CLIPPING - 20/05/2016
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
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STF suspende lei que liberou ‘pílula do câncer’; USP não tem mais cápsulas
20/05/2016 - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 19, por 6 votos a 4, suspender provisoriamente a lei federal que liberou porte, uso, distribuição e fabricação da fosfoetanolamina sintética, a chamada “pílula do câncer”. A decisão não suspende a autorização para uso do medicamento concedida por meio de liminares em instâncias inferiores, uma vez que falta a análise do mérito pelo plenário da Corte. No entanto, novas liminares estão vetadas e o acesso às cápsulas hoje foi dificultado.
No mês passado, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, havia determinado que a Universidade de São Paulo (USP), que entre os anos 1990 e 2014 sintetizou e distribuiu gratuitamente a substância no câmpus de São Carlos, apenas cumprisse ordens de envio das cápsulas até o fim dos estoques. Mais de 15 mil ações, em dois anos, cobraram a produção da fosfoetanolamina pela USP. Hoje, não há mais nenhuma dose da substância nos depósitos.
O Estado apurou que o novo alvo de liminares é o laboratório PDT, em Cravinhos, que sintetiza o produto para testes clínicos do governo paulista. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em Valinhos estuda entrar com ação para obrigar o governo estadual a prosseguir com os estudos, mesmo se o STF decidir definitivamente pela inconstitucionalidade da lei. “Se o STF mandar cessar a entrega para consumo, que pelo menos o Estado seja compelido judicialmente a prosseguir com a pesquisa”, disse o promotor de Justiça Vanderley Trindade.
A lei foi sancionada pela presidente da República afastada, Dilma Rousseff, às vésperas da suspensão de seu mandato pelo Senado. O pedido de medida cautelar na ação direta de inconstitucionalidade foi apresentado no Supremo pela Associação Médica Brasileira (AMB). A entidade questionou a permissão dada a pacientes diagnosticados com câncer de usar, por escolha livre, um medicamento que ainda não tem eficácia comprovada.
O relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, balizou o julgamento ao votar pela suspensão integral da lei e foi acompanhado pelos ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
“O direito à saúde não será plenamente concretizado sem que o Estado cumpra a obrigação de assegurar a qualidade das drogas distribuídas aos indivíduos mediante rigoroso crivo científico, apto a afastar desenganos, charlatanismos e efeitos prejudiciais ao ser humano”, afirmou Marco Aurélio. “Nos termos da lei, sequer há a necessidade de apresentação de prescrição médica (para obter o composto). Há, assim, risco de dano irreparável ou de dificílima reparação à saúde dos cidadãos.”
PACIENTES TERMINAIS
O ministro Edson Fachin dividiu a Corte ao votar pela liberação da substância apenas para pacientes em caso terminal. Ele alegou que o Estado não pode interferir em uma decisão reservada ao âmbito privado do paciente. A tese foi acompanhada por Rosa Weber, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
“As condicionantes exigidas para o acesso à determinada substância podem ser relativizadas em vista da condição de saúde do paciente. Essa escolha não decorre apenas do direito à autonomia, mas da autodefesa, ou seja, do direito de agirem em prol da qualidade de vida”, afirmou Fachin.
Barroso lembrou que uma resolução da Anvisa já autoriza o uso de substâncias não regulamentadas por pacientes terminais. A agência autoriza pacientes a utilizarem medicamentos sem eficácia comprovada com base em gravidade e estágio da doença, ausência de alternativa terapêutica satisfatória no País, entre outros. A resolução, no entanto, não inclui a fosfoetanolamina, já que a autorização especial da Anvisa só cabe a medicamentos em fase avançada de pesquisa e com indícios de resultados promissores.
GOVERNO
O presidente da Anvisa, Carlos Brasilino, aprovou a decisão do Supremo e defendeu a realização rápida de estudos clínicos. “Por motivos que desconhecemos, a fosfoetanolamina nunca foi submetida aos testes que toda substância candidata a novo medicamento precisa.” O Ministério da Saúde considerou acertada a decisão. Ele já havia sugerido anteriormente veto à lei.
Sucesso dos genéricos muda ranking do setor
20/05/2016 - Valor Econômico
Oito das dez maiores farmacêuticas do mercado brasileiro produzem genéricos e quatro entre as cinco maiores nesse ranking são também líderes nas vendas desse medicamento no país, segundo dados da consultoria IMS Health.
