CLIPPING - 17/08/2016
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
|

Interfarma lança guia de informações do setor farmacêutico
16/08/2016 - Investimentos e Notícias
Com o objetivo de reunir informações atualizadas e estratégicas sobre o setor farmacêutico e de saúde, a INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) acaba de lançar uma nova edição do Guia de Informações da entidade - 2016. A publicação online está disponível para consulta gratuita, com dados sobre as atividades dos principais órgãos do governo ligados à saúde.
A publicação online permite a atualização regular de temas importantes ligados ao governo, como por exemplo, as decisões da CONITEC, órgão do governo federal responsável pela análise das novas tecnológicas em saúde, uma questão sensível para os brasileiros que diz respeito ao acesso a novos medicamentos. Mais de 450 pedidos de incorporação já foram realizados desde a criação do órgão, porém apenas 44% deles foram aprovados e incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A barreira de entrada de novas tecnologias é um debate constante entre os mais diversos atores dos setores de saúde, incluindo governo e indústria, uma vez que os critérios de análise de incorporação geram consequências. Uma delas é a judicialização da saúde, na qual o cidadão recorre à Justiça para ter acesso aos tratamentos que precisam. O Guia Interfarma 2016 mostra que as demandas judiciais têm aumentado significativamente. Somente o governo Federal já gastou mais de R$ 1,7 bilhão com ações judiciais, entre 2012 e 2015, sendo que esse valor deve ser alcançado neste ano, em apenas 12 meses.
A situação das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP’s) do Ministério da Saúde, também será monitorada pelo Guia. Essas parcerias para transferência de tecnologia entre iniciativa privada e laboratórios públicos têm sofrido constantes revisões de contratos e mudanças nas normas. Isso criou um cenário de incertezas, no qual parcerias estão sendo extintas e outras, suspensas temporariamente. Ainda nessa área, o Guia aponta a economia realizada entre 2011 e 2014, de R$ 1,6 bilhão, e a economia prevista atualmente ao final dos projetos, de R$ 5,3 bilhões.
Até a execução orçamentária do Ministério da Saúde está na pauta do Guia de Informações. Ele traz dados públicos acerca dos gastos com projetos e terapias, identificando o valor previsto para esses fins e os valores que de fato foram investidos pelo ministério.
Além disso, serão constantemente atualizadas as oscilações do varejo farmacêutico, que representa mais da metade do mercado, e as variações da balança comercial. Há ainda informações sobre medicamentos biológicos e doenças raras, além da Carta de Princípios e do Código de Conduta da INTERFARMA, que balizam os princípios e a ética na entidade
Por fim, o Guia reúne dados sobre todas as 56 farmacêuticas associadas e diversas outras fontes importantes para a área da saúde, como entidades, associações de pacientes, federações e sindicatos, entre outros.
Anvisa amplia lista de medicamentos de baixo risco
16/08/2016 - Portal Exame
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou nesta terça-feira, 16, a lista de produtos de saúde que, em virtude do baixo risco, são submetidos a regras menos rígidas para a obtenção e renovação de registro no país.
A nova relação incluiu 37 produtos na lista de notificação simplificada, entre eles ácido fólico, sais para hidratação ou reidratação oral e sulfato ferroso.
O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirma que a medida, além de facilitar o ingresso de novos produtos no mercado, permite que profissionais da agência concentrem seus esforços na análise de produtos considerados de maior risco.
"É um recurso que trará maior agilidade na avaliação", disse Barbosa.
Com a nova versão, sobe para 112 o número de produtos com regras mais simples para obtenção de registro na Anvisa. A nova regra da Anvisa prevê ainda que a lista seja revisada de forma periódica. A última atualização dessa relação havia sido feita em 2009.
Anvisa aprova regras mais simples para remédios
17/08/2016 - O Estado de S.Paulo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou a lista de produtos de saúde que, em virtude do baixo risco, são submetidos a regras menos rígidas para a obtenção e renovação de registro no País. A nova relação incluiu 37 produtos na lista de notificação simplificada, entre eles ácido fólico, sais para hidratação ou reidratação oral e sulfato ferroso.
O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirma que a medida, além de facilitar o ingresso de novos produtos no mercado, permite que profissionais da agência concentrem seus esforços na análise de produtos considerados de maior risco. “É um recurso que trará maior agilidade na avaliação.” Com a nova versão, sobe para 112 o número de produtos com regras mais simples para obtenção de registro na Anvisa. A lista será revista de forma periódica. A última atualização foi em 2009.
