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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 15/07/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Falta de remédios na rede pública afeta milhões de brasileiros

14/07/2016 - Jornal da Band


Um problema crônico que se repete em todo o país: a falta de remédios na rede pública de saúde. Em São Paulo, a defensoria pública não encontrou até mesmo medicamentos para problemas simples, como dores de cabeça. A situação é ainda mais dramática para quem tem doenças graves.

Eli Lilly quer dobrar operação no Brasil até 2020

15/07/2016 - Valor Econômico


Até 2020, a farmacêutica americana Eli Lilly pretende dobrar o tamanho da operação brasileira, em número de pacientes, e alcançar a liderança nos mercados mundial e doméstico de insulinas. Para tanto, manteve-se firme no caminho da inovação increnental e radical - ao contrário de muitas de suas pares, não está avaliando oportunidades de aquisição ou fusão para impulsionar o crescimento dos negócios - e pretende chegar a 2023 tendo lançado 20 medicamentos e 25 novas indicações para produtos já existentes.

Especificamente no mercado brasileiro, a Lilly quer chegar a cerca de 2 milhões de pacientes atendidos (frente a 1,1 milhão nos últimos 12 meses) e lançar entre dois e três produtos por ano ao longo dos próximos cinco anos. Nesse intervalo, diz ao Valor o presidente da farmacêutica no Brasil, Julio Gay-Ger, a maior oportunidade de lançamento de produtos da nova onda de inovação da farmacêutica está no país.

"Depois da China, o Brasil é o mercado mais relevante entre os emergentes", diz. Presente em mais de 120 países, a companhia classifica como emergentes todos os mercados fora da Europa, Estados Unidos e Japão.

Sob a ótica da farmacêutica, o pipeline atual é um dos mais ricos de sua história, com sete medicamentos na terceira e última fase de desenvolvimento, 12 em fase dois de pesquisas e mais 19 na primeira fase. Em média, cada nova molécula consome entre US$ 800 milhões e US$ 1,3 bilhão enquanto é desenvolvida e pode levar 15 anos para chegar ao mercado.

"A Lilly é a 11ª ou 12ª maior do mundo com uma clara estratégia de investimento em inovação", ressalta o executivo. No ano passado, teve vendas líquidas de cerca de US$ 20 bilhões - mais da metade nos Estados Unidos, incluindo Porto Rico -, com lucro líquido de US$ 2,5 bilhões e US$ 4,8 bilhões aplicados em pesquisa. Parcerias com outras grandes farmacêuticas também fazem parte da tática da companhia, que em 2011, por exemplo, anunciou uma aliança com a alemã Boehringer Ingelheim na área de diabetes.

O Brasil já começou a receber medicamentos inovadores da nova safra de lançamentos. O primeiro foi o Cyramza (ramicirumabe), um anticorpo monoclonal indicado para o tratamento de câncer gástrico, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano. O segundo deve ser o Trulicity (dulaglutida), para controle glicêmico em pacientes com diabetes 2 e de uso semanal.

A área de diabetes é justamente um dos principais focos de atenção da farmacêutica, que está trabalhando para ter um portfólio completo de produtos. Um dos principais lançamentos, nesse sentido, é uma insulina análoga basal, que deve chegar ao país nos próximos anos. Hoje, a Lilly tem forte presença nas vendas de insulinas humanas no país, com liderança no Programa Farmácia Popular, e em insulinas análogas pós-refeição. "Seremos a primeira companhia com presença em todas as etapas. Essa é nossa estratégia para a liderança", conta.

Outra área de foco da companhia, oncologia concentra hoje cerca de 40% do pipeline de novos medicamentos. Em imuno-oncologia, a farmacêutica terá cinco moléculas em testes clínicos ainda em 2016 e até 11 ao fim de 2018. Neste momento, o Brasil participa de testes clínicos para uso do Cyramza em outros tipos de tumores e terá presença crescente nas pesquisas conduzidas pela multinacional, que realiza ensaios desde 1995 no país, com mais de 200 estudos desenvolvidos.

A chegada de novos medicamentos ao mercado doméstico e a expansão das vendas levaram à necessidade de novos investimentos na fábrica do Brooklin, bairro da zona sul de São Paulo. Neste momento, conta Gay-Ger, a Lilly está aplicando R$ 15 milhões em sua unidade fabril, sobretudo na área de embalagens.

Hoje, são produzidos no país o antipressivo Prozac, o Zyprexa (para esquizofrenia), o Cialis (disfunção erétil) e o Evista (para prevenção e tratamento da osteoporose). Os demais produtos são embalados no país. "Com mais pesquisa clínica, a Lilly trará mais lançamentos e isso deve gerar novos investimentos em manufatura", afirma.




CVS entra em conflito com ex-donos da rede Onofre.

15/07/2016 - Valor Econômico


Quando a CVS Health, o maior grupo de varejo farmacêutico e serviços dos Estados Unidos, entrou no país comprando a rede Onofre, da família Arede, em 2013, era a estreia da companhia em aquisições no mundo. Nunca a CVS havia decidido investir em outro mercado, além do americano, e o país serviria como espécie de praça teste para a empresa, com 9,6 mil farmácias e US$ 160 bilhões em vendas. Agora, três anos depois, o primeiro passo não saiu como planejado, segundo fontes ouvidas pelo Valor.

Nos bastidores que envolvem os primeiros anos de operação no Brasil, o aspecto central são os desentendimentos com Marcos e Ricardo Arede, netos do fundador Arlindo Arede, ambos ex-sócios da empresa e atualmente no conselho de administração da Onofre. A situação chegou a tal ponto que, no início do ano, como apurou o Valor, a CVS decidiu notificar Marcos e Ricardo sobre a abertura de um procedimento contra eles em Tribunal de Justiça Arbitral, como definido em estatuto da rede em caso de discordâncias entre as partes. Semanas antes, os irmãos já haviam notificado a intenção de abertura de procedimento contra a CVS. As ações devem ser unificadas e correm sob sigilo.

