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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 18/05/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Pesquisa de ponta rompe barreiras nos fármacos

18/05/2016 - Valor Econômico


O cenário atual demonstra que há uma movimentação clara em busca da inovação no setor farmacêutico, mesmo diante do ambiente desfavorável. "As universidades não são receptivas à iniciativa privada. As empresas, por sua vez, não têm o costume de correr riscos. Já o ambiente regulatório parece punir quem inova. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), por exemplo, demora três vezes mais para examinar uma patente que em qualquer lugar do mundo", enumera Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Duas empresas brasileiras são uma amostra dos novos caminhos percorridos pelas farmacêuticas nacionais. De um lado está a Recepta Biopharma, citada por vários especialistas como uma promessa na inovação. Ela atua na área de biotecnologia dedicada à P&D de novos fármacos voltados ao tratamento do câncer. Do outro, a EMS, a gigante nacional dos genéricos. Hoje, a EMS tem 50% de seu desenvolvimento focado em novos medicamentos, pesquisados em Hortolândia (SP), no que a companhia chama de maior centro de P&D de medicamentos da América Latina, com cerca de 400 pesquisadores e por volta de 50 projetos em diversas fases de desenvolvimento.

Na capital paulista, José Luiz Perez, por 12 anos diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), demonstra que uma década é tempo suficiente para transformar uma ideia em um negócio inovador e concreto. Em parceria com o Ludwig Cancer Research/LCR, organização de pesquisa acadêmica sem fins lucrativos de Nova York, ele deu início, em 2006, à Recepta. Esta, por sua vez, por seu desempenho, obteve quase R$ 30 milhões de investimento do BNDESPar.

A partir de quatro anticorpos monoclonais licenciados pelo LCR para a empresa, foram iniciados trabalhos de desenvolvimento pré-clínico e clínicos (fases 1 e 2) voltados ao combate do câncer. O objetivo da Recepta é transferir as patentes para farmacêuticas (com foco na fase 3).

Sua evolução levou-a a se tornar a primeira empresa brasileira a licenciar a propriedade intelectual de uma droga internacionalmente. A interessada foi a americana Mersana Therapeutics, que fará o desenvolvimento científico. Dos ativos atuais da Recepta, destaque para dois anticorpos monoclonais imunoterápicos que devem estabelecer um novo paradigma na luta contra o câncer. Ou seja, ao invés de combater o tumor, a droga atuará sobre o sistema imunológico. "Para o tumor se instalar, o sistema imunológico precisa estar de acordo", explica Perez.

Em outra ponta, a EMS, líder do mercado farmacêutico brasileiro, com R$ 9,6 bilhões de faturamento e 464 milhões de unidades comercializadas em 2015, trabalha para dar um salto em inovação e se tornar uma das grandes players do setor no mundo. Por volta de 6% de sua receita são revertidos em P&D. "A EMS foi a primeira a obter registro de genéricos no país, em 2000. Hoje, nosso pilar de crescimento é a inovação, o caminho para diversificar nosso portfólio e internacionalizar a empresa", afirma Ricardo Marques, diretor de desenvolvimento estratégico da EMS.

Com mais de 80 patentes pelo mundo, a EMS desenvolve medicamentos focados em especialidades como dor, ginecologia, cardiologia e oncologia. A farmacêutica pesquisa e desenvolve uma nova gama de produtos a partir do zero.

No mercado americano, a Brace Pharma é seu grande diferencial competitivo. Empresa da EMS fundada em 2013, no Estado de Maryland, a Brace Pharma busca trazer terapias inovadoras aos pacientes. Marques garante que, com a Brace Pharma, a EMS tornou-se a primeira companhia brasileira a apostar no mercado de inovação radical nos EUA. A proposta é primeiramente registrar terapias inovadoras nos EUA e, na sequência, submetê-las ao registro e à aprovação de agências regulatórias no Brasil e na América Latina. São US$ 300 milhões em investimentos destinados a levar produtos inovadores para autorização/aprovação do FDA em um período de três a sete anos.




