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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 19/05/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Como a lei da ‘pílula do câncer’ uniu Congresso dividido e foi aprovada em tempo recorde

19/05/2016 - BBC Brasil


Em meio às divisões que marcaram a crise política e o processo de impeachment, uma lei foi aprovada de forma quase unânime por deputados e senadores de todos os partidos: a que libera o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes com câncer.

Sancionada pela presidente afastada Dilma Rousseff em 14 de abril, a legislação é criticada pela comunidade científica por autorizar a chamada "pílula do câncer" sem que estudos clínicos tivessem comprovado sua eficácia - até o momento, foram realizados só estudos com animais, que indicaram que a substância não é tóxica.

A lei é polêmica. Especialistas ouvidos pela BBC disseram que, ao aprová-la, o Congresso pode estar pondo em risco a saúde da população e abriu precedentes para a liberação de outras substâncias não testadas pelo Legislativo sem aprovação dos órgãos competentes.

Para outros, entretanto, o Congresso acabou dando voz aos pacientes, dando-lhes conforto e esperança e respondendo à suposta morosidade dos órgãos que aprovam remédios.

Agora, a lei será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta quinta-feira, a Corte apreciará uma ação movida pela Associação Médica Brasileira que diz que a lei é inconstitucional por violar a regulamentação vigente sobre o uso de medicamentos no país.

Já a Câmara dos Deputados e o Senado enxergaram, em março, a questão por uma ótica totalmente oposta: em ambas as Casas, parlamentares defenderam se tratar de uma lei "pela vida" e que confere esperança e dignidade a pacientes em estágio terminal. Em discursos carregados de emoção, pediram sensibilidade a seus pares por já terem enfrentado casos de câncer em suas famílias.

Sob estes argumentos, o projeto tramitou com uma velocidade excepcional no Congresso. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, órgão que auxilia sindicatos sobre questões legislativas, leis aprovadas em 2013 levaram em média cinco anos da proposição à sanção presidencial e, em 2014, nove anos.

Por sua vez, o PL 4639/16 passou pela Câmara e pelo Senado em questão de dias, e foi aprovada por unanimidade.


COM URGÊNCIA E EMOÇÃO


O projeto de lei foi elaborado por um grupo de deputados federais no qual estão, lado a lado, parlamentares que normalmente se encontram em polos opostos das disputas políticas, como os petistas Adelmo Carneiro Leão (MG) e Arlindo Chinaglia (SP) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Apresentado no plenário da Câmara em 8 de março, o projeto foi apreciado no mesmo dia, graças a dois acordos entre líderes partidários. Primeiro, para que tramitasse em regime de urgência. Depois, para que a oposição abrisse mão da obstrução da pauta, imposta na época até que o STF se manifestasse sobre os ritos de votação do impeachment.

No fim daquele dia, em uma sessão extraordinária com duração de 2h15, o projeto passou por todas as etapas na Câmara: foi discutido, avaliado por um relator e três comissões - Constituição e Justiça e de Cidadania, de Finanças e Tributação e Seguridade Social e Família - e, finalmente, votado.

Em meio ao breve debate feito naquela sessão, alguns deputados pediram a palavra para se manifestarem a favor da lei, muitas vezes com discursos apoiados em relatos e experiências pessoais.

"Se você ou algum familiar estivesse com câncer e alguém dissesse que água de bateria na veia cura, todo mundo tomaria", disse Eduardo Bolsonaro. "A fosfoetanolamina é muito melhor que isso. Há o relato de pessoas que tomaram apenas a pílula e melhoram (...) Meu avô morreu em virtude de um câncer de pulmão e, hoje, não pode, infelizmente ter acesso a fosfoetanolamina."

"Voto 'sim' em homenagem à minha mãezinha, que morreu de câncer", disse o deputado Moroni Torgan (DEM-CE).

O deputado Caio Narcio (PSDB-MG) disse ter perdido sua mãe para o câncer, que ele chamou de "doença do milênio". "Só quem tem alguém com uma doença dessas em casa sabe o que é o sofrimento. Mesmo que fosse 1% de possibilidade, já valeria a pena."

Já o deputado Celso Russomano (PRB-SP) deu um depoimento sobre seu pai, que tinha câncer. "Ele respirava por aparelhos, começou a tomar a fosfoestanolamina e saiu da cama. Mas o pouco medicamento que tínhamos acabou, e sua fabricação parou. Em alguns dias, ele começou a piorar e foi a óbito."

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) contou na sessão já ter perdido seis irmãos e um sobrinho por conta da doença: "Gostaria muito que eles tivessem tido a oportunidade de ter esperança de algo que pudesse amenizar as suas partidas".


PRESSÃO SOCIAL


Outros parlamentares defenderam que a lei dá esperança a quem sofre de câncer e serve como uma resposta a uma demanda vinda da sociedade.

"Não vamos discutir a questão técnica. Isso não é para nós", disse o deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF). "A Câmara não pode ficar de costas para a opinião pública. Assim mostraremos à sociedade que a Câmara pensa, sim, no cidadão. Queremos plantar uma semente de esperança."

A deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) fez um pronunciamento parecido: "Não vamos salvar as pessoas do câncer, mas vamos lhes dar alguma esperança, alguma possibilidade de resolver o problema."

Em meio a este debate, houve uma voz dissonante. O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) defendeu em plenário que "a maneira como se encaminha o tema é extremamente perigosa de fazer ciência".

"Nós estamos reduzindo este debate a quem é a favor e contra a cura do câncer. A ciência é feita de pesquisa, de resultados. Não se pode liberar uma substância sem saber seu efeito colateral, qual é a dosagem para uma criança, para um idoso, para uma mulher", disse Mandetta.


'QUEM TEM CÂNCER TEM PRESSA'


Seu posicionamento não foi suficiente para barrar o avanço do projeto: todos os blocos e partidos se manifestaram a favor da aprovação. Não houve uma votação nominal - em que cada deputado se posiciona individualmente -, mas simbólica, em que o presidente da Casa pede que aqueles contrários ao projeto se pronunciem. Sem qualquer gesto significativo contra, a lei seguiu para o Senado.