Segundo apurou o Valor, a CVS deve alegar, por exemplo, o não atendimento a determinadas leis trabalhistas. Devido à regularização de pagamento de bônus a parte dos empregados, posterior à compra, as despesas com folha de pagamentos cresceram, e isso não teria sido estimado na época da transação. O processo ainda deve tratar da existência de dívidas fiscais que teriam superado um "teto" previsto entre as partes. A CVS calcula que o desconto na compra da Onofre seria de pouco mais de R$ 100 milhões, de uma transação de cerca de R$ 600 milhões.

Já no procedimento dos ex-donos contra a CVS, o Valor apurou que a alegação é de que há pagamentos a receber da empresa americana, atrelados a créditos fiscais liquidados pela Onofre. Se esses créditos não fossem validados, eles receberiam menos, o que teria acontecido. Os Arede entendem que dados das secretarias estaduais da fazenda mostram que os créditos têm sido aprovados. Segundo fonte, os irmãos calculam que, por causa das diferenças pagas, teriam a receber até R$ 50 milhões do grupo americano.

A respeito dos procedimentos arbitrais, CVS e os ex-sócios não comentaram o assunto.

Dias atrás, começaram a circular informações no mercado sobre a hipótese até de a CVS decidir vender a Onofre no Brasil e deixar o país, algo que o controlador nega para fontes mais próximas.

A questão central é que a Onofre tem dado mais trabalho do que o previsto pelos novos donos. Para alguns interlocutores, parte dos problemas está no fato de a CVS não ter concluído a fase de "due dilligence", processo de investigação e auditoria nos números, quando adquiriu a Onofre. Fontes próximas aos Arede dizem que as diligências foram concluídas antes da compra e que foi dado prazo de 180 dias, posterior à assinatura do contrato, dando direito de a CVS rever valores, se alguma alegação fosse considerada válida.

Em meio à falta de sintonia entre as partes, um conselho de administração foi criado pela CVS para que fossem colocados como membros Marcos e Ricardo, - que têm o cargo, mas segundo fontes, o colegiado que não funciona regularmente. Os ex-sócios e o comando da CVS praticamente não tem contato e as relações são protocolares. Pouco antes da criação do conselho, em 2014, a CVS definiu uma mudança no comando da rede, com a promoção de Mario Ramos, homem de confiança da CVS, da diretoria financeira para a presidência.

Os ex-sócios deixaram a diretoria, num período em que boa parte do comando era ligado aos dois irmãos. Trocas de executivos em postos estratégicos foram feitas e uma equipe foi montada por Ramos com o aval da CVS. Uma mudança referiu-se a participação dos genéricos nas vendas, que caiu após a venda da Onofre, decisão estratégica oposta à defendida pelos antigos donos.

Quando entrou no Brasil, em 2013, a CVS adquiriu um negócio com dólar mais barato do que a cotação atual, e num período de ativos mais caros - com múltiplos entre 15 a 20 vezes o lucro antes de juros impostos, amortização e depreciação, segundo cálculos da época. Desde o ano passado, as negociações não saem por mais de 12 vezes. Teve que se inteirar da operação (num país com modelo de drogarias bem diferente do americano), mudar o comando e investir no negócio. A matriz teria feito alguns aumentos de capital na rede desde que adquiriu a operação.

Foram descartadas pelos controladores americanos, inclusive, movimentações de novas compras no país a curto prazo - a empresa chegou a ter algum interesse na Drogarias Pacheco São Paulo - em parte porque a prioridade era resolver os problemas no Brasil.

Em 2016, após quase dois anos de fechamento de lojas pequenas e deficitárias, e resultados afetados por despesas mais altas, há uma expectativa que empresa consiga crescer algo entre 15% a 20% em 2016 e atinja receita bruta de cerca de R$ 450 milhões, segundo fontes do mercado. São 47 lojas hoje, foram seis aberturas em 2016 e outras três devem ser abertas no ano. Quando foi vendida à CVS, a rede faturava também cerca de R$ 450 milhões, com 44 lojas. A empresa começou a abrir neste ano as primeiras lojas que passam a receber o logotipo que traz a cruz vermelha em formato arredondado, que remete ao coração usado pela CVS Health lá fora.




Estudo indica fim de epidemia em 3 anos

15/07/2016 - Folha de S.Paulo


Um estudo publicado na edição da revista “Science” desta quinta (14) diz que a epidemia de zika pode estar a caminho do fim e acabar de vez em três anos.

Os resultados se baseiam nos dados até o momento obtidos de transmissibilidade e de ciclo da doença —o período de infecção dura cerca de 11 dias e pode não apresentar nenhum sinal ou sintoma.

O fato de muita gente pegar a doença, que pode ser transmitida também por via sexual e transfusão sanguínea, além da picada de mosquitos aedes, pode favorecer o aparecimento do fenômeno “imunidade de rebanho”.

Na Polinésia Francesa, por exemplo, que teve um surto do vírus entre 2013 e 2014, estima-se que 66% da população tenha sido infectada.

Com boa parte das pessoas apresentando anticorpos anti zika (e é possível que qualquer brasileiro tenha tido a doença), essa imunidade de rebanho funcionaria como um escudo, dificultando que mesmo pessoas que nunca tiveram o vírus o adquiram.

Este argumento é o mesmo explorado por algumas pessoas de movimentos anti vacina, comuns nos EUA mas que também existem no Brasil. O problema é que,além de sempre haver algum risco de contágio,quando muitas pessoas confiam apenas na imunidade do rebanho, abrindo mão da própria proteção, as infecções podem encontrar caminhos e se restabelecerem.

O esperado é que a próxima grande epidemia do vírus da zika ocorra em dez anos, por causa da nova geração de pessoas que vai nascer eque ainda não estarão imunizadas contra o vírus.

