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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 22/06/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Termômetros não terão mais mercúrio

22/06/2016 - O Estado de S.Paulo


Termômetros e aparelhos de pressão com coluna de mercúrio deixarão de ser fabricados e vendidos no Brasil. A Anvisa abriu ontem consulta pública para discutir como será o fim do uso desses equipamentos no País. A proposta prevê a retirada dos produtos do mercado até 2019. “Mercúrio é tóxico e, em altas concentrações, pode afetar o sistema nervoso e rins”, disse o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa. Em 2013, 140 países, incluindo o Brasil, comprometeram-se a abandonar o uso do metal até 2020.




Além dos analgésicos

22/06/2016 - Correio Braziliense


A dor é daqueles desconfortos que parecem valer qualquer esforço. Dos métodos mais tradicionais, passando pelas abordagens complementares e mesmo recorrendo a crenças populares, há quem “faça qualquer negócio” para se livrar do sofrimento. Melhor não recorrer a práticas perigosas, como automedicação e abuso de analgésicos, avisam especialistas. Nesse sentido, a intervenção multidisciplinar tem surgido como uma solução com bons resultados por combinar medicamentos com atividades físicas, fisioterapia, psicologia e acupuntura.

Quase sempre os pacientes crônicos têm também dores musculares, o que exige fisioterapia. Além disso, é preciso cuidar que o sono seja reparador, já que aqueles que não descansam entram em fadiga crônica, potencializando a dor. Entre as medidas complementares, destacam-se a acupuntura, a hipnose e o autorrelaxamento. A fisiatra Lin Tchia Yeng, coordenadora do Ambulatório de Dor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP), indica práticas que precisam ser adotadas anteriormente: atividade física e cuidado com a alimentação. Em alguns casos, o controle do peso é imprescindível, como em pessoas que sofrem de artrose no joelho.

Izabella Gazzinelli Veloso, 34 anos, sente dores de cabeça desde a infância. “Com a sensação de ter herdado aquilo da minha mãe, tinha o hábito de me automedicar. Demorei muito para buscar ajuda”, conta. Isso só ocorreu quando, por conta de uma crise extrema, se viu deitada no chão da sala em que trabalhava, cercada pelos olhares dos colegas. “Estava com 28 anos, vivia uma rotina de trabalho estressante, não me alimentava nem dormia direito. Analgésicos faziam parte da minha vida diariamente. Sentia dor para tudo: sorrir, abaixar, pular, carregar algo pesado”, lembra. A jornalista procurou uma neurologista e abandonou os medicamentos para enfrentar a enxaqueca. “Não foi fácil porque sentia a abstinência e as dores. Estava no estágio mais avançado de dor que um paciente pode chegar e, com o tempo, fui me tornando mais tolerante.”

Quando Izabella pensou ter resolvido o problema da automedicação, descobriu uma nova fonte de dor: a fibromialgia. “A síndrome chegou de maneira inesperada. No início de 2015, comecei a sentir fortes dores pelo corpo e não era um desconforto qualquer. Às vezes, não conseguia levantar da cama, como se meus ossos estivessem quebrados. Passei por uma fila de médicos, fiz vários exames e tomei inúmeros remédios. Eram dias de desespero, outros de calmaria”, recorda-se. Mas o novo problema ensinou Izabella a enfrentar as dores com persistência e a se beneficiar dos tratamentos complementares. “Pratico pilates para que a fibromialgia passe a ser invisível. Ele também ajuda na enxaqueca. Mesmo com dores, vou às aulas para fazer relaxamento, respirar melhor. O trabalho de consciência corporal é fundamental”, acredita.

O tratamento para a enxaqueca é tradicional. Izabella toma, diariamente, os remédios receitados pelo neurologista e, em momentos de dor, recorre a um anti-inflamatório, também prescrito. Para a fibromialgia, tem um medicamento sempre à mão, mas não precisa fazer o uso constante. Prefere contornar a dor com pilates, exercícios e massagens. “A medicina está mais avançada, as terapias alternativas ajudam bastante. Aprendi que a dor é opcional e que você consegue controlar em muitos momentos. De que maneira? Mantendo uma rotina, praticando exercícios, buscando ajuda profissional. Parece clichê, mas viver um dia de cada vez, curtir os pequenos momentos diminuem as dores e fazem um bem danado”, defende.


ACEITAÇÃO


Doutora em psicologia e organizadora do livro Psicologia da dor (Rocca), Andréa Portnoi vê na aceitação uma força para o enfrentamento do problema. “Quando o paciente aceita, sem necessariamente se resignar, assume a presença da dor e começa a enfrentá-la de inúmeras maneiras. Passa a pensar: ‘Se a dor é uma realidade, vou criar um jeito de fazer tudo o que eu gostaria, apesar dela’”, explica. Mas nem sempre é fácil aceitar as privações.

Izabella, por exemplo, dorme o suficiente para não acordar cansada. “Procuro me alimentar com aquilo que não vai me causar indigestão porque qualquer mal-estar vai me provocar dor. Perfumes foram limados da minha vida. Passei anos sem ingerir bebida alcoólica e, hoje, me permito vinho ou cerveja. As dores aparecem e a gente passa a observar o próprio corpo. Quando sinto que não estou legal, que não dormi direito ou estou com um pequeno sinal de dor, deixo a cervejinha para outro momento. Não sou modelo ideal de vida saudável, mas sei que melhorei bastante e consegui contornar as dores que moravam em mim. Hoje, elas são visitas esporádicas que estão com os dias contados para nunca mais aparecerem”, diz.


