CLIPPING - 20/07/2016
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
|

SUS oferecerá remédio que pode prevenir a aids
20/07/2016 - O Estado de S.Paulo
O Ministério da Saúde anunciou ontem que pretende incluir na lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do ano, o remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV.
A informação foi dada pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Adele Benzaken, durante a 21.ª Conferência Internacional de Aids, na África do Sul, e confirmada pelo órgão federal.
Chamado de profilaxia pré exposição (PrEP), mas mais conhecido como truvada – seu nome comercial –, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da Aids quando tomado continuamente, mas pode trazer efeitos colaterais, como leves disfunções gastrointestinais e renais. A pílula de ingestão diária combina dois tipos de antirretrovirais (tenofovir e emtricitabitina) e é indicada para a população não infectada, mas que tem maior chance de contágio. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o remédio diminui em até 92% o risco de o vírus entrar nas células.
A estimativa do Ministério da Saúde é de que 10 mil pessoas tenham acesso ao medicamento no primeiro ano. “O remédio deverá ser ofertado em serviços especializados do SUS para populações com risco acrescido, como travestis, homens que fazem sexo com homens, transexuais e profissionais do sexo”, disse a pasta, em nota.
Em julho de 2014, a OMS divulgou diretriz recomendando que homens homossexuais utilizassem a PrEP como forma adicional de prevenção à infecção por HIV, além do preservativo.
“As taxas de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens continuam altas em quase todos os lugares do mundo e novas opções de prevenção são necessárias com urgência”, declarou a organização, em informe na época.
Segundo o ministério, o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já prepara um protocolo clínico de PrEP para ser encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS, órgão que define quais medicamentos, terapias e tratamentos são incluídos na rede pública. Como a maioria dos integrantes da comissão pertence a órgãos do ministério, o antirretroviral não deverá enfrentar dificuldade para ter sua incorporação aprovada.
AVAL
Para dar base à decisão de incluir o antirretroviral em sua lista de medicamentos gratuitos, o ministério financiou dois estudos de PrEP no Brasil, que estão sendo conduzidos pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz. Para Zarifa Khoury, infectologista do Instituto Emílio Ribas, a medida anunciada pelo ministério é positiva e necessária.
“Até hoje, a camisinha sempre foi a única forma de prevenção, mas, claramente, não atende a todos. Tanto não atende que a epidemia não parou de se alastrar. Há algumas pessoas que não conseguem usar o preservativo em 100% das situações e, para eles, a PrEP é necessária.
A ideia é que ela seja associada ao uso da camisinha.”
Fim das doses diárias de antirretroviral
20/07/2016 - Correio Braziliense
Reduzir a quantidade de comprimidos pode, segundo especialistas, aumentar a adesão do tratamento Criados na década de 1980, os antirretrovirais prolongam significativamente a longevidade dos infectados pelo HIV e diminuem as chances de transmissão da Aids. Versões melhoradas do medicamento foram lançadas ao longo dos anos, e cientistas continuam a buscar formas de tornar a abordagem mais eficaz tanto para reduzir os índices de abandono quanto para aliviar os efeitos colaterais do tratamento, que dura toda a vida. Uma equipe da Agência Nacional Francesa de Pesquisa em HIV, Aids e Hepatites Virais (ANRS) apresentou ontem, na 21ª Conferência Internacional sobre a Aids, em Durban, na África do Sul, resultados de um estudo propondo que a ingestão dessas substâncias deixe de ser diária. A pesquisa, testada em 100 voluntários, apresentou resultados promissores.
Os participantes passaram a ingerir os medicamentos quatro vezes por semana durante 48 semanas e foram acompanhados por uma equipe liderada por Christian Perronne, do Hôpital Raymond Poincaré, na França, e integrante da ANRS. A intenção era saber se, com esse tipo de abordagem, seria possível manter a carga viral plasmática abaixo de 50 cópias/mL, considerada indetectável. Os voluntários tinham sido tratados com uma combinação tripla de antirretrovirais durante em média cinco anos e apresentavam a carga viral abaixo do limite indicado por quatro anos.
Após as 48 semanas, 96% deles seguiam o regime de quatro dias de ingestão do medicamento e mantinham a carga viral indetectável. Apenas três pacientes voltaram a ter a carga do vírus além do número recomendado nas semanas quatro, 12 e 40, com, respectivamente, 785, 124 e 969 cópias/mL. Nesses, a taxa caiu para abaixo do limite quando eles retomaram o tratamento padrão, com doses diárias do medicamento, sem o surgimento de resistência. Um participante abandonou o estudo na quarta semana.
“Esses resultados nos encorajam a prosseguir com o nosso objetivo de melhorar a qualidade de vida no tratamento da Aids e atender uma forte demanda de alguns pacientes para uma carga de drogas mais baixa”, comemora Jean-François Delfraissy, diretor da ANRS. O especialista ressaltou a importância de um experimento randomizado — em que os participantes são escolhidos de forma aleatória — para se chegar à conclusão de que a abordagem pode ser prescrita aos soropositivos. “Somente esse tipo de estudo será capaz de aprovar essa estratégia”, justificou.
A agência trabalha nesse sentido. Recrutou 640 pessoas em vários centros hospitalares franceses. Metade receberá o tratamento com antirretroviral por quatro dias na semana. A outra, diariamente durante 48 semanas. Se os resultados forem similares aos observados no estudo divulgado esta semana, todos os pacientes serão submetidos ao tratamento de quatro dias. Assim, acreditam os pesquisadores, a eficácia da abordagem será comprovada e, consequentemente, os benefícios adicionais dela, como a redução dos efeitos colaterais a e maior aderência ao tratamento.