"Foi uma matéria bastante estudada em audiências públicas e por um grupo de trabalho. Está sendo debatida desde outubro do ano passado, e a substância é alvo de 20 anos de pesquisas. Os estudos mostram que não é tóxica. E a população clamava por isso", diz à BBC Brasil a relatora do projeto, a deputada Leandre Dal Ponte (PV-PR), sobre a celeridade da tramitação na Câmara, e para quem a aprovação da lei vai pressionar para que os estudos clínicos da fosfoetanolamina sejam realizados.

"O câncer mata milhares de pessoas todos os anos, e quem tem câncer pode tudo, menos esperar. É justo negar o acesso a fosfoetanolamina, diante de relatos que mostram que ela no mínimo prolonga a vida das pessoas?"

Um dos principais autores do projeto e médico fisiologista, Leão (PT-MG) defende à BBC Brasil a aprovação da lei mesmo sem a comprovação da eficácia da fosfoetanolamina.

"Não estamos pulando etapas, porque não é algo que foi descoberto hoje. Se ninguém estivesse usando, aí sim. Mas a substância está em nosso cotidiano há 15 anos, sem haver um relato de prejuízos por conta do seu uso", afirma o deputado.

"Como médico, não posso receitar, porque não é considerado medicamento, mas não teria dúvida nenhuma de indicar para amigos ou familiares com câncer. Eu mesmo usaria diante de uma situação tão dramática."


'CEIFADOR DE ESPERANÇAS'


Ao chegar ao Senado, como projeto de lei da Câmara nº 3 de 2016, a proposta também tramitou rapidamente, ainda que menos rapidamente do que na Câmara.

Entre os dias 9 e 17 de março, foi analisado e aprovado pelas comissões de Assuntos Sociais e de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática. Chegou ao plenário no dia 22, onde novamente foi colocado em regime de urgência e se abriu uma exceção para ser votado no mesmo dia.

O regimento do Senado determina que, após o requerimento de urgência, a votação deve ocorrer após a realização de duas sessões, o chamado "interstício", como argumentou o senador Cássio Cunha Linha (PSDB-PB), mas outros líderes defenderam e que o tema era delicado e deveria ser apreciado naquele dia.

"Minha experiência é a de milhões de brasileiros. Minha mãe morreu com câncer no cérebro. Eu sei exatamente o que é isso", disse o senador Magno Malta (PR-ES).

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) afirmou se tratar de uma situação de emergência: "É muito difícil você falar para um paciente terminal de câncer que ele não vai ter mais acesso àquilo que ele estava esperando. Porque várias pessoas deram testemunho que, ao tomarem o medicamento, que não é um medicamento ainda, apresentaram melhoras."

Diante dos apelos, Lima cedeu: "Não sou um ceifador de esperanças, nunca fui. Se há um entendimento, todos os líderes de que o interstício deve ser suprimido eu não vou me opor à votação de uma matéria tão importante". Novamente, foi feita uma votação simbólica, e o projeto foi aprovado apenas 16 dias após ter sido apresentado na Câmara - e levou outros 23 dias até ser sancionado por Dilma.


'A PRÓXIMA VÍTIMA'


Ao fim da sessão, o senador Ivo Cassol (PP-RO), um dos principais defensores da lei na Casa, fez um longo discurso para agradecer o empenho dos colegas para "dar alento e esperança" a pacientes com câncer.

Ele chamou a pílula do câncer de "descoberta do século" e argumentou que ainda não havia passado por testes clínicos, porque laboratórios farmacêuticos e oncologistas não teriam interesse na sua comercialização.

Criticou a Anvisa e sua política de aprovação de medicamentos contra o câncer. "Do jeito que está, é uma vergonha nacional. Aprovou dois medicamentos que têm um efeito mínimo no tratamento de câncer, mas a um preço astronômico. Aí, sim, a Anvisa aprova."

Argumentou em prol das mulheres, que são "mais passíveis de câncer", segundo ele: "Tenho amigos que, por causa do câncer, se escondem, especialmente as mulheres, porque elas têm cabelo comprido. Os homens são carecas. Está aqui o Júnior, meu assessor, que é careca. Se amanhã tivesse um câncer, não teria problema, mas as mulheres não são carecas. Perdem cabelo, perdem a autoestima."

Disse ter recebido muitos pedidos pela aprovação da lei e testemunhado casos em que a substância deus bons resultados. "Recebo por dia de 200 a 300 e-mails. Conheço mais de 30 pessoas. Tenho o depoimento de mais de 100 pessoas que fizeram uso. O resultado é fenomenal. Quem garante que amanhã não será alguém da nossa família? Quem garante que amanhã não seremos nós a próxima vítima?"

E anunciou: "Estou aqui defendendo a liberação desse medicamento do câncer. Mas é só esse? Não, gente! Se amanhã aparecer outro lá pelas matas amazônicas, vamos utilizar! Se vier da Mata Atlântica, vamos utilizar. Se vier outro composto, vamos utilizar! Por que não, gente?"

Procurado pela BBC Brasil, o senador Cassol preferiu não conceder entrevista sobre o tema. Disse por meio de sua assessoria que está "muito chateado" com a declaração feita pelo Ministério da Saúde de que a pílula só será distribuída no SUS com aprovação da Anvisa e que trabalhará para reverter esta decisão.




Projeto que torna mais ágil o registro de medicamentos deve seguir para Câmara

18/05/2016 - Agência Senado


A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, em turno suplementar, nesta quarta-feira (18), o substitutivo ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 727/2015, que visa agilizar e tornar mais transparentes os processos de registro de medicamentos. A proposta segue agora para a Câmara dos Deputados se não houver recurso para votação do texto em Plenário.

A comissão aprovou uma emenda do senador Dalírio Beber (PSDB-SC) para que os servidores que atrasarem injustificadamente os processos de autorização sob responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sofram processos disciplinares seguindo as normas da Lei 8.112/1990. O substitutivo não estabelecia referências para esses eventuais processos de responsabilização.

