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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 09/06/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Farmacêutica é processada por exigir "degustação" de remédios por vendedores

08/06/2016 - UOL


O pedido consta em um e-mail obtido pelo Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI). Um gerente da farmacêutica Eurofarma informa que na próxima reunião a equipe de revendedores da companhia fará a "degustação" do medicamento Ártico, indicado para o tratamento de artrose.

Cada funcionário, descreve o gerente, deverá trazer exemplares de produtos concorrentes do Ártico, como o Glicolive, do laboratório Ache, e o Condroflex, da Zodiac. Ao todo são oito remédios, que serão experimentados pelos funcionários responsáveis por fazer a intermediação entre o laboratório e os médicos. Os medicamentos são comercializados em pó. Devem ser dissolvidos em água para consumo.

As informações constam em ação civil pública proposta pelo MPT-PI contra a Eurofarma. No processo, que pede que a farmacêutica pague R$ 10 milhões em indenização, o órgão alega que, sem nenhum acompanhamento médico, a companhia fazia seus funcionários consumirem medicamentos em quantidades até quatro vezes superiores às indicadas nas bulas.

O objetivo, de acordo, com a procuradora Maria Elena Rêgo, responsável pela ação, era compreender o sabor, a textura e a forma de dissolução dos medicamentos, para expor os remédios aos médicos. Além do medicamento para artrose, o MPT-PI identificou que os funcionários da Eurofarma realizaram a degustação de antibióticos e remédios para varizes.

Em choqueMaria Elena conta que descobriu o sistema de "degustação" promovido pela Eurofarma após receber a denúncia de um ex-funcionário da companhia. Ela diz que o revendedor narrava que os trabalhadores eram levados a consumir diversos remédios, mesmo os que requeriam receita para serem vendidos.

"São remédios fortes, que só são revendidos com prescrição", afirmou.

O objetivo era munir os revendedores de informações sobre os medicamentos. Para tanto, os trabalhadores eram instruídos a conseguir amostra de remédios da concorrência, que também seriam degustados. O procedimento gerava temor, por parte dos trabalhadores, de algum tipo de reação alérgica ou efeito colateral.

De acordo com a petição inicial da ação civil pública proposta pelo MPT-PI, as degustações geralmente eram feitas em hotéis, e não havia médicos acompanhando o processo. Um dos funcionários que prestaram depoimento ao órgão descreveu que alguns medicamentos poderiam causar reações alérgicas, e que alguns funcionários tinham diarreias após tomarem os remédios.

"Fiquei em choque, nem acreditei inicialmente que seria possível uma prática dessa natureza", diz Maria Elena.

Outro exemplo de degustação consta na petição inicial do processo. Um ex-funcionário da Eurofarma narra que os vendedores tiverm que experimentar o antibiótico Sinot, que é comercializado em pó.

De acordo com o trabalhador, o medicamento possui três concorrentes, que também foram degustados. Ao todo, os vendedores consumiram quatro vezes a medida do "copinho" que acompanha o antibiótico.

Na ação civil pública, o MPT-PI pede, por meio de liminar, que a Eurofarma deixe de fazer as degustações em todo o país. Há também o requerimento de pagamento de R$ 10 milhões em danos morais, a serem revertidos "em benefício da comunidade prejudicada".

Na inicial, o MPT-PI afirma que não considera o montante elevado, dado que a Eurofarma, obteve, em 2015, lucro líquido de R$ 191 milhões.

O processo foi distribuído à 4ª Vara do Trabalho de Teresina, sob o número 0001559-84.2016.5.22.0004, mas não teve liminar analisada pelo Judiciário.

Leia abaixo a íntegra da nota enviada pela Eurofarma sobre o assunto:

"Sobre menção de ação civil pública reportando o uso indiscriminado de medicamentos, a Eurofarma Laboratórios S/A informa que até o momento não foi intimada e não teve acesso ao conteúdo do processo mencionado pela mídia. Entretanto, reforça que prima por uma atuação ética e em estrita concordância à legislação vigente. Todos os colaboradores da Eurofarma seguem o Código de Conduta e contam com um Canal de Ouvidoria independente para reporte, anônimo, de suspeitas de desvio ou infração, e não foi encontrado no banco de dados do Canal nenhum registro que pudesse ter relação com o tema abordado pelo MP, de "experimentação" ou "degustação" de medicamento. Esclarece, também, que quando um medicamento é lançado e inserido na pauta de treinamento é porque já obteve autorização sanitária para sua comercialização e, portanto, já foi submetido a testes in vitro e in vivo que comprovam sua eficácia e segurança. O treinamento realizado para a força de vendas é de cunho científico e comercial e, entre outros, aborda as características físico-químicas e as propriedades organolépticas do produto frente à concorrência (apresentação, cor, odor, etc.). Um conjunto de informações que visa o conhecimento e o preparo dos profissionais que atuam na propaganda médica. A empresa reforça seu permanente compromisso com uma atuação responsável".




Remédios ficaram 10,52% mais caros neste ano, mostra IBGE

08/06/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que os preços dos remédios subiram 10,52% neste ano. O aumento reflete o reajuste autorizado pelo governo, que passou a vigorar no fim de março.

Os remédios foram autorizados a serem reajustados em até 12,50%. Esse limite é traçado com base na inflação passada e outros fatores como produtividade do setor, concorrência e custo dos insumos dos produtos.

Os maiores aumentos no período foram registrados em psicotrópico e anorexígeno (12,28%), gastroprotetor (11,57%) e anti-inflamatório e antirreumático (11,12%). O antigripal foi o que menos subiu (8,73%).

O aumento dos produtos farmacêuticos está bem acima da inflação medida pelo IPCA, a oficial do país. De janeiro a maio deste ano, o índice foi de 4,05%, conforme divulgou o IBGE na manhã desta quarta-feira (8).

Os preços dos remédios não subiam tanto desde 2003, quando acumularam alta de 11,50% (considerando o ano inteiro). Naquele ano, o câmbio disparou com as incertezas do mercado sobre o primeiro governo PT.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, a tendência dos preços dos produtos farmacêuticos é estabilizar daqui para frente. Pelo padrão histórico, os preços não encostam no limite do reajuste.

"As farmacêuticas sempre oferecem algum desconto no medicamento. Então, vamos ver os preços flutuarem pouco daqui para frente", disse a coordenadora do IBGE durante a coletiva para divulgação do IPCA de maio.




Pesquisador autoriza laboratório de Cravinhos a produzir 'pílula do câncer'

08/06/2016 - G1


O pesquisador e um dos donos da patente da fosfoetanolamina sintética, Gilberto Chierice, respondeu o ofício do juiz Luiz Cláudio Sartorelli, de Cravinhos (SP), autorizando o laboratório PDT Pharma a cumprir mais de 800 liminares de pacientes que querem usar a substância no tratamento contra o câncer. Elas foram concedidas pela Justiça antes do Supremo Tribunal Federal (STF) suspender a lei que autorizava a venda e uso da pílula e as liminares que obrigavam a distribuição. O laboratório dependia dessa autorização para produzir as cápsulas e o documento foi juntado ao processo na terça-feira (7).