ASSISTÊNCIA BAIXA
Ao mesmo tempo em que buscam formas de otimizar as terapias contra o HIV, médicos e especialistas esbarram em um obstáculo anterior: fazer com que as pessoas tenham acesso ao tratamento hoje disponível. Em 2015, segundo relatório publicado na revista The Lancet em paralelo à 21ª Conferência Internacional sobre a Aids, 41% dos soropositivos ingeriam antirretrovirais. A meta das Nações Unidas é de que o índice chegue a 81% em 2020, o que significa tratar 3,1 milhões de soropositivos adicionais por ano até o fim do prazo.
Segundo os autores do levantamento, essa cobertura terapêutica varia bastante conforme as regiões do planeta e o gênero. Subiu de 6,4% em 2005 para 38,6% em 2015 entre os homens infectados; e de 3,3% para 42,4% entre as mulheres, no mesmo período. Os cientistas ressaltam a necessidade de uma intensificação dos tratamentos principalmente no Oriente Médio, no norte da África, no leste da Europa e em alguns países da América Latina. Suécia (74%), Estados Unidos, Holanda e Argentina (os três com um índice aproximado de 70%) estão perto de atingir a meta. Venezuela (35%) e Bolívia (24%), por sua vez, figuram entre os mais atrasados.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o número de infectados tratados passou de 44% em 2012 para 62% em 2014, um aumento de 41% em dois anos. Houve avanço também na supressão viral: 91% dos brasileiros adultos com HIV/Aids e em tratamento há pelo menos seis meses apresentam carga viral indetectável no organismo. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente 22 medicamentos para os infectados. Desses, 11 são produzidos no país.
Esses resultados nos encorajam a prosseguir com o nosso objetivo de melhorar a qualidade de vida no tratamento da Aids e atender uma forte demanda de alguns pacientes para uma carga de drogas mais baixa”
Jean-François Delfraissy, diretor da Agência Nacional Francesa de Pesquisa em HIV, Aids e Hepatites Virais.
SEGURANÇA DE VACINA É TESTADA
Os resultados de testes com uma vacina trazem esperança para uma nova forma de combate contra o vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV). A substância foi testada em 252 voluntários da África do Sul durante 18 meses. Segundo resultados apresentados na 21ª Conferência Internacional sobre a Aids, em Durban, na África do Sul, o sistema imunológico dos participantes reagiu bem à abordagem. %u201CQueríamos determinar se ela era segura (...) e suportável%u201D, explicou Kathy Mngadi, uma das autoras do projeto, intitulado HVTN África. Todos os participantes tinham um risco muito baixo de contrair o HIV. O experimento teve como base resultados significativos de uma vacina experimental testada em 2009, quando se detectou a redução em um terço das chances de infecção pelo vírus da Aids em participantes imunizados na Tailândia. %u201CEssa vacina experimental nos deu esperança, mas também revelou tudo que ainda tínhamos que aprender%u201D, afirmou Fátima Laher, coautora do ensaio. Em novembro, os cientistas darão início a um experimento em grande escala. Serão recrutados 5.400 homens e mulheres sul-africanos de alto risco para a contaminação pelo HIV e com idade entre 18 e 25 anos. Nessa etapa, o foco será a eficácia da vacina. %u201CEsperamos ter resultados dentro de cinco anos%u201D, disse Glenda Gray, diretora do programa HVTN África.
CASOS AUMENTAM EM 74 PAÍSES
Apesar de o tratamento com antirretrovirais ter reduzido a mortalidade provocada pela Aids, o vírus HIV continua sendo uma grande ameaça à saúde pública. Anualmente, 2,5 milhões de pessoas são infectadas por ele, segundo levantamento divulgado ontem, na revista científica The Lancet. O trabalho traz dados de 195 países coletados de 1980 a 2015. Entre 2005 e 2015, a taxa de novas infecções por HIV aumentou em 74 nações consultadas, especialmente Indonésia, Filipinas, África do Norte e Oriente Médio, assim como algumas da Europa Ocidental, como Espanha e Grécia.
O Brasil faz parte da lista: de 700 mil casos em 2010 para 830 mil em 2015, com em média 15 mil mortes por ano. O Ministério da Saúde classifica que a epidemia no país está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes em 2015, o equivalente a 40 mil por ano. Na Rússia, o número de infecções chegou a quase 1 milhão no mesmo ano. Sede da 21ª Conferência Internacional sobre a Aids, a África do Sul contabilizou 300 mil entre 2014 e 2015, sendo que cerca de 2 mil jovens são infectados a cada semana.
O cenário global de crescimento da doença na última década preocupa especialistas. “Lança uma imagem inquietante da lentidão dos avanços na redução das novas infecções por HIV”, advertiu Haidong Wang, pesquisador da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e principal autor do levantamento. Conforme o relatório, 38,8 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2015, um número que aumenta regularmente desde 2000, quando existiam 28 milhões de soropositivos.
FINANCIAMENTO
Para Christopher Murray, da mesma instituição norte-americana, a situação pode se agravar devido ao estancamento do financiamento dos programas contra HIV/Aids. “Será necessário, portanto, um aumento em massa dos esforços dos governos e dos organismos internacionais para alcançar os US$ 36 bilhões necessários todos os anos para atingirmos o objetivo de colocar fim à Aids até 2030”, destacou.
