
Setor farmacêutico sustenta vendas da Ibema
28/07/2016 - DCI
São Paulo - As encomendas da indústria farmacêutica estão ajudando a Ibema Papelcartão, a manter o ritmo das vendas neste ano, segundo o diretor comercial da empresa, Jorge Grandi.
De acordo com ele, com a redução nos pedidos dos setores de alimentos e cosméticos, a fabricante de embalagens de papel-cartão está encontrando dificuldade para superar os números do ano passado.
"De maneira geral, a demanda do setor de embalagens está estável. Mas existem setores em queda, como o cosmético e o alimentício, coisa rara de acontecer no Brasil. Porém, o setor farmacêutico está compensando com um crescimento acima de dois dígitos na comparação com 2015", afirmou Grandi, em entrevista exclusiva ao DCI.
Ele revelou que o volume de vendas da empresa está abaixo das metas estipuladas para 2016, mas que ainda mantém o patamar registrado em 2015. A maior competitividade no mercado externo, acrescentou o executivo, também está pressionando os resultados da Ibema este ano.
"Isso aumenta a necessidade de apresentarmos soluções customizadas para manter a participação de vendas", disse o executivo. Na avaliação de Grandi, porém, o setor deve continuar estável, apesar do fraco desempenho da economia, e não deve registrar retração acentuada, como em outros ramos produtivos.
A produção brasileira de embalagens de papel acumula alta de 1,4% de janeiro a maio deste ano com 2,274 milhões de toneladas ante igual período do ano passado. As vendas internas, entretanto, estão 0,1% menores na mesma comparação, de acordo com dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação que representa as fabricantes do setor.
ESTRATÉGIA
Sem poder depender apenas das encomendas da indústria farmacêutica, Jorge Grandi revelou que a Ibema está concentrando esforços na reformulação de seu portfólio, com objetivo de ampliar a oferta de produtos. "A impressão digital é uma tendência em nosso mercado, que estamos avaliando e procurando explorar", destacou ele.
A facilidade na aplicação de impressão digital é uma das principais vantagens das embalagens de plástico flexíveis, segmento que vem crescendo principalmente em alimentos e higiene e beleza, áreas nas quais a demanda por papel-cartão está caindo.
Segundo a diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Camilo, as embalagens flexíveis são as que mais crescem na indústria brasileira atualmente, porque são o formato mais econômico. "No cenário atual, as embalagens mais econômicas devem se destacar, assim como as fabricantes de embalagens mais ágeis", defendeu ela.
"Diante deste cenário, estamos desenvolvendo formas de aumentar os ganhos em produtividade com a melhoria dos processos internos", explicou o diretor da Ibema, citando ainda a maior pressão dos custos sobre as margens de lucro da empresa.
Glaxo Smith Kline aumenta receita, mas tem prejuízo no trimestre
27/07/2016 - Valor Econômico / Site
A fabricante britânica de medicamentos GlaxoSmithKline reverteu o lucro entregue no segundo trimestre de 2015 e registrou um prejuízo líquido de 435 milhões de libras (US$ 620 milhões) no mesmo intervalo deste ano.
As receitas da companhia subiram 10,9% no segundo trimestre também frente a igual período em 2015 e somaram 6,53 bilhões de libras (US$ 9,21 bilhões) — superando as estimativas de analistas de 6,3 bilhões de libras.
A empresa registou prejuízo de abril a junho devido a uma amortização de 1,8 bilhão de libras (US$ 2,36 bilhões) relativa ao aumento de encargos depois da forte queda da libra na sequência do Brexit — saída do Reino Unido da União Europeia.
A fabricante reporta seus resultados em libras, mas realiza a maior parte das suas receitas fora do Reino Unido, o que significa que tais números se beneficiaram com a desvalorização da moeda britânica. Por outro lado, essa queda também aumentou outros encargos da empresa.
Em termos ajustados aos efeitos cambiais, os lucros operacionais ajustados aumentaram 15% e as receitas cresceram 4%.
Mais remédios serão vendidos sem receita nas farmácias
28/07/2016 - Folha de S.Paulo
Uma nova resolução aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cria regras para definir quais medicamentos podem ser vendidos sem receita, cujo número pode aumentar nas farmácias brasileiras.
