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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 10/08/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Compra de medicamentos por centros de equivalência é facilitada

09/08/2016 - Portal Snif Brasil


A AMC, anteriormente chamada de Autorização Especial Simplificada, atende aos requisitos previstos em nova Resolução da Anvisa sobre o tema, a RDC 96/2016, publicada no Diário Oficial da União, do dia 1 de agosto. A norma facilita o processo de emissão da AMC e possibilita que uma autorização possa se referir a mais de um estudo. Além disso, a permissão teve o prazo de validade ampliado para um ano. A norma também prevê que a isenção da Autorização para medicamentos cuja retenção de receituário não é exigida. A RDC estabelece prazos para que os centros realizem adequações relacionadas a guarda sob chave e a outros requisitos necessários para a utilização e o controle especial dos produtos, como a obtenção de Autorização Especial.




Biofármacos: a nova geração de insumos para a indústria farmacêutica

09/08/2016 - Portal Snif Brasil


A medicina precisa evoluir e a indústria farmacêutica é a base desse processo. Neste sentido, um novo rumo para o setor vem se formando, onde os medicamentos biológicos são apontados, tanto pela comunidade científica quanto pelos grandes laboratórios farmacêuticos, como o principal método para tratar as doenças de maior complexidade e que necessitam de terapias longas e custosas, como o câncer e as autoimunes.

"Os biofármacos são o futuro, a principal vertente da indústria farmacêutica. Embora ainda estejam em processo de pesquisa e desenvolvimento. os medicamentos biológicos são antigos e fazem parte da vida da população - são as vacinas, que todos conhecem e utilizam há alguns anos", ilustra Reinaldo Guimarães, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifma).

Segundo ele, apesar de produzidos a partir de células vivas, são tratamentos absolutamente seguros, com condições de fabricação e consumo. Guimarães é ainda complementado por Antônio Britto. presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). que ressalta ser de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a fiscalização e cobrança com rigor do respeito à legislação brasileira, declarando que, felizmente, a legislação nacional está alinhada aos critérios internacionais para controle e fiscalização de medicamentos biológicos, o que a Associação considera adequado.

Como os biofármacos visam atender principalmente doenças que exigem longos tratamentos e requerem acompanhamento médico, não são drogas de "prateleira, por isto seus maiores compradores são as grandes redes privadas e os órgãos públicos de saúde. Encabeçando a lista está o Ministério da Saúde, onde os biológicos são aproximadamente 5% dos medicamentos comprados, mas representam 50% dos gastos da pasta, um investimento de cerca de R$ 13 bilhões. Outro fato que deve ser analisado é a representatividade do mercado biológico. que no Brasil cresceu 26% em três anos e hoje é de R$ 2.9 bilhões, considerando apenas as moléculas adalimumabe. bevazumabe. rituximabe. etanercepte e trastuzumabe, segundo dados da farmacêutica Libbs.

Os altos valores e a necessidade de uma tecnologia de ponta fizeram o Ministério da Saúde, através do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (DECIIS). consolidar as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo IPOPs). que são políticas de estímulo è produção nacional de fármacos e medicamentos e que preveem ainda a transferência do conhecimento tecnológico empregado para laboratórios públicos.

Utilizando este programa de POPs do Governo, a farmacêutica nacional Libbs. em parceria com o Instituto Butantan e a Bahiafarma, desenvolveu o projeto Biolec, uma unidade brasileira de produção e desenvolvimento de medicamentos biológicos ã base de anticorpos monoclonais que em março deste ano realizou a produção do lote piloto do primeiro anticorpo monoclonal produzido no Brasil, em escala industrial, o rituximabe. A fábrica terá o processo completo da cultura de células vivas, produção e purificação dos biofármacos, até o envase e embalagem final. O portfólio inicial do projeto contempla, no total, a produção de cinco biossimilares: rituximabe. bevacizumabe etanercepte. trastuzumabe e adalimumabe.

Seguindo as premissas estabelecidas pelas PDPs, onde a transferência tecnológica e a internalização do conhecimento são obrigatórias, a Libbs tem seu intercâmbio realizado com a subsidiária argentina da mAbxience, uma empresa do grupo Chemo. Segundo dados de Marco Dacal, diretor de Unidade de Negócios B2B da Libbs as transferências de tecnologia para os produtos biológicos dos parceiros externos para a Libbs ainda estão em andamento. Resumidamente, toda a tecnologia utilizada para produzir o medicamento pelo parceiro externo é replicada dentro da Libbs. "Com iss, incorporamos todo o processo de produção, do princípio ativo até o produto acabado. Também incluímos nessas transferências toda a metodologia analítica necessária para comprovar a qualidade do produto", completa o executivo.

A decisão da empresa em investir na implantação de uma fábrica para medicamentos biológicos, onde a transferência de tecnologia será obrigatória aos dois laboratórios (Instituto Butantan e Bahiafarma) que integram o projeto, ampliará o acesso dos pacientes aos tratamentos, diminuindo assim a dependência do Brasil em relação às importações de medicamentos de alto custo, consequente redução dos gastos do Ministério da Saúde com a compra dos mesmos e. ainda, fomentando o desenvolvimento científico nacional.

O projeto desenvolvido através do subsídio da política das PDPs do Governo é arrojado e coloca o Brasil em destaque mundial, pois a fábrica terá capacidade total para a produção de cerca de 400 kg de biofármacos por ano é a maior fábrica single use da América do Sul 0 single use é uma tecnologia de produção que utiliza biorreatores com bolsas descartáveis, onde as principais vantagens são a flexibilidade de produção e a otimização do processo, já que as bolsas descartáveis dispensam operações de descontaminação e limpeza.

