O avanço da chikungunya
14/07/2016 - Folha de S.Paulo
Diante da erupção da zika e dos números recordes da dengue no ano passado, o vírus da febre chikungunya acabou ficando em segundo plano entre as arboviroses que infestam o país.
O patógeno, até ali, circulava em apenas cerca de cem municípios de menos da metade dos Estados e apresentava uma quantidade de casos modesta.
A situação, contudo, alterou-se radicalmente nos últimos meses. A doença espalhou-se pelo país e atingiu grandes centros.
Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a maio foram reportadas cerca de 120 mil ocorrências suspeitas da moléstia —ante 38 mil em todo o ano passado—, a quase totalidade nos Estados do Nordeste. O número de casos já confirmados monta a 30 mil; em 2015, não passaram de 13 mil.
Trata-se de uma enfermidade que, assim como a dengue e a zika, é transmitida pelo famigerado mosquito Aedes aegypti. Não há tratamento específico para a doença, apenas o combate aos sintomas —febre alta e dores intensas nas articulações, entre outros—, que geralmente duram de três a dez dias.
Em parte dos casos, as dores persistem após o fim da enfermidade, produzindo quadros crônicos. No município de Feira de Santana (BA), um dos mais atingidos, cerca de um terço dos infectados desenvolveu tais sequelas.
Como se não bastasse, acumulam-se casos de mortes relacionadas à chikungunya —dado que surpreende e preocupa, pois a enfermidade é conhecida por ser fatal em raríssimos casos.
De acordo com levantamento realizado pelo portal UOL (empresa do Grupo Folha), o Nordeste já registrou 45 mortes associadas ao vírus —há ainda pelo menos outras duas vítimas no Rio de Janeiro. O número é quase oito vezes o reportado durante 2015.
Uma das hipóteses aventadas para as mortes é o uso indiscriminado de anti-inflamatórios e corticoides, de venda livre no Brasil, para o tratamento das fortes dores.
Na fase aguda da doença, tais drogas podem agravar o quadro clínico de pessoas já debilitadas e até comprometer o sistema imunológico. Recomenda-se somente o uso de analgésicos, e sempre sob prescrição médica.
Apenas uma investigação detalhada, entretanto, será capaz de estabelecer as verdadeiras causas dos mortes —e o número de casos, embora elevado para os padrões da febre viral, permite que uma força-tarefa cumpra rapidamente esse objetivo. É urgente determinar se o vírus de fato está mais letal ou se há outros fatores em ação.
Ministro volta a defender plano de saúde reduzido e é criticado na Câmara
13/07/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, voltou a defender nesta quarta-feira (13) a criação de planos de saúde "populares", com cobertura menor do que a ofertada pelos planos atuais, como forma de reduzir os gastos do governo e a demanda no SUS.
"Se colocarmos 20 milhões de vidas nos planos populares por R$ 80, estamos colocando R$ 20 bilhões [por ano] no financiamento da saúde", afirmou, durante audiência na Câmara dos Deputados convocada para falar sobre as ações do governo na saúde.
Segundo o ministro, o cálculo é uma estimativa do valor que pode ser movimentado na saúde privada com a migração de usuários hoje atendidos no SUS. Questionado, Barros nega que os números apresentados sejam uma meta já definida. "O ideal é que fossem 100 bilhões, ou 200 e 300 bilhões [por ano]. Quanto mais recursos para a saúde, melhor", disse.
Durante a audiência, o ministro chegou a dizer que esses planos hoje em estudo poderiam ter foco apenas no atendimento ambulatorial, com a oferta apenas de consultas e exames –o que deixaria de fora a cobertura para casos de internações, por exemplo. Em seguida, disse se tratar apenas de uma possibilidade. "É o mercado quem deve decidir. Não vou dizer ao mercado que produto ele deve colocar na praça", afirmou.
CRÍTICAS
Deputados, por sua vez, manifestaram preocupação e fizeram críticas à proposta durante a audiência na Câmara, que se estendeu por quase cinco horas.
A maioria alega que a criação desses planos não traria mais recursos nem maior conforto para o usuário, já que a oferta de serviços pelos novos planos seria menor do que o rol mínimo obrigatório definido pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). "Fazer plano faz-de-conta é diminuir a receita pública", disse Jorge Solla (PT-BA).
"Quando acrescenta 20 milhões de pessoas aos planos de saúde, o Estado dá com uma mão e tira com a outra. Ele tira dos mais pobres para os mais ricos", disse o deputado Odorico Monteiro (PROS-CE).
Além dos deputados, institutos de defesa do consumidor e em defesa do SUS também já questionaram a medida e afirmam que prometem acionar a Justiça contra a proposta.
Barros, por sua vez, rebateu as críticas. "Sou ministro da Saúde, não sou ministro do SUS", disse. "Quanto mais pessoas colocarem recursos na saúde, melhor para nós."
De acordo com o ministro, caberia ao usuário que não se sentir satisfeito romper o contrato com o plano. "Plano de saúde é um contrato, adere quem quer e no momento que quer. Não há disputa entre plano de saúde e o SUS."
'OÁSIS NO DESERTO'
Para o ministro, apesar de haver um "subfinanciamento" da saúde, não há como buscar mais recursos para a área dentro do governo. "Não há possibilidade da saúde ser um oásis no deserto", comparou. A afirmação gerou novas críticas de deputados. Para Barros, no entanto, é preciso investir em propostas para melhorar a gestão com os recursos disponíveis.
Entre elas, estão a reformulação do modelo de novas UPAs (unidades de pronto-atendimento) e renegociação daquelas que já estão prontas, mas que não estão em funcionamento por falta de recursos de Estados e municípios.
Segundo ele, a pasta também estuda um modelo de cobrança "automática" de ressarcimento a cada vez que um usuário de plano de saúde é atendido no SUS. Hoje, essa cobrança é feita pela ANS.
Valem mais os genes que a dieta
14/07/2016 - Correio Braziliense
Quem tentou emagrecer provavelmente já seguiu mil e uma dietas recomendadas por revistas, sites e, principalmente, amigos que garantem o aspecto milagroso de determinado regime alimentar. A maioria provavelmente ficou frustrada por não obter os mesmos resultados — às vezes, no fim, pode até ter ganho alguns quilos na balança. A culpa não necessariamente está nas escapulidas eventuais. Na verdade, o responsável é o DNA, segundo um estudo norte-americano ainda não publicado e que será apresentado amanhã, durante a Conferência Anual da Sociedade de Genética da América, em Orlando, na Flórida (EUA).
“As pessoas fazem dieta para perder peso, combater doenças e melhorar a saúde em geral, mas uma dieta não necessariamente se aplica a todas. A variação genética é um determinante importante da eficácia do regime, embora ainda saibamos muito pouco sobre como a nutrição e a genética interagem no nível dos tecidos do corpo para alterar o metabolismo”, afirma William Barrington, pesquisador da Universidade Estadual da Carolina do Norte. De acordo com ele, a compreensão do fenômeno poderá, um dia, levar à testagem do perfil genético de um paciente antes de se recomendar o regime alimentar ideal para ele.
A força da genética no emagrecimento foi constatada em diversos estudos, como uma investigação sueca feita com 93 pares de gêmeos idênticos criados separadamente e 154 pares que cresceram juntos. “Independentemente de terem ou não compartilhado o mesmo ambiente, os irmãos apresentavam constituição física semelhante. De acordo com os cientistas envolvidos na pesquisa, 70% da variação de peso entre uma pessoa e outra pode ser explicada pelos genes”, conta Traci Mann, pesquisadora de psicologia da saúde na Universidade de Minnesota, no livro Secrets from the eating lab: the science of weight loss, the mith of willpower and why you should never diet... (Segredos do laboratório alimentar: a ciência do emagrecimento, o mito da força de vontade e por que você nunca deveria fazer dieta..., sem tradução no Brasil).
Mas a influência do DNA sobre os efeitos do que se ingere não se relaciona apenas com o tipo físico — pessoas com maior tendência a engordar ou emagrecer. A composição genética, segundo Barrington, pode determinar se um alimento — gordura, por exemplo — levará ao acúmulo negativo de lipídeos no organismo ou se, ao contrário, fornecerá combustível saudável para o corpo funcionar. É essa associação que o biólogo vem investigando nos últimos anos e que, agora, é tema de seu pós-doutorado.
No laboratório do geneticista David Threadgill, da Universidade do Texas A&M, o cientista conduziu um estudo com ratos de quatro diferentes linhagens genéticas, expostos às principais dietas seguidas por pessoas de todo o mundo. De acordo com Barrington, os roedores têm suscetibilidade à obesidade e à síndrome metabólica semelhantes aos humanos, o que faz deles um modelo ideal para esse tipo de estudo. A diferença genética entre uma linhagem do animal e outra é similar àquela entre duas pessoas, acrescenta.
No experimento, que durou seis meses, os ratos foram alimentados com rações equivalentes aos cardápios que compõem as conhecidas dietas ocidental, japonesa, mediterrânea e cetogênica (a de baixo carboidrato e alto teor de gordura, lançada pelo Dr. Atkins). Para controle, outro grupo recebeu comida padrão de roedores. O acesso aos alimentos era livre: podia-se comer o quanto se aguentasse. Tudo foi meticulosamente anotado pelos pesquisadores.
COMPLICAÇÕES DIVERSAS
Ao longo do estudo, exames regulares monitoraram os animais. Como Barrington imaginava, houve diversidade nos efeitos positivos e negativos dos regimes alimentares, de acordo com o perfil genético de cada grupo. No caso da dieta ocidental, no geral, os efeitos foram negativos. Ainda assim, a severidade das consequências variou bastante. “Alguns tornaram-se obesos e tiveram sinais graves de síndrome metabólica. Outros sofreram efeitos mínimos, como elevação leve de gordura no fígado”, conta o cientista. Contudo, nenhum animal sob esse regime teve algum benefício para a saúde.
Os grupos que se mostraram resistente às consequências deletérias desse estilo alimentar, caracterizado, entre outras coisas, pelo consumo excessivo de comidas processadas e de gordura saturada, estranhamente sofreu efeitos negativos sob o regime cetogênico, cuja diferença, basicamente, está apenas na proibição de se ingerir carboidratos. Essa dieta que aposta nas proteínas e na gordura para, progressivamente, incluir alguns tipos de carboidrato, aumentou a queima calórica em todos os grupos. Contudo, em alguns perfis, isso não foi suficiente para emagrecer os ratos. “Eles comiam tanto que acabaram obesos e com as consequências negativas da obesidade para o organismo”, conta Barrington.
De acordo com ele, a transição do peso normal para o sobrepeso e, depois, para a obesidade ocorreu por motivos diversos. Em alguns ratos, o problema surgiu com a adoção da nova dieta, independentemente de o consumo ser ou não alto. Em outros, os animais engordavam após ingerir mais calorias do que antes.