Para reverter esse cenário, uma possibilidade é o uso de vacinas anti zika, ainda em desenvolvimento. Com a pressão resultante do surgimento de casos de microcefalia e outra más-formações em fetos de mães que tiveram zika, é bastante provável que nos próximos anos —ou seja, antes da provável próxima grande epidemia—as vacinas já estejam disponíveis.

Por outro lado, os autores do trabalho desta cama imprevisibilidade do surto—mesmo tratando-se de um vírus conhecido há 70 anos.

Um destes fatores de imprevisibilidade pode ser o fenômeno El Niño, que bagunça o clima no mundo,aumentando,por exemplo,a temperatura e a quantidade de chuvas na porção sul da América do Sul.

“A escalada do vírus da zika após longo período como uma doença de aparente pequena importância mostra quão pouco nós realmente entendemos sobre a distribuição global de flavivírus [família de vírus que abrange os vírus da zika e da dengue] e outras doenças transmitidas por vetores”, escrevem os autores.

As chances de permanência (endemia) da zika dependem também da capacidade de o vírus sobreviver em animais que não o homem —estudos brasileiros em macacos mostraram que esse ciclo silvestre é factível no país.

Mesmo com a dificuldade de prever pandemias, os autores dizem que é possível melhorar a velocidade para detectar doenças e dar uma resposta a elas.




Combinado de drogas e álcool pode ser fatal para o coração

14/07/2016 - G1 - Jornal Hoje


Estudo do Instituto Dante Pazanezze, em São Paulo, referência no tratamento de doenças cardíacas, mostrou que o uso combinado de drogas e álcool pode ser fatal para o coração, principalmente de pessoas jovens. Cardiologistas estudaram os casos de infartos em pessoas com menos de 40 anos e descobriram que 25% deles estão ligados ao consumo de cocaína.

Hoje o vendedor Anderson Lima malha, prefere comidas saudáveis, bebe pouco. Tudo ao contrário do que fazia há quatro anos: “Eu fazia bastante combinação com vodca, com uísque, com bebida destilada, cocaína. Eu cheguei, em alguns momentos, a usar lança-perfume também e tive alguns episódios de arritmia cardíaca, problema com pressão arterial”.

Ele foi ao médico e ouviu que, se não mudasse de vida, ia acabar morrendo cedo. “O médico me encaminhou para o cardiologista, mediu minha pressão e deu 19 por 8”, relata.

Anderson provavelmente foi salvo pela informação do médico. Se ele não tivesse ido àquela consulta e não tivesse mudado o estilo de vida, a chance de ele ter um infarto fulminante seria muito grande.

Os médicos do Instituto Dante Pazanezze analisaram mais de 400 casos de pacientes com menos de 40 anos, que deram entrada no hospital com infarto, nos últimos cinco anos. Um em cada quatro usava cocaína.

As coronárias levam sangue para o músculo do coração funcionar. Um infarto provocado pelo acúmulo de gordura na parede da artéria é um processo que leva décadas. Mas em quem usa cocaína, pode acontecer em meses. A droga provoca uma inflamação na parede da coronária. Ela incha e estrangula a passagem do sangue.

O perigo aumenta quando cocaína e álcool são usados ao mesmo tempo. A combinação gera uma substância chamada de cocaetileno, que acelera o processo de inflamação. O jovem não imagina que possa ter um problema no coração e, normalmente, a crise acontece logo depois de usar a droga.

“Ele não está alerta para os sinais que o organismo manda e que está sofrendo um infarto. E esse atraso pode ser fatal”, explica Ibraim Masciarelli, presidente da Sociedade de Cardiologia de São Paulo.

“Eu tinha visão turva, arritmia cardíaca, tontura, problema com pressão arterial, muita dor de cabeça, pressão alta e às vezes uma queda de pressão, sensação de desmaio, náusea”, conta Anderson.

Ibraim faz um aleta: “É importante que, diante da suspeita ou de sintomas que possam sugerir problemas cardíacos, esse jovem procure uma assistência médica o mais rapidamente possível para tentar evitar a progressão do infarto”.




Inteligência e monitoramento: até onde a indústria farmacêutica pode chegar em 2016?

14/07/2016 - Portal Exame


Na contramão da crise econômica no Brasil, o setor farmacêutico ganha fôlego e continua crescendo, as previsões apontam para uma receita na casa dos US$ 48 bilhões até 2020. Para se ter uma noção de proporcionalidade, a IMS divulgou que em 2015 houve um aumento de 12% em relação ao ano anterior e um lucro total de R$ 40 bilhões na indústria.

Com um mercado tão rico e cheio de perspectivas de crescimento, parece até fácil de obter sucesso, mas na verdade é o oposto disso! A alta do dólar tem freado um pouco as produções de alguns medicamentos, evitando assim a entrada de novos laboratórios no país, porém, o crescimento do poder aquisitivo dos mercados emergentes, que inclui o Brasil, vinculado ao envelhecimento da população, faz do Brasil uma praça com enorme potencial ainda a ser catequizada pelas marcas. De acordo com o Multifarmas (empresa de big data que oferece dahsboards e relatórios para a indústria e varejo farmacêutico), a expectativa é que o mercado continue agitado, tanto é que o ticket médio subiu 13% e as vendas seguem a mesma proporção.

David Almeida, sócio-fundador do Multifarmas, comentou sobre sua ferramenta e como ela pode ajudar as equipes na indústria. "A busca por uma gestão eficiente envolve atenção às tendências e uma análise detalhada do desempenho de seus produtos e de seus concorrentes no varejo, um ponto sabidamente importante, mas que hoje tem uma enorme dificuldade em ser acompanhado, é em relação as SKU"s que se encontram em ruptura. Essa indisponibilidade tem gerado perdas de aproximadamente R$ 2 bilhões no faturamento anual. Com a nossa ferramenta, este acompanhamento se torna dinâmico e em tempo real."

