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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 19/07/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Comércio exterior de medicamentos sofre queda de 10%

18/07/2016 - Saúde Business


As exportações de medicamentos sofreram uma queda expressiva de 13,8% em apenas 12 meses, entre junho de 2015 e maio de 2016, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,0 bilhão. As importações diminuíram 9,4%, chegando a R$ 5,9 bilhões. Juntas, exportações e importações formam a corrente de comércio do setor, que registraram uma queda de 10,1% no ano passado.

Embora o déficit da balança comercial tenha reduzido em 8,4%, isso não tem sido interpretado pelo mercado de forma positiva. “Ele não diminuiu porque estamos exportando mais. Estamos exportando menos, mas como as importações também caíram, a diferença negativa da balança comercial diminuiu”, explica Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

O desaquecimento de algumas economias mundo afora pode justificar o enfraquecimento das exportações, apesar do câmbio. “As mudanças no câmbio não favoreceram a exportação de medicamentos, seja pela dificuldade de portfólio do País, seja pela precariedade vivida por importantes mercados como Argentina e Venezuela”, afirma Britto. Já as importações continuam muito acima das exportações.

Uma solução de médio e longo prazo para reverter o déficit da balança comercial seriam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “A inovação é o caminho para o mercado externo, mas para isso precisamos de um ambiente favorável à pesquisa clínica”, afirma Britto.

A aproximação entre universidade e indústria, bem como uma indústria mais disposta a assumir riscos com inovação e pesquisa são passos fundamentais para aumentar o interesse do mercado internacional no setor farmacêutico brasileiro. Contudo, o país enfrenta hoje muita morosidade para aprovação de pesquisas clínicas, o que dificulta o avanço do setor no país.

Evolução do comércio exterior brasileiro de 2012* a 2016* (US$ Bilhões) – Medicamentos

Fluxo | 2012* | 2013* | 2014* | 2015* | 2016*
Exportação | 1.244,78 | 1.283,66 | 1.340,72 | 1.247,22 | 1.075,40
Importação | 6.369,51 |6.493,23 |6.692,42 |6.514,76 |5.902,02
Corrente de Comércio | 7.614,29 | 7.776,88 |8.033,13 | 7.761,98 | 6.977,43
Saldo (déficit) | -5.124,73 | -5.209,57 | -5.351,70 | -5.267,54 | -4.826,62

Fluxo 2013* 2014* 2015* 2016*
Exportação 3,12% 4,45% -6,97% -13,78%
Importação 1,94% 3,07% -2,65% -9,41%
Corrente de Comércio 2,14% 3,30% -3,38% -10,11%
Saldo (déficit) 1,66% 2,73% -1,57% -8,37%




Fornecimento de remédios para radioterapia pode ser interrompido, dizem médicos

18/07/2016 - Portal EBC


Cardiologistas estão preocupados com o risco de interrupção no fornecimento de radiofármacos - remédios utilizados em radioterapias e exames de diagnóstico por imagem. A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), afirma que há risco de interrupção no fornecimento de radiofármacos necessários para a realização de seis mil exames por dia, cerca de 1,5 milhão por ano.

Segundo informações publicadas na imprensa, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção de 95% de todos os medicamentos desse tipo no Brasil, só tem dinheiro suficiente para operar até o fim de agosto. O Ipen fabrica 38 produtos para medicina nuclear, que são fornecidos para 430 clínicas e hospitais em todo o país, sendo que um terço da produção é destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS) .

Os exames são essenciais para detectar diversas doenças, entre elas, cânceres e doenças cardiovasculares. O Repórter Rio desta segunda-feira (18) entrevistou o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e cardiologista da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Claudio Tinoco Mesquita, que explicou a situação. Clique no player acima e confira a entrevista.




Mercado Aberto: Importações e exportações de remédios caem em 12 meses

18/07/2016 - Folha de S.Paulo


A compra de medicamentos do exterior caiu 9,4% nos 12 últimos meses até maio, com um total de US$ 5,9 bilhões (R$ 19,2 bilhões), segundo a Interfarma, que reúne as empresas do setor.

A variação cambial e a redução na compra de remédios por parte dos governos estaduais são apontadas como causas da retração.

"As importações são altas, mas nenhum país é autossuficiente no setor farmacêutico", afirma Antonio Britto presidente da Interfarma.

Os números se referem a medicações prontas, mas o país também importa química fina. Hoje, quase 90% dos princípios ativos, a matéria-prima para a confecção de remédios, vêm de fora.

A balança comercial do setor registrou redução de 8,4% do déficit. As exportações caíram, mas, como são menos expressivas, não alteram tanto o saldo das trocas.

O país ainda concorre com o exterior sem ter preços competitivos, avalia Britto.

"O Brasil vende para países que não se recuperaram de crises, como Argentina e Venezuela", diz Pedro Bernardo, diretor da entidade.

A baixa do dólar impactou as vendas de forma negativa.

Farmácias de manipulação resistem à crise, mas sofrem pela falta de gestão

19/07/2016 - DCI


São Paulo - Composto quase em sua totalidade por micro e pequenas empresas, o setor de farmácias de manipulação tem se mostrado resiliente no cenário de crise. Dois terços de seus empresários dizem ter crescido ou mantido seu faturamento estável no ano passado, e o segmento movimentou mais de R$ 5 bilhões no período.

Esse bom desempenho do segmento se deve, segundo especialistas ouvidos pelo DCI, a uma tendência geral do consumo de se buscar cada vez mais um atendimento personalizado. "O setor vem superando as dificuldades porque trabalha justamente com a personalização. A sociedade tem exigido de todas as empresas que atendam às necessidades dentro da individualidade de cada um", diz o diretor executivo da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Marco Fiaschetti.

Mesmo assim, essas lojas - que comercializam medicamentos personalizados por prescrição médica - não estão imunes à recessão econômica e têm agido no sentido de melhorar sua performance. "Obviamente, em um momento de crise como o de agora, as farmácias magistrais estão repensando seus custos. Elas também vêm revendo e implantando projetos para ter uma maior produtividade e eficiência", diz.

Localizada na capital paulista, a farmácia Dermofit, por exemplo, afirma que com a crise os consumidores não deixaram de comprar na loja, mas têm pedido com mais frequência para parcelar os valores e demandado aos prescritores que passem fórmulas com um preço menor. Para responder a essas mudanças a dona da empresa, Patricia Roberto, diz que uma das ações é tentar negociar com os fornecedores. "Tenho pedido para que eles aumentem o prazo de pagamentos. Com a crise, eles estão um pouco mais flexíveis em relação a isso", afirma.


