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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 08/07/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Remédios muito caros

08/07/2016 - Diário de Cuiabá Online


Se há algo que arrebenta o orçamento de idosos e das famílias em geral é o preço extorsivo dos remédios no Brasil. Embora alguns remédios sejam gratuitos para tratamento de algumas doenças como hipertensão e diabetes, nem sempre são disponibilizados e muitas vezes a qualidade é duvidosa. E de acordo com a Interfarma, pelo menos 75% da população compra remédios com os próprios recursos.

Para combater a exploração que se observa por aqui, resolvi testar a importação de remédios dos Estados Unidos e Reino Unido, usando lojas virtuais em locais populares da internet, sabendo de antemão que não tem imposto de importação para remédios e o tempo gasto no correio para chegar a minha casa não chega a um mês.

Comecei com um medicamento bastante comum, a aspirina de baixa dosagem usado como um tipo de anticoagulante para quem pode ter problemas de entupimento de veias. Nas farmácias brasileiras, achamos a aspirina de 100 mg, com 30 pílulas, custando R$ 13,19 ou R$ 0,44 por pílula; o equivalente norte-americano, 365 pílulas de 81mg custam R$ 21,55, ou menos de R$ 0,06 por pílula, e entregues na minha casa e ainda fiscalizadas pela FDA. Isso mostra que no Brasil esse medicamento custa de 7 vezes mais que nos EUA.

Depois fui para outro bastante comum e caro, o ibuprofeno 200 mg, que por aqui custa R$ 9,47 por 20 comprimidos, ou R$ 0,47 cada um; já nos EUA, 500 comprimidos custam R$ 30,75 ou R$ 0,06 por unidade... E, sim, incluindo o correio internacional... E no Brasil? Oito vezes mais caro.

Se mudarmos, para a vitamina C, por exemplo, por aqui, 100 comprimidos de 1g custam R$ 87,49; já do Reino Unido, importamos 1.000 comprimidos por R$ 105,60. E novamente, a nacional custa oito vezes mais que a importada. E poderíamos continuar a comparação com mais remédios, vitaminas e suplementos, mas já é suficiente para que façamos a pergunta óbvia: por que é tão caro no nosso país?

Certamente, o imposto tem grande responsabilidade. Para se ter uma ideia, em março último, o estado do Rio de Janeiro, que já cobrava o ICMS mais alto sobre medicamentos, aumentou ainda mais a alíquota que passou de 19% para 20%. E, na verdade, não é 20%, equivale a aumentar em 25% o custo. E outros doze estados começaram a aumentar o percentual do ICMS sobre os medicamentos.

O Procon de São Paulo pesquisou dias atrás os preços dos medicamentos e averiguou uma diferença de preço de remédios genéricos que pode passar de 1.200%. Não se pode deixar de observar que os genéricos foram criados para serem mais baratos que os de marca. A pesquisa mostrou que os genéricos são em média 57% mais baratos que os remédios de marca, mas os pesquisadores do Procon ficaram surpresos com o que viram agora. É o caso do genérico Nimesulida, que custa R$ 1,77 em uma farmácia ou R$ 23,03 em outra. O preço do antibiótico amoxilina vai de R$ 15,47 até R$ 69,36, uma diferença de 348%.

Diante dessa situação, fica o meu conselho para que o leitor vire também um importador, e nem precisa de cartão de crédito internacional, é possível fazer todas as operações de pagamento em reais e por boleto ou cartão nacional. Mais dicas no meu Facebook.




Medicamentos essenciais

08/07/2016 - O Globo / Site


A Organização Mundial de Saúde (OMS), criada em 1946, é a agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável por coordenar as ações de saúde pública mundial.

Entre suas diversas atribuições, produz a série “WHO Technical Report” (‘Relatórios Técnicos da OMS’), manuais práticos, acessíveis gratuitamente no seu site, e que ajudam na orientação de estratégias mais adequadas à saúde global.

Sua recente publicação “The selection and use of essentials medicines” (‘Seleção e uso dos medicamentos essenciais’), em suas 568 páginas, ensina o que é realmente fundamental disponibilizar para a população. A primeira lista desses medicamentos foi elaborada em 1977 e é revista a cada dois anos, por um painel de especialistas de reconhecida experiência. Essa primeira lista tinha 220 medicamentos.

Os profissionais escolhidos para pertencer ao comitê executivo devem respeitar rígidas cláusulas de compliance. Em abril de 2015, em Genebra, Suíça, houve o encontro para elaboração da 19a lista de 340 medicamentos essenciais, com extensa revisão, que incluiu drogas para o tratamento de alguns tipos especiais de câncer, da mesma forma que incluiu novos medicamentos para o tratamento da hepatite C e da tuberculose resistente, num trabalho muito bem conduzido.

Dos 15 membros permanentes, selecionados na África do Sul, Austrália, China, Egito, EUA, Finlândia, Índia, Inglaterra, Itália, Marrocos, Siri Lanka e Suíça, lá estava, para o orgulho dos médicos brasileiros, a Dra. Margareth DalColmo, do Centro Hélio Fraga, Fiocruz, Rio de Janeiro.

O comitê aborda inclusive o alto preço de medicamentos, fazendo a distinção entre preço e custo. O desenvolvimento e produção diz respeito ao custo, enquanto e o preço é quanto o comprador paga, sendo o paciente, seguro-saúde ou governo. Alerta que o preço deve ser negociado e controlado, o que não é uma tarefa simples diante da indústria farmacêutica, uma das mais lucrativas, complexas e estratégicas do mundo.

Entre os medicamentos essenciais da OMS, um dos mais baratos de todos, está a penicilina benzatina, o velho “benzetacil”, um eficaz antibiótico, essencial para tratamento de inúmeras doenças, como a sífilis, cuja incidência vem aumentando anualmente no Brasil. O custo do tratamento consiste numa dose semanal, num total de duas a quatro doses, custando menos de 11 reais a dose. Qualquer outro medicamento para a mesma finalidade custa no mínimo o dobro.