OMS e FAO voltam atrás e dizem que glifosato é seguro

17/05/2016 - Valor Econômico / Site


A divisão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram que o glifosato, agrotóxico da Monsanto amplamente utilizado nas lavouras de soja, não é cancerígeno ao ser humano.

“É improvável que o uso do glifosato através da dieta seja cancerígeno para o homem”, diz o comunicado da OMS, publicado em um painel de especialistas sobre resíduos de pesticidas no meio ambiente.

Depois de analisar os indícios científicos, o comitê conjunto FAO/OMS também afirmou ser improvável que o glifosato seja genotóxico para humanos. Segundo as entidades, a ingestão diária de até 2 mil miligramas de glifosato para cada quilo de peso corporal é aceitável.

Há anos existe a suspeita de que o glifosato aumente a incidência de alguns tipos de câncer. Em 2015, a própria OMS reconheceu que o pesticida fosse “provavelmente cangerígeno”.

Em maio deste ano, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), por sua vez, divulgou relatório dizendo que o produto é seguro.

Nova tecnologia poupa células saudáveis ao tratar câncer

17/05/2016 - Portal Exame


A quimioterapia, apesar de ser uma das principais vias de tratamento de diversos tipos de câncer, provoca fortes efeitos adversos por atacar não só as células tumorais, mas também as saudáveis.

Para minimizar esse tipo de dano à saúde já debilitada do paciente, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma estratégia de ataque direto às células doentes, por meio de nanopartículas que levam o medicamento em altas concentrações até elas, evitando que as demais sejam atingidas.

Para isso, os pesquisadores utilizaram nanopartículas de sílica, componente químico de diversos minerais, carregadas de um candidato a fármaco contra câncer de próstata, a curcumina, e revestidas por uma vitamina que é naturalmente atraída pelas células tumorais, o folato.

Nos testes in vitro, as nanopartículas mataram cerca de 70% das células tumorais de próstata, enquanto que apenas 10% das células saudáveis da mesma linhagem foram atingidas.

“A célula tumoral, em função do seu metabolismo diferenciado, em geral tem 200 vezes mais receptores de folato na sua superfície do que as saudáveis. Dessa forma, as nanopartículas revestidas dessa estrutura química ‘driblam’ as células que não precisam ser atacadas, sendo atraídas pelo seu verdadeiro alvo e entregando a carga de fármacos em maior concentração”, explicou Mateus Borba Cardoso, responsável pela pesquisa “Funcionalização de nanopartículas de sílica: aumentando a interação biológica”, realizada com apoio da FAPESP.

“Elas funcionam como caminhões, em que são colocadas grandes quantidades do que se deseja transportar – no caso, o fármaco a ser administrado – para que a célula tumoral seja atingida por uma quantidade superior de moléculas.

Do contrário, as moléculas estariam dispersas, atingindo em menor quantidade as células que precisam ser atacadas, diminuindo sua eficiência e, ainda, alcançando aquelas que não são seu alvo”, disse.

De acordo com o pesquisador, a escolha da sílica como meio de transporte do fármaco e a adição de folato para direcioná-lo às células tumorais foram feitas, inicialmente, para enfrentar a dificuldade que certas drogas insolúveis apresentam de serem transportadas na água, nos fluidos biológicos ou no sangue.

Diante disso, o grupo começou a trabalhar em metodologias para inserir as drogas nos poros das nanopartículas.

“A sílica é uma base sólida interessante por permitir que reações sejam feitas em sua superfície com certa facilidade. Os lipossomas, membranas que recobrem diversos medicamentos contra câncer, não permitem que o folato seja depositado em sua superfície, por exemplo. Dessa forma, é possível funcionalizar as nanopartículas da sílica, fazendo com que ela se comporte de uma maneira direcionada”, disse Cardoso.

A penetração do fármaco nos poros da sílica ocorre durante o processo de formação das nanopartículas do composto. As moléculas do medicamento tendem a se depositar entre os poros por se tratar de um ambiente mais estável do que a solução em que estão dispersas.

Os pesquisadores também fazem adaptações na síntese das moléculas das nanopartículas para que elas tenham certa afinidade com as do fármaco, “roubando-as” do meio num processo de atração eletroestática entre ambas.