COMPRA DE INSUMOS


A questão da compra dos insumos é justamente um dos principais problemas do setor magistral, já que a legislação que vigora sobre ele determina que as empresas só podem comprar de alguns distribuidores específicos, o que praticamente impossibilita a troca de fornecedores, e tira o poder de barganha das empresas. "São mais de 300 exigências que uma farmácia tem que seguir para ter uma licença da vigilância sanitária. Uma dessas regras é em relação a adquirir insumos: eles só podem ser adquiridos através de distribuidores legislados pela vigilância sanitária", explica Fiaschetti, da Anfarmag.

A grande maioria dos insumos utilizados pelas farmácias de manipulação é importada, e isso é outro fator que prejudicou as redes recentemente, já que a cotação do dólar teve um crescimento exponencial durante o ano passado. "Quase 80% de todos os insumos que usamos são dolarizados. Então a variação do dólar afeta muito", diz Patricia, usando como exemplo um medicamento cujo preço subiu de R$ 80 para R$ 120, em decorrência dessa variação cambial.

Outra dificuldade relativa à legislação que regula o setor está relacionada ao crescimento das empresas e explica, de certa forma, o porque do setor ser dominado por micro e pequenas companhias. "A legislação sanitária impõe tantas exigências que impede que se tenha uma grande rede como no setor de drogarias. Ela obriga que toda farmácia tenha um laboratório, por exemplo, o que dificulta que haja uma escala maior", diz Fiaschetti.

Apesar de essa questão de fato dificultar, o principal problema para o crescimento do setor parece estar mais ligado ao perfil dos empresários que atuam nele. Como se vê no gráfico ao lado, 84% deles são farmacêuticos. "Para o mercado crescer falta uma gestão mais empresarial", afirma o diretor da Consulfarma, maior congresso do setor, Neto Montagnini. "A dificuldade do segmento é essa, que o farmacêutico se interessa por assuntos médicos, mas não por assuntos ligados a gestão. Deveria haver mais executivos trabalhando no setor", afirma.

Mesmo diante desses inibidores algumas redes têm feito um esforço grande para conseguir expandir os negócios. É o caso da Farmatec, localizada em Porto Alegre (RS), que em outubro próximo inaugurará sua segunda unidade. A meta é abrir mais quatro lojas até 2020 e começar a atuar pelo formato de franquias.

Em relação às dificuldades impostas pela lei, a dona da empresa, Christine Rachalle, não enxerga nelas um problema. "Você pode centralizar boa parte das atividades. Se tiver um lugar grande que centralize a produção, você consegue expandir, já que para abrir um laboratório pequeno os custos não são tão altos", afirma, completando que, em linha com isso, a segunda unidade terá cerca de 500 metros quadrados, e deve comportar mais de 30 funcionários.

Sobre o faturamento no ano passado, a empresária diz ter vendido cerca de R$ 1,7 milhão, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior.




What's News: A Teva Pharmaceutical

19/07/2016 - Valor Econômico


A Teva Pharmaceutical, farmacêutica de Israel, concluiu ontem um dos maiores acordos de dívida corporativa do ano, com a venda de US$ 15 bilhões em títulos. A empresa, a maior fabricante de genéricos do mundo, espera usar o dinheiro para financiar a compra da divisão de medicamentos genéricos da irlandesa Allergan por quase US$ 40 bilhões, anunciada em julho de 2015. Após um recuo dos temores de uma recessão, a dívida corporativa com grau de investimento tem atraído grande interesse dos investidores.




Radical na descoberta

19/07/2016 - Revista Valor Inovação


Vital para o setor farmacêutico, a inovação é o diferencia] com que as empresas contam para manter-se atualizadas e competitivas em um mercado caracterizado por constante renovação e lançamento de novos produtos. O processo de criação de um medicamento é longo, complexo e caro. Colocar uma nova medicação no mercado pode levar 15 anos, com custo médio de USS 1,5 bilhão, de acordo com Cristiano Guimarães, diretor de inovação radical dos Laboratórios Aché.

No ano passado, 22,2% das empresas farmacêuticas instaladas no Brasil aumentaram os investimentos em inovação, enquanto 44,4% não alteraram e 33,3% diminuíram o volume cle recursos conforme dados da pesquisa Valor Inovação Brasil. Dos nove laboratórios farmacêuticos presentes no ranking geral, 77,8% destinaram mais do que 5% do faturamento a inovação, enquanto 11,5% aplicaram um valor entre 4% e 5% da receita de vendas. A maior parte mantém parcerias com instituições de pesquisa. Depois da indústria petroquímica, o setor farmacêutico é o que mais utiliza esse tipo de colaboração para promover P&D - 89% dos laboratórios afirmam adotara estratégia.

As inovações farmacêuticas podem ser radicais e consistem em descobrir moléculas e desenvolver princípios ativos, inéditos no mundo, ou incrementais, quando os laboratórios desenvolvem novas apresentações, associações, formulações ou indicações já existentes no país ou introduzem no mercado brasileiro princípios ativos já existentes em outros países.

Exemplo de inovação radical é o anti-inflamatório Acheflan, do Aché, produzido a partir do extrato de uma planta da Mata Atlântica, a Cordia verbenacea DC, e lançado em 2005, que levou 15 anos para ser desenvolvido. Entre os produtos de 2015, está uma inovação incremental, o Donila Duo, indicado para tratamento do mal de Alzheimer e criado com a associação inédita de duas substâncias - donepezila e memantina.

No posto de empresa mais inovadora do setor farmacêutico e 17a. no ranking geral do anuário, o Aché aposta em P&D como diferencial para se internacionalizar. A empresa já exporta para América Latina, Africa e Japão, mas quer alcançar mercados da Europa, Ásia e América do Norte com produtos inovadores, como o Donila Duo.

Para isso, busca associação com empresas internacionais, como a Ferring Pharmaceuticals, com a qual vai construir em parceria um laboratório para inovação incremental, que ficará pronto em 2017, dentro do complexo da empresa em Guarulhos, na Grande São Paulo. Entre os projetos mais avançados, para os quais o Aché busca parceiros internacionais, está um fitoterápico oral para tratamento de vitiligo e um medicamento sintético para ansiedade.