O projeto foi desenvolvido pela Nordika e executado pela NRA Engenharia. em uma área total construída de quase 10.000m2, e foi pautado por critérios estabelecidos de acordo com as normas e instruções normativas da Anvisa. Food and Drug Administration (FDA]. European Medicines Agency (EMA). Good Automated Manufacturing Practice IGAMP). Good Manufacturing Practices Guideline (GMP). Comissão Técnica Nacional de Bios-segurança ICTNBio), entre outras.

A NRA Engenharia ainda foi responsável por todos os projetos executivos e a consultoria em engenharia farmacêutica e BPF, que foi conduzida por Ricardo Mannho da D Data. Neste processo, foram seguidas as seguintes etapas: elaboração dos projetos executivos atendendo todas as normas dos órgãos regulatórios nacionais e internacionais; compatibilização de projetos entre todas as disciplinas (BIMl) desenvolvimento dos protocolos de qualificação dos projetos, análise crítica das URS, proposição de alterações e justificativa técnica com vistas do regulador e elaboração dos controles de mudança das diversas disciplinas; consultoria em engenharia farmacêutica nos projetos executivos desenvolvidos junto a Libbs; rastreabilidade; verificação dos materiais aplicados em obra e comissionamento e qualificação das instalações, qualificação de projeto (QP). Qualificação da instalação (01) e qualificação da operação (001).

Um projeto completo e rico em detalhes prontos para a inauguração em novembro, quando a unidade pretende concentrar os esforços na produção dos lotes teste para depois seguir com a fase de estudo de estabilidade, que deverá durar mais 12 meses. A partir desse prazo, é necessário enviar o pedido de liberação para a Anvisa - a projeção é ter o primeiro medicamento em 2018.

Porém, alguns fatos simplesmente não podem ser ignorados. Os medicamentos biológicos conquistam cada vez mais espaço na medicina, com pesquisas e prescrições. Eles têm o processo de produção muito mais complexo e delicado, o que resulta em terapias mais onerosas. Embora a transferência de tecnologia, caso avance e consiga ser realizada, gere uma economia expressiva, ela sena pontual. Conforme a ciência médica avança, novas terapias biológicas devem surgir, com novas indicações, aumentando os gastos da saúde pública, já subfinanciada e onerando também a saúde suplementar.


EM SUAS PALAVRAS


Britto ressalta como o mercado pode auxiliar na construção de uma saúde melhor para o país: "o Brasil, para ter um futuro melhor na saúde, precisa criar um ambiente favorável ã inovação, com a universidade e a iniciativa privada trabalhando juntas, sem resistência mútua nem ao risco da inovação. E o governo promovendo um ambiente regulatório eficaz e rápido. Hoje, uma pesquisa clínica leva o dobro da média mundial para ser aprovada - 12 meses. Isso desencoraja os pesquisadores que buscam o Brasil, prejudica o avanço, o surgimento de centros de pesquisa e distancia o país da inovação. Não basta olhar para o passado e dizer que o Brasil melhorou, pois não competimos com o nosso passado e sim com o mercado internacional. Estamos próximos de nos tornar o quarto maior mercado de medicamentos do mundo, mas ocupamos apenas o 15° lugar em pesquisas clínicas. É preciso reverter esse quadro e ser inovador de forma sustentável, para que o futuro, não só da indústria farmacêutica, mas também de toda a gestão da saúde no país, supere as dificuldades que enfrentamos hoje".

Crise estimula busca de cliente por opção ao plano assistencial

10/08/2016 - DCI


São Paulo - Com a saída de quase dois milhões de beneficiários da saúde suplementar desde dezembro de 2014 - influenciada pelo desemprego crescente -, clínicas populares e empresas de tecnologia ganham espaço no setor. Elas se favorecem também por serem opção para médicos que buscam aumentar a demanda sem depender das operadoras, criticadas pela baixa remuneração.

Para a sócia-fundadora da consultoria de negócios Grupo Bittencourt, Claudia Bittencourt, as clínicas populares se beneficiaram muito da crise e das dificuldades de pessoas físicas de encontrarem boas opções de planos individuais, que, segundo ela, são escassos no portfólio das seguradoras e com preços cada vez mais caros.

"Outro ponto que favorece esse mercado é a precariedade do atendimento público. As clínicas populares ficam justamente no centro desses dois polos, oferecendo um atendimento mais digno e que cabe no bolso", diz.

Diante desse cenário, o Dr. Consulta, clínica que oferece consultas e exames por preços que variam de R$ 60 até R$ 135, vem apresentando um ritmo acelerado de crescimento. Só no ano passado, a rede aumentou em 400% o volume de atendimentos, totalizando mais de 50 mil consultas e exames realizados por mês. Além disso, a rede abriu sete unidades este ano, somando 17 clínicas, e pretende fechar 2016 com 30 operações.

Segundo o vice-presidente médico da empresa, Marcos Fumio, essa alta foi muito influenciada pela recessão econômica. "Para se ter uma ideia, o que vemos nas clínicas é que de cada cinco pacientes, três dizem que estão procurando o Dr. Consulta porque perderam o emprego e o plano de saúde empresarial", afirma.

Além dos preços muito abaixo dos praticados no mercado, que gira em torno de R$ 300 a R$ 400, outro atrativo da empresa é a facilidade no pagamento. Segundo Fumio, os serviços médicos podem ser pagos em dez vezes sem juros (dependendo da bandeira em até 18 vezes), e não há um valor mínimo.

Outra empresa que tem se favorecido da atual conjuntura é a Dr. Vem. O aplicativo, lançado em janeiro deste ano, já realiza cerca de 200 consultas mensais e vem apresentando crescimento constante. De acordo com um dos fundadores da plataforma, Daniel Lindenberg, o número de atendimentos mensais tem sido uma surpresa. "Um dos fatores é a crise econômica, porque somos acessíveis e uma alternativa ao SUS."

