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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 23/05/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Drogaria São Paulo é apontada como a melhor farmácia, segundo Datafolha

22/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


"Na época em que comecei a trabalhar por aqui, era normal a gente aplicar injeção de penicilina", lembra Eduardo Baptista, 43, sem nenhum traço de saudosismo. "O balconista tinha que fazer o que se fazia no hospital. Éramos quase enfermeiros."

Gerente de grupos de lojas da Drogaria São Paulo, Baptista é uma memória viva da marca, a mais citada pelos paulistanos das classes A e B ouvidos pelo Datafolha, pelo segundo ano consecutivo.

Também pudera: metade de sua vida, ele passou entre os lados de lá e de cá do balcão. Dos seus 43 anos, 21 já foram dedicados à drogaria. Com essa trajetória, Baptista assegura o título de funcionário mais antigo da rede, que conta com uma equipe de cerca de 12 mil profissionais.

Além da mudança nos serviços, o ritmo da vida acelerou, assim como o de quem trabalha. Diz ele: "Um balconista tem que ser mais ágil e objetivo no que ele faz, porque o cliente está sempre apressado".

Baptista assistiu ao crescimento da rede, que pulou de uma unidade aberta em 1943, na rua José Bonifácio, na Sé, para uma cadeia na capital com 255 lojas. Ele também acompanhou o aumento da diversidade de produtos oferecidos: de creme antirrugas a protetor solar, de aparelhos de barbear a umidificadores.

Esse crescimento, porém, incluindo o seu profissional, surtiu efeito direto em Baptista, hoje responsável por dois grupos de lojas, na zona leste e no centro da cidade.

"Sinto falta do contato diário com as pessoas. Você acaba criando laços com cada uma, sabe?"

Roberto Tamaso, diretor de marketing da Drogaria São Paulo

Quais são as regiões onde a empresa mais cresce?

As zonas leste, sul e a central. A maior demanda da rede ocorre nas lojas de rua, embora as drogarias estejam cada vez mais presentes em shoppings. Muitas vezes o cliente chega para fazer uma determinada compra, mas, orientado pelos nossos colaboradores, pode acabar encontrando outros itens.




Consumo de medicamentos cresce 343% em 17 anos de genéricos

22/05/2016 - Jornal do Brasil Online


Os medicamentos genéricos chegam aos 17 anos nesta sexta-feira, 20 de maio, promovendo uma revolução no mercado brasileiro de medicamentos. Estudo inédito da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, demonstram que o volume de vendas de medicamentos no país foi ampliado em 343% neste período.

O mercado passou de 1.012 bilhão unidades comercializadas no acumulado dos doze meses em 1999 para 3.477 bilhões (acumulado 12 meses) Abril/2016. Não houve neste período um mês sequer que o crescimento das vendas de genéricos tenha ficado abaixo da média apresentada pelo mercado total.

Ao excluirmos os genéricos, que hoje detém 30% de participação nas vendas totais em unidades, a evolução do mercado ficaria na casa dos 242%.O crescimento do mercado, embora também impactado pela estabilidade econômica e aumento na renda da população, ganha maiores proporções pelo uso dos genéricos que, devido ao preço acessível, possibilitaram real acesso da população a medicamentos.

“Estatisticamente essa realidade significa que, se não fossem os genéricos, menos cidadãos estariam comprando seus medicamentos, sobretudo pelo fato de que a Classe C responde hoje por mais de 40% do consumo de medicamentos no país”, argumenta Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos.


LIDERANÇA PARA AS EMPRESAS


As empresas que decidiram apostar nos genéricos foram as que mais cresceram nestes 17 anos. Ed o segmento promoveu uma verdadeira revolução entre as empresas. Das dez maiores farmacêuticas do país, seis são protagonistas no segmento de genéricos tendo em vista que a categoria responde por parte significativa do faturamento destas empresas.

O Aché, maior indústria do país, com base nos indicadores do IMS Health, no acumulado de março de 2015 a março de 2016 faturou R$2,9 bilhões. Os genéricos, que foram acrescentados ao portfólio da companhia por meio da aquisição da Biosintética, respondem 15% dos negócios da companhia.

Em seguida no ranking, a EMS, segunda maior do país, responsável por faturamento de R$2,4 bilhões também no acumulado de março de 2015 a março de 2016, é hoje a maior fabricante de genéricos do país, sendo que a categoria representa 42% do seu resultado.

Já a Eurofarma, quarta maior do país, ocupa a terceira posição no ranking entre as maiores de genéric, os, sendo que a categoria responde por 32% do faturamento que atingiu a marca de R$1,9 bilhão, entre de março de 2015 a março de 2016.

A Neoquimica, do Grupo Hypermarcas, é a quinta maior farmacêutica em operação no Brasil e quarta maior fabricante de genéricos e tem nos genéricos a origem de 41% do seu faturamento acumulado que ficou na casa de R$1,4 bilhão.

Por fim, a Medley, sétima maior do país e pertencente ao Grupo Sanofi, tem nos genéricos a origem de 81% dos eu faturamento que atingiu a marca de R$1,1 bilhão. A companhia é a segunda maior fabricante de medicamentos genéricos.




Pílula contra HIV também pode chegar a farmácias

22/05/2016 - Folha de S.Paulo


Planejada para ser incluída no SUS, a oferta da “profilaxia pré-exposição” como alternativa extra de prevenção contra o HIV pode chegarem breve também às farmácias.

Proposta do comitê assessor do Departamento de HIV/ Aids do Ministério da Saúde também prevê que a “Prep” esteja disponível para compra por outras pessoas além daquelas para as quais é estudada na rede pública.

A venda, no entanto, ocorreria apenas mediante apresentação de receita médica específica —hoje, o medicamento, conhecido como Truvada, é de uso controlado.

Segundo o diretor do departamento, Fábio Mesquita, EUA, Malásia e Tailândia já ofertam Truvada ou genéricos nas farmácias. “Como o critério do SUS vai ser mais restrito, é possível que tenham outras pessoas que queiram usar, mas não estão nos critérios.” Um impasse, no entanto, pode ser o preço. Nos Estados Unidos, por exemplo, o custo para o usuário pode chegar a US$ 2.500 ao ano, segundo associações do setor.

Por aqui, a expectativa é que a oferta conjunta para o SUS e farmácias acabe por baixar significativamente os preços em 2015, o Ministério da Saúde obteve descontos de até 90%na compra de medicamentos inovadores.

“A negociação que estamos fazendo é que o preço seja idêntico, para governo e farmácia. Para que a população possa comprar, tem que ter um preço equilibrado.” com camisinha Ao mesmo tempo em que podem reduzir novas infecções por HIV, a oferta da Prep na rede pública e em farmácias também pode abrir espaço para polêmicas que, segundo especialistas, ocorrem com o surgimento de novas propostas para controle da epidemia de Aids.

“Há uma preocupação em geral quando falamos isso.

As pessoas perguntam: ah, mas não vão relaxar? Não vão deixar de usar preservativo?”, afirma a pesquisadora Valdiléa Veloso, da Fiocruz.

Para ela, não há esse risco.

“Gosto de comparar como air bag. Quando começaram a discutir a obrigatoriedade de carros terem air bag, diziam que menos gente ia usar o cinto. Hoje, temos o air bage usamos cinto, e não paramos aí: queremos freio ABS e vidros que não estilhacem.” Ela lembra que, mesmo com a Prep, o uso da camisinha ainda é recomendado, por sera única forma de prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis.