Com capital 100% nacional criada em 1966, o laboratório Aché conta com quatro complexos industriais em Guarulhos (SP), São Paulo (SP), Londrina (PR) e Anápolis (GO). Com receita líquida de R$ 2,3 bilhões no ano passado, 9,3% superior a 2014, a empresa acumula um portfólio de 316 marcas em 762 apresentações. Também atua na área de dermocosméticos e nutracêuticos. Desde 2012, opera com biotecnologia, por meio da Bionovis, joint-venture que compartilha com a União Química, Hypermarcas e EMS.

O Aché lançou 25 produtos no mercado nacional no ano passado e prevê outros 25 para 2016. "Este é o momento mais inovador do Aché", diz Cristiano Guimarães. A empresa montou em 2015 um núcleo composto por cinco diretorias envolvidas em inovação para dar maior agilidade à renovação do portfólio e ao lançamento cie novos medicamentos.

Um dos frutos do trabalho desse núcleo foi a criação do Laboratório de Design e Síntese Molecular, inaugurado em novembro de 2015, dentro do novo Centro de Inovação Radical da empresa, em Guarulhos. E lá que o Aché vai desenvolver moléculas-sondas para o Structural Genomics Consortium (SGC), parceria internacional entre universidades, governos e indústrias para acelerar o desenvolvimento de novos remédios, na qual ingressou em abril de 2016.

Segunda colocada no ranking do setor e na 38a. posição do ranking geral, a Janssen, empresa farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, definiu cinco áreas como foco de estratégia global de inovação: oncologia e hematologia, imunologia, neurociências, doenças infecciosas e vacinas e cardiovascular e metabolismo. No Brasil, a empresa já lançou nove medicamentos nessas áreas desde 2012 e, até 2019, pretende lançar outros dez produtos e 40 novas extensões de linhas ou indicações terapêuticas de produtos já aprovados. Em 2015, foram lançados quatro produtos - para hepatite C, leucemia linfoide crônica, doença de Castleman multicêntrica e diabetes tipo 2.

Em 2015, a empresa investiu mundialmente U$S 6,8 bilhões em P&D, correspondentes a 21,7% das vendas. No Brasil, a equipe especializada em HIV, hepatite C, esquizofrenia, artrite reumatoide, psoríase, câncer de próstata, mielomas e Iinfomas testa em estudos clínicos os ativos criados no exterior. Em 2015, a empresa coordenou 48 projetos no país, em parceria com 723 instituições de pesquisa.

O modelo de inovação da Janssen combina desenvolvimento interno com parceria externa, promovida nos cinco "inovation centers", centros de incubação de novas empresas e projetos de negócios para gerar inovação, localizados nos Estados Unidos, Inglaterra e China. Alguns desses projetos são brasileiros. "São empresas iniciantes, que não teriam capacidade para desenvolver o trabalho", diz Bruno Costa Gabriel, presidente da Janssen Brasil.

Com 89 patentes concedidas e mais de 300 produtos licenciados no exterior, dos quais 80% sob titularidade própria e 20% de parceiros, o Laboratório Cristália destina 8% do faturamento a P&D e inovação. Entre 2011 e 2015, a receita de vendas dobrou, para RS 1,6 bilhão, incluindo exportações para América Latina, Africa e Oriente Médio.

A expectativa é aumentaras exportações, de 7% para 15% do faturamento total, com novos produtos exclusivos. Entre eles, um hormônio de crescimento humano e uma versão do princípio ativo colagenase, utilizado na fabricação de pomadas para queimaduras, criada pelo Cristália por meio de cultura vegetal e não animal, o que o toma livre de contágio do mal da vaca louca.

"A maioria dos laboratórios nacionais trabalha com genéricos, opção que não Fizemos. Decidimos trabalhar em produtos com características diferenciadas e exclusivos em determinados nichos", diz o médico psiquiatra Ogari Pacheco, presidente e fundador da empresa. A estratégia é reforçada por parcerias com universidades e entidades de pesquisa brasileiras e instituições internacionais. A empresa atua na área hospitalar e farma, com produtos para disfunção erétil, esquizofrenia, distúrbio bipolar e depressão, com ênfase na dor, inflamação, dermatologia e ginecologia.

Terceiro no ranking de em presas farmacêuticas mais inovadoras e 43°. no ranking geral, o Cristália produz 53% dos princípios ativos que utiliza e já desenvolveu cerca de 200 medicamentos e 400 apresentações farmacêuticas inovadoras no complexo industrial em Itapira (SP). De capital 100% nacional, o laboratório é responsável pela produção do primeiro medicamento totalmente desenvolvido no Brasil, o Helleva, para disfunção erétil, lançado em 2007. "A ideia é fabricar os produtos mais complexos, de maior valor agregado, e importar os mais simples", diz Pacheco.

A Biolab Sanus, por sua vez, começou, 19 anos atrás, fabricando medicamentos similares, aqueles que contêm os mesmos princípios ativos e características dos produtos de referência registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nos últimos dez anos, passou a fabricar medicamentos inovadores, responsáveis por 50% do faturamento. "Produzimos mais do que uma molécula por ano, com desenvolvimento próprio ou de parceiros", diz Cleiton de Castro Marques, CEO da Biolab.

As primeiras inovações foram incrementais, como o medicamento Vonau, para prevenção de náusea e vômito, desenvolvido em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP) e lançado em 2008. Com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criou uma plataforma de nanotecnologia que resultou em um dermocosmético específico para proteção solar após procedimentos médicos, lançado em 2009, e o primeiro nanoanestésico tópico do mundo, submetido a apreciação da Anvisa no final de 2015.

O laboratório, que emprega 7% do faturamento em P&D, dedica-se agora também a inovações radicais. A primeira molécula que desenvolveu, o antifúngico dapaconazol, lançado em 2015 e submetido a registro na Anvisa na forma da pomada Zilt,já é patenteado em vários países. O principal mercado visado, segundo Marques, é de antifúngico injetáveis, que movimenta US$ 15 bilhões. A formulação está em fase de estudos clínicos. A Biolab vai inaugurar neste ano um centro de pesquisas em Toronto (Canadá), para adequar os produtos aos padrões do Food and Drug Administration (FDA) e da European Medicines Agency(EMEA).

Quinta entre as mais inovadoras do setor e 48a no ranking geral, a Sanofi investiu, em 2015, 14 milhões de euros em pesquisa clínica no Brasil. São 56 estudos, 30 dos quais para medicamentos biológicos. No munclo todo, o grupo destinou no ano passado 14% do faturamento líquido, de 5 bilhões de euros, para P&D, sendo que mais de 20% do faturamento no país veio de lançamentos de novos medicamentos, segundo Eduardo Novaes, diretor de "business support" do grupo Sanofi no Brasil.