As consultas agendadas pelo aplicativo custam a partir de R$ 200. Ou seja, podem chegar à metade do preço médio do mercado, em algumas especialidades. Além disso, pelo atendimento ser realizado no domicílio do paciente, há uma economia considerável com transporte.


DEPOIS DA RECESSÃO


Apesar das duas companhias terem se beneficiado do cenário recessivo, ambas acreditam que a estabilização da economia não deva prejudicar os negócios. "Enquanto existir ineficiências no modelo público e da saúde suplementar, vamos ter uma oportunidade de crescer", cita Fumio, da Dr. Consulta.

Claudia, do Grupo Bittencourt, compartilha dessa opinião: "A cobertura dos planos de saúde muitas vezes não abrange todas as especialidades. Isso é uma das reclamações mais frequentes dos beneficiários - o pagamento correto do plano, mas, na hora que precisam, descobrem que não tem cobertura". O último ranking anual de reclamações do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), de 2015, corrobora a tese da consultora. De acordo com o levantamento, um terço de todas as reclamações (32,7%) registradas pela entidade diz respeito aos planos de saúde.

A especialista acrescenta que se essas novas empresas continuarem com um serviço de qualidade, mesmo com o retorno do mercado de trabalho (e dos planos empresariais), os clientes que migraram devem seguir utilizando os serviços.

Com isso em vista, e diante do recente aumento da demanda, o Dr. Vem diz ter ampliado o número de prestadores de serviços na cidade de São Paulo, visando atingir regiões mais periféricas do município, de onde tem recebido uma grande procura. "Buscamos médicos que entrem dentro deste tíquete [mais acessível]", diz Lindenberg.

Para a Claudia, esse é justamente um dos pontos críticos ao modelo: "Não é regra, mas os preços cobrados pelas clínicas podem não atrair os melhores profissionais do mercado. Isso não significa atendimento de má qualidade, mas pode significar pouca experiência e repertório médico para diagnóstico".

Sobre isso, o Dr. Vem desenvolveu uma taxa de remuneração fixa, para atrair profissionais de qualidade. "Cada médico coloca seu preço".


UM MERCADO NA ANSIEDADE


A companhia atua hoje nas áreas de clínica médica, geriatria e pediatria, e, até o final do ano deve expandir para as especialidades de psicologia e psiquiatria; dermatologia; e cardiologia. Segundo Lindenberg, a necessidade de procurar especialistas na área de psicologia surgiu com o aumento no nível de ansiedade dos brasileiros, em decorrência da crise. "Depressão, síndrome do pânico e ansiedade são doenças que vêm crescendo muito com o aumento do nível de incerteza econômica e do desemprego", diz.

Outra plataforma que tem visto no aumento da ansiedade um bom mercado é o Zenklub, que permite que psicólogos prestem atendimento através de vídeo chamada e chat.

"A demanda é muito grande, as pessoas sentem a crise na mente. Não falamos apenas de ansiedade, mas também de transtorno de ansiedade e síndrome do pânico", diz o CEO da empresa, Rui Brandão.

Além de visar pacientes que buscam consultas mais acessíveis, a partir de R$ 80 (o preço médio do mercado é de R$ 150), a startup também tem atendido um volume crescente de profissionais em busca de demanda. "É uma forma acessível para o cliente e também uma maneira de que os psicólogos continuem na atividade", afirma o executivo, apontando que muitos profissionais da área tiveram que fechar o consultório por conta da instabilidade econômica. Ainda segundo ele, o retorno da plataforma é outro atrativo para o profissional. "No plano, muitos recebem R$ 15 ou R$ 30 a hora. Pagamos mais do que o dobro disso." O serviço já possui 20 psicólogos cadastrados e a meta é chegar a 100 até o final do ano, com pelo menos 2 mil clientes.




Mercado Aberto: Número de operadoras de saúde encolhe 6,4% no primeiro semestre

10/08/2016 - Folha de S.Paulo


A crise econômica tem acelerado a consolidação do mercado de operadoras de planos de saúde, aponta o IESS (instituto de saúde suplementar).

O número de empresas do setor caiu 6,4% nos primeiros seis meses deste ano em relação a igual período de 2015.

Embora a concentração de mercado já estivesse em curso, essa é a maior taxa de queda semestral desde 2009.

O motivo da retração é a quebra de companhias de pequeno e médio portes.

"Por ser um mercado regulado, há restrição aos custos que podem ser cortados. Isso, somado à perda de beneficiários, faz com que as menores tenham suas margens espremidas", afirma Thiago Sandim, sócio do Demarest.

Esse processo de consolidação, porém, não tem ocorrido de forma saudável, avalia o presidente do instituto, Luiz Augusto Carneiro.

"O ideal seria um movimento de fusões e aquisições, mas hoje as grandes preferem esperar que as menores entrem em uma situação difícil para ficar com seus clientes."

Um dos motivos é que a base de usuários de empresas de menor porte é pouco atrativa às operadoras, diz Tracy Francis, sócia da McKinsey.

"O operador enfrenta muitos riscos ao adquirir essas carteiras, e ele prefere ter um controle de qualidade dos pacientes que entram."

Além disso, frequentemente o passivo tributário e trabalhista da empresa vendida passa à compradora, o que torna a operação menos atrativa, aponta a ANS (agência nacional de saúde).




Mercado Aberto: Melhor idade

10/08/2016 - Folha de S.Paulo


A Prevent Senior, operadora paulistana voltada ao público acima dos 40 anos, planeja expandir sua atuação a outras capitais.