Para Alessandra Ramos, do grupo Trans Revolução e voluntária há um ano na pesquisa Prep Brasil, que avalia a adesão ao medicamento por grupos vulneráveis, a estratégia pode atender também aqueles que hoje têm dificuldade em usar o preservativo.

Ela cita pesquisa recente do ministério que mostra que, enquanto 94% das pessoas apontam a camisinha como melhor forma de prevenção, 45% admitem que não a usa.

“O papel do ministério não é prescrever o comportamento de ninguém. É compreender que existe um risco e dar mecanismos para que cidadãos evitem ao máximo a infecção pelo HIV”, diz Alessandra.




Uma molécula mágica

21/05/2016 - Folha de S.Paulo


Nesta quinta (19), o STF suspendeu a lei que liberava a "pílula do câncer", a fosfoetanolamina. E, recentemente, a Editora Manole lançou um livro de divulgação científica sobre estudos de outra substância também proposta para o tratamento do câncer.

O livro "A molécula mágica", do jornalista científico Carlos Henrique Fioravanti, baseado em sua tese de doutorado pela Unicamp, conta em linguagem accessível a história de um médico do interior do Estado que desenvolveu um novo medicamento.

A obra descreve as aventuras do médico Odilon da Silva Nunes, de Birigui (SP), que com a colaboração de outros médicos e pesquisadores, desenvolveu a P-Mapa, substância resultante da fermentação de fungos, com registro de patente desde 1991.

A substância é um imunomodulador que reconstitui as defesas do organismo e restaura a produção de uma proteína que suprime tumores.

Fioravanti descreve a preocupação dos pesquisadores com a repercussão de reportagens que poderiam interferir no desenvolvimento das pesquisas, à época ainda em fase experimental.

No prefácio, o professor Esper Abrão Cavalheiro, da Unifesp, recomenda a leitura da obra, que narra encantos e adversidades da aventura científica de Odilon Nunes. Uma história contada com paixão investigativa e no melhor estilo da pesquisa científica sobre um possível tratamento para câncer a partir de um fungo testado em animais de laboratório.




Mercado Aberto: EXPECTATIVAS DO SETOR FARMACÊUTICO

22/05/2016 - Folha de S.Paulo


A indústria farmacêutica pede o avanço de uma medida que torna o rastreamento de medicamentos mais sofisticado no país.

"Hoje temos uma rastreabilidade que não é individualizada por cada caixa. O recall funciona na maioria dos casos, mas ainda é limitado", diz Nelson Mussolini, presidente da entidade.

O projeto define os prazos de implementação do Sistema de Rastreabilidade de Medicamentos. Aprovado no Senado, ele aguarda desde o ano passado a tramitação na Câmara dos Deputados.

"Com o sistema, a gente saberá exatamente com quem estará uma caixa de remédio, vai aumentar a segurança."

O setor espera que os prazos para a aprovação do sistema sejam definidos para poder programar investimentos em tempo hábil.




Grupo propõe nova pílula no SUS para prevenir Aids

22/05/2016 - Folha de S.Paulo


Uma pílula que previne o HIV é a nova aposta de pesquisadores ligados ao Ministério da Saúde para conter a epidemia de Aids no Brasil, que avança principalmente entre jovens e grupos mais vulneráveis ao vírus.

A proposta prevê que a chamada “profilaxia pré-exposição”, ou Prep, seja ofertada de forma inédita no SUS e também em farmácias do país como alternativa extra de proteção a pessoas com maior exposição ao HIV.

A medida faz parte de um protocolo recém-finalizado por um comitê de especialistas, a pedido do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, com diretrizes para a inclusão dessa pílula na rede pública.

A Folha teve acesso a detalhes do documento, que deve ser encaminhado nesta semana à Conitec (comissão técnica que avalia a oferta de novas tecnologias no SUS).

A expectativa é que, após consulta pública, a decisão da comissão técnica ocorra até outubro. O ministro da Saúde não tem poder de veto sobre as decisões do grupo.

“Pela primeira vez, vamos colocar duas modalidades de acesso: um ano SUS, com distribuição gratuita, e outra nas farmácias”, diz Fábio Mesquita, diretor do departamento.

Se for aprovado, o Brasil pode ser o primeiro país a oferecer a nova prevenção de forma gratuita. Ao menos outros dois, França e Inglaterra, fazem discussão similar. Aqui, a estimativa é que 781 mil pessoas convivam com o HIV.


COMPRIMIDO


Na prática, o modelo consiste na associação, em um só comprimido, de dois antirretrovirais: tenofovir e em tricitabina.

Em outros países, como EUA, o medicamento(que impede que o vírus “escravize” a célula) é vendido com o nome comercial Truvada.

“Se a pessoa toma direitinho, a eficácia é perto de 100%”, explica Valdiléa Veloso, da Fiocruz, uma das principais pesquisadoras desse modelo de prevenção.

A desvantagem é a necessidade de uso diário da pílula, bem como seu custo.

No SUS, a recomendação é que o método seja ofertado para pessoas com risco ampliado e que fazem parte de populações-chave, onde o número de novos casos é 20 a 30 vezes maior que na população geral: homens que fazem sexo com homens, transexuais, travestis, usuários de drogas e profissionais do sexo.

A ideia é que a Prep não seja para qualquer pessoa desses grupos, mas para as com histórico de relações desprotegidas, por exemplo. “Como se caracteriza quem está sob risco acrescido? Não é o fato de ser gay. É ter mais exposição e risco”, diz Mesquita.

Pessoas soronegativas com parceiros positivos que recém iniciaram o tratamento também estão entre as que podem aderir à estratégia.

O pesquisador Nilo Martinez Fernandes, da Fiocruz, cita outros exemplos. “São pessoas que têm medo de a camisinha furar, ou tem parceiro positivo ou não conseguem usar o preservativo.” Segundo ele, a ideia não é substituir outros métodos, mas adicionar à chamada “prevenção combinada”, conjunto que inclui a camisinha masculina e feminina e testagem de DSTs, entre outros.

Para Valdiléa Veloso, a autonomia em optar pela proteção é um dos principais pontos positivos dessa pílula.

“Há métodos de prevenção que não dependem só da pessoa, mas do outro. Na Prep, a pessoa só depende dela para tomar o comprimido”, diz.

A ideia é ofertara pílula em unidades especializadas, onde o paciente pode ser acompanhado a cada três meses.

Cientistas correm para entender a zika e barrar seu avanço.

21/05/2016 - Folha de S.Paulo


O neurologista Hongjun Song, da Universidade Johns Hopkins, tentava bolar um modo de testar o modelo tridimensional de um cérebro de seu laboratório, quando um de seus estudantes de pós-graduação sugeriu que examinassem o vírus da zika.

A conversa de Song com Xuyu Qian, de 23 anos, em janeiro, levou a um teste do vírus em seu modelo, uma pequena bola de células cerebrais cultivadas a partir de células-tronco que simula o desenvolvimento inicial do cérebro.

A experiência respondeu a uma questão central: como o vírus da zika causa danos cerebrais, incluindo a microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas?

A resposta poderia estimular descobertas para evitar tais problemas neurológicos.

Nessa área, o tempo é essencial. Um ano depois da primeira confirmação do vírus na América Latina, ainda não há tratamento nem vacina.

“Não podemos esperar. Levar nosso trabalho para o público normalmente demora anos. Mas esse é um caso em que podemos fazer a diferença imediatamente”, disse Song, no Instituto de Engenharia Celular da universidade, onde ele e sua mulher e parceira de pesquisa, Guo-Li Ming, ofereceram um tour entre pipetas e placas de petri.