O alerta ocorre paralelamente à realização da conferência internacional. Até sexta-feira, cerca de 18 mil cientistas, médicos, militantes, juristas e financiadores vão avaliar os avanços na luta contra a doença que provocou mais de 30 milhões de mortes. A quantidade de óbitos caiu de um pico de 1,8 milhão em 2005 para 1,2 milhão em 2015 especialmente devido à intensificação dos tratamentos com antirretrovirais e à prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho.
Mas na abertura do encontro, na segunda-feira, ficou claro que o momento é de cautela. “A mensagem dirigida ao mundo inteiro neste ano em Durban será que é muito cedo para cantar vitória. O caminho ainda é longo”, disse à agência France-Presse Chris Beyrer, presidente da Sociedade Internacional sobre a Aids. A francesa Françoise Barré-Sinoussi, prêmio Nobel de Medicina por ter participado da descoberta da Aids, insistiu na necessidade de mais financiamento. “Este ano é crucial. Precisamos (...) fazer todas as mudanças necessárias para evoluir até uma geração sem Aids. Mas não estamos prontos”, advertiu.
2,5 milhões
Quantidade de novas contaminações por HIV registradas anualmente
no mundo.
|
|
2,5 milhões de pessoas por ano são infectadas com HIV, diz estudo
19/07/2016 - Folha de S.Paulo / Site
2,5 milhões de pessoas são infectadas anualmente pelo vírus da Aids. O dado foi divulgado nesta terça (19) na revista médica britânica "The Lancet". O estudo reune estatísticas de 195 países entre 1980 e 2015.
O número de novas infecções permaneceu relativamente estável no período estudado e os novos tratamentos reduziram a mortalidade vinculada à doença, segundo o estudo.
"Lança uma imagem inquietante da lentidão dos avanços na redução das novas infecções por HIV", diz Haidong Wang, da Universidade de Washington, principal autor do estudo.
Segundo o relatório, 38,8 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2015, um número que aumenta regularmente desde 2000, quando totalizavam 28 milhões.
As mortes provocadas pela aids caíram de um pico de 1,8 milhão em 2005 a 1,2 milhão em 2015, especialmente graças à intensificação dos tratamentos antirretrovirais (ARV) e à prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho.
A quantidade anual de novas infecções permaneceu relativamente constante em um nível de 2,5 milhões por ano no mundo nos dez últimos anos, após um período de rápido declínio a partir de um pico de 3,3 milhões de novos infectados em 1997.
A utilização de tratamentos ARV (antirretrovirais) avançou rapidamente de 6,4% em 2005 a 38,6% em 2015 para os homens infectados, e de 3,3% a 42,4% para as mulheres no mesmo período.
Apesar dos avanços, a maioria dos países estão longe de alcançar o objetivo fixado pela Unaids até 2020, que consiste em tratar 90% dos pacientes infectados.
Em 2015, 41% dos soropositivos recebem um tratamento ARV, segundo o estudo.
Esta cobertura terapêutica é muito variável entre diferentes regiões e países. É necessária uma intensificação dos tratamentos, em particular no Oriente Médio, África do Norte e Europa do Leste, assim como em alguns países da América Latina.
Alcançar o objetivo da Unaids até 2020 implica tratar com ARV 81% das pessoas infectadas.
Suécia, Estados Unidos, Holanda e Argentina estão perto de atingir esta meta. A América Central, o Caribe e países como Venezuela (35%) e Bolívia (24%) figuram entre os mais atrasados.
Chegar a 81% de cobertura terapêutica ART significa tratar 3,1 milhões de soropositivos adicionais por ano entre 2015 e 2020, destacam os autores.
Em 2015, 1,8 milhão de novas infecções ocorreram na África subsaariana, seguidas por 212.500 no sul da Ásia.
Entre 2005 e 2015, a taxa de novas infecções por HIV aumentou em 74 países, especialmente Indonésia, Filipinas, África do Norte e Oriente Médio, assim como em alguns países da Europa Ocidental, como Espanha e Grécia.
"Ainda existem grandes incertezas sobre as estimativas da quantidade de novas infecções por HIV em muitas regiões do mundo", afirmam duas pesquisadoras francesas, Virginie Supervie e Dominique Costaglia.
UNAIDS
Um estudo da Unaids (Agência da ONU para Aids), divulgado na semana passada, já havia apresentado o quadro estável de novas infecções por HIV no mundo. A pesquisa analisa o período de 2010 a 2015.
Segundo o relatório da Unaids, 1,9 milhão de pessoas foram infectadas nos últimos cinco anos.
Houve um crescimento de 4% dos casos no Brasil, o que representa 40% das novas infecções por HIV na América Latina e Caribe.
Lucro da J&J cai 11,5% no 2º trimestre
20/07/2016 - DCI
A Johnson & Johnson registrou lucro líquido de US$ 4 bilhões no segundo trimestre, queda de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relatório divulgado ontem, a companhia destaca que a receita líquida subiu 3,9%, para US$ 18 bilhões.
As vendas no mercado norte-americano cresceram 7,4% entre abril e junho ante igual trimestre de 2015, a US$ 9,5 bilhões. Já as vendas das operações internacionais, incluindo Brasil, avançaram só 0,4%, para US$ 8,9 bilhões.
A companhia não comenta os resultados no Brasil, mas destaca a compra da NeoStrata Company, líder global em dermocosméticos, e a conclusão da aquisição da marca Hipoglós.
Segundo o CEO da empresa, Alex Gorsky, a expansão da J&J será impulsionado pelo lançamento de novos itens e transformação dos modelos comerciais.
