Consumo de café não causa câncer, mas bebida muito quente, sim
16/06/2016 - Folha de S.Paulo
Segundo um grupo de especialistas ligados à OMS (Organização Mundial da Saúde), beber café não aumenta o risco de câncer —muito pelo contrário.
A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc, na sigla em inglês) afirmou nesta quarta-feira (15) que o consumo da bebida não causa a doença e está associado a um risco menor de câncer de útero e fígado. Não há evidências conclusivas para outros 20 tipos de tumor.
A nova avaliação mudou o status do café na agência. Em 1991, ele tinha entrado para a lista de substâncias possivelmente carcinogênicas em humanos.
Mais de mil estudos foram avaliados para chegar a essa conclusão.
O grupo, porém, concluiu que bebidas quentes —acima de 65º C— provavelmente causam câncer de esôfago. Os resultados sugerem que a culpa é da temperatura, e não da bebida em si. Isso porque os cientistas também avaliaram a relação entre câncer e a erva mate, que é consumida quente no chimarrão. Outros estudos haviam apontado uma possível relação entre chimarrão e câncer.
No fim, a OMS afirmou que beber mate em temperaturas mais baixas não está associado a um risco maior da doença.
Brasil tem 1.581 casos confirmados de bebês com microcefalia, diz ministério
15/06/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O número de casos confirmados de bebês com microcefalia já chega a 1.581 registros, distribuídos em diferentes regiões do país, de acordo com boletim atualizado do Ministério da Saúde.
As confirmações correspondem a cerca de 20% do total de casos notificados como suspeitos –desde o início das investigações, 7.936 casos foram informados ao governo federal por secretarias estaduais de saúde, a maioria em Estados do Nordeste.
Deste total, 3.047 ainda permanecem em investigação. Outros 3.308 foram descartados após exames de imagem não apontarem sinais de alteração no cérebro dos bebês ou confirmarem que o quadro de microcefalia, que ocorre quando o perímetro da cabeça é menor do que o esperado para a faixa etária, não foi causado por agentes infecciosos.
O Ministério da Saúde considera que a maioria dos casos confirmados está ligado a uma infecção pelo vírus da zika durante a gestação. Estudos apontam que, em alguns casos, o vírus pode atingir o sistema nervoso do bebê. A pasta estuda outros fatores associados que podem levar ao quadro.
Entre os casos confirmados, ao menos 226 já tiveram resultado positivo para o vírus em exames laboratoriais. O novo balanço abrange dados desde outubro de 2015, momento em que o Brasil declarou emergência em saúde pública devido ao aumento de casos de bebês recém-nascidos com suspeita de microcefalia, até 11 de junho deste ano.
Neste período, também foram confirmadas 73 mortes de bebês com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central. Em geral, o ritmo de novos casos de microcefalia diminuiu neste ano se comparado a 2015. Por outro lado, têm crescido o número de casos já confirmados e descartados. Os relatórios do Ministério da Saúde são divulgados todas as terças-feiras.
Gays pedem direito de doar sangue nos EUA
16/06/2016 - O Estado de S.Paulo
Ao lado do namorado, Salvatore Iadicicco, o designer Benjamin Garcia aguardava ontem na sala de espera do banco de sangue Oneblood para fazer sua contribuição às vítimas do massacre do clube gay Pulse, no qual perdeu dois amigos.Mas sua determinação seria logo frustrada pelas regras que impedem a doação de sangue por homens que tiveram sexo com outros homens no ano anterior.
A exigência excluiu virtualmente toda a comunidade gay de Orlando da mobilização que tomou conta da cidade nos últimos quatro dias para atender a demanda por sangue nos hospitais que tratam os 53 feridos no maior ataque a tiros da história dos EUA. “Nosso sangue é tão bom quanto o de qualquer pessoa”, disse Garcia ao Estado, ressaltando que faz exames regulares de HIV.
“Essa é uma discriminação absurda contra a comunidade LGBT”, afirmou o diretor-executivo do Centro LGBT para Flórida Central,Terry De Carlo.