A descoberta inicial do laboratório, publicada em março com pesquisadores de duas outras universidades, mostrou que o vírus da zika atacou e matou as chamadas células neurais progenitoras, que se formam no início do desenvolvimento fetal e geram os neurônios do cérebro.

Em abril, a equipe publicou um estudo no periódico “Cell” mostrando que essa agressão da zika resultou em organoides cerebrais menores: células progenitoras danificadas criaram menos neurônios, levando a um volume cerebral menor. Isso pode explicar a microcefalia de alguns dos bebês expostos ao vírus da zika.

“Acho que eles acertaram em cheio. A conclusão do estudo é totalmente consistente com a patologia que temos visto nas crianças que morreram ou nos fetos abortados”, disse Eric Rubin, professor de Imunologia e Doenças Infecciosas da Universidade Harvard.

Os experimentos sugerem outros aspectos preocupantes da zika: mesmo baixas doses do vírus por curtos períodos podem causar danos e, se ele é mais perigoso no primeiro trimestre da gravidez, também pode ser prejudicial no segundo.

“A notícia realmente triste é que o vírus pode não só infectar células progenitoras neurais, mas transformá-las em uma fábrica”, disse Song.

“As células produzem mais vírus e eles podem se espalhar”, disse Ming, acrescentando que as células infectadas parecem criar um “efeito espectador”, liberando substâncias químicas quando morrem que danificam ou matam as células progenitoras vizinhas não infectadas.

Os organoides resultantes contêm uma pista assustadora do motivo pelo qual a zika também está associada a distúrbios neurológicos em adultos, incluindo a síndrome de Guillain-Barré, uma paralisia temporária. Segundo Song, a infecção por zika é “pior” nas células da glia, que dão suporte e isolam os neurônios e estão presente por toda a vida, não só no desenvolvimento fetal.

No entanto, ainda há muito mais a ser descoberto, e a colaboração catalisada por um comentário de um jovem cientista agora inclui nove laboratórios em seis locais dos Estados Unidos.

No Centro Nacional de Avanço da Ciência Translacional, em Maryland, algumas drogas estão sendo testadas em células progenitoras neurais, na esperança de encontrar compostos que possam brecar o vírus.

Ao testar rapidamente milhares de compostos, o laboratório se dedicou a um candidato promissor. Se a droga for bem-sucedida em novos testes, isso pode permitir que cientistas deixem de lado a maior parte dos testes de segurança necessários para a criação de novas drogas ou vacinas.

Equipes no Brasil e na Universidade da Califórnia também descobriram que o vírus atacou células progenitoras neurais e encolheu organoides cerebrais. A equipe de San Diego relatou que a zika ativou uma molécula que normalmente protege contra vírus em geral, e essa atividade em excesso parece disparar genes que estimulam a destruição de células progenitoras.

No Rio de Janeiro, Stevens Rehen, neurocientista do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, disse que a equipe brasileira também estava testando drogas, buscando uma que bloqueasse o vírus da zika. No entanto, eles só podem testar aquelas aprovadas no Brasil; importar drogas de outros países envolve semanas de burocracia.

Na Universidade de Pittsburgh, a microbiologista Carolyn Coyne e Yoel Sadovsky, obstetra e microbiologista, investigam como o vírus entra na placenta. “Atravessar a placenta não é a única maneira de infectar um feto”, disse Sadovsky.

Separadamente, cientistas de outras instituições estão examinando outras questões, como a maneira com que o sistema imunológico reconhece o vírus.

Song e Ming continuam pesquisando. Eles investigam qual trecho do material genético da zika é sua arma letal.

Uma droga que possa “salvar as células depois de infectadas” não é o que está sendo buscado, disse Song. “A melhor droga seria a que realmente impedisse a infecção das células em primeiro lugar.”




Em teste, hormônio reverte envelhecimento celular

21/05/2016 - Folha de S.Paulo


Doses de um hormônio masculino conseguiram reverter um dos elementos do processo de envelhecimento das células, com efeitos benéficos para o organismo de pacientes com doenças genéticas.

Os resultados ainda são preliminares, mas sugerem que outros problemas ligados à idade avançada, como o câncer e as doenças cardíacas, possam ser atenuados por meio dessa abordagem.

“É importante deixar claro que isso está muito longe de ser uma fonte da juventude”, ressalta o médico Phillip Scheinberg, hematologista do Hospital São José e da Beneficência Portuguesa (SP).

“Conseguimos intervir num componente biológico do envelhecimento. Não dá para dizer se é um pedaço pequeno ou grande do processo, mas é bastante razoável imaginar que pessoas sem doenças genéticas também possam ser beneficiadas.” Scheinberg,junto com Rodrigo Calado (médico da USP de Ribeirão Preto) e colegas dos EUA, é autor do estudo descrevendo os resultados da abordagem, que acaba de sair na revista especializada “New England Journal of Medicine”.

Em essência, o que os pesquisadores fizeram foi reverter o encurtamento das pontas dos cromossomos (as estruturas enoveladas que abrigam o DNA).

Tais pontas, conhecidas como telômeros—“parte do fim”, em grego —, protegem o material genético dos riscos trazidos pelo processo de multiplicação das células.

É que, quando o maquinário celular produz novas cópias de DNA durante esse processo, a coisa acontece de tal maneira que sempre um pedacinho da ponta do cromossomo não é copiado. Em geral, esse pedacinho faz parte dos telômeros, cuja única função é justamente serem encurtados durante o procedimento, impedindo, desse modo, que trechos mais importantes do DNA sejam “comidos” (veja infográfico).

Isso significa que os telômeros vão ficando cada vez mais curtos a cada multiplicação celular, o que impõe um limite à quantidade de vezes que a maioria das células consegue se dividir.

Se por algum motivo esse controle se torna ineficiente, o material genético das células pode ficar consideravelmente bagunçado, levando a problemas como a deficiência na produção de componentes do sangue na medula óssea (as células da medula precisam se dividir constantemente e, portanto, dependem de telômeros em bom estado), cirrose e risco aumentado de ter câncer.

Os 27 pacientes recrutados pelo grupo de pesquisadores nos EUA eram justamente pessoas comesse tipo de problema de saúde ligado ao encurtamento dos telômeros.

Esses pacientes passaram a ingerir doses de danazol, um hormônio masculino sintético.

Esse tipo de substância é usado desde meados do século passado no tratamento de problemas da medula óssea; além disso, testes anteriores in vitro e em camundongos indicavam que tais hormônios podiam ativar a produção de moléculas que reconstroem os telômeros.

Os testes não foram fáceis, em parte porque a dose de danazol escolhida pelos médicos era a mais alta que se pode recomendar para seres humanos.

“Foi uma escolha consciente: a gente queria ver se o efeito seria real e, caso não fosse, partiria para outra”, diz Scheinberg.

Ao longo de dois anos, por conta dos efeitos colaterais (como câimbras e inchaço), cinco pacientes resolveram sair do teste. Dois deixaram a pesquisa sem explicar o motivo, outros dois preferiram buscar terapias alternativas e um morreu por problemas no pulmão causados pela doença genética que tinha.

Apesar dessas dificuldades, as análises mostraram que o danazol conseguiu aumentar os telômeros dos pacientes, que andavam encolhendo em ritmo acelerado (com seis meses de estudo, 16 de 21 participantes tiveram esse efeito). A perda de células do sangue, derivadas da medula óssea,também foi revertida (em 19 dos 24 pacientes que ainda estavam no estudo após três meses, e em 10 dos 12 que chegaram ao fim dos dois anos de pesquisa).