FITOTERÁPICOS
A Anvisa ainda aprovou ontem uma resolução pela qual, a partir de 2018, remédios fitoterápicos somente poderão ser vendidos no País mediante a garantia de que estão totalmente livres de agrotóxicos.
O documento dá um prazo até 1º de janeiro de 2018 para que fabricantes de drogas vegetais e derivados apresentem laudos comprovando que seus produtos não contêm substâncias ocratoxinas, fumonisinas e tricotecenos.
A agência já havia estabelecido a exigência de que empresas avaliassem resíduos de agrotóxicos em fitoterápicos. A regra, de 2014, concedia o prazo até maio deste ano para que as empresas se adaptassem. O prazo foi revisto, diante do pedido feito pelos produtores. Eles alegavam a necessidade de se fazer investimentos para atender às novas regras.
Novas regras para prescrição
17/08/2016 - O Estado de S.Paulo
No dia 3, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia publicado no Diário Oficial da União (DOU) resolução com novas regras sobre medicamentos isentos de prescrição médica (MIP).
O regulamento foi aprovado pela diretoria colegiada da Anvisa no mês passado e considera sete critérios para o enquadramento dos medicamentos nessa categoria: tempo de comercialização; segurança; sintomas identificáveis; tempo de utilização; ser manejável pelo paciente; apresentar baixo potencial de risco; e não apresentar dependência.
O texto revisa a norma que está atualmente em vigor e data de 2003. Pela norma, “não são passíveis de enquadramento como medicamentos isentos de prescrição as apresentações do medicamento cuja via de administração seja a parenteral” e “as apresentações que tenham indicação sob prescrição”.
Hoje, a lista inclui antitérmicos, analgésicos, cicatrizantes, antissépticos nasais, laxantes e antiácidos, entre outros. A norma publicada no Diário Oficial traz os critérios e procedimentos para o enquadramento e também o reenquadramento.
Sindicato de farmacêuticas acusa ministério de infringir regra sanitária
17/08/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O Sindusfarma, sindicato que representa as principais indústrias farmacêuticas do país, divulgou uma nota em que acusa o Ministério da Saúde de descumprir as regras sanitárias nacionais e de "incentivar a pirataria" ao comprar um medicamento para tratamento da Aids de um laboratório indiano, sem que o produto tenha aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A pasta nega infringir as regras e diz que a medida está de acordo com a legislação vigente.
A compra foi feita por meio da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), a partir de um fundo usado para compra de produtos não fabricados no país ou que precisam ser adquiridos de forma emergencial. O volume adquirido não foi informado.
O medicamento em questão é o darunavir, usado no tratamento da Aids. A crítica, que pode abrir uma queda de braço entre indústria e governo, foi feita através de um anúncio publicado na Folha nesta quarta-feira (16).
No texto, o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, diz que a compra fere o Código Penal, que veda a oferta de remédios sem registro pelo órgão competente, e que ela "põe em risco a indústria farmacêutica do país".
Ainda segundo Mussolini, a compra por meio da Opas ocorreu apenas "com o pretexto de reduzir despesas", já que o mesmo medicamento é produzido no Brasil, afirma. No país, o darunavir é produzido pela Janssen, que possui o registro do produto na Anvisa com o nome Prezista.
A nota diz ainda que a medida "incentiva a pirataria", já que "o medicamento indiano comprado via Opas não respeita a patente concedida em vários países e depositada no Brasil ao laboratório farmacêutico que o desenvolveu".
Além do darunavir, o sindicato diz que o ministério comprou penicilina benzatina por empresas não registradas no Brasil. O medicamento é usado para tratamento da sífilis, entre outras infecções.
OUTRO LADO
Procurado, o Ministério da Saúde afirma que a compra obedece à legislação nacional.
Em nota, a pasta diz que o então ministro, Marcelo Castro, baseou-se em na lei 9.782, de 1999, para compra dos produtos, ocorrida em novembro de 2015 e março deste ano. A lei afirma que a Anvisa "poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inseticidas, medicamentos e outros insumos estratégicos quando adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública pelo Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas".
