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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 24/08/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Prevenção de derrame e infarto pode ser feita com doses menores de AAS

23/08/2016 - G1 - Jornal Nacional


Um estudo da Universidade de Campinas, em São Paulo, constatou que a prevenção do infarto e do derrame pode ser feita com doses menores do ácido acetilsalicílico.

Quem é grupo de risco muitas vezes usa para se proteger. Quem já teve derrame ou infarto quase sempre toma.

Usado primeiro como anti-inflamatório e analgésico há mais de 50 anos, o ácido acetilsalicílico, conhecido como AAS, virou arma também contra doenças cardiovasculares.

É que os médicos descobriram que, em doses menores, o remédio evita a formação de coágulos que entopem veias e artérias, facilitando assim a circulação.

Esse efeito é popularmente conhecido como afinar o sangue e dura de três a cinco dias. E foi justamente estudando esse prazo de validade do ácido acetilsalicílico no organismo que pesquisadores da Unicamp concluíram que tomar uma quantidade menor pode ser tão eficiente quanto tomar um ou mais comprimidos diariamente.

O estudo publicado na revista da Fapesp, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, e no jornal de farmacologia do American College, acompanhou um grupo de pacientes que tomou o comprimido diariamente e outro que tomou a cada três dias. O efeito sobre a agregação das plaquetas, ou seja, a proteção contra coágulos foi igual.

“O efeito terapêutico é o mesmo. Entretanto, o aspecto de irritação gástrica será menor. A substância responsável pela proteção do estômago é mantida nos níveis normais”, explica o coordenador da pesquisa da Unicamp, Gilberto de Nucci.

As doses menores podem abrir caminho para a inclusão de novos grupos de risco na prevenção como os diabéticos e aqueles que sofrem com efeitos colaterais.

“Existem pacientes que têm uma sensibilidade maior no trato digestivo - tanto no esôfago, estômago, duodeno - e precisam de proteção gástrica para poder tomar o ácido acetilsalicílico. Esses pacientes poderão se beneficiar com doses menores e tratamento intercalado”, disse Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia clínica do Hospital do COração (HCor).




Pílula do dia seguinte antiaids será oferecida em unidades 24h na capital

23/08/2016 - UOL


A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo passará a oferecer a profilaxia pós-exposição (PEP), conhecida como "pílula do dia seguinte contra a aids", em 18 unidades de saúde da cidade com funcionamento 24 horas. Hoje, ela é ofertada apenas em serviços especializados contra DSTs, que ficam abertos das 7 horas às 19 horas. A PEP estará disponível em hospitais e prontos-socorros municipais de todas as regiões da cidade.

De acordo com a secretaria, a oferta dos antirretrovirais em unidades com funcionamento 24 horas aumenta a chance de sucesso do tratamento. Isso porque a recomendação médica é que o uso dos medicamentos seja iniciado em até 72 horas após relação sexual desprotegida ou outra situação de risco.

Como as unidades especializadas que oferecem o serviço ficam abertas somente em horário comercial, era difícil garantir o acesso à PEP no período da noite e nos fins de semana.

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo passará a oferecer a profilaxia pós-exposição (PEP), conhecida como "pílula do dia seguinte contra a aids", em 18 unidades de saúde da cidade com funcionamento 24 horas. Hoje, ela é ofertada apenas em serviços especializados contra DSTs, que ficam abertos das 7 horas às 19 horas. A PEP estará disponível em hospitais e prontos-socorros municipais de todas as regiões da cidade.

De acordo com a secretaria, a oferta dos antirretrovirais em unidades com funcionamento 24 horas aumenta a chance de sucesso do tratamento. Isso porque a recomendação médica é que o uso dos medicamentos seja iniciado em até 72 horas após relação sexual desprotegida ou outra situação de risco. Como as unidades especializadas que oferecem o serviço ficam abertas somente em horário comercial, era difícil garantir o acesso à PEP no período da noite e nos fins de semana.

O uso correto dos medicamentos da profilaxia pós-exposição diminui em até 96% o risco de contaminação pelo HIV após situação de risco. Para isso, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e seguido por 28 dias.

De acordo com a secretaria, parte dos 18 serviços já estão oferecendo a PEP e os demais começarão a ofertar o tratamento em setembro.




Profarma vira aposta do mercado após rali de 180% da Raia

23/08/2016 - Portal Exame


A ação da Raia Drogasil, maior rede de farmácias do Brasil, teve o melhor desempenho do mercado nos últimos dois anos, mas é uma de suas concorrentes que oferece a maior perspectiva de ganhos, na opinião dos investidores.

A Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos teve um crescimento de mais de 24 por cento nos lucros anuais entre 2012 e 2015. Em 2013, a companhia, que era apenas distribuidora de medicamentos, adotou a mesma estratégia da Raia Drogasil de abrir lojas físicas.

Assim, a Profarma, que tem sede no Rio de Janeiro, deverá registrar uma elevação adicional de 22 por cento em seus resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) neste ano, segundo Guilherme Assis, analista do banco de investimento Brasil Plural.