Entre os produtos que o Sanofi está trazendo para o Brasil está a primeira vacina do mundo contra a dengue, q ue levou mais de 20 anos para ser desenvolvida, já lançada no México e Filipinas e em análise pela Anvisa. Até 2018, o Sanofi pretende lançar mais quatro produtos no Brasil.

PF descobre fraude em tratamento de Parkinson

19/07/2016 - O Globo


-SÃO PAULO- Uma operação realizada ontem pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal desarticulou um esquema criminoso de desvio de recursos públicos na compra de equipamentos médicos para pacientes que sofrem do Mal de Parkinson. A investigação revelou o envolvimento de servidores do Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, na aquisição de materiais superfaturados. O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 13,5 milhões. Segundo agentes, mais de 80 pacientes deixaram de ser atendidos por conta do esquema.

Na operação, batizada de Dopamina, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão no Rio, em São Paulo e em Piracicaba, no interior paulista, além de quatro mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a depor. Segundo as investigações, um médico cirurgião do hospital, Erich Fonoff, em conluio com o administrador do setor, Waldomiro Pazin, orientava pacientes a ingressarem com ações na Justiça para a obtenção de liminares, indicando a urgência da cirurgia para a realização do implante. A procuradora Thaméa Danelon e o delegado Milton Fornazzari Jr. explicaram que em nenhum desses casos havia urgência.

Uma vez concedida a ordem judicial, o equipamento necessário (marcapasso e eletrodos) era adquirido sem licitação, de um único fornecedor, a Dabasons, que, segundo as investigações, remuneraria o médico e o administrador por meio de serviços de consultoria falsamente prestados.

O esquema funcionou entre 2009 e 2014. Foram realizadas, com ordem judicial, 154 cirurgias de implante para tratamento de Parkinson com recursos do SUS. Com licitação, cada implante custava R$ 27 mil. Sem licitação, com o equipamento sempre fornecido pela mesma empresa, os mesmos eletrodos e marcapassos eram vendidos por R$ 114 mil, ou seja, quatro vezes mais. A denúncia teria partido de uma empresa americana, fornecedora de materiais para o Hospital das Clínicas.

Se todas as compras fossem feitas com licitação e sem o sobrepreço, poderiam ter sido feitas 400 cirurgias.

— É importante frisar o valor do superfaturamento. Embora não seja tão expressivo, comparando-se aos da Lava-Jato, eles (médicos) foram muito mais gananciosos. Na Lava-Jato, o valor encontrado em superfaturamentos era de 30%. Nesse caso constata-se que está em torno de 300% — afirmou Danelon.

Em nota, a assessoria de imprensa do Hospital das Clínicas informou que, desde fevereiro, colabora com o MPF na apuração do caso. A advogada da Dabasons, Luísa Ferreira, informou que a empresa “não vende nem nunca vendeu equipamentos superfaturados” e que “o preço praticado pela empresa era o de mercado”. O advogado de Pazin, Antônio Paulo, informou que ainda irá se inteirar sobre as acusações para se pronunciar. No consultório de Fonoff, a secretária informou que ninguém irá comentar.




Cuba reivindica reajuste por sua participação no Mais Médicos

19/07/2016 - O Globo


-BRASÍLIA- País que mais destina profissionais ao programa Mais Médicos, Cuba está pleiteando um reajuste dos valores pagos pelo governo brasileiro. Atualmente, um médico recebe R$ 10.513 por mês para atuar no programa. No caso dos cubanos, o governo da ilha embolsa a maior parte do dinheiro, o que representa uma importante fonte de receita. Porém, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, não há definição ainda sobre aumento nos repasses para Cuba.

Na semana passada, a viceministra de Saúde Pública de Cuba, Marcia Cobas Ruiz, esteve em Brasília para tratar do tema. Ele se encontrou com representantes do Ministério da Saúde do Brasil; da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que faz a intermediação entre os governos dos dois países; do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems); e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que congrega as secretarias estaduais.

Segundo o Conasems, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, disse que reajustes precisarão ser analisados em função do orçamento da pasta. De acordo com o presidente do Conselho, Mauro Junqueira, secretário de Saúde de São Lourenço (MG), foi criado um grupo de trabalho para tratar da questão do reajuste. Participam do grupo representantes da Opas e dos governos brasileiro e cubano, com acompanhamento do Conass e do Conasems.

— Pediram (os representantes de Cuba) para abrir negociação para um reajuste. Esse grupo vai acompanhar essa negociação — disse Junqueira.

De acordo com o Conasems, a vice-ministra cubana reiterou a intenção de continuar com a cooperação com o Brasil, mas fez reivindicações. Entre elas, o reajuste dos valores pagos por profissional, em especial aqueles que trabalham em áreas isoladas e de maior risco. Este ano termina o contrato de três anos de parte dos médicos cubanos. Segundo o Conasems, Marcia Cobas disse que o contrato deles não será renovado, mas, em compensação, virão outros profissionais para substituí-los. A troca ocorrerá a partir de novembro, após a Olimpíada do Rio e as eleições municipais.

— Ficou claro que (os médicos que estão voltando para Cuba) serão substituídos — disse Junqueira.


PROGRAMA LANÇADO EM 2013


Apesar disso, há preocupação nas prefeituras em relação ao tempo necessário para a substituição — alguns municípios poderão ficar temporariamente sem alguns de seus médicos. O Ministério da Saúde informou que as vagas desocupadas serão repostas e que há a previsão de 500 novos médicos cubanos chegarem ao Brasil esta semana para repor colegas que deixaram o programa.

O Mais Médicos foi lançado em julho de 2013, pagando R$ 10 mil por cada médico. Desde então, houve pequenos reajustes, chegando-se aos atuais R$ 10.513. No começo, o programa sofreu boicote de parte da classe médica brasileira. Assim, predominaram os profissionais estrangeiros, principalmente cubanos. Nos editais mais recentes, aumentou o interesse dos brasileiros, mas os médicos de Cuba ainda são maioria. Os últimos números do Ministério da Saúde indicam que eles são 11.400, de um total de 18.240 profissionais.




Fraude nas Clínicas dá prejuízo de até R$ 18 mi

19/07/2016 - O Estado de S.Paulo


O delegado da Polícia Federal Milton Fornazari Junior afirmou nesta segunda-feira, 18, que houve um superfaturamento de cerca de R$ 90 mil em cada cirurgia investigada pela Operação Dopanima. A investigação da PF e do Ministério Público Federal apura fraudes na compra de equipamentos por servidores do Hospital das Clínicas de São Paulo para implante em pacientes com o Mal de Parkinson.