Apesar da comprovação da eficácia da droga, segundo um documento interno do Ministério da Saúde, inexistia penicilina Benzatina, em 60% dos estados no fim de janeiro.

É inaceitável a justificativa dos laboratórios farmacêuticos de que o produto não é produzido pela falta de matéria prima e pelo seu baixo atrativo econômico. O relatório da OMS sobre medicamentos essenciais deveria ser respeitado pelo Ministério da Saúde, sem ressalvas.

Ferramenta tecnológica aumenta possibilidade de vendas da indústria fármaco

07/07/2016 - Saúde Business


A indústria fármaco é uma das mais aquecidas do mundo e tem se destacado por sua inovação entre os setores produtivos. O Brasil teve uma participação importante nos primórdios do desenvolvimento industrial farmacêutico ao incentivar e fornecer recursos para alguns dos primeiros laboratórios, motivo que o faz ocupar hoje o sexto lugar neste ranking. Muitos são os fatores da pós-modernidade que fomentam o setor, como o envelhecimento da população, maior preocupação com o bem-estar, o surgimento de novas doenças e o avanço científico. Segundo o Sindusfarma (Sindicato do setor farmacêutico), só nos primeiros quatro meses de 2016, o faturamento com remédios avançou 10,6%, passando de um total comercializado de R$ 13,9 bilhões, em 2015, para R$ 15,3 bilhões, em 2016. Além destes resultados positivos, os industriários ainda contam com o governo, que é um de seus maiores compradores.

Foi pensando nas indústrias que participam intensamente de licitações públicas, como a farmacêutica, que a Mannesoft, empresa de desenvolvimento de softwares, criou o Mannesoft Winner, um exclusivo software focado na gestão de licitações públicas. O objetivo deste software é tão somente profissionalizar o processo licitatório. A ferramenta oferece eficiência operacional, o que permite conferir maior agilidade na administração dos editais, prazos, tarefas e auxilia na emissão de propostas, declarações e documentos. Com o software é possível controlar também o pós-licitação, com o envio de contratos e entregas, por exemplo. Além disso, a ferramenta gera maior competitividade nos processos licitatórios, já que nela é possível organizar informações dos concorrentes como preços praticados e regiões atendidas.

Cabe salientar que existe uma grande vantagem da venda do mercado público em relação ao mercado privado. Este benefício refere-se ao conjunto de ferramentas usadas para desenvolver e acelerar as vendas. No mercado privado, principalmente no setor farmacêutico, o investimento em marketing, publicidade e vendas é muito evidente, considerando a competitividade acirrada do segmento. Já a venda para o setor público depende muito do processo de seleção, análise de preços e preparação da documentação para participação em licitações. A eficiência de cada empresa em todo esse processo de captação de editais até o gerenciamento de cada contrato, juntamente com a obtenção de informações mercadológicas que proporcionam inteligência competitiva, elevam os resultados das organizações.

O desenvolvimento tecnológico é algo iminente, e investir em tecnologia e inovação de processos de gestão é cada vez mais necessário.

Empresas que optam por utilizar a tecnologia para profissionalizar seus processos de licitação garantem diferenciais em relação aos concorrentes e atingem melhores resultados nas vendas.


VENDAS PARA O GOVERNO


As aquisições de bens e serviços realizadas pelo Estado desempenham papel fundamental para o bom funcionamento da máquina pública, porque viabilizam políticas e funções assumidas pelo setor público. No Brasil, segundo informações do Mpog (2013 e 2014), do Siafi Gerencial (2006-2012) e do Finbra (2006-2012), em 2012, as compras governamentais representaram 14,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com um volume de compras de 637 bilhões de reais, nas esferas federal, estaduais e municipais.

Embora o mercado de licitações seja conhecido por ser extremamente burocrático, a tecnologia já é capaz de auxiliar a indústria a modernizar o setor que cuida desses processos, simplificando e potencializando as vendas para o governo.

Embora o mercado de licitações seja conhecido por ser extremamente burocrático, a tecnologia já é capaz de auxiliar a indústria a modernizar o setor que cuida desses processos, simplificando e potencializando as vendas para o governo.


SOBRE A MANNESOFT


A MANNESOFT é especialista em desenvolvimento de softwares com recursos práticos e inteligentes, voltados para a gestão empresarial, e que tem como prioridade agregar valor às corporações. Com duas sedes em Curitiba, a Mannesoft está prestes a completar 25 anos de mercado, conta com uma equipe especializada e investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento para acompanhar tendências e novas tecnologias.

Estimular centro de prazer do cérebro aumenta imunidade, aponta estudo.




Hypermarcas ameaçou se desfiliar da Pró Genéricos.

08/07/2016 - Valor Econômico


Um desentendimento entre a Pró-Genéricos, associação das indústrias do segmento, e a Hypermarcas - após o caso envolvendo desvio de recursos da companhia para políticos, assumido por um ex-diretor - quase levou a saída da companhia do quadro de associados da entidade, dias atrás, segundo apurou o Valor. A hipótese da desfiliação acabou gerando um desgaste dentro da entidade e mal-estar entre a companhia e dirigentes da associação.

Os problemas começaram na semana passada. Na sexta-feira chegaram informações na Pró Genéricos de que a Hypermarcas poderia deixar a associação e estava considerando informar, por carta, a decisão.

Segundo fontes, no auge da crise envolvendo a empresa e as declarações do ex-diretor, a Pró Genéricos teria procurado a Hypermarcas para entender o caso, considerando efeitos que as declarações de Mello poderiam ter no setor. O ex-diretor que admitiu os desvios, por causa da função que ocupava (era responsável pelas relações institucionais na farmacêutica), foi a ponte entre a empresa e a Pró-Genéricos, participando das reuniões e discussões setoriais na entidade, por quatro anos, até início de 2016.

Nelson Mello contou, em depoimento em fevereiro ao Ministério Público Federal, que desviou recursos da Hypermarcas para lobistas próximos à senadores, numa soma total de R$ 26,35 milhões entre 2013 e 2015. Mello, que deixou a companhia em março, negou que tenha feito os pagamentos a mando da empresa, que, por sua vez, nega conhecimento das ações ou que tenha se beneficiado de eventuais pedidos de Mello em troca dos pagamentos. O ex-diretor se comprometeu a ressarcir a empresa.