As dietas mediterrânea e japonesa, conhecidas por serem consideradas mais saudáveis, surpreendentemente, produziram efeitos colaterais em determinados grupos. Embora a maioria dos ratos tenha se beneficiado da japonesa, um dos quatro tipos que receberam essa dieta sofreu disfunção hepática. Na mediterrânea, rica em azeite e vegetais, algumas linhagens de roedores tornaram-se obesas. “A genética desses ratos fez com que engordassem sob esse regime, mesmo comendo menos”, observa Barrington. “Nenhuma das dietas foi saudável para todos. Isso contradiz o conselho popular que advoga certos padrões dietéticos para todos. Os efeitos de saúde dependem da genética individual”, reforça.
“Nenhuma das dietas foi saudável para todos. Isso contradiz o conselho popular que advoga certos padrões dietéticos para todos. Os efeitos de saúde dependem da genética individual”
William Barrington, pesquisador da Universidade Estadual da Carolina do Norte
70% da variação de peso entre uma pessoa e outra pode ser explicada pelos genes, segundo estudo sueco feito com 247 pares de gêmeos
Número de casos de chikungunya aumenta nove vezes desde 2015
13/07/2016 - G1 - Jornal Hoje
O número de casos de chikungunya no país aumentou nove vezes do ano passado para cá. Essa explosão elevou também o número de mortes causadas pela doença. Na Bahia, algumas regiões enfrentam uma epidemia.
A dona de casa Maria do Rosário sabe bem o que é ter chikungunya. Ela mora em Feira de Santana, a 110 quilômetros de Salvador, uma das cidades que sofrem com epidemia da doença: “Atrapalha em muitas coisas mesmo e os pés e as pernas incham, sinto muitas dores musculares, principalmente no frio".
O vírus da chikungunya é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue e a zika. A doença se manifesta entre dois e 12 dias depois da picada e causa febre, dor de cabeça, manchas vermelhas e dores nas articulações.
De janeiro a maio deste ano, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados em todo o país 122.762, nove vezes mais do que no mesmo período do ano passado, que teve 13.160 casos.
A Bahia é o estado com maior incidência: de acordo com o levantamento do Ministério da Saúde foram 36.832 casos de janeiro a maio deste ano. A Secretaria de Saúde do estado contabilizou um mês a mais, até junho e o número já ultrapassa 39.500 casos.
A explosão de casos de chikungunya aumentou também o número de mortes causadas pela doença. No ano passado inteiro foram seis em todo o país. Este ano, até maio, 17 pessoas já morreram por complicações provocadas pela chikungunya, a maioria idosos”.
"Chikungunya não é uma doença branda, de forma nenhuma. Ela é uma doença altamente sequeladora. Muitos doentes, por exemplo, são idosos e têm oturas doenças associadas. Nós tivemos recentemente o caso de uma senhora com chikungunya que se internou e morreu de embolia pulmonar. A causa final foi embolia pulmonar, mas a causa primeira foi chikungunya", alerta o infectologista Antônio Bandeira.
Em casos mais graves, as dores nas articulações podem se estender por até seis meses. A dona de casa Maria dos Reis passou por isso, mas o pior já passou: "Não podia colocar os pés no chão, eu sentia muitas dores. Eu melhorei bastante, agora eu estou melhor".
Número de brasileiros contaminados pela AIDS sobe nos últimos anos
13/07/2016 - G1 - Jornal Hoje
O número de brasileiros contaminados pela Aids subiu nos últimos anos. Em 2010, 700 mil brasileiros tinham Aids. No ano passado, eram 830 mil pessoas infectadas pelo vírus. Esse aumento vai na contramão de outros países.
Dez anos convivendo com o vírus HIV. Um homem, que tem vergonha de se identificar, descobriu a doença quando a mulher engravidou pela primeira vez: “Foi um choque tanto pra ela quanto pra mim. Nós tínhamos uma saúde perfeita. Minha esposa fez todo o tratamento, tomou medicação, fez o acompanhamento médico e a minha filha foi negativada com um ano de idade”.
Ele e dezenas de pacientes fazem o tratamento de graça em um centro de atendimento na capital gaúcha. Porto alegre é a capital brasileira com a maior taxa de pacientes com aids: 94 casos por 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde.
Para os médicos, a falta de prevenção é o principal motivo para o aumento dos casos. “O nosso modelo de prevenção faliu se continuar nessa linha que a gente vem trabalhando há muitos anos, de uma prevenção dirigida muito mais a um público geral, mais na área da informação e da educação imposta, da educação governamental”, afirma Maria Letícia Ikeda, médica infectologista.
Mas não são apenas os porto-alegrenses que andam se cuidando menos. Estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas revelou que a doença mata 15 mil pessoas por ano no Brasil.
Os dados vão na contramão do que vem acontecendo em outros países. Segundo a ONU, o número de casos caiu, apesar que pouco, em todo o mundo. Em 2010, eram 2,2 milhões de casos. Em 2015, erram 2,1 milhões de casos.
O homem do início da reportagem espera que esses dados sirvam de alerta: "Se eu tivesse que dar um recado para as pessoas seria para elas terem um pouquinho mais de amor prórpio e se cuidarem".
Postos médicos dão exemplo de bom funcionamento na atenção básica
13/07/2016 - G1 - Bom dia Brasil
O Bom Dia Brasil deu um giro pelo país esta semana para mostrar as dificuldades que pacientes enfrentam para conseguir atendimento nos postos de saúde em vários estados. E como essas falhas agravam as doenças e aumentam os gastos com o tratamento das complicações. Pois nesta quarta-feira (13) a gente mostrar um exemplo de que é possível prestar um bom atendimento para a população.
Todos os municípios mostrados na reportagem foram procurados pela produção do Bom Dia Brasil. Eles garantem que estão se empenhando para melhorar as condições de atendimento, com obras de infra-estrutura e contratação de profisssionais de saúde. Veja abaixo a íntegra das respostas das prefeituras.
PORTO ALEGRE
Os pontos apresentados vêm sendo constantemente tratados pela Secretaria Municipal de Saúde. Infelizmente, tivemos o óbito de um dos médicos que atendia na Unidade Rubem Berta. Identificada a falta de profissionais, a secretaria solicitou -excepcionalidade no processo de contenção de despesas - a contratação de médicos para as unidades. O concurso foi homologado em 16 de junho, e o primeiro colocado chamado em 30 do mesmo mês, que abriu mão da vaga, sendo necessária a convocação do segundo colocado. Vale ressaltar que enfrentamos uma grande dificuldade na colocação de médicos na Unidade Macedônia por ser um local distante do Centro da cidade, sendo preenchido especialmente por profissionais do Programa Mais Médicos.
A falta de reposição de profissionais do Programa Mais Médicos na capital (já foram123 e hoje são 97) agravou esta deficiência no atendimento, dependendo da liberação de novas contratações por parte do Ministério da Saúde. Ambas as unidades contaram ou contam com profissionais do Programa. A Unidade Rubem Berta possuía um profissional do Mais Médicos mas atualmente não conta com nenhum. Já a Unidade Macedônia contava com três médicos do programa e hoje dois fazem parte do grupo.
Em 70% das Unidades de Saúde do Município, implantamos o Acolhimento com Identificação de Necessidades. É o caso da Unidade Rubem Berta, que há menos de 15 dias iniciou este processo. Com a ação, acabamos com a fila nas Unidades de Saúde para marcação de consultas. Todos os usuários são atendidos e busca-se verificar em conjunto - profissional de saúde e usuário - a demanda a ser atendida, podendo ser médica, enfermagem ou odontológica (imediata, agendada ou até mesmo encaminhada para serviço de urgência). Também são averiguadas condições para outras ofertas de saúde como grupos ou até visitas domiciliares.
ITABORAÍ
A Policlínica de Manilha não é uma unidade de atenção básica, e sim, uma unidade de atenção especializada, que serve como referência para as unidades básicas de saúde, para atendimento secundário. Em relação ao atendimento, a Prefeitura irá apurar possíveis falhas e tomar as providencias devidas. As consultas de primeira vez e exames na Policlínica de Manilha não são marcadas diretamente pelo paciente. Os agendamentos são realizados a partir das demandas dos médicos que prestam o primeiro atendimento nas unidades básicas de saúde, uma central de regulação gerencia o sistema de marcação. As consultas a partir da segunda vez são marcadas pelos pacientes, por telefone. A Prefeitura trabalha para aperfeiçoar o sistema.
No momento, a Policlínica de Manilha conta com as seguintes especialidades: cardiologista, dermatologista, fonoaudiologia, gastroenterologia, ortopedia, fisioterapeuta, psicologia infantil e adulta, e dentista. Desde 1 de julho, há falta de neurologista, por pedido pessoal de afastamento do profissional. A Prefeitura já busca a reposição. Os exames disponíveis são audiometria e ultrassonografia.
A Prefeitura conta, ainda, com uma Policlínica anexa ao Hospital Municipal, que encontra-se com seu quadro de médicos com cardiologia, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, neurologia, ortopedia, pneumologia, proctologia, urologia e hematologia. Os exames são ultrassonografia, eletrocardiograma e colonoscopia. As consultas de primeira vez e exames também são marcados por demanda dos postos de saúde e gerenciados pela central de regulação.
ONU revela que redução dos casos de Aids está abaixo do esperado
13/07/2016 - G1 - Bom dia Brasil
A ONU divulgou um balanço sobre a epidemia de Aids no mundo e os números são bem preocupantes. De 2010 até 2015, o número de novos casos até caiu, mas caiu muito pouco: de 2,2 milhões para 2,1 milhões, isso em 5 anos. Atualmente, temos mais de 36 milhões de pessoas no mundo todo vivendo com o vírus HIV.
O maior retrocesso no combate à Aids foi no Leste Europeu e na Ásia Central, onde houve um aumento de 57% no número de infecções. Em metade dos casos, esse aumento foi entre pessoas que usam drogas injetáveis. América Latina e Caribe também tiveram aumento de novos casos, aumento de 2%. Pegando especificamente o Brasil, o crescimento do número de casos de pessoas com HIV aumentou em 4%. Esse aumento foi principalmente entre homens que mantêm relações com outros homens.
A ONU esperava acabar com a Aids até 2030, mas diante desses números declarou que a situação é tão grave que, inclusive, todos os avanços no combate à doença até agora, que foram muitos, podem ser perdidos.
Esse estudo revelou que a Aids mata 15 mil pessoas por ano no Brasil. Especialistas alertam que os brasileiros estão falhando na prevenção.