Segundo o autor do PLS 727/2015, senador José Serra (PSDB-SP), a Lei 6.360/1976, que trata da questão, está ultrapassada e desmoralizada. Apesar do prazo atual de 90 dias, segundo o parlamentar, um medicamento novo demora, em média, 500 dias, e um genérico, mil dias, para serem registrados pela Anvisa.

O projeto de Serra mantém os atuais 90 dias de prazo apenas para o registro de remédios “urgentes”, mas os medicamentos classificados como “prioritários” teriam 180 dias e os demais, os chamados medicamentos gerais, 360 dias.

O relator, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), defendeu a aprovação do projeto. Para ele, as novas regras propostas "têm potencial para combater os atrasos nesse processo e aumentar a transparência das decisões da Agência, beneficiando a saúde pública e todos os brasileiros".


DESEMPENHO DA ANVISA


A proposta de José Serra também altera a Lei 9.782/1999 com o objetivo de melhorar o desempenho da Anvisa. Entre outras medidas, o texto estabelece que, em caso de descumprimento injustificado das metas e obrigações pactuadas pela agência, por dois anos consecutivos, os membros da diretoria colegiada serão exonerados, mediante solicitação do ministro da Saúde. O texto atual da lei prevê a exoneração apenas do diretor-presidente da Anvisa.


EMENDA


Waldemir Moka acatou emenda da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) que propõe outras alterações na Lei 9.782/1999. A emenda estabelece prazos para a apresentação de recursos pelas empresas e para a deliberação da Anvisa sobre os recursos.

A mesma emenda exige que a edição de normas sobre matérias de competência da Anvisa seja acompanhada, sempre que possível, de estudos de impacto econômico e técnico no setor regulado e de impacto na saúde pública. A exigência é dispensada nos casos de grave risco à saúde pública.




Mercado Aberto: Burocracia deixa país para trás em pesquisa farmacêutica, diz entidade

19/05/2016 - Folha de S.Paulo


O excesso de burocracia pode deixar o Brasil de fora de ao menos 58 pesquisas clínicas internacionais, segundo levantamento da Interfarma (que representa o setor), que analisou projetos abertos nos últimos 12 meses.

Os estudos buscam soluções em campos como cardiologia, oncologia e diabetes.

Para ser aceito, o projeto deve ser aprovado pela Conep (de ética em pesquisa) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Antes, as empresas também precisam de aval de um dos CEPs (Comitês de Ética em Pesquisa).

"A demora na análise faz com que o país perca os prazos de ingresso nesses estudos. A pesquisa não espera o Brasil", diz Antônio Britto, presidente da entidade.

Em 2015, um estudo era avaliado em até 60 dias nos Estados Unidos, mas podia demorar cerca de 12 meses no Brasil, lembra a Interfarma.

"Da liberação burocrática até a efetiva abertura para incluir o primeiro paciente na pesquisa, a janela se fecha, e o doente é privado dessa tentativa", diz Charles Pádua, da SBOC (de Oncologia Clínica).

Em março, a Anvisa publicou norma regulatória para harmonizar o marco brasileiro com as normativas internacionais. "Atualmente os prazos para início da primeira manifestação são de cerca de cinco meses", diz a agência.

Hoje, tramita no Senado o projeto de lei 200/15, que prevê mecanismos mais ágeis para garantir as regras de condução de pesquisas, diz o oncologista Fábio Franke, da Aliança Pesquisa Clínica Brasil.

"Também temos de criar benefícios ao pesquisador", diz Marcus Bolívar, da SBC (de cardiologia). "Nos últimos anos, as farmacêuticas reduziram o repasse aos centros."

‘A imunologia é o mais importante campo da ciência’

19/05/2016 - O Globo


“Sou um árabe-israelense, nascido em Haifa, de uma família que vive ali há oito gerações. Meu pai acreditava que não há outra opção em Israel que não seja árabes e judeus viverem juntos e pacificamente. E é no que eu acredito. É difícil, mas me mantenho otimista: judeus e árabes vão criar muito mais, e muito melhor, juntos.”


CONTE ALGO QUE NÃO SEI

Nem os cientistas percebem como a imunologia é o mais importante campo da ciência hoje, que está tratando de várias doenças, em muitos aspectos do nosso organismo. Quanto mais governos e ministérios da Saúde entenderem como a imunologia é importante mais vão perceber como deveriam subsidiar melhor os estudos nesta área.

O sistema imunológico é a chave para estudar outras doenças?

Hoje, o estudo imunológico é o carro-chefe da pesquisa de todas as outras doenças. Doenças cardíacas, diabetes ou arteriosclerose, todas estão de alguma maneira conectadas com o conhecimento avançado do sistema imunológico, um dos mais fascinantes sistemas do nosso corpo. Há uma década, pensávamos que as doenças autoimunes eram artrite reumatoide, lúpus, síndrome antifosfolípide, esclerodermia. Hoje, a imunologia nos dá respostas para muitas outras doenças que, até agora, não sabíamos que tinham a ver com a imunologia, como a arteriosclerose e as doenças metabólicas.

É comum falar que reumatismo é “doença de velho”...

Reumatismo é um termo leigo para mais de cem tipos de doenças. As mais comuns são artrose, ou osteoartrites, principalmente em idosos: mas também em jovens jogadores de futebol e bailarinas. É originada por uma inflamação e pelo mau uso da articulação. Mas, dentre as outras cem doenças, há inflamações autoimunes que podem afetar jovens e até crianças. E essas doenças inflamatórias autoimunes, como lúpus e síndrome antifosfolípide, atingem até mais a população jovem do que os mais velhos. As doenças reumáticas afetam uma larga faixa etária.

Como se prevenir?