Segundo uma fonte, a ideia da Pró Genéricos era se reunir com a Hypermarcas, num encontro na semana passada, que acabou não acontecendo. Começaram a ser divulgadas informações no mercado, também na semana passada, de que representantes da indústria estavam preocupados e incomodados com os efeitos negativos da delação de Mello sob os negócios do setor. Foi nesse ambiente que a Hypermarcas chegou a se preparar para deixar a associação.

Isso gerou tensão dentro da Pro Genéricos, considerando o peso da empresa dentro da entidade e sua importância econômica. A associação é presidida desde 2012 por Telma Salles, ex-diretora de relações institucionais da Aché, fabricante de medicamentos, com participação dos genéricos nas vendas menor do que a Hypermarcas.

A companhia cresce mais rapidamente que algumas de suas concorrentes hoje, como a própria Aché e a Sanofi (dona da Medley). É a segunda maior farmacêutica do país em vendas em unidades e receita - sem levar em conta os descontos. Há menos de cinco anos, era a quarta colocada.

O grupo fundado por João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, entrou no mercado de genéricos com a compra da Neo Química em 2009 por R$ 1,3 bilhão.

As informações que circularam dentro da associação se voltavam para o risco de que o problema com a empresa expusesse a indústria se as atenções do Ministério Público se voltassem para o setor como um todo, sensível a uma série de questões de regulação e de aspectos tributários que exigem um relacionamento próximo e constante com todos os níveis de governo - municipal, estadual e federal.

A Pro Genéricos tem 16 empresas associadas, que juntas respondem por 92% do mercado brasileiro de genéricos e 34% do faturamento da indústria farmacêutica.

No início desta semana, a Pró Genéricos e o comando da Hypermarcas estiveram reunidas para tentar aparar as arestas e retomar as conversas. A possibilidade de deixar a entidade saiu da mesa de discussão.

Segundo fonte que acompanhou o caso, foi "um eventual mal entendido" já esclarecido "e as relações continuam boas como sempre estiveram". Sobre o assunto, a Pró Genéricos prefere não dar entrevista. Procurada, informou que "não comenta sobre suas associadas e assuntos internos da entidade". A Hypermarcas também não se manifestou.




Novo modelo de estudo do câncer

08/07/2016 - Correio Braziliense


As linhagens de câncer têm ajudado médicos e cientistas a entenderem melhor a doença e a buscarem formas mais eficazes de combatê-la. Células são retiradas de pacientes e cultivadas em laboratório para reproduzir a evolução do carcinoma. Mas as simulações, que podem durar décadas, geralmente não replicam exatamente a realidade, dificultando o trabalho dos especialistas. Agora, um grupo internacional de estudiosos diz ter resolvido o problema por meio de um processamento inédito de informações sobre tumores. Segundo eles, o trabalho traz um novo campo de estudo de cânceres, mais voltado para as abordagens terapêuticas personalizadas.

“É o início da geração de excitantes ideias sobre como podemos atingir populações específicas de pacientes usando drogas específicas. Esse tipo de estudo não era possível há alguns anos porque não havíamos sequenciado suficientemente os tumores”, comemora Mathew Garnett, biólogo especializado em câncer do Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido. A pequisa foi liderada por estudiosos dessa instituição britânica; do Instituto de Bioinformática Europeia, também no Reino Unido; e do Instituto de Câncer da Holanda. Os detalhes foram divulgados na edição desta semana da revista Cell.

Inicialmente, os cientistas analisaram, em mais de 11 mil amostras de tumor, os genes ligados a 29 tipos de câncer. Esse material fazia parte, principalmente, do Cancer Genome Atlas e do Cancer Genome Consortium Internacional, bancos de informações públicas sobre a doença. Depois, compararam os primeiros resultados com cerca de mil linhagens de câncer usadas em laboratório, focando naquelas que tinham características parecidas com as do primeiro grupo. Ao combinar os dados, chegaram às mutações em comum e testaram como elas reagiram à ação de 265 compostos anticâncer prescritos para diferentes estágios da doença.

Os resultados geraram duas constatações significativas: que a grande maioria das anomalias encontradas no cancro de pacientes também é detectada em células de laboratório e que isso transforma essas linhagens em um material precioso para os testes com medicamentos. “Você não pode rastrear centenas de drogas por meio de um único paciente, mas pode fazer isso com linhagens de células. Pode expô-las a muitas drogas diferentes e fazer perguntas sobre o que é mais ou menos sensível”, explica Ultan McDermott, do Wellcome Trust Sanger Institute.


COMPARTILHAMENTO


A equipe trabalha na criação de um portal na internet para que especialistas busquem linhagens celulares que sejam mais semelhantes às condições de cânceres específicos e vejam como elas reagem a medicações. Vice-presidente de Pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), Carlos Gil ressalta que o trabalho pode ser revolucionário. “Se confirmado, esse estudo surge como um novo modelo de estudo. Eles usaram superprocessadores e linhagens de alta qualidade e descobriram padrões idênticos de mutações genéticas nas amostras. Se isso se aplica a 29 tipos de câncer, podemos dizer que se aplica à maioria dos tumores”, avalia.

Gil explica que, mesmo com o fortalecimento das drogas-alvo e da imunoterapia — duas áreas em alta no enfrentamento ao câncer —, continua difícil para o médico escolher o melhor tratamento de um paciente. “Há uma possibilidade grande de combinações, o que pode levar a uma opção que não será a ideal. Agora, é diferente se houver um modelo em que se possa reproduzir o mesmo ambiente do tumor, testar combinações in vitro e, num passo mais adiante, chegar aos ensaios clínicos”, diz.