Os dados da Unaids, Programa da Organização das Nações Unidas para o combate à doença, mostram que, em 2010, 43 mil novos casos de Aids foram registrados no Brasil. Em 2015 esse número subiu para 44 mil. O país responde por mais de 40% das novas infecções por Aids na América Latina, segundo a pesquisa.
O estudo revela ainda que aumentou o número de pessoas vivendo com Aids no Brasil. Entre 2010 e 2015, essa população saltou de 700 mil para 830 mil pessoas. O aumento foi de 18%. Hoje, a doença é a causa de 15 mil mortes por ano no país.
Para a Unaids, o Brasil e outros países do continente que viram a epidemia avançar não estão se prevenindo como deveriam, e um infectologista de Salvador concorda. Ele lembra que a incidência tem aumentado entre os jovens, que não viveram a realidade da Aids nos anos 90, quando ainda não havia tratamento com coquetel de medicamentos e a doença era muito mais temida.
“Isso fez com que essa população ficasse menos temerosa do HIV e usasse menos camisinha, menos preservativo. Isso expôs demais essa população e as últimas estatísticas têm mostrado um aumento muito grande”, afirmou o médico infectologista Adriano Oliveira.
Outro dado da pesquisa: apenas 55% dos brasileiros que vivem com Aids hoje recebem o tratamento à base de medicamentos. O professor Moisés Toniolo é um desses pacientes, convive com o vírus há 17 anos graças ao coquetel, mas lembra que isso não pode justificar a falta de cuidado. “’Existe tratamento, mas isso não é uma cura. As pessoas precisam se cuidar e ter, de certa forma, repassar os seus comportamentos, o seu modo de agir com o auto cuidado e o cuidado do outro para que a gente possa conter a epidemia. A gente precisa de um pouco mais de consciência nesse caso", declarou.
O Ministério da Saúde considera que o número de novos casos de Aids é estável no país, e que o Brasil concentra 40% dos casos da América Latina, porque tem a maior população da região.
O Ministério da Saúde disse também que investe em ações de prevenção, como a distribuição de preservativos e também oferece testagem rápida e o tratamento precoce da doença com coquetéis.
Obesidade é três vezes mais mortal entre os homens, diz estudo
14/07/2016 - O Globo / Site
A obesidade é três vezes mais mortal para os homens do que para mulheres, e mesmo um singelo aumento de peso eleva o risco de morte prematura, segundo um estudo internacional publicado na revista “Lancet”.
Os obesos podem perder até três anos de vida, enquanto pessoas com sobrepeso morrerão um ano mais cedo do que se mantivessem condições de vida saudáveis.
O levantamento, assinado pelas universidades Harvard (EUA), Oxford e Cambridge, ambas britânicas, é o mais ambicioso relato sobre a relação entre morte e obesidade.
Normalmente, menos de um em cada cinco homens morrerão antes de completar 70 anos de idade, mas este índice salta para quase um em três na população moderadamente obesa, e oito em dez entre os obesos mórbidos.
— Descobrimos que os homens obesos têm risco de morte prematura muito maior do que as mulheres obesas — revela Emanuele Di Angelantonio, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Cambridge. — Isso é consistente com observações anteriores de que homens obesos têm índices maiores de resistência à insulina, gordura no fígado e risco de diabetes do que as mulheres.
Atualmente, no Reino Unido, cerca de 61% dos adultos estão com sobrepeso ou obesidade. O peso médio médio da população cresce constantemente desde a década de 1970. Em 1975, o britânico médio tinha um IMC (índice de massa corporal) de 23, que é considerado um peso saudável. Hoje, porém, que subiu para 27, o que já se encaixa na categoria de pessoas acima do peso.
Dez tipos de câncer estão ligados a sobrepeso e obesidade, além de enfermidades como a diabetes tipo 2, acidente vascular cerebral e doenças respiratórias.
Os pesquisadores compilaram dados de 10,6 milhões de pessoas que participaram de 239 estudos entre 1970 e 2015, em 32 países diferentes. O levantamento apontou riscos maiores de morte prematura para as pessoas que estavam classificadas como abaixo do peso ou acima do peso.
Ao atingir a obesidade mórbida, nível mais elevado do IMC, o risco de morte prematura aumentava mais de quatro vezes em homens. Para as mulheres, este nível cresceu 2,7 vezes.
De acordo com o estudo, uma em cada sete mortes prematuras poderia ser evitada, se as pessoas obesas ou com sobrepeso emagrecessem.
— A obesidade é a segunda maior causa de morte prematura na Europa, perdendo apenas para o câncer de pulmão — destaca Richard Peto, pesquisador da Universidade de Oxford, que também assina o levantamento.
Segundo Peto, a pesquisa refuta o “paradoxo da obesidade”, uma teoria em voga em diversos estudos recentes, que sugerem que, em alguns casos, a gordura poderia proteger o organismo.
Nações Unidas alertam para risco de nova epidemia de Aids
13/07/2016 - O Globo
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) alertou em um relatório divulgado ontem que, embora o número de novas infecções tenha declinado, ainda são necessárias medidas para evitar a retomada de uma epidemia global.
Estima-se que 1,9 milhão de adultos são infectados pelo HIV a cada ano, de acordo com observações realizadas entre 2010 e 2015. Em todo o mundo há cerca de 36,7 milhões infectados.
Os novos registros de HIV entre adultos (pessoas com mais de 15 anos de idade, segundo o relatório) estão subindo em várias regiões do mundo: Leste Europeu, Ásia Central, Caribe, Oriente Médio e Norte da África.
Também foi registrado aumento, embora menos significativo, na América Latina. No Brasil, por exemplo, o número de casos cresceu 4% desde 2010. O país é elogiado por tomar iniciativas como fornecer preservativos gratuitamente, mas recebe críticas pela má distribuição dos recursos voltados à prevenção contra a doença.
— Estamos soando o alarme — disse Michel Sidibé, diretorexecutivo da Unaids. — Temos uma janela de oportunidade de cinco anos. Se perdermos isso, não seremos capazes de encerrar a epidemia de Aids até 2030.
35 MILHÕES DE MORTOS
Desde o seu início, há 35 anos, a epidemia de HIV matou cerca de 35 milhões de pessoas com doenças relacionadas à Aids, e aproximadamente 78 milhões foram infectadas com o vírus. O grupo mais vulnerável, que responde por 20% dos novos registros anuais, é de mulheres entre 15 e 24 anos.
— A prevenção ao HIV não está funcionando entre jovens mulheres na África Subsaariana. Elas precisam de mais opções — reivindicou Sidibé.
No Leste Europeu e na Ásia Central, o índice anual de novas infecções por HIV aumentou 57% nos últimos cinco anos. Cerca de metade das ocorrências foi entre pessoas que injetam drogas. Rússia e Ucrânia registram nove entre cada dez novos casos nestas duas regiões. Segundo Sidibé, a epidemia está se movendo vagarosamente dos grupos de risco para toda a população.
Em 2014, segundo o relatório, homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e seus clientes, transgêneros, pessoas que injetam drogas e prisioneiros estavam ligados a 35% das novas infecções de HIV no mundo.
Estima-se que homens que fazem sexo com outros homens têm 24 vezes mais riscos de serem infectados com o vírus HIV do que o resto da população. Entre os transgêneros, este índice é 49 vezes maior do que o observado em outras pessoas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, todas as pessoas diagnosticadas com HIV devem ter acesso imediato a medicamentos antirretrovirais, que mantêm o vírus sob controle e dão aos pacientes uma boa chance de ter uma vida longa e relativamente saudável.
O alerta do aumento das infecções por HIV é divulgado no momento em que as contribuições internacionais para a luta contra a Aids atingiram seu nível mais baixo desde 2010. Em 2013, a população infectada contava com US$ 9,7 bilhões. No ano passado, o valor caiu para US$ 8,1 bilhões. Para compensar a queda, os países em desenvolvimento intensificaram investimentos domésticos em saúde pública.
O novo relatório critica o modo como o Brasil distribui suas riquezas no combate ao vírus da Aids. Aqui, apenas 6% da verba é destinada à prevenção efetiva. Trata-se de um índice menor do que o observado em outros dois países cuja doença tem padrão epidêmico — na África do Sul, o investimento nesta finalidade equivale a 10% dos recursos para a luta contra o HIV e em Myanmar, a 15%.
Ministério da Saúde estima 20 mil atendimentos ligados à Olimpíada
12/07/2016 - Valor Econômico / Site
O Ministério da Saúde estima que haja 20 mil atendimentos médicos e 700 remoções durante os Jogos Olímpicos. Esses serviços serão monitorados por um centro de operações apresentado nesta terça (12), no Rio.
O Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde fará uma vigilância do atendimento médico a atletas, delegações e espectadores dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.
Segundo o Ministério da Saúde, o centro irá monitorar as situações de risco, a demanda por atendimento, a vigilância epidemiológica e sanitária e coordenar respostas diante de emergências em saúde pública.
Funcionará no Centro de Operações Rio, da Prefeitura, do dia 29 de julho a 26 de setembro.
Esse tipo de monitoramento já foi feito em eventos como a Copa do Mundo e Jornada Mundial da Juventude. Durante a Copa, por exemplo, 0,2% dos participantes necessitaram de algum tipo de atendimento de saúde fora das arenas.
Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa internacional é que entre 1% e 2% do público em eventos de massa necessite de algum cuidado médico e 0,2% a 0,5% tenha necessidade de transferência para serviços de maior complexidade.
A crise financeira do Estado atingiu a saúde, que entrou em colapso no final de 2015, quando emergências chegaram a fechar.
Com o repasse de R$ 2,9 bilhões do Governo Federal ao Estado para a segurança pública durante a Olimpíada, a saúde conseguiu um remanejamento de R$230 milhões da verba estadual para regularizar o pagamento de seus servidores.
O Ministério contratou 2.500 mil profissionais de saúde temporários e de 3.500 mil agentes para inspecionar e eliminar focos de dengue e zika.
Também foi lançado um site (www.saude.gov.br/viajante) com orientações para os brasileiros e turistas sobre os cuidados e a prevenção à saúde e um aplicativo de monitoramento, o Guardiões da Saúde. Segundo o Ministério, a ferramenta torna possível mapear a ocorrência de sintomas similares relatados em determinadas localidades.
A Rio-2016 prestará serviços médicos dentro das áreas de competição. Oferecerá atendimento externo particular a atletas e delegações. Espectadores que precisem de remoção dos locais de competição serão atendidos no SUS, na rede de assistência organizada pelo município.
O Ministério espera que mais 90% dos atendimentos nas áreas de competição sejam resolvidos no próprio local.
Alerta constante
12/07/2016 - Guia da Farmácia
Os dias mais frios trazem conforto para alguns e desconforto para tantos outros. É nesta época do ano que a população passa a ser mais acometida por doenças, principalmente as respiratórias que, em sua maioria, estão relacionadas com problemas alérgicos.