“Prevenção” é a palavra mágica para uma grande variedade de doenças. Com boa dieta e exercícios, podemos prevenir doenças cardíacas, diabetes, arteriosclerose. Mas exercícios e alongamentos não vão prevenir reumatismos. Não acredito que possamos prevenir as doenças reumáticas, lúpus, nem nenhuma das doenças autoimunes. O sistema imunológico é herdado dos genes. Então, todas essas doenças têm como característica a predisposição genética — ainda não as compreendemos profundamente, eé o principal estudo ao qual devemos nos dedicar.

Qual a maior dificuldade no estudo dessas doenças?

A principal dificuldade é o lapso entre observar os sintomas e relatar uma doença reumatológica. A mais comum não é o lúpus, uma doença relativamente rara, mas a atrite reumatoide, que se manifesta até cinco vezes mais. Hoje, o conhecimento sobre doenças autoimunes é muito avançado.

As terapias evoluíram?

Há até dez anos, tudo o que podíamos receitar eram esteroides e imunossupressores. Hoje, é fascinante, pois há dezenas de terapias biológicas que estão melhorando a vida das pessoas. As mais avançadas estão relacionadas ao câncer. Até recentemente, lutávamos sem trégua na tentativa de descobrir como controlar a doença. E, nesta última década, compreendemos que o futuro será usar o sistema imunológico para matar as células malignas. Quanto mais estudamos o sistema imunológico, mais próximos estamos de tratamentos de muitas doenças. Seja qual for o gatilho — viroses, ambiente ou outra coisa —, e nosso sistema imunológico é afetado. Por conta disso, muda de comportamento. Entender esse funcionamento é a coisa mais fascinante hoje.




Hapvida, operadora de planos de saúde, eleva em 30% investimento em TI

18/05/2016 - Valor Econômico / Site


A Hapvida, terceira maior operadora de planos de saúde com forte atuação no Nordeste, investirá R$ 22 milhões em tecnologia neste ano, o que representa um aumento de cerca de 30% em relação a 2015.

A plataforma tecnológica da Hapvida permite a operadora acompanhar os procedimentos médicos realizados pelos seus usuários e com isso controlar melhor seus custos.

“Esse investimento ampliará o poder de processamento de dados da empresa, permitindo novos mecanismos de controle de pacientes e demandas internas”, informa a Hapvida.

A Hapvida tem 3,2 milhões de usuários de planos de saúde e dental e um faturamento de cerca de R$ 3 bilhões.




Câncer: esperança e ciência

19/05/2016 - Folha de S.Paulo


Talvez a maior contribuição de Hipócrates (século 4º a.C) à medicina tenha sido afirmar que as doenças deveriam ser entendidas à luz da ciência e não como castigo dos deuses, como apregoavam sacerdotes e curandeiros.

Inúmeras descobertas geraram melhor compreensão dos fenômenos biológicos e promoveram o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e terapêuticos.

Em relação ao câncer, existe um enorme contingente de cientistas e médicos que despendem tempo e esforços na contínua busca de melhores tratamentos. Os resultados são palpáveis, uma vez que hoje 60% dos casos de câncer podem ser curados, desde que tratados de forma apropriada.

Esses animadores resultados se devem, em grande parte, à incorporação na prática clínica de novas drogas, as quais, para serem liberadas pelos órgãos responsáveis, passam por um rigoroso ritual de avaliação, no qual se define, para cada uma delas, o impacto em diferentes tumores, as doses mais eficazes, os efeitos colaterais e, finalmente, a eficácia quando comparadas com os melhores esquemas terapêuticos.

Essa sequência de avaliações baseia-se em rigorosa metodologia científica, amparada por métodos estatísticos muitas vezes extremamente sofisticados, de modo a tornar críveis os resultados obtidos.

Para se ter ideia da complexidade do processo de avaliação de qualquer medicamento, basta atentar para os números do National Cancer Institute dos Estados Unidos. Mais de US$ 5 bilhões são investidos anualmente em pesquisas, especialmente em novos medicamentos contra o câncer, mas pouquíssimos são autorizados para uso clínico.

A consistente metodologia científica é a melhor garantia de que as pessoas não serão enganadas por tratamentos pouco ou nada eficazes, bem como de que os recursos econômicos, intelectuais e de atendimento não serão desperdiçados.

No Brasil, vive-se hoje uma situação ímpar. A substância química fosfoetanolamina ganhou legalmente o status de medicamento que pode ser usado contra o câncer, acredito eu que em função da vontade de nossos legisladores e do Poder Executivo de ajudar pacientes que buscam alternativas para as doenças.

Eis, portanto, uma história bastante repetida ao longo do tempo: centenas de tratamentos oferecidos com promessas indevidas em função de desconhecimento científico, má-fé ou mesmo escusos motivos financeiros. E por trás de todo esse processo, sempre ela, a esperança!

Aprendi de forma definitiva com meu primeiro paciente de câncer, logo ao término de minha residência em cirurgia, que a esperança é parte ativa de qualquer tratamento, desde o mais eficaz até aquele com menor probabilidade de agir.

Todavia, aprendi também, ao longo de minha vida profissional, cuidando de milhares de pacientes com câncer, que não se deve oferecer nada a ninguém sem o devido substrato científico.

A esperança é fundamental e os médicos devem fazê-la constar de seus receituários, colocando-se como parceiros de seus pacientes em suas batalhas contra a doença, mas não devem oferecê-la sem o devido embasamento científico, sob o risco de promover o charlatanismo.

A ciência é uma aliada da esperança e não sua antagonista.

SUS repassa só 50% do valor de um leito a hospitais filantrópicos

19/05/2016 - DCI


De acordo com levantamento sobre o número de leitos no País do Conselho Federal de Medicina, publicado esta semana, em dezembro de 2010 havia no País 335.482 leitos de internação para uso exclusivo no SUS. Em 2015, este número caiu para 311.917, redução de 7,5% no número de leitos em cinco anos. No total, 19 estados brasileiros registram esta queda, sendo a Região Sudeste a que teve maior redução do número de leitos.

