelo seu bem-estar de forma geral”, observa o executivo.

No fim das contas, como se pode ver, não tem mistério. A dr.consulta é uma prova de que serviços médicos de qualidade podem estar ao alcance de todos, desafiando a ideia de que o acesso à saúde qualificada é algo caro ou inatingível no país.




Escutas telefônicas confirmam esquema de fraudes na máfia das próteses

05/09/2016 - Correio Braziliense Online


Escutas telefônicas da polícia confirmam o esquema deflagrado na operação Mister Hyde, que atuou contra uma investigação criminosa formada por médicos e empresários do ramo de prótese acusada de superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e até mesmo a realização de cirurgias desnecessárias em pacientes com o uso de material vencido nos procedimentos.

Em quase 4 minutos de conversa, o médico Juliano Almeida e Silva e o empresário Micael Bezerra Alves, um dos sócios da TM Medical, empresa que fornecia as próteses, falam sobre como “melhorar” um pedido de uma cirurgia de retirada de hérnia. Os dois articulam quais procedimentos e equipamentos podem ser usados na cirurgia.

O médico fala com Micael e diz que está pedindo uma discectomia aberta e quer saber o que “pode colocar a mais” e pergunta se tem “aquele” de irrigação contínua, que “joga e aspira”, sem saber exatamente qual aparelho seria o ideal para o procedimento. Ao fim da conversa, Micael diz que está vendo se tem mais algo a acrescentar e tranquiliza o médico: “A Unimed paga R$ 8 mil, fica ruim não. Vamos tentar, né?”.

Fornecedor: Oi, Dr.

Médico: Micael, bom dia, tudo bom? To pedindo uma discectomia aqui, aberta, e o que dá pra gente colocar mais aqui? Vocês tem aquele de irrigação contínua, que joga e e aspira…

Fornecedor: Aspiração? Bomba de irrigação você fala?

Médico: Um aspirador que parece que joga o soro e aspira ao mesmo tempo...

Fornecedor: Tem irrigação aquele igual da ortopedia.

Médico: Acho que é isso mesmo, como é o nome, Equipo de irrigação?

Fornecedor: Equipo de irrigação, só isso mesmo que a gente pede. O mesmo que pede na discectomia fechada. Você vai fazer aberta né, vai tirar a hérnia, né?

Médico: É que to tentando melhorar aqui, que mais que a gente pode por aqui? Botei bipolar, botei brill, dois drill, botei mostático, botei motorização, equipo de ligação. O que mais?

Fornecedor: E se pedir a cânola para debridação, vale a pena?

Médico: O que é? Essa cânola. O que que é? Debridação?

Fornecedor: É a canolazinha que vem no kit da discectomia. Aí é só para enrolar mesmo.

Desde o início da manhã, 15 vítimas procuraram a Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco). Pacientes preenchem um formulário sigiloso para, posteriormente, prestarem depoimento. Do total, duas foram ouvidas formalmente por delegados que trabalham nas investigações. Em razão da alta procura de denúncias, a Deco tenta com a Direção Geral da Polícia Civil autorização para que unidades circunscricionais possam, também, colher depoimentos de vítimas.

Um paciente de 41 anos que recebeu atendimento do médico Jhony Wesley, o neurocirurgião apontado pela polícia como líder do esquema, também compareceu à Deco para fazer a denúncia. O homem relata que passou por um procedimento cirúrgico, em maio de 2013, onde colocaram seis pinos e uma placa na coluna. Após o período de recuperação, as dores se tornaram frequentes. "Até hoje não consigo ficar muito tempo na mesma posição, sinto muito desconforto", alega. Mesmo antes da total recuperação, ainda foi sugerido outra cirurgia ao paciente. "Resolvi por conta própria não fazer. Mas nunca suspeitei de um esquema deste tipo, a gente acaba confiando nos médicos", frisa. O homem ficou quase 20 dias internado depois do atendimento. De acordo com o paciente, a cirurgia realizada custa R$ 120 mil.

A operação Mister Hyde teve início na última quinta-feira. Promotores do Ministério Público do DF e agentes da Polícia Civil cumpriram 21 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra a organização criminosa, após iniciarem a investigação em março deste ano. Médicos e empresários do ramo de órtese e prótese agiam em Brasília realizando superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e até mesmo uso de materiais vencidos nos procedimentos realizados em pacientes.

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