Mussolini, do Sindusfarma, contesta e diz que essa medida, que dispensa o registro, costumava ser utilizada apenas para compra de vacinas e medicamentos não disponíveis no país.
|
|
Cura da hepatite C já existe, mas não é para todos
16/08/2016 - Brasileiros
Há três anos, uma nova terapia contra a hepatite C mudaria a história da doença e traria uma notícia rara para condições virais: a possibilidade de cura. O sofosbuvir, da gigante Gilead, substituiu as vacinas semanais de interferon com fortes efeitos colaterais e mudaria o prognóstico da doença para sempre. As chances de cura com as injeções eram de 40%. Com a nova medicação – e a combinação com outras drogas -, a possibilidade subiu para mais de 90%. A hepatite mata mais que a Aids no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, são 1.2 milhão de pessoas morrem no mundo por Aids, contra 1,5 milhão de óbitos acontecem por causa da hepatite. No Brasil, a hepatite C sozinha mata 3 mil pessoas por ano.
Ao contrário da Aids, no entanto, há cura para a hepatite. Difícil compreender, então, por que tantas pessoas continuam morrendo. Ou melhor, nem tão difícil assim, já que poucos países estão conseguindo pagar a conta. Mesmo obtendo as drogas com descontos, do 1,6 milhão de infectados no Brasil, apenas 26.800 pessoas receberam os novos medicamentos – segundo dados do Ministério da Saúde. Isso significa que o País está conseguindo pagar a conta para apenas 1,6% dos infectados. E não é à toa. O valor pago por aqui para cada tratamento de 12 semanas é de US$ 6.900.
Por esses motivos, o GTPI (Grupo de Trabalho de Propriedade Intelectual) lançou um manifesto em que pede, dentre outras medidas, que o Ministério da Saúde apoie a iniciativa da produção 100% nacional dessas novas drogas e adquira os genéricos já disponíveis desses medicamentos a preços mais baixos. O grupo pede apoio da sociedade civil para isso (assine aqui). O GTPI é uma respeitada entidade que congrega diversos movimentos sociais e especialistas no Brasil como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Médicos Sem Fronteiras e Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar da Aids). A missão do grupo é minimizar os efeitos negativos das patentes no acesso a medicamentos e buscar um novo sistema de inovação em saúde.
O grupo também informa que submeteu argumentos técnicos ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), demonstrando que o pedido de patente para o medicamento sofosbuvir é imerecido e deve ser rejeitado. A ação foi a segunda iniciativa administrativa tomada pelo GTPI neste caso e tem por objetivo impedir que o medicamento seja colocado em domínio privado. Segundo o grupo, o sofosbuvir foi desenvolvido por um custo muito baixo e com uso de financiamento público e em vários países já existem versões genéricas a preços muito acessíveis.
O grupo cita ainda que um estudo do senado americano concluiu que os altos custos não têm nenhuma relação com a pesquisa e são exclusivamente focados “em maximizar os lucros sem se preocupar com as consequências humanas.”
Além disso, o grupo pede a redução imediata dos custos do tratamento, ao nível dos preços mais baixos praticados no mundo. Segundo o grupo, o Brasil pagou US$ 6.900 pelo tratamento de 12 semanas com sofosbuvir, mas já existem genéricos por preços acessíveis (US$ 300 o tratamento de 12 semanas) que, se praticados no Brasil, permitiriam, em tese, tratar 1,6 milhão de infectados até 2019 com o mesmo recurso anual gasto atualmente.
O grupo pede que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rejeite o pedido de patente para o medicamento sofosbuvir e que as secretarias de Saúde ampliem o diagnóstico por meio de equipamentos modernos. Os ativistas querem também que a Frente Parlamentar Mista de Hepatites Virais apresente um projeto de lei que torne obrigatórios os testes para hepatite no País. Do Senado, o grupo requer uma reforma na lei de patentes com a inserção de mecanismos de proteção do interesse público.
“Convocamos todos aqueles comprometidos com a saúde pública, com o interesse público, com a justiça e com os direitos humanos a se unirem ao grito daqueles que não aceitam a situação acima descrita, na qual abuso de poder econômico resulta em exclusão, sofrimento e morte para milhões. Com a chegada de medicamentos que curam a doença, o vírus é que deveria estar com os dias contados, não as pessoas nem os sistemas públicos de saúde”, afirma o GTPI, em manifesto.
HEPATITE C: UMA DOENÇA GRAVE, MAS SILENCIOSA
O vírus da hepatite C está presente no sangue e a sua transmissão se dá por meio de transfusão e compartilhamento de objetos cortantes (seringas, agulhas, lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de unha, etc). Transmissão sexual e de mãe para filho são mais raras –com exceção da transmissão entre homens que fazem sexo com homens, em que a chance é maior.