O subfinanciamento dos valores pagos pela Tabela SUS é a causa principal causa de carência destes leitos. Enquanto o SUS paga, em média, R$ 508,63 para diária de UTI nível III e R$ 478,72 para nível II, os hospitais tem um custo em torno de R$ 1.200 reais. "As Santas Casas e os hospitais filantrópicos trabalham pela excelência na qualidade de atendimento e, diariamente, enfrenta inúmeros desafios pela falta de recursos. Os leitos que ainda estão disponíveis para atendimento do SUS estão à beira de um colapso", afirma o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti.




Postos-chave do Ministério da Saúde estão sem chefia

19/05/2016 - O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA - Com uma semana no cargo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ainda não tem equipe formada. O esforço em compor um secretariado que agrade a todos os setores da base aliada levou a pasta a ficar em compasso de espera, com vários postos vagos. Funcionários alinhados ao ministro anterior, Marcelo Castro, e à presidente afastada, Dilma Rousseff, vão aos poucos saindo de seus cargos, sem que haja substitutos em vista.

Em um período em que várias partes do País convivem com epidemias de dengue, chikungunya, zika e H1N1, duas peças fundamentais na adoção de políticas de vigilância e controle de doenças transmissíveis deixam seus postos nos próximos dias: o coordenador do Programa Nacional de Controle de Dengue, Giovanini Coelho, e o diretor de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.

O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, também sai do cargo sem que o sucessor tenha ainda sido escolhido. É o terceiro a sair nessas condições. Semana passada, assim que o nome de Barros foi anunciado, Eduardo Costa deixou o posto de secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, enquanto Heider Pinto saiu da Gestão do Trabalho e da Educação.

Barros deixou claro que todos os nomes indicados sairão da Casa Civil, de forma a agradar a todos os setores que agora dão suporte ao governo do presidente em exercício, Michel Temer. Além de atender interesses políticos, o ministro afirmou que levará em consideração o conteúdo de investigações da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União para indicar seus assessores mais próximos. “Dependendo do nível de complexidade de conflito de cada área, será preciso pessoa com determinado perfil”, disse. Há ainda outro empecilho: a falta, dentro dos quadros do próprio PP, de nomes com a formação técnica necessária para atuar especificamente na área de saúde.

O ministro não dá mostras de preocupação com a demora na definição de seus assessores. Um sentimento distinto dos grupos técnicos que trabalham no ministério. “Sem sinalização, projetos estão parados, atividades importantes estão sem definição”, afirma um servidor do ministério, sob condição de anonimato.

Entre os que saíram na semana passada estão dois integrantes de outra área considerada essencial, a compra de medicamentos. O diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica, José Miguel Nascimento, chefiava a área responsável pela aquisição e pelos acordos para compra de remédios. Outro a sair foi Luiz Henrique Costa, coordenador-geral de assistência farmacêutica e medicamentos estratégicos.


PROTESTO


Ao mesmo tempo em que procura fazer composições com esse grupo político aliado, Barros passou, com suas declarações, a acirrar ânimos, sobretudo de defensores do Sistema Único de Saúde (SUS). Ontem, ele deixou de comparecer a uma audiência marcada na Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados para, segundo sua assessoria, participar de uma reunião ministerial.

A ausência foi providencial. Se tivesse comparecido, ele teria se deparado com um grupo de manifestantes, que protestava contra suas declarações sobre a revisão do tamanho do Sistema Único de Saúde e sobre seu entusiasmo em ampliar a população atendida por planos de saúde. “Quanto mais planos, melhor”, disse o ministro. Pelo seu raciocínio, quanto maior a parcela da população atendida por planos, menor a pressão será feita no SUS.

O ministro também afirmou que não tem intenção de controlar a qualidade dos planos. “Ninguém é obrigado a contratar plano. Não cabe ao ministério controlar isso.” Garantiu, porém, que a universalidade do SUS será mantida.




Combater as pragas, por um Brasil melhor

19/05/2016 - Valor Econômico


O Brasil tem sofrido com duas pragas que provocam efeitos devastadores, embora de naturezas diversas, na população brasileira. A primeira delas é a corrupção em obras públicas, cuja amplitude foi revelada pela Operação Lava-Jato a partir de 2014. De descoberta quase concomitante à época em que os malfeitos foram trazidos à luz pela Lava-Jato temos as doenças epidêmicas, cujo vetor é o mosquito Aedes Aegypti, como o zika vírus, a chikungunya e a dengue.

Ambas as pragas têm características similares: seus propagadores são encontrados nos mais diversos recantos do país e sua erradicação não é tarefa fácil. Para as doenças transmitidas pelo mosquito, infelizmente a ciência ainda não encontrou uma vacina, um antídoto eficaz. Já para a praga da corrupção em obras públicas, a vacina existe e é conhecida há bastante tempo: o projeto executivo, completo, de arquitetura e de engenharia.

Essa importância do projeto executivo foi reconhecida no documento "Pedido de desculpas e manifesto por um Brasil Melhor", publicado pela construtora Andrade Gutierrez nos principais jornais brasileiros em 9 de maio, após acordo de leniência homologado pelo juiz Sergio Moro. Nele, a construtora lista oito medidas para moralizar a contratação e a execução de obras públicas, entre elas, a da obrigatoriedade de gestores públicos terem em mãos o estudo de viabilidade técnico-econômica anterior ao lançamento do edital de concorrência, permitindo eleger as obras que mais contribuirão para o desenvolvimento do país; a obrigatoriedade de os gestores públicos terem o projeto executivo antes da licitação que definirá a construtora que executará a obra; e a "aferição dos serviços executados e de sua qualidade, realizados por empresa especializada, evitando-se a subjetividade e interpretações tendenciosas".

Essas três proposições são fundamentais para termos obras, em primeiro lugar, necessárias e importantes ao desenvolvimento do país, algo que pode ser obtido com investimento muito pequeno, de 0,3% do custo global de um empreendimento público em estudos de viabilidade técnico-econômica de uma obra. Esses estudos, quando bem contratados e desenvolvidos, ou seja, pela melhor proposta técnica, são instrumentos poderosos do planejamento público verdadeiro e consistente, algo a que o país se desabituou desde os períodos da inflação elevadíssima.