As redes de farmácias estão mostrando resiliência em meio à crise econômica brasileira. Tanto a Profarma quanto a Raia Drogasil continuam expandindo seus pontos de venda mesmo com a desaceleração da atividade pelo segundo ano consecutivo.

Depois de ficar abaixo do desempenho das ações da rival Raia Drogasil em 2015, neste ano os papéis da Profarma acumulam alta de 112 por cento, ante 69 por cento da Raia.

Além disso, com uma relação entre preço da ação e lucro estimado que é hoje metade da apresentada pela Raia Drogasil, a Profarma mostra mais espaço para crescer, diz Adeodato Volpi Netto, chefe de mercado de capitais da Eleven Financial Research.

“A Profarma está inteligentemente alterando seu modelo de negócios para focar no varejo, abrindo lojas em cidades onde o consumo de medicamentos é maior”, disse Volpi Netto em entrevista em São Paulo.

“A estratégia é positiva para o negócio de distribuição de remédios também, pois não precisa imobilizar muito do seu caixa em estoque”.

Os três analistas que cobrem a Profarma recomendam a compra da ação. Entre os 16 que acompanham a Raia Drogasil, sete lhe dão a mais alta recomendação e o restante recomenda manter.

A Raia Drogasil acumula alta de 180 por cento nos últimos dois anos, desempenho que contrasta com a queda de 25 por cento da Profarma no mesmo período.

Propagandista perde espaço para novos canais de vendas

24/08/2016 - Valor Econômico


Importante instrumento de apresentação de novos produtos farmacêuticos à classe médica, a visitação a consultórios tende a dividir cada vez mais espaço com outros canais de contato na América Latina. Um estudo da McKinsey & Company, intitulado "Reinventando o modelo comercial latino-americano: Multicanais", indica que não apenas os médicos estão abertos a novidades na forma como se relacionam com os laboratórios como a indústria pode incrementar vendas e reduzir custos ao adotar uma estratégia que inclua também plataformas remotas ou digitais.

Os resultados do uso de multicanais - vídeos, telefonemas, e-mails, entre outros - são mensuráveis e, de acordo com a consultoria, levaram determinadas farmacêuticas a registrar aumento de 10% a 15% nas vendas e a reduzir gastos com marketing em torno de 10%.

Veja a entrevista em vídeo Especialmente na América Latina, os custos com visitação médica têm sido pressionados pela inflação. E essa alta não é acompanhada por aumento de produtividade, afirma Tracy Francis, sócia da McKinsey responsável pelo estudo do setor.

"Quando se compara o Brasil a outros países, o uso de multicanais aqui ainda é muito incipiente", diz Tracy. "O contato físico segue como meio principal, mas as conversas sobre os contatos digitais estão entrando na pauta", acrescenta. No mercado internacional, explica a executiva, o uso mais difundido de outros meios de acesso à classe médica pode ter sido estimulado pelo maior impacto da perda de patentes nos negócios dos laboratórios, o que obrigou essas empresas a olhar com atenção para a linha de custos.

Um dos obstáculos no país ao avanço do uso de canais digitais é a crença de que a classe médica prefere o contato pessoal. Mas uma pesquisa com 250 médicos de diferentes regiões do país mostra que esse mito está perto de cair.

Do total de entrevistados pela McKinsey- e cada entrevista durou cerca de 30 minutos -, 83% estão abertos ao contato multicanal. "Desses, cerca de 20% querem também a presença do representante [do laboratório], mas a maior parte é entusiasta de outros meios de contato", afirma Tracy.

Segundo a pesquisa, mais de 30% dos médicos preferem o uso de outros canais à visita tradicional e, contrariando a crença em vigor, uma menor parcela, de apenas 17% dos entrevistados, indicou que "quer manter as coisas como estão".

Profissionais mais jovens, aponta o estudo, estão mais abertos aos meios digitais e médicos com preço de consulta mais elevados preferem esse "novo" contato. A agenda sempre apertada, o valor da hora de trabalho e a objetividade do contato digital ajudam a explicar essa preferência, diz Tracy.

A despeito das experimentações que já estão em curso em outros países, não é possível arriscar um prazo para que os meios digitais alcancem participação significativa na relação entre médicos e representantes de laboratórios. A experiência em outras áreas, porém, mostra que a partir do momento em que novos canais passaram a ser explorados e trouxeram resultados, sua difusão foi acelerada.

No Brasil, a expectativa é que tanto multinacionais quanto farmacêuticas nacionais participem ativamente dessa nova onda. "A indústria brasileira tem sido muito inovadora em como chegar ao mercado", avalia Tracy.




Estudo aponta que saúde perde R$ 63 bi

24/08/2016 - Valor Econômico


Mesmo apoiando a proposta de emenda constitucional que institui o teto para o gasto da União, pois considera que a trajetória da despesa pública "é insustentável", estudo elaborado pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados aponta uma série de problemas no texto enviado pelo governo ao Congresso e sugere aperfeiçoamentos. Um dos problemas é a perda de recursos para a área da saúde, que chegaria a R$ 63 bilhões em 2025.