Estima-se que, no Brasil, existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos. Ela é uma causa importante de faltas escolares e no trabalho. Segundo o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), ligado ao Ministério da Saúde (MS), ocorrem, anualmente no Brasil, em média, 350 mil internações. A asma está entre a terceira ou quarta causa de hospitalizações (2,3% do total).
A doença é considerada crônica e atinge todas as faixas etárias, sendo que o primeiro episódio acontece 90% das vezes nos primeiros cinco anos de vida.
De acordo com o coordenador da comissão de asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. Emílio Pizzichini, a asma é uma doença complexa, geralmente determinada pela combinação de fatores hereditários e ambientais, ou seja, ela não é apenas hereditária.
Não que a predisposição genética não tenha influência nos casos da asma, como explica a médica pneumologista e intensivista do Hospital Israelita Albert Einstein e professora livre-docente da disciplina de pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dra. Carmen Silvia Valente Barbas: "O paciente tem de ter uma predisposição genética para iniciar um quadro de asma, que é uma doença inflamatória das vias aéreas, mais comumente iniciada após infecção respiratória, contato com alérgeno, frio, exercício físico".
DIFERENÇAS ENTRE AS DOENÇAS
A asma, segundo os especialistas, é caracterizada por uma resposta inflamatória do tipo alérgica, na mucosa respiratória e que resulta em uma hiperatividade brônquica. Os principais sintomas são cansaço, tosse noturna, tosse induzida por exercícios físicos, vômitos pós-tos-se, entre outros.
A principal característica clínica é a ocorrência de episódios intermitentes (crises) de falta de ar, principalmente à noite ou de madrugada, seguida por chiado, sensação de aperto ou peso no peito, tosse seca (que pode ser de manifestação isolada). Inicialmente, esses sintomas podem aparecer somente quando o paciente pratica algum exercício físico, mas se houver agravamento da doença, eles passam a existir mesmo em repouso, sendo piorados pela atividade.
Além disso, o mestre e doutor em alergia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), integrante da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), Dr. Raul Emrich, esclarece que existem variações da asma. "Por exemplo, há a que só aparece em crianças pequenas, junto com doenças virais febris e desaparece com o crescimento; a que só aparece com exercício, a não alérgica que surge na vida adulta, etc."
Em muitas dessas situações, existirá a necessidade de tratamento prolongado, visando uma vida melhor. Tratar, nesse caso, de acordo com o médico, não significa curar, mas permitir uma boa qualidade de vida. Quando o indivíduo passa por uma mudança de fase na vida (por exemplo, da infância para a adolescência, ou após uma gravidez), é possível que a asma se modifique, ou "sossegue".
Recentemente, a diretriz internacional chamada de GINA (iniciativa global para asma, ou Global Initiative for Asthma - www.ginasthma.com) propôs os termos Asma Controlada e Asma Não Controlada. "Asma não tem cura, mas hoje existem tratamentos eficientes para minimizar ao máximo todos os sintomas e controlar eficientemente a inflamação, evitando crises e hospitalizações, proporcionando ao paciente uma excelente qualidade de vida", completa o Dr. Emrich.
Já a bronquite é uma inflamação da árvore brônquica e pode ser aguda ou crônica. A bronquite aguda é causada, em geral, por vírus, mas pode ser decorrente também de infecções bacterianas. É mais frequente nos meses de outono e inverno. A bronquite crônica é um termo antigo, substituído hoje pela designação Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que engloba a bronquite crônica e o enfisema.
Para outros especialistas, o termo asma é empregado para a doença mais crônica, enquanto bronquite pode ser um quadro mais agudo. A bronquite, em adultos, está também associada ao uso do tabaco e outros poluentes ambientais.
O QUE DESENCADEIA UMA CRISE?
Os principais sintomas da asma são crises de dispneia ("falta de ar"), sibilos ("chiado") e tosse. Os principais sintomas de DPOC são a tosse produtiva (com secreção), praticamente diária, e dispneia relacionada aos esforços físicos, com agravamento progressivo. Os pacientes com DPOC também podem apresentar sibilos.
Os principais fatores desencadeantes de crises de asma são a exposição aos alérgenos inaláveis (ácaros, fungos, pelos de animais, polens, alérgenos ocupacionais, etc.) e aos poluentes intradomiciliares e extradomiciliares (fumaça de cigarro, odores fortes, poluentes da combustão de veículos, poluentes industriais, etc.). Contudo, outros agentes/ fatores também podem ocasionar crises de asma em determinados indivíduos, tais como exercício físico, medicamentos, infecções respiratórias, alimentos e estresse emocional, explica a Dra. Norma.
Apesar de serem consideradas doenças sem cura, mas que exigem cuidados, essas enfermidades levam ao remodelamento do brônquio. Por exemplo, quando a pessoa se corta, aparece uma cicatriz. Isso acontece com o brônquio, levando a troca do tecido por tecido cicatrizante, que não tem a mesma elasticidade, o que faz com que haja uma restrição e a diminuição da capacidade respiratória. A condição pode causar até problemas cardíacos, se não tratada adequadamente.
FORMAS DE CONTROLE
O tratamento de ambas as doenças é dirigido ao combate dos sintomas. Nos pacientes asmáticos, a normalização da função pulmonar é objetivada. A estratégia terapêutica vai depender da gravidade da doença individual de cada paciente, bem como a resposta ao tratamento. "Alguns cuidados servem para ambas as doenças, como vacinação contra o vírus influenza anualmente, e para aqueles usuários do tabaco, a cessação é obrigatória", complementa o pneumologista do Hospital Bandeirantes, Dr. André Suzuki.
De modo geral, a Dra. Norma explica que o tratamento da asma inclui medidas de controle ambiental, tratamento medicamentoso e imunoterapia (vacinas). O controle ambiental visa à prevenção da exposição aos alérgenos e poluentes ambientais. O tratamento medicamentoso subdivide-se em tratamento das crises e tratamento inter crise.
Nas crises, utiliza-se, de acordo com a gravidade do caso, beta-agonistas de ação curta por via inalatória e corticosteroides sistêmicos (via orai ou endovenosa). Na inter crise, também de acordo com a gravidade da doença e faixa etária, estão indicados os corticosteroides inalados, beta--agonistas de ação prolongada via inalatória, anti leucotrienos, cromoglicato, corticosteroides orais, anti-lg e terapia imunossupressora. A imunoterapia específica está indicada nos casos em que há sensibilização alergênica comprovada aos alérgenos inaláveis.
O tratamento da DPOC inclui a terapia não medicamentosa e medicamentosa.
O asmático, quando bem tratado, deve ter uma vida normal. Os cuidados são os mesmos da população em geral, como presença de doenças infecciosas (especialmente a gripe), atividades físicas e boa alimentação.
Ampliação de serviço
12/07/2016 - Guia da Farmácia
O fato de que a incidência de gripe aumenta no inverno é de conhecimento geral. No entanto, em meados de março deste ano, um surto de H1N1, fora de hora, causou alvoroço entre os brasileiros. Enquanto ao longo de 2015 foram registrados 141 casos e 36 mortes relacionados ao vírus H1N1, até o início de junho, foram notificados 1.050 casos e 310 mortes atribuídas à doença.
O resultado foi que, logo no início do ano, quando os termômetros ainda marcavam altas temperaturas, as notícias sobre uma possível nova epidemia fizeram lotar os postos de saúde pública. No entanto, o governo não estava preparado para um surto antecipado. A solução foi liberar lotes de vacina apenas para membros dos grupos de risco, como crianças, idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas. No entanto, quem não se enquadrava nesses grupos também queria proteção. Além disso, queria ter acesso à versão mais atualizada da vacina, essencial para o combate a um vírus que está em constante mutação. Isso fez com que se formassem longas filas nas clínicas particulares que ofereciam o serviço. Na cidade de São Paulo, pessoas chegaram a aguardar até cinco horas para receber a imunização.
Como manda a lei máxima do capitalismo - oferta e procura -, muitas clínicas se aproveitaram da busca desesperada pela vacina e elevaram os preços às alturas. O abuso foi tanto que denúncias de consumidores levaram a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) a notificar alguns estabelecimentos a prestar esclarecimentos sobre aumento excessivo do preço da vacina contra a gripe H1N1.
Em uma das clinicas vistoriadas, foi constatado o aumento de 50% do preço anterior referente ao primeiro lote. Nelas, as vacinas variavam de RS 90 a R$ 120. Ao Procon, as empresas notificadas alegaram que o reajuste se deu por conta dos fornecedores, que aumentaram em 13,5% o valor das vacinas.
SOLUÇÃO À VISTA
Enquanto o consumidor fica desprotegido, sem acesso pleno à vacina gratuita concedida pelo governo e à mercê de preços altos e filas imensas em estabelecimentos particulares, farmácias preparadas para oferecer vacinação estão impedidas de colocar à disposição o serviço.
A Lei 13.021/14, que trata dos serviços de Atenção Farmacêutica, já autoriza que as farmácias disponibilizem vacinas para uso imediato por parte da população. No entanto, antes que o serviço entre em vigor, de fato, é necessário que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita uma norma técnica que regulamente a atividade. Entretanto, depois de dois anos desde que a lei foi aprovada e sancionada, a norma ainda não foi divulgada.
"Se a aplicação das vacinas nas farmácias já tivesse sido regulamentada, teríamos aumentado muito a capacidade privada de atendimento à população. Isso sem falar na facilidade de acesso, com os horários extensivos de atendimento, e um provável preço bem mais acessível do serviço. Tudo isso com a segurança necessária, pois será o farmacêutico o profissional responsável por conduzir o serviço", afirma o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto.
De acordo com o executivo, a prática já se mostrou acertada em outros países e não somente em relação à gripe. Com a possibilidade de obter as mais diversas vacinas nas farmácias, aumentou-se muito o nível de imunização dos cidadãos para doenças, como, herpes zoster, hepatite A e B, HPV, meningite, pneumonia, tétano e outras.
"Nos Estados Unidos, por exemplo, nos estados onde as farmácias oferecem vacinação, houve aumento na cobertura vacinai de 148% contra pneu-mococos - principalmente em idosos, que são os mais atingidos pela doença - e de 77% contra herpes zoster, em comparação a outros locais onde o serviço não é oferecido" argumenta Mena Barreto.
O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) também defende a regulamentação que permitirá que farmácias possam aplicar vacinas e soros. "São estabelecimentos capilarizados por todo o território e o acesso facilitado poderia aumentar o volume de imunizações, e, com isso, até baratear o preço dessa vacina, sem diminuir a qualidade do serviço, visto que o farmacêutico é um profissional qualificado para realizar esse procedimento de forma segura", afirma a gerente de Secretaria Central das Comissões de Ética do CRF-SP, Dra. Luciane Maria Ribeiro Neto.