Se o empreendimento passou pelo crivo dos bons estudos de viabilidade técnico-econômica, os gestores governamentais devem incluí-lo no rol das obras prioritárias e começar a licitação do projeto executivo, completo. Nessa licitação, a proposta vencedora deve ser aquela que apresenta a melhor solução técnico-econômica e não a de menor preço. O porquê disso não exige raciocínios complexos: o projeto executivo, completo, por suas características, coloca a obra nas mãos do contratante. Esse projeto, que representa em média 5% do custo global de uma obra, traz economias diretas e indiretas enormes aos governos e à sociedade.

O projeto executivo é desenvolvido com base em estudos de campo, topográficos, geotécnicos e geofísicos, sociais e ambientais, entre outros. Ao ser finalizado, ele fornece ao contratante a definição dos sistemas construtivos a serem utilizados, a qualificação e os quantitativos de materiais e serviços necessários, o que resulta no orçamento e no cronograma precisos da obra. O projeto executivo completo também traz as soluções para mitigar os impactos ambientais e sociais decorrentes da obra, com informações que facilitam aos técnicos dos órgãos responsáveis pelos licenciamentos o dimensionamento das compensações ambientais e sociais necessárias para a emissão das licenças indispensáveis à execução da obra.

Com esses elementos, os gestores podem realizar sem riscos a licitação da obra, sabendo o que estão contratando, o prazo de execução e os custos da obra, com a certeza de que não haverá paralisações por problemas de projeto ou por falta de licenças ambientais. A construtora sabe o que precisará entregar e deverá apresentar proposta técnica e financeiramente consistente, porque deduz que não haverá pretextos para solicitar aditivos contratuais, que muitas vezes encarecem o orçamento inicial e são brechas para o superfaturamento de obras. Por essas características, o projeto executivo completo é comparado a uma verdadeira "vacina anticorrupção".

Se o poder público conta com uma obra cuja licitação da construção foi feita com base em um projeto executivo, completo, contratado pela melhor solução técnico-econômica e com o gerenciamento e a fiscalização e o da construção da obra feitos por empresas independentes da construtora e da autora do projeto executivo, ele não terá problemas sérios.

Por isso, o projeto executivo, o gerenciamento e a fiscalização, por serem serviços de natureza eminentemente intelectual, nunca devem ser contratados por menor preço ou pregão ou, ainda, pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC), modalidade contratação integrada, pela qual a construtora vence a licitação com base em um anteprojeto, etapa anterior à do projeto básico, que por sua vez é anterior à do projeto executivo. Assim, o resultado será traduzido em obras de qualidade, duráveis, com baixos custos de manutenção e que devolvem com juros à sociedade o que foi investido na sua construção.

Por isso, precisamos aperfeiçoar os métodos de contratação, buscando inspiração no que fazem os países desenvolvidos, que investem em estudos de viabilidade técnico-econômica e em projetos executivos completos, antes de iniciar a construção de qualquer obra. Não por acaso, esses países ostentam índices de qualidade elevada em suas obras e com baixíssimos índices de corrupção, conforme atestam pesquisas de instituições independentes. Para combatermos as pragas, precisamos usar os remédios corretos, com base nos diagnósticos precisos, por um Brasil realmente melhor.




Flórida resiste a 'Aedes do bem' no combate ao zika

19/05/2016 - Valor Econômico


Um mosquito geneticamente modificado está provocando uma tempestade política no arquipélago de Florida Keys.

A Oxitec Ltd., fabricante britânica de insetos geneticamente modificados, planeja ir de porta em porta nas próximas semanas para convencer os habitantes da comunidade de Key Haven das virtudes de um mosquito modificado que a empresa afirma ser capaz de ajudar a exterminar as populações selvagens de mosquito conhecidas por transmitirem o vírus zika e a dengue.

Críticos do teste de campo da Oxitec estão fazendo campanha nas redes sociais e espalhando cartazes alertando que os mosquitos biotecnológicos não são necessários para suprimir as doenças e que eles poderiam prejudicar os ecossistemas locais.

A questão está dividindo parte dos cerca de 1 mil habitantes de Key Haven, comunidade da ilha de Raccoon Key, adjacente a Key West, onde a Oxitec e autoridades de controle de pragas locais estão buscando permissão federal para o teste.

A FDA, agência dos Estados Unidos que controla alimentos e medicamentos, está analisando o teste e concedeu uma aprovação preliminar em março. Ela já recebeu cerca de 1.500 comentários a favor e contra o plano, e reuniões com moradores sobre o assunto às vezes terminam em confusão. Em abril, autoridades locais decidiram realizar uma votação pública sobre o teste, programada para agosto.

"Vamos tentar falar com todos os moradores de Key Haven que conseguirmos", diz Derric Nimno, gerente de desenvolvimento de produtos da Oxitec, que está liderando a campanha pública na Flórida. "O risco de zika é muito, muito real. O risco dessa tecnologia é virtualmente inexistente."

Os dois lados dizem que têm muito a perder. O Controle de Mosquitos Distrital de Florida Keys, que está trabalhando com a Oxitec no teste proposto, vê os mosquitos modificados como uma ferramenta potencial para reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus zika e da dengue. Os insetos machos da Oxitec são preparados para passar adiante um gene que provoca a morte do mosquito ainda na fase larval, antes da maturidade, reduzindo o número de insetos que transmitem o vírus.