Apesar da lei e das liminares terem sido suspensas pelo STF no dia 19 de maio, o juiz da 2ª Vara de Cravinhos, Eduardo Alexandre Young Abrahão, informou ao G1 que as liminares concedidas antes da suspensão deverão ser cumpridas. "A tendência é que elas sejam atendidas, mas o prazo ainda está indefinido, já que o laboratório não encapsula a substância", disse.

O PDT Pharma informou que ainda não foi notificado pela Justiça e que só vai se manifestar sobre a produção para atender as liminares quando isso acontecer. Contudo, o laboratório já havia manifestado o interesse em produzir as cápsulas, dependendo apenas da autorização dos detentores da patente.

A Associação Médica Brasileira (AMB), que entrou com a ação para suspender a lei, foi procurada pelo G1 nesta quarta-feira (8) para comentar o possível cumprimento das liminares, mas o expediente já havia se encerrado.

Desenvolvida no campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.


AUTORIZAÇÃO


No início de maio, Chierice informou à EPTV, afiliada da TV Globo, que considerava alto demais o preço de R$ 6 por cápsula estabelecido pela Justiça da cidade e, por isso, não iria autorizar a comercialização naquele momento.

No fim de maio, ele foi questionado pelo magistrado se autorizaria a produção para o cumprimento das liminares e, em documento datado de 3 de junho, concede a autorização em caráter excepcional.


VALORES


O documento entregue estipula que cada cápsula deverá ser fornecida, no máximo, pelo mesmo preço cobrado do Governo do Estado de São Paulo para os testes e que o valor excedente acumulado por aqueles que depositaram os R$ 6 seja usado para completar o tratamento daqueles que não tiveram condições de arcar com todas as unidades. Considerando o montante de R$ 882 mil do contrato e o anúncio de produção do sal para o fornecimento de 360 mil cápsulas, cada 500 mg do composto, sem a cápsula, teria custo de R$ 2,45.O ofício afirma ainda que, como o PDT Pharma não possui as autorizações necessárias para o encapsulamento. Este processo, assim como no caso dos ensaios, deverá ser feito pela Fundação para o Remédio Popular (Furp).

A resposta de Chierice autoriza o laboratório a entregar 720 cápsulas para cada paciente, considerando oito meses de tratamento, e pede que o fornecimento ocorra aos poucos, já que o pesquisador Salvador Claro Neto, que acompanha a produção, também atua na sintetização para os testes.

Também prevê que, a cada nova remessa, o paciente apresente os resultados de exames e, em caso de desistência, o fornecimento seja interrompido.


LIMINARES


O laboratório PDT Pharma, que está produzindo o princípio ativo para os testes com humanos e não encapsula o composto, recebeu permissão para entregar cápsulas de fosfoetanolamina sintética apenas para a Fundação para o Remédio Popular (Furp), que deve encapsular a substância e repassar ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

Contudo, pacientes entraram na Justiça para obrigar o laboratório a fornecer as cápsulas e, em liminar concedida em 2 de maio, o juiz Luiz Cláudio Sartorelli informou que ele e o juiz Eduardo Alexandre Abrahão, da 2ª Vara de Cravinhos, haviam se reunido com o diretor da PDT Pharma para discutir a possibilidade de o laboratório fornecer a fosfoetanolamina sintética mediante ordens judiciais.

O encontro ocorreu em 20 de abril e, de acordo com o juiz, o empresário Sérgio Perussi confirmou que poderia atender os pedidos, desde que no prazo de 30 dias, uma vez que precisaria ampliar a produção e providenciar as cápsulas para armazenar a substância.

"Discutiu-se o custo de cada unidade e o representante da empresa estimou em R$ 6, por conta dos investimentos que se farão necessários para atender as ordens judiciais", afirmou Sartorelli no documento.

A partir da reunião, liminares passaram a ser concedidas pela Justiça local, destacando que os pacientes deveriam realizar o depósito antecipado do valor referente à quantidade de cápsulas que desejavam adquirir.

Na época, a Anvisa informou que o valor das cápsulas deveria ser decidido junto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, órgão que dá apoio técnico sobre o custo de novos remédios, e poucos dias depois o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender a lei que autorizava pacientes com câncer a fazerem uso da substância.


O CASO


Os primeiros relatórios sobre as pesquisas financiadas pelo governo federal apontaram que as cápsulas têm concentração de fosfoetanolamina menor do que o esperado e que, em células in vitro, o composto não tem capacidade de evitar a proliferação de tumores, e Chierice rebateu afirmando que a substância deveria ser testada em seres vivos. "Tubo de ensaio não tem fígado, então foge totalmente do mecanismo da fosfoetanolamina", disse.

Foram realizados novos testes, que mostraram que a substância, fornecida durante 10 dias a camundongos inoculados com tumores de rápida proliferação, não apresentava efeito inibidor, e o último relatório divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), afirma que o composto foi capaz de reduzir em 34% o tamanho de tumores de pele em camundongos que o ingeriram na concentração de 500 mg/kg durante 24 dias, uma vez ao dia. A previsão é de que os testes em humanos tenham início em agosto.




Antidepressivos podem prejudicar jovens e crianças

09/06/2016 - Correio Braziliense


A maioria dos antidepressivos prescritos é ineficaz para crianças e adolescentes, e alguns podem não ser seguros, alerta uma pesquisa publicada na revista The Lancet. Das 14 substâncias estudadas, apenas a fluoxetina amenizou os sintomas da depressão. A venlafaxina, no entanto, foi associada ao risco aumentado de pensamentos e tentativas de suicídio.

Segundo os autores, a eficácia e o risco de danos graves dessas substâncias são incertos porque os ensaios clínicos para testar esses aspectos são poucos e, na maioria das vezes, controversos. Andrea Cipriani, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, acrescenta que, além de dificultar a obtenção de estimativas precisas, a falta de dados, principalmente individuais, impede que a população possa confiar na segurança dos medicamentos. “A privacidade dos pacientes deve ser garantida por políticas adequadas e medidas tecnológicas, mas o atraso no compartilhamento de dados tem consequências negativas para a investigação médica, como demonstra nosso estudo”, diz a principal autora do estudo.

A equipe de Cipriani revisou 34 ensaios clínicos conduzidos até o fim de maio de 2015. Todos comparavam os efeitos de 14 antidepressivos em 5.260 pacientes com até 18 anos e depressão maior. As drogas foram classificadas conforme a eficácia (alteração nos sintomas depressivos e resposta ao tratamento), a tolerabilidade (descontinuação devido a eventos adversos), a aceitabilidade (descontinuação devido a qualquer causa) e os danos graves (pensamentos e tentativas de suicídio, entre outros).