USO ESTRATÉGICO


Para Tiago Góss dos Santos, pesquisador do Laboratório de Biologia Molecular e Celular do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, chama a atenção, nos resultados apresentados, a possibilidade de abordagens mais estratégicas contra os carcinomas. O biólogo usa como o exemplo o câncer de mama, tratado pelos especialistas como um conjunto de doenças com uma diversidade grande de tipos. “Se você fizer uma droga testando uma linhagem, estará, na verdade, experimentando para um subtipo da doença. Agora, se usa uma linhagem com mutações em comum, isso pode funcionar como um protótipo para outros testes”, explica.

McDermott também reforça o aspecto disseminador do trabalho que liderou. “Precisamos de melhores maneiras de descobrir quais grupos de pacientes são mais propensos a responder a um novo medicamento antes de executar ensaios clínicos complexos e caros. Nossa pesquisa mostra que as linhagens de câncer podem dizer muito mais sobre como um tumor é suscetível a uma nova droga antes de ela ser testada em pessoas. Esperamos que essa informação acabe por ajudar no desenho de ensaios clínicos que tenham como alvo os pacientes com maior probabilidade de se beneficiar do tratamento.”

Eles usaram superprocessadores e linhagens de alta qualidade e descobriram padrões idênticos de mutações genéticas nas amostras. Se isso se aplica a 29 tipos de câncer, podemos dizer que se aplica à maioria dos tumores”

Carlos Gil, vice-presidente de Pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica

Precisamos de melhores maneiras de descobrir quais grupos de pacientes são mais propensos a responder a um novo medicamento antes de executar ensaios clínicos complexos e caros”

Ultan McDermott, pesquisador do Wellcome Trust Sanger Institute e participante do estudo


PALAVRA DO ESPECIALISTA

Cada vez mais personalizado

“Hoje, há a possibilidade de ter uma linhagem de câncer personalizada. Você retira a amostra da doença de um paciente, a cultiva em laboratório e aplica em um animal, geralmente um camundongo. Funciona como se o tumor crescesse em paralelo na cobaia. Com esse modelo, você pode avançar e testar drogas em uma amostra muito específica. Não precisa fazer experimentos aleatoriamente. Há bancos de dados que estão trocando as linhagens por esses modelos de animais. Muitos institutos e hospitais também estão trabalhando nisso. Por isso, acho que o grupo que divulgou esse novo trabalho tem uma carta na manga, devem estar focando em algo parecido”.




Interação de zika e dengue será estudada em teste de vacina

07/07/2016 - Portal Exame


Pesquisadores do Instituto Butantan avaliarão as possíveis interações entre os vírus Zika e o da dengue durante os testes em humanos da primeira vacina brasileira contra a dengue, que estão em andamento.

O anúncio foi feito por Paulo Lee Hoo, diretor da Divisão de Desenvolvimento Tecnológico e Produção (DDTP) do Instituto Butantan, em mesa-redonda sobre gargalos na produção de vacinas da dengue, chikungunya e Zika, realizada durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre até o próximo sábado (09/07) no campus de Porto Seguro da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

De acordo com Hoo, a ideia do estudo é verificar se a infecção pelo vírus da dengue facilita o contágio pelo vírus Zika, entre outras possíveis interações dos dois flavivírus, que são muito parecidos.

“O ensaio clínico de fase 3 [em humanos] da vacina da dengue será a única oportunidade que teremos para estudar as possíveis interações recíprocas entre o vírus da dengue com o Zika”, disse Hoo à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, os 17 mil voluntários participantes dos ensaios clínicos da vacina da dengue, distribuídos em 13 cidades nas cinco regiões do país, serão acompanhados por uma equipe médica por cinco anos para verificar se a vacina é capaz de protegê-los ao longo desse período de tempo.

Nessa fase de acompanhamento, os pesquisadores pretendem observar se, além da dengue, os voluntários tiveram contato com o Zika vírus e quais foram os efeitos clínicos.

“Teremos a oportunidade de encontrar efeitos que provavelmente não seriam achados se essas pessoas não fossem acompanhadas sistematicamente”, avaliou Hoo.

Estudos publicados recentemente indicaram que uma pessoa infectada pelo vírus da dengue pode ser mais vulnerável ao Zika vírus, uma vez que anticorpos produzidos para combater subtipos do vírus da dengue se ligam às partículas virais do Zika de uma forma incompleta, facilitando a ação do último.

Os estudos, contudo, foram realizados in vitro, usando o plasma sanguíneo de pessoas infectadas pela dengue e linhagens de células humanas.

“Pode ser que na infecção natural, em humanos, aconteça de forma um pouco diferente”, estimou Hoo. “Mas, se realmente for assim, será preciso desenvolver uma vacina contra os quatro tipos de dengue mais o Zika”, estimou.


VACINA CONTRA O ZIKA


Além da vacina contra a dengue, desenvolvida em parceria com os National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos – cuja terceira e última fase de testes foi iniciada no começo de julho –, o Instituto Butantan também pretende desenvolver uma vacina contra o vírus Zika.

Algumas das possibilidades que têm sido estudadas pelos pesquisadores da instituição, de acordo com Hoo, são uma vacina de quimera, outra com vírus inativado e uma terceira com vírus atenuado.

Para desenvolver a vacina de quimera, os pesquisadores pretendem substituir proteínas pré-membrana (prM) do vírus da dengue pelas do Zika.

Já para elaborar a vacina com vírus inativado, eles pretendem usar vírus não infectantes. Para isso, estão tentando fazer crescer os vírus em meio de cultura, para depois purificá-los e inativá-los em laboratório.

E, para desenvolver a vacina com o vírus atenuado, os pesquisadores têm a intenção de fazer modificações no genoma do Zika para atenuar a ação do vírus.

“Também estamos tentando entender um pouco melhor a biologia do Zika, sua interação com o hospedeiro e contribuir tanto na parte de diagnóstico sorológico da infecção pelo vírus – uma vez que estamos produzindo anticorpos monoclonais –, como também em terapias, usando anticorpos produzidos por animais ou antivirais”, afirmou.

A fim de desenvolver uma vacina de Zika com vírus inativado, o Instituto Butantan fechou, no final de junho, parceria internacional com o Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA) – um órgão do Ministério da Saúde dos Estados Unidos (HSS, na sigla em inglês).