JULGAMENTOS E SOBRECARGA EMOCIONAL


O preconceito é outro problema enfrentado por pacientes com dor crônica. O fato de o sintoma ser algo subjetivo, difícil de mensurar, colabora para a descrença até de familiares quanto aos desconfortos sofridos. Segundo a psicóloga Andréa Portnoi, há um descrédito social em relação à dor, fazendo com que, às vezes, ela se torne até um estigma. “Há uma ignorância da maioria das pessoas sobre a condição crônica. Na família, o problema é ainda maior porque se sofre junto com o paciente. Quando um membro fica incapacitado pela dor, os demais ficam sobrecarregados. Uma coisa é a sociedade e o empregador lidar com a dor do outro, outra coisa é o cônjuge, o filho, os pais verem tamanho sofrimento e por ele serem afetados. Dor não é sinônimo de sofrimento. Eles andam juntos. A dor é inevitável quando é crônica, mas sofrer com ela é opcional. Essas pessoas precisam encontrar caminhos para resgatarem sua saúde física, mesmo com a dor”, defende.

Aos 19 anos e diagnosticada com síndrome dolorosa complexa regional, Raiane Priscila de Souza Andrade tenta vencer mais esse desafio. A doença da jovem tem origem neurológica e é, muitas vezes, incapacitante. “Fiquei totalmente abalada pela dor. Sinto falta de poder sair, fazer as coisas que fazia antes, voltar a trabalhar. Fico ainda mais chateada por ter acontecido do nada. Já vi outras pessoas com a mesma doença, mas em decorrência de outro problema. Eu simplesmente acordei assim. Não conseguiram explicar meu caso”, lamenta Raiane, que ainda convive com a descrença ao tratamento. “Tomarei remédios para o resto da vida. Eles me deram alívio por um tempo, mas depois voltaram as dores.”

Segundo a jornalista Izabella Gazzinelli Veloso, que tem fortes enxaquecas e fibromialgia, é inevitável não perceber o olhar de algumas pessoas, até mesmo de familiares, para as dores que sente. “A gente está acostumado a associar qualquer doença com algo mais ‘sério’ do que não conseguir levar seu cachorro para um simples passeio porque você não aguenta caminhar ou não consegue ficar em algum lugar com muita luz ou barulho que sua cabeça vai começar a explodir em instantes. No meu caso, o olhar é de ‘Nossa, mas você é tão jovem!’ Um lamento por eu ter pouca idade e diagnósticos de doenças que fazem tão mal”, desabafa.




Como nasce um MIP

21/06/2016 - Guia da Farmácia


Todo medicamento inovador nasce com venda sob prescrição médica. Após cinco anos no mercado nacional, no momento da renovação de seu registro, o laboratório detentor do produto poderá solicitar a alteração para Medicamento Isento de Prescrição (MIP). O pedido passará por avaliação da área técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que poderá ou não ser deferido. Segundo a Anvisa, o processo de troca de categoria de registro para MIP leva um ano para ser finalizado, podendo acontecer antes ou depois, dependendo do caso.

No Brasil, não existe uma lista de MIPs, mas, sim, a lista de Grupos e Indicações Terapêuticas Especificadas (Gi-te), que determina quais categorias de fármacos podem ser isentas de prescrição. Todos os medicamentos cujos grupos e indicações terapêuticas não estejam descritos no Gite são de venda sob prescrição médica. A lista faz parte da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 138, de 2003, da Anvisa, que determina as regras para que o medicamento se torne um MIP. Na resolução, estão previstas, também, que as associações medicamentosas ou duas ou mais apresentações em uma mesma embalagem para uso concomitante ou sequencial, cujo grupo terapêutico e indicação terapêutica de pelo menos um de seus princípios ativos não estejam especificados no Gite, são de venda sob prescrição médica.

Existe uma alternativa para o medicamento inovador ser registrado e comercializado no Brasil como MIP sem esperar o prazo de cinco anos de renovação do registro. Esse caso prevê que o produto já seja comercializado como MIP há mais de cinco anos nos Estados Unidos ou na Europa, com a respectiva aprovação das entidades reguladoras de medicamentos locais [Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, ou European Medicines Agency (EMA), na Europa], Sendo assim, o laboratório solicitante deverá juntar ao processo de registro na Anvisa dados de farmacovigilância e comprovantes de enquadramento na categoria de venda sem prescrição médica no país onde o produto é comercializado.


PROCESSO CLARO


Além desses procedimentos de registro, para que um medicamento seja aprovado pelas autoridades sanitárias como MIP deve ter um alto perfil de eficácia e, principalmente, segurança, que envolve características, como ba -xo potencial de toxicidade e risco (mau uso/abuso/intoxcação), reações adversas com causalidades conhecidas e reversíveis após a sua suspensão, baixo potencial de interações (medicamentosa e alimentar). "Para que seu uso seja seguro e consciente, sempre que o consumidor optar por usar MIPs, deve seguir as orientações da bula e rotulagem e ter em mente que, se os sintomas persistirem, a suspensão do medicamento ceve ser imediata e um médico deve ser procurado", afirma a vice-presidente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Marli Martins Sileci.


REGRAS INCERTAS


Apesar da existência de normas específicas para troca de categoria de medicamentos para MIPs, persistem algumas dúvidas sobre o processo, como assinala Marli. "Atualmente, no Brasil, não há diretrizes claras que norteiam a mudança de um medicamento tarjado para MIP. Quando a empresa farmacêutica tem uma substância apta para a reclassificação ou switch ela deve submeter individualmente o pedido à Anvisa, que analisa e dá seu parecer. Não existe ainda um procedimento-padrão", afirma a vice-presidente da Abimip. Segundo a executiva, 3 Anvisa está finalizando as discussões sobre a nova resolução dos MIPs e do processo de switch e deverá publicá-la no primeiro semestre deste ano. "A nova norma, alinhada com o cenário mundial, apresentará um modelo de regulação mais funcional que permitirá à agência uma avaliação sobre os pedidos de switch a partir de critérios estabeleci dos, baseados em uma documentação mais robusta no que se diz respeito ao perfil de segurança do uso do medicamento", esclarece.