O médico-cirurgião Erich Fonoff e o diretor administrativo do setor de Neurocirurgia, Waldomiro Pazin, ambos do HC de São Paulo, maior complexo hospitalar da América Latina, teriam induzido pacientes a entrar com ações na Justiça para conseguirem cirurgias de implante com urgência.

A investigação aponta que uma vez concedida a ordem judicial, o equipamento necessário (marca-passo e eletrodos) era adquirido sem licitação, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), de uma mesma empresa que teria remunerado o médico e o administrador, pela exclusividade obtida, por meio de serviços de consultoria falsamente prestados pelo médico à empresa.

“De 2009 a 2014 não houve licitação no Hospital das Clínicas para aquisição desse material e 82 pessoas deixaram de ser atendidas, deixaram de ter sua cirurgias em favor daqueles que entraram com ações judiciais”, afirma o delegado da PF.

Milton Fornazari Júnior apontou que o médico e o diretor administrativo teriam ‘vínculo comercial’ com fornecedores e com representante comercial da empresa. O esquema teria funcionado entre 2009 e 2014.

“Os equipamentos custavam em torno de R$ 20 mil. Com o superfaturamento e a dispensa da licitação, os equipamentos passavam a custar cerca de R$ 115 mil. Havia um superfaturamento de cerca de R$ 90 mil em cada cirurgia. Foram cerca de 200 cirurgias, tem-se o valor aproximado de superfaturamento e fraude detectado na investigação de R$ 18 milhões”, afirmou.




Doente? Procure o doutor Google

18/07/2016 - Carta Capital


O advento da internet trouxe uma série de novos hábitos, entre eles o de checar os primeiros sintomas de uma possível doença para tentar um diagnóstico antes mesmo da consulta médica. Um hábito pouco recomendável, certamente, mas bastante difundido. O problema vai além do auto-diagnóstico, principalmente quando fica complicado saber quais dos sites consultados são confiáveis. É isso o que o Google pretende resolver ao oferecer u m d i agnóstico confiável com base nos sintomas digitados na sua ferramenta de buscas.

De acordo com a empresa, aproximadamente 1% das buscas está ligado a possíveis sintomas de doenças. Considerando-se cerca de 50 mil buscas por segundo, são 500 pessoas a cada momento à procura de u ma explicação para seus males. O Google cita o exemplo da busca de interpretação para a "dor de cabeça de um lado só". A página encontrada apresenta diferentes condições possíveis relacionadas ao desconforto e tenta estabelecer se é uma simples dor de cabeça, enxaqueca ou resfriado.

Além disso, os resultados também apontarão possíveis alternativas para uma solução imediata, além de sugerir a procura de um médico se o sistema julgar que os sintomas exigem muito mais que a prescrição de um analgésico. No caso da sugestão de alternativas para a automedicação parecer temerária, convém saber que os resultados da busca são fruto de uma colaboração entre médicos da Clínica Mayo e da Universidade de Harvard, que disponibilizaram uma base de dados com sintomas verificados em consultas. O sistema recebe os resultados já oferecidos normalmente, mas confronta a sintomatologia apresentada com o sugerido pela base de dados e só depois oferece os novos resultados "qualificados".

O procedimento, segundo o Google, evita erros, mas não substitui uma consulta médica e uma checagem da condição física do usuário por um especialista. Esses novos resultados devem começar a aparecer primeiro em inglês e depois em outras línguas nos próximos meses. A ideia é aumentar a quantidade de sintomas disponíveis na base de dados.




O bem-estar em cinco passos

18/07/2016 - Carta Capital


O custo de ficar saudável é barato. Pelo menos evitar doenças crônicas e fatais está ao alcance de todos. Esta era a conclusão de um estudo muito extenso realizado pelo Departamento de Saúde do governo dos Estados Unidos, publicado em 1982. Trinta e quatro anos depois, e milhões de dólares gastos em mais pesquisas e medicamentos novos, as conclusões continuam as mesmas.

Para se evitarem doenças crônicas graves, os mel hores passos a serem adotados resumem-se a meros cinco: não fumar, fazer exercício físico regular e adequado, evitar bebidas alcoólicas ou as consumir em quantidades pequenas, manter peso e índice de massa corpórea normal e, finalmente, dormir sete horas ou mais por dia.

A primeira pesquisa, realizada no fim da década de 70 por um time de epidemiologistas liderados pelo doutor D. L. Wingard, foi um marco para orientaras autoridades de saúde e as sociedades médicas para o rumo das políticas de saúde e das recomendações para uma vida saudável. Trinta anos depois, foi a vez do estudo por dr. Yong Liu, do Centro de Controle de Doenças (CDC), também nos EUA, para ver quão eficientes foram as medidas tomadas sobre o comportamento da população americana.

A recente publicação dos resultados na revista Prevention of Chronic Diseases é, no mínimo, curiosa. Os cientistas do CDC avaliaram mais de 400 mil americanos de todos os estados da União, mais de 80% eram não fumantes (nunca fumaram ou já haviam abandonado o cigarro na época do estudo). Quase a metade (50,4%) se exercitava de forma adequada e regular. Mais de 37% dos adultos pesquisados afirmaram que regularmente dormiam menos que sete horas por noite e consumiam elevadas quantias de bebidas alcoólicas. Somente um terço dos voluntários tinha peso adequado.

0 bom lado dessa pesquisa é que somente 1.4% das pessoas não tinha nenhum dos hábitos recomendados. A má notícia é que apenas 6,3% da população havia efetivamente adaptado as cinco recomendações. Os grupos com maior probabilidade de adotar os cinco hábitos são as mulheres, os idosos com mais de 65 anos, as pessoas com educação superior e os asiáticos. Ao mesmo tempo, a maioria das pessoas regularmente com os cinco hábitos saudáveis se concentrava nos estados do Oeste norte-americano. Os piores resultados estavam no estados centrais e ao Sudeste dos EUA.

Cientistas recomendam que as medidas adotadas até a presente data teriam de ser reavaliadas e novas orientações mais específicas e eficientes deveriam ser implementadas para aumentar a adesão da população aos hábitos simples e saudáveis e diminuir a disparidade entre cidades, estados e regiões do mesmo país. Sugerem intensa colaboração entre sistemas de saúde, comunidades, locais de trabalho e escolas, que poderiam promover mudanças de hábitos na população, principalmente entre as camadas menos favorecidas da sociedade.