É a primeira vez que se demonstra a possibilidade de reconstituir telômeros em seres humanos, com efeitos positivos para a saúde.

“Há vários trabalhos mostrando a associação entre o encurtamento dos telômeros e o envelhecimento, bem como problemas cardiovasculares e câncer, ou seja, parece que não se trata de um problema apenas para quem tem uma doença genética”, diz Scheinberg.

Rodrigo Calado conta que os estudos estão continuando na USP de Ribeirão Preto, onde um grupo de 12 pacientes, também com problemas genéticos que afetam os telômeros, está recebendo outro tipo de hormônio masculino, a nandrolona. Os testes já acontecem há um ano e devem continuar por mais um ano e meio.

A nandrolona foi escolhida porque seu uso traz menos efeitos colaterais que o do danazol. A pesquisa tem apoio do CNPq e da Fapesp.




Santa Casa volta a operar sem déficit.

21/05/2016 - O Estado de S.Paulo


A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo conseguiu, no primeiro trimestre de 2016, fechar a operação no azul depois de dois anos com as contas no vermelho. O número não inclui o balanço financeiro, que engloba as dívidas da instituição, mas indica que, após a pior crise da sua história, a entidade filantrópica encerrou um período gastando menos do que recebe, o que não acontecia desde 2013.

Entre janeiro e março deste ano, a Santa Casa acumulou saldo positivo de R$ 8,7 milhões. Nos anos de 2014 e 2015, a operação havia fechado com rombo de R$ 56,5 milhões e R$ 75,6 milhões, respectivamente. O último resultado operacional positivo, em 2013, havia sido de cerca de R$ 19,6 milhões.

O corte de 12% na folha de pagamento, com a demissão de mais de mil funcionários, a revisão de contratos e o ganho de produtividade no Hospital Santa Isabel, que atende pela rede privada, são algumas das razões apontadas pelo superintendente da Santa Casa, José Carlos Villela, para o êxito. “A fotografia do balanço ainda é feia, por causa das dívidas, mas já há indicativo de melhoria. Fizemos o necessário, mas ainda não é suficiente”, diz.

O resultado ocorre após troca de gestão na entidade. Em junho do ano passado, tomava posse como provedor o pediatra José Luiz Setúbal, em substituição ao advogado Kalil Rocha Abdalla, que renunciou ao cargo e é investigado pelo Ministério Público Estadual por falhas na gestão. Nos seis anos em que Abdalla esteve à frente da Santa Casa, a dívida da entidade chegou a mais de R$ 800 milhões. Ele nega qualquer irregularidade na administração.

Por causa do débito milionário, a situação no maior hospital filantrópico da América Latina ainda é preocupante, segundo Setúbal. “A gente fez a reestruturação da administração. Demos um jeito na máquina sem afetar muito o atendimento. Mas como a dívida é muito grande, a situação ainda é crítica. Demos o azar de pegar essa turbulência política e econômica no País, que atrapalha a renegociação da dívida e coloca em risco a sobrevivência da Santa Casa”, disse o provedor.

Desde outubro, a instituição vem negociando com a Caixa Econômica Federal e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o empréstimo de R$ 360 milhões para honrar compromissos com fornecedores e diminuir o peso dos débitos bancários. “Esperávamos a aprovação do empréstimo em abril e o dinheiro liberado em agosto. Mas, com a troca de governo, tudo deve atrasar”, diz Setúbal.


IMÓVEIS


De imediato, diz o provedor, a entidade precisa de R$ 20 milhões para operar enquanto o empréstimo não é aprovado. Com o corte de 10% no repasse estadual por causa da crise e a instabilidade no cenário federal, a instituição aposta na venda de imóveis para levantar o dinheiro. Mas nem essa alternativa tem se mostrado um caminho fácil. “Fizemos um leilão de 25 imóveis em dezembro, mas não tivemos nenhum lance. Com a crise, o mercado está muito com o pé atrás”, afirmou Villela.

Somados, os imóveis que seriam leiloados são avaliados em cerca de R$ 60 milhões e a estimativa da provedoria era conseguir pelo menos R$ 15 milhões no leilão realizado no ano passado. Sem nenhum lance, um novo leilão deverá ser realizado em breve. “Se não conseguir esse dinheiro, não consigo pagar os fornecedores. E sem material médico, teríamos de interromper os atendimentos”, diz o provedor.




Técnica mata células resistentes da leucemia

23/05/2016 - Correio Braziliense


A leucemia linfoblástica aguda é o tipo de câncer infantil mais comum no mundo. Apesar da quimioterapia intensiva, um quinto dos pacientes sofrerá relapso, o que, geralmente, indica um prognóstico ruim. Agora, pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, e do Hospital Infantil de Zurique descobriram uma forma de matar as células doentes resistentes: via necroptose.

As drogas quimioterápicas tradicionais desencadeiam um processo de suicídio celular, chamado apoptose, nas linhagens cancerosas. Todas as células do corpo têm esse mecanismo, que é ativado assim que uma delas sofre um dano grave. Diariamente, milhões de células morrem naturalmente pelo processo apoptótico, algo crucial para que o corpo funcione normalmente. Contudo, as células tumorais encontram meios de transtornar esse balanço entre sobrevivência e morte. Apesar dos medicamentos agressivos, elas conseguem suprimir a apoptose, o que as deixa resistentes ao tratamento.

“Nossa pesquisa revela que a necroptose, um programa alternativo de morte celular, pode ser ativada nas células humanas de leucemia. Isso mata mesmo aquelas células que mal respondem à quimioterapia”, conta Jean-Pierre Bourquin, um dos autores do trabalho, publicado na Science Translational Medicine. Ele explica que a enzima RIP1 kinase é uma das maiores responsáveis por regular a necroptose. A RIP1 controla mecanismos moleculares que governam se uma célula vive ou morre. Os pesquisadores identificaram substâncias que ativam essa enzima, suprimindo a substância que a inibe.

Para testar a eficácia dessas substâncias, chamadas mimetizadoras SMAC, o grupo usou ratos com células de leucemia humanas. Os cientistas mostraram que um terço das células resistentes à quimioterapia é extremamente sensível às SMAC e acaba morrendo. Em seguida, os pesquisadores lançaram mão do Crisp, o método de edição genômica, e descobriram que tanto a apoptose quanto a necroptose dependem da RIP1 kinase.

Por isso, para fazer as células serem resistentes, precisa-se desativar os genes associados à apoptose e à necroptose. Da mesma forma, a ativação simultânea de ambos os mecanismos nas células cancerosas é o segredo para matá-las. “As mimetizadoras SMAC têm grande potencial de eliminar células leucêmicas em pacientes que são resistentes às drogas quimioterápicas estabelecidas”, diz Robenhausiense. Agora, os pesquisadores buscam biomarcadores que ajudem a identificar os pacientes que poderão se beneficiar do tratamento com as SMAC em testes clínicos.

Aflições perigosas

23/05/2016 - O Globo


Pesquisa mostra que 30% dos adolescentes no país têm transtornos que podem levar à depressão. Quase um em cada três adolescentes brasileiros sofre de transtornos mentais comuns (TMC), caracterizados por tristeza frequente, dificuldade para se concentrar ou para dormir, falta de disposição para tarefas do dia a dia, entre outros sintomas. Se não tratado, um problema desse tipo pode evoluir para distúrbios mais sérios.

O dado vem de uma pesquisa inédita no país, que analisou informações de 85 mil jovens de 12 a 17 anos de escolas públicas e privadas de 124 municípios com mais de 100 mil habitantes. O objetivo do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) foi, justamente, levantar a disseminação de fatores de perigo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Entre esses fatores, estão os TMC, por causa do desequilíbrio hormonal que podem provocar, além de outros como obesidade, hipertensão e tabagismo.