Fórum reúne maiores nomes do mercado farmacêutico e varejo nacionais
19/07/2016 - Portal Snif Brasil
As Farmácias Pague Menos realizam no Centro de Eventos de Fortaleza (CE), no dia 22 de julho, a 4ª edição do Fórum de Varejo Farmacêutico. Com o tema A revolução silenciosa do varejo farma brasileiro, o evento integra a programação do 11º Encontro de Mulheres. O fórum, que discutirá ações para mudar a face da saúde no país, reunirá mais de 400 executivos, incluindo presidentes e diretores dos maiores laboratórios do país, além de Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza.
A empresária trará aos participantes um breve panorama sobre o setor varejista brasileiro, enquanto Francisco Deusmar de Queirós, presidente do Conselho de Administração das Farmácias Pague Menos, apresentará sua visão otimista para o futuro e os planos de expansão da rede, que já se aproxima da marca de 900 lojas em todo território nacional. Até o próximo ano, a meta é chegar a 1 mil pontos de venda.
Estarão presentes ainda Mário Queirós, diretor-presidente das Farmácias Pague Menos; Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias de Drogarias (Abrafarma), que também falarão sobre as perspectivas do mercado; e Patriciana Rodrigues, diretora de compras e marketing da rede, que encerrará o debate e convidará a todos para a programação do Encontro de Mulheres.
Brasil desenvolve novo tratamento para hiperplasia da próstata
19/07/2016 - Veja Online
Pacientes com hiperplasia prostática benigna (HPB), também chamada de hiperplasia benigna da próstata, têm uma nova opção de tratamento além dos medicamentos e da cirurgia tradicional. A embolização da próstata, técnica desenvolvida por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), é um procedimento minimamente invasivo, sem efeitos colaterais de longo prazo e tem 90% de eficácia na redução dos sintomas. A hiperplasia benigna da próstata consiste no crescimento da glândula que, por sua vez, comprime a uretra e obstrui o fluxo de urina. Não há relação com o câncer de próstata. Entre as principais consequências do problema estão os incômodos sintomas como muitas idas ao banheiro durante o dia e à noite, além de jatos de urina mais fracos do que o normal. Não tratar a doença pode prejudicar a uretra, que não será tão eficaz em esvaziar toda a urina, provocando infecções frequentes, além de maior risco de complicações nos rins e na bexiga. O problema afeta metade dos homens com mais de 50 anos. Sua causa, entretanto, não é totalmente conhecida. Acredita-se que esteja relacionada às alterações hormonais que ocorrem com o avanço da idade. “A testosterona está diretamente relacionada ao aumento da próstata e sabemos que outro hormônio, o estrogênio, também desempenha um papel no desenvolvimento do problema. Doenças metabólicas como colesterol alto, triglicérides e diabetes também favorecem o crescimento da próstata.”, explica Francisco Cesar Carnevale, chefe do serviço de radiologia intervencionista do HCFMUSP e um dos criadores do novo tratamento.
OPÇÕES DE TRATAMENTO
Até a chegada da embolização, existiam basicamente quatro abordagens para tratar a condição: medicamentos e três tipos de cirurgia – a resseção transuretral da próstata (RTUP), o laser e uma cirurgia aberta. Segundo Carnevale, cerca de 30% dos homens com mais de 60 anos precisarão de algum tipo de tratamento para hiperplasia benigna da próstata. Desses, até 80% usarão algum medicamento e os demais precisarão de algum tipo de cirurgia. Os remédios atuam de duas formas, flexibilizando a próstata ou diminuindo seu tamanho ao inibir a produção de testosterona. Ambas são eficazes e conseguem descomprimir a uretra, permitindo a passagem da urina. Entre os principais efeitos colaterais estão a tontura, moleza, queda da pressão e redução da libido. Além disso, eles não promovem cura ou melhora definitiva e, portanto, precisam ser utilizados pelo resto da vida.
A RTUP e o laser agem de maneira diferente, mas têm um objetivo semelhante, que é retirar um pedaço da parte central da próstata. Outra opção, quando há aumento exagerado da glândula, é a cirurgia aberta, chamada de resseção do adenoma prostático. O procedimento é feito com anestesia geral. Embora também sejam eficazes em melhorar os sintomas, os problemas destas técnicas são os riscos e consequências relacionadas a qualquer cirurgia como necessidade de internação, anestesia, sonda, possíveis complicações devido à idade dos pacientes e pós-operatório longo.
O NOVO TRATAMENTO
A embolização é um procedimento semelhante ao cateterismo. Sem necessidade de internação e com uma anestesia local, um cateter (tubo flexível) de 2 milímetros de diâmetro é introduzido na artéria femoral (virilha). Sob orientação de um aparelho que emite raios X, este tubo navega até a próstata e uma substância — semelhante a grãos de areia, feita de resina acrílica — é injetada dentro da próstata com o objetivo de reduzir a circulação de sangue no local. Com a passagem parcialmente bloqueada, a próstata tem uma redução de 30% a 40% de tamanho — o que alivia a obstrução da uretra permitindo a passagem da urina sem dificuldade. Os resultados são promissores: dos 250 pacientes tratados com essa técnica no Brasil, todos no HCFMUSP, 90% tiveram melhora nos sintomas e voltaram a ter uma vida normal, sem a necessidade de medicamentos. A recuperação é feita em casa e, nos primeiros dias após a embolização, há um ardor para urinar e micção frequente. Os pacientes também são orientados a usar antibiótico, anti-inflamatório e analgésico. “A embolização poderia substituir o remédio e a cirurgia. As principais vantagens para o paciente são a redução dos riscos associados e a melhora na qualidade de vida. Mas, como todo tratamento, ela não é indicada para todo mundo”, afirma Carnevale.Pacientes com câncer de próstata, com pedra na bexiga, que fizeram radioterapia na região da pélvis, que sofram de doenças que alterem o funcionamento da bexiga e com insuficiência renal estão no grupo em que a cirurgia é contraindicada.