O mesmo é verdade para o Brasil. E mais barato e eficiente evitar doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, câncer, infarto e derrame, do que tratá-las.




Relator da PEC afirma que repasse ao SUS pode cair

19/07/2016 - Valor Econômico


Em parecer prévio, o relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento do gasto público, deputado Danilo Forte (PSB-CE), concluiu que a medida pode resultar em redução dos repasses para o Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o governo é obrigado a destinar um percentual da chamada Receita Corrente Líquida (RCL) para a saúde.

Pela PEC do governo interino de Michel Temer, os gastos de saúde e educação deixariam de ser calculados com base na RCL e passariam a ter um piso corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Como a perspectiva da equipe econômica é de crescimento econômico e queda da inflação, os recursos para essas áreas seriam menores no longo prazo se comparados com a regra atual.

"Com o crescimento das taxas de desemprego e da própria queda da renda, a tendência é de um número ainda maior de pessoas a buscarem o SUS. A contenção de gastos na saúde, portanto, poderá reduzir ou interromper serviços", explica o relator da PEC ainda em análise pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Forte é da base do governo. Mas a oposição também critica a proposta, alegando que haverá redução nos recursos para saúde e educação.

Técnicos do Orçamento do Congresso têm a mesma avaliação. Com a queda gradual da destinação para a saúde, o governo, segundo eles, teria espaço para destinar verba para outras áreas sem comprometer o piso de aplicação na saúde.

Em 2017, com ou sem a aprovação da PEC, os recursos destinados para a saúde devem ficar no mesmo patamar, pois o governo federal já faz investimentos acima do limite mínimo exigido pela Constituição. Atualmente, o governo gasta algo em torno de 16% RCL, sendo que o mínimo programado para o próximo ano é de 13,7%.

A diferença entre as duas regras aparecia no médio prazo. Pela modelo atual, o crescimento da economia impactaria diretamente no aumento RCL, o que se refletiria numa expansão dos recursos para a saúde. Mas, com a regra prevista na PEC, não haverá um aumento real do orçamento da área. Assim, haveria uma defasagem cada fez maior entre o "piso provisório", que será instituído caso a PEC seja aprovada, e o permanente, o mínimo de aplicação exigido pela Constituição.

Simulação comparando as regras vigentes com a da PEC no período de 2010 a 2016 mostra que, pelas regras atuais, o desembolso na Saúde seria bem maior.




Planos de saúde.

19/07/2016 - Valor Econômico


Quase 1,9 milhão de pessoas perderam o plano de saúde no último ano e meio - período em que houve aumento expressivo na taxa de desemprego no país. Em junho, o setor tinha 48,5 milhões de usuários de convênios médicos, praticamente estável (queda de 0,2%) em relação a maio, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, a perda é de 1,6 milhão de contratos, queda de 3,1%. Na lista das 10 maiores operadoras e seguradoras de saúde, somente a Hapvida e a Unimed-BH registraram aumento no número de usuários entre junho e maio deste ano. Ainda assim, foram variações pequenas. A maior queda foi verificada na carteira da Unimed-Rio que passa por sérios problemas financeiros.




Médicos cubanos serão substituídos após eleições

19/07/2016 - Folha de S.Paulo


Próximo do fim do prazo inicial de três anos para participação no Mais Médicos, profissionais cubanos que chegaram ao Brasil em 2013 serão mantidos por mais quatro meses devido às eleições municipais. Em seguida, devem ser substituídos.

A decisão, que contraria tentativas recentes do governo em mantê-los por mais três anos, foi definida após reunião entre o Ministério da Saúde,o governo de Cuba e a Opas (Organização Pan Americana de Saúde).

A medida vale para os médicos cubanos que vieram ao país nos dois primeiros ciclos de inscrições, e cujos contratos terminam entre julho e outubro deste ano.A estimativa é que cerca de 2.400 médicos ocupem essas vagas.

Ao todo, 18.240 médicos atuam no Mais Médicos — destes, 11.429 são cubanos, 1.537 são formados no exterior e o restante, brasileiros.

Em abril, a presidente Dilma Rousseff chegou a editar medida provisória, hoje em discussão no Congresso, que prorrogava a participação dos cubanos por mais três anos.

Agora, a ideia é que essa prorrogação ocorra só até novembro, para que não haja falta de médicos durante as Olimpíadas e em meio às eleições municipais.

Em seguida,eles devem ser substituídos, segundo a Opas, que diz que a “troca” segue o acordo de cooperação “que exige o retorno deles após três anos atuando fora do próprio território.” Na reunião, o governo cubano sinalizou que não pretende mantê-los por mais tempo do que o previsto.

Já o Ministério da Saúde evita comentar a eventual substituição e diz que a reposição das vagas será alvo de novas negociações.

Neste mês,a pasta voltou a se posicionar a favor da prorrogação por mais três anos.A proposta,porém,ainda deve passar por análise da Câmara e do Senado.

O ministro Ricardo Barros tem afirmado que quer estimular a participação de médicos brasileiros, sem citar como. Nos bastidores,a avaliação é que isso poderia ser feito com novo edital.

Mauro Junqueira, presidente do Conasems, que reúne secretários municipais de Saúde, diz que a prorrogação responde a pedido das prefeituras, que temiam transtornos e desassistência emmeio às eleições.“São médicos que já tem um vínculo [com a população]”, afirma.


‘MAIS’ MAIS MÉDICOS


Em nota, o ministério informa que a manutenção do Mais Médicos “está assegurada” e que não haverá desassistência aos municípios.

“É um compromisso do ministro da Saúde,Ricardo Barros, fortalecer a participação dos brasileiros no Mais Médicos e, enquanto houver necessidade e vagas a serem preenchidas, manter o convênio com a Opas para o provimento de médicos no país.” A Opas diz que os governos brasileiro e cubano “têm manifestado total interesse em continuar com a cooperação internacional triangulada pela Opas/OMS”.




Investigação aponta fraude em compras para cirurgias no HC

19/07/2016 - Folha de S.Paulo


A Polícia Federal realizou nesta segunda (18) uma operação como Ministério Público Federal em São Paulo para desarticular um esquema de desvio de recursos públicos na compra de equipamentos para implante em pacientes com o mal de Parkinson.

As fraudes aconteciam no Hospital das Clínicas.

De acordo com as investigações, pacientes com a doença eram orientados por um neurocirurgião e um diretor do hospital a procurarem a Justiça para conseguirem marcapassos cerebrais.