O estudo critica o fato de o governo ter colocado, na PEC, o mínimo para a saúde em 2016, previsto pela Emenda Constitucional 86, de 13,2% da receita corrente líquida da União. Esse percentual equivale, segundo a consultoria, a algo em torno de R$ 84,5 bilhões, o que é bem abaixo do limite para empenho definido pelo próprio governo para este ano, de R$ 108,6 bilhões, e do limite para o pagamento, de R$ 106 bilhões. É muito menor também do que foi gasto em 2015, R$ 100,1 bilhões.

Com o piso para 2016 assim definido, em torno de R$ 84 bilhões, o governo aplicaria o IPCA e teria um valor para o gasto mínimo com saúde para 2017 que seria menor do que o de 2015. O estudo da consultoria está tendo uma grande repercussão entre os parlamentares, principalmente da chamada bancada da saúde.

Fonte credenciada do governo consultada pelo Valor, não contestou o raciocínio feito pela consultoria da Câmara, mas observou que, ao fixar a aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde, o governo não reduzirá os gastos para a área. "Não há hipótese de diminuição de recursos", garantiu. "A proposta orçamentária para 2017 deixará isso claro".

A conclusão da Consultoria de Orçamento da Câmara é semelhante para o caso da educação. Atualmente, o governo é obrigado a aplicar, no mínimo, 18% da receita com impostos, líquida de transferências constitucionais para Estados e municípios, o que, em 2016, corresponderá a R$ 46,7 bilhões. Com a regra da PEC do limite do gasto, esse valor será corrigido pelo IPCA.

Isso garantirá, em 2017, uma aplicação maior em educação do que pela regra atual. Mas, a partir de 2018, a situação se inverte e, em 2025, a perda foi estimada pelo estudo em R$ 13,3 bilhões. O governo, mais uma vez, lembrou que não pretende diminuir as aplicações em educação.

O estudo mostra um fato curioso. Se a PEC do limite do gasto tivesse sido aprovada em 2011 e já estivesse valendo em 2012, não teria ocorrido déficit primário em 2014, 2015 e neste ano. "As despesas em 2016 seriam inferiores ao programado em R$ 195 bilhões, e o déficit autorizado pela LDO para a União, de 2,75% do Produto Interno Bruto (PIB), se transformaria em pequeno superávit (0,4% do PIB)", observa o estudo. "Em nenhum exercício do período teria havido déficit primário. Ademais a economia teria permitido reduzir os montantes atuais da dívida pública, sendo que o melhor cenário fiscal se traduziria, presumivelmente, em menores taxas e despesas com juros".

Como a situação fiscal está muito ruim, com um déficit primário elevado, mesmo com a adoção do limite para o gasto da União, a Consultoria de Orçamento da Câmara prevê que a dívida bruta do governo federal vai continuar crescendo até 2022, atingindo 83,4% do PIB, se a economia crescer 1,5% no próximo ano, 2% em 2018 e 2,5% de 2019 a 2021 e 3% no ano seguinte. Neste cenário, só ocorreria superávit primário nas contas do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) em 2021, de apenas 0,5% do PIB.

Se o crescimento no período for um pouco menor (1% em 2016, de 2% de 2018 a 2020 e de 2,3% em 2021 e 2022) a dívida bruta vai superar 90% do PIB e o superávit primário do governo central só aparecerá em 2022, de 0,2% do PIB.

A consultoria considera o prazo de 20 anos para o limite do gasto "excessivo" e propõe mudanças. O estudo lembra que, com a contenção dos gastos pelo período de 20 anos, o governo obterá resultados fiscais crescentes, quando a economia melhorar. "Isto pode levar, no futuro, ao impasse do modelo, considerando-se a provável necessidade de se recuperar parte dos serviços congelados em termos nominais e de atender a novas demandas, com o número crescente de beneficiários das políticas públicas", alerta o estudo.

Para enfrentar o problema, a consultoria propõe que, quando a dívida bruta e/ou os resultados fiscais "atingissem níveis satisfatórios, o método de fixação dos limites para a despesa poderia levar em conta determinada proporção do crescimento econômico".




Brasileiro tem medo de transgênico, diz pesquisa

24/08/2016 - Folha de S.Paulo


Ao ouvir a palavra "transgênicos", algumas pessoas sentem calafrios, e mesmo quem gosta de ciência e biotecnologia tem um pé atrás com os organismos geneticamente modificados.

O cenário foi mostrado por uma pesquisa do Ibope Conecta, que coletou pela internet as respostas de 2.011 pessoas, de todas as regiões do país, das classes A, B e C e que não trabalham com biotecnologia e áreas correlatas. A pesquisa foi encomendada pelo Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB).

A maioria (cerca de 80%) gosta de ciência e soube responder o que são transgênicos, mas 33% acham que consumi-los pode fazer mal.

Isso apesar da pesquisa publicada em maio pela Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA que concluiu, após analisar mais de mil estudos, que os organismos geneticamente modificados, existentes desde a década de 1970, não só não trazem riscos à saúde como, se usados corretamente, propiciam benefícios para agricultores e ambiente.