APROVAÇÃO DO CFM E EXPORTAÇÃO DE TECNOLOGIA
Em março, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma resolução mudando a classificação da embolização de próstata. O procedimento passou de tratamento experimental para aprovado, desde que indicado por um urologista e realizado por um radiologista intervencionista. Por ser uma técnica desenvolvida no Brasil, Carnevale e sua equipe estão treinando profissionais brasileiros e estrangeiros. O procedimento já foi aprovado na Europa e nos Estados Unidos para projetos de pesquisa. Segundo Carnevale, a FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, está prestes a reconhecer a técnica a partir dos dados publicados até o momento, obtidos de estudos realizados no Brasil, Portugal, Estados Unidos, França, Itália e China.
|
|
Tribunal de Contas cobra HC por fraudes
20/07/2016 - Folha de S.Paulo
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo cobrou, nesta terça-feira(19), explicações do Hospital das Clínicas sobre possíveis irregularidades investigadas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal na compra de marcapassos cerebrais para tratamento de pacientes com mal de Parkinson.
Em despacho, o conselheiro Antonio Roque Citadini cobra do hospital informações sobre quem é responsável por fazer os pedidos de compra do material, quem autoriza as despesas, qual o critério para compra e uso dos equipamentos, quais as fontes de recursos e o histórico de compra dos marcapassos.
O hospital tem 15 dias para responder. O ofício foi entregue aos responsáveis pela administração do hospital —gerido pela USP e pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB)— e será publicado no “Diário Oficial” nesta quarta (20).
A investigação conduzida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal apontou que um diretor administrativo do hospital e um neurocirurgião orientavam pacientes a procurar a Justiça para conseguir marcapassos de maneira mais rápida.
Assim, o hospital adquiria equipamentos sem realizar licitações, que acabavam custando cerca de quatro vezes mais que o preço real.
O esquema funcionou entre 2009 e 2014,quando foram realizadas, com ordem judicial, 154 cirurgias de implante para tratamento de Parkinson com recursos do SUS.
Nesse período, não houve licitação e 82 pessoas não conseguiram operar de maneira regular.
O esquema pode ter custado até R$ 18 milhões ao SUS (Sistema Único de Saúde).
Não há indícios de que os beneficiados pelas cirurgias soubessem das fraudes.
Foram alvos de condução coercitiva na segunda-feira (18) o diretor administrativo do setor de neurocirurgia do Hospital das Clíncas, Waldomiro Pazin,o cirurgião Erich Fonoff,Vitor Dabbah,dono da empresa Dabasons, responsável por importar os equipamentos,e Sandra Ferraz,funcionária da empresa.
OUTRO LADO
O Hospital das Clínicas afirma que não recebeu a solicitação do Tribunal de Contas, mas que se dispõe a prestar os esclarecimentos necessários.
Diz ainda que colabora com as investigações e que forneceu todos os documentos e as informações solicitadas.
A defesa de Erich Fonoff afirma que ele “nunca deteve poder para influenciar o processo de compra de equipamentos”.O advogado de Waldomiro Pazin, Paulo Azevedo Marques,diz que só vai se pronunciar após ter acesso aos detalhes da investigação.
A defesa da Dabasons afirma que “a empresa não vende produtos superfaturados”, e que fará sindicância interna para apurar o caso.
O SUS e os planos de saúde baratos
20/07/2016 - O Globo
Há poucos dias o ministro da Saúde anunciou de forma tímida a ideia de autorizar planos de saúde com uma cobertura menor de procedimentos e, por isso, mais baratos. O objetivo seria diminuir a pressão de usuários sobre o SUS, já sobrecarregado. Logo criou-se um clima de Fla-Flu: de um lado defensores do SUS alegando que saúde é obrigação do Estado, e isto seria uma privatização; do outro, empresários enxergando nisso um aumento do mercado de consumidores. Ideologias à parte, não se discutiu o real impacto da medida. Sim, a Constituição diz que saúde é um dever e obrigação do Estado. Mas sabemos que o Estado não consegue prover tudo para todos e que uma das primeiras atitudes de um chefe de família é providenciar um plano de saúde privado. O que fazer?
O principal problema do SUS é o subfinanciamento. Gasta-se pouco per capita, porém muitas vezes gasta-se mal. Existem programas exitosos (Saúde da Família, Farmácia Popular), mas, de maneira geral, a gestão é ruim. A Saúde disputa os recursos da União com a Educação, a Previdência e as mais de cem empresas estatais. Num cenário de R$ 140 bilhões de déficit, é pouco provável que se consigam mais recursos nos próximos anos.