BUROCRACIA NO CAMINHO
Apesar da Lei 13.021/14 permitir que farmácias de qualquer natureza disponham de vacinas para atendimento à população, o estabelecimento, que opte por prestar o serviço de aplicação de injetáveis, está condicionado à autorização prévia por parte do órgão sanitário, conforme disposto na Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 44/09 da Anvisa, mediante cumprimento de requisitos exigidos de infraestrutura e materiais, por isso nada pode ser colocado em prática sem a norma técnica.
"Ressaltamos que o fornecimento e aplicação de vacinas ainda pode estar condicionado a outros critérios, que devem ser verificados junto ao órgão de vigilância sanitária e até mesmo epidemiológica", esclarece a Dra. Luciane.
De acordo com a assessoria de imprensa da Anvisa, o arcabouço regulatório já existe e não há impedimento legal que proíba a aplicação de vacinas em farmácias. O órgão, inclusive, destacou diversas legislações que tratam do tema: Portaria Conjunta Anvisa/ Funasa n° 01, de 2 de agosto de 2000, que já prevê vacinação em estabelecimentos privados de vacinas; a Lei 5991/73; o Decreto 74170/74; e a RDC 44/09.
"O que está sendo trabalhado agora é uma norma técnica para deixar mais clara a execução dessa atividade em farmácias, já que há entendimentos diferentes da norma atual. O prazo é de um mês, no máximo", informou a assessoria de imprensa no dia 16 de maio último (data em que esta reportagem foi apurada. Até o dia 18/06, data de fechamento desta edição, nenhuma novidade foi anunciada).
A Abrafarma reconhece o apoio e o esforço que a atual diretoria vem fazendo para tentar modificar a estrutura da Anvisa, sem deixar de lado a defesa da segurança na qualidade dos produtos e serviços de saúde, mas critica o excesso burocrático que impacta o tempo de análises de processos.
Não faz nenhum sentido entulhar a estrutura com autorizações de funcionamento de filiais, um processo meramente burocrático e sem sentido, e que duplica a ação dos municípios, que efetivamente são os responsáveis por licenciar e fiscalizar os estabelecimentos farmacêuticos. Isso sem falar das inúmeras reuniões da Diretoria Colegiada que se dedicam a avaliar recursos e mais recursos administrativos, atravancando a pauta, protelando a discussão de assuntos muito mais nobres.
NORMA TÉCNICA
A Lei 13.021/14 não trata de aspectos técnicos sobre a aplicação de vacinas, mas a prestação do serviço de aplicação de injetáveis de forma geral em farmácias está prevista na RDC 44/09 com algumas exigências, como a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento; localização conveniente, sob o aspecto sanitário; equipamentos necessários à conservação adequada de imunobiológicos; acessórios que satisfaçam os requisitos técnicos estabelecidos pela vigilância sanitária; além de destacar a responsabilidade do farmacêutico quanto à garantia, eficácia e segurança da terapêutica prescrita e da observação dos aspectos técnicos e legais do receituário.
CONSERVAÇÃO DAS VACINAS
De acordo com a Dra. Luciane, vacinas requerem condições especiais de temperatura de armazenamento e conforme previsto na RDC 44/09. "Para aqueles produtos em que há exigência de condições especiais de armazenamento, devem ser obedecidas as especificações declaradas na respectiva embalagem, devendo a temperatura do local de armazenamento ser medida e registrada diariamente, sendo do farmacêutico a responsabilidade pela manutenção da adequada conservação e armazenamento de produtos farmacêuticos ou não dispensados na farmácia."
Por isso, a Norma Técnica da Anvisa deve conter exigências como:
• A conservação das vacinas é feita por meio do sistema denominado rede ou cadeia de frio. Esse sistema inclui o armazenamento, o transporte e a manipulação de vacinas em condições adequadas de refrigeração desde o laboratório produtor até o momento em que a vacina é aplicada.
• Esse sistema rede ou cadeia de frio é respeitado em quatro níveis: 1. nível nacional, 2. central estadual, 3. regional e 4. local.
As câmaras de conservação ou geladeiras deverão ser usadas única e exclusivamente para os imunobiológicos, ou seja, serão câmaras de conservação ou geladeira dedicadas às vacinas. Deverão ter regulagem de temperatura máxima e mínima e devem ter um rígido controle.
Deverão ficar longe de fontes de calor, como estufa, autoclave, raios solares, etc. A fonte de energia elétrica deverá ser unicamente destinada ao refrigerador. Nunca ligá-lo em T ou com benjamim.
O estabelecimento deverá criar Procedimentos Operacionais Padrão para todas as operações demandadas a esta finalidade. "É necessário prever quais ações serão necessárias em situação de emergência, por exemplo, quebra de um refrigerador, entre outras, como: arrumação das vacinas no refrigerador; ordem de colocação; congelamento ou não e seu impacto na estabilidade das vacinas. Além disso, será preciso estabelecer o controle de toda a documentação necessária para assegurar a rastreabilidade das ações", destaca a professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade de Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti.
Coração valente
12/07/2016 - Guia da Farmácia
Viver e envelhecer com saúde é um desafio e tanto para pessoas em todo o mundo. Doenças crônicas, genéticas, hereditárias, adquiridas por hábitos de vida desregrados estão na lista das que mais comprometem a qualidade de vida das pessoas.
A incidência de hipertensão entre a população mundial é muito alta e, no Brasil, não é diferente. Segundo informações fornecidas pelo presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), Dr. Marcelo Cantarelli, estima-se no mundo que a hipertensão arterial atinja entre 8% e 30% da população, dependendo da região estudada. No Brasil, mais de 17 milhões de pessoas são hipertensas. A prevalência aumenta com a idade, enquanto incide em 14% da população até 34 anos de idade, entre os idosos acima dos 65 anos de idade, ela atinge mais de 63%.
Mesmo convivendo muito de perto com o fantasma da hipertensão, o brasileiro parece não estar preocupado com a saúde e segue ignorando os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do problema. O número de brasileiros obesos, por exemplo, cresce ano a ano. Dados divulgados em 2015 pelo Ministério da Saúde (MS) mostram que, em 2006, 43% da população estava acima do peso. Hoje, o Índice chega a 52,5%. Ou seja, mais da metade dos brasileiros apresenta pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como a hipertensão.
O aumento do número de pessoas de mal com a balança pode ser explicado pela falta de atividade física. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 46% da população - um total de 67,2 milhões pessoas - com 18 anos de idade ou mais é sedentária, o que ajuda a agravar o quadro de hipertensos no País.
Outros maus hábitos, o avanço da idade e características raciais também podem influenciar no descontrole da Pressão Arterial (PA). "A ingestão excessiva de sal e álcool, tabagismo e fatores socio económicos também são desencadeadores", relata a cardiologista do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, Dra. Beatriz da Silva Costa.
A consequência dessa falta de cuidado com o corpo é perigosa. Todos os anos, 300 mil pessoas morrem no Brasil em decorrência de doenças cardiovasculares, sendo que mais da metade das complicações fatais tem origem na pressão alta. Pelo menos 40% dos infartos e 80% dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) ocorrem devido ao descontrole da PA.
EFEITOS NO ORGANISMO
Por que a hipertensão é tão perigosa e aparece como o principal fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares? Segundo descreve a Dra. Beatriz, a pressão alta compromete o equilíbrio entre o relaxamento e a contração dos vasos, levando a um aumento da tensão sanguínea, isto é, a força que o sangue exerce sobre as paredes das artérias, sendo capaz de prejudicar a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos irrigados.
Quando o organismo está sob o efeito desse desequilíbrio, inúmeras podem ser as consequências: complicações vasculares (para cada 10 mmHg de elevação da PA, o risco vascular se eleva em 28%); Doença Arterial Coronariana Aguda e Crônica (DAC); Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC); Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo (HVE); AVC Isquêmico e Hemorrágico; Insuficiência Renal Crônica; e Hipertensão Maligna.
COMO PREVENIR E TRATAR
A hipertensão é considerada um dos principais fatores de risco modificáveis. Hereditariedade e idade avançada são fatores que não podem ser trabalhados, mas há diversos outros agentes da doença que, se evitados, podem reduzir - e muito - a chance de desenvolvimento do problema. Antes de ser obrigado a procurar um médico e passar a ter de se medicar diariamente, há uma série de comportamentos que podem ser adotados por uma pessoa que deseja frear os riscos de se tornar um doente crônico. "A prevenção primária e a detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar as doenças e devem ser metas prioritárias dos profissionais de saúde", acredita a Dra. Beatriz.
Segundo a nefrologista membro da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Dra. Frida Liane Plavnik, para evitar a doença, é preciso tomar medidas gerais de reeducação, também conhecidas como modificações no estilo de vida. A mudança de hábitos é necessária, principalmente, em indivíduos com PA limítrofe (PA < 140/90 mmHg).
Entre as novas atitudes, devem estar: medição regular da PA, alimentação saudável, prática de atividade física pelo menos cinco dias por semana, manutenção de peso adequado, diminuição do consumo de bebidas alcoólicas, não fumar e controle do estresse (nervosismo). "Tentar administrar os problemas de uma maneira mais tranquila. A arte de viver bem é enfrentar os obstáculos do dia a dia com sabedoria e equilíbrio", aconselha a Dra. Frida.
TERAPIA MEDICAMENTOSA
A menos que haja uma necessidade evidente para o uso imediato de medicamentos, como no caso de pacientes com níveis de PA acima de 180/110 mmHg, a maioria dos pacientes, primeiramente, deve ter oportunidade de tentar reduzi-la por meio de tratamento não farmacológico, a partir das modificações no estilo de vida citados anteriormente.
No entanto, uma vez já instalada a hipertensão, medidas farmacológicas devem ser instituídas. A hipertensão arterial essencial não tem cura, mas deve ser tratada para impedir complicações. Em indivíduos com PA limítrofe, recomenda-se tratamento medicamentoso apenas em condições de Risco Cardiovascular Global alto ou muito alto. Esse risco é definido como a probabilidade de um indivíduo ter um evento [angina, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), AVC ou morte], durante um período de dez anos. Quanto maior o risco, maior o potencial benéfico de uma intervenção terapêutica ou preventiva.
Apesar de eficazes, os medicamentos não conseguem realizar a tarefa da redução de PA sozinhos. O sucesso do tratamento depende fundamentalmente de mudança comportamental e da adesão a um plano alimentar saudável. "Pequena perda do peso corporal está associada a reduções na PA em pessoas com sobrepeso. Reduzir a ingestão de álcool para no máximo 30 g de etanol para homens e 15 g para mulheres também surte efeitos, assim como a cessação do tabagismo", aponta a Dra. Beatriz.