De acordo com a Anvisa, conta muito também para que o medicamento se enquadre na categoria de MIP seu histórico no País. No momento da renovação de registro e com o pedido para reenquadramento como MIR são avaliadas as notificações médicas que o produto teve. Medicamento com notificações negativas, principalmente com efeitos adversos, dificilmente consegue a transferência. Efeitos adversos não previstos na bula pioram ainda mais a situação do produto. O Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (Notivisa), da Anvisa, é o principal banco de dados utilizado para compilar esses casos. O sistema de informação é a ferramenta para a notificação e o monitoramento de eventos adversos relacionados ao uso de produtos sob vigilância sanitária. Nele, está o registro de problemas relacionados ao uso de medicamentos e produtos para a saúde, incidentes e eventos adversos, com o propósito de fortalecer a vigilância pós-uso das tecnologias em saúde. Profissionais de saúde e cidadãos podem relatar problemas diretamente no s/te do sistema. Segundo a Anvisa, há também uma rede de monitoramento em hospitais e centros médicos, que enviam à Agência possíveis efeitos adversos e outros problemas relacionados aos medicamentos. que são analisados pelos técnicos e são tomadas as providências necessárias.


OBRIGATORIEDADE DA BULA


Uma dúvida comum é se todos os MIPs precisam de bula. Segundo a Abimip, alguns dos MIPs são comercializados em carteias, o que faz com que muitos consumidores achem que eles não possuem bulas, faltando, portanto, informar sobre finalidade, forma de administração, entre outras. "Mas o que muitos não sabem é que, para esses MIPs vendidos em carteias, podem exigir a bula, que deverá estar disponível na farmácia, segundo as regras da Anvisa", diz a Abimip. Se, mesmo assim, o consumidor tiver dúvidas quanto à finalidade e ao modo de utilização de um MIP, ele também pode pedir auxílio ao farmacêutico, sugere a Abimip.

Na avaliação dos especialistas, o uso consciente dos MIPs age sobre a qualidade de vida e o direito assegurado ao usuário de atuar sobre a própria saúde, mas eles precisam seguir preceitos básicos. "Um fator crucial é que os MIPs não podem apresentar possibilidade de dependência", destaca o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus , Athila. "Os MIPs são indicados para doenças ou sintomas de baixa gravidade e autolimitados e são considerados de elevada segurança de uso, eficácia comprovada cientificamente ou de uso tradicional reconhecido, de fácil utilização e baixo risco de abuso", complementa o assessor da diretoria do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio Grande do Sul (CRF-RS), Gabriel Freitas. Os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) são claros para o uso correto dos MIPs, lembra o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. "O uso responsável de MIPs consiste na prática dos indivíduos em tratar seus próprios sintomas e males menores com medicamentos aprovados e disponíveis sem a prescrição médica e que são seguros e efetivos quando usados segundo as instruções."X




Qual o papel dos MIPs nas epidemias?

21/06/2016 - Guia da Farmácia


Há pouco mais de cem anos, o Brasil, em particular a sua capital naquela época, Rio de Janeiro, passava por uma série de epidemias, a maioria delas provocada por problemas de falta de higiene e de saneamento básico - varíola, peste bubônica e febre amarela eram as mais graves.

Na primeira década do século 20, foi necessária uma força tarefa para vencer os focos de transmissão. Encabeçada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que dirigia o Departamento Nacional de Saúde Pública, a brigada vistoriava, em alguns casos à força, casas à procura de focos de mosquitos e de ratos. Em 1904, o governo federal obrigou os cidadãos se vacinarem, gerando imensa onda de protestos no que ficou conhecida como a Revolta da Vacina. Apesar dos reveses, Oswaldo Cruz conseguiu, em quatro anos, erradicar as principais epidemias, em particular a febre amarela.

E um dos vilões daquela época era o mesmo Aedes aegypti, transmissor da febre amarela, que hoje atormenta o País, transmitindo zika e chikungunya, além da velha conhecida dengue. Em pleno século 21, o Brasil está novamente diante de graves epidemias, como a zika, causadora da microcefalia, anomalia que leva a redução da circunferência craniana de bebês, entre outras complicações, e à síndrome de Guillain-Barré, moléstia que atinge o sistema nervoso.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, o País pode registrar mais de 1,5 milhão de casos ainda este ano, o que representa cerca de 50% dos casos de incidência do zika previstos para as Américas. Já a chikungunya é uma doença semelhante à dengue, com sintomas também parecidos: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Porém, a grande diferença da chikungunya está no seu acometimento das articulações, pois o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.

Já a dengue, que chegou a ser praticamente erradicada do País na década de 1950, com o controle do Aedes aegypri, devido a falhas na vigilância epidemiológica e a um modo desordenado de urbanização, retornou em 1976 e não parou mais de crescer. Segundo a Fiocruz, são mais de 15 milhões de casos registrados da doença desde seu retorno. Mas esse número pode ser bem maior, tendo em vista que muitos casos não foram notificados. De forma geral, toda região do Pais onde exista Aedes aegypti está sujeita a ter uma epidemia de zika, chikungunya ou dengue.

As tentativas de controle das moléstias transmitidas pelo mosquito têm sido equivocadas, na visão de especialistas. "A falta de coordenação entre a vigilância epidemiológica, políticas de planejamento urbano e sanitário e estratégias de promoção da saúde estão na raiz do problema, assim como o uso de certos agentes químicos para controlar os mosquitos, tendo em vista seus efeitos sobre os seres humanos", afirma a diretora de desenvolvimento profissional do Fórum Farmacêutico das Américas, organização que reúne associações farmacêuticas nacionais, a Organização Pan-Americana de Saúde e a Federação Internacional Farmacêutica, Josélia Frade.