“Os bancos de sangue possuem protocolos suficientes hoje para checar se há doenças no sangue.
O que eles estão dizendo é que todo homem LGBT tem HIV, o que não é verdade.” Durante a epidemia de aids, no início dos anos 80, as autoridades de saúde dos EUA adotaram regulamentações que proibiam a doação de sangue durante toda a vida por homens que tivessem tido relações sexuais com outros homens.
No ano passado, a orientação foi modificada, com a adoção do período de um ano. A menos para doadores celibatários, a alteração teve pouco efeito prático.
“O que é isso? Estão tentando me agradar dizendo que vão me deixar doar sangue, mas que não posso ter tidos exo com ninguém por um ano? Como isso não é discriminação?”, perguntou De Carlo.
A frustração dos gays diante da impossibilidade de doar sangue foi acentuada com a revelação de que o atirador que matou 49 pessoas na Pulse, Omar Mateen, doou sangue em uma unidade móvel da Oneblood em 29 de maio. A informação foi divulgada pela rede ABC. O banco de sangue não informou se o material foi usado no tratamento de vítimas do ataque. Normalmente, as doações podem ser usadas em um período de até 42 dias.
O brasileiro Eder Curiel trabalha no Oneblood desde 2013 e disse não ter visto nada semelhante à mobilização dos últimos dias. “Como os gays não podem doar sangue, fiquei comovido em ver tantos heteros sexuais dispostos a ajudar”, disse Curiel, que frequentava a Pulse e perdeu dois amigos no massacre.
Na noite do ataque, o brasileiro preferiu ir a outro clube gay de Orlando, Parliament House.
Curiel dormiu por volta das 2 horas, quando o ataque começava, e foi acordado no dia seguinte com uma chamada de emergência do banco de sangue. Ele chegou no local às 9 horas do domingo e só saiu às 4h30 da segunda-feira.
Michael Rogers, vice-presidente regional da Oneblood, disse que nos três dias seguintes ao ataque cerca de 20 mil pessoas doaram sangue nos 20 centros e 170 unidades móveis em todo o Estado da Flórida.
Normalmente, cerca de 6 mil doações são registradas em período semelhante. Segundo ele, a mobilização só é comparável à que ocorreu após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Doença será a maior causa de mortes em 2029
16/06/2016 - O Estado de S.Paulo
O câncer passará a ser a maior causa de morte no Brasil em 2029, quando a taxa de mortalidade pela doença deverá superar o índice de vítimas de problemas cardiovasculares, hoje a maior causa de óbitos no País.A estimativa foi feita em estudo da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) apresentado ontem no Fórum Big Data em Saúde, em São Paulo.
A pesquisa mostra ainda quais serão os tipos de tumores que mais matarão os brasileiros daqui a 13 anos, segundo a região do País e o gênero.
Um dos dados que chamaram a atenção dos pesquisadores foi a estimativa de que a taxa de mortalidade por câncer de pulmão, brônquios e traqueia cairá ou se manterá estável entre os homens,mas crescerá de forma significativa em pessoas do sexo feminino, o que estaria relacionado ao aumento de mulheres fumantes no País.
“Com esse cenário, teremos de melhorar o diagnóstico precoce de câncer”, defendeu Merula Steagall, presidente da Abrale.
Ministério estuda ampliar a vacinação contra HPV no País
16/06/2016 - O Estado de S.Paulo
O Ministério da Saúde estuda a ampliação do público-alvo para a vacinação contra HPV, vírus responsável pelo câncer de colo de útero, segundo tipo mais comum de câncer entre mulheres.
Hoje, meninas de 9 a 13 anos e mulheres com HIV até os 26 anos são vacinadas na rede pública. O grupo de trabalho, que reúne técnicos do ministério, representantes de sociedades médicas e pesquisadores, define até o fim do ano quem serão os próximos beneficiários. Os integrantes do grupo revisarão resultados de estudos sobre o impacto da vacinação em meninos, homens com HIV e pacientes imunodeprimidos.