No Brasil, testes realizados desde 2011 têm mostrado resultados positivos. Guilherme Trivellato, supervisor de produção e ensaios de campo da Oxitec, diz que a empresa já realizou testes semelhantes ao proposto na Flórida nas cidades baianas de Juazeiro e Jacobina e agora estão iniciando os testes de campo na cidade paulista de Piracicaba. Segundo ele, em Juazeiro, os testes foram realizados com a soltura do mosquito macho modificado, chamado de "Aedes do bem", em 2011, no bairro de Itaberaba e Mandacaru. Em Mandacaru, o "Aedes do bem" conseguiu suprimir 99% da ocorrência do inseto selvagem. Os testes foram aprovados pela Comissão Técnica Nacional do Brasil de Biossegurança (CTNBio), que liberou comercialmente o uso do mosquito geneticamente modificado da Oxitec no país em 2014. "Não foram registrados problemas ambientais decorrentes da realização dos testes", diz ele, que explica que a Oxitec pretende ampliar o uso dessa tecnologia para o controle de pragas agrícolas. A empresa está construindo uma fábrica em Piracicaba para produzir insetos suficientes para proteger mais de 300 mil habitantes.

No Rio de Janeiro, uma tecnologia diferente foi testada, desenvolvida por pesquisadores australianos do projeto "Eliminar a Dengue" em conjunto com o Instituto Oswaldo Cruz, reduzindo a incidência da dengue em bairros cariocas como a Ilha do Governador. Dados do Ministério da Saúde informam que apenas este ano, até o início de abril, o Brasil registrou mais de 800 mil casos de dengue, 91 mil casos de zika e cerca de 40 mil casos de chikungunya.

Nos EUA, em abril, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças confirmou a morte de um homem de 70 anos em fevereiro devido a complicações provocadas pelo zika em Porto Rico. A agência alertou as unidades locais e estaduais para se prepararem para um aumento dos casos de zika, especialmente com a elevação das temperaturas e a proliferação de mosquitos.

Para a Oxitec, que é controlada pela firma americana de biotecnologia Intrexon Corp., o teste da Flórida pode abrir caminho para o mercado americano que pode chegar a US$ 100 milhões em vendas anuais, segundo a empresa de serviços financeiros Wunderlich Securities Inc. A Intrexon, que teve uma receita de US$ 174 milhões no ano passado, não informa o faturamento da Oxitec. A empresa de 14 anos nasceu de pesquisas feitas na Universidade de Oxford sobre insetos geneticamente modificados para exterminar pragas que atacam produtos agrícolas.

A controvérsia da Flórida transformou os mosquitos da Oxitec na mais recente batalha pública em um crescente debate sobre engenharia genética nos EUA. Uma lei do Estado de Vermont que exige que alimentos feitos com ingredientes transgênicos tenham essa informação especificada no rótulo forçou muitas empresas a mudar suas embalagens em todo o país.

As autoridades de controle de pragas explicam que escolheram Key Haven para o teste porque a pequena comunidade da ilha seria ideal para provar se os mosquitos da Oxitec funcionam.

Os críticos da iniciativa dizem que as propostas ignoram as preocupações dos moradores da ilha - que têm um histórico de se unir para enfrentar o governo - e podem prejudicar o turismo e o ecossistema da região.

A FDA informou que não encontrou indícios de impacto ambiental e a Organização Mundial da Saúde recomendou os testes com os mosquitos da Oxitec.




Empresas pedem mais tempo para pôr alergênicos nos rótulos

19/05/2016 - O Globo


Empresas alimentícias pediram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um adiamento do prazo de obrigatoriedade para a inclusão de ingredientes que podem provocar alergia — como leite, ovo e amendoim — nos rótulos de alimentos e bebidas. A data-limite é julho deste ano, já que a proposta de regulamentação foi aprovada em 3 de julho de 2015 e determinava que as empresas do setor cumprissem a norma em 12 meses. A Anvisa confirma que esses pedidos estão em avaliação e, portanto, o prazo continua o mesmo. No entanto, militantes da causa e pais de crianças que têm alguma alergia a alimentos temem que a pressão da indústria faça essa regulamentação tão aguardada ficar para depois.

Segundo integrantes da campanha “Põe no Rótulo”, que começou em 2014 e ganhou força na internet — atraindo a participação de famosos como Fátima Bernardes, Mateus Solano e Gregório Duvivier —, as principais alegações das empresas são que a adequação à nova norma exige alto custo e mexe com uma complexa cadeia produtiva. Mas organizadores da campanha destacam que ampliar o prazo é ignorar um direito da sociedade: saber o que se está comendo.


CAMPANHA MOSTRA REAÇÕES


Uma das coordenadoras do “Põe no Rótulo”, a jornalista e mãe de um menino com alergia a leite Mariana Claudino conta que, para evidenciar a gravidade do problema, a página do Facebook do movimento publicará, até julho, uma série de fotos mostrando crianças que tiveram reações alérgicas porque ingeriram um alimento que não tinha as devidas informações no rótulo. Uma das primeiras imagens deste tipo que eles publicaram, de um bebê que teve o corpo inchado e coberto de placas vermelhas, alcançou 220 mil pessoas na rede social.

— Nunca tínhamos publicado fotos de reações alérgicas porque entendíamos que era um apelo desnecessário, mas com a ameaça de o prazo ser postergado, vemos que não é — diz Mariana. — É a partir de fotos como esta que as pessoas se dão conta de como a alergia a alimentos pode ser grave. E não estamos falando só de bolos e biscoitos, mas de feijão, arroz, alimentos importantes da dieta das crianças. Elas podem morrer por causa disso.

A Anvisa informou, em nota, que ainda não existe uma proposição oficial para que o prazo seja adiado, mas algumas empresas fizeram contato para que isso aconteça: “Não há proposição tramitando na Anvisa para dar suporte a uma prorrogação de prazo para adequação da rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias. A Agência vem recebendo pedidos de representantes de diferentes segmentos da sociedade relativos à prorrogação de prazo de adequação. Porém, a Anvisa ainda avalia essas solicitações”.

Também segundo a agência, a Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (Abia) estima que, em média, 65% dos produtos das empresas estão adequados à nova resolução. “Deste modo, já é possível afirmar que existem produtos com rotulagem adequada à norma”, completa a nota.

Para a advogada Cecilia Cury, doutora em Direito Constitucional pela PUC/SP e fundadora do “Põe no Rótulo”, não há justificativa para que a norma tenha sua entrada em vigor prorrogada.