Hoje o Brasil ocupa a 7ª posição entre os países que mais consomem medicamentos e cosméticos no mundo. Se analisarmos somente o mercado nacional, o segmento de medicamentos e cosméticos já é o primeiro em número de vendas pela internet, ultrapassando as categorias de eletrodomésticos, telefonia e moda. Os insights corretos, fornecidos pela ferramenta, alinhados a um bom planejamento, fazem com que esforços sejam aplicados onde há demandas com grande oportunidade, com isso, um aumento considerável no market share pode ser esperado.

No mundo dos negócios, informação é a base do sucesso, no farmacêutico isso não poderia ser diferente. Controlar seu portfólio e extrair oportunidades baseadas em tendências de compra, monitoramento de positivação e preço da concorrência, são fatores determinantes para configurar ações competitivas e aumentar seu fluxo de vendas. Para quem deseja colher frutos ainda em 2016 não pode deixar de lado as ferramentas de big data com informações em tempo real, para assim desenvolver um bom planejamento de marketing e logístico.

Uma visão ampla de seu portfólio e de seus concorrentes trará benefícios vitais quando o assunto é competitividade. Hoje em dia, podemos considerar como pré-requisito (indispensável) avaliar a precificação e a disponibilidade dos produtos. Com base em informações tão simples como estas, é possível fomentar estratégias complexas para ganhar pontos com o seu consumidor.

Obesidade pode reduzir em até dez anos a expectativa de vida

15/07/2016 - O Globo


Estar acima do peso diminui em cerca de um ano a expectativa de vida, que pode ser reduzida em até dez anos nos casos de obesidade severa. A conclusão é de um dos maiores estudos já realizados sobre o tema, publicado ontem na revista médica “The Lancet”.

A pesquisa refuta estudos anteriores que concluíram que alguns quilos extras não faziam mal à saúde. Em vez disso, o novo estudo revelou evidências de que o risco de morrer antes dos 70 anos aumenta, “de forma gradual e acentuada”, conforme a cintura se expande.

— Esse estudo mostra, definitivamente, que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um risco de morte prematura — disse à AFP a professora e líder da pesquisa, Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Usando dados de quase quatro milhões de adultos de quatro continentes, o estudo descobriu que as pessoas com excesso de peso perdem em média um ano de expectativa de vida, e as pessoas “moderadamente obesas” perdem cerca de três anos. Todos os riscos de doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e câncer aumentam, segundo a pesquisadora, e “pessoas severamente obesas perdem cerca de 10 anos da expectativa de vida”, diz ela.

Uma equipe internacional de pesquisadores selecionou dados a partir de mais de 10,6 milhões de participantes de 239 grandes estudos realizados entre 1970 e 2015 em 32 países na América do Norte, Europa, Austrália, Nova Zelândia e no Leste e Sul da Ásia. O trabalho foi considerado o maior conjunto de dados sobre excesso de peso e mortalidade já reunido.

Para descartar o impacto de outros riscos de mortalidade, a equipe excluiu fumantes e exfumantes, portadores de doenças crônicas e pessoas que morreram nos primeiros cinco anos das pesquisas — e ficaram com uma amostra de 3,9 milhões de adultos.


RISCO DE MORTE 10,5% MAIOR


A equipe dividiu a amostra em categorias de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC, peso dividido pelo quadrado da altura) e comparou os números e as causas de morte em cada grupo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um IMC de 18,5 a 24,9 é considerado normal; de 25 a 29,9 excesso de peso; de 30 a 34,9 obesidade moderada; de 35 a 39,9 obesidade severa; e acima de 40, obesidade mórbida.

Os pesquisadores descobriram que o risco de morrer antes dos 70 anos aumentou de 19% em homens com peso normal para 29,5% em homens moderadamente obesos. Entre as mulheres, esse risco aumentou de 11% para 14,6%. “Isso corresponde a um aumento absoluto de 10,5%, para os homens, e 3,6%, para as mulheres”, contextualiza um comunicado da revista “The Lancet”.

Se todas as pessoas com sobrepeso e obesidade tivessem níveis normais de IMC, isso evitaria uma em cada cinco mortes prematuras na América do Norte, uma em cada seis na Austrália e na Nova Zelândia, uma em cada sete na Europa e uma em cada 20 no Leste da Ásia, concluiu o estudo.

Em 2014, pela OMS, mais de 1,9 milhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso. Desses, mais de 600 milhões eram obesos.




Zika e dengue podem ter interação perigosa

15/07/2016 - Folha de S.Paulo


Quando se encontram, os vírus da dengue e da zika interagem de maneira perigosa, mostra novo estudo da revista “Science” que fez testes in vitro e em roedores. Os resultados apontam que quem já teve zika pode ter uma infecção de dengue pior que o esperado.

Trata-se do efeito conhecido como potencialização dependente de anticorpos (anti body-dependentnhancement, ou ADE): anticorpos, em vez de neutralizar e promover a aniquilação de um vírus, acabam se ligando a ele de uma forma “frouxa”, permitindo que ele se reproduza sem dificuldades no interior de células do organismo.

Esse fenômeno biológico vem sendo estudado jáhá algum tempo e é uma das explicações mais plausíveis para o aparecimento das febres hemorrágicas em uma segunda (ou terceira ou quarta)infecção pelo vírus da dengue.

Quatro é o número limite de infecções por um motivo: só há quatro subtipos do vírus da dengue (DENV1 a DENV4).Geralmente, há uma predominância de um em cada epidemia, o que não impede que os demais também circulem na mesma época.

A esse notório quarteto de vírus, juntou-se o vírus da zika(ou ZIKV)—até pouco tempo atrás restrito à África e à Ásia. Só há um subtipo dele e ainda não se sabe exatamente como ele entra nessa ciranda dos flavivírus relevantes para a saúde pública Para entender melhor essa interação, pesquisadores de diversos países estudaram 119 tipos de anticorpo de quatro doadores infectados pelo vírus da zika —dois deles haviam pegado dengue também.