SURTO RECENTE


Outro problema enfrentadoé a gripe H1NI, iniciado nos primeiros meses deste ano, sobretudo no estado de São Paulo, que registra mais de 80% dos casos do País. No total, foram apurados 1.365 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza A/Hl N1 até meados de abril, segundo boletim do Ministério da Saúde. O mesmo documento informa que nesse período foram compiladas 230 mortes por H1N1. São Paulo teve o maior número de óbitos - 119, correspondendo a 51,7% das mortes do País.


PAPEL DOS MIPS


Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) podem ser a primeira linha de tratamento para determinadas condições de saúde, principalmente para doenças ou sintomas de baixa gravidade. No caso de enfermidades causadas pelos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti e a H1N1, eles podem ser utilizados oara atenuar sintomas, mas alguns cuidados precisam ser tomados, adverte o diretor técnico de clínica geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HGFMUSP), Dr. Arnaldo Lichtesntein.

"Os sintomas iniciais da dengue são muito parecidos com os da gripe, sendo que ambas as infecções são muito comuns atualmente. Para a gripe, anti-inflamatórios a que a pessoa está acostumada podem ser o suficiente. Contudo, essa classe de medicamento é contraindicada para a dengue, pois pode piorar o problema de plaquetas, em especial no caso da dengue hemorrágica", frisa.

Para o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e médico infectologista do Hospital Albert Einstein, Dr. David Salomão Lewi, o mais importante é ter o diagnóstico correto. "Não se deve tomar qualquer tipo de medicamento sem ter um indicativo do problema, sobretudo nas moléstias transmitidas pelo Aedes aegypti. Em alguns casos, um analgésico pode ser administrado, mas sob orientação médica, para se evitar riscos, como o de hemorragia nos casos de dengue tratados com anti-inflamatórios."

O surto fora de época de H1N1 (a doença costuma acontecer no inverno) fez com que os estoques do oseltamivir acabassem das farmácias em abril último, principalmente no estado de São Paulo. Para evitar que isso também ocorra com MIPs utilizados nos casos de gripe, as farmácias devem reforçar o estoque de anti-inflama-tórios, analgésicos e soros, além de produtos, como álcool gel e vitaminas.

"Para o paciente que está com sintomas de dengue, zika ou chikungunya, a indicação é o uso de soro para rei-dratação oral, além do paracetamol. Como preventivo, o farmacêutico deve recomendar ao paciente o uso de repelentes, mosquiteiros e monitorar possíveis focos de criação dos mosquitos", diz o presidente da Farma & Farma, associada da Federação Brasileira das Redes Associativistas e ndependentes de Farmácias (Febrafar), Rinaldo Ferreira.

Planos de saúde perdem 2,7% dos beneficiários em 12 meses até março, diz IESS

21/06/2016 - IstoÉ Online


O número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares caiu 2,7% nos 12 meses encerrados em março deste ano quando comparados ao período anterior. Os dados foram divulgados no Boletim “Conjuntura Saúde Suplementar”, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Para a entidade, a retração do Produto Interno Bruto (PIB) e da renda das famílias e o aumento na taxa desocupação são os principais fatores que influenciaram negativamente o setor.

O superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, destaca que há uma relação direta entre a taxa de desocupação, aferida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a redução do total de beneficiários de planos coletivos. “A deterioração do mercado de trabalho impacta diretamente na contratação de planos coletivos, especialmente nos coletivos empresariais”, afirma, em nota, lembrando que, enquanto o total de beneficiários destes planos recuou 2,7%, entre o primeiro trimestre de 2016 e o mesmo período do ano anterior, a população ocupada diminuiu 1,5%.

Os planos coletivos empresariais são aqueles pagos total ou parcialmente pela empresa contratante como um benefício para o funcionário e são comumente usados como benefício para a retenção de talentos. Assim, de acordo com o executivo, é natural que o total de beneficiários desse tipo de planos diminuam com a redução do total de empregados.

Nos 12 meses encerrados em março deste ano, houve redução de 2,3% no total de beneficiários de planos de saúde individuais ou familiares. Nesse caso, é a retração da renda das pessoas ocupadas, que caiu 3,1% no período, o que impacta diretamente o total de beneficiários, segundo o IESS.

“Com as famílias ganhando menos e o medo crescente de perderem o emprego, além de ter que cortar os custos de planos de saúde para pagar, por exemplo, a conta do mercado, aquelas famílias que planejavam adquirir um plano de saúde, estão adiando seus planos até que a economia volte a melhorar”, diz Carneiro.

Nova regra para cesariana passa a valer nesta quarta

22/06/2016 - Folha de S.Paulo


Com o anúncio de novas regras para a realização de cesáreas agendadas no país, médicos e gestantes que já tinham esse tipo de parto marcado para ocorrer antes da 39ª semana terão que adiá-lo.

O alerta é do CFM (Conselho Federal de Medicina), que elaborou a norma vetando a realização de partos cirúrgicos a pedido da gestante, a partir da 37ª semana de gestação. As novas regras devem entrar em vigor nesta quarta feira (22),data em que a resolução deve ser publicada no “Diário Oficial da União”.

“As cesarianas que já estão pré-agendadas vão ter que se adequar à resolução”, disse à Folha o presidente do conselho federal, Carlos Vital.

Para ele, a mudança é apenas uma “questão de agenda”.

“Se [a cesárea] está marcada para amanhã e a gestante está na 37ª semana, atinja a 39ª marcando para 15 dias à frente”, recomenda.

“O que é de maior custo? Adequar-se a uma agenda ou assumir uma insegurança para o feto?”, questiona.