Desde 1999, quando foi regulamentado, a aposta em genéricos, cujo consumo cresceu quase cinco vezes em 17 anos, deu o tom à evolução do setor no Brasil. "A chegada dos genéricos trouxe uma revolução ao mercado farmacêutico", diz Telma Salles, presidente-executiva da Pró-Genéricos, entidade que representa essa indústria.
Maior laboratório segundo o ranking da IMS, o brasileiro Aché tem hoje 15% de seu faturamento proveniente da venda de genéricos, que entraram em seu portfólio com a aquisição da Biosintética em 2005. A EMS, vice-líder, é hoje a maior fabricante de genéricos do país. Na quarta colocação do ranking geral, atrás da Sanofi - que é dona da Medley, segunda maior fabricante de genéricos -, a Eurofarma é a terceira maior no segmento de genéricos. Já a Neo Química, da Hypermarcas, é a quinta maior em operação no Brasil e quarta em genéricos.
De 1999 para cá, segundo levantamento da PróGenéricos, o volume de vendas desses medicamentos no país cresceu 343%, enquanto o mercado farmacêutico em geral, sem considerar os genéricos, avançou 242%. "Mais gente passou a cuidar da saúde a partir do acesso ampliado a medicamentos", diz Telma. Em boa medida, o maior acesso deveu-se ao preço dos genéricos. "É uma economia real para a população, independentemente do momento econômico."
Levantamento da PróGenéricos mostra que os consumidores economizaram R$ 72 bilhões nos últimos 17 anos com a compra de genéricos, considerando-se o desconto mínimo de 35% frente ao preço do medicamento de referência. Se considerado nesse cálculo o desconto médio de 60% oferecido nos últimos cinco anos, essa economia supera R$ 120 bilhões.
O caminho dos genéricos, porém, não foi fácil. Inicialmente, diz a executiva, havia pouca informação sobre esse medicamento, o que gerou desconfiança no mercado. Hoje, o portfólio é composto principalmente por medicamentos de uso contínuo, o que demonstra a eficácia em relação aos produtos de referência.
Levantamento recente mostra que os genéricos ampliaram o acesso, por exemplo, a produtos para tratamento do câncer. Conforme a PróGenéricos, no conjunto de produtos para essa finalidade em que há versões genéricas, houve alta de 80% no volume comercializado. E os genéricos respondem por quase metade das vendas.
No Brasil, os genéricos representam cerca de 30% das vendas totais, em unidades, de remédios, enquanto em mercados desenvolvidos, como Europa e Estados Unidos, essa fatia chega a 80%.
Laboratório espera crescer 20% produzindo genéricos
20/05/2016 - DCI
Hoje está sendo celebrado o Dia Nacional dos Medicamentos Genéricos e neste ano comemora-se também 17 anos desde que os primeiros remédios genéricos foram registrados no País e sua produção foi liberada.
A Germed Pharma, multinacional 100% brasileira do Grupo NC Pharma, que também detém as marcas dos laboratórios EMS, Legrand e Nova Química, produz 7 milhões de unidades de medicamentos/mês, com sede em Campinas e unidade fabril, em Hortolândia. A holding tem fábricas em Hortolândia e em Manaus. Ela tornou-se uma empresa independente em 2009. Anteriormente era uma linha de produtos da EMS.
No primeiro ano de existência, em 2009 faturou R$ 192 milhões preço/fábrica e em 2015 fechou com um faturamento de R$ 1,28 bilhão e ocupa a 14ª posição no ranking dos principais laboratórios do país, com mais de 10 anos de existência. Atualmente a empresa integra um processo de internacionalização e atua em algumas áreas importantes, como a hospitalar em Portugal e também na Espanha.
O diretor-presidente da Germed, Cosme dos Santos, disse os laboratórios farmacêuticos no Brasil estão operando com margens cada vez menores. Os preços de medicamentos são regulados pelo governo federal, que determina sempre qual vai ser o percentual de aumento. "É o governo que diz qual vai ser o aumento e nós sofremos nos últimos anos. O governo sempre dava o aumento abaixo da inflação ou às vezes até próximo da inflação. Mas o dólar sempre foi acima. Este ano o governo liberou a inflação e o índice de aumento ficou em 12,5%, mas o dólar nos últimos 4 meses aumentou acima de 10%. Pagamos a matéria prima em dólar e com isso as margens estão sendo estranguladas", explicou Cosme dos Santos.
A Germed foi a única a produzir no hemisfério sul o Sigmasporin, usado contra a rejeição de órgãos transplantados. "Eu lancei esse medicamento no Brasil na linha hospitalar", lembra.