Boa parte dos anticorpos (41) atacou uma proteína não estrutural (chamada NS1)que é produzida por células infectadas pelo vírus da zika enquanto ele tenta driblar o sistema imune. A NS1 funciona como “bomba de fumaça”, enganando o organismo enquanto o vírus se multiplica.

Anticorpos contra essa proteína podem ser úteis em testes diagnósticos que diferenciem dengue de zika. O organismo também produziu anticorpos contra a proteína E, que forma a cápsula de proteína que envolve o vírus.

Em testes in vitro, os cientistas viram que o plasma (fração do sangue onde estão os anticorpos) de pacientes que já foram infectados pelo DENV3 ou pelo ZIKV potencializou a ação do DENV1. Esse seria um indício de que uma infecção prévia poderia significar um risco de uma doença mais severa.

Estudos anteriores já haviam feito testes semelhantes e alertado para essa possibilidade.

Desta vez, no entanto, os pesquisadores deram um passo a mais no quesito complexidade ao fazer testes em roedores.

Anticorpos de alto poder de neutralização (particularmente eficazes em se ligar aos vírus), tanto anti zika quanto antidengue, acabaram piorando a doença causada pelo DENV2 nos bichos —que morreram após cinco dias.


VACINA


A caracterização do efeito de potencialização dependente de anticorpos (ADE)representa mais um obstáculo para os fabricantes de vacinas contra dengue e zika.

Ao deixar um “buraco” na imunidade contra a zika,uma vacina contra os quatro vírus da dengue poderia deixar os imunizados mais predispostos a casos graves de zika, ligada a casos de microcefalia e outras más-formações em bebês, além da síndrome paralisante de Guillain-Barré.

Para Jorge Kalil, professor titular da USP e diretor do Instituto Butantan,o risco dessa potencialização existe, mas isso não invalida a busca da vacina contra a dengue, que está em fase final de estudos no órgão.“Dengue mata muito mais que zika”, diz.

Ele faz a ressalva de que ainda não há estudos que comprovem que esse efeito em humanos. “O raciocínio é lógico, mas, em biologia, tudo tem que ser demonstrado.” Segundo Kalil, a vacina contra a dengue poderia minimizar o risco de uma pessoa, já infectada com o zika, morrer por causa de uma infecção por dengue.

A menor gravidade da infecção por zika justificaria, segundo Kalil,imunizar imediatamente a população contra a dengue assim que houver vacina disponível. “Temos que pensar no nível da saúde pública para saber quem tem risco de ter dengue e quem se beneficiaria mais dessa vacina”, afirma Kalil.

O professor diz ainda que o desenvolvimento das vacinas no país está atrasado por causa da redução de verbas federais. “É muita burocracia para se obter o dinheiro em uma situação de emergência, e sem dinheiro a gente não consegue fazer nada.” A Sanofi Pasteur, empresa que está produzindo a primeira vacina contra a dengue aprovada no país, diz estar preparada para prosseguir com as análises da possível potencialização dos efeitos dos vírus em estudos que serão feitos após a venda da vacina, baseados em relatos.




Decisão de Lewandowski pode elevar em R$ 2 bi gasto da Farmácia Popular

14/07/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Uma decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, pode aumentar em R$ 2,1 bilhões por ano gastos do Programa Farmácia Popular.

O ministro manteve nesta quinta-feira (14) uma determinação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que autorizou a inclusão de pessoas com deficiência como beneficiárias do programa e estabeleceu que lhes fossem fornecidas fraldas.

O pedido para ampliar o programa foi feito pelo o Ministério Público Federal que ajuizou ação civil pública contra a União, o Estado de Minas Gerais e o Município de Uberlândia (MG).

O MPF argumenta que a lei prevê "a inclusão social das pessoas portadoras de necessidades especiais ao sistema público de saúde, visando dar eficácia plena aos comandos da Constituição, que garante a todos o acesso à saúde, devendo o Estado, em casos que tais, efetivar esse direito sem qualquer discriminação".

Ao Supremo, o governo argumentou que há dificuldades orçamentárias para cumprir a decisão, uma vez que o orçamento total do programa neste ano é de R$ 2,6 bilhões.

"O orçamento previsto não possibilita, de imediato, a inclusão de novos produtos e nem de novos grupos de beneficiários, sem que haja um estudo de viabilidade de implementação, envolvendo estudos de dotação orçamentária, quantificação do público alvo e adequação do sistema de vendas do programa, o que não é possível de ser feito em poucos dias", justificou o governo.

O presidente do STF disse, no entanto, que o governo não conseguiu comprovar "a ocorrência de grave lesão à ordem e à economia públicas, a autorizar o deferimento do pedido de suspensão, que, de outra banda, teria o condão de aniquilar direitos garantidos pela Carta Constitucional. "

O ministro ressaltou a importância da assistência. "Penso que está em jogo a proteção das pessoas com deficiência que necessitam do auxílio do Estado para garantir o pleno exercício do seu direito à saúde.

E entendo que a essas o Estado não deve faltar. Os entes federados, responsáveis solidários na assistência à saúde, deverão cumprir o seu múnus [tarefa] constitucional de garantir plenamente o direito à saúde mediante políticas efetivas, tomando por norte a Constituição Federal e as leis do país", disse.




Pesquisa: risco de zika nos Jogos é pequeno

15/07/2016 - O Globo


A epidemia de zika já alcançou o período de pico e agora começa a perder força na América Latina, afirma uma análise publicada hoje na revista americana “Science”. O estudo reforça a tese de que o risco de contrair zika durante a Olimpíada do Rio é pequeno.

Uma outra pesquisa, do Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), acrescenta que, para a maioria dos visitantes, viajar para o Rio não traz risco extra porque o vírus está amplamente disseminado pelo mundo. Um boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado ontem informa que o zika está presente em 65 países e territórios.