A mudança atende a um pedido de indústrias do setor, que afirma que remédios com tarja vermelha poderiam estar na lista dos “isentos de prescrição”.
Agora, a agência finaliza uma resolução que define critérios para classificar quais medicamentos podem trocar de categoria e serem liberados da exigência de receita.
A FOLHA ANTECIPOU A MUDANÇA DAS REGRAS
A medida deve ser publicada no “Diário Oficial” da União na próxima semana e entrará em vigor em um mês.
A ideia é que remédios considerados de baixo risco e indicados para sintomas mais simples e de fácil identificação sejam enquadrados como isentos de prescrição.
Esses medicamentos também devem cumprir outros critérios: estar no mercado há pelo menos dez anos (ou cinco no exterior sem precisar de receita), não produzir efeitos adversos significativos ou criar dependência.
Da mesma forma, em remédios hoje isentos, a tarja poderá ser aplicada em caso de relatos de efeitos colaterais.
Antes, essa troca não era possível, afirma o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.
“Com isso, um medicamento pode mudar de condição. É a primeira vez que estabelecemos uma regra clara sobre isso”, afirma.
NO BALCÃO
Para a vice-presidente executiva da Abimip (Associação das Indústrias de Medicamentos Isentos de Prescrição), Marli Sileci, a mudança pode fazer com que ao menos 30 substâncias passem a ser liberadas da receita médica —cada uma pode gerar mais um produto no mercado.
Um dos exemplos mais conhecidos é o omeprazol (para problemas de estômago), já isento de prescrição em outros países. Hoje, a maioria dos remédios do país são tarjados, ainda que nem sempre a receita seja cobrada.
Segundo Sileci, os MIPs (Medicamentos Isentos de Prescrição) respondem por cerca de 30% do mercado — os mais comuns são para dor de cabeça, anti-inflamatórios e vitaminas.
Com as novas regras, a expectativa é que esse percentual possa chegar a até 40%.
São remédios em que a propaganda é possível —daí a troca ser esperada pela indústria, que poderá aumentar o contato com o consumidor.
A reclassificação, porém, não é automática. Segundo Barbosa, cada caso deve passar por avaliação da Anvisa.
Questionado sobre um possível aumento da automedicação, ele admite a possibilidade, mas vê pontos positivos.
A SOCIEDADE ESTÁ MUDANDO
Há dez anos, quase não havia fontes de informação sobre medicamentos. Hoje, já é possível acessar a bula pelo celular.” Já Sileci, da Abimip, diz que é preciso diferenciar a “auto prescrição” do “autocuidado”.
“O USO DE MEDICAMENTOS ISENTOS FAZ PARTE DO AUTOCUIDADO”
Já a auto prescrição é quando o vizinho toma um medicamento e eu compro sem receita, mesmo com tarja vermelha. Aí sim há risco”.
Ela lembra das recomendações para uso de remédios isentos de prescrição.
“Se amanhã cair a lei que nos obriga a dizer ‘Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado’, continuaríamos dizendo. O uso do medicamento isento de prescrição deve ser só por um curto período de tempo.”
Novo antibiótico tem efeito contra ‘superbactérias’
28/07/2016 - O Estado de S.Paulo
Um grupo de cientistas descobriu, em um micro-organismo encontrado nas narinas humanas, um composto que tem potente efeito antibiótico contra bactérias resistentes aos medicamentos.
A crescente resistência das bactérias a antibióticos tem sido uma preocupação mundial. O novo estudo, publicado na Nature, foi liderado por Andreas Peschel, da Universidade de Tübingen (Alemanha).
Segundo Peschel, a descoberta do antibiótico em uma bactéria do corpo humano “foi totalmente inesperada” e poderá “auxiliar o desenvolvimento de novas terapias para as infecções bacterianas de difícil tratamento”.
O novo antibiótico conseguiu eliminar até mesmo a bactéria MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina), que também coloniza o nariz humano, causa graves infecções hospitalares e resiste aos antibióticos disponíveis. O novo composto, batizado de Lugdunin, foi identificado na bactéria Staphylococcus lugdunensis.
Vacina para prevenir câncer de colo de útero sobra nos postos de saúde.