Os pesquisadores não encontraram qualquer evidência de que esses organismos tiveram impacto sobre as prevalências de câncer, obesidade, diabetes, autismo, doença celíaca ou alergias.

Não é claro, no entanto, se a tecnologia realmente aumenta a produtividade da agricultura.

Para Adriana Brondani, diretora-executiva do CIB, "houve uma falha de comunicação do agronegócio, dos cientistas e da sociedade". "A propaganda contrária ganha aderência porque há um hiato de conhecimento da população, por causa da falta de informação", diz.

A pesquisa mostra que as pessoas nem sabem quais são as plantas transgênicos cultivadas no país –soja, algodão e milho, principalmente. Só 11% acertaram a combinação.

O motivo de tão poucas espécies é a rentabilidade de cada uma delas, explica a professora Maria Lúcia Vieira, professora titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP.

"É igual à indústria automobilística. Se não tiver lucro, não vende. Por isso há poucos e a área plantada é tão grande. Também há uma vantagem para o agricultor, que planta a semente da planta transgênica e depois passa o herbicida –o mato morre e a planta de lavoura, não", diz.


RESISTÊNCIA


A inserção ou substituição de um gene em uma espécie pode fazer com que ela, por exemplo, seja mais resistente a intempéries, herbicidas ou pragas –ou fazer com que ela própria produza um larvicida, caso do milho Bt (abreviação do organismo doador Bacillus thuringiensis, que produz naturalmente uma proteína larvicida).

Talvez a raiz do problema dessa relutância popular esteja na primeira variante transgênica de soja, hipotetiza Maria Lúcia.

"A Monsanto tinha tanto a semente quanto a molécula para a qual a planta era resistente [o agrotóxico glifosato]. Foi um erro vender as duas coisas. Não houve um trabalho de conscientização, de que a tecnologia dos transgênicos não tem necessariamente a ver com herbicidas."

Segundo a professora, apesar de haver alarde, as pessoas não deveriam se preocupar por ingerir transgênicos. "Os produtos comercializados são absolutamente seguros."

A principal destinação de milho, soja e algodão (além de tecido, no caso do último), é a alimentação de porcos, galinhas e gado bovino, explica. "O frango nosso de cada dia é alimentado com o milho transgênico. O susto também não faz sentido porque quem consome a maior parte dos transgênicos são os animais."


DNA


Na pesquisa, muita gente reagiu mal ao ser informada que ingere DNA –73% se disseram preocupadas. Mesmo entre as que gostam de ciência, o número não foi muito mais baixo, 57%.

A molécula de DNA está presente em todo tipo de alimento que um dia foi vivo. Ao ser digerido, esse DNA é "reciclado" para formar o DNA de nossas próprias células.

E o DNA transgênico é tão DNA quanto o "original". O risco carregado pelos transgênicos não está no "excesso" de DNA (apenas mais um gene entre milhares), e sim no metabolismo da planta.

Em uma trama complexa de reações químicas, não dá para ter certeza que, ao mexer em uma reação química aqui, o resultado não será o acúmulo de um metabólito tóxico para humanos acolá.

Por isso, são necessários os testes em animais para aferir a eventual toxicidade desses alimentos. "Por ser muito dinheiro investido, dificilmente a indústria pede aprovação de um produto com falhas", diz Maria Lúcia.

Um dos problemas, diz, é quando há um parente silvestre que pode ser ameaçado pela planta transgênica, caso em que a licença de comercialização pode ser negada.




Ministério da Saúde deve R$ 3,5 bilhões.

24/08/2016 - O Estado de S.Paulo


Às vésperas da votação da Proposta de Emenda Constitucional 241, que fixa regras para os gastos federais, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou no Palácio do Planalto um relatório que aponta uma dívida da pasta de R$ 3,5 bilhões desde 2012 com Estados e municípios.

Esse valor resulta de compromissos firmados pelo ministério com secretarias municipais e estaduais para expansão de atendimento de tratamento de câncer, ampliação de leitos de UTI, instalação de Unidades de Pronto Atendimento e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que não foram honrados entre 2012 e este ano.

Isso significa que, ao se firmar um pacto para ampliação de serviços, o ministério se comprometeu a enviar recursos para as unidades, mas não cumpriu.

Ao mostrar os dados ontem durante uma reunião, o ministro teria argumentado sobre a necessidade de que os valores da dívida fossem levados em consideração no momento de se fazer o cálculo sobre a verba a ser destinada para a pasta no próximo ano. O ministro teria alertado ainda da necessidade de se providenciar recursos para honrar as dívidas deste ano.

O ministro afirmou que o déficit seria suficiente para custear 2.698 serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com material divulgado pela pasta, o maior impacto da dívida recai sobre as prefeituras. Elas deixaram de receber R$ 1,96 bilhão por ano durante o período, o equivalente a 61% da dívida. Os Estados deixaram de receber R$ 1,23 bilhão. Outros R$ 301 milhões se referem a planos de expansão em radioterapia e hospitais em fase final de construção.