Segundo o CDC, somente viajantes de Djibouti, Iêmen, Chade e Eritreia correriam maior risco de contrair zika durante a Rio-2016 e levar a doença para seus países de origem. Isso porque os quatro países não registram grande fluxo de visitantes, mas têm o mosquito transmissor e uma população sem imunidade.

O virologista Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, o único brasileiro no comitê de emergência sobre zika da OMS, observa que os estudos da “Science” não significam que o Brasil está livre da doença. Muito pelo contrário. O zika está amplamente disseminado e continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública. Porém, devido à redução da temperatura no inverno, que inibe o mosquito, e ao fato de muita gente já ter sido infectada — e, portanto, em tese, estar menos vulnerável —, a atual epidemia perdeu força.

— O alívio é temporário. O número de casos deverá voltar a crescer no verão. Doenças transmitidas por mosquitos são muito influenciadas pela temperatura e pelas chuvas — explica Vasconcelos, que é considerado um dos maiores especialistas do mundo em arbovírus (aqueles transmitidos por artrópodes como os insetos) e dirige o Instituto Evandro Chagas, em Ananindeua, no Pará.

Ele observa que as pesquisas da “Science” se referem principalmente ao Nordeste brasileiro, onde foram registrados cerca de 80% dos casos de infecção no país, além da maioria esmagadora dos casos de microcefalia e outros distúrbios neurológicos. O Nordeste tem 1.446 dos 1.687 casos com associação ao zika confirmados pelo Ministério da Saúde.

— Foi no Nordeste que a epidemia explodiu no Brasil. E lá as condições de pico da epidemia, como a existência de uma grande população nunca exposta antes ao vírus e, por isso, vulnerável, não devem se repetir com a mesma intensidade da observada em 2015 e 2016 — diz Vasconcelos.


RIO PODERÁ TER EPIDEMIA


Mas o cientista faz um alerta especial para o Rio:

— Estados onde o número de casos não foi expressivo, mas têm infestação pelo Aedes aegypti, como Rio de Janeiro e São Paulo e os das regiões Norte e Centro-Oeste, não estão livres de uma grande epidemia. Isso depende, claro, de outros fatores, como a temperatura e o volume de chuvas. Mas, se o Nordeste dificilmente verá uma epidemia tão avassaladora nos próximos anos, o mesmo não pode ser dito de outras regiões do país.

De acordo com o especialista, um dos casos mais complexos é o do Estado do Rio:

— Não se sabe muito bem como o zika se comporta no Rio. Esperavam-se muitos casos, mas quem causou surpresa foi o chicungunha.

Um dos estudos publicados na “Science”, liderado por Neil Ferguson, do Imperial College London, além de estimar que a epidemia na América Latina está em declínio, prevê que a região não deverá sofrer outra tão grave antes de aproximadamente dez anos.

— Essa previsão leva em conta o tamanho da população feminina em idade fértil e nunca exposta ao zika. Mas, se pensarmos somente em população sem imunidade, podemos dizer que esse prazo é de três a quatro anos para Nordeste, Colômbia e Venezuela, todos muito atingidos pela atual epidemia. Rio de Janeiro, São Paulo e o Norte do Brasil têm situação mais incerta — salienta.

O fato de o Nordeste ter sofrido a maior parte do impacto do zika ainda é um mistério.

— Uma possibilidade é genética. Pode ser que exista alguma variante genética que confira resistência ou vulnerabilidade a algumas populações. Mas é só uma hipótese que ainda precisa ser investigada — comenta o pesquisador.

Outra hipótese é que os anticorpos contra o dengue influenciem a resposta ao zika. Ela é discutida tanto pelo grupo de Ferguson quanto pelos autores da outra pesquisa, coordenada por Justin Lessler, da Universidade Johns Hopkins (EUA). Os sinais aí, porém, são contraditórios. Algumas pessoas poderiam se tornar mais vulneráveis a casos agressivos. Já outras ficariam protegidas.

Ponto pacífico é que o combate ao mosquito tem fracassado e é apenas paliativo. Lessler destaca que nenhum país teve sucesso em controlar o Aedes aegypti. E nem há sinais de que isso acontecerá.

— Enquanto o Brasil sofrer com a falta de saneamento, é impossível pensar na erradicação do mosquito. Eficiente mesmo é a vacina. É a única prevenção eficaz contra epidemias — diz Vasconcelos, cujo grupo é um dos 18 no mundo que trabalham no desenvolvimento de um imunizante.


NÚMERO DE NOTIFICAÇÕES DESPENCA


A 21 dias da Olimpíada, os casos suspeitos de zika caíram 93,4% no município do Rio em relação a janeiro deste ano, quando a cidade viveu um surto da doença. A circulação do vírus, que pode estar relacionado a casos de microcefalia, é um dos principais temores de atletas estrangeiros que virão para os Jogos. Houve ainda queda das notificações de dengue e chicungunha, cujos vírus também são transmitidos pelo Aedes aegypti.

Em janeiro, foram notificados 7.747 casos suspeitos de zika. Em junho, o total chegou a 510. Já o número de casos de dengue passou de 8.671 em abril para 671 no mês passado. No caso do chicungunha, as notificações caíram de 1.074 em março (período de pico) para 660 em junho.




Minha Casa: microcefalia terá prioridade

15/07/2016 - O Estado de S.Paulo


Famílias com pessoas com microcefalia passarão a ter prioridade na obtenção de um imóvel do Minha Casa Minha Vida. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente em exercício, Michel Temer, após reunião de trabalho do núcleo social, composto pelos ministérios da Casa Civil, Cidades, Esporte, Cultura, Educação, Desenvolvimento Social e Agrário e Saúde.

Temer disse que a divulgação da medida era importante para que as famílias agora pudessem passar a procurar as prefeituras e fazer o cadastro para recebimento da moradia pelo programa federal.