Quando benfeito, o tratamento farmacológico junto a atitudes saudáveis conseguem reduzir a morbidade e mortalidade. Assim, os anti-hipertensivos e as mudanças de hábito são capazes não só de reduzir a PA, como também diminuir os eventos cardiovasculares fatais e não fatais.
A SERVIÇO DA POPULAÇÃO
O procedimento de medida de PA pode ser realizado por todos os profissionais da área de saúde habilitados para tal. No entanto, apesar do procedimento ser simples, existem algumas particularidades que precisam ser respeitadas. É importante que todos os profissionais de saúde tenham conhecimento das técnicas padronizadas para tal procedimento. Os mesmos devem ser treinados e certificados como aptos e periodicamente reavaliados para confirmar a adequação de como a PA está sendo avaliada.
Da mesma forma, o local onde a medida de pressão será feita deve respeitar algumas exigências. Há necessidade de uma sala separada onde o paciente possa permanecer em repouso por no mínimo de três a cinco minutos e que o ambiente não sofra interferência de sons externos. Não é correto fazer a medida em condições ambientais diferentes da situação exposta acima.
Em nota, a SBH afirma que não é contrária à medida de pressão na farmácia, desde que o profissional responsável por tal procedimento seja devidamente treinado e certificado. A instituição tem, inclusive, disponível material educativo para profissionais da saúde e pode promover treinamento, quando solicitado.
É importante orientar aos pacientes da farmácia que:
Evitem: açúcares e doces, derivados de leite na forma integral, com gorduras, carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras, temperos prontos, alimentos industrializados que vêm em latas ou vidros, alimentos processados e industrializados, como embutidos, conservas, enlatados, defumados, charque.
Prefiram: alimentos cozidos, assados, grelhados ou refogados, temperos naturais, como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, frutas, verduras e legumes, produtos lácteos desnatados.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
De acordo com o cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Antonio Carlos Bacelar, a Insuficiência Cardíaca (IC) é a via final comum da maioria das doenças que acometem o coração. "A IC é uma síndrome complexa em que o coração é incapaz de bombear o sangue no volume necessário para suprir as necessidades do organismo. A mortalidade por doenças cardíacas aumenta progressivamente com a elevação da PA. A IC é a causa mais frequente de internação por doença cardiovascular. É uma doença que causa importante diminuição da qualidade de vida e possui alta mortalidade", diz.
Segundo o cardiologista, Dr. Giovanni Pinto, a IC está relacionada a diversas doenças que afetam diretamente o coração e estas, em sua grande maioria, ficam mais prevalentes com a idade, por isso a relação com a idade do paciente. Para ele, a incidência e prevalência absoluta de IC é discretamente maior em homens, mas mulheres são menos propensas a ter doença arterial coronariana e mais propensas a ter hipertensão.
Ainda de acordo com o Dr. Giovanni Pinto, no Brasil, estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham IC e surgem aproximadamente 240 mil novos casos por ano. Em junho de 2015, a revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), publicou um estudo coordenado pelo professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FMC-UERJ), Dr. Denilson Albuquerque, mostrando que 50 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil em função de complicações cardíacas.
A IC pode ser resultado de inúmeras patologias como, por exemplo, IAM, doenças nas valvas, miocardite, doenças congênitas, alcoolismo, uso de drogas e a própria hipertensão.
"No entanto, quase 50% das vezes não conseguimos identificar uma causa para a IC, sendo chamada de idiopática. Como a maioria das causas apresentadas é mais prevalente na população com idade mais avançada, a IC acaba por ser mais comum também nesta faixa etária, podendo, no entanto, também se manifestar em faixas etárias mais jovens", explica o cardiologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Alexandre Galvão.
Essenciais para adultos e crianças
12/07/2016 - Guia da Farmácia
Uma dieta equilibrada contemplando carboidratos, gorduras, proteínas, minerais e vitaminas. Essa é sempre a recomendação dos médicos, mas seguir as orientações é uma meta pouco alcançada por grande parte da população, com destaque para as vitaminas. "De forma geral, os brasileiros não costumam suprir as taxas adequadas e isto acontece por diversos motivos, passando pela falta de informação sobre a importância desses nutrientes, hábitos alimentares ruins, excesso de produtos industrializados na dieta, erros no preparo dos alimentos, dietas restritivas, entre diversas outras razões", afirma a nutricionista do Hapvida, Maria Cristina Câmara Bernhard.
Seja qual for o motivo para essa carência nutricional, sabe-se que são muitos os prejuízos que a deficiência vitamínica pode trazer ao organismo. "As vitaminas são importantes para inúmeras funções biológicas. Elas participam da formação da estrutura óssea e dos dentes, são importantes para a cicatrização, para a integridade do sistema imunológico e também podem evitar problemas, como anemia, falta de apetite e até alguns tipos de câncer, por exemplo", mostra.
Acompanhe, a seguir, o papel de algumas vitaminas para o bom funcionamento do corpo em algumas fases da vida:
Vitamina C: o organismo armazena uma quantidade pequena desta vitamina. Por isso, sua ingestão deve ser adequada para evitar esse déficit, segundo explica a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Cintya Bassi. E os sinais dessa carência podem aparecer logo no início da vida. "Os sintomas costumam aparecer em, aproximadamente, seis meses de uma ingestão deficiente, promovendo o aparecimento de petéquias (pequenos pontos vermelhos no corpo) e manchas arroxeadas na pele. Também são associados à carência de vitamina C, o surgimento de gengivite, dificuldades de cicatrização, deficiência no sistema imunológico, podendo aumentar a ocorrência de gripes e resfriados, além de anemia ferropriva", enumera Cintya.
Em adultos, os sintomas da hipovitaminose C são os mesmos. Mas dois grupos merecem atenção: o de fumantes e o de gestantes. "Adultos fumantes têm a absorção da vitamina reduzida, o que pode resultar em doenças como o escorbuto, embora o surgimento dessa enfermidade atualmente seja raro. Em gestantes, a carência está relacionada ao aumento na incidência de doença hipertensiva e pré-eclâmpsia", lembra.
Vitamina D: em crianças, os sinais da deficiência de vitamina D podem demorar a surgir, dependendo de fatores, como a velocidade de crescimento, grau de deficiência e a quantidade de cálcio da dieta, segundo explica Cintya. "O problema mais comumente associado à hipovitaminose D em crianças é o raquitismo, que tem como manifestações clinicas atrasos no crescimento, palidez, deficiência do sistema motor, irritabilidade, sudorese, entre outros", afirma a especialista.
Já em adultos, conforme aponta a nutricionista do São Cristóvão, a forma mais comum de manifestação dessa deficiência é a osteomalácia, doença que leva ao amolecimento dos ossos. "Deficiência de cálcio também pode ocorrer, já que a absorção fica prejudicada", acrescenta.
ZINCO: é um mineral presente em mais de 200 enzimas e tem participação essencial no metabolismo de macronutrientes, conforme sinaliza Cintya. "Sua deficiência primeiramente mobiliza as reservas. Porém, se o quadro é prolongado, pode gerar anorexia, cicatrização lenta, intolerância à glicose, atrofia testicular e disfunções imunológicas", alerta.
Em crianças, além de anorexia e comprometimento do sistema imunológico, esta faixa etária também está suscetível a outros problemas. "Podem ocorrer diarreia, retardo no crescimento e na maturação sexual, hipogeusia (diminuição do paladar), além de falta de memória", avisa Maria Cristina.
Brasil lidera novos casos de HIV na América Latina, diz Unaids
12/07/2016 - Folha de S.Paulo / Site
As novas infecções por HIV cresceram 4% no Brasil entre 2010 e 2015, representando 40% das dos casos novos da América Latina e Caribe.
Mas, de maneira geral, os números se mantêm estáveis no mundo.
O relatório da Unaids (agência da ONU para Aids) "Lacuna na Prevenção" foi divulgado nesta terça (12). A publicação estima que 1,9 milhão de pessoas foram infectadas por ano nos últimos cinco anos.
O texto estima que, em 2015, havia 830 mil pessoas vivendo com Aids no Brasil. No mundo, o número estimado é superior a 36 milhões.
Entre 2000 e 2014, 15 mil pessoas morreram no país por complicações de saúde derivadas da Aids.
Os casos de infecção por HIV permanecem concentrados nas populações de risco, segundo o relatório. Na região do Caribe e América Latina, um terço das novas infecções de 2014 ocorreram entre homens gays e homem que fazem sexo com homens. Mulheres transgênero são o grupo com maior prevalência de HIV.
A dificuldade de acesso a métodos de prevenção continua sendo um dos principais motivos que levam ao aumento dos casos. O relatório exemplifica que somente seis países latino-americanos e caribenhos disponibilizam preservativos femininos gratuitamente. O Brasil está entre eles.
Populações jovens estão "desproporcionalmente em risco de infecção por HIV", afirma o relatório.
VIOLÊNCIA
A violência contra populações de risco, como a LGBTI, continua sendo um problema na garantia de direitos, segundo o relatório.
Foram assassinadas 802 pessoas transgêneros no Brasil entre 2008 e 2015. No México, foram 229 mortes. Os dois países possuem os maiores número absolutos do mundo.
A vasta maioria dos casos de violência contra a população LGBTI permanece sem punição, diz o relatório.
Chikungunya desafia ciência e já mata mais que dengue e zika no Nordeste
12/07/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O alto número de mortes confirmadas por chikungunya no Nordeste está desafiando médicos e pesquisadores a buscar explicações do porquê de uma doença de taxa de mortalidade baixa apresentar saltos fora do padrão normal. A doença é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.
A chikungunya foi motivo confirmado de 45 mortes no 1° semestre na região, contra 35 mortes por dengue e cinco pelo vírus da zika. O número de mortes ainda deve crescer consideravelmente, já que há outras 400 mortes por arboviroses em investigação nesses Estados, todas sem causa confirmada.
O levantamento feito pelo UOL inclui dados das secretarias estaduais de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. O governo de Sergipe não indica a quantidade de mortes em seus boletins divulgados nem a secretaria estadual de Saúde informou o número.
O Nordeste é a região do Brasil que mais sofre com o vírus, segundo o Ministério da Saúde. Até o fim de maio, 107 mil pessoas foram infectadas pela febre chikungunya –a região tem 87% das infecções registradas em todo o país. O número de pessoas infectadas no Brasil em 2016 já é quase nove vezes maior que as registradas em todo o ano passado: 13 mil.
Assim como dengue e zika, não existe um tratamento específico para chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para a febre e dores articulares.
GRAVIDADE DA DOENÇA ASSUSTA
A dispersão da febre chikungunya pelo Nordeste tem deixado um rastro de adultos e idosos com dores crônicas graves que sobrecarrega os serviços de saúde, além de um número ainda não explicado de mortes. Os boletins das secretarias de saúde estaduais trazem aletas da gravidade da situação.