UPAs


Os dados são apresentados também em um momento em que Barros inicia uma cruzada para – a pedido de secretarias estaduais e municipais de saúde – mudar as regras da contratação das UPAs. Ele tem aproveitado todas as oportunidades para apresentar números que mostram haver um número significativo de Unidades de Pronto Atendimento prontas, com equipamentos, mas que não funcionam em virtude de prefeituras não terem recursos para fazer a contrapartida do atendimento.

Há ainda casos de UPAs que estão construídas, mas que não funcionam por não ter equipamentos.

Em uma reunião realizada semana passada no Conselho Nacional de Saúde, o ministro disse ter havido um exagero na construção dessas unidades.

Municípios aceitaram o financiamento para construção, mas não pensaram que, em outra etapa, teriam de alocar verbas próprias para fazer a unidade entrar em funcionamento.

Neste momento, há uma pressão de conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde para que as regras de funcionamento das UPAs sejam alteradas.

Uma das propostas feitas por Barros é de que contratos sejam revistos caso a caso e a destinação dos prédios seja acertada entre os governos.

Em alguns casos, o prédio poderia ser usado para outro tipo de atendimento de saúde, como uma clínica especializada.

Essa proposta já foi apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas acabou descartada.

“O relatório mostra um número muito grande de serviços fechados, que estão prontos sem funcionar”, afirmou o ministro, em documento divulgado na tarde de ontem.

Grupo aciona STF por direito a aborto se mulher tiver zika

24/08/2016 - Folha de S.Paulo


A Associação Nacional de Defensores Públicos ingressa nesta quarta-feira (24) com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir que grávidas afetadas pelo vírus da zika e que estejam em “grande sofrimento mental” tenham direito ao aborto.

Não consta na ação a obrigatoriedade de comprovar microcefalia ou outros danos cerebrais no bebê —condição hoje chamada de síndrome congênita do zika (leia mais sobre a síndrome na pág. B7).

Isso foi cogitado inicialmente pelo grupo. O diagnóstico da síndrome, no entanto, é tardio (após a 21ª semana de gestação), o que poderia inviabilizar o aborto.

Segundo o defensor público Joaquim Neto, presidente da associação, a ação não intenciona “autorização aberta” para aborto. Isso ocorreria apenas em casos “muito excepcionais”, em que o sofrimento mental da gestante esteja comprovado por laudos médicos e psicológicos.

A ação, sem prazo para chegar ao plenário do STF, reúne também outros quatro pedidos —entre eles, que as mulheres tenham acesso a contracepção e repelentes e as crianças com microcefalia, garantia à reabilitação.

“O aborto não é o principal objetivo da ação, mas é impossível tratar do tema zika sem passar pelo assunto. Estamos com uma emergência de saúde pública, que afeta os mais vulneráveis e diante de um Estado omisso. “É um pedido de proteção à saúde mental das mulheres afetadas pelo zika, de reconhecer esse cenário de angústia e de sofrimento diante de incertezas e da precarização do acesso à saúde”, afirma Sinara Gumieri, advogada do instituto de bioética Anis.

O instituto, que encampou o processo que conseguiu direito ao aborto em casos de anencéfalos (fetos sem cérebro), é o idealizador da nova ação com apoio de advogados, cientistas e ativistas.

Debora Diniz, professora da UnB (Universidade de Brasília) e que dirige o Anis, faz uma analogia da permissão do aborto no contexto do zika aos casos de estupro, em que há autorização legal— além dos casos de risco à vida da mãe e de anencefalia.

“A mulher sofre grave violência pelo Estado[que negligencia o combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor do zika], vive intenso sofrimento.” Alguns países afetados pelo zika, como a Colômbia, reconhecem o direito ao aborto quando há perigo para a saúde mental da gestante.

Pesquisa Datafolha realizada em fevereiro aponta que a maioria da população (58%) considera que as mulheres infectadas pelo zika não deveriam ter direito de abortar.

Mesmo em casos de microcefalia, 51% rejeitam a possibilidade de aborto legal.

Segundo estudos, um feto infectado pelo zika corre um risco de microcefalia que varia de 1% a 13% durante o primeiro trimestre da gravidez.


INFORMAÇÕES


A ação, com 90 páginas, questiona a constitucionalidade e a adequação de leis diante da epidemia de zika.

Um dos pontos questionados é o acesso a informações.

“Muita coisa vem sendo descoberta, como a transmissão sexual do zika e que a microcefalia é só um dos sinais, a síndrome é muito mais ampla [com dano cerebral, visual e auditivo]. Mas as informações oficiais não estão atualizadas”, afirma Sinara.

Outra reivindicação é para ampliar métodos de contracepção de longa duração, como DIU e implantes,e de repelentes.

“É proteção básica para mulheres”, diz Debora.

A ação pede ainda garantia de transporte às famílias dos bebês com microcefalia,além de mudanças nos critérios da assistência social, que limitam em três anos a oferta de benefícios a essas crianças.“A deficiência delas é permanente”, diz Joaquim Neto.