Para rebater as críticas da presidente afastada, Dilma Rousseff, de que seu governo quer extinguir os programas sociais, Temer afirmou que, além de mantê-los, sua equipe está trabalhando para aprimorá-los.

Presente na cerimônia, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, informou que a prioridade para famílias com membros com microcefalia estará dentro da faixa 1 do programa. “Temos 200 mil unidades que ainda não foram entregues e não têm destinatários”, afirmou, explicando que este será o universo no qual essas famílias terão prioridade. “Pelo número de unidades disponíveis, há garantia de atendimento a essas famílias”, completou.

Segundo o ministro, atualmente o Brasil tem 8.450 casos notificados da má-formação, sendo 1.687 já com diagnósticos confirmados. Bebês com microcefalia de famílias de baixa renda já têm direito ao benefício de prestação continuada, no valor de um salário mínimo (R$ 880).


ZIKA


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que todas as crianças com microcefalia, independentemente de terem contraído a síndrome por causa do vírus zika, serão dispensadas do sorteio das unidades habitacionais. “A microcefalia pode ter outras causas que não especificamente a zika, todas as crianças com microcefalia estarão dispensadas do sorteio”, disse o ministro.

“Quando você vai destinar as habitações do programa Minha Casa Minha Vida é feito um sorteio entre as pessoas que têm a renda e o cadastro adequado para aquele empreendimento. No caso da microcefalia estão dispensadas do sorteio, portanto, automaticamente atendidas e o sorteio fica para as demais pessoas”, acrescentou Barros.

Questionado se haveria alguma restrição de idade e se apenas os bebês que nasceram recentemente com a doença seriam atendidos, Barros afirmou que não há esse tipo de determinação.

“Não está diferenciada a idade”, disse.




Combater o ‘Aedes’ pode prolongar surto de zika, diz estudo

15/07/2016 - O Estado de S.Paulo


De acordo com um artigo publicado ontem na revista Science por cientistas britânicos, a epidemia de zika na América Latina desaparecerá sozinha dentro de no máximo três anos.

Mas a estratégia de combater o Aedes aegypti, transmissor do vírus, pode ter efeito contrário ao esperado, prolongando o surto.

De acordo com o líder do estudo, Neil Ferguson, do Imperial College London (Reino Unido), a explicação para o fim da epidemia é o fato de que as pessoas ficam imunes ao vírus após a primeira infecção. Isso produz um fenômeno conhecido como “imunidade de rebanho”: cada vez mais gente produz anticorpos e a epidemia atinge um estágio no qual o número de pessoas suscetíveis à infecção é tão pequeno que a transmissão não se sustenta em larga escala.

“Nossa análise sugere que não é possível conter o avanço da zika com as medidas existentes, mas a epidemia vai acabar sozinha em dois ou três anos”, disse Ferguson. Segundo ele, combater o mosquito em larga escala, como os governos estão fazendo, pode ser uma má estratégia.

“Retardar a transmissão entre as pessoas faz com que a população leve mais tempo para atingir o nível de ‘imunidade de rebanho’ necessário para que a epidemia cesse”, disse.

Segundo Ferguson, se as projeções estiverem certas, os casos de zika já terão redução substancial no fim de 2017, ou antes.

“Isso significa que, quando as vacinas estiverem prontas para serem testadas, talvez não tenhamos casos de zika suficientes na comunidade para fazer os ensaios clínicos”, afirmou.


POLÊMICO


Para o virologista Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas e membro do comitê de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o artigo “tem aspectos interessantes, mas é polêmico”. Segundo ele, abrir mão do combate ao mosquito pode não ser uma boa ideia, pois amenizará a epidemia, mas não erradicará a doença.

“A imunidade de rebanho pode, sim, contribuir para a diminuição dos casos de zika, mas não para a eliminação da doença.

A vacina será fundamental para obter êxito na eliminação do vírus”, disse. Segundo ele, a tendência é que a zika se torne endêmica, como a dengue, “causando surtos esporádicos e epidemias a intervalos variáveis”.

Segundo Vasconcelos, o combate ao mosquito realmente tem se mostrado incapaz de controlar epidemias como a dengue, mas isso se deve à falta de investimentos em saneamento.

“Temos visto, ano após ano, a ocorrência de epidemias enormes com tendência sempre de crescimento, mostrando a ineficiência do controle vetorial em países como o Brasil, onde há enorme déficit de saneamento e pouco investimento em educação em saúde nas escolas.”




Vírus mais agressivo da dengue avança no País

15/07/2016 - O Estado de S.Paulo


Embora a maioria dos casos de dengue no Brasil ainda seja causada pelo tipo 1 da doença, cresce em alguns Estados a circulação do sorotipo 2, o mais agressivo dos quatro vírus existentes.

Dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com estatísticas de 3 de janeiro até 28 de maio, mostram que, de um total de 2,2 mil amostras positivas para dengue analisadas em laboratório neste ano, 6,4% já são do tipo 2, ante 0,7% no ano passado. No Estado de São Paulo, esse tipo de vírus já é responsável por 13,6% dos casos da doença, ante 0,5% em 2015.

Além de ser considerado por especialistas o mais virulento dos quatro sorotipos da dengue, o tipo 2 ainda está relacionado a outro risco no País. Como parte da população brasileira já foi infectada pelo tipo 1, a ocorrência de uma segunda infecção por outro sorotipo aumenta o risco de desenvolvimento de uma das formas graves da doença, que podem levar à morte, como a febre hemorrágica.

Segundo o infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, o risco maior em uma segunda infecção pela doença está relacionado à resposta imunológica do paciente que já contraiu o vírus uma vez.

“Como já existem anticorpos contra um tipo de dengue no organismo, há uma reação inflamatória exacerbada, que prejudica o organismo, mas que não consegue neutralizar o novo sorotipo.