Com decisões judiciais, o hospital —gerido pela USP e pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB)— adquiria equipamentos sema necessidade de licitação, com preços até quatro vezes mais altos.

Foram alvos de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor e depois liberado) o diretor administrativo do setor de neurocirurgia do hospital, Waldomiro Pazin,o cirurgião Erich Fonoff —responsável por 75% das cirurgias investigadas—, Vitor Dabbah,dono da empresa Dabasons, que importava equipamentos,e Sandra Ferraz, funcionária da empresa.

Os beneficiados com as decisões tinham quadros semelhantes ou até menos graves que outras pessoas que estavam na fila da cirurgia, segundo as investigações.

O esquema funcionou entre 2009 e 2014, quando foram realizadas, com ordem judicial, 154 cirurgias de implante para tratamento de Parkinson com recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).Nesse período, não houve licitação para compra de marcapassos de maneira regular e 82 pessoas na fila não conseguiram a operação.

Segundo o MPF, cada marcapasso deveria custar cerca de R$ 27 mil com licitação, mas saía a R$ 117 mil sem o certame.Comas 154 cirurgias, o prejuízo para o SUS passa dos R$ 13 milhões. Para a PF, o dano aos cofres públicos pode chegar aos R$ 18 milhões —no total, há cerca de 200 cirurgias investigadas.

Segundo as investigações, Erich Fonoff recebia notas fiscais da Dabasons por prestação de serviços, que podem indicar o recebimento de propina.

Além disso, era ele o responsável por emitir laudos anexados aos processos que iam para decisão do juiz.


FORA DE FOCO


Os pacientes eram orientados a procurar a Justiça em suas cidades ou Estados natais, segundo a procuradora da República Thaméa Danelon, “porque seria um modo de não concentrar tudo no Estado de São Paulo, para não ficar muito à vista”.

Segundo a polícia, se as compras fossem feitas corretamente, poderiam ter sido feitas 600 cirurgias. Não há indícios de que os pacientes soubessem das fraudes.

De acordo com o delegado Milton Fornazari Junior,da PF, as irregularidades só pararam em 2014 porque uma fornecedora de materiais americana apontou a irregularidade.

As fraudes chamam atenção pela ganância, diz Danelon:“Por exemplo,na Lava Jato,o valor do superfaturamento era em torno de 30%. Nesse caso, constata-se que está em torno de 300%”.

“A corrupção ocorreu no âmbito da saúde, que é considerada uma das corrupções mais graves, por causa das consequências que afetam pessoas que estão em extrema vulnerabilidade”, afirma.




Suspeitos negam envolvimento em irregularidades

19/07/2016 - Folha de S.Paulo


O Hospital das Clínicas, da USP e do governo do Estado, informou que colabora com as investigações desde fevereiro, que forneceu todos os documentos e informações solicitadas e que vai apurar possíveis irregularidades.

O advogado de Waldomiro Pazin, Paulo Azevedo Marques, afirmou que só vai se pronunciar após ter acesso aos detalhes da investigação.

A defesa de Erich Fonoff afirma que ele “mantém relacionamento técnico e científico com diversas empresas”, masque“nunca deteve poder para influenciar o processo de compra de equipamentos”.

A defesa da Dabasons disse que “a empresa não vende produtos superfaturados”, e que aguarda o acesso ao conteúdo das investigações para realizar sindicância interna.




Esquema é mais um tentáculo da chamada ‘máfia das próteses’

19/07/2016 - Folha de S.Paulo


O esquema desvendado no Hospital das Clínicas de São Paulo é mais um dos tentáculos da “máfia das próteses”, uma organização que envolve médicos, funcionários de hospitais e empresas de dispositivos de saúde e que já é alvo de três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).

Entre os crimes estão desde fraudes e compras superfaturadas, o que lesa o SUS e os planos de saúde, até cirurgias desnecessárias.

Desde o início de 2015, ao menos 17 empresas estão sob investigação e dez pessoas foram indiciadas em Minas,Rio, Santa Catarina e São Paulo.

Só em Montes Claros (MG), três cardiologistas foram presos sob acusação de crimes como receber propinas sobre equipamentos médicos comprados com verbas do SUS.

O mercado dos implantes (como marcapassos e pinos e parafusos para cirurgias ortopédicas) movimenta no país cerca de R$ 12 bilhões ao ano.

Um dos “modus operandi” dessas organizações criminosas é estimular que pacientes busquem na Justiça remédios e outros dispositivos.

Essas decisões judiciais obrigam que a União, os Estados e os municípios façam compras sem licitação, pagando muito mais caro.

Todos têm o direito de ir à Justiça por remédios e tratamentos não oferecidos, mas os orçamentos são finitos e cada vez menores (no âmbito federal, a previsão é de R$ 24 bilhões a menos).

Estudos apontam que a judicialização aumenta a iniquidade na saúde, já que quem recorre à Justiça possui mais recursos —quase 70% das ações vêm de advogados e médicos particulares.

Em SP,o custo da judicialização na saúde deve chegar a R$1,2 bilhão em 2016. Segundo o secretário, David Uip, ao menos R$240 milhões podem ser resultado de golpes.

Um dos caminhos para evitar fraudes e conflitos gerados pela busca da Justiça é o governo definir quais medicamentos e tratamentos devem ser oferecidos pelo SUS, como ocorre em outros países. A Constituição estipula que a saúde é direito de todos e dever do Estado, mas não diz que haverá recursos infinitos para dar tudo para todos.




Prevenção e alerta contra a Aids

18/07/2016 - IstoÉ Online


Uma boa notícia para o controle da Aids acaba de ser divulgada na África do Sul, onde se realiza a 21ª Conferência Internacional sobre a doença. O uso constante de um anel vaginal que libera a dapavirina – droga anti-HIV – reduziu em pelo menos 56% o risco de infecção pelo vírus.

O índice é estatisticamente significativo e entusiasma a comunidade médica. O HIV continua avançando entre mulheres de várias regiões do mundo, em especial na África, e o novo recurso aparece como uma das armas mais promissoras para impedir essa rota de crescimento.

O estudo da eficácia do anel vaginal vem sendo coordenado pelo Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas dos Estados Unidos, instituição responsável por algumas das mais importantes pesquisas sobre a doença realizadas no mundo.

“Sabemos agora quanto o anel pode conferir de proteção”, disse Anthony Fauci, diretor do instituto. “Mas as ferramentas só funcionam se forem realmente utilizadas”, completou.