No primeiro semestre de 2016, o número de mortes por arbovirores cresceu 426% no Rio Grande do Norte. O Estado é o que tem maior incidência de chikungunya do país.
MAIS FATAL QUE DENGUE
Os índices de mortes dos Estados apontam para mais vítimas fatais entre os infectados por chikungunya do que entre os infectados por dengue. Em Pernambuco, Estado líder em mortes pela doença na região, o índice de mortalidade de chikungunya é seis vezes maior que o da dengue.
Até junho, foram sete mortes confirmadas de dengue para 19.304 pessoas infectadas (média de 0,4 morte para mil casos). Já no caso da chikungunya, são 11.273 casos confirmados de infecção, com 26 mortes: 2,1 para cada mil casos. O índice é maior do que o apresentado na literatura médica. A letalidade de dengue nas Américas em 2014 foi de 0,7 óbitos por mil casos, enquanto o de chikungunya era de 0,2 por mil casos.
O infectologista Kleber Luz, integrante do grupo de cientistas do Ministério da Saúde que investiga o problema, diz que essa taxa de mortalidade "aparentemente" maior para a febre que no caso de outras arboviroses intriga os especialistas.
Para o Ministério da Saúde ainda é preciso investigar mais detalhadamente as mortes por chikungunya "para que seja possível determinar se há outros fatores associados, como doenças prévias, comorbidades, uso de medicamentos, entre outros". Luz diz que o Ministério da Saúde vai debater um protocolo para investigar o problema. Ele diz que, no final de julho, um grupo da comunidade científica deve se reunir em João Pessoa para essa discussão.
Luz indica que há duas teorias mais prováveis para as mortes. "Temos vistos alguns casos em que o vírus tem invadido o sistema neurológico, causando encefalite grave, e em crianças há um quadro clássico com múltiplas lesões de pele, mas isso já era esperado. Uma outra possibilidade é que, no Brasil, a venda é livre de todos os remédios, com exceção dos antibióticos; ao adoecerem e por terem muita dor, os pacientes talvez estejam usando anti-inflamatórios e corticoides", diz.
O uso de remédios pode, ao mesmo tempo, tornar a doença mais grave e comprometer a imunidade dos infectados. "É como se deixasse o caminho livre para o vírus matar", explicou o infectologista.
A DOENÇA
A transmissão da febre chikungunya foi identificada pela primeira vez no Brasil em 2014. Os sintomas da doença são: febre acima de 39 graus e de início repentino e dores intensas nas articulações de pés e mãos. Pode ocorrer, também, dores de cabeça e nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas.
Contra o avanço da doença e reações mais graves, o Ministério da Saúde já formulou o Guia de Manejo Clínico, com orientações sobre o diagnóstico precoce e manejo para profissionais de saúde.
Falhas na atenção básica de saúde se repetem em várias regiões do país
12/07/2016 - G1 - Bom dia Brasil
O Bom Dia Brasil mostra as falhas na atenção básica de saúde. Os problemas se repetem em várias regiões do país. São pacientes que poderiam enfrentar menos dificuldades, se houvesse um acompanhamento de qualidade.
Além dos problemas com a falta de remédios, equipamentos e funcionários, a auditoria do Tribunal de Contas da União revela a falta de preparo de quem trabalha com a atenção básica no Brasil. Quase 70% dos municípios não conseguem dar treinamento aos profissionais de saúde.
O Bom Dia Brasil procurou as prefeituras das cidades mostradas na reportagem. Todas informaram que estão investindo em infraestrutura e na contratação de novos profissionais. Veja abaixo as notas na íntegra:
NOVA IGUAÇU
A Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu tem aumentado a cobertura da atenção básica investindo em infraestrutura e em pessoal qualificado para formação das equipes. Já inaugurou 22 novas clínicas da família e outras 12 estão em obras. O município tem dificuldades para encontrar médicos que queiram trabalhar pelo SUS, mas nenhuma unidade está fechada ou sem atendimento. As consultas são realizadas em todas as unidades de acordo com o que estabelece o Ministério da Saúde. Em relação aos medicamentos há casos de demora na reposição de alguns itens, o que tem sido resolvido pela equipe de gestão. É importante ressaltar que Nova Iguaçu tem sofrido com a crise financeira, que é nacional, e com o atraso nos repasses, que são os mesmos desde 2014. Por estar rodeada de municípios que nos últimos três anos fecharam unidades de pronto-atendimento e algumas estão com funcionamento precário cerca de 40% dos pacientes atendidos em Nova Iguaçu são moradores de outras cidades. A demanda de pacientes tem sido cada vez maior ultrapassando muito a capacidade de atendimento. A Secretaria de Saúde já notificou estes municípios, o Conselho Regional de Medicina e o Ministério Público sobre esta situação.
DIVINÓPOLIS
Parte dos problemas elencados em Divinópolis tem origem no subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (sus), mesmo o município tendo mais que dobrado os gastos com saúde nos últimos 10 anos, elevando despesas e os investimentos de 15% previsto para 30% do Orçamento. Além desse subfinanciamento, que faz com que os recursos pagos pelo SUS não sejam suficientes para cobrir os procedimentos, o município enfrenta ainda problemas com o descompromisso no repasse de recursos pactuados. Somente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) deixou de receber R$ 4.375.000,00 de verba de custeio dos governos federal e estadual. O CAPSAD, em funcionamento há mais de um ano, também não recebeu nenhuma parcela dos R$ 105 mil mensais a que teria direito. Além disso, a crise do Hospital Filantrópico São João de Deus, referência no atendimento do SUS para 54 cidades de região e uma população estimada em 1,5 milhão de pessoas, se arrasta ao longo dos últimos 5 anos, sem nenhum apoio do governo federal ou solução definitiva apresentada pelo estado, o que sobrecarrega de forma acentuada na UPA, nos procedimentos as esperas por vagas hospitalares. O município também aguarda o repasse dos recursos para a conclusão do Hospital Regional, conveniados com o estado e com descumprimento do fluxo de repasses desde 2015. E também o funcionamento do Samu, onde os 53 municípios se consorciaram desde 2014, contribuem e estruturaram o programa que está pronto para funcionar, aguardando apenas a liberação por parte do estado. Enquanto isso, a prefeitura de Divinópolis busca alternativas com investimentos na implantação do Centro de Especialidades Médicas (cem), em parceria com a Universidade Federal de São João Del Rei, e a ampliação da cobertura do programa de estratégia de saúde da família, que também dobrou nos últimos dois anos. Atualmente, faltam 53 medicamentos na atenção básica, ou seja, 20% dos remédios necessários. Na atenção básica, o município realiza processo seletivo para suprir a falta de médicos e aos poucos a falta de mão de obra é solucionada.
UBERLÂNDIA
A Secretaria Municipal de Saúde informa que nos últimos 3,5 anos o município de Uberlândia investiu no aumento do número de equipes de saúde da família, saúde bucal e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), implantando 27, 23 e 9 equipes respectivamente. Um avanço que significa aproximadamente 330 mil uberlandenses com cuidados em saúde mais próximo de suas casas, disponibilizando ações de prevenção e promoção à saúde, bem como oferta de consultas médicas e de enfermagem, consultas odontológicas para a população registrada nas unidades. A cobertura de atenção básica e estratégia de saúde da família passou de 33% em 2012 para 52% em 2016, representando mais de 100 mil pessoas cobertas por uma nova estratégia de cuidados.
Além disso, contam com o apoio das equipes multiprofissionais dos Nasfs, compostas por psicólogo, assistente social, educador físico, fisioterapeuta, nutricionista e médicos pediatra, ginecologista-obstetra e psiquiatra, que auxiliam na resolutividade dos casos atendidos na estratégia saúde da família.
É importante reforçar também que o município investiu em infraestrutura, com construção de 6 novas unidades básicas de saúde da família e reforma de 8 sedes, passando por ampliações e melhorando as instalações
Esclarece que todas as equipes tem como alinhamento o PMAQ (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade), cujo objetivo incentivar os gestores a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos nas Unidades Básicas de Saúd por meio das equipes de atenção básica à saúde. A meta é garantir um padrão de qualidade por meio de um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde, sendo que a última avaliação das equipes de Uberlândia pelo PMAQ, realizada em 2014, apontaram 44,44% das equipes acima da média e 38,89% muito acima da média, ou seja, mais de 83% das equipes foram avaliadas de forma positiva.
Informa ainda que as equipes de saúde da família trabalham com área de abrangência definida de 3000 a 4000 pessoas, cuidando de todos os ciclos de vida, desde a o recém-nascido até os idosos, com vínculo e responsabilização pelas pessoas. Além das atividades de prevenção e promoção de saúde, a equipe atende as demandas agudas desta população da sua área abrangência dentro da competência da atenção primária e é também responsável pela coordenação do cuidado nos outros pontos da rede, ou seja, encaminha às especialidades e para procedimentos de média e alta complexidade, entretanto os pacientes devem retornar à equipe com contra referência para continuidade do cuidado com sua equipe de saúde da família.
Dentro dessa política de cuidado mais próximo das pessoas, o programa melhor em casa foi implantado em 2013 e tem como objetivo desafogar os leitos hospitalares, dar mais conforto aos pacientes crônicos que estão estáveis e que tem a opção de serem tratados em casa. De janeiro a abril deste ano, já foram realizados quase 1000 atendimentos domiciliares e ao todo, 7,3 mil pacientes se beneficiaram pelo projeto desde sua criação em Uberlândia.
Assim, há um resgate do cuidado com personificação, próximo da sua realidade local, utilizando as potencialidades da comunidade em que vive. Os agentes comunitários de saúde são a extensão da unidade de saúde, dentro das residências das pessoas, é o olhar dos profissionais para além dos muros da unidade, possibilitando a identificação de problemas e caminhos para o cuidado efetivo das pessoas com suas especificidades.
SANTA RITA
Segundo o secretário de Saúde, Jacinto Carlos de Melo, foram interditadas 23 unidades de saúde. Quatro unidades de PSF, que estavam interditadas, foram reabertas com equipamentos novos e climatizadas. A secretaria fez uma pactuação com o Ministério Público e diversos Conselhos de Saúde.Três meses de salários atrasados, dos profissionais dos postos de saúde, foram regularizados. Falta colocar em dia os salários dos funcionários da Secretaria de Saúde. Outras sete unidades deverão ser entregues até o fim do ano.
BELÉM
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém informa que as imagens registradas na reportagem são do mês de maio deste ano e que já tomou todas as providências para contornar os casos mostrados na reportagem. As unidades municipais citadas na matéria atuam com a quantidade de médicos e de especialidades determinadas pelo Ministério da Saúde.