Ao final, as nanopartículas são precipitadas em uma centrífuga, sendo separadas da solução e levando consigo grandes quantidades do medicamento, já aprisionado em seus poros.


BARREIRAS IN VIVO


Apesar de driblar as células saudáveis e atingir as tumorais com grandes quantidades de fármaco nos testes in vitro, as nanopartículas funcionalizadas pelos pesquisadores do CNPEM enfrentariam outros obstáculos in vivo para representarem uma alternativa viável aos efeitos adversos violentos da quimioterapia, relacionados a proteínas presentes no sangue que, em contato com a sílica, recobrem sua superfície, impedindo a identificação do folato.

Para enfrentar esse desafio os pesquisadores trabalham na funcionalização múltipla das nanopartículas, manipulando moléculas em sua superfície para obter diversas funções ao mesmo tempo.

“O estudo das interações de proteínas presentes no sangue com a superfície das nanopartículas nos permitirá propor métodos para impedir que as substâncias adicionadas sejam de alguma forma afetadas e percam sua função. Assim, a ação das nanopartículas no organismo não seria obstruída, tornando-se uma alternativa capaz de fazer frente à quimioterapia convencional, mas sem efeitos adversos mais agravados”, conta Cardoso.

De acordo com o pesquisador, as proteínas que recobrem as nanopartículas poderiam ser despistadas com a adição de grupos químicos que as repelem.

Os pesquisadores trabalham no desenvolvimento de estratégias para transporte de medicamentos contra linfomas, neoplasias malignas que atingem órgãos e estruturas do sistema linfático, fundamental na manutenção da defesa do organismo contra infecções.

Em vez de folato, que é atraído, em geral, por qualquer célula tumoral, a superfície das nanopartículas têm sido recobertas por anticorpos monoclonais, que atuam nas células como uma chave numa fechadura.

“Dessa forma, apenas um tipo específico de célula, que reage a determinado anticorpo monoclonal, será atingido, o que pode levar ao desenvolvimento de tratamentos especializados voltados a diferentes tipos de câncer”, disse Cardoso.

Os resultados da pesquisa com funcionalização de nanopartículas de sílica contra células tumorais de próstata foram publicados no artigo Functionalized Silica Nanoparticles As an Alternative Platform for Targeted Drug-Delivery of Water Insoluble Drugs, publicado no periódico científico internacional Langmuir.

O trabalho, escolhido para ilustrar uma capa de abril da revista, é assinado por Cardoso, Luciane França de Oliveira e Karim Bouchmella, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Kaliandra de Almeida Gonçalves, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Jefferson Bettini, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), e Jorg Kobarg, do Instituto de Biologia da Unicamp.




Burocracia trava as pesquisas com empresas no Brasil

18/05/2016 - Folha de S.Paulo


Sem maneiras mais criativas e flexíveis de levantar recursos e interagir com a iniciativa privada, a pesquisa brasileira continuará penando para transformar boas ideias científicas em produtos inovadores e lucrativos, diz o engenheiro metalúrgico Fernando José Gomes Landgraf, atual diretor-presidente do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), em São Paulo.

Landgraf comanda o instituto(ligado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação) desde 2012.

Embora negue que seja necessário escolher entre pesquisa básica e aplicada —ou seja, entre a ciência que tenta entender como as coisas funcionam e a que busca aplicações diretas—, ele enxerga mais limitações para fazer o segundo tipo no Brasil.

Para o engenheiro, a falta de agilidade para financiar parcerias público-privadas na área é um dos fatores que limitam o desempenho brasileiro.

Ele reconhece a importância do financiamento público para que tecnologias realmente inovadoras surjam, mas aponta também a necessidade de que as pesquisas, em alguma medida, se autofinanciem —a exemplo do IPT, cuja receita atual é, em sua maioria, proveniente de serviços prestados a empresas.

Folha- O governador Geraldo Alckmin irritou a comunidade científica ao criticar as pesquisas financiadas pela Fapesp, afirmando que muitas delas não têm utilidade prática. Como o sr. vê esse dilema entre investimentos na ciência básica e os voltados para a pesquisa aplicada?