Os locais não foram definidos, mas Rio de Janeiro e Curitiba são destinos prováveis, afirma Fernando Parrillo, um dos proprietários da empresa.

"O investimento vai depender da cidade, mas deverá ficar entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões."

No fim de 2015, a empresa teve que paralisar a venda de planos de saúde, após ver sua base de clientes saltar de 268 mil para 320 mil em um ano.

"Houve uma demanda até excessiva, e tivemos que interromper o crescimento para ampliar a estrutura de atendimento", diz.

A expansão foi acelerada pela quebra de outras operadoras -especialmente a da Unimed Paulistana, que detinha uma carteira de 744 mil usuários.

A retomada das vendas deverá ser feita ainda neste segundo semestre, de acordo com Parrillo.

R$ 1,5 bilhão

faturou a Prevent Senior em 2015, uma alta anual de 36%




Icesp usará robôs para ensinar cuidado em casa

10/08/2016 - Folha de S.Paulo


O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) vai usar bonecos robôs que imitam sintomas e sinais vitais de humanos para dar aulas aos pacientes e a seus cuidadores depois da alta hospitalar.

“O paciente recebe auxílio de diversos profissionais enquanto está no hospital. Mas, na hora que vai embora, fica inseguro sobre como continuar o cuidado”, diz Wania Regina Mollo Baia, diretora geral de assistência do Icesp.

A ideia é oferecer aulas teóricas e práticas sobre como manusear e higienizar curativos e dispositivos como sondas, drenos e cânulas de traqueostomia.


ENFERMEIROS VÃO SELECIONAR OS CANDIDATOS


“Muitos pacientes chegavam com sondas obstruídas ou precisavam de uma nova traqueostomia por falta de cuidados”, diz Baia.

Os bonecos, que fazem sons cardíacos, movimentos pulmonares, transpiram e tossem, são voltados ao ensino médico. O treinamento para paciente será realizado no Centro de Simulação Realística em Saúde do Icesp.

A novidade foi anunciada na cerimônia de entrega do 7º Prêmio Octavio Frias de Oliveira, que ocorreu nesta terça (9), no teatro da Faculdade de Medicina da USP.

A láurea leva o nome do publisher da Folha, morto em 2007. Seus filhos Otavio Frias Filho, diretor de Redação, e Maria Cristina Frias, colunista, representaram o jornal no evento.

Na categoria Pesquisa em Oncologia, venceu estudo liderado por Adriana Franco Paes Leme, do Laboratório Nacional de Biociências, que mostrou que proteínas da saliva ajudam a avaliar a progressão do câncer de boca.

Na categoria Inovação Tecnológica, a vencedora foi pesquisa liderada por Ana Marisa Chudzinski-Tavassi que mostrou que uma proteína da saliva do carrapato-estrela tem ação antitumoral. Uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica nacional União Química criou uma droga com base na pesquisa.

O médico Aristides Pereira Maltez Filho, presidente da Liga Bahia na contra o Câncer, foi o premiado na categoria Personalidade em Destaque.

Zika leva a deformidade nas juntas, diz estudo

10/08/2016 - O Estado de S.Paulo


Um novo estudo desenvolvido por cientistas brasileiros descreveu pela primeira vez com detalhes como a infecção por zika em mulheres grávidas faz com que os bebês desenvolvam artrogripose, síndrome que provoca graves deformidades nas articulações, especialmente em braços e pernas. A pesquisa, publicada na revista científica BMJ, analisou sete bebês que nasceram em Pernambuco com infecção por zika.

De acordo com a autora principal do estudo, Vanessa Van Der Linden, neuropediatra do Hospital Barão de Lucena, no Recife, a análise mostrou que a artrogripose dos bebês não está relacionada a anomalias específicas das articulações, mas tem origem neurogênica, isto é, ligada ao processo de formação dos neurônios.

“Dois estudos anteriores, feitos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, já haviam identificado três pacientes com zika e artrogripose, levantado a possibilidade de que a má-formação também estivesse ligada à infecção pelo vírus. Mas até agora nenhum trabalho havia descrito as deformidades em detalhes nem investigado se ela tem origem neurogênica”, disse Vanessa ao Estado.

Segundo a pesquisadora, a artrogripose pode estar relacionada a várias causas e é diagnosticada quando há deformidades em articulações em pelo menos duas partes diferentes do corpo. Para estabelecer a relação com a zika, os cientistas excluíram todas as outras possíveis causas da má-formação, usando exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética.

“Fizemos estudos detalhados dos cérebros e das articulações de sete crianças com artrogripose e diagnóstico de infecção congênita por zika. Nenhuma delas apresentava alguma das demais causas desse tipo de deformidade congênita”, disse.


MICROCEFALIA


Seis das sete crianças tinham microcefalia e todas apresentavam sinais de calcificação no cérebro, problema causado pelo acúmulo de cálcio nos tecidos cerebrais. Segundo Vanessa, a hipótese é de que o vírus da zika destrói células do cérebro, formando lesões semelhantes a “cicatrizes”, onde o cálcio é depositado.

Ao observar as imagens de alta definição das articulações e dos tecidos próximos, os cientistas descobriram que não havia anomalias na parte óssea nem nos ligamentos. “Isso nos levou a concluir que a artrogripose tinha origem na parte neurológica. Por isso, fomos investigar”, afirmou Vanessa.

A principal hipótese é de que a má-formação seja produzida por um processo que envolve os neurônios motores – as células cerebrais que controlam a contração e o relaxamento dos músculos –, levando a posturas fixas no útero que provocarim as deformidades. “Observamos também que quatro crianças apresentavam uma medula espinhal mais fina do que o normal e danos cerebrais, mostrando que realmente existe uma associação entre a artrogripose e as consequências neurológicas da infecção por zika”, disse a pesquisadora.