“O grupo de trabalho começará a reunir-se em agosto para que possamos pensar, em curto prazo de tempo, quem deverá ser incluído como estratégia de saúde pública”, afirmou a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Ela participou, na manhã de ontem, do lançamento da campanha Onda Contra o Câncer, sobre a importância da vacinação contra HPV, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), realizada em São Paulo.
BAIXA ADESÃO
A vacinação, neste ano, está abaixo do esperado.
Em 2015, 92% das meninas tomaram as duas doses da vacina – para garantir a imunização, é necessário repetir a aplicação da vacina seis meses depois da primeira dose. Neste ano, 43% das meninas de 9 a 11 anos tomaram a segunda dose.
O ministério vai propor que os municípios intensifiquem a campanha de vacinação nas escolas, uma vez que adolescentes frequentam menos consultórios médicos e postos de saúde. A vacinação nas escolas públicas e particulares é feita por profissionais das Secretarias Municipais de Saúde e esbarra na dificuldade de logística para o deslocamento de funcionários e falta de pessoal. “Temos de buscar estratégias que melhorem a cobertura”, afirmou Carla.
A preocupação é maior com a Região Norte, onde a cobertura é ainda mais baixa do que no restante do País. “São Estados com maior prevalência de HPV e onde as meninas iniciam a vida sexual mais cedo”, disse a coordenadora.
Outra dificuldade é a resistência de pais e mães com a vacinação a partir dos 9 anos, já que as meninas estariam longe de iniciar a vida sexual. “É importante tomar a vacina quando ela é mais eficaz. Estudos mostram que quanto mais cedo a criança recebe a vacina, maior é a produção de anticorpos e mais ela estará protegida”, afirmou.
Para a presidente da SBIm, Isabella Ballalai, é importante dissociar a ideia de que tomar a vacina tenha a ver com vida sexual precoce. “A primeira vacina que o bebê toma quando nasce é contra uma doença sexualmente transmissível, a hepatite B; 23% das meninas no início da atividade sexual com um parceiro já têm lesão no colo do útero, que dirá a infecção”, afirmou ela.
CONSCIENTIZAÇÃO
A SBIm lançou ainda a segunda fase da campanha Onda Contra o Câncer (www.ondacontracancer.com.br).Pelas redes sociais,serão divulgadas mensagens voltadas para o público jovem, famílias, professores e médicos. No ano passado, em apenas três meses de campanha, as menções positivas sobre a vacinação passaram de 17,5% das postagens para 34,5%.
Caxumba provoca corrida aos postos
16/06/2016 - Correio Braziliense
O brasiliense começa a procurar proteção contra a caxumba, doença que infectou 525 pessoas neste ano. A Secretaria de Saúde disponibiliza doses da vacina de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. Até abril, 17,7 mil pessoas receberam a defesa. Ontem, a movimentação no Centro de Saúde Nº 7, da 612 Sul era grande, em busca de informações. A Vigilância Epidemiológica monitora a situação e não descarta a possibilidade de epidemia. Em um colégio da quadra, pelo menos 10 alunos tiveram a infecção. Outros dois contraíram coqueluche — mal sob controle, segundo autoridades sanitárias.
Na próxima semana, o Executivo local deve receber outras 8,5 mil doses da vacina Tríplice viral, que combate o sarampo, a caxumba e a rubéola. O montante deve abastecer o estoque de 12 mil unidades da Secretaria de Saúde. “A cobertura vacinal para a caxumba atinge 95%. Esse índice é muito bom. Todos os locais com surtos estão sendo acompanhados. Em escolas, por exemplo, realizamos até a imunização. É um momento de extrema atenção, mas não necessita alarde”, explica a gerente de Vigilância Epidemiológica, Priscilleyne Reis.
Para diminuir os riscos de contrair a doença, a estudante do 7º ano Isabella Gertrudes, 12 anos, esteve no Centro de Saúde Nº 7, da 612 Sul. A avó dela, a contadora Suely Wanderley, 56, está assustada e procurou a imunização. “É preciso a Secretaria de Saúde explicar o motivo de a doença ter voltado com essa intensidade. Houve falhas na vacinação? O vírus mudou? A gente fica preocupada com essa situação”, reclama a moradora do Lago Sul.