Landgraf - É claro que ambas são importantes. Não há como um país ter avanços na pesquisa aplicada sem boa pesquisa básica. Também é verdade que a Fapesp [agência de fomento do Estado de São Paulo] tem tentado estimular a interação entre instituições de pesquisa públicas e as empresas, há algumas iniciativas nesse sentido.

Mas, de maneira geral, a interação com o setor privado e a pesquisa que gera produtos inovadores ainda são modestas, em parte também porque as próprias empresas não buscam essa interação com a intensidade necessária.

Então isso não significaria que as empresas é que precisam criar uma cultura mais ousada sobre esse tema?

O problema é que a maneira como o financiamento dos projetos conjuntos funciona normalmente não favorece isso. Seria interessante achar um modo de trabalhar que facilitasse essas parcerias, coisa que instituições como a Embrapii [Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, organização social ligada ao governo federal] já vêm estimulando ao fazer as coisas de um modo diferente.

O que há de diferente na maneira como a Embrapii atua?

O principal ponto é a velocidade e flexibilidade com que as propostas para o financiamento de projetos são analisadas. Há uma espécie de benefício da dúvida dado pelas entidades financiadoras à parceria entre a instituição de pesquisa e a empresa, de maneira que todo o processo de análise do mérito daquela proposta é mais rápido —existe um monitoramento constante e rigoroso durante a execução dos recursos,mas não tantos entraves antes.

Outra questão que temos de considerar com cuidado é a maneira como essas parcerias começam. As situações em que os institutos de pesquisa brasileiros procuram uma empresa já com um produto pronto, ou mesmo com um plano claro para chegar a esse produto, são raríssimas. Normalmente o que acontece é o contrário: a empresa procura a instituição de pesquisa com um problema específico, e é a partir daí que soluções às vezes são desenvolvidas e se transformam em produtos.

A impressão é que, desde os anos 1990, tem havido um esforço constante para estimular os pesquisadores brasileiros a se transformarem em empreendedores, mas esse modelo parece ter fracassado.

O sr. concorda?

Eu não acho que esse modelo tenha fracassado. A questão é que, naturalmente, são raras as pessoas com vocação para o empreendedorismo.

Vejo isso ao dar aulas na Escola Politécnica da USP —poucos dos meus alunos querem virar empresários.

Claro que o ambiente brasileiro de fato não é muito favorável a isso, mas o problema está longe de ser só nosso.

A Universidade Harvard e o MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts], que ficam do lado um do outro nos EUA, devem formar milhares de alunos todos os anos, num dos locais como maior índice de inovação tecnológica do mundo. Você sabe quantas empresas são criadas por esses formandos anualmente?

Vou chutar: em torno de 30? Chutou bem, é mais ou menos isso mesmo —de dez a 30.Além disso, não se pode esquecer o papel crucial das instituições públicas e do incentivo governamental para a inovação, porque eles fazem o investimento de longo prazo para que as ideias realmente inovadoras vinguem.

Mas é claro que é possível pensar em maneiras de obter financiamento para pesquisa sem depender só do Estado.

Aqui no IPT, por exemplo, 35% da dotação orçamentária vem do governo paulista, enquanto os outros 65% derivam da venda de serviços para empresas.

Existem críticas ao fato de que a Fapesp possui um patrimônio financeiro próprio, que lhe permite maior estabilidade e autonomia em seus investimentos de pesquisa, mesmo quando a arrecadação cai. Esse modelo deve ser mantido, na sua opinião?

Não acho que seja necessário alterar esse modelo. Mas é importante discutir qual a proporção dos recursos que vai para pesquisa básica e pesquisa aplicada.




Inscrições para prêmio de oncologia do Icesp vão até o dia 25 de maio

18/05/2016 - Folha de S.Paulo


O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) está com as inscrições abertas até o dia 25 de maio para a sétima edição do Prêmio Octavio Frias de Oliveira (19122007), uma iniciativa em parceria com o Grupo Folha.

A láurea, que leva o nome do então publisher da Folha, busca reconhecer e estimular contribuições de pesquisadores e outros profissionais que atuam na área oncológica.