Bebês com microcefalia também têm valor e dignidade

24/08/2016 - Folha de S.Paulo


Teremos no Brasil a Paraolimpíada, evento que expressa o respeito da sociedade atual para com as pessoas com deficiência, e o reconhecimento do seu potencial, do valor e o papel fundamental que exercem na sociedade.

Vai na contramão a proposta de aborto em casos em que a criança pode ter deficiência. Em caso de microcefalia, seria um aborto depois do sexto mês, com o bebê totalmente formado, já que o diagnóstico é bastante tardio e incerto.

Nas estatísticas dos casos em que há suposição de microcefalia ao nascer, cerca de 70% dos casos acabam não se confirmando.

A probabilidade de uma mãe com zika ter um filho com microcefalia é ainda menor. Pesquisa científica realizada na Polinésia Francesa e publicada em março na revista “The Lancet” mostrou que apenas 1% das crianças nascidas de grávidas com zika tiveram microcefalia.

No caso do pedido que será apresentado ao STF, em que basta a mulher ter tido zika para fazer o aborto, será que o nascimento de um filho “inválido” é um drama tão grande que deva levar ao sacrifício, inclusive, de uma maioria de crianças sem qualquer deficiência? Se a simples possibilidade é motivo, seria lógico incluir demais deficiências, como a síndrome de Down e as mal formações apresentadas por muitos dos nossos atletas paraolímpicos.

O filho eliminado não é inexistente, uma gravidez “cancelada”. O aborto tira a criança do útero de sua mãe, mas não a tira da sua mente e nem do coração.

Neste caso, a mãe terá para sempre a dúvida sobre as reais condições de seu filho.

Mesmo em caso de se confirmar a microcefalia, não se trata de uma criança “inválida”, mas de um bebê com deficiência, valor e dignidade, que merece o nosso respeito e amor.




Imagens mostram ação do zika em bebê no útero

24/08/2016 - Folha de S.Paulo


As imagens contam uma história triste e já familiar no Brasil: o ataque do vírus da zika ao cérebro de bebês ainda no útero. As ultrassonografias e tomografias são de 45 bebês brasileiros que tiveram suas mães infectadas pela zika durante a gravidez. A galeria de fotos é de um estudo publicado nesta terça (23) na revista “Radiology”.

A maior parte dos bebês no estudo tinha microcefalia.

Muitos também apresentavam outros problemas, como danos em importantes partes do cérebro: no corpo caloso, que conecta os dois hemisférios cerebrais; no cerebelo, que tem papel fundamental no movimento, equilíbrio e na fala; e nos núcleos da base, envolvidos no processo de pensamento e emoções.

“Não é só o cérebro pequeno, há muito mais danos”, diz Deborah Levine, uma das autoras do estudo e professora de radiologia da Universidade Harvard.

Os resultados da pesquisa levantam preocupações sobre a possibilidade de bebês que nasceram saudáveis desenvolverem danos cerebrais durante o crescimento. Quase todos os bebês do estudo tiveram problemas no córtex, incluindo aglomerados de cálcio e neurônios que não alcançavam as regiões necessárias do cérebro.

“Como o cérebro continua a se desenvolver após o nascimento, estamos preocupados com quadros mais suaves que ainda não foram detectados, por isso precisamos continuar monitorando os bebês após o nascimento para ver se eles apresentam alterações corticais”, diz Levine.

Feito junto a pesquisadores brasileiros, o trabalho analisou imagens do Instituto de Pesquisa da Paraíba.

Os pesquisadores afirmaram que estão tornando públicas as imagens para que médicos de todo o mundo saibam o que procurar nos cérebros de fetos e recém-nascidos afetados pelo vírus. “O cérebro que deveria estar lá não está”, afirma Levine.




EUA restringem consumo de açúcar na infância

24/08/2016 - Folha de S.Paulo


A Associação Americana do Coração (American Heart Association) recomendou nesta segunda (22) que bebês e crianças com menos de dois anos não devem comer nenhum alimento com adição de açúcar.

Já as crianças maiores devem ingerir uma quantidade equivalente a, no máximo, 100 calorias por dia. Isso significaria nada de bolos, biscoitos ou sorvete para as crianças até seu segundo aniversário, e menos de seis colheres de chá—cerca de 25 gramas por dia de açúcar adicionado — para aqueles com idade entre 2 e 18 anos.

O limite mais restrito de consumo de açúcar durante a infância ocorre depois de a associação identificar que as crianças americanas comem três vezes mais açúcares adicionados do que deveriam.

De acordo com as orientações publicadas na revista “Circulation”, crianças e adolescentes americanos comem, em média, 19 colheres de chá de açúcar adicionado por dia. As diretrizes foram escritas por um painel de especialistas após revisão abrangente de pesquisas científicas sobre os efeitos de açúcares adicionados na saúde das crianças.

“Comer alimentos ricos em açúcares adicionados durante a infância está associado ao desenvolvimento de fatores de risco para doenças cardíacas, como um aumento do risco de obesidade e pressão arterial elevada em crianças e adultos jovens”, diz o texto.

Os primeiros anos de idade são particularmente importantes porque é quando as crianças desenvolvem as suas preferências de sabor.