A vacina leva até três semanas para começar a produzir anticorpos. Por isso, segundo a Secretaria de Saúde, nos próximos dias, deve haver o aumento dos casos. “Não temos alternativa no momento a não ser a vacinação. Os pais devem manter a carteira de vacinas atualizada. Aqueles que perderam o cartão ou não sabem se foram imunizados devem procurar o posto de saúde mais próximo”, alerta Priscilleyne. Adolescentes e adultos também têm direito à vacina (leia Imunização).
A professora aposentada Maria Regina de Paula, 62, levou a neta Gabriela, 1, para atualizar a tabela de vacinas. “O que continua valendo é o velho ditado: melhor prevenir do que remediar. A situação parece estar emergente e ainda não há explicações para o aumento dos casos. Fico temerosa, pois tenho outros netos em idade escolar”, conclui a moradora de Santa Maria.
Por volta das 17h, horário de fechamento das salas de vacinação, ainda havia gente esperando para se imunizar no Centro de Saúde Nº 7, da 612 Sul. Muita gente procurou o local em busca de informações. “Quando há muitos casos de uma doença sempre aumenta o volume de gente aqui. A comunidade está em alerta para a caxumba e também para os recentes casos de coqueluche”, informou uma enfermeira.
A caxumba, doença caracterizada principalmente pelo inchaço das glândulas que produzem saliva, pode ser contraída mais de uma vez, mesmo quando ocorre a vacinação ou a primeira contaminação. Entretanto, esses casos são bastante raros. Segundo a literatura médica, um indivíduo pode registrar mais de uma ocorrência de coqueluche, infecção marcada por tosse severa e seca, embora sejam situações isoladas.
“SITUAÇÃO DE ROTINA”
A Secretaria de Saúde ressalta que, em 2016, houve a notificação de 44 casos de coqueluche — seis estão confirmados. Entre 2006 e 2015, a doença infectou 682 vítimas no DF. Apesar do registro de duas ocorrências no Colégio Marista, a Vigilância Epidemiológica ainda não constatou a contaminação. “A situação para a coqueluche é de rotina. Estamos dentro do esperado”, destaca a gerente de Vigilância Epidemiológica. Neste ano, segundo cálculos da Secretaria de Saúde, 9,8 mil gestantes receberam doses da vacina Adsorvida difteria, tétano e coqueluche tipo adulto (dTpa).
O Brasil registrou uma elevação do número de casos de coqueluche. O que coloca o mal como uma infecção reemergente, segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre 2014 e o ano passado, a doença cresceu 544,7%. Passou de 340 para 2.192 situações, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. No ano passado, houve a identificação de 117 situações no DF.
Marta Pereira de Carvalho, especialista em doenças imunopreveníveis, explica que com o passar do tempo a produção de anticorpos cai mesmo quando ocorre a imunização. “A vacina vai perdendo eficácia. A partir dos 50 anos, o ideal seria que os adultos fossem vacinados contra tudo novamente. Vacina não é eterna. O programa de vacinação do Brasil é muito focado na criança, mas, para os adultos, poucas são as ofertas”, avalia.
IMUNIZAÇÃO
Veja as vacinas e os períodos de aplicação das doses contra caxumba e coqueluche
Pentavalente: aos 2, 4 e 6 meses, contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenza tipo B, hepatite B. Reforços aos 15 meses e aos 4 anos.
Tríplice viral (SRC): aos 12 meses, é recomendada a primeira dose contra sarampo, rubéola e caxumba. Adolescentes e adultos até 49 anos também devem tomar.
Tríplice bacteriana: aos 15 meses, a imunização é contra difteria, tétano e coqueluche. Aos 4, é aplicado o reforço.
Tetraviral e varicela: imunização aos 15 meses, contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela (catapora). Funciona como reforço da tríplice viral e dose única para catapora.
Vacina Adsorvida Difteria, Tétano e Coqueluche tipo adulto (dTpa): dose da vacina a partir da 27ª semana e até a 36ª semana de gestação.
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