Os sintomas que caracterizam esses transtornos não são suficientes para um diagnóstico de depressão, o que dificulta a sua identificação — psiquiatras chegam a classificá-los, muitas vezes, como “silenciosos”. Mas os TMC podem levar estudantes até a abandonar suas escolas, por dificuldade de adaptação. Também podem estar na raiz de distúrbios como depressão, dificuldade de relacionamento e abuso de drogas no início da vida adulta.

Uma das coordenadoras da pesquisa Erica, a epidemiologista Katia Bloch, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que, embora seja difícil determinar as causas do elevado índice de transtornos — por se tratar de um estudo quantitativo —, os resultados acendem um alerta:

— É uma via de mão dupla: tanto os transtornos mentais comuns podem ser fator de risco para doenças cardiovasculares, por conta de uma mudança nos hormônios, quanto essas doenças cardiovasculares podem acabar provocando algum transtorno mental. Quem tem obesidade, por exemplo, pode vir a sofrer de TMC ou até depressão como consequência — destaca ela.

Conduzida entre 2013 e 2014 por várias universidades brasileiras, e financiada pelo Ministério da Saúde, a pesquisa mostra não apenas que 30% dos adolescentes sofrem desses transtornos (o número é considerado alto por especialistas), como também indica que o problema piora à medida que as pessoas crescem.

Na faixa etária de 15 a 17 anos, os transtornos mentais comuns foram identificados em 33,6% dos estudantes, enquanto entre os alunos de 12 a 14 anos a taxa é de 26,7%.

Ainda de acordo com o levantamento, o índice é sempre maior entre as meninas, em todos os recortes de idade. Aos 12 anos, 28,1% delas têm algum tipo de TMC. O ápice acontece aos 17 anos, quando 44,1% das adolescentes brasileiras apresentam o problema.

Os resultados do Erica levaram os pesquisadores a produzir 13 artigos, cada um deles abordando um fator de risco diferente para o desenvolvimento de doenças do coração. Autora do artigo sobre transtornos mentais comuns, a psiquiatra e epidemiologista Claudia de Souza Lopes, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), explica que o levantamento foi feito com a utilização do Questionário de Saúde Geral, uma ferramenta internacional de avaliação psicológica.

Os adolescentes tiveram que responder sobre aspectos como tristeza e dificuldade de dormir, sempre levando em conta os 15 dias anteriores. Os transtornos mentais comuns eram identificados com base na frequência com que os sintomas apareciam nesse período em cada questionário. Foi uma surpresa detectar que 30% dos jovens brasileiros se encaixam nesse perfil.

— Estudos internacionais costumam mostrar que 25% dos adolescentes apresentaram algum transtorno no ano anterior às pesquisas. Nosso trabalho mostrou um índice mais elevado, principalmente tendo em vista que o período analisado foi de apenas 15 dias — avalia Claudia. — Já era esperado que meninas apresentassem mais esse problema. Mulheres têm mais sentimentos depressivos, sofrem mais com as transformações do corpo. Esse tipo de dado já está bem estabelecido na literatura médica. Há algumas características quase inerentes ao sexo. Enquanto os homens são mais afetados por doenças como esquizofrenia, por exemplo, mulheres sofrem mais de depressão.

Segundo a pesquisa, esses transtornos são mais frequentes em alunas de escolas privadas. Entre os 15 e 17 anos, 46% das garotas que frequentam colégios particulares apresentaram o problema, enquanto o índice é de 42% nas escolas públicas, para a mesma faixa etária. O estudo não abordou as razões dessa diferença.

— Esperamos que nosso trabalho sirva de base para que outras pesquisas se aprofundem nesse tema — comenta Claudia.

De acordo com ela, é importante identificar esse tipo de transtorno ainda na adolescência para evitar sua evolução para problemas mais graves, como o abuso de drogas e a depressão.

— Acredita-se que adolescentes que apresentam esses transtornos têm risco maior para desenvolver tabagismo e abuso de outras drogas. Mas isso é algo que ainda temos que investigar — pondera. — Na adolescência, é frequente a ocorrência de bullying, obesidade, a busca pelo corpo ideal e todas as pressões decorrentes. Identificando os subgrupos de mais risco para desenvolvimento de transtornos mentais comuns, conseguiremos agir com mais precisão para ajudar esses adolescentes.


‘MUITO SENSÍVEL AO EXTERIOR’


Hoje aos 18 anos, a jovem Carla (nome fictício) teve uma adolescência problemática. As dificuldades para lidar com o mundo a seu redor — ela fugiu de casa algumas vezes quando ainda tinha 13 anos, ficando “desaparecida” por horas — evoluíram para um quadro mais sério. Aos 16, começou a usar diferentes drogas, o que piorou a situação. Um ano depois, a jovem interrompeu a escola, adiando sua participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para tratar de suas questões.

— Desde criança, eu era muito sensível ao exterior, chorava por qualquer coisa e aprendi cedo a manipular as pessoas — descreve ela. — Mas foi na adolescência que tudo piorou, porque passei a ter uma percepção mais clara das pessoas e do mundo e, na tentativa de me definir, acabei entrando num processo de autodestruição.




SP prorroga vacinação contra gripe até dia 31

21/05/2016 - O Estado de S.Paulo


Após vários postos de saúde ficarem sem a vacina contra a gripe antes da data do término da campanha, prevista para ontem, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo anunciou que prorrogará a imunização até o dia 31. “Aqui em São Paulo, a meta era vacinar 12,8 milhões de pessoas. Já passamos dos 100%,mas como teve um número de doentes crônicos maior (procurando a vacinação),o Estado já está distribuindo hoje (ontem) mais um milhão de doses”, disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Ele afirmou que as doses extras foram adquiridas por meio de uma parceria com o Instituto Butantã, produtor do imunizante, com verba própria estadual.

“O Estado e o Butantã estão colocando esse recurso, não é o Ministério da Saúde. São quase R$ 20 milhões a mais que estão sendo colocados”, declarou o governador.

O secretário estadual da Saúde, David Uip, explicou que terão prioridade na distribuição das doses extras os municípios que ainda não alcançaram a meta de cobertura vacinal. “Temos regiões do interior que ainda não atingiram 100%. Então vamos suprir com esse 1milhão de doses do Butantã os locais que têm carência da vacinação”, disse.

Neste ano, até o dia 9, o País registrou 470 mortes por H1N1, a maioria no Estado de São Paulo, com 223 óbitos.




EUA têm 157 grávidas com suspeita de zika

21/05/2016 - O Estado de S.Paulo


O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos informou ontem que mantém sob observação 157 mulheres grávidas por possível infecção do vírus zika naquele país.

Até o dia 12, tinham sido reportados os casos de 157 mulheres grávidas com o vírus nos EUA e 122 em Porto Rico e outros territórios sob jurisdição americana.

As autoridades informaram que as mulheres contraíram o vírus após terem viajado para regiões onde o zika está presente ou por contato sexual.

Em fevereiro, o Centro de Controle dos EUA reportou que pelo menos duas mulheres grávidas com zika tinham se submetido a abortos e outra deu à luz um bebê com sérias más-formações congênitas. Segundo o relatório divulgado ontem, das 157 mulheres grávidas nos Estados Unidos que deram positivo, 73 (49%) apresentaram sintomas da doença.