Os açúcares adicionados podem ser incorporados durante o processamento do alimento ou em casa, na forma de mel ou colheres de açúcar.

A associação não fez nenhuma recomendação sobre adoçantes de baixa (ou nenhuma) caloria, como aspartame, sacarina e sucralose, nas dietas de crianças, devido à falta de pesquisas sobre seus benefícios e perigos potenciais.




Taxa de doadores de órgãos aumenta, mas ainda está longe do ideal

23/08/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) registrou aumento no número de doadores efetivos de órgãos no Brasil no segundo trimestre deste ano: passou de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão.

"Essa taxa de doadores efetivos vinha caindo ao longo de 2015, se estabilizou no primeiro trimestre de 2016, e começou a subir agora, no segundo trimestre deste ano", disse o coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, José Lima Oliveira Júnior.

Apesar do aumento, o número de doadores efetivos ficou abaixo do esperado para o período –que era de 16 por milhão de habitantes–, e longe do considerado ideal. Além disso, os transplantes feitos caíram no segundo trimestre, assim como o total de potenciais doadores, principalmente nos Estados mais populosos –São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pela ABTO e pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. O número de brasileiros aguardando um órgão aumentou este ano em comparação ao primeiro semestre de 2015, de 32 mil pessoas para 33.199. Em números absolutos, a maior fila é para receber córneas e rim, seguida de fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino.


TENDÊNCIA REVERTIDA


Segundo Oliveira Júnior, os cinco anos anteriores a 2015 registraram tendência de melhora nos números de potenciais doadores, de doadores efetivos e de transplantes realizados, com redução da fila de espera. No ano passado, no entanto, a tendência se reverteu, com piora em todos os indicadores do setor.

"Basicamente, [houve] uma desorganização do sistema", segundo o coordenador, que citou atrasos no pagamento aos hospitais, contratos desfeitos e não renovados e falta de reajuste dos procedimentos como causas da piora dos resultados. As consequências, segundo ele, foram a queda no número de equipes que fazem os procedimentos e a redução da quantidade de transplantes.

De acordo com os dados da ABTO, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul têm hoje as melhores taxas de doadores efetivos do país, com de 34,9 por milhão, 26,2 por milhão e 25,2 por milhão, respectivamente. As taxas mais baixas de doadores efetivos estão no Norte e Nordeste, onde a taxa de recusa da família para doar os órgãos é mais alta.

"A taxa de doadores efetivos [nessas regiões] cai para dois, três ou quatro [habitantes] por milhão", comparou Oliveira Júnior.

O coordenador da ABTO destacou que é preciso trabalhar para que o número de doadores aumente em todo o país, porque mesmo que o órgão não seja aproveitado em um Estado, o transplante pode ser feito em outra unidade da Federação, com o apoio da FAB (Força Aérea Brasileira).

Um rim, por exemplo, pode ser transplantado até 24 horas depois de retirado e um fígado até 12 horas. "Podemos melhorar muito esse sistema, mas precisamos de uma infraestrutura nacional que funcione bem e, principalmente, temos que reduzir a taxa de recusa familiar que é muito alta no país, 49% é inaceitável."

Segundo Oliveira Júnior, é preciso desfazer alguns mitos sobre a doação de órgãos que levam as famílias a recusar a possibilidade de transplante diante da morte de um parente. Levando em consideração a característica de solidariedade dos brasileiros, o especialista acredita que a taxa de doadores efetivos pode crescer se houver maior esclarecimento da população.


INFRAESTRUTURA


Segundo a ABTO, os Estados Unidos têm hoje uma taxa de doadores efetivos de 25 a 30 por milhão. Entretanto, embora haja um número grande de potenciais doadores, a maioria tem idade avançada e problemas como hipertensão e diabetes, o que pode inviabilizar o transplante.

Já os potenciais doadores no Brasil são jovens, vítimas de violência, de traumas e acidentes de automóvel, em geral, que eram saudáveis até a ocorrência desses episódios, o que favorece o aproveitamento dos órgãos. "Nós precisamos aumentar nosso aproveitamento", destacou Oliveira Júnior.

Nem todos os órgãos doados podem ser aproveitados. No último semestre, 71% dos órgãos doados no Brasil não puderam ser utilizados porque o processo exige uma série de cuidados e infraestrutura para que os órgãos possam ser removidos e os transplantes feitos.

"O doador precisa ser mantido em um ambiente adequado, precisa de ventilação mecânica, de medicamentos para ajustar a pressão, de infraestrutura que permita manter a temperatura do corpo, precisa de reposição hormonal, muitas vezes de transfusão de sangue, de dieta enteral", disse Oliveira Júnior.

Muitas vezes, o local onde o doador está não tem a infraestrutura necessária e quando a equipe chega para fazer a remoção do órgão, ele não é mais viável. "É preciso melhorar esse sistema."