Dos estudos, 65% foram financiados por empresas farmacêuticas. No geral, a qualidade das evidências foi classificada como muito baixa para a maioria das comparações, o que restringe as implicações dos resultados para a prática clínica. A análise de Cipriani indicou que a imipramina e a duloxetina apresentaram o pior perfil de tolerabilidade, levando a significativamente mais interrupções. Devido à falta de dados fiáveis, não foi possível avaliar de forma abrangente o risco de suicídio para todas as drogas.

Jon Jureidini, da Universidade de Adelaide, na Austrália, questiona quantos suicídios podem ter sido subnotificados nos estudos. “Por exemplo, em quatro ensaios de paroxetina versus placebo, apenas 13 (3%) de 413 eventos dessa natureza foram relatados no grupo medicado com paroxetina. Isso não parece plausível porque dados individuais em apenas um desses estudos encontrou 10 (10,8%) eventos em 93 pacientes submetidos à droga”, critica o especialista, que não participou do estudo de Cipriani. “O efeito da subnotificação é que antidepressivos, e possivelmente a fluoxetina, possam ser mais perigosos e menos eficientes do que foi reconhecido anteriormente. Então, há poucas razões para achar que qualquer antidepressivo é melhor que nada para os jovens”, completa Jureidini.


ADVERTÊNCIA OFICIAL


O transtorno depressivo maior é comum em crianças e adolescentes, afetando cerca de 3% das pessoas com 6 a 12 anos e cerca de 6% dos adolescentes de 13 aos 18 anos. Em 2004, a Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, advertiu sobre o uso de antidepressivos até os 24 anos, apontando que as drogas aumentam o risco de suicídio. Apesar disso, o uso desses medicamentos aumentou entre 2005 e 2012: nos EUA, a proporção de jovens até 19 anos que os utilizam subiu de 1,3% para 1,6%; no Reino Unido, de 0,7% para 1,1%.




Mercado Aberto: Gasto público com remédios pode cair R$ 520 mi, diz entidade

09/06/2016 - Folha de S.Paulo


Os gastos públicos com medicamentos biológicos, que em 2015 somaram R$ 2,6 bilhões, deverão cair 20% em um prazo de cinco a dez anos, de acordo com a FarmaBrasil, entidade que reúne nove grandes farmacêuticas.

Hoje importados, os produtos passarão a ser feitos em quatro fábricas nacionais, parte delas financiadas pelo BNDES e pela Finep, o que deverá baratear as compras.

A queda dos custos poderá ser maior, diz o chefe do departamento de produtos para saúde do BNDES, João Paulo Pieroni. "As empresas vão produzir os mesmos itens. A concorrência pelo mercado pode reduzir os preços."

A primeira fábrica, da Cristália, já começou a produzir quatro medicamentos, mas aguarda o registro na Anvisa de três deles. Os outros três centros fabris ainda ainda não foram concluídos.

"Juntas, elas deverão atender à demanda atual do país e ainda ter entre 30% e 40% de sobras para exportação", afirma Reginaldo Arcuri, presidente da FarmaBrasil.


BIOLÓGICOS E MILIONÁRIOS


Entenda o mercado de medicamentos do setor

O que são medicamentos biológicos?
São remédios produzidos por biossíntese em células vivas. Grande parte deles é direcionada a doenças crônicas como diabetes, hepatites e câncer


R$ 2,2 bilhões
foram investidos na construção de quatro fábricas no país


R$ 650 milhões
foi o financiamento do BNDES e da Finep às plantas


US$ 2,53 bilhões
foi o valor de importação de biológicos no país em 2015, 43% do total


Fonte: FarmaBrasil, Interfarma, BNDES




Psicotrópicos são remédios com maior alta

09/06/2016 - Folha de S.Paulo


Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que os preços dos remédios subiram 10,52% neste ano. O aumento reflete o reajuste autorizado pelo governo, que passou a vigorar no fim de março.

Os remédios foram autorizados a serem reajustados em até 12,50%. Esse limite é traçado com base na inflação passada e outros fatores como produtividade do setor, concorrência e custo dos insumos dos produtos.

Os maiores aumentos no período foram registrados em psicotrópico e anorexígeno (12,28%), gastro protetor (11,57%) e anti-inflamatório e antirreumático (11,12%). O anti gripal foi o que menos subiu (8,73%).

O aumento dos produtos farmacêuticos está bem acima da inflação medida pelo IPCA, a oficial do país. De janeiro a maio deste ano, o índice foi de 4,05%, conforme divulgou o IBGE na manhã desta quarta-feira (8).

Os preços dos remédios não subiam tanto desde 2003, quando acumularam alta de 11,50% (considerando o ano inteiro).Naquele ano, o câmbio disparou com as incertezas do mercado sobre o primeiro governo PT.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, a tendência dos preços dos produtos farmacêuticos é estabilizar daqui para frente. Pelo padrão histórico, os preços não encostam no limite do reajuste.

“As farmacêuticas sempre oferecem algum desconto no medicamento. Então, vamos ver os preços flutuarem pouco daqui para frente”, disse a coordenadora do IBGE em entrevista coletiva para divulgação do IPCA de maio.


PREÇO DE GENÉRICOS


Além de estarem mais altos em geral, os preços de medicamentos genéricos também podem variar até 1.200% em São Paulo, segundo pesquisa do Procon-SP feita em maio.

Em valores absolutos, um medicamento genérico pode variar até R$ 52 —a atorvastatina cálcica, utilizada para a redução do colesterol, era vendida por R$ 11,94 em uma farmácia e R$ 63,95 em outra (embalagem com 30 comprimidos de 10 mg).

No levantamento geral realizado pelo Procon, que inclui 68 medicamentos (34 de marca e 34 genéricos),a maior variação percentual foi na Nimesulida, 100 mg, com 12 comprimidos. O custo variou entre R$ 1,77 e R$ 23,03.

A pesquisa ocorreu em 15 farmácias nas cinco regiões da cidade.

Aspen Pharma negocia compra de ativos no Brasil

09/06/2016 - Valor Econômico


A subsidiária brasileira da sul-africana Aspen Pharmacare poderá acelerar o ritmo de expansão dos negócios a partir da compra de produtos ou de empresas no país. Neste momento, duas negociações estão em andamento, preservadas por acordo de confidencialidade e, se um dos negócios sair, a Aspen crescerá mais de 50% em faturamento.

O laboratório, que faturou globalmente 36,1 bilhões de rands (ou cerca de US$ 2,5 bilhões pela cotação atual) no último exercício, caminha para encerrar o ano fiscal em curso, em 30 de junho, com alta de mais de 20% nas vendas no Brasil, acima do crescimento médio do mercado. Para as receitas, a estimativa é de R$ 220 milhões.