Dentro do planejamento estratégico da Germed está o lançamento nos próximos 60 dias do genérico Tadalafila, que é o Cialis, usado no tratamento de disfunção erétil, mercado que movimenta R$ 345 milhões/ano. "O ano passado foi horroroso e tivemos crescimento quase zero. Para 2016, pretendemos crescer no setor de genéricos 20% em relação a 2015. A preço/fábrica, esperamos fechar 2016 com um faturamento de R$ 1,6 bilhão", diz.
Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS), a população brasileira saltará de 12,5% para 30% de idosos até 2050. Diante do fato a Germed Pharma tem voltado sua atenção para essa população que viverá mais. "A partir desses dados já estamos nos preparando para o futuro com ações diferenciadas como, por exemplo, a realização de mais de 1.200 eventos 'Germed em Ação' pela nossa equipe de Marketing de Relacionamento, responsável por garantir a presença dos nossos produtos nas farmácias de todo o país", ressalta.
Segundo ele, os eventos 'Germed em Ação' compreendem prestação de serviços como aferição de pressão e glicemia, informativos sobre saúde e bem-estar, principalmente para idosos. As ações são realizadas em parceria com drogarias e farmácias e anualmente a Germed Pharma atende mais de 60 mil pessoas.
Ainda sobre suas estratégias, a Germed Pharma, acompanhando o crescimento dos genéricos até maio deste ano já ofereceu mais de dez novos produtos. Reforçando a questão da acessibilidade, a Germed Genéricos tem como meta, até o final de 2016, superar os 15 lançamentos de novas moléculas e/ou apresentações. "A estratégia de acessibilidade do medicamento se dá através da contínua expansão da Germed nas cidades brasileiras e também faz parte do nosso DNA, assim como a qualidade e economia dos nossos produtos. Temos forte presença, por meio dos nossos genéricos, em mais de 50 mil farmácias e drogarias de todos os estados brasileiros", explica.
Com o mesmo princípio ativo, dose e fórmula, administrado pela mesma via e com igual posologia e indicação dos medicamentos referência, genéricos ainda esbarram na resistência da população desde seu lançamento. Mas o cenário está mudando.
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Indústria de máquinas e equipamentos médicos mira prestação de serviços
20/05/2016 - DCI
São Paulo - Para driblar a retração econômica e a queda dos investimentos na área de saúde, fabricantes de máquinas e equipamentos hospitalares querem ampliar as receitas com prestação de serviços.
Executivos contam que, diante da perspectiva de vendas menores, a saída é oferecer aos clientes (clínicas, laboratórios e hospitais) a possibilidade de elevar a produtividade com os baixos recursos disponíveis hoje.
"A indústria está tendo de encontrar alternativas para seu modelo de negócios, pensando em soluções em termos de qualidade e produtividade, entendendo como hospitais e clínicas trabalham", observa o presidente e CEO da General Electric (GE) Healthcare para América Latina, Daurio Speranzini Jr.
De acordo com ele, os estabelecimentos menores são mais afetados pela retração econômica, o que levou a companhia a desenvolver ferramentas específicas para ajudar na gestão desses negócios. A principal aposta, nesse sentido, são os softwares de gerenciamento.
"Os clientes de menor porte que tinham interesse em comprar sua primeira máquina postergaram essa decisão. Os consumidores maiores ainda compram, mas em volume menor", conta.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) indicam que o setor encolheu 7,6% no último ano. E a recuperação não deve ser rápida, na opinião do diretor executivo de relações institucionais da Abimed, Aurimar Pinto.
"O governo representa praticamente metade do nosso mercado, então os cortes [de investimentos públicos] refletem diretamente no nosso negócio. Quando olhamos esses dados recentes percebemos que não dá para esperar reversões rápidas, isso não acontece em curto prazo. O cenário não irá mudar nem no segundo semestre deste ano".
Apesar disso, Aurimar Pinto acredita que, com as mudanças na cena política, a confiança dos empresários está perto de ser retomada. "Estamos otimistas de que as mudanças políticas que estamos vivenciando resulte em retomada do crescimento. Por enquanto é uma fase de adaptação", comentou o diretor da Abimed.
Enquanto espera uma melhora do cenário e da confiança dos investidores, a Siemens Healthineers também está direcionando seus esforços à prestação de serviços, revela o diretor da empresa, Armando Lopes. "Oferecemos não apenas os equipamentos, mas também os serviços", diz.