Bateria ‘comestível’ substitui material tóxico por melanina

24/08/2016 - O Globo


Desenvolver minúsculos equipamentos eletrônicos que possam ser inseridos no organismo de pacientes para tratamentos não invasivos é promessa antiga da medicina, e agora uma das principais barreiras para que eles se tornem realidade acaba de ser superada. Liderados por Christopher Bettinger, pesquisadores da Universidade americana Carnegie Mellon, apresentaram ontem uma bateria que usa pigmentos de melanina em vez de elementos químicos tóxicos e, dessa forma, pode ser ingerida sem quaisquer riscos de intoxicação.

— Por décadas, as pessoas têm previsto que um dia teríamos dispositivos eletrônicos comestíveis para diagnóstico ou tratamento de doenças — disse Bettinger. — Mas se você quer um dispositivo para ser tomado diariamente, é preciso pensar sobre a toxicidade. E aí temos que pensar em materiais biologicamente derivados que podem substituir algumas dessas coisas que você encontra facilmente numa loja de eletrônicos.

Os pesquisadores avaliaram diversos compostos presentes naturalmente no organismo humano, e a melanina chamou a atenção. Seja no cabelo, na pele ou nos olhos, o pigmento tem a capacidade de absorver luz ultravioleta para eliminar radicais-livres e nos proteger contra danos, além de combinar e descombinar íons metálicos.

— O corpo funciona basicamente como uma bateria — disse Bettinger.


VACINAS E MONITORAMENTO


Trabalhando nesta ideia, os cientistas experimentaram vários formatos de bateria que usam pigmentos de melanina nos terminais positivos e negativos, em combinação com vários condutores elétricos, como óxido de manganês; e cátions como cobre e ferro, sendo todas substâncias presentes naturalmente no organismo.

— Os números exatos dependem da configuração, mas podemos alimentar um dispositivo de 5 miliWatts por até 18 horas usando 600 miligramas de melanina como cátodo — exemplifica o pesquisador Hang-Ah Park.

A capacidade da bateria de melanina é baixa em relação ao íon de lítio, amplamente utilizado em equipamentos eletrônicos, mas é suficiente para abastecer um dispositivo de liberação de medicamentos ou um sensor. Como exemplo, Bettinger imagina o uso dessa tecnologia para alimentar sensores capazes de medir mudanças no bioma intestinal, com a liberação de remédios quando necessário; ou a entrega de doses de vacina ao longo de um determinado período.

A medicina atual já usa equipamentos que devem ser ingeridos ou implantados, como câmeras para a observação do trato intestinal e marca-passos. Essas ferramentas armazenam o material tóxico fora do contato com o organismo. Mas para aplicações recorrentes, como dispositivos de liberação de medicamentos que devem ser engolidos, o uso de baterias atóxicas e degradáveis são ideais.

— Por definição, um dispositivo degradável para ser ingerido não fica no corpo por mais de 20 horas — disse Bettinger. — Mesmo com uma performance marginal, que é o que temos, é tudo o que precisamos.




Residentes da Santa Casa suspendem atendimento

24/08/2016 - O Estado de S.Paulo


Com cirurgias não urgentes suspensas há mais de um mês, a Santa Casa de São Paulo enfrenta um novo problema. Os médicos residentes dos departamentos cirúrgicos da instituição entraram em greve na segunda feira, por tempo indeterminado, por causa da crise na instituição.

Conforme revelou o Estado no fim de julho, a categoria já estudava a paralisação em protesto contra o cancelamento das operações e a redução das atividades práticas da residência.

Os médicos dizem estar sofrendo pressão e ameaças de pacientes que tiveram as cirurgias canceladas, além de serem prejudicados na formação da carreira.

Por mês, a Santa Casa faz cerca de 900 cirurgias eletivas.

Os procedimentos agendados estão sendo cancelados e novas solicitações de operações não estão sendo agendadas desde o dia 15 de julho. Estão paralisados os profissionais dos departamentos de cirurgia geral, cirurgia pediátrica e pediatria.

A direção da Santa Casa confirmou a greve e informou que, dos 755 residentes que atuam na entidade, 133 são de setores cirúrgicos.


ATENDIMENTO


Questionada sobre o impacto da paralisação dos residentes no atendimento, a Santa Casa disse que tem um corpo clínico composto por 1.213 médicos e que, por isso, o atendimento ambulatorial não será afetado.

Afirmou ainda que compreende a decisão dos médicos residentes, mas que “colocará a segurança dos pacientes como prioridade absoluta e só retomará o ritmo de realização de cirurgias eletivas quando houver todas as condições necessárias para prestar este serviço”.

Sobre os pacientes afetados pela suspensão das cirurgias eletivas, a instituição diz que “tem recorrido à Rede SUS, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, que possui a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde, cujo objetivo é monitorar a disponibilidade e agilizar as transferências de pacientes para a realização de procedimentos cirúrgicos não emergenciais”.

Em julho, o superintendente da Santa Casa, José Carlos Villela, afirmou que a suspensão das cirurgias não urgentes foi necessária para garantir verba para os atendimentos emergenciais – não há recursos para ambos.

Em crise financeira e com dívida superior a R$ 800 milhões, a Santa Casa de São Paulo espera repasse financeiro extraordinário por parte do governo do Estado e a renegociação de sua dívida com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com a Caixa.

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