A ideia de oferecer à população planos mais simples com custo menor pode, sim, diminuir a pressão sobre o SUS. Talvez muitos pacientes prefiram pagar um plano para serem atendidos por médicos com consulta marcada por telefone e perto de sua casa. Talvez não. De qualquer maneira, cabe ao consumidor a prerrogativa de escolher o que prefere. Outro argumento contra este tipo de plano — de que eles atenderiam o que é barato dentro da medicina cabendo ao SUS os exames e tratamentos mais caros — me parece falho. Atualmente, esses pacientes utilizam o SUS tanto para os tratamentos “mais simples” quanto para os “sofisticados”. Dessa forma, e isso é matemático, estes planos podem diminuir a pressão e o gasto do SUS realizando uma parte deste atendimento. O SUS continuaria a fazer o tratamento sofisticado para todos (como exige a Constituição) e parte do atendimento mais simples poderia ser feita por esses planos, diminuindo assim a demanda. A mesma quantidade de dinheiro seria direcionada para um contingente menor de pacientes, com melhora do gasto per capita.
Outra possibilidade seria a cobrança de serviços médicos pelos prestadores do SUS. A tabela seria a utilizada no SUS ( já defasada) , e os prestadores receberiam dos pacientes, deixando de cobrar do governo. Seria um sistema de coparticipação no qual existiria o paciente que pagaria integralmente os serviços, até o que não pagaria nada, de acordo com faixas de renda. Pareceme justo que quem possa pagar o faça, e o dinheiro seria direcionado aos que não podem pagar. Este sistema esbarra em questões constitucionais, definição de faixas de renda e outros detalhes importantes, mas pode ser melhor elaborado. Alguém diria que já pagamos nossos impostos, e novas cobranças seriam uma forma de bitributação. Bom, um aviso: os impostos que pagamos não estão sendo suficientes para prover tudo para todos.
O fato é que temos um SUS com um desenho muito interessante e moderno, mas que sofre com um subfinanciamento crônico e que o cenário econômico não sugere que vai melhorar. Podemos esperar por mais e mais verbas que não virão. Ou podemos adotar algumas medidas como os planos mais baratos e com menor cobertura. Aguardemos os próximos passos.
Dengue bate recorde de infecções em 2016
20/07/2016 - Correio Braziliense
Registros históricos revelam, há algum tempo, o avanço devastador da dengue na capital federal. Contudo, 2016 se tornou um ano marcante para a doença transmitida pelo Aedes aegypti. Em três décadas do mal na cidade, nunca houve tantas infecções para o primeiro semestre. O mosquito contaminou 19.360 pessoas nos últimos sete meses, sendo 16.484 casos confirmados. O índice é o dobro do mesmo período de 2015, quando ocorreram 9.654 situações. Os registros já se aproximam do recorde de 2010, quando a epidemia alcançou 20.402 habitantes durante todo o ano. A situação é tão crítica que o Executivo local criou uma Sala Permanente de Coordenação e Controle das Ações de Enfrentamento às doenças transmitidas pelo Aedes.
Os piores momentos do colapso, segundo a Secretaria de Saúde, ficaram em fevereiro e março, período que, por semana, a pasta notificou uma média de 1,1 mil casos novos por semana. A 16 dias do início das Olimpíadas — Brasília sediará 10 partidas de futebol —, atletas e turistas ainda correm risco de entrarem paras as estatísticas, segundo especialistas. Entretanto, a Vigilância Epidemiológica descarta totalmente uma epidemia no período, mas considera a possibilidade de casos pontuais. Na próxima semana, a pasta vai aplicar o fumacê no Estádio Nacional Mané Garrincha para garantir condições seguras aos torcedores.
Mesmo com o período de estiagem, agentes epidemiológicos continuam o trabalho de contenção de focos e extermínio de mosquitos adultos. São Sebastião, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Sobradinho 2 centralizam os trabalhos. Ao todo, o governo gastou cerca de R$ 5 milhões somente com o controle do Aedes. Segundo a Secretaria de Saúde, o carro fumacê dedetizou mais de 800 mil imóveis e todos os domicílios passaram por vistoria no primeiro semestre. Em agosto, manejos ambientais em zonas consideradas de risco e o mapeamento do índice de infestação do mosquito na cidade serão aplicados (leia Para saber mais).
“Nesse cenário, temos que considerar a evolução biológica do inseto e que a quantidade de chuva em janeiro deste ano foi a maior da última década. Choveu cinco vezes mais do que no ano passado. Não foi um problema pontual do DF, mas sim do país inteiro”, explica Divino Valero, diretor da Vigilância Epidemiológica, ao ressaltar que a pasta esperava entre 60 mil e 100 mil casos de dengue na cidade. “Eram para ser 100 mil. Temos que levar em consideração a população de 3 milhões de habitantes e mais 1,8 milhão flutuante do Entorno.”
A Secretaria de Saúde estuda produtos mais eficazes e novas práticas de vigilância epidemiológica e entomológica para serem aplicados a partir de setembro, como medida preventiva, e entre janeiro e março, período que a pasta considera insalubre. “Aprendemos com todos os órgãos de saúde novas metodologias e alertas sobre o Aedes aegypti. Não existe uma receita de bolo para o controle. É um mosquito inteiramente urbano com grande adaptabilidade”, detalha Divino.
ALERTA
Brazlândia (com 1.924 casos), Ceilândia (1.769), São Sebastião (1.666) e Planaltina (1.371) são as regiões administrativas que mais apresentam casos de dengue. A faixa etária mais atingida varia entre 20 e 49 anos. Ao todo, 13 pessoas morreram este ano com a forma hemorrágica da doença. “Fizemos um trabalho exaustivo. Contemos uma situação que poderia ser muito pior”, argumenta Divino. Até o momento, a Secretaria de Saúde também confirmou 131 infecções por chicungunha e 173 de zika vírus — sendo 22 em gestantes. “No segundo semestre, estaremos mais bem preparados para combater o mosquito”, admite Divino. De acordo com o diretor, os estoques da pasta estão abastecidos para até dezembro.