Açúcar, gordura e sal voltam ao prato

21/05/2016 - Folha de S.Paulo


Chocolate escuro é bom outra vez. Carne seca também. E sorvete feito com nata ou leite integral? Pode apostar que sim.

As definições do que é saudável mudam muito rapidamente, e hoje as pessoas estão voltando a comer o que há apenas dois anos evitavam. Estudos recentes sugerem que nem todos os tipos de gordura contribuem para o ganho de peso ou problemas cardíacos.

Com isso, as empresas estão correndo para promover alguns alimentos. E os proponentes da alimentação saudável se perguntam o que deu errado.

Segundo o novo modo de pensar, nem toda a gordura é prejudicial, tampouco todas as comidas com alto teor de sal. Ainda há um estigma ligado aos substitutos do açúcar, mas não tanto ao açúcar de cana, pelo menos quando consumido em moderação.

A marca americana Edy’s vendeu 10,8% mais de seu sorvete Edy’s Grand Ice Cream, feito com nata, nas 52 semanas que se encerraram em 21 de fevereiro, em comparação com o mesmo período do ano passado. A venda de outros sorvetes com alto teor de gordura também aumentou.

É claro que é preciso prestar atenção aos detalhes das novas descobertas científicas. Por exemplo, nenhum dos novos estudos recomenda que se consuma bacon à vontade. “A nova definição de saúde moderna é muito diferente da visão tradicional, que era que se reduzisse o consumo de gordura, açúcar e sódio”, disse Robert Kilmer, presidente da Nestlé Dreyer’s Ice Cream, divisão da Nestlé USA. “Hoje em dia, ‘saudável’ tem a ver com os ingredientes e de onde eles vieram.”

As empresas de alimentação vêm se esforçando para oferecer o que os consumidores consideram ser alimentos saudáveis e de teor nutricional aprimorado. As vendas de produtos feitos com ingredientes orgânicos subiram muito.

A Mars Food, cujas marcas incluem o arroz Uncle Ben’s e os molhos Dolmio para macarrão, reduziram em 20% o teor de sódio de muitos de seus produtos. Também a General Mills está eliminando as cores e os sabores artificiais de seus cereais matinais.

Mas os consumidores recalculam constantemente os prós e contras dos alimentos. Em 2015, por exemplo, os americanos checaram o teor de gordura apresentado nos rótulos dos alimentos que compraram com menos frequência do que fizeram em 2006, segundo uma pesquisa do Natural Marketing Institute. Hoje eles prestam mais atenção aos ingredientes de cada produto, seu impacto ambiental e o bem-estar de animais. E é bom não esquecer do sabor. A maioria dos americanos diz que valoriza mais o sabor dos alimentos do que se são ou não são saudáveis.

Especialistas em nutrição acompanham a mudança com cautela. Margo Wootan, diretora de política nutricional do grupo de pesquisas Center for Science in the Public Interest, observou que as empresas avançaram no sentido de reduzir ou eliminar gorduras saturadas, que elevam o nível de colesterol no sangue e aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

A Associação Americana do Coração e outros grupos de defesa da saúde recomendam há anos que se limite o consumo de gorduras saturadas. Nos últimos anos, porém, alguns estudos sugeriram que a gordura saturada talvez não seja tão nociva quanto se pensava.

O governo dos EUA recomenda um limite ao consumo total de gorduras, que inclui as gorduras boas e más. Uma barra de 230 gramas de chocolate Ghirardelli 72% Intense Dark contém mais que a quantidade diária de gordura saturada recomendada pelo governo e mais de 75% do total recomendado de gordura. “Nada nos dados científicos indica que seja saudável consumir gordura à vontade, desde que não seja saturada”, disse Wootan.

Os nutricionistas também fazem objeção ao aumento das vendas de carne seca, vista no passado como produto com teor altíssimo de sódio. Hoje, quando os consumidores pedem alimentos com alto teor de proteínas, a carne seca tornou-se uma opção popular. A empresa de pesquisas de mercado Nielsen revela que as vendas de lanches como charque subiram 46,9% entre 2011 e 2015.

Cada porção de 28 gramas do produto mais consumido da Link Snacks, Jack Link’s Teriyaki Beef Jerky, contém 12 gramas de proteínas e apenas 80 calorias —além de um quinto da quantidade diária recomendada de sódio. Troy Link, o executivo-chefe da empresa, disse que a companhia vem reduzindo o teor de sódio de seus produtos, além de ter eliminado o glutamato monossódico e os nitritos. “Em última análise, as pessoas querem algo saboroso.”




Médicos comemoram decisão do STF sobre ‘pílula do câncer’

21/05/2016 - O Globo


A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a Lei 13.269, que liberava a fabricação, distribuição e uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”, foi recebida com entusiasmo pela comunidade médico-científica. Especialistas procurados pelo GLOBO afirmaram que o STF agiu de maneira responsável e coerente.

— Cuidar das pessoas exige extrema responsabilidade. Não é porque há um desespero e clamor por uma substância que responda a uma doença avançada que devemos defender que as pessoas usem algo que não sabemos o que é — comenta Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), que moveu a ação contra a lei aprovada pelo Congresso.

Cardoso defende que é obrigação da categoria médica brasileira estar alerta à utilização de tratamentos que ainda não são devidamente comprovados:

— Quando falamos de medicamento sempre pesamos riscos e benefícios. No caso da fosfoetanolamina, não sabemos nem uma coisa e nem outra. Não queremos cercear o direito de ninguém, mas nossa obrigação como médicos é verificar se isso foi testado adequadamente. Essa substância é produzida de maneira semiartesanal. Um medicamento precisa seguir padrões estabelecidos — explica.

Coordenador do Programa de Bioética da UnB, Volnei Garrafa afirma que o Congresso agiu de forma irresponsável aprovando uma lei que liberou a produção e comercialização da substância e que, felizmente, a Justiça reverteu esse dano.

— Eu considerava uma irresponsabilidade o Congresso ter aprovado essa lei, embora não seja nenhuma surpresa esse Congresso fazer irresponsabilidades. A medida do Supremo foi muito oportuna e responsável e a área científica em geral está de acordo com isso. A ciência é glacial: para comprovar se uma coisa é boa ou ruim tem que testar com uma metodologia rigorosa— destaca Garrafa.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) também manifestou seu apoio à decisão. Em nota, o presidente do CFM, Carlos Vital, elogiou a postura do tribunal:

“O Supremo decidiu de forma coerente com tratados internacionais e determinações constitucionais, que só autorizam o uso de medicamentos após o seu reconhecimento científico”.

Para Vital, tomar outra decisão que não esta colocaria em risco a vida de inúmeras pessoas que sofrem com a doença. “Atuar de forma diferente é colocar em risco a segurança do paciente em controversa argumentação dos direitos humanos”, considerou no comunicado.


CLAMOR POPULAR


Mesmo com a posição praticamente unânime de cientistas sobre a fosfoetanolamina, pacientes se revoltaram com a derrubada da lei que liberou a substância.

A catarinense Luci Flôr, de 45 anos, desabou em lágrimas com a notícia. A mãe dela tem câncer em estágio terminal e, como último recurso, Luci entrou com ação em abril para obrigar o laboratório PDT Pharma a liberar a substância. A unidade, em Cravinhos, no interior de São Paulo, está produzindo a substância apenas para testes clínicos.

— Não acredito que o STF fez isso. Tanta luta para nada. Minha vitória seria conseguir a fosfoetanolamina para minha mãe. Não está fácil. Quero muito que ela vença. Coloquei todas as minhas esperanças nessa substância — lamenta.