O prêmio será concedido a três categorias: pesquisa, inovação tecnológica e personalidade de destaque em oncologia.

Cada escolhido receberá R$ 16 mil e um certificado.

Em 2015,na primeira categoria, venceu estudo de pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center que identificou mutações ligadas ao desenvolvimento do tumor de Wilms, o câncer renal mais frequente em crianças.

Na categoria inovação tecnológica, a vencedora foi uma pesquisa que levou ao desenvolvimento de um novo biomarcador para diagnóstico e prognóstico de um subtipo de tumor de mama.

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, foi o premiado como personalidade em destaque.

Zago já foi pesquisador e professor de hematologia.

A escolha dos vencedores é feita por uma comissão formada por cientistas e membros da sociedade comprometidos com o tema.

A premiação ocorrerá em 5 de agosto, data de nascimento do patrono da láurea. Mais informações estão no site www.icesp.org.br/premio.




Hospitais buscam novos nichos e ganhos de escala para diluir os custos

18/05/2016 - DCI


São Paulo - A perda de 1,5 milhão de postos de trabalho em 2015 já impactou o mercado de planos de saúde empresariais e agora preocupa hospitais privados. Para conseguir superar o momento, focar no paciente particular, adotar práticas de governança e investir em infraestrutura para ganho em escala são as alternativas.

De acordo com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), no ano passado a taxa de despesas totais teve crescimento de 9,6%, contra alta de 5,4% da receita líquida total. Se considerada a inflação no período, a receita teve queda de 3,3%.

Caso o cenário macroeconômico continue a piorar, o presidente da Anahp, Francisco Balestrin, aponta que o setor poderá ver demissões e margens ainda mais apertadas. "Não tem muita opção. O que os hospitais devem fazer é procurar acreditação para conseguir melhorar seus processos e lamentavelmente mandar gente embora."

De acordo com ele, existem dois possíveis cenários para o setor. Em um o mercado deverá reduzir no outro terá aumento de desemprego. "As coisas estão muito difíceis e já vimos demissões acontecendo. Os hospitais devem fazer os ajustes", coloca. Ainda de acordo com o anuário da Anahp, divulgando ontem durante a Hospitalar 2016, o crescimento da taxa de contratação dos hospitais membros passou de 11,6% 4,1% em 2015.

Na contrapartida, a expectativa é que a volumetria - volume de atendimento - se mantenha. "Quem tem saído é o pessoal mais jovem", explica Balestrin. Com isso, a perspectiva é que com a saída do paciente mais saudável, as carteiras dos planos de saúde tenham mais dificuldade de diluir a sinistralidade.


ESTRATÉGIA


No Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, as estratégias têm sido aproximação das operadoras de saúde na negociação e ganhar receita com escala. Em 2015, o complexo realizou um grande investimento em infraestrutura e ampliou a capacidade de atendimento. Na área de oncologia, por exemplo, o hospital conseguiu aumentar em 35% o número de pacientes. "Foi feita uma reforma e ampliação, mas sem precisar mudar a área do hospital. Com esta estratégia reduzimos os custos", explica o diretor administrativo do complexo, Dario A. Ferreira Neto.

No Hospital Bandeirantes, a mudança foi mais agressiva. "Daqui a um mês e meio devemos inaugurar o novo pronto atendimento", comenta. Em 2016, a expectativa é de atingir alta de 8% do faturamento, na comparação com o ano anterior. Já os investimentos para o período somam R$ 6 milhões.


PERSPECTIVAS


Para o presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp),Yussif Ali Mere Junior, a perspectiva é um pouco melhor. "Deve haver demissões, mas acredito que serão muito baixas, porque o setor é de mão de obra intensiva." No entanto, ele acredita que cortar custos e diminuir o número de leitos trabalhados seja uma forma de conseguir manter as operações do hospital.

Entre os mais de 46 mil associados da entidade, o faturamento de 2015 somou R$ 161,9 bilhões, e previsão agora é de estagnação.