A doença é silenciosa e os sintomas são em sua maioria inespecíficos. Por isso, a melhor forma de detectar a hepatite é por meio de exames de rotina. Muito tempo depois de infectada, a pessoa pode manifestar sintomas. Os mais comuns são cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Nas evoluções graves, há inflamação do fígado, câncer e insuficiência. O fígado é responsável por filtrar o sangue. Ele envia as toxinas para os rins para serem eliminadas. Também nele ocorrem a metabolização de proteínas e armazenamento de nutrientes e vitaminas. É um órgão vital sem o qual a sobrevivência não é possível.
A AÇÃO CERTEIRA DAS NOVAS DROGAS
Os novos medicamentos que possibilitam a cura da hepatite C são os chamados antivirais de ação direta. Eles agem diretamente sobre o vírus e inibem uma proteína essencial para sua reprodução (a polimerase NS5B). A duração do tratamento é estimada em 12 semanas, contra 72 semanas de interferon, as injeções semanais aplicadas na barriga, o tratamento mais utilizado antes dos novos medicamentos.
A diferença do interferon para as drogas de ação direta é que a ação do composto é indireta, via aumento da resistência do sistema imune. De maneira simplificada, pesquisadores aprenderam que o sistema imune não enxerga o vírus no fígado e, portanto, não consegue agir contra ele. O que o interferon faz é tornar esse vírus visível ao sistema imune. O composto também ajuda a impedir a formação de novas partículas do vírus no fígado. A taxa de cura do interferon, no entanto, é de 40% -contra mais de 90% das novas drogas.
Cientistas detectam no Brasil bactéria resistente à maioria dos antibióticos
16/08/2016 - G1 - Bem Estar
Pesquisadores brasileiros detectaram o primeiro paciente infectado pela versão resistente da bactéria Escherichia coli, que tem o gene mcr-1. Na prática, se uma bactéria já resistente a alguns medicamentos adquire este novo gene, o microogranismo sobreviveria à ação da maioria dos antibióticos do mercado, incluindo a colistina, um dos mais fortes disponíveis.
O estudo feito pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) foi publicado nas revistas científicas “Antimicrobial Agents and Chemotherapy” e “Eurosurveillance”. A bactéria foi detectada em um paciente de um hospital de alta complexidade em Natal, no Rio Grande do Norte.
Coautor, o pesquisador Nilton Lincopan aponta que esse gene da Escherichia coli é o mesmo detectado nos Estados Unidos recentemente. Ele disse que esse tipo de bactéria é encontrada em diferentes habitats, incluindo a microbiota do intestino humano - a maioria das variedades da E. Coli não apresenta risco aos seres humanos.
“Tanto no caso do Estados Unidos como aqui no Brasil, e outros países onde foram encontradas cepas de Escherichia coli resistentes ao antibiótico colistina, a resistência apresentada foi devido à aquisição de um gene de resistência chamado de mcr-1”, explicou.
Ainda segundo o pesquisador, as bactérias são geneticamente versáteis “no sentido de que podem se tornar resistentes a uma condição de estresse à qual são submetidas”. Neste caso, ele diz que “existe a hipótese de que a pressão seletiva induzida pelo uso de colistina na produção agropecuária possa ter contribuído para o aparecimento da resistência a esta droga”.
O mesmo grupo do médico Nilton Lincopan já havia iniciado estudos de vigilância epidemiológica em amostras de origem humana, veterinária e ambiental, e obteve os primeiros resultados positivos para a identificação do gene mcr-1 em cepas de E. Coli de origem animal, com artigo publicado em abril deste ano.
Recentemente, outros pesquisadores do Rio Grande do Sul mostraram em uma pesquisa a presença da mesma bactéria resistente também em amostras de origem animal.
“A grande questão central é o fato de este gene estar presente em um elemento genético móvel, o plasmídeo, que pode ser transferido a bactérias da mesma espécie e até mesmo a espécies diferentes. Desta forma, cepas portadoras de outros genes de resistência aos antibióticos, ao adquirirem este gene mcr-1, poderiam ficar resistentes a múltiplos antibióticos, reduzindo as opções terapêuticas para o tratamento de uma infecção”, completou Lincopan.
|
|
Saúde básica evitaria 50% das mortes infantis, diz estudo
17/08/2016 - Valor Econômico
Em todas as capitais do país, mais da metade das mortes de crianças menores de 4 anos registradas em 2014 poderiam ter sido facilmente evitadas com atendimento básico de saúde, aponta levantamento divulgado pelo Observatório da Criança e do Adolescente, da Fundação Abrinq.