Segundo Vanessa, o estudo ajudará a entender melhor os sintomas provocados pelo vírus zika, o que contribuirá para entender seus mecanismos de infecção. Os cientistas recomendam na pesquisa que a síndrome da zika congênita seja acrescentada ao diagnóstico diferencial de infecções congênitas e de artrogripose.

O fato de um dos bebês não ter microcefalia também é relevante, segundo Vanessa. “Isso nos levou a concluir que não há uma correlação necessária entre a gravidade da infecção por zika, uma vez que o caso de uma das crianças não era grave, com a artrogripose.”




Incidência de sífilis e HIV é até 13 vezes maior em usuários de crack

10/08/2016 - Folha de S.Paulo


Cléber (nome fictício), 32, passou os últimos anos nas ruas. Na cracolândia, usava 30 pedras de crack por dia. Com magreza extrema,45 kg, fazia sexo em troca da droga. Antes, ganhou a vida na República, também no centro. Envolvido com prostituição, tinha dez clientes fixos por semana e outros eventuais. Ganhava R$ 6.000 por mês.

A trajetória de Cléber, com a mistura constante de drogas e sexo inseguro, retrata um problema frequente entre os usuários de crack em São Paulo: a exposição às infecções por sífilis e HIV. A incidência de sífilis entre viciados atendidos pelo Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas) é mais de dez vezes superior à média da população da América Latina, segundo pesquisa do Estado. A frequência de infectados surpreendeu os pesquisadores.

Em breve, todos os pacientes passarão a ser testados para essas doenças.

“A grande pergunta é se isso está restrito a São Paulo ou se espalha por outras cracolândias pelo Brasil”, diz Ronaldo Laranjeira, psiquiatra que conduziu esse levantamento e é coordenador do Recomeço —programa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) que fornece tratamento a dependentes de drogas.

Entre janeiro e maio, cerca de 800 pessoas foram testadas para sífilis e HIV na unidade da Secretaria de Estado da Saúde, a maioria deles frequentadores da cracolândia.

A análise encontrou resultados positivos do vírus da Aids em 5,3% dos dependentes testados. Isso representa prevalência até 13,5 vezes maior do que a da população brasileira em geral—que é de 0,4% a 0,7%, de acordo com relatório da Unaids.

O programa Recomeço, instituído por Alckmin em 2013, trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em comunidades terapêuticas.

Ele é desenvolvido na cracolândia simultaneamente ao Braços Abertos, criado em 2014 pela gestão Fernando Haddad (PT) e baseadona redução de danos —os dependentes são incentivados, por meio da oferta de emprego e renda, a diminuir o uso de drogas, sem internação.


INFECÇÃO


Em relação à sífilis, os testes deram positivo para a doença em 22% dos usuários.

Esse resultado, porém, considera não só as pessoas com a infecção, mas também quem já teve a doença e se tratou, mas ainda apresenta a chamada “cicatriz sorológica”.

A prevalência foi de 36% entre as mulheres, contra 18% nos homens. Do total de infectados, 40% nunca se trataram, 29%o fizeram, mas de forma irregular, e 31% foram tratados previamente com sucesso.

Descartando esse grupo que só tema “cicatriz sorológica”, a incidência da doença na amostra foi de 15% — prevalência 11 vezes maior do que a encontrada na população da América Latina (1,3%).

“O desafio do tratamento é ser o mais simples e objetivo para facilitar para as pessoas mais vulneráveis socialmente, para diminuir a chance de continuar transmitindo a doença”, diz Laranjeira.

Uma das medidas para isso, no Cratod, foi a incorporação de uma infectologista à equipe de médicos. O centro dá o coquetel para os dependentes soropositivos e aplica a penicilina nos usuários com sífilis. Isso para evitar que eles precisem se deslocar em busca dos medicamentos.

Em relação ao HIV, há outro problema: casos de pacientes moradores de rua que resistem em carregar os remédios, com medo de se exporem. A saída foi a administração do coquetel na própria unidade, diz a infectologista Viviane Briese.




Quem vai empurrar a minha cadeira de rodas?

10/08/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O provocativo título acima foi tema de uma conferência no último congresso de geriatria e gerontologia. Ele cutuca um ponto que a gente prefere não pensar: de que estamos envelhecendo e, provavelmente, nos tornaremos dependentes de alguém, seja um familiar ou um cuidador profissional.

Várias pesquisas apontam que o "ficar dependente" é o principal temor da população acima de 60 anos. Em um passado não muito distante, em que as pessoas morriam mais jovens, o tempo de dependência era bem menor. Agora, pode durar anos e até décadas.

Dias atrás, Adriano, um eletricista de 38 anos, me contava o que enfrenta com o pai, na cama há 15 anos com sequelas de dois AVCs (Acidente Vascular Cerebral). Embora tenha dois irmãos, nenhum quis assumir ou dividir os cuidados com o pai, que ficou viúvo há dez anos. Adriano, 38, cuida dele sozinho. Para isso, abdicou do trabalho regular (faz bicos quando algum vizinho ou parente aceita ficar com o pai) e da vida pessoal (a mulher o deixou).

É um pequeno exemplo dos desafios que teremos pela frente e o quanto temos que aprender. A ciência e a tecnologia estão muito mais à frente do que a nossa capacidade de cuidar. E ninguém está preparado para isso. Nem como indivíduos nem como sociedade.

Hoje é grande o número de pessoas que não puderam ou não quiseram ter filhos, as famílias estão menores, os filhos estão distantes, as mulheres, antes cuidadoras naturais, estão no mercado de trabalho, enfim, por uma série de razões não há mais certeza alguma para a pergunta: quem vai cuidar de mim?