A mensagem de Fauci foi direta e oportuna. Na semana passada,a Organização das Nações Unidas divulgou um comunicado no qual alerta para o crescimento de novos casos da doença em diversos países, inclusive no Brasil. Aqui, passamos de 700 mil infectados em 2010 para 830 mil no ano passado.

Segundo a ONU, o Brasil sozinho responde por mais de 40% das novas infecções na América Latina.

Para os médicos que lidam diariamente com a doença, o panorama não surpreende. É difícil passar mais do que poucas semanas para que não vejam um caso novo.

Em geral, são jovens que não conheceram a face aterradora da doença, vista principalmente na década de 1980, quando os pacientes morriam sem que desse tempo de fazer qualquer coisa.

Hoje, com a instituição das drogas que permitiram que a Aids se tornasse uma doença crônica, é como se o HIV não assustasse mais.

É um engano terrível. Os remédios permitem sim vida mais longa aos doentes, mas também causam diversos efeitos colaterais.

Além disso, o afrouxamento na prevenção pode levar ao recrudescimento de uma epidemia que, esperava-se, estivesse controlada em 2030.




Resposta do Brasil à Aids não é exemplo, dizem especialistas

18/07/2016 - Portal Exame


A resposta brasileira à epidemia de aids não é mais um exemplo a ser seguido pelo mundo e precisa ser revista, afirmam especialistas reunidos pela Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids.

Em um documento lançado nesta segunda-feira, 18, no Brasil, e que deverá ser apresentado nesta quarta, 20, durante a Conferência Internacional de Aids, realizada na África do Sul, especialistas observam que as falhas encontradas no Brasil devem servir de alerta para outros países.

"O Brasil segue vendendo a imagem de um programa modelo. Mas como um país que exibe a marca de 12 mil mortes anuais por aids pode dizer isso?", afirma o pesquisador Veriano Terto, um dos participantes do trabalho.

"A epidemia está estabilizada em um alto patamar. Quando se olha para determinados grupos, no entanto, o que se vê é um crescimento expressivo da incidência de casos da doença." Homens que fazem sexo com homens, por exemplo, têm um risco 20 vezes maior de se contaminar.

Intitulado "Mito versos Realidade: sobre a resposta brasileira à epidemia de HIV e Aids em 2016", o documento traz análises da situação epidemiológica, social e de acesso a medicamentos. "Os textos mostram que a resposta brasileira atualmente é centrada na medicalização, menosprezando a prevenção", completa.

Para Terto, é preciso retomar as medidas que se destacaram no início do programa, quando se adotava estratégias ousadas para conseguir atingir públicos considerados mais vulneráveis.

"Com a onda conservadora, essas práticas foram deixadas de lado. Mas é preciso deixar claro que apenas testar e tratar o paciente não é suficiente."

Terto observa que não são todas as pessoas que conseguem acesso ao tratamento, que há falhas na assistência e que problemas ficam estampados pelos números da epidemia.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que uso do tratamento como ferramenta de prevenção é uma estratégia amparada nas mais recentes evidências científicas.




Câncer afeta vida sexual da mulher, mas há tratamento

19/07/2016 - R7


Receber o diagnóstico de câncer não é tarefa fácil. Depois, o tratamento é uma verdadeira batalha. No caso das mulheres, elas também precisam lidar com a sexualidade que, muitas vezes, é afetada neste período. Muitas pacientes não se sentem atraentes por causa da autoestima e, mesmo quando têm vontade de transar, podem sofrer com dores e desconforto. Em alguns casos, estes efeitos colaterais do câncer “perseguem” a mulher anos após o tratamento, mas podem ser minimizados com o acompanhamento médico.

O médico oncologista do Hospital de Câncer de Barretos Carlos Paiva explica que o câncer afeta a sexualidade das pacientes em aspectos físicos e psicológicos.

— Um fator físico importante é que, durante o tratamento, a mulher pode ter ressecamento da vagina, causando dor. Outro fator é o emocional: muitas mulheres têm depressão e baixa autoestima, por isso, a relação com o parceiro muda bastante.

Além disso, às vezes, as pacientes entram na menopausa devido à baixa nos hormônios, o que diminui a libido consideravelmente. De acordo com Paiva, mais de 70% das mulheres não têm vontade de transar, e o número pode ser ainda maior, já que apenas 5% das pacientes relatam o problema.

— [A questão] é multifatorial. A paciente pode ter baixa libido e dor na relação, por exemplo, mas poucas falam do problema. A maioria tem vergonha e acha que é normal.

Outra questão que abala bastante as pacientes é o abandono do marido ou companheiro, explicou Paiva.

— É comum os maridos largarem as esposas após o diagnóstico [do câncer].


VERGONHA E IMPORTÂNCIA DO MÉDICO


Já que as pacientes não falam, os médicos têm formas de descobrir as disfunções sexuais antes ou durante as consultas. Em alguns ambulatórios, as mulheres respondem questionários sobre diversos aspectos da vida, dando pistas aos especialistas. Já na consulta, é mais fácil para o profissional abordar o assunto e procurar soluções.


ENCARAR PROBLEMA É SOLUÇÃO


A tendência é de que essas disfunções diminuam após o tratamento e volte ao que era antes da doença, de acordo com o oncologista. Porém, às vezes, isso não acontece. Por isso, Paiva ressalta a importância de a paciente se queixar e não encarar o problema como algo sem solução.

— A disfunção sexual atrapalha a vida delas. Não é um problema banal que existe, mas não interfere na questão global. Isso é capaz de mudar a qualidade de vida.

O médico esclarece que esses fatores físicos e emocionais podem ser revertidos com aconselhamento multifuncional. Se não for possível, dá para resolvê-los de forma pontual. Caso a paciente não encontre este apoio no hospital, ela pode procurar profissionais.

— Se a paciente tiver ressecamento vaginal, por exemplo, pode-se avaliar a necessidade de usar um lubrificante. Se for efeito colateral da medicação, às vezes dá para trocar o remédio ou fazer outra associação. Caso seja baixa autoestima, ela pode se consultar com um psicológico, e assim por diante.

Para as mulheres que passaram por mastectomia, a reconstrução mamária imediata, quando possível, também ajuda a aumentar a autoestima da mulher, no caso de câncer de mama. Uma dica também é praticar atividade física, pois quem se exercita têm menos problemas com a sexualidade do que as que não praticam. Estudos mostram que se a mulher se exercita, nota-se 61% menos risco de disfunção da libido e 52% menos problemas ligados à sexualidade.

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