Também no final de junho, um grupo de pesquisadores brasileiros e norte-americanos anunciou, em um artigo publicado na revista Nature, ter desenvolvido formulações de vacinas com modificações nas proteínas pré-membrana (prM) e proteína do envelope (E) do Zika que foram capazes de proteger camundongos da infecção pelo vírus.

O grupo também produziu uma vacina com vírus purificado e inativado do Zika, que se mostrou capaz de proteger camundongos contra a viremia – progressão da carga viral.

“Os resultados desse estudo são muito importantes e devem nos ajudar no desenvolvimento da vacina do Zika”, avaliou Hoo.

No Brasil, a pesquisa foi realizada no âmbito da Rede de Pesquisa sobre Zika Vírus em São Paulo (Rede Zika), com apoio da FAPESP.

E os estudos iniciais que resultaram no desenvolvimento da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan também tiveram apoio da FAPESP.

Plano de saúde 'popular' pode ampliar judicialização, avalia o setor

07/07/2016 - Valor Econômico


A criação de um plano de saúde popular, ideia defendida pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, na quarta-feira no Congresso, abre espaço para discussões sobre a judicialização, avaliam representantes do setor. Na avaliação deles, para operar com custos menores, a cobertura de atendimento desses convênios médicos provavelmente será inferior à dos atuais, assim como propôs o ministro.

Por isso, há entre os representantes do setor o receio de que os usuários dos planos de saúde populares entrem com ações judiciais, exigindo cobertura equivalente à dos atualmente comercializados, tendo em vista que existe uma legislação determinando um roll de procedimentos mínimos obrigatórios às empresas atuantes no setor.

Na fala do ministro, não ficou claro se haveria uma regra especial para o plano de saúde popular que os isentasse de cumprir essa obrigatoriedade.

As entidades que representam as operadoras e seguradoras de planos de saúde, Abramge e Fenasaúde, respectivamente, acreditam que ao tratar do assunto o ministro dá uma sinalização de que o governo está aberto ao diálogo para criação de mecanismos que possam reduzir os custos da saúde, seja pública ou privada. “É preciso levar à sociedade a discussão de que a saúde suplementar não tem como atender tudo e todos”, disse Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Fenasaúde.

O presidente da Abramge, Pedro Ramos, também disse que o governo parece estar mais sensível aos elevados custos da saúde e criticou duramente a judicialização. “Não dá para deixar de discutir uma flexibilização das regras do setor com medo da judicialização. É preciso tomar um primeiro passo”, disse Ramos.




Jovens ingerem pouca fruta e muito ‘refri’

08/07/2016 - Folha de S.Paulo

Adolescentes deixam as frutas de lado na hora de matar a fome, ao mesmo tempo em que é alta a proporção daqueles que não largam os refrigerantes e doces.

Essa é uma das conclusões de um dos maiores estudos já realizados no país para mapear os hábitos alimentares dos adolescentes e os fatores de risco de doenças cardiovasculares entre este grupo.

Apelidada do Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes),a pesquisa, feita pelo Ministério da Saúde e a UFRJ, entrevistou mais de 70 mil adolescentes entre 12 e 17 anos de 1.247 escolas, distribuídas em 124 municípios.

Entre os alimentos mais consumidos por este grupo, estão arroz, feijão, pães, sucos, carnes e refrigerantes. E aí vem o alerta: esta última categoria aparece como hábito alimentar de 45% dos adolescentes, uma proporção considerada alta pelo Ministério da Saúde.

Ou seja, de 1.600 alimentos possíveis,o“refri” é o sexto alimento mais lembrando. Doces e sobremesas aparecem na sequência, com 39,3%de adesão.

Frutas, por sua vez, nem sequer aparecem na lista geral de 20 alimentos mais consumidos, mostra o estudo.

Ao mesmo tempo em que ainda privilegiam bebidas açucaradas, parte dos adolescentes também mantém hábitos não recomendados por nutricionistas na hora das refeições.

A pesquisa mostra que 56,6% deles fazem as refeições “sempre ou quase sempre” em frente à TV, e 39,6% consomem petiscos em frente à telinha com esta mesma frequência. “Ao consumir mais alimentos na frente da TV, do computador, do celular, acabam não percebendo o que estão comendo, o que acaba aumentando a ingestão calórica e de alimentos ultra prossesados”,diz Michele Lessa, coordenadora de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde.

Entre os adolescentes, 100% têm consumo de vitamina E—antioxidante importante para a saúde da pele e cicatrização— e cálcio —importante para o crescimento ósseo— abaixo do adequado.


OBESOS


Para o ministério, os hábitos alimentares no país se refletem nos crescentes índices de obesidade. Em 2015, cerca de metade da população acima de 18 anos estava acima do peso. Destes, 18,9% eram obesos.

Para comparação, em 2006, este percentual era de 11,8% —ou seja, houve um crescimento de 60% em dez anos. A obesidade é um dos fatores de risco de doenças cardiovasculares. “É um problema que implica em muitos gastos na saúde pública”, diz o ministro da Saúde, Ricardo Barros. Também é alto o índice de adolescentes acima do peso: 17,1%, segundo a pesquisa Erica. Destes, 8,4% são obesos.

Para tentar diminuir estes índices o ministro da Saúde afirma que vai levar ao Congresso uma proposta para regulamentar a comercialização e publicidade, em escolas públicas e privadas, de alimentos e bebidas industrializados.

“A intenção é que a publicidade não induza as crianças [a consumir alimentos processados].”




Falta de verba atinge medicina nuclear e pode prejudicar 6 mil pacientes por dia

08/07/2016 - O Estado de S.Paulo


A crise orçamentária da ciência brasileira ameaça paralisar a produção de radiofármacos no País. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção de 95% de todos os medicamentos desse tipo usados no Brasil, só tem dinheiro suficiente para operar até o fim de agosto. Depois disso, sem uma injeção emergencial de recursos, a fábrica fecha.

“Vai parar tudo, literalmente”, disse ao Estado o superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani. “A situação é muito crítica. Não teremos dinheiro nem para pagar a conta de luz”, ressaltou.