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), em decreto publicado ontem, criou um sistema de monitoramento do Aedes. A Diretoria de Atenção Primária passa a ser responsável pelo serviço. O DF contará com 15 grupos com servidores de órgãos como Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Agência de Fiscalização (Agefis), Defesa Civil, além da Secretaria de Saúde. Entre as medidas, está o combate ininterrupto do mosquito.
Para o ano que vem, especialistas acreditam que a chicungunha e o zika vírus podem infectar mais gente que em 2016, por não haver “imunidade de rebanho”, uma vez que as pessoas adquirem somente uma vez cada doença. “Não existe nenhum trabalho de contenção de vírus, tudo é ligado ao mosquito. A probabilidade de epidemias dependerá das políticas públicas, situações climáticas, comportamentais da população e outras variáveis. A intenção é manter o índice de infestação inferior a 1%”, finaliza Divino.
PARA SABER MAIS
Boletim informativo
O Levantamento Rápido de índice para o Aedes aegypti (LIRAa) permite conhecer a amostragem da quantidade de imóveis com a presença de focos do mosquito. Na última pesquisa, realizado entre 4 e 8 de abril, o nível de infestação do DF foi de 0,24% — considerado satisfatório. Lago Norte, Plano Piloto e Sobradinho estão em condição de destaque, com 0,91%, 0,69% e 0,66%, respectivamente. Segundo parâmetros do Ministério da Saúde, índices menores de 1 são satisfatórios; até 3,9, estado alerta; e acima de 4, risco de surto.
>> entrevista PEDRO LUIZ TAIUL
Em busca da vacina
Há quase cinco décadas, o clínico-geral Pedro Luiz Tauil, 75 anos, estuda o comportamento de doenças contagiosas, como a dengue, a febre amarela e a malária. “O único elo vulnerável para a interrupção da transmissão ainda é o controle do mosquito”, explica. Formado pela Universidade de São Paulo, o mestre e doutor já publicou mais de 100 trabalhos relacionados ao tema, entre livros e artigos. Na tarde de ontem, ele avaliou a situação do DF a pedido do Correio. O especialista, que está em Brasília desde 1976, acredita que em 2017 a chicungunha e a zika podem ter uma grande taxa de contaminação. Confira trechos da entrevista.
Por que o Aedes é difícil de se combater?
O mosquito tem uma capacidade de adaptação grande e o combate depende de ações intersetoriais, como de saúde, educação e saneamento básico, que são importantes para reduzir os locais prováveis de criação do mosquito.
Há novas técnicas de controle disponíveis?
A Fundação Oswaldo Cruz testa, no Rio de Janeiro, uma técnica australiana. Eles distribuem mosquitos com uma bactéria que impede que sejam infectados com as doenças. Outras pesquisas envolvem insetos transgênicos, cujos machos fecundam a fêmea, mas a prole não se desenvolve. Há também mosquitos irradiados com raios gama, que os tornam infértil. Estão testando larvicidas biológicos não nocivos ao ambiente.
A vacina é o melhor caminho?
Sim. Vários estudos desenvolvem imunobiológicos. Está registrado um tipo na Anvisa, mas ainda não é perfeito. Ele foi elaborado por mais de 20 anos, entretanto, leva um ano para imunizar o indivíduo, com três doses. Além disso, não protege contra todos os sorotipos — não pode para menores de 9 anos e maiores de 49.
A que se atribui a reemergência da dengue?
Nunca houve tamanha concentração de gente na área urbana. As pessoas estão vivendo em condições de habitação precárias e saneamento inexistente. O mosquito se alimenta apenas de sangue humano. Ninguém no mundo consegue controlar a dengue atualmente.
O Aedes é negligenciado?
O mosquito foi combatido para a eliminação da transmissão urbana da febre amarela. Na década de 1960, foi extinto do Brasil e de outros 17 países da América, mas ele voltou a se reinfestar por questões de saúde pública e de habitação. Hoje, só o Canadá não é infestado. Nesse cenário, a febre amarela pode voltar, mas menor porque tem a vacina. Em Angola e no Congo, tem epidemia de febre amarela pela infestação do Aedes.
Fazemos o combate correto?
As técnicas atuais não são suficientemente eficazes. O mosquito tem uma capacidade de sobrevida maior que a do ser humano. A eliminação de uma espécie é quase impossível. Temos que ter foco na vacina e no tratamento para controlar as doenças.
Existem riscos de contaminação por dengue, chicungunha e zika durante as Olimpíadas?
O risco existe, mas é baixo. Estamos num momento de baixa transmissão pela redução de densidade do mosquito. A secura e as baixas temperaturas resultam numa menor reprodução do mosquito. Entre novembro e maio isso vai se agravar. A doença é sazonal.
Ambulatório Médico para idosos é aberto na zona sul de S. Paulo
20/07/2016 - DCI
O governador Geraldo Alckmin inaugurou, esta semana, o segundo Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do Estado de São Paulo voltado exclusivamente para a população idosa.
A unidade está situada no bairro de Vila Mariana, zona sul da capital paulista e contará com atendimento em 23 especialidades médicas e não médicas e equipe multidisciplinar voltada para o público a partir dos 60 anos de idade para promover o envelhecimento ativo e saudável, na reabilitação física e cognitiva, e na redução de agravos à saúde, permitindo aos idosos mais independência e autonomia. Com investimento de R$ 11,4 milhões para obras, o AME contará com serviços de reabilitação recreativos que serão implantados gradativamente.