“Se for reagendar por questão de conforto profissional, ou porque a família fez preparativos festivos, o que é de maior valor? Isso que é supérfluo ou a segurança de um feto que vai nascer?” Mesma avaliação tem o obstetra José Hiran Gallo,que participou da redação da nova medida do conselho.

“Se aquela criança nascer prematura e alguém denunciar no conselho regional, o médico pode ter sanções éticas.

‘Ah, mas já tinha agendado’. Esse agendamento não tem mais validade.” Segundo o presidente do conselho, caso houver a impossibilidade do reagendamento do parto a partir da 39ª semana de gestação, o médico deve registrar as razões que o levaram a manter a data —em caso de eventual fiscalização, por exemplo.

“Se houver em algum caso concreto a impossibilidade do reagendamento, isso pode ser justificado e fundamentado.

Mas é algo que vai demandar exceções. A regra é a obediência à resolução”, afirma.

Apesar do alerta, a possibilidade de reagendamento dos casos já marcados é vista com ressalvas.

“Em uma grande maternidade, não se tem facilidade para dizer ‘não quero fazer dia 10, quero dia 17’. Não é uma coisa que o médico vai conseguir mudar em cima da hora”, disse à reportagem o obstetra Juvenal de Andrade, diretor de defesa e valorização profissional da Febrasgo (federação de obstetras).

“Uma mulher que está com 38 semanas e três dias vai querer ficar mais três dias só porque mudou a regra nesse período? Não vai”, afirma.


PREOCUPAÇÃO


Ao mesmo tempo em que geraram debate sobre a necessidade de reagendamento pelos médicos das cesáreas já marcadas, as novas regras do conselho também despertaram preocupação em gestantes que planejavam ter o parto mais cedo.

Para Carlos Vital, do CFM, essa situação já era esperada.

“A gestante tem certa ansiedade que é natural. Mas a maioria tem uma preocupação primeira e primária, que é a segurança do seu bebê.

Consciente, ela certamente vai optar por isso”, afirma.

Dados da última edição da Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE, dão uma dimensão do alcance da mudança.

Segundo o estudo, metade dos partos por cesárea no Brasil ocorre com dia e horário marcados —53,5% do total.

Um percentual que é ainda maior em algumas regiões.

No Sudeste, por exemplo, chega a 57,9%. No Norte, é 46%.Ao todo, cerca de 1,1 milhão de mulheres de 18 a 49 anos cujo último parto ocorreu entre janeiro de 2012 e julho de 2013 optaram por agendá-lo com antecedência, segundo os dados mais recentes disponíveis.

A maioria desses casos (74%) ocorreu em maternidades privadas.


PREMATUROS


Para a pesquisadora Maria do Carmo Leal, coordenadora da “Pesquisa Nascer no Brasil”, da Fiocruz, que mapeou dados sobre nascimentos no país, as novas regras devem diminuir o número de bebês prematuros no país.

“Essa decisão é muito importante.

Ela já aconteceu nos Estados Unidos e é bem vinda no Brasil, onde 32%das crianças nascem com 37 e 38 semanas, uma quantidade alta se comparada a países desenvolvidos.

No setor privado, chega a 50%”, relata.

Para ela,é necessário que haja incentivo dentro das maternidades para que a nova regra seja seguida de fato.

“Fazer uma portaria não quer dizer que ela será cumprida.

Precisava desenvolver um sistema de monitoramento nas maternidades para que cesáreas fossem auditadas e, se elas ocorressem antes do tempo recomendado pelo CFM, o médico deveria ser chamado a atenção. Essa outra face não está desenhada.”




Grávida espera manter data do parto para a 38ª semana

22/06/2016 - Folha de S.Paulo


Com cesárea marcada para esta quinta-feira (23), na 38ª semana de gestação, a comerciante Nadine Kocinas, 39, ainda esperava manter a data do parto mesmo após as novas regras para realização do procedimento.

A resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) sobre esse tema prevê que médicos somente poderão realizar cesáreas eletivas, a pedido da mulher, a partir da 39ª semana de gravidez.

A gestação de Nadine alcançaria esse prazo na próxima segunda-feira (27),mas ela decidiu fazer seu parto antes por dois motivos: encaixar a data no cronograma de tratamento do marido, internado com leucemia, e parar de sentir dores na região da bacia.

Em uma loja de artigos infantis, ela dizia esperar que a data fosse mantida. “Já marcamos faz tempo.” A comerciante afirma, porém, que não teria problemas em adiar o parto se for preciso.

“O mais importante é o bebê não correr nenhum risco.” Segundo Nadine, inicialmente a médica dizia que era para esperar as 39 semanas.

“Mas fomos acompanhando semanalmente, e o bebê está plenamente maduro”, diz. No ultrassom de uma semana atrás, ele tinha 3,5 kg e 48 cm.


PRÁTICA


O limite para cesáreas eletivas estabelecido pelo Conselho Federal de Medicina já é usado como referência por uma parte dos obstetras da capital paulista.

No hospital Albert Einstein, no Morumbi (zona oeste de SP), desde 2012 um protocolo orienta que o procedimento só seja feito a partir da 39ª semana, a não ser que existem razões médicas.

Segundo Rita de Cássia Sanchez, coordenadora médica da maternidade, nas duas semanas anteriores a esse prazo, o bebê passa por etapas de desenvolvimento importantes.

Em cada uma dessas semanas, ganha 250 gramas. Nesse intervalo, diz, ainda melhora a capacidade de sucção e de manter uma temperatura corporal adequada.

A médica recomenda que, mesmo em caso de opção pela cesárea, a gestante aguarde para fazer o procedimento apenas depois de entrarem trabalho de parto.