27/07/2016 - G1 - Bom dia Brasil
A vacina que pode prevenir um dos tipos mais graves de câncer está sobrando nos postos de saúde. Nem metade das meninas brasileiras se imunizaram contra o HPV. Apenas 43% receberam a segunda dose da vacina.
Os pais até levam as filhas para tomar a primeira dose. Nesse caso, a procura por vacinas chega a 70%. O problema é que não voltam aos postos de saúde para que as meninas tomem a segunda dose. O câncer de colo de útero é um dos com maior incidência em mulheres.
O câncer de colo do útero pode matar. O Instituto do Câncer, INCA, estima que mais de 5 mil brasileiras devem perder a vida, só este ano, vítimas da doença. Esse número pode diminuir muito nos próximos anos por causa da vacina contra o vírus HPV, que está disponível nos postos do SUS de todo país desde 2013 para meninas que têm entre 9 e 13 anos. Atualmente a vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
Até hoje, 5,3 milhões meninas foram imunizadas, mas está sobrando vacina em muitos postos do país. Este ano a procura pela vacina está bem abaixo do esperado. Até março, menos de 70% das meninas entre 9 e 13 anos apareceram para tomar a primeira dose. Agora o retorno está ainda pior, menos de 50% das meninas voltaram para receber o reforço.
Em um posto, que fica na região central de Brasília, na terça-feira (26), ninguém foi vacinado contra o HPV. Em julho, 30 doses foram aplicadas, só seis de reforço. A enfermeira chefe diz que está ligando para as mães que deixaram telefone de contato para pedir que elas levem as meninas para tomar a segunda dose.
A Camila tem 10 anos e ainda não tomou a vacina. Ela conta que tem um pouco de medo de sentir dor, mas diz que as amigas que tomaram não reclamaram muito, não. “Elas só falaram que doeu um pouquinho a vacina, como dói mesmo, mas nada como caso extremo. assim, normal”, afirmou Camila Florêncio.
A Gracy, mãe da Camila, diz que ano passado a escola dela ofereceu a vacina, mas ela tinha dúvidas sobre a necessidade de imunizar a filha, que só tinha 9 anos.
“A gente acabou ficando insegura de autorizar a vacina nela, porque a gente viu coisas a favor, coisas contra”, declarou a pedagoga Gracy Florêncio.
O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica explica que as reações à vacina contra o vírus HPV são as mesmas de outras vacinas. Febre, dor no braço, normalmente sem nenhuma consequência grave. “O número de reações alérgicas que se tem com essa vacina é um número muito pequeno se comparado ao benefício que ela produz. Se a gente não fizer o trabalho hoje, daqui a dez, 20, 30 anos, vai estar lidando com o mesmo problema, perdendo milhares de vidas para o câncer de colo de útero no Brasil”, afirmou Gustavo Fernandes, presidente da Associação.
Mais de 6 milhões de meninas entre 9 e 13 anos não foram vacinadas ainda. O Ministério da Saúde alerta que a imunização não substitui a realização do exame preventivo.
Chega ao mercado a primeira vacina contra a dengue
27/07/2016 - Época Online
A fabricante francesa de medicamentos Sanofi Pasteur acaba de lançar no Brasil a primeira vacina contra a dengue. É uma das estratégias mais aguardadas para combater o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Até julho, o Brasil registrou 1,3 milhão de casos da doença e 318 mortes. Até o momento, Brasil, México, Filipinas, El Salvador e Costa Rica aprovaram a nova vacina. Apenas as Filipinas já começaram a vacinar a população. A vacina só estará disponível em clínicas particulares. O preço médio autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos foi estabelecido entre R$ 132,76 e R$ 138,53.
Ainda não há decisão sobre a incorporação da vacina da Sanofi Pasteur ao Sistema Único de Saúde (SUS). Para ser integrada ao SUS, como qualquer outro medicamento, ela precisa passar pela análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que leva em conta aspectos como eficácia, segurança e custo efetividade do produto, além dos benefícios da oferta para a população.