Em dez das capitais analisadas, a proporção de mortes consideradas evitáveis representam mais de dois terços dos óbitos infantis registrados em 2014, aponta o levantamento, feito com base nos dados públicos relacionados à infância.
O maior percentual é o de Maceió (AL), capital em que 74,7% das mortes de crianças de até 4 anos poderiam ter sido evitadas com ações preventivas de saúde básica. Na sequência do ranking, estão Macapá (71%), Natal (70,4%), Recife (70%), Belém (69,8%), João Pessoa (68,2%), Teresina (67,8%), Porto Velho (67,4%), Goiânia (67,4%), Goiânia (66,7%), Aracaju (66,5%).
De acordo com a entidade, as mortes por causas evitáveis referem-se a questões que seriam resolvidas com atendimento básico à saúde, tanto da mãe quanto do bebê logo após o nascimento. "Problemas como nutrição da gestante, ou pressão alta em grávidas", diz Heloisa Oliveira, gerente executiva da Fundação Abrinq.
O objetivo do Observatório, criado no ano passado, é reunir os principais indicadores sociais relacionados direta e indiretamente à infância e adolescência no Brasil.
O levantamento mapeia ainda, por capital, dados que mostram outros tipos de dessasistência à infância: assassinatos de crianças por armas de fogo, falta de saneamento básico e pouco acesso das mães a creches e consultas de pré-natal. Em muitos dos casos, as mesmas capitais concentram mais de um tipo de vulnerabilidade.
"As áreas mais violentas são também as áreas de periferia, mais desassistidas em saúde", afirma. Uma criança que mora em Maceió, por exemplo, está exposta não só aos maiores índices de dessasistência na saúde básica entre as capitais brasileiras, mas também ao grande percentual de assassinatos por armas de fogo e à falta de saneamento básico.
De acordo com os dados da Abrinq, apenas metade das mães das crianças nascidas vivas em 2014 em Maceió tiveram mais de sete consultas de pré-natal durante a gravidez. Além disso, crianças e jovens de até 19 anos corresponderam a 31% das pessoas assassinadas por armas de fogo na capital naquele ano.
O foco da pesquisa nos municípios, diz a executiva, é subsidiar o debate em torno das eleições municipais. "É um instrumento para avaliar se o candidato estabeleceu como prioridade as questões mais importantes", afirma Heloísa, prevê que muitos desses indicadores possam piorar nos próximos anos, graças aos efeitos da crise econômica. Uma preocupação, diz, é o eventual corte de gastos em áreas essenciais, como saúde e educação. A gerente da Abrinq diz que a fundação está monitorando com a atenção as principais propostas do governo Temer, como a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241/2016, que cria um teto para os gastos públicos. "O corte linear de gastos é nocivo, mas pode ser qualitativo com eficiência de gestão. Mas hoje, com as informações que nós temos, não dá para saber. A gente só sabe que vai ter corte [de gastos públicos], e isso preocupa", diz.
Médicos suíços lançam registro internacional de grávidas com zika
16/08/2016 - Folha de S.Paulo / Site
Médicos suíços lançaram nesta terça (16) um registro internacional para contabilizar as mulheres grávidas infectadas pelo vírus da zika, para poder identificar da melhor forma possível os riscos que os bebês que vão nascer enfrentam.
O médico David Baud, ginecologista do CHUV (Centro Hospitalar Universitário de Vaudois), na cidade de Lausanne, e seus colegas anunciaram a ideia na última edição da revista médica "The Lancet Infectious Diseases".
Mais de 4.000 obstetras do munto todo foram contactados para participar deste registro, informou a imprensa suíça.
Os médicos acreditam que esta lista poderia contribuir para reduzir a incerteza sobre os riscos para a o bebê que vai nascer quando a mãe contrai o vírus durante a gravidez.
Quando ocorre uma infecção pelo zika durante o primeiro trimestre da gravidez, há 1% de risco de que o bebê nasça com microcefalia, segundo cálculos do Instituto Pasteur, que se baseou em dados sobre uma epidemia do vírus na Polinésia Francesa ocorrida entre outubro de 2013 e março de 2014.