Cerca de 6 mil pacientes usam os produtos do Ipen diariamente, de acordo com a estimativa de Bressiani. O instituto fabrica 38 produtos para medicina nuclear, que são fornecidos para 430 clínicas e hospitais em todo o País. Entre eles estão o tecnécio-99, essencial para diagnóstico de câncer e várias outras doenças, e o iodo-131, para o tratamento de problemas da tireoide.

O número de pacientes beneficiados por ano é de aproximadamente 1,5 milhão. E cerca de um terço da produção é destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O orçamento do Ipen para 2016 é de aproximadamente R$ 100 milhões, mas o instituto precisa de pelo menos R$ 150 milhões para manter a produção de radiofármacos funcionando, afirmou Bressiani. “Todos os cortes possíveis nós já fizemos no ano passado”, disse o superintendente, que nesta semana participa da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Porto Seguro, na Bahia.

O Ipen fica dentro da Universidade de São Paulo (USP) e é vinculado ao governo do Estado, mas é gerido e financiado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Segundo o presidente da CNEN, Renato Cotta, o orçamento da comissão para este ano, que originalmente seria de R$ 216 milhões, foi reduzido para R$ 136 milhões. “A conta não fecha, já estamos cortando no osso”, afirmou.

A liberação de um recurso emergencial de R$ 15 milhões foi aprovada pelo ministério nos últimos dias, segundo ele, mas é crucial que o dinheiro chegue antes de agosto. E ainda assim, não será suficiente. “Para sobreviver até o fim do ano precisamos de mais R$ 60 milhões, pelo menos”, disse.

Caso a produção do Ipen seja interrompida, não há como substituir seus produtos com importações, pois os radiofármacos perdem eficácia rapidamente (por causa do decaimento natural dos elementos radioativos) e precisam ser produzidos quase que “em tempo real”, próximo do local onde serão utilizados.

Além do Ipen, a CNEN gerencia outras três unidades de produção de radiofármacos no País, em Belo Horizonte, Rio e Recife – especializados na produção de isótopos de vida curta (de poucas horas de duração), que não podem ser transportados por longas distâncias.

“O cobertor é curto. Se puxarmos uma ponta para salvar o Ipen, os outros vão sofrer”, avaliou Cotta.


SEM RISCO


Procurado pela reportagem, o ministério afirmou, por meio de nota oficial, que “não há risco de desabastecimento de radiofármacos”, pois a pasta “já havia recebido a solicitação da CNEN de adequação orçamentária para este ano equivalente às despesas programadas para a produção dos referidos produtos”.

“O MCTIC incluiu a solicitação do CNEN nas discussões sobre créditos orçamentários com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão”, disse o texto oficial. “Paralelamente, o MCTIC tomará todas as providências necessárias para atender à solicitação do CNEN, que está recebendo normalmente a matéria-prima de Rússia, África do Sul e Argentina três vezes por semana.”




Adolescente se alimenta mal e risco à saúde cresce

08/07/2016 - O Estado de S.Paulo


Uma pesquisa inédita feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Ministério da Saúde, mostra que adolescentes seguem uma dieta de alto risco para problemas cardiovasculares, renais e obesidade.

A lista de problemas é extensa: refrigerante é o sexto alimento mais consumido, só metade toma mais de 5 copos de água por dia, 80% consomem sódio em excesso e todos ingerem menos cálcio e vitamina E do que o adequado.

O trabalho tem por base um inquérito com estudantes de 12 a 17 anos, feito em 1.247 escolas espalhadas pelo País.

“Vivemos em uma transição do padrão africano, onde a fome era prevalente, para o padrão americano, onde a obesidade predomina”, afirmou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde, Fátima Marinho. A epidemiologista considera que o fenômeno identificado agora entre adolescentes já ocorre há alguns anos na população adulta.

“Nossa tarefa é tentar reverter esse padrão, sobretudo com população mais jovem.” O conjunto de hábitos retratado na pesquisa preocupa. Mais da metade faz refeições sempre ou quase sempre na frente da TV. Quando não é o prato de comida, é o salgadinho. Dos entrevistados, 40% disseram que comem petiscos enquanto estão com o aparelho ligado e 73,5% passam duas horas ou mais vendo TV ou no computador.

“Trabalhos mostram que, quando a pessoa faz refeições com companhia, há uma tendência maior de se prestar atenção no que se está comendo, reduzindo excessos”, afirmou a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa.


ARROZ E FEIJÃO


A boa notícia está na permanência do hábito brasileiro de colocar no prato arroz e feijão. São os itens de alimentação mais consumidos pelos jovens, com 81,75% e 67,95%, respectivamente. No entanto, doces e refrigerantes, com 44,97% e 39,33%, por sua vez, estão mais bem colocados do que frutas e hortaliças (33,97%). No Nordeste, o consumo de frutas e hortaliças é tão baixo que não figura entre os 20 alimentos mais usados.

O padrão entre adultos é ainda mais desanimador. Estudo feito por telefone com moradores com mais de 18 anos das capitais do País mostra que 19% do brasileiros têm o hábito de consumir refrigerantes e sucos artificiais e 20% consomem doces 5 vezes por semana ou mais. O hábito reflete diretamente na obesidade: 18,6% são obesos – em 2010, eram 15%.

A estudante Morgana Miranda, de 18 anos, por exemplo, diz que toma refrigerante todos os dias e o hábito a acompanhou durante toda a adolescência.

“Até penso em tomar suco, mas vou comer uma batata frita e não combina.” Já na casa da estudante Tifany Ito, de 17 anos, sempre tem suco de caixa, diariamente.

“Fazer suco natural dá muito trabalho.” Endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Tarissa Petry diz que, por praticidade, brasileiros estão deixando de consumir alimentos naturais, mas que isso pode trazer sérias consequências para a saúde. “Estamos diagnosticando a obesidade cada vez mais cedo. Esses jovens vão ter diabete, hipertensão, enfarte e AVC mais cedo também.” Propaganda. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou que a propaganda de alimentos ricos em sal, açúcar e gordura e com excesso de álcool poderia ser “aprimorada”, sem dizer, no entanto, o que poderia ser feito. Mas assinou uma portaria que proíbe, a partir de hoje, a venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados, ultraprocessados, com excesso de açúcar, gordura e sódio dentro das unidades do ministério.