Mosquito geneticamente modificado ajuda no combate à dengue em SP
19/07/2016 - G1 - Jornal Hoje
Um projeto está soltando mosquitos para combater a dengue. São mosquitos geneticamente modificados, machos que vão interromper o ciclo de reprodução. O projeto começou há um ano em um bairro de Piracicaba, no interior de São Paulo. Os casos de dengue caíram e agora outros bairros começam a receber esse 'mosquito do bem'.
No bairro Cecap, a imagem já não assusta mais ninguém. Há mais de um ano os moradores veem mosquitos saindo aos montes de uma van. A vigilância epidemiológica de Piracicaba conseguiu reduzir em 91% os casos de dengue no bairro com o uso do "mosquito do bem". Os machos geneticamente modificados interrompem o clico de vida das fêmeas. Os mosquitos que nascem desse cruzamento morrem antes de chegar à fase adulta.
Os cientistas conseguiram comprovar isso na prática porque o número de pessoas com dengue no bairro caiu de 133 para 12 em um ano de trabalho. “Os projetos que a gente trabalha são de pelo menos um ano pra que a gente possa reduzir não só o mosquito que tá voando, mas também o banco de ovos de mosquito que podem durar até um ano na natureza”, explica Guilherme Trivellato, gerente do projeto.
Os moradores ficaram assustados no começo, mas hoje agradecem porque sabem que ele pode até incomodar, mas não pica. O resultado foi tão bom que agora a van vai circular por mais 11 bairros da região central de Piracicaba. A Prefeitura diz que já tentou muitas alternativas e essa foi a que deu mais resultado em pouco tempo.
O trabalho para avisar quem não está acostumado a ver tantos mosquitos juntos, já começou. Primeiro, eles circulam pelo bairro para apresentar o inseto aos comerciantes e explicar que não tem risco nenhum. A ideia é aproveitar que a fêmea do mosquito gosta de trabalhar em horário comercial e picar durante o dia, para soltar esses machos onde tem mais gente circulando nesse período.
Canadá vai fazer primeiro teste em humanos de vacina contra zika
19/07/2016 - IstoÉ Online
Uma universidade canadense anunciou na terça-feira que vai realizar o primeiro teste do mundo em seres humanos de uma vacina contra o zika, enquanto as autoridades de saúde lutam para combater esse vírus que se espalha rapidamente.
A vacina contra o zika que está sendo desenvolvida será administrada em humanos “nos próximos dias”, disse em um comunicado a Universidade Laval, sediada na cidade de Quebec.
“Estamos muito orgulhosos de fazer parte da primeira equipe internacional do mundo a completar todas as etapas do processo de regulamentação”, disse Gary Kobinger, doutor em microbiologia e professor de medicina na universidade, que está supervisionando o estudo.
Kobinger observou que o desenvolvimento da vacina contra o zika foi autorizado pela Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regula medicamentos, e pelo Health Canada, departamento do governo canadense responsável pela saúde pública. Até agora, as vacinas foram testadas em ratos.
O zika vírus é transmitido principalmente por mosquitos, e não existe nenhum tratamento ou vacina para combatê-lo. O vírus, que é capaz de causar malformações graves em fetos de mulheres grávidas infectadas, se espalhou rapidamente pela América Latina.
Kobinger, uma autoridade mundial em vacinas, é pesquisador no CHU, um centro hospitalar vinculado à Universidade Laval. O CHU está conduzindo o estudo em colaboração com dois centros dos Estados Unidos.
“O CHU da Universidade de Laval é um dos três centros de pesquisa líderes envolvidos no estudo de vacinas, e estamos muito orgulhosos disso”, disse Gertrude Bourdon, presidente do CHU.
Mais de uma dúzia de empresas farmacêuticas, incluindo a francesa Sanofi e a indiana Bharat Biotech, estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o zika, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS previu um crescimento acentuado do surto de zika nas Américas, com até quatro milhões de pessoas infectadas.
No Brasil, o país mais afetado pelo vírus, mais de 1,5 milhão de pessoas já foram infectadas.
África do Sul testará vacina contra HIV
20/07/2016 - Portal EBC
Os testes de uma nova vacina contra o HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids) vão começar este ano na África do Sul, depois de ensaios preliminares em 2015 terem mostrado resultados promissores.
A vacina experimental veio depois de um medicamento similar, chamado RV144, ter sido testado na Tailândia em 2009. Este foi o primeiro sucesso depois de anos de tentativas para criar uma vacina. Um ano após os testes de 2009, a eficácia da RV144 foi avaliada com 60%. No entanto, após três anos e meio de vacinação, a eficácia caiu para cerca de 31%.
A vacina anterior foi modificada para aumentar a resposta imunitária do organismo. Os pesquisadores também a modificaram para lidar com uma estirpe do HIV endêmico ao continente africano.
Cerca de 250 pessoas participaram do teste preliminar de HVTN100 em 2015. Neste ano, a vacina será testada em 5.400 pessoas, em quatro cidades na África do Sul, e continuará por três anos.
“Esperamos que este possa ser o primeiro regime de vacinação oficial no mundo”, declarou hoje (20) Gail Bekker, vice-diretor do Centro de HIV, e presidente eleito da Sociedade Internacional de HIV. “Vamos ter uma vacina para combater [a epidemia de HIV]”.
Os pesquisadores advertem, no entanto, que uma vacina por si só não será suficiente para fornecer proteção contra a doença, sendo necessário manter as medidas existentes, incluindo prevenção, tratamento e intervenção social.
|
| | |