"Ainda dependemos de acertos [nas conversas], mas estamos investindo no país", diz o principal executivo da farmacêutica no Brasil, Alexandre França.

"O mercado está bom para as multinacionais". Se as conversas avançarem, a expectativa é a de que uma potencial aquisição seja anunciada no quarto trimestre.

Nos últimos anos, a compra de portfólio de outros laboratórios deu contribuição importante para o crescimento das vendas da farmacêutica no país. Em 2008, entrou no mercado brasileiro com a compra da Cellofarm, de produtos similares. Já no ano seguinte, levou 17 fitoterápicos da Ativus e, mais à frente, comprou quatro produtos do laboratório Hebron.

Em 2013, a Aspen, que é a maior fabricante de genéricos da África, comprou onze produtos da Merck Sharp & Dohme (MSD), incluindo terapias de reposição hormonal e contraceptivos orais, com reflexos no país, e no fim de 2014, fechou a aquisição da linha Omcilon, já consolidada no mercado brasileiro para tratamento de afta e estomatite e alívio de inflamações, que pertencia à Bristol-Myers Squibb.

Conforme França, os negócios no ano fiscal que está terminando foram impulsionados justamente por essas duas aquisições, pela chegada do fitoterápico Calman ao mercado de medicamentos isentos de prescrição e pela renovação do visual do Leite de Magnésia Phillips.

Comprado em 2012 da GlaxoSmithKline no Brasil, o leite de magnésia ganhou uma nova roupagem, mais moderna, e cresceu expressivos 25% em vendas nesse ano fiscal. A linha Omcilon, por sua vez, registra 60% de expansão, com os melhores níveis de venda já registrados. Já os hormônios que eram da MSD ganharam nova estratégia e vão crescendo 20%. Esses produtos, mais o Calman, representam juntos 40% do faturamento da Aspen no país.

Apesar de ter os genéricos em sua origem, a Aspen abandonou o foco no segmento ao notar que, para manter-se rentável, teria de investir cada vez mais em escala. Com uma nova estratégia, passou a apostar na compra de marcas maduras, já consolidadas, que não mais interessam aos grandes laboratórios - em muitos casos porque perderam a patente. Essa linha de negócio tem sido replicada no país. Caso feche uma das aquisições que estão na mesa de negociação neste momento, a Aspen, porém, não terá capacidade instalada suficiente no Brasil - na unidade de Serra (ES), está apta a produzir sólidos (comprimidos) e semi-sólidos (cremes). "O crescimento não está atrelado à fábrica, então a estratégia será produzir em terceiros", afirma França.




Cinco apostas da ciência para combater zika e microcefalia

08/06/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Artigos científicos e estudos para novos testes diagnósticos costumam levar meses para serem publicados devido ao minucioso processo de revisão por publicações científicas. Mas a epidemia de zika no Brasil e em outros países das Américas tem acelerado a produção de conhecimento sobre o tema.

Estudos sobre zika vêm sendo disponibilizados em sites científicos na forma de "pré-print" –como o artigo é chamado antes de passar por revisão– para que outros pesquisadores possam ter acesso mais ágil a seu conteúdo e eventuais achados, e trabalhar a partir deles.

"A literatura está avançando muito rapidamente. O momento é mais de cooperação do que de competição (na comunidade científica)", disse Patrícia Garcez, pesquisadora da UFRJ e do Instituto D'Or, à BBC Brasil.

Sua equipe está conseguindo mapear a rapidez com a qual o vírus ataca as células embrionárias que formarão neurônios, e já está compartilhando os achados antes mesmo da publicação oficial.

Na noite desta terça-feira (7), a revista científica "The Lancet" publicou um texto de pesquisadores brasileiros que documentaram pela primeira vez o caso de um bebê que não teve microcefalia, mas apresenta lesões neurológicas e oculares graves causadas pela zika.

"Existem outros sendo estudados, mas resolvemos divulgar de uma vez porque consideramos importante. Mostra que a extensão da doença é maior", disse à BBC Brasil o oftalmologista Rubens Belfort Junior, da Unifesp, um dos responsáveis pelo estudo.

Saiba como estão evoluindo as principais pesquisas sobre o vírus da zika e a microcefalia:


1) VACINAS


Uma de duas vacinas para zika desenvolvida em uma parceria do Instituto Evandro Chagas com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, começará a ser testada em animais em novembro. Em fevereiro de 2017, ela deverá ser testada em humanos.

Segundo Pedro Vasconcelos, diretor do Evandro Chagas, a vacina foi desenvolvida introduzindo mutações no vírus da zika presente no Brasil. Dessa forma, ele perde a capacidade de causar a doença, mas não perde a capacidade de fomentar a criação de anticorpos no corpo humano.

"A proposta é fazer a vacinação de mulheres em idade fértil e não em gestantes, porque, como ocorre na rubéola, a vacina poderia induzir a malformação em bebês, mesmo sendo um vírus atenuado", disse à BBC Brasil.

Ele afirma, no entanto, que devem ser necessários cinco ou seis anos para que a vacina esteja disponível para todos.

Há também uma segunda vacina em desenvolvimento, que poderia ser administrada em gestantes - que espera-se estar pronta para testes até o início do ano que vem. "Para esta vacina não usamos o vírus completo, apenas um pedaço do seu genoma. Por isso não há riscos para grávidas", disse Vasconcelos.


2) CLOROQUINA


Paralelamente à corrida pela vacina, pesquisadores buscam formas de bloquear a ação do vírus, e um avanço importante foi obtido em testes com um velho conhecido da medicina –a cloroquina. O medicamento é usado para tratar malária e doenças autoimunes, como lúpus, e tem a vantagem de poder ser usado por mulheres grávidas.

De acordo com o médico Amílcar Tanuri, que coordena a pesquisa no Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, o grupo constatou que a cloroquina e alguns derivados do medicamento conseguem bloquear a multiplicação do vírus da zika nas células neurais e a morte celular. Os testes foram feitos tanto em células neurais humanas quanto de camundongos.

"A cloroquina não atua diretamente no vírus, e sim na célula que vai ser infectada pelo vírus, e faz com que não possa ser penetrada. Basicamente ela fecha a porta de entrada do vírus, que não consegue entrar no citoplasma da célula", disse à BBC Brasil.

Ele afirma, entretanto, que o trabalho "ainda está no campo do tubo de ensaio", e que muitos testes ainda são necessários. Por isso, não arrisca falar em prazos. "Não temos tido muito aporte de verbas para nossos projetos pelo governo", lamenta.

Os resultados da pesquisa devem sair em uma publicação científica nas próximas semanas. Tanuri espera que, a partir daí, grupos com mais recursos possam se interessar seguir com a pesquisa - "e continuar nosso trabalho lá fora".