Na unidade de saúde do Tapanã atualmente trabalham sete odontólogos, não havendo demanda reprimida para este atendimento. Hoje a unidade também conta com 3 ginecologistas e 6 clínicos gerais. A unidade está sem pediatra devido à escassez deste especialista no mercado. A Secretaria, inclusive, está aberta para contratação destes profissionais.
Na UMS da Terra Firme, e em várias outras unidades de saúde, a marcação de consulta está passando por um processo de informatização para que esse atendimento seja feito de forma mais efetiva.
A Sesma ressalta ainda que está ampliando o número de serviços e profissionais médicos com o fim de ofertar o maior número de consultas básicas e especializadas.
JABOTÃO DOS GUARARAPES
Os problemas mostrados na reportagem foram detectados em maio deste ano, portanto já contamos, no mínimo, 40 dias de intervalo até hoje. Fizemos imagens na segunda-feira (11) onde podemos notar que a prefeitura já tomou providências para minimizar os problemas.
A cadeira de dentista não apresentava defeito técnico. Na época não estava sendo utilizada porque houve um problema de drenagem na rua do posto e a água invadiu a sala. Foi um período de fortes chuvas que atingiram o município.
Em relação à falta de medicamentos, no mês de maio, foi um problema pontual com a distribuição. Logo o estoque foi restabelecido para a população.
A sala de curativos também não tem problema de desabastecimento, conforme imagens enviadas pela gestão. Tudo foi restabelecido há mais de 30 dias.
O sabonete líquido das pias onde os pacientes precisam fazer a higienização também já foi reposto no mesmo período dos outros itens acima questionados na reportagem.
A não presença do médico no posto se deu porque a profissional que atua na área estava de licença maternidade. A prefeitura já providenciou a substituição da mesma para que a comunidade não seja prejudicada no atendimento.
RECIFE
A prefeitura do Recife informa que investiu cerca de R$ 30 milhões na construção de 10 Upinhas, novas unidades de saúde da família que oferecem um novo padrão de qualidade para a atenção primária à saúde, modelo de atendimento na atenção básica que a gestão acredita ser o ideal para a cidade. Também foram requalificadas 75 unidades de saúde já existentes.
Faltavam clínico e pediatra. De acordo com moradores, o local é dividido em duas equipes e uma delas estava sem profissionais. O médico generalista que atendia na unidade pediu exoneração, mas foi substituído. Recentemente, a prefeitura do Recife realizou a nomeação de 181 novos médicos para a rede. De 2013 até agora, foram nomeados 640 novos médicos. A Secretaria Municipal de Saúde do Recife esclarece ainda, que a unidade Vila dos Milagres é uma unidade de saúde da família, portanto oferece atendimento com um médico generalista conforme padrão do Ministério da Saúde. O atendimento de especialistas, a exemplo de pediatra, é feito por encaminhamento.
A gerência da área informou que o desabastecimento aconteceu por causa de problemas na distribuição com o fornecedor, mas que a USF já recebeu os remédios que estavam em falta.
A gerência informa que a sala onde é realizado o exame preventivo precisou passar por reparos, mas o problema foi solucionado e não impediu a realização do exame, pois as usuárias eram encaminhadas para outra unidade no mesmo bairro.
Não havia internet nem copo d'água no local. A interrupção no serviço teve como causa o roubo de cabos na área externa do prédio, mas a unidade continuou usando um modem para atender as demandas da comunidade. Em relação aos copos, a gerência explica que o material fica na recepção e é entregue aos usuários quando estes solicitam.
A gerência informa que o fluxo no atendimento odontológico da USF Vila dos Milagres está sendo normalizado de acordo com a reposição dos insumos. A Secretaria Municipal de Saúde reforça que fez investimentos, ampliando o número de equipes de saúde bucal de 134 para 164 equipes - cada equipe tem um dentista, um técnico e um auxiliar de saúde bucal -, além da aquisição de novos equipamentos, resultando na expansão do serviço em toda a rede.
PORTO ALEGRE
Os pontos apresentados vêm sendo constantemente tratados pela Secretaria Municipal de Saúde. Infelizmente, tivemos o óbito de um dos médicos que atendia na Unidade Rubem Berta. Identificada a falta de profissionais, a Secretaria solicitou - excepcionalidade no processo de contenção de despesas - a contratação de médicos para as unidades. O concurso foi homologado em 16 de junho, e o primeiro colocado chamado em 30 do mesmo mês, que abriu mão da vaga, sendo necessária a convocação do segundo colocado. Vale ressaltar que enfrentamos uma grande dificuldade na colocação de médicos na unidade macedônia por ser um local distante do centro da cidade, sendo preenchido especialmente por profissionais do Programa Mais Médicos. A a falta de reposição de profissionais do Programa Mais Médicos na capital (já foram 123 e hoje são 97) agravou esta deficiência no atendimento, dependendo da liberação de novas contratações por parte do Ministério da Saúde. Ambas as unidades contaram ou contam com profissionais do programa. A unidade Rubem Berta possuía um profissional do mais médicos mas atualmente não conta com nenhum. Já a unidade Macedônia contava com três médicos do programa e hoje dois fazem parte do grupo. Em 70% das unidades de saúde do município implantamos o acolhimento com identificação de necessidades. É o caso da Unidade Rubem Berta que há menos de 15 dias iniciou este processo. Com a ação, acabamos com a fila nas unidades de saúde para marcação de consultas. Todos os usuários são atendidos e busca-se verificar em conjunto - profissional de saúde e usuário - a demanda a ser atendida, podendo ser médica, enfermagem ou odontológica (imediata, agendada ou até mesmo encaminhada para serviço de urgência). Também são averiguadas condições para outras ofertas de saúde como grupos ou até visitas domiciliares.
NOVA CRIXÁS
A secretária de Saúde de Nova Crixás, Maria das Dores Oliveira de Sá disse que os problemas na saúde básica do município são pontuais. Informou que a cadeira do consultório já foi consertada e que o atendimento está normalizado. Ela disse que a cadeira ficou um mês estragada, à espera de uma peça de reposição. A secretária disse ainda que vão ser inauguradas três novas unidades básicas de saúde com estrutura ampliada e melhor preparadas pra atender à demanda, porque vão receber leitos de internação.
OIAPOQUE
A prefeitura de Oiapoque informou que a localidade é muito distante e de difícil acesso e que hoje não tem recursos para enviar um médico. A alternativa é fazer visitas itinerantes a cada três meses. Hoje, a prefeitura conta com apenas três médicos para atender todo o município. Mas garantiu que até o fim deste mês, mais seis médicos devem integrar a equipe. Quanto à precariedade do prédio, a prefeitura disse que não tem recursos próprios para construir ou reformar o posto e que depende de recursos federais para isso. Sobre a quantidade de técnicos em enfermagem, a prefeitura disse que não tem mais profissionais para enviar e que está trabalhando no limite.
Cesáreas feitas por planos de saúde no Brasil superam média de outros países
12/07/2016 - Portal EBC
Dados divulgados hoje (12) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que os planos de saúde brasileiros fazem três vezes mais cesarianas do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), superando Chile, México e Turquia. Segundo a ANS, o Brasil é o país com maior percentual de partos cirúrgicos.
O levantamento mostra que, nos anos de 2014 e 2015, 85,1% dos 1,1 milhão de partos feitos pelos planos de saúde foram por cesáreas.
As informações estão no Mapa Assistencial, publicação que traz diversas informações sobre o atendimento prestado pelas operadoras de planos de saúde no país e as compara com os índices dos países da OCDE. Entre os dados disponíveis, estão o número de internações, consultas, terapias e exames, e ainda os custos assistenciais informados pelo setor referentes aos anos de 2014 e 2015.
Nesse período, foram registradas 15,5 milhões de internações pelos planos de saúde, totalizando 166 por 1.000 beneficiários, número também acima da média da OCDE, que fica em 155.
Os exames de ressonância magnética feitos pelos planos de saúde brasileiros também superam a média dos países da OCDE, com taxas maiores que as da Turquia, dos Estados Unidos e da França, os países com os índices mais elevados. Para a ANS, é possível que, neste caso, o indicador esteja apontando a execução de exames desnecessários.
EUA: diretriz para diagnóstico de diabetes exclui metade de pacientes de risco
12/07/2016 - IstoÉ Online
Mais da metade das pessoas com alto risco de diabetes não se enquadram nas diretrizes atuais para diagnóstico da doença nos Estados Unidos, incluindo muitos afro-americanos, hispânicos e pessoas que não estão acima do peso, segundo estudo publicado na revista científica PLOS Medicine nesta terça-feira.
As diretrizes do governo, emitidas no ano passado, falham em incluir 55% das pessoas com pré-diabetes ou diabetes, disse o estudo realizado pelo instituto Northwestern Medicine, em Chicago.
As diretrizes de 2015, criadas pela Força-tarefa de Serviço Preventivo dos Estados Unidos (USPSTF), recomendam que as pessoas com entre 40 e 70 anos que estão acima do peso ou obesas façam exames para diabetes.
“Nós estávamos interessados ??em fazer este estudo por causa de tendências populacionais que mostram que as minorias raciais e étnicas estão desenvolvendo diabetes com idades mais jovens e pesos mais baixos que os brancos”, disse o autor sênior Matthew O’Brien, professor assistente de medicina na Universidade Northwestern.
As conclusões se baseiam em dados de registos eletrônicos de saúde de mais de 50.000 pacientes adultos em centros de saúde comunitários do centro-oeste e sudoeste dos Estados Unidos, entre 2008 e 2013.
Apenas metade dos pacientes afro-americanos que apresentaram níveis anormais de glicose no sangue – condição conhecida como disglicemia – preencheram os critérios de triagem, assim como 37% dos pacientes hispânicos.
“Digamos que eu estou cuidando de uma mulher latino-americana de 32 anos de idade e obesa, com histórico familiar de diabetes e que teve diabetes gestacional em uma gravidez anterior”, disse O’Brien.
“Ela não deve ser examinada, de acordo com as orientações, mas ela é muito propensa a ter pré-diabetes ou diabetes”, completou.
As diretrizes também têm implicações financeiras para os pacientes.
Sob a lei do sistema de saúde do presidente Barack Obama, o Affordable Care Act, todos os serviços recomendados pelo USPSTF devem ser totalmente cobertos pelos seguros.
Mas se um paciente não se enquadra nos critérios das diretrizes, ele pode ter que pagar por um exame de diabetes.
Aqueles que passaram despercebidos pelas diretrizes podem vir a desenvolver diabetes ou complicações, incluindo ataque cardíaco e derrame cerebral.
“Ao relatar a eficácia limitada deste programa de triagem, este estudo levanta preocupações sobre a utilidade do programa, particularmente entre grupos minoritários étnicos e raciais”, disse o estudo.
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