Apesar do clamor popular, de acordo com o coordenador jurídico da AMB, Carlos Michaelis, dificilmente a decisão será revertida. Ele explica que o plenário avaliará ainda o mérito da ação de forma definitiva, mas que a suspensão já é um forte indicativo.

— A ação era o melhor a se fazer para proteger a questão científica e promover a segurança dos pacientes — disse.




Uma nova velha ameaça à saúde sexual

23/05/2016 - Época


Um surto de gonorreia resistente ao tratamento convencional tem assustado o Reino Unido desde o final do ano passado. Com 34 casos já confirmados, o grande temor das autoridades é o surgimento de uma "superbactéria" que não seja sensível a nenhum dos antibióticos disponíveis hoje.

No início de maio, a agência de saúde pública da Inglaterra alertou que esses casos podem ser apenas parte do problema, já que 10% dos homens heterossexuais e metade das mulheres e gays podem não apresentar sintomas. Mesmo sem nenhum sinal, a doença é transmissível: 90% dos parceiros e parceiras sexuais daqueles que estavam infectados pela bactéria resistente também tinham gonorreia.

O atual surto, que começou em casais heterossexuais, agora já atingiu o grupo dos homens que fazem sexo com outros homens, o que poderia aumentar sua velocidade de transmissão, já que esse grupo tende a trocar de parceiros com maior frequência.

A gonorreia é considerada a segunda doença bacteriana mais comum transmitida pelo sexo, atrás apenas da infecção provocada pela clamídia. Ela aumentou cerca de 20% no Reino Unido no último ano, com quase 35 mil casos confirmados, a maioria na população abaixo dos 25 anos. Bom lembrar que uma pessoa pode se contaminar com a doença mais de uma vez e que a presença da bactéria aumenta os riscos de infecção pelo virus HIV, causador da aids.

Sem tratamento, a gonorreia pode causar inflamação do útero e trompas, provocar infertilidade e ser transmitida da mãe para o feto durante a gravidez, o que aumenta o risco de aborto, parto prematuro e problemas de saúde do bebê (como cegueira).

Como medidas para conter o avanço da gonorreia, os especialistas sugerem sexo seguro, teste diagnóstico e tratamento dos parceiros. Para evitar a resistência, seria importante controlar o uso indiscriminado de antibióticos e seguir o tratamento indicado pelo médico de forma correta.

Desafio à vista: no último ano, muito se falou do uso crescente de aplicativos de encontro pelos jovens e do aumento das DSTs, inclusive da gonorreia, nos Estados Unidos e na Europa. Agindo na pressão, por impulso, o jovem se arriscaria mais e usaria menos camisinha. O relatório de um consórcio internacional divulgado na última semana, baseado no levantamento Global Burden of Disease, mostrou que o sexo sem proteção foi o fator de risco que mais cresceu entre os jovens de 1990 a 2013 e, hoje, é o segundo que mais impacta a saúde daqueles que têm entre 15 e 19 anos. Na frente dele, apenas o consumo de álcool. Que tal repensar, mais uma vez, as estratégias de educação sexual?

Jairo Bouer o mèdico formado pela USP, com residência em psiquiatria. Trabalha com comunicação e saúde. E-maii: jbouer@edglobo.com.br




Samu de Haddad piora e demora demais

23/05/2016 - Folha de S.Paulo


As ambulâncias do Samu estão demorando mais tempo para conseguir prestar atendimento de urgência nas ruas da cidade de São Paulo.

Em 2015, a demora cresceu em quatro de cinco regiões em relação ao ano anterior e, na zona sul, já supera 15 minutos, conforme dados obtidos pela Folha via Lei de Acesso à Informação. O padrão de referência aceito por parâmetros internacionais varia de 10 a 12 minutos.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi criado em 2003, é acionado pelo telefone 192 e faz parte da Política Nacional de Atenção a Urgências. Cabe ao governo federal repassar 50% do valor de custeio do serviço, compartilhado com Estados e municípios —na capital, está a cargo da gestão de Fernando Haddad (PT).

O levantamento considera os atendimentos de nível 1 do Samu —prioridade absoluta, para casos em que há risco de morte e requerem encaminhamento imediato da vítima ao hospital. Quanto maior a espera,menores as chances de sobrevida após um atropelamento ou acidente com poli traumatismo, por exemplo.

“Esse padrão tem que ser o mais rápido possível”, diz Dirceu Rodrigues Alves Junior, da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego),lembrando que “a ambulância tem dificuldade para circular no meio do trânsito” de grandes centros urbanos.

Em São Paulo, a piora nos resultados contrasta com a melhora do trânsito na cidade entre 2014 e 2015, segundo medição da CET—resultado parcialmente explicado pela crise econômica, que reduz a quantidade de viagens.

Questionada, a prefeitura diz que aspectos como distância e dificuldade de acesso afetam os tempos de chegada das ambulâncias aos locais das ocorrências,mas não detalha os motivos da piora em 2015 nem as informações sobre as equipes —como as possíveis mudanças no número de veículos disponíveis.


TEMPO MÉDIO


Das cinco regiões em que a cidade é dividida para atendimento do serviço de saúde, duas ficaram no ano passado com padrão de socorro acima de 12 minutos: centro-oeste e sul. Em 2014, não havia nenhuma área nessa situação.

O tempo médio para a chegada da ambulância do Samu na centro-oeste foi de 13 minutos e 8 segundos. Na sul, 15 minutos e 8 segundos, uma piora próxima de 40%.

Alves Junior, da Abramet, avalia ser preciso distribuir melhor as ambulâncias pela cidade, colocando-as mais próximas de regiões em que estatisticamente ocorrem mais acidentes de trânsito.

Ele considera, ainda assim, haver qualidade no Samu.

“Temos um bom serviço, bem treinado, com gente especializada. A única coisa é a dificuldade de remoção. Tanto é que estamos vendo que resgate aéreo está sendo mais frequente.” O serviço chegou a receber, há quase quatro anos, um certificado internacional de qualidade.

Em São Paulo, além do Samu, há o pronto-atendimento do Grau (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências), pelo telefone 193.




Distância e dificuldades de acesso afetam ambulâncias, diz prefeitura

23/05/2016 - Folha de S.Paulo


Responsável pela gestão do serviço prestado pelo Samu na capital paulista, a prefeitura afirma que o atendimento de urgência é realizado“ levando em consideração a estrutura disponível e o melhor percurso para atingir menor tempo de deslocamento”.

Em nota, a gestão Haddad (PT) diz que o tempo médio é determinado por diversos fatores, como as “distâncias percorridas, a dificuldade de acesso a alguns locais e da velocidade média da frota”.

Questionada, ela não chegou a detalhar os motivos que podem ter levado à maior demora para atendimento pelas ambulâncias em 2015 —nem deu informações a respeito do quadro de equipes.

Nos casos de máxima prioridade, diz a prefeitura, a orientação é deslocar a ambulância mais próxima.

“Dessa forma, os demais atendimentos são realizados por outros veículos disponíveis, que podem estar distantes, impactando o tempo de deslocamento”, afirma.

A prefeitura ressalta que não é possível atribuir o aumento do tempo de deslocamento das ambulâncias ao trânsito na cidade, uma vez que o congestionamento registrado na capital, pelos dados oficiais, teve queda entre 2014 e 2015.

A Central de Regulação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência atende cerca de 5.000 ligações únicas diariamente.

São abertas 1.100 ocorrências por dia.

Para Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego),a diminuição da velocidade média nas vias da cidade deve contribuir para a redução nesse número de chamados.