3) TESTES RÁPIDOS


No final de maio, a Fundação Bahiafarma, órgão vinculado à Secretaria da Saúde da Bahia, anunciou a criação de um teste sorológico rápido para zika, que consegue detectar, no soro do sangue do paciente, os anticorpos contra o vírus em qualquer fase da doença. O resultado estaria disponível em 20 minutos.

Até agora, o diagnóstico é feito principalmente pelo exame PCR, que demora mais para dar resultado e só consegue detectar o vírus enquanto o paciente está doente. A sorologia para o vírus da zika só existia em alguns países e não estava disponível comercialmente.

Em nota, a Fundação disse que o teste já foi aprovado pela Anvisa e que terá reuniões com o Ministério da Saúde na próxima semana para negociar a produção em escala do teste.

Enquanto isso, pesquisadores do Instituto Wyss, da Universidade Harvard, nos EUA, criaram um teste de papel (similar ao de testes de gravidez) que, além de diagnosticar o vírus em uma hora, conseguiria diferenciar entre os tipos africano e asiático - este último, o que circula no Brasil.

Em entrevista à BBC Brasil, o pesquisador Keith Pardee, um dos responsáveis pelo protótipo, disse que o objetivo é deixar o teste do tamanho de um papel de recados, que caiba até no bolso e possa ser guardado mesmo sem refrigeração por até um ano.

"Ainda queremos fazer com que funcione também com amostras de urina e saliva", disse. O Instituto, segundo Pardee, busca parcerias para financiar as novas fases de pesquisa e produção.


4) COMO AGE O VÍRUS?


"Minicérebros" desenvolvidos em laboratório com células-tronco vêm permitindo que uma equipe do Instituto D'Or, no Rio, acompanhe o ritmo e os mecanismos de destruição do zika. Ao injetar o vírus nas estruturas –que têm cerca de dois milímetros e equivalem à miniatura de um cérebro embrionário– o grupo constatou uma redução de até 40% do tamanho delas em apenas 10 dias.

"Conseguimos mapear o que o vírus faz dentro da célula e vimos que o ciclo celular fica absurdamente alterado", diz a pesquisadora Patrícia Garcez, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.

"O vírus altera os genes específicos associados à formação de neurônios, que são muito importantes. Sem eles os neurônios não se formam. A maquinaria toda da célula começa a fabricar vírus", diz.

A partir da compreensão de como o vírus atua e mata a célula, Garcez diz que é possível postular e testar potenciais tratamentos para inibi-lo. O estudo está sendo revisado para publicação em uma revista científica, mas já está disponível na internet para que outros pesquisadores possam incorporar as descobertas a suas pesquisas.


5) TRANSMISSÃO POR OUTROS MOSQUITOS


Embora desde o ano passado os principais esforços de combate ao alastramento da zika fossem focados no ataque ao Aedes aegypti, só em maio veio a confirmação científica de que o mosquito de fato carrega o vírus.

Pesquisadores da Fiocruz no Rio conseguiram, pela primeira vez, identificar a presença do vírus da zika em mosquitos presentes na natureza.

"Para combater o alvo certo, é preciso ter duas coisas combinadas", explica Ricardo Lourenço, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC e líder do estudo. "A primeira é achar insetos na natureza infectados com o vírus; a segunda é constatar em laboratório que o mosquito é capaz de transmitir o vírus pela saliva."

Mas até o início de julho, a bióloga Constância Ayres, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em Pernambuco, espera descobrir se o vírus da zika pode estar sendo transmitido também por outros mosquitos.

A equipe chefiada por Ayres já comprovou, em laboratório, que o mosquito Culex (pernilongo), mais comum do que o Aedes aegypti, pode ser um vetor da doença. Agora, irá analisar cerca de cinco mil destes mosquitos coletados na natureza para descobrir se eles estão carregando o vírus - e em proporção suficiente para infectarem humanos.

"A possibilidade de que isso esteja acontecendo é bem grande, até porque o perfil de distribuição da zika se assemelha ao de uma doença transmitida pelo Culex. Dengue é uma doença bem democrática, pega rico e pobre. Já nos casos de microcefalia, 85% dos casos são de mães mais pobres, associadas a áreas com esgoto a céu aberto", disse à BBC Brasil.

"O vírus já foi identificado em muitas espécies de mosquito em um ambiente silvestre, em Senegal e Uganda. Porque no ambiente urbano só um tipo de mosquito transmitiria?"




Sem desperdício na terapia genética

09/06/2016 - Correio Braziliense


Pesquisadores da Oregon Health & Science University, nos Estados Unidos, desenvolveram uma técnica que pode vencer um dos maiores gargalos da terapia genética: a geração de células geneticamente corrigidas que sejam eficientes para reparar doenças e lesões, mas sem a necessidade de injeção de grande quantidade delas nos pacientes. O novo método, testado inicialmente no fígado, não impõe risco de efeitos adversos, como cânceres, e pode ser adaptado para tratar problemas em outros órgãos, por exemplo, a pele e o intestino.

Até então, as tentativas de modificar e transplantar células geneticamente corrigidas, tendo como vetor um vírus ou uma bactéria, exigem milhares de exemplares dessas estruturas especiais, sendo que muitas não sobrevivem no corpo do paciente. “Por serem vivas, elas nem sempre se comportam como esperamos. Os primeiros testes com geneterapia apresentaram resposta imune ao vetor que leva as células aos órgãos ou às próprias células, trazendo complicações trágicas. Isso limita a aplicação clínica da geneterapia”, explica Sean Nygaard, principal autor do estudo, divulgado na última edição da revista Science Translational Medicine.

Para solucionar o problema, os cientistas criaram um método de seleção (Leia Duas perguntas para) que dispensa quantidades cavalares de células ao permitir que elas proliferem dentro do corpo do paciente. “Não só fomos capazes de alcançar a expressão terapêutica de transgenes (as células modificadas) com doses mais baixas de vetores, porque transplantamos menos células, como esses vetores não promoveram a ativação de outros genes que não fossem o que queríamos”, diz o pesquisador, frisando que essa ativação inadequada pode causar câncer, entre outros problemas.


REPOPULAÇÃO


No primeiro experimento, os cientistas transplantaram para o fígado de ratos células que expressam o fator 9, uma proteína ausente na hemofilia B e responsável pela coagulação. Com esse gene terapêutico, os vetores virais transportaram uma molécula artificial de RNA que tem a forma de um grampo de cabelo pequeno, o shRNA. Sua principal função é anular a atividade de uma enzima específica no fígado, permitindo que as células especiais sejam mais resistentes à droga cehpoba, que é tóxica e prejudica o funcionamento celular do órgão. O uso do medicamento foi escolhido por ter um efeito parecido ao da hemofilia B.