Segundo ela, isso é importante porque, durante as contrações, o organismo produz oxitocina, substância que ajuda na produção de leite.

Ana Paula Santiago, obstetra com consultório na capital paulista, também diz que a resolução mudará pouco a rotina. “É muito raro um colega indicar uma cesárea antes da 38ª semana”, diz.

Segundo ela, alguns bebês já estão formados na 37ª semana, mas o prazo estabelecido pelo CFM seria benéfico por, entre outros fatores, “descontar” a margem de erro dos exames que estabelecem o início da gestação.

Em nota, o Grupo Santa Joana, que administra as maternidades Santa Joana e Pro Matre Paulista, afirmou que também apoia a resolução do Conselho Federal Medicina.




Tipo de câncer de Celulari tem boas chances de cura

22/06/2016 - Folha de S.Paulo


O câncer que o ator Edson Celulari anunciou ter, o chamado linfoma não Hodgkin, tem chances de recuperação maiores que 50% mesmo em casos agressivos, segundo novas diretrizes para o tratamento da doença, publicadas em junho pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA.

Relativamente raro, esse tipo de linfoma deve acometer cerca de 10 mil brasileiros em 2016, segundo projeção do Inca(Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), ligado ao Ministério da Saúde. O mais comum,o câncer de pele (não melanoma) deve afetar 176 mil no país no mesmo período.

O número de mortes em 2013 decorrentes de linfoma não Hodgkin ficou na casa dos 4.000 no Brasil, o que equivale a cerca de 40% dos novos afetados. Nos EUA, esse índice fica na casa de 28%.

O linfoma não Hodgkin é ainda o décimo tipo de câncer com maior incidência no mundo, segundo a Agência Internacional Para Pesquisa Sobre Câncer, atrás de tumores como o de pulmão, mama, cólon e próstata.

Mas a doença, na verdade, é uma categoria que abrange mais de 40 subtipos. Em comum, todos acometem células de defesa, responsáveis pela proteção contra infecções e até mesmo pelo combate contra outros cânceres. Os primeiros sinais geralmente são inchaços nas regiões da axila, virilha e pescoço.

Antes de Celulari, que apresentou a doença aos 58 anos, outras personalidades também tiveram diagnóstico de linfoma não Hodgkin.

A presidente afastada Dilma Rousseff, foi diagnosticada em 2009, aos 62 anos; o ex-presidente e atual senador paraguaio Fernando Lugo, em 2010, aos 59 anos; o ator Reynaldo Gianecchini, em 2011, aos 39; e o governador licenciado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, aos 61, neste ano. Mas, apesar das idades citadas, essa é uma doença mais comum em quem tem mais 65 anos.

Em todos os casos, há alterações genéticas em linfócitos, que passam a se proliferar desordenadamente. Dependendo de onde e como essas alterações ocorrem, no entanto, os tratamentos podem tomar rumos bastante distintos.

Há, inclusive, 2a chance de ser feita apenas uma “espera cautelosa” no caso de cânceres que levam até 20 anos para se desenvolver, explica o médico oncologista Jacques Tabacof, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Centro Paulista de Oncologia. Já alguns tipos de linfoma bacterianos podem ser tratados apenas com antibióticos. Esses parecem não ser o caso de Celulari, que já iniciou tratamento e apareceu careca em fotografias nas redes sociais.


TRATAMENTO


Para classificar o tumor e direcionar o paciente para o tratamento mais efetivo, os médicos se baseiam na biópsia do linfonodo, analisada por um patologista. O médico classifica o tumor de acordo com tamanho, formato e outras características do “jeitão” das células.

Quando há uma mistura de células características de tipos diferentes da doença (indolente e agressiva), a chance de o linfoma não Hodgkin reincidir no futuro é maior.

Entre os 40 subtipos da doença, os mais comuns são os linfomas difusos de células B grandes e os foliculares.

Esse primeiro é um dos mais graves e costuma ser tratado com químio e rituximabe, um medicamento anti-CD20(com anticorpos que combatem os linfócitos B que têm em sua superfície a molécula CD20).

Esses remédios poupam o paciente da toxicidade da químio ao tentar atacar somente os linfócitos potencialmente problemáticos.

Já os linfomas do tipo foliculares são um dos chamados linfomas indolentes e às vezes sequer precisam de tratamento, explica o hematologista Vanderson Rocha, professor da USP e médico do Hospital Sírio-Libanês.

Há ainda a combinação de radioterapia com imunoterapia —anticorpos carregando átomos radioativos e que se ligam a moléculas como o CD20, podem fazer o serviço, explica o hematologista Guilherme Fleury Perini,do Hospital Israelita Albert Einstein.

Linfomas agressivos ou reincidentes por vezes precisam de transplantes de medula.

“Quem recorre a um banco de doação de medula óssea tem 60% de chance de encontrar um doador compatível”, afirma Celso Massumoto, onco-hematologista do Hospital Nove de Julho.

Para os outros 40%, a solução é o chamado transplante de haploidênticos, feito com doadores parcialmente compatíveis.

Nesses casos, o paciente recebe altas doses de ciclofosfamida, que reduz a reação à medula do doador parcialmente compatível. Além disso, o paciente recebe, previamente, baixas doses de quimioterapia e de radioterapia corporal total, e medicamentos imunossupressores.

No caso de Gianecchini, o subtipo da doença era linfoma não Hodgkin de células T e ele utilizou uma forma de tratamento conhecido como auto transplante de medula óssea. Esse tratamento é feito depois da químio inicial para evitar uma recaída —já que o câncer, no caso dele, tem chance alta de retornar.




Nova terapia para tumor de mama é mais ecológica

22/06/2016 - Folha de S.Paulo


Optar por um tratamento de câncer de mama pode ajudar não só a saúde da mulher como também a do planeta. Uma terapia mais moderna se revelou mais ecológica e menos estressante para a paciente do que a tradicional em casos iniciais da doença.