Na verdade, envelhecer é uma novidade para nós. Famílias, administradores públicos e profissionais de diversas áreas ainda estão tentando entender e se adaptar a esse fenômeno. O desafio se torna ainda maior diante da crise financeira. Vamos dobrar a proporção de idosos nos próximos 18 anos: de 12,5% para 25%. Nenhum país do mundo viveu isso nessa velocidade.

E, ainda assim, a gente segue feito avestruz, com a cabeça no buraco. Ninguém pensa, por exemplo, que o estilo de vida que se leva hoje terá um impacto decisivo lá na frente. Sim, tem gente que vai sofrer doenças crônicas, degenerativas, independentemente do seu comportamento por uma condição hereditária, congênita. Mas a imensa maioria dos problemas pode ser prevenida com hábitos saudáveis, investindo em prevenção das doenças crônicas.

Isso pode reduzir muito o tempo de dependência na velhice, segundo vários estudos. Mas quem pensa sobre isso na juventude? No imaginário, os jovens até se imaginam velhos. Mas sempre numa perspectiva bem idealizada. Um exemplo foi o concurso de redação que a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia fez neste ano em que estudantes secundaristas citaram que querem envelhecer como Mick Jagger e Tina Turner.

Além da dieta e da atividade física, tem um fator cada vez mais determinante para um envelhecimento ativo: as relações sociais. Bons relacionamentos nos mantêm mais felizes e mais saudáveis. A solidão é tóxica. Pessoas mais isoladas são menos felizes, a saúde decai rapidamente, o cérebro se deteriora mais cedo e elas vivem menos. A mensagem vem desse maravilhoso TED do Robert Waldinger: "Do que é feita uma vida boa? Lições do mais longo estudo sobre felicidade".




País já registra 38 mortes por febre chikungunya este ano

09/08/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O número de mortes confirmadas no Brasil relacionadas à febre chikungunya já chega a 38, quantidade seis vezes maior do que a registrada em todo o ano passado.

Os dados são de novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, elaborado a partir de informações enviadas pelos Estados entre os dias 3 de janeiro a 9 de julho deste ano.

Balanço anterior, com dados até 11 de junho deste ano, confirmava 17 mortes –um crescimento de 123% nos registros em um mês.

O número pode ser ainda maior, já que há outras mortes por suspeita de infecção por dengue, zika e chikungunya ainda em investigação no país ou que, após serem avaliadas em exames pelos Estados e municípios, esperam confirmação também do órgão federal.

Só em Pernambuco, por exemplo, dados da secretaria estadual de Saúde já indicam 34 mortes relacionadas a chikungunya –o que mostra que o número nacional ainda pode crescer.


DEMORA


Apesar do avanço nos números, a avaliação de autoridades de saúde é que houve uma demora na confirmação dos casos, que ocorreram ainda nos primeiros meses do ano.

No Recife, por exemplo, o auge dos casos de infecção por chikungunya ocorreu até meados de março e seguiu até maio. Desde então, a tendência é de queda, diz o médico e secretário municipal de saúde Jailson Correia.

Entre as 38 mortes confirmadas por chikungunya no país, 36 ocorreram no Nordeste e duas no Rio de Janeiro. Em geral, as vítimas eram idosos –a média de idade das vítimas é de 71 anos.

O alto número de registros assustou secretarias de saúde. "O registro de mortes por chikungunya já era conhecido em outros países, mas não tínhamos ainda dimensão de como isso ia acontecer no nosso território", explica Correia.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que as mortes "estão sendo investigadas detalhadamente para que seja possível determinar se há outros fatores associados, como doenças prévias, comorbidades, uso de medicamentos, entre outros".


CASOS PROVÁVEIS


O avanço das mortes por chikungunya ocorre em meio a um crescimento no número de casos prováveis da doença neste ano no país.

De janeiro até julho, foram 169.656 registros de atendimentos de pacientes com sintomas de chikungunya, distribuídos em 2.154 municípios. Já em todo o ano de 2015, foram 38.332, um aumento de 342%. A abrangência também era menor: 696 municípios.

Em geral, especialistas atribuem o aumento ao panorama de expansão da doença. Identificado em 2014, o vírus chikungunya se manteve, nos primeiros meses, restrito a poucas cidades, a maioria de pequeno e médio porte.

No ano passado, no entanto, a transmissão também começou a ser registrada em cidades maiores, o que colaborou para a expansão no país.

Além da chikungunya, o boletim do Ministério da Saúde aponta ainda 1.399.480 de casos de dengue neste ano, com 419 mortes.

Embora alto, o número é pouco menor do que o registrado no mesmo período de 2015, quando registros contabilizavam 1.441.131 atendimentos. Na época, o país também registrava 789 mortes –uma redução de 47%.

Gráficos do governo federal também apontam uma queda no registro de novos casos da doença desde abril deste ano, situação que coincide com a chegada do inverno, entre outros fatores.

Avaliação semelhante ocorre em relação a infecções pelo vírus zika. Balanço atual aponta 174 mil casos registrados no país de janeiro até o início de julho – um mês antes, eram 165 mil. Novos dados devem ser divulgados nas próximas semanas.