Além de terem sido as únicas sobreviventes no fígado, as células transplantadas aumentaram mil vezes em quantidade, repopulando completamente o órgão com células saudáveis e funcionais. “Estamos muito animados por termos verificado que nossa técnica de terapia genética e também nossos vetores podem desencadear uma expressão robusta de transgenes apenas com doses moderadas”, diz Nygaard.

Ardi Barzel, do Departamento de Pediatria e Genética da Escola de Medicina de Stanford (EUA), considera o método promissor. “Eu acho que ele pavimenta o caminho para tratamentos de muitos problemas metabólicos, como doença de armazenamento de glicogênio e de depósito lisossômico, desordens do ciclo de ureia e muitas outras”, considera o especialista. “Ele também permitiria a expressão de genes que podem ser importantes para nova modulações de anticorpos.”


Duas perguntas para

Markus Grompe, Oregon Health & Science University e autor sênior do estudo


O que é o princípio de seleção que o senhor se refere no artigo?
Em algumas condições, certas células saudáveis têm vantagem sobre as doentes. Nessas condições, crianças com doenças genéticas, por exemplo, podem ter suas deficiências corrigidas espontaneamente. O mesmo princípio é usado para a geneterapia no sangue, mas o paciente recebe quimioterapia e radiação para que as células corrigidas pela terapia sejam numericamente dominantes em relação às doentes. Então, se o médico simplesmente injetar células-tronco de medula óssea em um paciente que necessita de transplante para leucemia, por exemplo, essas células não vão oferecer benefícios terapêuticos. Isso só ocorre quando o paciente é condicionado com os tratamentos. Esse princípio de seleção de células saudáveis ainda não tinha sido aplicado em outros tecidos, como os do fígado. Nosso grande avanço foi ter feito isso com a droga que desenvolvemos com o transgene resistente.

A estratégia poderá ser aplicada também em humanos?
Ela tem potencial para ser usada em humanos porque sabemos que, na doença humana genética que estamos imitando com a droga cehpoba (a hemofilia B), há, devido à falha genética, uma seleção muito potente de hepatócitos. Além dessa doença, os médicos poderão aplicar a ideia usando outras drogas e genes, encontrando novas formas de explorar o princípio. Embora eu não possa dizer agora que nossa metodologia vai evoluir para um protocolo clínico, estou confiante que o princípio de condicionamento do fígado tem um grande potencial.


EM EXCESSO


A primeira é caracterizada pela deficiência hereditária de uma enzima que cuida da síntese do glicogênio, a principal reserva energética humana. Mais comum em criança, tem entre os sintomas o aumento progressivo do fígado e a diminuição do tônus muscular. A doença de depósito lisossômico envolve cerca de 40 distúrbios que prejudicam a função dos lisossomos, ligados à renovação celular. Os sintomas variam conforme a estrutura prejudicada, de comprometimento da capacidade de transpirar a pneumonia crônica.

Menor número de operadoras faz Ameplan ganhar mercado

09/06/2016 - DCI


São Paulo - Com queda no número de operadoras de saúde - como a da Unimed Paulistana em 2015 -, empresas médias aproveitam demanda para se consolidar. Um exemplo é a Ameplan que espera 21% de crescimento do faturamento e quase 15% de alta na carteira.

Com o constante crescimento dos custos assistenciais, a inclusão de novos procedimentos obrigatórios e a crise econômica, sobreviver no sistema suplementar se tornou mais difícil. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no acumulado de 2016, até março, a reguladora recebeu 7 novos registros e 17 registros cancelados de operadoras.

Por isso, para ganhar escala e sobreviver neste cenário é necessário investir em gestão e captar os clientes 'deixados' pelos planos cancelados. "Além de casos mais conhecidos, pequenas também saíram do mercado. Isso abriu espaço para nós", explica o diretor administrativo e financeiro da Ameplan, José Silva dos Santos.

De acordo com o executivo, para conseguir captar 'os desatendidos' a companhia resolveu investir na qualidade e na imagem da companhia. Além de lançar plataformas digitais, a Ameplan desenvolveu novos produtos que se adaptam ao cenário econômico. "Investimos na marca para ganhar credibilidade e trabalhamos também em novos planos para oferecer o que a empresa [cliente] procura", comenta.

Um exemplo de novo produto, é o plano coparticipativo que será lançado em breve. Neste modelo é possível cobrar uma mensalidade menor, porém um valor adicional é colocado (ao funcionário) por cada consulta ou exame realizado. "É uma opção para as empresas neste momento de crise. Assim elas não precisam cortar o benefício."

Outra estratégia da companhia é aumentar o foco no cliente corporativo. Atualmente, 30% dos beneficiários têm planos individuais e a ideia é levar o patamar para 25%. O movimento segue a tendência de todo o mercado suplementar, devido ao controle dos reajustes deste produto, que tem estado abaixo do índice de inflação geral e do aumento dos custos assistenciais.

Para conseguir diminuir os gastos fixos, Santos contou que a operadora tem investido em ações de redução de custo. Na área de compras de materiais e medicamentos, por exemplo, o executivo conta que foi instaurada uma auditoria para controle dos gastos na rede credenciada e parceiros. "O processo iniciou no ano passado e a equipe tem auditores, médicos e enfermeiros."


FÔLEGO


Outro fator que tem ajudado a companhia a manter as operações lucrativas é a 'oxigenação da carteira'. "Temos uma carteira bem distribuída. Mais de 25% dos beneficiários estão na faixa de 0 a 18 anos. Apenas 12% têm mais de 58 anos." E para ele, neste momento de instabilidade esse fator só tende a aumentar. "As pessoas não estão se colocando no plano, mas fazem para o filho."

Com estes números, a sinistralidade tem se mantido abaixo da média de mercado. Segundo a ANS, em 2015, a taxa de sinistralidade das operadoras médico-hospitalares foi de 84,6%. "Em 2015 vimos um crescimento da sinistralidade, a média foi de 68%. Mas teve picos de 70% em alguns meses. Mesmo assim, menor que o resultado de mercado", diz.

Neste ano, a Ameplan irá lançar programas de saúde para manter níveis baixos de sinistralidade. A princípio o foco dos programas será de obesidade mórbida e prevenção de doenças na idade infantil.

Hoje, a empresa concentra sua atuação na cidade de São Paulo e mantém algumas operações em municípios próximos. O foco tem sido principalmente as pequenas e médias empresas dos ramos de transporte rodoviário, empresas de alimentação e comércio em geral. "Todos os dias surgem novas empresas [startups e pequenas], sobretudo hoje com o desemprego", complementa. Com a expectativa de atingir 110 mil beneficiários neste ano, a empresa será considerada pela ANS operadora de grande porte. No final de 2015 eram 95 mil vidas.




Copiar ideias antigas não salvará o SUS

09/06/2016 - Folha de S.Paulo


O governo interino de Michel Temer não apresentou sequer uma ideia nova para reverter a ruína do Sistema Único de Saúde (SUS), acelerada nos últimos anos pelo baixíssimo financiamento público.