Tradicionalmente, no estágio inicial da doença, a retirada do tumor costuma envolver sessões de radioterapia de 3 a 6 semanas.

Mas, quando uma mulher se locomove para receber essas sessões, está consumindo combustível fóssil derivado do petróleo. Quanto mais viagens, mais carbono gera.

Já com a técnica nova, desenvolvida por uma equipe de pesquisadores internacional e chamada Targit (“targeted intraoperative radiotherapy”, radioterapia intraoperatória direcionada), basta uma sessão de radioterapia “interna” logo depois da retirada do tumor, quando se irradia a cavidade na mama onde ele estava alojado antes do médico fechar a incisão.

Um grande estudo internacional prévio já havia demonstrado que a Targit é tão boa quanto a tradicional em pacientes diagnosticadas precocemente. A terapia mais moderna ainda é pouco disseminada —ela ainda é rara no Brasil e mesmo no Reino Unido, onde o estudo foi feito, ainda não está disponível em todos os centros.

A pesquisa tinha envolvido 485 pacientes. Já o novo estudo envolveu 22 novas pacientes que receberam a Targit em centros semirrurais. O artigo está publicado na revista “BMJ Open”.

Eles descobriram que dentro do estudo anterior pacientes do Reino Unido que foram designadas para a nova terapia deixaram de viajar 491 km e deixaram de emitir 86 kgde CO2 . Isso sem contar o estresse psicológico envolvido em realizar várias sessões.

Mesmo em um país pequeno como o Reino Unido — comparável em tamanho com o Estado de São Paulo—, a radioterapia força as pacientes a viagens prolongadas, pois as unidades que disponibilizam a técnica se concentram em grandes hospitais.

Dado que os pacientes com câncer da mama constituem cerca de um terço dos pacientes em um departamento de radioterapia, isso deve também reduzir o congestionamento do tráfego em torno do hospital, concluem os autores do estudo.




Para obstetra, nova regra de cesáreas educará médicos e pacientes

21/06/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A nova resolução que prevê que médicos só poderão realizar cesáreas eletivas, a pedido da gestante, a partir da 39ª semana de gestação vai ajudar a educar médicos e pacientes sobre os riscos da cirurgia de feita de forma precoce. É o que afirma Rossana Francisco, coordenadora científica de obstetrícia da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) e professora da USP.

Rosana, em entrevista transmitida ao vivo pela "TV Folha", diz ainda que a resolução, lançada nesta segunda (20) pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), deixará de estimular mais partos cirúrgicos.

'A resolução trata de algo que já vinha ocorrendo, que são as cesáreas eletivas, mas estabelece limites pela saúde do bebê', afirma.

Estudos apontam que a partir da 39ª semana de gestação há menos riscos ao bebê. Segundo a especialista, o bebê que nasce antes deste período corre mais riscos, como desenvolvimento incompleto do cérebro, pulmões e fígado.

Em entrevista aos jornalistas Gabriel Alves e Mariana Versolato, repórter de "Ciência e Saúde" e editora-adjunta de "Cotidiano", respectivamente, Rossana lembrou também que a discussão sobre o assunto —a partir de quando o bebê estaria pronto— começou em outros países no ano 2000.




Surto de caxumba em São Paulo é o maior desde 2008

22/06/2016 - O Estado de S.Paulo


O número de casos de caxumba registrados neste ano no Estado de São Paulo já é o maior desde 2008, segundo balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual da Saúde. Até o dia 16 de junho, quando foi divulgado o último levantamento, foram contabilizados 842 casos. Entre 2009 e 2015, o número variou, no ano inteiro, entre 118 (2014) e 671 (em 2015). Em todo 2008, foram 3.394 registros.

A imunização incompleta de parte da população, que não tomou as duas doses da vacina, e o fato de o vírus estar mais atuante estão entre as razões apresentadas por infectologistas para o aumento dos surtos.

“Não tem uma explicação certeira para isso, mas sabemos que é um vírus altamente infectante e ele está circulando mais. Temos uma faixa de pessoas que não foram vacinadas adequadamente para a caxumba, porque é preciso ter duas doses e, antes de 2000, a padronização do esquema vacinal era diferente”, explica Ralcyon Teixeira, médico infectologista e supervisor do pronto-socorro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

Ele explica que o período de incubação da doença é grande e que, mesmo antes da manifestação de sintomas – inflamação das glândulas salivares, dor de cabeça e febre –, a pessoa já pode transmitir a caxumba. “O prazo de incubação é de 16 a 18 dias, mas pode se manifestar em até 25 dias e a pessoa já começa a expelir o vírus.” Em janeiro deste ano, a infectologista Luciana Marques Sansão Borges, de 31 anos, teve caxumba, que se manifestou em ambos os lados do pescoço. Ela conta que ninguém de sua família nem do seu ambiente de trabalho estava com a doença.

“Foi depois da virada do ano e não tinha ido a nenhum lugar com aglomeração. Fiquei nove dias afastada do trabalho.” Apenas após o episódio que ela se deu conta de que não tinha tomado as duas doses da vacina.

“Meu cartão de vacina é atualizado, mas tomei a dose de sarampo e rubéola. Na minha cabeça, estava plenamente vacinada.

Só doente vi que faltava a de caxumba.” Mesmo vacinada, a administradora Flávia Oliveira, de 25 anos, foi contaminada e recebeu o diagnóstico na semana passada. Ela ainda se recupera em casa. “Fiquei tomando anti inflamatório e, desde então, estou de repouso e tem de ficar, porque dói muito para comer, ficar em pé. Ainda estou com um pouco de inchaço.” Para não contaminar a família, Flávia separou talheres, pratos e copos. “Lavamos tudo com água fervente.” Cuidados. Repouso e isolamento são as principais orientações para os pacientes, já que não há um medicamento específico para a doença. “Não tem nenhum antiviral para caxumba. A recomendação é fazer repouso, tomar analgésico e anti-inflamatório.