O mesmo vale para eventos patrocinados e ele espera que a medida seja replicada por outros órgãos de governo.




Ministro diz que multas a planos são abusivas

08/07/2016 - O Estado de S.Paulo


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, saiu em defesa de planos de saúde e afirmou que as multas aplicadas às operadoras são abusivas e que empresas do setor não podem ser consideradas como inimigas. “As multas são exageradas. Um plano que deixa de cumprir uma obrigação de R$ 100 hoje é multado em R$ 50 mil”, disse, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde. “Quebrar os planos não ajuda em nada a saúde do Brasil nem dos brasileiros. Os planos geram emprego, pagam impostos. Não são nossos inimigos”, completou.

As declarações foram dadas um dia depois de o ministro sugerir a criação de “planos populares” de saúde, uma modalidade em que o usuário pagaria uma mensalidade menor, mas, em contrapartida, teria direito a uma cesta de serviços mais restrita da que é hoje definida como mínima pela lei.

Criticado por integrantes do conselho, o ministro afirmou que planos populares são uma sugestão. “Há dúvidas sobre se essa medida poderia ser tomada apenas com uma resolução ou se seria necessária a mudança da lei”, afirmou.

Barros disse ainda não ter uma sugestão para mudanças nas regras para punir empresas que resistem em prestar serviços devidos aos usuários. Mas afirmou ser necessário um olhar atento para operadoras.


ANISTIA


As declarações foram uma resposta a uma pergunta feita por integrantes do conselho, sobre a tentativa do Congresso de anistiar multas devidas pelas operadoras de saúde.

A proposta foi aprovada por parlamentares e, mais tarde, vetada pela presidente afastada, Dilma Rousseff. O texto, de 2014, permitiria um perdão de R$ 2 bilhões para o setor.

O ministro enxerga na saúde suplementar uma saída para driblar o orçamento apertado na Saúde. Desde que assumiu, ele diz que, quanto mais pessoas em planos, melhor.




Presidente da SBPC volta atrás após colocar cargo à disposição

08/07/2016 - O Estado de S.Paulo


A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, colocou o cargo à disposição do conselho da entidade em reunião na manhã de ontem. O conselho, porém, solicitou por unanimidade que ela permanecesse, e Helena aceitou. A decisão foi comemorada pelos 22 conselheiros presentes.

“Vou continuar, mas com muito sacrifício, pode ter certeza”, disse Helena ao Estado após a reunião. O pedido de renúncia foi motivado por uma agressão verbal sofrida anteontem, durante um ato público na reunião anual da SBPC em Porto Seguro, no sul da Bahia.

Helena foi chamada de “pelega” e “chapa branca” por pessoas que protestavam contra o governo interino de Michel Temer — entre elas, o químico Antonio Carlos Pavão, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que acusou a presidente da SBPC de ficar “em cima do muro” e “negociar com golpistas”.

“Eu tenho uma história muito clara de luta contra a ditadura”, disse Helena, de 68 anos, ao Estado. “Eu não fui presa; o que é um buraco na minha formação.

Mas eu lutei pela democracia; estive presente em todas as reuniões. Eu tive amigos que foram presos e torturados, tive professores que foram violentamente torturados. A palavra ‘pelega’ para mim é muito forte. E ela foi usada conscientemente, de propósito.” Fusão. O ato público havia sido convocado para criticar a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o Ministério das Comunicações e pedir a recomposição do orçamento da pasta aos níveis de 2013, pelo menos. Mas acabou sendo dominado por manifestações contra o “golpe” e o governo interino.

“Fora Temer e seu bando”, disse Pavão diversas vezes ao microfone. Helena Nader disse então que a SBPC era uma “entidade sem cor político-partidária” e não participava desse “segundo slogan” do ato — referindo-se ao coro de “Fora Temer”.

Mesmo assim, uma proposta de apoio ao movimento Fora Temer será debatida. “O tema vai ser levado à assembleia para discutir se a SBPC deve ou não assumir essa ou aquela bandeira política”, disse Glaucius Oliva, professor da Universidade de São Paulo (USP). “O que é inaceitável é essa agressão pessoal contra a Helena, totalmente desmedida e desnecessária”, afirmou ele.




Cardápio pobre em nutrientes

08/07/2016 - O Globo


Uma pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde mostra que a alimentação dos adolescentes brasileiros deve ser motivo de grande preocupação. Considerados saudáveis, arroz e feijão estão no topo da lista dos 20 produtos mais consumidos entre jovens de 12 a 17 anos. Mas, daí em diante, reinam alimentos industrializados como refrigerantes e carnes processadas que, ricos em sódio e açúcar, não deveriam fazer parte da dieta.

Hortaliças só aparecem na décima posição. E as frutas, recomendadas devido ao alto teor de nutrientes, não têm lugar no prato dos brasileiros em fase de crescimento. Nutricionistas ouvidos pelo GLOBO classificam os resultados como alarmantes e dizem que, sem uma mudança no quadro, a população pode enfrentar problemas sérios de saúde e até redução na expectativa de vida. Os dados fazem parte do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), feito em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foram colhidas informações de 75 mil alunos em 1.247 escolas de 124 municípios.

— Na adolescência é preciso consumir em média seis porções de fruta por dia. O baixo consumo de alimentos in natura e alta ingestão de alimentos processados aumentam a carência nutricional e o risco de diabetes e doenças cardiovasculares — comenta Annie Bello, professora de nutrição clínica da Uerj e pesquisadora do Instituto Nacional de Cardiologia.

Também preocupam o consumo de vitamina E e cálcio, muito abaixo do recomendado, e a ingestão excessiva de sódio, o que pode levar ao sobrepeso e à hipertensão. Segundo o Erica, 80% dos adolescentes consomem sódio acima do recomendado. Menos da metade (48,5%) toma sempre ou quase sempre café da manhã, e 21,9% nunca fazem a primeira refeição do dia. Mais da metade dos adolescentes come em frente à televisão.