No capítulo sobre saúde do documento Travessia Social, divulgado em abril pelo PMDB, o que se lê são platitudes de segunda mão. Cópia da plataforma eleitoral de 2014 do então candidato a presidente Aécio Neves, apresenta o SUS como "uma das grandes políticas de inclusão social".

Promete, entre outros pontos, expandir para toda a população a estratégia saúde da família, instituir o cartão de saúde, ampliar leitos de UTI e redes de urgência, melhorar a gestão e cobrar desempenho de prestadores hospitalares.

Ao cardápio requentado, mas que exigiria muito dinheiro para ser servido, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, acrescentou suas "prioridades", como combater o Aedes aegypti, inaugurar unidades de pronto atendimento e capacitar pessoal da saúde.

Tratou também de adular aliados, falou em agilizar a liberação de medicamentos -como exige a indústria farmacêutica-, abrandar o controle sobre os planos de saúde -que obtiveram em maio o maior reajuste dos últimos 15 anos- e manter o programa Mais Médicos, porém com mais brasileiros e menos cubanos.

De resto, o governo interino cópia e cola do PSDB um tripé nada original, o mesmo que embalou as gestões do PT na saúde: subfinanciamento, privatização e programas fragmentados.

Em 2015, alteração na Constituição (emenda 86) retirou mais um naco do montante federal da saúde. A recessão corroeu impostos e contribuições que sustentam o setor e levou à maior utilização de serviços, pois foi para a fila do SUS a multidão que perdeu o plano de saúde junto com o emprego.

Agora a possível limitação dos gastos obrigatórios dos governos com saúde poderá aprofundar a crise sanitária instalada e levar ao colapso serviços que já diminuíram equipes, consultas, internações e até atendimentos de urgência.

Decidido a minguar o custeio do SUS, o governo interino vê solução nas parcerias público-privadas e no maior consumo de planos de saúde.

O que mais poderá ser entregue ao setor privado? Com Dilma Rousseff, houve abertura da rede assistencial privada ao capital estrangeiro, hospitais privados cinco estrelas (ditos "filantrópicos") se esbaldaram em renúncias fiscais, o BNDES concedeu empréstimos generosos ao setor, planos de saúde ganharam novas desonerações e assumiram o controle da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

A escalada do número de ações judiciais contra planos privados, por exclusões de coberturas e reajustes abusivos de mensalidades, e a perda de mais de 1 milhão de clientes, só em 2015, demonstram que não é o SUS que deve diminuir seu tamanho, como bradou o ministro, mas é o mercado suplementar que segue anabolizado, sem entregar aquilo que vende.

Já a gestão privada dos serviços, que inovação mais antiga seria essa? As organizações sociais e similares estão aí há 20 anos e não há evidências de melhorias no uso do dinheiro escasso ou no atendimento.

A salvação do SUS não virá dos empresários da saúde, que se manterão em nichos, na venda de leitos, atos médicos, exames e procedimentos rentáveis. Por certo se assanharão por mais subsídios e acesso a fundos públicos, tendo o Estado como fiador de seus negócios.

No entanto, nunca irão apostar suas fichas em redes universais, na atenção primária, no cuidado aos idosos, na saúde mental, no tratamento da Aids, no controle de epidemias... O SUS para todos e de qualidade, conforme quer e tem direito o povo brasileiro, não irá sobreviver com um simples comando "Crtl C, Crtl V" de ideias do passado.




Rede de saúde atende em média 49 mulheres vítimas de abuso por dia

09/06/2016 - Folha de S.Paulo


Em 2015,uma média de 49 mulheres foram atendidas por dia na rede pública e privada de saúde após serem vítimas de estupro. Destas, a maioria era criança ou adolescente.

Dados preliminares, contabilizados por meio do Sinan (Sistema Nacional de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, indicam ao menos 17.871 atendimentos no último ano a mulheres vítimas de estupro.

O número, que representa apenas os casos notificados por profissionais de saúde, ainda deve crescer, já que os registros ainda podem ser atualizados pelas secretarias de Saúde nos próximos dias. Na prática, a pasta estima que o total de casos seja muito maior—cerca de 40% dos municípios não registra os atendimentos do SUS a vítimas de violência sexual.

Ainda assim, os dados são vistos com preocupação por técnicos do governo. Do total de casos de estupro notificados no último ano, 71% foram de meninas de até 19 anos.

Só em 2015, ao menos 997 mulheres que morreram vítimas de homicídio, suicídio e outras “causas externas”, como afogamentos e queimaduras, já tinham sido atendidas após terem sido vítimas de agressões físicas.




HC vai investigar esquema de ‘fura-fila’

09/06/2016 - O Estado de S.Paulo


Um esquema para furar fila em exames, consultas e cirurgias mediante pagamento de R$ 380 estaria funcionando no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), maior complexo hospitalar da América Latina.

O hospital informou que vai abrir uma sindicância e que funcionários serão exonerados se for confirmada a participação deles.

O pagamento de propina para ter o atendimento na unidade foi divulgado ontem pelo jornal Diário de S.

Paulo, cuja reportagem se passou por paciente e, em contato com um auxiliar de serviços gerais, conseguiu a matrícula de paciente do hospital, furou a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) e foi atendida por um neurocirurgião. Segundo o jornal, o grupo que participa da ação é formado por um funcionário da manutenção, auxiliares administrativos e ao menos um médico.

O funcionário que aparece na reportagem seria o responsável por conseguir os pacientes e receber o pagamento deles. Ele também conduzia as pessoas que pagavam pelo atendimento até a porta do consultório. O neurocirurgião chegou a citar o nome do auxiliar, pedindo para a repórter entrar em contato com ele caso precisasse de nova consulta.


DILIGÊNCIAS


Com a divulgação do caso, a Corregedoria-Geral da Administração (CGA), órgão ligado à Secretaria de Governo do Estado de São Paulo, fez diligências e oitivas no hospital entre as 9 e as 19 horas de ontem. Hoje, a CGA vai fazer o rastreamento do IP dos computadores do hospital. O órgão informou que se colocou à disposição do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, para ajudar em investigações sobre o caso.

Em nota, o Hospital das Clínicas informou que uma sindicância será aberta para apurar os fatos.

“Comprovada a participação de funcionários, eles serão exonerados. O funcionário citado na reportagem será afastado preventivamente.” Disse ainda que, se for confirmada a participação de médicos, encaminhará denúncia para o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).O Cremesp informou que abriu uma sindicância para apurar os fatos.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o esquema.

As vítimas que se sentirem lesadas podem ir até o 14.º DP para registrar boletins de ocorrência.

Ninguém procurou a polícia ontem.


PACIENTES


O clima era de decepção e indignação no Hospital das Clínicas ontem. “Eu acho que é um absurdo, uma falta de respeito com a população.