Segundo ele, a companhia tem ofertado tecnologias que elevam a qualidade e a quantidade dos exames, melhoraram os resultados e aperfeiçoam em gestão dos negócios.
Lopes observa que a crise é o momento ideal para mostrar que o portfolio da empresa é capaz de maximizar retorno sobre os investimentos feitos.
"Ainda assim, se olharmos de uma forma geral, temos uma expectativa positiva para o segmento de saúde. O que existe no momento é uma precaução de quem precisa comprar equipamentos", avalia.
Outra que tem mirado na prestação de serviços, com foco em gerenciamento, é a Philips. A empresa apresentou na Hospitalar, feira que reuniu fabricantes de produtos médico-hospitalares, esta semana, na capital paulista, uma ferramenta de suporte clínico que dá "conselhos" durante o fluxo de trabalho e um software que aumenta a produtividade nos diagnósticos de radiologia, priorizando a agilidade.
"Fizemos uma série de mudanças para prestar o melhor serviço para o cliente e reduzir custos operacionais", comenta o vice-presidente de saúde para América Latina da Philips Healthcare, Daniel Mazon.
Ele revela que, desde o começo do ano passado, a companhia vem ajustando os contratos de manutenção a realidade econômica. "Boa parte das peças são importadas", explica ele, se referindo aos custos de importação de componentes para reparação dos equipamentos vendidos.
Na contramão do setor, a Fanem buscou no mercado externo uma saída para a baixa demanda da área de saúde no Brasil, segundo o diretor executivo da empresa, Djalma Luiz Rodrigues.
"Estamos dedicando mais atenção ao mercado de fora enquanto cativamos o mercado interno com serviços. Trabalharemos no exterior enquanto o governo brasileiro não reage. Mas espero que os hospitais voltem a ter recursos para que a gente possa continuar sobrevivendo", desabafa.
Hapvida investe R$ 22 milhões
20/05/2016 - DCI
São Paulo - A Hapvida, operadora de saúde com forte atuação no Norte e Nordeste, anunciou investimento de R$ 22 milhões na área de tecnologia, previstos até o final do ano.
"Esse investimento ampliará o poder de processamento de dados da empresa, permitindo novos mecanismos de controle de pacientes e demandas internas", disse a empresa, em comunicado oficial. Outra facilidade, ressalta a empresa, é a disponibilidade do software do Hapvida para as plataformas móveis. "Com isso, o paciente terá fácil acesso à sua ficha médica, à marcação de consultas, à obtenção de autorizações de procedimentos de maneira remota e móvel, promovendo mais praticidade à vida do beneficiário e também do corpo médico", completa a nota.
Do total do aporte, R$ 2 milhões serão aplicados no Hapvida Odonto, de atendimento odontológico do Hapvida, que tem mais de 1 milhão de beneficiários. A equipe de Ti da empresa tem 180 funcionários diretos e, em 2015, a operadora investiu R$ 17 milhões na área.
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Superbactérias: 10 milhões de mortes por ano
20/05/2016 - O Globo
A comissão de pesquisa criada no Reino Unido para analisar o avanço das superbactérias — aquelas resistentes a antibióticos — divulgou ontem seu relatório final, produzido desde 2014, com um aviso alarmante: estamos perto de uma “era pós-antibióticos”, na qual eles não mais funcionarão. De acordo com o documento, uma pessoa morrerá a cada três segundos a partir de 2050 por causa de infecções, caso nada seja feito até lá. Serão 10 milhões de mortes anuais e, para evitar isso, o relatório lista nove estratégias que devem ser feitas em escala global. Entre elas, campanhas públicas para alertar sobre o perigo de tomar antibióticos indiscriminadamente, melhoria na oferta de saneamento e água potável, redução do uso de antibióticos na agropecuária e criação de vacinas e formas rápidas de diagnóstico.
O documento destaca que, “com 700 mil pessoas já morrendo todo ano por causa de resistência a antibióticos, 2016 é um ano crucial”. Autor do relatório, o renomado economista Jim O'Neill — o mesmo que cunhou o termo “Brics” para as economias emergentes — diz que é preciso uma nova relação com esses medicamentos.
— É essencial que paremos de tratar antibióticos como doces — criticou ele, à “BBC”. — Acho incrível que médicos ainda tenham que prescrever antibióticos com base apenas no contato imediato que eles têm com os pacientes, exatamente como era feito quando os primeiros antibióticos foram introduzidos, nos anos 1950.