“Temos tudo para diminuir os acidentes, diminuímos as velocidades e as lesões produzidas para quem está nos veículos e fora deles”, diz.

Em 2015, pela primeira vez em dez anos, a quantidade de mortes em acidentes de trânsito na capital (992) ficou abaixo de 1.000—houve queda de 20,6% no número de vítimas em relação ao ano anterior.

É a maior baixa desde 1998, quando passou a vigorar o novo código de trânsito, e a redução atingiu 23,7%.

O número de mortes no trânsito é também o menor da série histórica da CET (companhia de tráfego) —iniciada em 1979.




Injeção de bolhas ajuda a tratar infarto

23/05/2016 - Folha de S.Paulo


Um inusitado tratamento contra infarto que usa uma injeção com cerca de 2 bilhões de microbolhas de gás é seguro e eficaz na desobstrução dos vasos sanguíneos e ainda melhora a função do coração, aponta um novo estudo.

O artigo, de autoria de brasileiros em parceria com um pesquisador americano, sairá nesta segunda (23) em uma das principais revistas científicas de cardiologia do mundo, o “Journal of the American College of Cardiology”.

As microbolhas funcionam como uma espécie de dinamite que explode o coágulo (que impede a circulação sanguínea e causa o infarto).

Elas são injetadas e correm livremente pelos vasos sanguíneos até se depararem com esse bloqueio, e ali se acumulam. Aí entra um aparelho de ultrassom, que é colocado no peito do paciente e faz com que as microbolhas vibrem e destruam o coágulo, liberando novamente a passagem para o sangue.

A ideia surgiu há cerca de 20 anos, quando um grupo no Canadá mostrou, em ensaios in vitro, que as bolhas expostas a um campo de ultrassom podiam romper coágulos.

Em 2004,pesquisadores da Universidade de Nebraska (EUA) testaram a técnica em animais. Em 2014 foram iniciados os testes em humanos, numa parceria do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP) com os americanos.

Durante o estudo, pacientes que chegavam ao pronto socorro do hospital com infarto agudo eram convidados a participar da pesquisa.

Caso concordassem em se submeter ao novo tratamento, recebiam a injeção de microbolhas e o ultrassom até que fossem chamados para receber a terapia convencional, que inclui medicamentos e angioplastia para desobstrução das artérias coronárias.

Os resultados preliminares do estudo, que avaliou a segurança da técnica, mostram que aqueles que receberam a injeção tiveram maiores índices de abertura da artéria obstruída e de recuperação do miocárdio quando comparados àqueles que não passaram pela técnica mas receberam o tratamento convencional.

“A terapia também conseguiu romper os coágulos menores que se soltam do coágulo maior. Eles vão obstruindo os ‘ramos’ da coronária e são inacessíveis pela angioplastia”, diz Wilson Mathias Jr.,diretor da unidade de ecocardiografia do Incor e coordenador-chefe da pesquisa.

Roberto Kalil Filho, presidente do Incor, lembra que o infarto é a doença que mais mata no mundo, apesar da tecnologia e dos medicamentos disponíveis hoje.

“Cada segundo de artéria fechada é mais tempo de coração morrendo. Quanto antes você conseguir abrir a artéria e jogar o sangue de novo ali, maior a sobrevivência e menor o risco de sequelas”, afirma. “Esse é mais um método para ajudar a salvar vidas, e esses resultados iniciais mostram que ele é bom, simples e sem riscos.” O cardiologista do HCor (Hospital do Coração) e professor da USP Leopoldo Piegas, que não esteve envolvido no trabalho, avalia a técnica como promissora.

“O trabalho tem um resultado impressionante, impactante.

Houve melhora na aberturadas artérias, na função do ventrículo esquerdo do coração e na contratura do músculo, o que sugere uma melhora da circulação. Toda técnica que ajudar a abrir artérias no tratamento do infarto é bem-vinda”, diz.

“Mas é um trabalho inicial, que precisa ser replicado com mais pacientes até para observar possíveis efeitos colaterais num grupo maior.” Ele lembra que outro trabalho que avaliou a técnica apontou efeitos adversos, como um espasmo na artéria coronária que causou sua constrição —coisa que não ocorreu no trabalho feito no Incor.

Os resultados publicados têm como base o tratamento de 30 pessoas. Hoje o Incor já tem 42 pacientes e o hospital pretende chegar a cem.

José Luiz Eusébio,47, foi um dos pacientes que participou do estudo. Em janeiro de 2015, o acupunturista estava na região do Anhangabaú, em São Paulo, quando começou a passar mal. Pegou o metrô e deu entrada no pronto-socorro do Incor, onde soube que estava tendo um infarto.

Na sua família, outras três pessoas tinham tido o problema.

Desde então, mudou hábitos: começou a praticar artes marciais e já perdeu 18 kg.

Tanto Kalil como Mathias apontam para a possibilidade de a terapia ser usada em centros não especializados, como postos de saúde, e em ambulâncias, pelo fato de não oferecer risco de hemorragia como certos medicamentos.

“Se comprovar eficácia em outros estudos, acredito que o tratamento será aprovado rapidamente. Aí é só uma questão de entrar no mercado e ver o custo”, diz Kalil.




Hospitais privados têm taxa de 80% de ocupação de leitos

23/05/2016 - O Estado de S.Paulo


Apesar de ter sido afetado pela crise, que acarretou a saída de 760 mil clientes dos planos de saúde em 2015, o setor de hospitais privados conseguiu manter a taxa de ocupação de leitos em 80% no ano passado, de acordo com levantamento divulgado pela Anahp, que reúne empresas do setor.

A entidade divulgou, no entanto, que a receita do setor teve redução de 3,3% em termos reais no ano passado, considerada a inflação medida pelo IPCA, enquanto as despesas subiram 2%. A pesquisa aponta outro indicador que mostra o controle de custos no setor: as despesas totais por internação subiram 6,4%, bem abaixo da variação de 10,7% do IPCA.




Número de mortes por dengue cai 90% no Estado de São Paulo

23/05/2016 - DCI


Após registrar a pior epidemia de dengue da sua história em 2015, o Estado de São Paulo reduziu em 90% o número de mortes pelo vírus no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo balanço apresentado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) na sexta-feira (20), 403 pessoas morreram nos quatro primeiros meses de 2015 por complicações da doença. Já neste ano, foram 44.

O governo do estado informou ainda que o número de casos confirmados de dengue passou de 653 mil de janeiro a maio do ano passado para 114 mil neste ano.

Segundo Alckmin, a contratação, por parte do estado, de agentes extras de combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti foi uma das razões que explicam a queda da circulação da doença neste ano.

"Fizemos uma coisa importante, que foi contratar os agentes de saúde todo sábado. Chegamos a ter 30 mil agentes, e o combate ao mosquito, que era feito em um quarto dos municípios (25%), passamos a ter no estado inteiro, porque 90% dos municípios aderiram a esse trabalho", disse.

O governador anunciou ainda que o pagamento extra a agentes de saúde aos sábados, implantado de março a maio deste ano, será retomado a partir de setembro com o objetivo de evitar uma nova epidemia no ano que vem.

Alckmin disse ainda que começará em junho a imunização dos voluntários que participarão da última fase da pesquisa da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantã.

Em São José dos Campos, a prefeitura realizou no sábado (21) um arrastão contra a dengue em parte da zona oeste da cidade, que compreende os bairros Jardim das Indústrias e Jardim Alvorada, visando vistoriar 6.106 imóveis, de 174 quadras. Foi o 8º sábado consecutivo de arrastão com atuação de 55 agentes.

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