Saúde não tem preço, mas medicina tem custo

10/08/2016 - O Globo


O trocadilho chama a atenção para a questão que envolve milhões de brasileiros: preservar a saúde tem custo alto. E a discussão é mais que oportuna quando se fala de planos de saúde populares e de reajuste das mensalidades, um dos temas que mais preocupam o consumidor. Isso no momento em que também se discutem alterações na lei, propondo-se que o indicador máximo de correção seja o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). É tema crucial, e a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) — entidade representativa de operadoras de planos e seguros de saúde — quer mobilizar toda a sociedade na busca por soluções que propiciem a menor elevação possível desses valores. Nesse sentido, propõe ações mais assertivas, como atacar a origem da alta dos custos assistenciais a taxas superiores às da inflação geral de preços. Há décadas, as despesas per capita com saúde vêm crescendo bem acima da renda e do Produto Interno Bruto, em todo o mundo. No Brasil, entre 2007 e 2015, gastos médicos aumentaram 131,4%, enquanto a variação do INPC foi de 65,9%.

As razões para essa escalada são bem conhecidas, e o avanço tecnológico é a de maior impacto. Em muitos casos, a incorporação de procedimentos ao sistema é feita de forma acrítica e sem levar em conta seu custo-efetividade. Por isso, é urgente promover a avaliação sistemática e institucionalizada das inovações previamente à adoção, ao mesmo tempo em que se deve combater seu emprego sem indicações baseadas nas melhores evidências médicas. Equipamentos mais sofisticados, novos medicamentos e materiais, muitas vezes, não substituem diagnósticos e terapias em uso. Apenas ampliam opções — consequentemente, custos.

No mercado de saúde suplementar, indicadores mostram que, entre 2014 e 2015, foram realizadas anualmente, em média, 269 milhões de consultas, 730 milhões de exames complementares e oito milhões de internações. No total, a produção assistencial do setor ultrapassa 1,4 bilhão de procedimentos anuais. Ressalte-se que, neste período, foi registrada média anual de 6,1 milhões de ressonâncias magnéticas e 6,3 milhões de tomografias computadorizadas, com crescimento de 12,5% e 10,9%, respectivamente. Não é uma entrega inexpressiva.

Outro ponto de atenção é a transição epidemiológica, com redução das doenças infectocontagiosas e crescimento das crônico-degenerativas, que requerem trato continuado, complexo e caro. O Brasil passa ainda pela transição demográfica, com rápida elevação da proporção de idosos. A longevidade é um ganho extraordinário, mas tende a aumentar a demanda por assistência médica. Os impactos apenas começaram.

Mais razões contribuem para o desequilíbrio financeiro do sistema, como falhas competitivas nos mercados de insumos que criam monopólios na distribuição, com pouca base para comparação de preço aliado à qualidade. Lembre-se ainda a crescente judicialização, que desconsidera contratos e regulação, contribuindo para ambiente institucional pouco atraente aos empreendimentos. Para que o plano de saúde seja economicamente sustentável, é preciso que a mensalidade — ou seja, o financiamento — suporte o crescimento de despesas médico hospitalares. Caso contrário, inevitavelmente, esse serviço se tornará inviável.




Texas tem 1ª morte provocada pelo vírus

10/08/2016 - O Estado de S.Paulo


Autoridades de saúde do Texas registraram ontem a primeira morte relacionada ao vírus da zika, após uma criança que morreu recentemente no Condado de Harris ter sido diagnosticada com microcefalia, problema congênito que é um dos principais sintomas da doença.

Segundo funcionários do serviço de saúde estadual, a mãe do bebê contraiu a doença enquanto viajava grávida pela América Latina, o que fez a criança adoecer. Testes confirmaram que o quadro do bebê estava relacionado à zika.

O Texas já registrou pelo menos 97 casos de doença relacionada ao vírus da zika, entre eles de duas crianças com microcefalia no Condado de Harris, uma populosa área que abrange Houston. Todos os casos do Texas envolveram viagens para regiões do exterior que concentram a doença e nenhuma foi transmitida por mosquitos dentro do Estado.

Na semana passada, o Texas anunciou que fornecerá repelentes para grávidas e para mulheres e crianças de 10 a 45 anos. Também na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informou que há cerca de 1.825 casos de zika nos Estados Unidos, quase todos relacionados a infecções contraídas fora daquele país.


MIAMI


Desde o dia 1.º deste mês, o CDC já confirmou 14 casos de transmissão local do vírus da zika em Miami, na Flórida.

Os registros se concentram no bairro de Wynwood, e o órgão aconselhou que grávidas evitem o local e mulheres que visitaram a região a partir do dia 15 de junho evitem engravidar por pelo menos oito semanas.