— O dever de informar de maneira clara está expressamente previsto no Código de Defesa do Consumidor — defende.




Crianças terão 2ª dose da vacina garantida, diz Estado

19/05/2016 - Folha de S.Paulo


Tendo em vista a falta de vacinas contra a gripe em postos de saúde de São Paulo e a proximidade do fim da campanha de imunização na capital, na sexta-feira (20), a Secretaria Estadual da Saúde informou que crianças de até cinco anos que tomaram a primeira dose terão garantia de receber a segunda dose.

A pasta afirma que vai adquirir mais vacinas para esse público com recurso próprio.

São necessárias duas doses apenas em crianças acima de seis meses que estiverem sendo imunizadas contra a gripe pela primeira vez.

Para os especialistas, não tomar o reforço vacinal significa estar “parcialmente” protegido —entre 20% e 25%—, mantendo o risco de contrair uma infecção grave.

“É muito importante tomar a segunda dose, especialmente para menores de três anos.

Estamos enfrentando um surto e é fundamental proteger a criança”, diz Francisco Giannattasio, médico do Centro de Imunização Santa Joana.

Caso os responsáveis tenham dificuldade de encontrar a vacina em postos públicos, podem optar por dar o reforço nas clínicas particulares. O contrário também pode ser feito, sem riscos.

“Não há problema nenhum em tomar a vacina trivalente no posto e o complemento com a tetravalente em uma clínica particular. A imunização contra o H1N1, vírus que temos tido mais problemas, estará feita”, diz Bianca Grassi de Miranda, infectologista do hospital Samaritano.

A Secretaria Municipal da Saúde informa que 99,3% do público-alvo da vacinação na capital—crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas— foi imunizado.

Considerando apenas crianças, o índice cai para 88,7%.

“Até sexta (20)vamos receber os lotes de vacina para a segunda dose nas crianças.

Lembrando que é preciso um intervalo mínimo de 30 dias entre uma aplicação e outra”, informa a coordenadora de imunização do município de São Paulo, Maria Lígia Nerger.

Com a maior parte dos mais vulneráveis vacinados, de acordo com infectologistas, são menores os riscos de contaminação, pois a circulação do vírus também será menor. A recomendação médica, porém, é que os mais suscetíveis se vacinem para evitar gripes graves.


OUTROS GRUPOS


Não há, por enquanto, sinal de que a campanha vá ser prorrogada para outros grupos.

Segundo a pasta estadual da Saúde, “novas doses dependem do Ministério da Saúde, responsável por comprar e distribuir vacinas”.

O ministério informou que remeteu a São Paulo 12,7 milhões de doses para 11,9 milhões de pessoas do público alvo.

Por isso, não estão previsto novos repasses.




Câmara aprova entrada em imóvel abandonado para combate ao aedes

18/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Na primeira sessão após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara, os deputados aprovaram uma Medida Provisória que permite a entrada forçada de agentes em imóveis abandonados para combater focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e do vírus da zika.

A MP foi enviada ao Congresso em 1º de fevereiro. O texto regulamenta normas de acesso a imóveis privados em Estados e municípios que já possuem legislação específica sobre o assunto.

Permite que autoridades federais, estaduais e municipais do SUS (Sistema Único de Saúde) ingressem de maneira forçada, com ajuda de força policial, quando necessário, em imóveis públicos e particulares designados ou nos quais for identificada a possibilidade de presença de criadouros do mosquito.

As medidas previstas na MP poderão ser aplicadas "sempre que se verificar a existência de outras doenças com potencial de proliferação ou de disseminação ou agravos que representem grave risco ou ameaça à saúde pública, condicionada à Declaração de Emergencial em Saúde Pública"

O texto prevê a criação do Pronaedes (Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes) para financiar projetos com recursos de doações dedutíveis do Imposto de Renda.

Pessoas físicas e jurídicas poderão doar dinheiro, bens móveis ou imóveis, ceder bens para uso ou equipamentos ou realizar manutenção ou reparos em bens móveis, assim como fornecer material de consumo e insumos.

A proposta também isenta do pagamento de imposto quem importar repelentes, inseticidas e larvicidas, e telas mosqueteiro.




Surto de caxumba afeta pelo menos 3 cidades

19/05/2016 - O Estado de S.Paulo


Depois da dengue e da gripe H1N1, um aumento nos casos de caxumba preocupa moradores de pelo menos três cidades do interior de São Paulo. Em Campinas, foram registrados 160 casos neste ano, incluindo relatos em 12 instituições de ensino, o que obrigou vacinação pública. Em Sorocaba, também houve registros em indústrias e escolas. Em Jundiaí, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 41 casos. No mesmo período do ano passado, houve apenas 7 relatos, um aumento de 485%.




Casos de dengue e zika vírus tiveram queda em Ribeirão Preto

19/05/2016 - DCI Online


No mês de abril, o município de Ribeirão Preto teve 3.440 casos de dengue. O número é 42% inferior ao registrado no mês de março, que foi de 8.109 pessoas contaminadas pelo vírus do Aedes aegypti.

Esse resultado aponta a tendência que a queda que vem sendo registrada nas unidades de saúde. Desde o início do ano foram registrados 33.564 casos de dengue de um total de 54.379 suspeitos. No ano de 2016 foram registradas quatro mortes por dengue.

A mesma tendência de queda nas notificações foi constatada em relação aos casos de zika vírus. Em abril foram 728 casos contra 1.800 registrados em março, uma queda de 40%. Ao todo são 5.060 casos suspeitos da doença desde o início do ano.

O boletim aponta ainda que a notificação de 100 casos de gestantes que apresentaram exantemas (manchas avermelhadas pelo corpo) contra 233 registrados em março. Do total, 21 foram confirmados para zika vírus e cinco descartados. Este ano não foi notificado nenhum caso de microcefalia relacionado à infecção por zika vírus. Em relação à febre chikungunya, a queda de casos suspeitos foi de 30%. Foram cinco casos em abril, contra 15 em março, um positivo. Foram notificados 151 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

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