Quanto mais o corpo recebe essas drogas, mais resistente ele tende a se tornar. Existem no mundo aproximadamente 40 classes de antibióticos, a última delas registrada em 1987. É consenso entre os cientistas que, nos últimos 20 anos, o desenvolvimento de novos antibióticos não acompanhou a rapidez com que os micro-organismos desenvolveram resistência.
CENÁRIO CAÓTICO
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, tem se mostrado preocupado com o caos que isso pode provocar. Num mundo em que os antibióticos que conhecemos são inúteis, uma simples cirurgia representará uma ameaça à vida. Transplantes de órgãos terão sua complexidade aumentada, e a hora do parto poderá voltar a ser arriscada para as mulheres.
— Se falharmos, seremos arrastados para um cenário impensável onde antibióticos não funcionarão mais e voltaremos para os tempos negros da medicina — alertou Cameron.
A previsão é de que as regiões mais afetadas sejam a Ásia e a África, com 4,7 milhões e 4,1 milhões de mortes por ano depois de 2050, respectivamente. A América Latina seria a terceira região com maior número de óbitos anuais, somando 392 mil.
Surtos de infecções por superbactérias têm ocorrido no Brasil pelo menos desde o início da década. O primeiro caso a chamar atenção foi em 2010, quando 163 pacientes foram contaminados em hospitais e 18 morreram.
Segundo Carlos Kiffer, pesquisador do Laboratório Especial de Microbiologia Clínica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a estratégia mais premente para evitar um cenário caótico é o desenvolvimento de diagnósticos rápidos.
— Hoje, são necessários cinco dias para detectar a bactéria responsável por determinada infecção. Muitas vezes o paciente não pode esperar e, se ficar dias usando um antibiótico errado, as pessoas ao redor dele também estarão em risco, porque a bactéria pode se espalhar.
Expectativa de vida mundial sobe cinco anos, mas ganho é desigual
19/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A expectativa de vida vem crescendo substancialmente desde o ano 2000, mas a desigualdade no acesso à saúde persiste entre os países, segundo relatório publicado hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A edição deste ano do relatório World Health Statistics: Monitoring Health for the SDGs (Estatísticas Mundiais de Saúde: monitoramento de saúde para as metas de desenvolvimento sustentável) mostra que a expectativa de vida da população cresceu cinco anos entre 2000 e 2015. É o crescimento mais rápido desde os anos 1960 e reverte o declínio que aconteceu na década de 1990 por causa da epidemia de Aids na África e do colapso da União Soviética, que acarretou em perdas no sistema de saúde do Leste Europeu.
Em nota, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que o mundo tem feito grandes progressos na redução das mortes prematuras por doenças evitáveis ou tratáveis, mas que os ganhos têm se distribuído de modo desigual pelo mundo. "O melhor que podemos fazer é incentivar que os países que ainda não têm um sistema universal de saúde implementem esse sistema e garantam cobertura básica a todos", disse Chan.
A expectativa de vida global para crianças nascidas em 2015 será de 71,4 anos (73,8 anos para as mulheres e 69,1 anos para os homens), mas essa idade varia bastante conforme o país em que a criança nascer. Se nascer em um país rico, a expectativa é de 80 anos ou mais. Já na África subsaariana, é de no máximo 60.
A expectativa mais elevada é das mulheres japonesas: 86,8 anos. A Suíça tem a maior expectativa para homens: 81,3 anos. Serra Leoa tem a menor expectativa de vida do mundo para ambos os sexos: 50,8 para mulheres e 49,3 para homens.
Europa pode ter surto de vírus da zika nos próximos meses, diz OMS
19/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou para um possível surto do vírus da zika na Europa, à medida que o clima esquenta no continente nos próximos meses, durante o fim da primavera e o início do verão.
Na primeira avaliação da ameaça da zika à região, o escritório europeu da OMS classificou o risco em todo o continente entre baixo e moderado. No entanto, em áreas onde já há circulação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, o risco fica entre moderado e alto.
"A probabilidade de transmissão local do vírus da zika, se não forem tomadas medidas para atenuar a ameaça, é moderada em 18 países europeus e alta em áreas geográficas limitadas: Ilha da Madeira [em Portugal], e na costa nordeste do Mar Negro", declarou o órgão, em comunicado, nesta quarta (18).
Entre esses 18 países com risco moderado de surto –o que se deve à presença do mosquito Aedes albopictus, transmissor secundário da doença–, França, Itália e Malta são os mais propensos. Em 36 países, o risco é baixo, muito baixo ou inexistente, afirmou a OMS.