Recentemente no Rio de Janeiro foram constatadas anomalias fetais em 29% das mulheres que apresentaram sinais de infecção.
O Brasil é o país mais afetado pelo surto de zika, que começou em meados de 2015 e já registrou mais de 1.700 casos de recém-nascidos com microcefalia, uma malformação congênita na qual o bebê nasce com o crânio e o cérebro menores que a média.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que o vírus está presente no leite materno, mas não se sabe se ele pode ser transmitido através da amamentação.
Os pesquisadores do CHUV indicaram que convém determinar esta incógnita, assim como a possibilidade de que o vírus possa ser transmitido pela saliva. Atualmente, sabe-se que o contágio ocorre pela picada de mosquitos e por contato sexual.
Cortes de médicos e monitores danificados estão entre os problemas
17/08/2016 - O Globo
A UPA de Copacabana tem instalações limpas, o ar funciona e a fila não passa de uma hora nos dias mais calmos. Ainda assim, faltam remédios básicos, como dipirona e antibiótico. Segundo funcionários da unidade, salários de médicos e funcionários terceirizados frequentemente não têm dia certo para cair. Dos 20 monitores necessários (um para cada leito da UPA), só cinco estão na unidade e apenas três funcionam de forma adequada. Segundo o Sindicato dos Médicos, o número de profissionais no local vem caindo. Em novembro do ano passado, eram seis trabalhando de dia e mais seis à noite. Hoje, são quatro e três, respectivamente.
— Isso é totalmente abaixo da normalidade — reclama um funcionário da unidade.
Em relação à falta de medicamentos, a Secretaria estadual de Saúde disse apenas que “não há desassistência aos pacientes, já que, em caso de necessidade, eles são substituídos por similares”. O órgão não comentou a falta de aparelhos e de médicos.
Cracolândia ganhará hospital
17/08/2016 - DCI
Com mais de dois anos de atraso, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) quer inaugurar no próximo mês - setembro - o hospital voltado para dependentes químicos na cracolândia, região central da capital.
O anúncio da data de abertura da estrutura do hospital foi feito no início desta semana por Alckmin. "Vamos entregar logo, logo o prédio da Rua Helvetia. Lá já começou o trabalho, tem 40 conselheiros de rua que fazem abordagem e acolhimento, tentando trazer os pacientes para tratamento. Vamos inaugurar em questão de 30 a 40 dias."
Batizado de Unidade Recomeço Helvetia, foi idealizado para oferecer diversos tipos de tratamento para usuários de drogas, como desintoxicação e moradia assistida, mas até agora só há serviços assistenciais, como banho, barbearia e academia. Este deverá ter 21 leitos para desintoxicação e 36 camas de moradia assistida e estrutura para usuários abstinentes, mas que ainda precisam de monitoramento para a reinserção social.
No fim de 2013, no entanto, o coordenador do programa Recomeço, Ronaldo Laranjeira, afirmou que o serviço deveria funcionar integralmente já em maio de 2014. Hoje, os dependentes abordados pelos conselheiros de rua na região da cracolândia são encaminhados para outras unidades estaduais.
O elo entre a dor crônica e a depressão
17/08/2016 - Correio Braziliense
Ao dor, sobretudo a crônica, tem aspecto emocional e se manifesta fisicamente. Assim como a depressão, a experiência afeta o pensamento, o humor e o comportamento, e, por isso, estabelece com ela uma relação íntima: a dor é deprimente, ao passo que a depressão provoca e intensifica a dor. Os mecanismos por trás desse círculo vicioso são pouco compreendidos, mas pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, sugerem que a dor crônica (DC) é causada pelo acúmulo de pequenos efeitos genéticos associados aos mesmos fatores de risco, genéticos e ambientais, para o distúrbio da depressão maior (DDM). A pesquisa, publicada na revista PLoS Medicine, indica também que fatores genéticos e DC em um dos cônjuges contribuem para o risco da complicação desconfortante e da DDM no parceiro.
Segundo a equipe liderada por Andrew McIntosh, a contribuição genética para a dor crônica resulta da ação integrada de diversos fatores de risco ligados aos genes, com herdabilidade de 38,4%. Os efeitos cumulativos desses elementos de vulnerabilidade genética para a DDM também aumentam a chance de DC. McIntosh considera a associação uma descoberta inesperada. “Até a data, ela não havia sido rastreada em estudos do tipo. Nossos achados sugerem que existe uma relação genética potencialmente importante”, diz.