Apesar do avanço, a vacina ainda causa controvérsia. A eficácia não é considerada alta: 66% das pessoas imunizadas nos estudos se tornaram resistentes. Vacinas muito eficazes costumam ter cobertura superior a 90%. Além disso, um estudo publicado na revista Nature Immunology em maio levantou questionamentos sobre a interação entre o vírus zika e anticorpos produzidos pelo organismo em resposta à dengue. Eles facilitariam a infeçção pelo vírus. O estudo é longe de ser conclusivo, mas gerou dúvidas sobre o que aconteceria se pessoas vacinas contra dengue entrassem em contato com o zika. A fabricante afirmou que após a imunização nenhum dos indivíduos analisados apresentou sinais de dengue ou zika.
Ainda há outros pontos fracos, como a vacina ser administrada em três doses com intervalos de seis meses, e ser indicada para pessoas entre 9 e 45 anos, o que exclui crianças pequenas e idosos, dois grupos muito vulneráveis. “Se fôssemos citar alguns pontos negativos seriam: a faixa etária, o custo, a eficácia abaixo dos 90% e o fato de ser mais de uma dose, pois as pessoas esquecem de retornar para tomar a segunda ou a terceira dose", diz Juvêncio Furtado, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Mas, mesmo com todas essas limitações, é importante lembrar que esta é a única vacina que temos. E, provavelmente, não teremos outra nos próximos anos”, diz. O Instituto Butantan, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde (National Institutes of Health, NIH), nos Estados Unidos, está em fase de desenvolvimento de uma vacina contra a dengue administrada em dose única.
CONHEÇA AS VANTAGENS E OS PONTOS FRACOS DA NOVA VACINA:
1) Como a vacina funciona?
A vacina contra a dengue é uma imunização induzida que protege contra os quatro sorotipos existentes (tipos 1, 2, 3 e 4) -- por isso, é chamada tetravalente. É produzida com vírus vivo, porém enfraquecido. Como as demais vacinas, ela estimula o sistema imunológico a produzir sua própria proteção (anticorpos) contra os vírus causadores da dengue, após o contato com a doença.
2) Quem pode ser vacinado?
Indicada para indivíduos entre 9 e 45 anos, a vacina será administrada em três doses com intervalos de seis meses. A farmacêutica garante que a partir da primeira dose, o medicamento já oferece proteção, mas é fundamental receber todas para garantir que a imunização seja duradoura e equilibrada para todos os sorotipos de dengue. Para o infectologista Juvêncio Furtado, a faixa etária restrita é uma limitação. “O ideal seria se o uso da vacina fosse universal, mesmo porque o mosquito não escolhe quem vai picar. Deveríamos proteger a todos”, afirma.
3) Qual é a eficácia da vacina em pessoas que nunca tiveram dengue? E naquelas que já tiveram dengue?
De acordo com a fabricante, a vacina é capaz de reduzir em até 93% os casos contra a dengue grave, como a forma hemorrágica da doença, e de proteger em até 66% dos indivíduos que nunca tiveram contato com o vírus.
4) Onde a vacina pode ser encontrada? Com qual preço?
Disponível em todo território nacional em clínicas particulares, o preço determinado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMed) foi estabelecido entre R$ 132,76 e R$ 138,53. Ele varia de acordo com a tributação em cada estado, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O preço final da vacina nas clínicas pode variar fora dessa faixa.
Ainda não há decisão sobre a incorporação da vacina pelo SUS.
Os estados e municípios têm autonomia para comprar a vacina. O Paraná foi o primeiro estado a aderir ao programa de imunização da Sanofi e comprou de cerca de 500 mil vacinas.
5) Seria possível uma interação indesejada, em que os anticorpos contra o vírus da dengue facilitem a ação do vírus zika?
Em maio, a revista americana Nature Immunology divulgou uma pesquisa que alerta para a possibilidade de a proteção contra o vírus da dengue potencializar a ação do vírus zika no organismo. O artigo sugere que o corpo humano pode produzir alguns tipos de anticorpos contra a dengue que ajudam o zika a se multiplicar. No entanto, os estudos foram feitos em células, em laboratório, e não é possível afirmar que o mesmo aconteceria no corpo humano. Em nota, a fabricante afirmou que após a imunização nenhum dos indivíduos analisados apresentou sinais de dengue ou zika. O mosquito transmissor da dengue também é vetor dos vírus da zika, febra amarela e chikungunya.
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