Um hospital tão bom não pode ficar dando valor só para quem tem dinheiro. O direito é dos pobres, das pessoas que precisam de atendimento e não podem pagar”, diz a doméstica Maria José Silva, de 55 anos, que tinha ido ao endocrinologista.

O auxiliar de produção Gerson Felippe, de 44 anos, acompanhava a sogra e ficou surpreso com o caso. “Eu vi a notícia, mas não imaginava que tinha sido no Hospital das Clínicas, que é uma referência.” Moradora de Peruíbe, na Baixada Santista, a secretária Priscila Eugênia Bezerril, de 30 anos, conta que esperou por três meses por uma consulta com um oftalmologista para o filho Breno, de 5 anos. A existência de um esquema que fura as filas no hospital a deixou preocupada. “Quem faz isso pode estar tirando a vaga de uma pessoa em estado grave. Não é o caso do meu filho, que tem estrabismo.” O professor de educação física Washington Luiz Silva, de 25 anos, tem insuficiência renal e, além de tomar medicamentos, passa por consultas com reumatologista na unidade. Ele conta que as consultas não costumam demorar. Mesmo assim, ficou indignado.

“O certo é cada um esperar a sua vez, porque tem gente que sai cedo de casa e vem de longe para conseguir ser atendido aqui. Isso não é certo.” Silva diz que nunca ouviu comentários sobre o esquema nem recebeu ofertas para conseguir uma posição melhor na fila.




Exame de sangue prevê se pessoas responderão a antidepressivos

08/06/2016 - G1 - Jornal Hoje


Cientistas desenvolveram um exame de sangue que pode prever se as pessoas com depressão vão responder bem a tratamentos com os antidepressivos mais comuns.

A descoberta pode permitir tratamentos personalizados no futuro e evitar que pacientes fiquem meses tomando um antidepressivo que não faz efeito. Tudo graças ao teste que mede o nível de inflamação no sangue da pessoa. Com isso, os médicos poderiam prescrever o antidepressivo mais efetivo ainda no estágio inicial, antes que a condição se agrave.

A descoberta é de cientistas do conceituado Kings College, de Londres. Mas precisa ser recebida com cautela porque a amostragem é muito pequena. Apenas 140 pessoas foram submetidas ao novo teste, e muitos outros estudos ainda precisam ser feitos.

A depressão atinge mais de 350 milhões de pessoas mundo afora. Ou seja, qualquer novidade que possa reduzir a frustração e o sofrimento de quem quer se tratar, é bem-vinda.




Bactérias do intestino podem agir no sistema nervoso e provocar obesidade

08/06/2016 - UOL


Obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica estão associadas a alterações na flora intestinal. Segundo um estudo de cientistas da Universidade de Genebra, na Suíça, e da Universidade de Yale (EUA), a forma como os micro-organismos se comportam no intestino pode influenciar o sistema nervoso e ser a causa dessas doenças. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (8) pela revista Nature.

Uma pesquisa, feita com roedores, mostra que a produção de acetato pela flora intestinal ativa o sistema nervoso parassimpático para que ele aumente a produção de grelina (conhecida como o "hormônio da fome") e de insulina induzida pela glicose. Segundo os pesquisadores, isso gera aumento do apetite e da ingestão de alimentos, ganho de peso, doença hepática gordurosa e resistência à insulina. A capacidade da flora intestinal ativar essa região era desconhecida até o momento.

A glicose é um carboidrato que fornece a energia necessária para o organismo funcionar. Ela está presente em diversos alimentos como massas, pães e frutas. A insulina é um hormônio, produzido no pâncreas, que ajuda a glicose a se transformar em energia e penetrar nas células do corpo. Quando o indivíduo se torna resistente à insulina a glicose se acumula no sangue, o que pode causar doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e a obesidade.

Durante o processo digestivo, as bactérias do intestino produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que incluem acetato, propionato e butirato. Os cientistas relataram que roedores alimentados com uma dieta rica em gordura produziam acetato em maior quantidade do que os alimentados de forma comum. A análise destes dados vai permitir identificar a forma como a flora intestinal ajuda na progressão da obesidade induzida pela má alimentação.

Para os pesquisadores, essa informação pode ajudar a prevenir doenças. "Os resultados destes estudos demonstram que através do bloqueio desse acetato é possível prevenir a obesidade e a resistência à insulina", diz Gerald Shulman, professor de medicina da Faculdade de Yale, e um dos autores da pesquisa.

No entanto, a flora intestinal não é a mesma para todo mundo. As bactérias se desenvolvem de acordo com as condições de nascimento e daquilo que o indivíduo ingere durante a vida. "Devemos lembrar que este estudo foi em ratos e não podemos transpor os resultados para humanos. Cada pessoa tem as suas bactérias intestinais. Você pode nascer com uma flora ótima e estragá-la com uma má alimentação. Não podemos dizer que é exclusivamente culpa das bactérias. Elas têm um papel na gênese da obesidade e da diabetes, mas não sabemos o quanto é importante nem dizer que começa aí", diz ao UOL Érika Bezerra Parente, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês.

Para a médica ainda é cedo para saber como essa terapia será usada. "A medicina já trata do sistema nervoso para auxiliar o controle da obesidade. Talvez no futuro o foco seja tratar as bactérias do intestino. É preciso ver como esse mecanismo vai ser demonstrado em humanos, mas sem dúvida é um começo", diz Parente.

Os pesquisadores ainda não sabem se essa descoberta também poderá ajudar quem já convive com a obesidade. "Agora estamos estudando para saber se o volume deste acetato em indivíduos obesos causa as mesmas reações no sistema nervoso", diz Shulman.




Ministério da Saúde registra 1.551 casos de microcefalia no País

08/06/2016 - IG


O Ministério da Saúde divulgou nessa terça-feira (7) um novo boletim com números de microcefalia no País. Foram confirmados 1.551 casos da doença e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. O documento reúne as informações encaminhadas semanalmente pelas secretarias estaduais de Saúde, referentes ao período que vai até 4 de junho.

No total, foram notificados 7.830 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, dos quais 3.017 permanecem em investigação. Outros 3.262 foram descartados por apresentarem exames normais, ou por apresentarem microcefalia e ou malformações confirmadas por causas não infecciosas, ou por não se enquadrarem na definição de caso.

Segundo o Ministério da Saúde, do total de casos confirmados, 224 tiveram confirmação por critério laboratorial específico para o vírus Zika. A pasta ressalta que o dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Para o ministério, houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.

Os 1.551 casos confirmados em todo o Brasil ocorreram em 556 municípios de 25 unidades da Federação e no Distrito Federal. Não existe registro de confirmação apenas no estado do Acre.

No mesmo período, foram registradas 310 mortes suspeitas de microcefalia. Destas, 69 foram confirmadas, 197 continuam em investigação e 44 foram descartadas.

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