A pesquisa foi baseada em dados de 23.960 indivíduos do estudo nacional escocês Generation Scotland: Scottish Family Health Study e também em informações fenotípicas e genotípicas de 112.151 indivíduos do United Kingdom Biobank — estudo britânico que investiga contribuições genéticas e ambientais para o desenvolvimento de doenças. Outro achado que surpreendeu a equipe foi que a análise dos dados indicou que o ambiente compartilhado com cônjuges representa 18,7% do risco para DC. As razões por trás do percentil não são claras, mas, segundo os estudiosos, é possível que esse comportamento seja aprendido ou resultado do ato de cuidar de alguém com uma doença crônica incapacitante.
Uma explicação alternativa aponta que a vida conjugal reflete o impacto do ambiente compartilhado pelo casal. “Cônjuges estão em um grupo em que se presume viver junto, com criação conjunta de crianças. A correlação entre marido e esposa pode ser também uma doença infecciosa comum, além de mesma dieta, privações, passatempos, entre fatores partilhados que ainda não identificamos. Além disso, o efeito do acasalamento assortativo não pode ser excluído”, observa McIntosh.
A teoria do acasalamento assortativo sustenta que os casais, ao se unirem, obedecem a um padrão regido pela seleção natural, no qual indivíduos de genótipos e/ou fenótipos parecidos se atraem com mais frequência do que aqueles com padrões aleatórios. Segundo os autores, identificar exatamente os mecanismos relevantes para dor crônica e distúrbio da depressão maior é crucial para o desenvolvimento de novos tratamentos para ambas doenças. “A resposta a essas perguntas-chave pode sinalizar novas direções de intervenções terapêuticas, além de destacar os sintomas que são mais sensíveis ao tratamento e à prevenção”, ressalta McIntosh.
CONTRAPROVA
O geneticista Gustavo Guida ressalta que os resultados são robustos por contar com dados de origens diferentes, o que permitiu aos autores terem, dentro do próprio estudo, uma contraprova de resultados, comparando informações dos dois bancos de dados. “Eles imaginaram que, se os resultados aparecessem em apenas um dos grupos, não seriam válidos. Ter dois referenciais permitiu que eles comparassem e testassem esses achados”, explica o especialista do Laboratório Exame, em Brasília.
Embora alguns fatores genéticos e ambientais tenham sido encontrados pela equipe de McIntosh, há cerca de 40% outros que ainda não foram identificados, calcula Guida. “Ainda tem muitos genes e variantes para serem descritos e, durante essa especificação, pode ser que encontrem fatores mais prevalentes. No momento em que eles se tornarem conhecidos, poderão ser desenvolvidos testes preditivos e alvos farmacológicos que interfiram nos mecanismos dessas condições. Essa é uma abordagem da medicina de precisão, que já é bem desenvolvida na pesquisa de tumores com perfil oncogenético.”
"Ainda tem muitos genes e variantes para serem descritos (…) No momento em que eles se tornarem conhecidos, poderão ser desenvolvidos testes preditivos e alvos farmacológicos que interfiram nos mecanismos dessas condições”
Gustavo Guida, geneticista do Laboratório Exame
MALES DIVERSOS
Os tipos mais comuns de dor crônica são a neuropática, a fibromialgia e a artrite reumatoide (AR). A neuropática é causada por uma lesão ou disfunção do sistema nervoso, que transmite e interpreta o estímulo exageradamente. Provocada por traumas físicos ou emocionais, a fibromialgia é uma forma de reumatismo que acomete 25% dos brasileiros, afetando tendões, músculos e ligamentos. A AR agride articulações, principalmente das mãos, dos pés e dos punhos. Associada a doenças autoimunes e fatores hereditários, manifesta surtos de dor desencadeados pelo estresse.
Há basicamente dois tipos de depressão: a reativa e a maior. A primeira é desencadeada por um evento triste ou traumático, como a morte de um ente querido. Em muitos casos, a medicação é dispensável e, quando necessária, não tem administração crônica. A depressão maior, por sua vez, não surge por evento ou motivo aparente. Estudos identificaram que pacientes com essa forma do distúrbio têm desequilíbrios neuroquímicos e rebaixamento no fluxo de neurotransmissores, necessitando, portanto, de medicação crônica para regular a função cerebral.
|
| | |