Quando o expediente compromete a saúde

10/08/2016 - Correio Braziliense


A busca incessante por resultados, a inquietação para o cumprimento de prazos e o estresse causado pelas horas gastas no trânsito na ida e na volta ao trabalho fazem parte da rotina da maioria dos profissionais. O que poucos sabem ou fingem não saber é que tais fatores podem desencadear ou agravar um transtorno mental, como a depressão. Nas estatísticas globais, a doença aparece entre as três maiores causas de afastamento do trabalho. Essa triste realidade chamou a atenção do Ministério da Saúde, que, pela primeira vez, recorreu ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para investigar a ocorrência da depressão no meio da população ocupada. O levantamento, realizado entre pessoas com 18 anos ou mais de idade, mostra que 6,2% dos indivíduos empregados sofrem com a doença depressiva. A constatação só reforça a nossa preocupação com a saúde mental do trabalhador. Na maioria das vezes, esses profissionais, cada vez mais cobrados em suas funções, acabam não enxergando o que uma rotina estressante pode causar à sua saúde a médio e longo prazos. Mais comuns do que se imagina no ambiente profissional, os transtornos mentais despontam como a terceira causa de afastamento do trabalho, atrás apenas das lesões traumáticas e dos distúrbios osteomusculares. Para se ter ideia, em 2015, o Instituto Nacional Social (INSS) concedeu mais de 63 mil benefícios para profissionais diagnosticados com algum tipo de transtorno mental. Na Classificação Internacional de Doenças, em que o INSS se baseia, a depressão encabeça a lista de doenças mentais que mais afastam os funcionários de seus empregos. Foram cerca de 27 mil casos computados. Em segundo, com mais de 16 mil ocorrências, estão os transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas. Na sequência, vêm os afastamentos por transtornos mentais decorrentes do uso de álcool, com mais de 5 mil casos, e aqueles causados pelo uso da cocaína, que ultrapassam 2 mil. O que percebemos com esse cenário é que muitas pessoas sofrem em silêncio. Escondem fobias, depressão, transtornos de ansiedade e, pior, não procuram ajuda. Por negligência ou até mesmo por medo de serem julgadas. Tudo isso, é claro, prejudica o desempenho profissional e, consequentemente, piora ainda mais a situação. Vale ressaltar que mesmo os indivíduos que quebram a barreira do preconceito e buscam ajuda especializada envergonham-se do seu diagnóstico por temer estigmas descabidos, como de louco, acomodado, mentiroso. Precisamos mudar essa realidade. O agravamento dos transtornos mentais em decorrência de pressões no trabalho, do temor do desemprego e da crise financeira podem levar o trabalhador a situações críticas, como o suicídio. Nesse sentido, o Estado precisa investir em políticas de saúde mental fundamentada em diretrizes científicas e não, em bases ideológicas vazias. A ausência de prevenção adequada tem consequência não somente nos trabalhadores e em suas famílias, mas também na sociedade devido ao enorme custo gerado, particularmente, no que diz respeito à perda de produtividade e à sobrecarga dos sistemas de seguridade social. A Organização Internacional do Trabalho estima que os acidentes de trabalho e as doenças profissionais resultam numa perda anual de 4% do PIB mundial cerca de R$ 2,8 bilhões de dólares. As empresas, por meio de gestores de pessoas treinadas, devem atentar para o comportamento dos seus funcionários. É importante saber distinguir, por exemplo, se uma pessoa está desmotivada por algum problema pontual que ocorreu no trabalho ou se é uma característica constante dela. O saber enxergar o outro precisa ser praticado. O médico do trabalho da empresa tem papel fundamental na saúde do empregado, pois é capaz de identificar precocemente sinais e sintomas de doença mental e encaminhar o trabalhador à avaliação especializada de um psiquiatra. Da mesma forma, programas de prevenção à violência no trabalho e à dependência química precisam fazer parte da rotina da saúde do quadro funcional de uma empresa. É fundamental que toda pessoa diagnosticada com algum tipo de transtorno mental siga o tratamento corretamente e que o empregador acompanhe esse processo. Cuidar da saúde mental do trabalhador representa em todos os aspectos ganhos para o próprio colaborador, para quem o contrata e para a sociedade.




Evidências não apoiam exames de colesterol para crianças (painel)

09/08/2016 - Zero Hora Online


Não há evidências suficientes para apoiar a realização generalizada de exames para diagnosticar colesterol alto em crianças, concluiu um painel independente de especialistas americanos na terça-feira.

O painel de voluntários conhecido como a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) manteve a postura que tinha adotado em 2007, em contraste com as diretrizes de outros grupos nacionais, como a Associação Americana do Coração (AHA).

"As evidências atuais são insuficiente para avaliar o equilíbrio entre os benefícios e os malefícios dos exames para distúrbios lipídicos em crianças e adolescentes com idade inferior a 20 anos", disse a USPSTF, que faz recomendações sobre exames, serviços de aconselhamento e medicamentos preventivos.

A AHA e a Associação Nacional de Lipídeos, no entanto, recomendam a realização de exames para detectar taxas anormalmente elevadas de colesterol em crianças - especialmente aquelas com histórico familiar de doença cardíaca - como uma forma de evitar danos causados por artérias endurecidas, disse o relatório publicado na revista Journal of the American Medical Association (JAMA).

Esses grupos apoiam exames de colesterol em crianças e adolescentes como uma estratégia para identificar uma doença genética conhecida como hipercolesterolemia familiar, que atinge até 1 em cada 250 indivíduos nos Estados Unidos.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição, cerca de 8% das crianças com entre 8 e 17 anos têm níveis elevados de colesterol total (CT) e 7,4% dos adolescentes de 12 a 19 anos têm níveis elevados de LDL-C, também conhecido como "mau colesterol", porque pode levar à obstrução das artérias.

Um editorial na mesma edição do JAMA disse que, embora haja evidências crescentes a favor das intervenções para o colesterol elevado na infância, "pode haver danos associados aos exames para dislipidemia, como a USPSTF destaca com razão".

Estes podem incluir sobrediagnósticos, custos mais elevados e ansiedade para a família, e "muitos jovens com um aumento isolado de lípidos não vão desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica precoce", escreveu Elaine Urbina, do Hospital Infantil de Cincinnati, e Sarah de Ferranti, do Hospital Infantil de Boston.

As médicas disseram que, a longo prazo, ensaios clínicos são necessários para avaliar melhor os benefícios, danos e a relação custo-eficácia de várias abordagens de exames e tratamento.

Enquanto isso, a decisão de se fazer exames ou não corresponde em grande parte aos médicos, individualmente.

O painel da USPSTF não encontrou "provas suficientes" a partir de ensaios de curto prazo, equivalentes a dois anos ou menos, de que medicamentos como as estatinas poderiam levar a reduções substanciais no colesterol entre as crianças que herdam níveis altos.

Mas o painel não encontrou provas suficientes para mostrar se intervenções médicas na juventude poderiam ou não levar "diretamente a uma incidência reduzida de doença cardiovascular prematura".

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