ATENÇÃO EM ÁREAS DE RISCO
Segundo Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa, o órgão deseja, com esta avaliação de risco, preparar os trabalhos em cada país europeu com base em seu nível de risco. "Pedimos particularmente aos países com alto risco que reforcem suas capacidades nacionais e priorizem as atividades que podem prevenir um grande surto da zika", disse Jakab.
Entre as recomendações aos países com maior propensão ao vírus estão a capacitação de profissionais de saúde para detectar precocemente a transmissão; estimular a população a reduzir focos do mosquito; e garantir proteção a pessoas em situação de risco, sobretudo grávidas.
Ainda de acordo com a OMS, 79% dos países cobertos pelo braço europeu do órgão teriam boa ou muito boa capacidade de reagir bem e rapidamente a uma possível propagação do vírus.
Um grande surto do vírus da zika atingiu diversos países da América Latina, em especial o Brasil, gerando alarme global. O vírus tem sido relacionado a milhares de casos de malformação fetal em bebês de mulheres que foram infectadas enquanto grávidas.
Ministro adota tom ponderado e diz que SUS é direito universal do cidadão
20/05/2016 - DCI
Dias depois de declarações polêmicas sobre a revisão do Sistema Único de Saúde (SUS), o novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), reafirmou ontem (19) que a rede pública é um "direito universal do cidadão brasileiro".
Em visita à Feira Hospitalar, na capital paulista, o ministro fugiu de temas polêmicos e se restringiu a falar sobre questões protocolares. Ele, que é formado em engenharia civil, disse que a preocupação da pasta, neste momento, é usar os recursos de forma eficiente.
"Queremos gastar melhor cada centavo que é utilizado no Sistema Único de Saúde, que é um direito universal do brasileiro e queremos executar com o máximo de qualidade", comentou o ministro.
Questionado sobre suas declarações ao jornal Folha de S.Paulo, de que o SUS terá de ser revisto e, eventualmente, repactuado, como foi feito na Grécia, o ministro se manteve na defensiva e disse que sua fala foi em direção à reforma da previdência.
"Não falei sobre o tamanho do SUS. Falei sobre a previdência. Quem leu a entrevista sabe perfeitamente disso. A manchete nada tem a ver com o que está dito na entrevista. Isso é uma polêmica desnecessária. O SUS é direito do cidadão e garantia absoluta", argumentou o novo ministro.
Além disso, o progressista também usou a feira - a maior em artigos médicos na América Latina - para dizer que novos recursos tecnológicos, que barateiem os custos da medicina no País, serão buscados pela gestão federal.
"Aqui que se reúnem as novas tecnologias, novos procedimentos, novas técnicas e equipamentos, e é isso que nós precisamos para gerir melhor o SUS", completou ele.
REIVINDICAÇÃO
Uma das causas de sua visita à Feira foi a entrega de um documento assinado pela Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp), com demandas do setor privado de saúde para o governo federal.
O presidente da entidade, Yussif Ali Mere Junior, propõe que mudanças em portarias editadas pelo ministério podem reduzir significativamente os custos do setor privado, além de trazer o dia a dia do sistema mais para a realidade da economia nacional.
"O que nós entregamos para o ministro foi um protocolo de intenções, um ofício dizendo que existem muitas ações pra gente fazer para diminuir o custo da saúde", disse Yussif.
Para ilustrar uma dessas situações que a entidade afirma ser possível de reverter, Yussif comentou sobre o uso de agulhas retrateis, que apresentam alto valor de custo e não se justificam na realidade de trabalho dos hospitais.
"Um exemplo é agulha retrátil da seringa. Existe uma inovação que assim que você acaba de aplicar a injeção uma capinha cobre a agulha inibindo acidentes de trabalho com profissional da saúde. Essa agulha custa muito mais caro que o normal. Nós não temos muitos problemas com acidente de trabalho para em um momento de crise com esse exigir em todo lugar essa seringa que é uma inovação", disparou o empresário.
A Fehoesp representa 50 mil estabelecimentos de saúde, que empregam 686 mil e 800 trabalhadores somente no Estado de São Paulo, correspondendo a 57,4% dos empregos do setor no País .
"O ministro se mostrou uma pessoa experiente, consciente e sabedor do que quer fazer. Vamos solicitar uma audiência com ele, porque no nosso ofício não podemos citar um monte de coisas. O ministro prometeu que vai nos receber", adiantou Yussif.
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