O risco de desenvolvimento de uma forma grave da dengue é de 15 a 20 vezes maior quando se trata de uma segunda infecção.” O grande número de brasileiros infectados pelo tipo 1 nas epidemias de dengue dos últimos anos é uma das razões que explicam o crescimento dos casos provocados pelo tipo 2, segundo especialistas. “Como o vírus tipo 1 da dengue está circulando há muito tempo no Brasil, já temos muitas pessoas imunes a ele. Quando há o contato dessa população com outro sorotipo, aumenta mesmo o número desses tipos de casos porque há mais pessoas suscetíveis a ele. E uma segunda infecção por dengue tem tendência a uma gravidade maior”, explica Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde.

Além de São Paulo, outros Estados registram circulação do tipo 2 da dengue acima da média nacional. No Pará, 33,3% das amostras analisadas correspondem a esse sorotipo. No Distrito Federal, esse índice é de 26,8% e em Rondônia, de 13,1%.


INTERIOR


Segundo Boulos, no Estado de São Paulo, esse sorotipo está presente predominantemente na região de Ribeirão Preto, no interior paulista. Em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde do município, pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto têm feito a vigilância virológica dos casos de dengue na cidade para estabelecer qual é o porcentual de casos de cada sorotipo.

“O que a gente tem visto é que, do fim do último ano para cá, houve mesmo um aumento dos casos de dengue tipo 2. Dependendo do mês, eles já representam cerca de 25% a 30% dos casos na cidade. Mas não acho que isso seja restrito a Ribeirão.

Esse aumento deve estar acontecendo em outras áreas do Estado também”, afirma Benedito Antonio Lopes da Fonseca, professor de Infectologia da faculdade e um dos coordenadores do monitoramento virológico no município.

O pesquisador disse ainda que pelo menos uma das sete mortes por dengue registradas neste ano na cidade aconteceu por uma infecção provocada pelo tipo 2 da doença. A paciente apresentava uma doença crônica, condição que aumenta o risco de complicações.

Segundo Boulos, diante do avanço do tipo 2 da dengue no Estado, a Secretaria Estadual da Saúde deverá reforçar com médicos e outros profissionais de saúde as diretrizes de atendimento a pessoas com suspeita da doença. “Todos têm de ficar mais atentos aos sinais de agravamento da dengue. Teremos de pensar duas vezes antes de liberar o paciente.”




Saúde sofre com falta de laboratórios, de médicos e até com a violência.

14/07/2016 - G1 - Bom dia Brasil


O Bom Dia Brasil exibiu nesta semana série de reportagens sobre a atenção básica no Brasil e recebeu mais exemplos de problemas na área de saúde que se espalham pelo país.

Em Foz do Iguaçu, no Paraná, a Fundação Municipal de Saúde está sem laboratório para fazer exames. Além dos problemas que são rotina na saúde pública, esta semana os pacientes de Foz do Iguaçu ainda tão tendo que se virar para conseguir exames. É que o laboratório que prestava serviço para a prefeitura deixou de atender os pacientes. O contrato venceu no dia 4. A Fundação de Saúde da cidade conseguiu uma liminar que obrigava o serviço a continuar, mas o dono do laboratório conseguiu suspender a decisão na Justiça. Segundo ele, o contrato não foi renovado por causa de uma dívida de R$ 2 milhões. Ao todo, cem mil exames por mês eram feitos no laboratório. A Secretaria de Saúde informou que negocia com outras duas empresas para assumir os exames preventivos e que está em fase de contratação emergencial de outros laboratórios.

Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, faltam pediatras. A Secretaria Estadual de Saúde diz que faltam 117 pediatras nas unidades básicas de saúde. Há um processo seletivo que fica permanentemente aberto, mas não há procura por parte dos profissionais.

Em Maceió, os postos de saúde têm sido alvo de bandidos. Os serviços de um posto de saúde que atende em média 100 pessoas por dia foram suspensos depois de um assalto. Quem chega atrás de atendimento dá de cara com um aviso na porta. Os bandidos levaram vários equipamentos, inclusive computadores. O secretário de Saúde pediu reforço na segurança ao estado, mas o governo disse que a segurança patrimonial é dever da prefeitura. E nesse jogo de empurra, quem perde é a população.




Poluição é causa de 16% das mortes por câncer de pulmão no mundo

14/07/2016 - G1 - Bem Estar


A gente tosse, espirra, coça o nariz. Respirar nesse tempo seco está difícil. E o tempo está assim em grande parte do país. Em São Paulo, por exemplo, não chove há mais de um mês. Em Brasília, há quase dois meses não cai uma chuva boa.

Como está a sua saúde com o tempo assim? Para explicar como amenizar os efeitos da poluição, o Bem Estar convidou o alergista, Doutor José Carlos Perini.

E uma coisa puxa a outra, com a umidade do ar muito baixa, a poluição fica mais concentrada e tem ainda a tal da inversão térmica. Aquele dia que começa mais frio e depois fica quente.

Pra falar sobre isso também, a clínica geral e pesquisadora do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, Doutora Lúcia Garcia, esteve no estúdio ao vivo.

Dicas de saúde para amenizar o impacto da poluição para quem mora nas grandes cidades:

- Limpar a casa diariamente;

- O pico da poluição pela manhã é das 6h às 8h e no período da tarde, das 17h às 20h. Durante estes períodos, manter a casa fechada (portas e janelas);

- Usar umidificador caso o ar esteja seco, abaixo de 40%. Ar seco e poluição pioram as alergias;

- Ar condicionado diminui o impacto da poluição porque filtra o ar, mas é importante reforçar a hidratação, aumentando a ingestão de líquidos;

- Usar colírios lubrificantes para prevenir o ressecamento dos olhos;

- Beber muita água;

- Lavar as vias aéreas respiratórias com soro fisiológico;

- Evitar morar muito próximo a grandes avenidas ou viadutos;

- Morar em andares altos de apartamento (os andares baixos são mais atingidos pelas partículas poluidoras).

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