É importante evitar aglomerações e lavar as mãos”, diz Graziella Hanna Pereira, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

Segundo Raquel Muarrek, infectologista do Hospital Leforte, a doença pode causar complicações, principalmente para os homens. “A caxumba pode causar meningite e pancreatite.

Em homens, pode vir com orquite, que causa aumento da bolsa escrotal e dor na região.”




Reação à picada do Aedes ajuda infecção

22/06/2016 - Correio Braziliense


Os estragos provocados pela picada de um mosquito vão além da coceira, do inchaço e da vermelhidão. Segundo cientistas da Universidade de Leeds (Reino Unido), na pele atingida, ocorre um processo biológico que pode ajudar patógenos presentes no inseto, como o da dengue e o da zika, a entrarem e se disseminarem com mais facilidade no corpo humano. “Nossas descobertas sugerem que a resposta inflamatória nesses locais ajuda os vírus a se replicarem, aumentando a capacidade de causar a doença”, diz Clive McKimmie, autor sênior do estudo, divulgado, hoje, na revista Immunity.

A equipe chegou à conclusão observando, em ratos, os efeitos do mosquito Aedes aegypti, que dissemina os vírus da zika, da dengue e da chikungunya. Ao picar os roedores, o mosquito injetou saliva na pele deles, e esse fluído passou a desencadear uma resposta imunitária responsável por levar células brancas de defesa ao local atingido. Os cientistas descobriram que, em vez de ajudar, algumas dessas células foram infectadas e passaram, inadvertidamente, a replicar o vírus presente na saliva.

“Foi uma grande surpresa, não esperávamos esse resultado. Esses vírus não são conhecidos por infectar células do sistema imunológico. Quando paramos a entrada dessas células imunes no local da picada, a infecção não aumentou”, complementou McKimmie.

Segundo o autor, estudos anteriores que usaram modelos in vivo para estudar infecções transmitidas por mosquitos não se ateram às picadas como um componente estratégico de contaminação. “Achamos que a mordida em si está afetando o rumo sistêmico e a evolução clínica da infecção”, defendeu. Ele e a equipe apostam no uso de medicamentos que não deixem que o local da picada se transforme em um ambiente propício a doenças. “Queremos agora olhar se medicamentos como os cremes anti-inflamatórios podem impedir que o vírus estabeleça uma infecção. Isso se usado de forma suficientemente rápida após aparecer a inflamação provocada pela mordida”, cogitou.

Se a abordagem for eficaz, poderá, segundo o estudioso, evitar que vírus até agora desconhecidos provoquem grandes estragos. “Ninguém esperava o zika e, antes, ninguém esperava o chikungunya. “Centenas de outros vírus transmitidos por mosquitos lá fora também não são estimados, é difícil prever o que vai iniciar o próximo surto”, justificou.




Ingerir bebidas a altas temperaturas pode causar câncer

21/06/2016 - O Estado de S.Paulo / Site


A ingestão de bebidas muito quentes, acima dos 65ºC, pode causar câncer no esôfago. O estudo da Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC, em Inglês), que contou com 23 persquisadores de 10 países diferentes, foi divulgado na última quarta-feira, 15, e publicado na revista científica The Lancet.

Dentre os cerca de mil estudos, observacionais e experimentais, café e mate foram analisados, duas bebidas muito consumidas no Brasil. Vice-diretor do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e participante da pesquisa, Luis Felipe Ribeiro Pinto atesta que a causa do câncer está na temperatura, não na bebida em si.

“Não há achismo. Temos dados científicos que comprovam esse resultado. Nossa avaliação foi extremamente criteriosa, com parâmetros estabelecidos. Além disso, todo o processo foi transparente, representativo, minucioso e criterioso”, disse o pesquisador a um blog do Ministério da Saúde. Recomenda-se que bebidas com mais de 60°C não sejam ingeridas de imediato.




Brasil e EUA acompanham 10 mil gestantes para avaliar riscos do Zika

21/06/2016 - Portal EBC


Pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos acompanharão 10 mil gestantes em locais onde circula o Zika para verificar o alcance dos riscos do vírus à saúde. O estudo, em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, pretende comparar as gestações de mães infectadas e não infectadas por Zika e a evolução dos seus bebês.

A ideia do estudo Zika in Infants and Pregnancy – ZIP (Zika em Grávidas e Bebês) é saber se as mulheres foram infectadas pelo vírus durante a gravidez e verificar as consequências dessa infecção para os fetos nos casos positivos.

Para a comparação, serão documentados frequência de abortos espontâneos, nascimentos prematuros, microcefalia, malformações do sistema nervoso e outras complicações. Problemas na gravidez também serão considerados para análise das ameaças do vírus Zika.

As participantes da pesquisa são mulheres em seu primeiro trimestre de gravidez que não tiveram Zika e que tenham mais de 15 anos de idade. O levantamento teve início em Porto Rico, e no Brasil deverá começar em entre julho e agosto.Das 10 mil gestantes que o estudo acompanhará, 4 mil serão brasileiras moradoras do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Ribeirão Preto.

O estudo também vai comparar o risco de complicações na gravidez entre mulheres que tiveram sintomas de infecção por Zika e aquelas infectadas, mas que não apresentaram sintomas.

Além disso, a pesquisa avaliará as alterações causadas pela infecção em embriões e fetos, bem como a forma com que outros fatores podem interferir como determinantes sociais, ambientais e a ocorrência de outras infecções, como casos prévios de dengue.

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