— É muito alarmante. Se a maneira como as pessoas se relacionam com a alimentação e a atividade física não mudar, esse quadro vai gerar a longo prazo um custo alto em termos de saúde coletiva. Estudos relatam que esta geração pode ter uma expectativa de vida de quatro a seis anos menor — analisa o nutricionista Clayton Camargos, pós-graduado em Autogestão em Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

Dados divulgados anteriormente mostram que a obesidade — que atinge 8,4% dos adolescentes — é mais comum entre os meninos (10,8%) do que entre as meninas (7,6%). O sobrepeso chega a 17,1%. Anualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta R$ 458 milhões para tratar problemas decorrentes da obesidade. Com internação de adolescentes, foram gastos R$ 126,4 milhões entre 2010 e maio de 2016. No mesmo período, o gasto com cirurgias bariátricas (de redução do estômago) alcançou R$ 233,1 milhões em todas as faixas etárias.

Para mudar o hábito dos jovens, nutricionistas defendem que o estímulo venha dos pais.

— Os maiores responsáveis por aumentar o consumo de alimentos saudáveis são a educação em casa e a escola. Se houver maior compra e aquisição de frutas em casa, possivelmente as crianças vão comer mais — argumenta Annie Bello.


15,5% SUBSTITUEM REFEIÇÕES POR LANCHES


Outro levantamento do Ministério da Saúde, o Vigitel 2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), feito em 27 capitais, mostra que há mais adultos comendo frutas e hortaliças regularmente. Ainda assim, menos da metade têm esse hábito. Além disso, o consumo de doces e refrigerantes é considerado excessivo.

Em 2010, 29,9% dos adultos consumiam frutas e hortaliças regularmente. Em 2015, o índice passou para 37,6% — as mulheres comem mais esse tipo de alimento que os homens. A pesquisa revela também que é alto o consumo de feijão: 64,8%, por cinco dias ou mais da semana. E o hábito de substituir o almoço ou o jantar por lanches é comum a 15,5% dos brasileiros.

Alguns alimentos considerados pouco saudáveis também são bastante consumidos, como carnes com excesso de gordura, no prato de 31,1% dos brasileiros, principalmente homens. Doces e sobremesas estão quase todos os dias na dieta de 20,1% da população, em especial as mulheres.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou uma portaria para estimular a alimentação saudável. Nos restaurantes e eventos realizados pelo ministério e órgãos vinculados serão priorizados cereais, raízes e tubérculos, verduras e legumes, frutas, oleaginosas, leite e derivados, carnes, ovos e pescados. Será proibida a venda de alimentos industrializados com excesso de açúcar, gordura e sódio. O ministério quer apresentar proposta no Congresso para que só sejam ofertados alimentos saudáveis nas escolas públicas e privadas.

— É preciso investir em saúde preventiva. É melhor para a população e onera menos o orçamento do Sistema Único de Saúde — disse Barros, que pediu que a população consuma menos sal e açúcar e faça mais exercícios, e que a indústria produza mais alimentos saudáveis.




Ministério da Saúde confirma 1.656 casos de microcefalia no país

07/07/2016 - O Globo / Site


O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira, novos dados de microcefalia. Até 2 de julho, foram confirmados 1.656 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita em todo o país. Outros 3.130 casos suspeitos de microcefalia em todo o país permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e os estados.

Desde o início das investigações, em outubro do ano passado, 8.301 casos foram notificados ao Ministério da Saúde. Destes, 3.515 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia ou malformações confirmadas por causa não infecciosas. Também foram descartados por não se enquadrarem na definição de caso.

Do total de casos confirmados, 255 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika. O Ministério da Saúde, no entanto, ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia. Os 1.656 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 588 municípios, localizados em todas as unidades da federação e no Distrito Federal.

Em relação aos óbitos, no mesmo período, foram registrados 334 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto) no país. Isso representa 4% do total de casos notificados. Destes, 92 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 184 continuam em investigação e 58 foram descartados.

O Ministério da Saúde ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informados pelos estados, além da possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.

A pasta orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.




Casos de câncer associados ao HPV estão em ascensão nos EUA

07/07/2016 - G1 - Bem Estar


O número de casos de câncer associados ao vírus do papiloma humano (HPV) está em ascensão nos Estados Unidos, atingindo cerca de 39 mil pessoas a cada ano, revelou um relatório das autoridades sanitárias americanas nesta quinta-feira (7).

A estimativa, feita pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), abrangeu o período de 2008 a 2012 e mostrou um aumento em relação aos pouco mais de 33 mil casos anuais observados entre 2004 e 2008.

Cânceres relacionados ao HPV costumam aparecer nas regiões genitais de homens e mulheres, assim como na cabeça, no pescoço e na garganta.

Os cânceres descritos no relatório incluem cerca de 11,7 mil casos de câncer de colo de útero em mulheres e mais de 12,6 mil casos de câncer bucal entre os homens.

Nos Estados Unidos, as vacinas para prevenir o HPV, que é uma infecção transmitida sexualmente, estão disponíveis para meninos e meninas a partir dos 11 anos de idade.

No entanto, muitos adolescentes americanos não recebem a vacina, que deve ser tomada em três doses.

Em 2014, no grupo das meninas de entre 13 e 17, 60% tinham recebido uma dose, e 40% tinham tomado as três doses, segundo o relatório.

Entre os meninos, a taxa de vacinação foi ainda mais baixa, com 42% tendo recebido uma dose, e 22% as três doses.

No Brasil, a vacina é oferecida de modo permanente na rede pública para meninas de entre 9 a 13 anos, e deve ser tomada em duas doses.

"Os cientistas do CDC ressaltam que 28,5 mil casos de câncer causados pelo HPV poderiam ser evitados com a vacina contra o vírus", informou a agência federal americana.

O relatório ressalta, ainda, a importância do exame preventivo do câncer do colo do útero (teste Papanicolau) para detectar lesões antes que elas se transformem em câncer.

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