Para ele, além dos índices de inflação, existe uma forte pressão das operadoras para reduzir custo. "Mas acaba não sendo uma redução de custo. O que tem ocorrido é que os hospitais tiveram que diminuir suas margens."

Algumas medidas que podem ajudar ambos os lados é o compartilhamento de risco - negociação de um pacote com os prestadores de serviço por um procedimento específico sem limite de uso - e o investimento em cuidado primário.


CONTRAPARTIDA


Em um ano que as margens diminuíram, o Hospital Beneficência Portuguesa superou os problemas financeiros. De acordo com o superintendente executivo de operações do hospital, João Fábio Silva, em 2013 o hospital teve prejuízo de R$ 70 milhões e em 2015 o faturamento foi de R$ 32 milhões. Se por um lado, o downgrade das carteiras de planos de saúde - mudança para carteiras mais baratas - tem colocado hospitais mais focados nas classes altas, por outro, o executivo conta que a unidade São Joaquim do Beneficência tem recebido esse público. "Temos assistência de ponta, mas ainda somos vistos como intermediário. O que neste cenário foi bom", conta.

Além disso, Lopes explica que mantido a receita com pacientes particulares - que têm ticket médio maior. "m volumetria não é tanto, mas em receita sim", diz.

A estratégia tem sido ofertar para todos os públicos uma unidade que se aplique a diferentes realidades, no Hospital São José, há grande número de pacientes particulares. Para reter este público, a estratégia é reter médico. "Não se trata apenas do plano, mas o paciente escolhe pelo médico", finalizou o executivo, ao DCI.




Barros: Previdência deve mudar para financiar SUS

18/05/2016 - O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA E RIO - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que a solução do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) está condicionada a uma reforma na Previdência Social. "Eu não tenho nenhuma pretensão de redimensionar o SUS. O que nós precisamos é capacidade de financiamento para atender a demanda", disse. "Só conseguiremos espaço fiscal para saúde se conseguirmos repactuar os gastos excessivos na Previdência", completou.

O ministro argumentou que atualmente a Previdência consome 50% da arrecadação federal, o que, segundo ele, compromete de forma direta as demais áreas sociais. Dos R$ 118 bilhões previstos no orçamento deste ano para a Saúde, R$ 9,9 bilhões foram contingenciados.

Com o corte, recursos para custear programas considerados essenciais, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Farmácia Popular e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), são suficientes somente até agosto. Pelo orçamento atual, também não há verba para custear internações, cirurgias e outros procedimentos chamados de média e alta complexidade em dezembro.

Barros afirmou que deve nesta quarta-feira, 18, em reunião marcada com o ministro do Planejamento, Romero Jucá, solicitar a liberação de recursos para a área. "O SUS está previsto na Constituição, é um direito garantido. Isso não será mudado", disse o atual titular da Saúde.

Jucá, por sua vez, declarou que a repactuação do SUS será discutida no âmbito do Ministério da Saúde. "É claro que há subfinanciamento do SUS. Faltam recursos. A tabela de procedimentos não é reajustada, os serviços estão aquém do que deve ser ofertado à sociedade. Tudo isso será discutido na área específica do ministro", afirmou o titular do Planejamento, que participou da abertura do XXVIII Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.




Gasto de operadoras de saúde sobe 19%

18/05/2016 - DCI


São Paulo - As operadoras de saúde registraram crescimento de 19,3% nos custos com atendimentos médicos em 2015 na comparação com o ano anterior, de acordo com o índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) medido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A variação é tida pelo setor como um indicador para o reajuste esperado nos preços das mensalidades dos planos, mas, cifra calculada Agência Nacional de Saúde (ANS)

Segundo o IESS, a inflação médica ficou acima da anual medida pelo IPCA, que ficou em 10,67% em 2015.

O documento da entidade aponta que a alta de 19,3% é o maior desde o início da série histórica, em 2007. O recorde ocorre num momento delicado para o sistema de saúde privado. Em 2015, cerca de 766 mil beneficiários saíram do mercado. Até março de 2016, em comparação ao mesmo mês de 2015, as perdas de beneficiários chegaram a 1,33 milhão.

O estudo do IESS chama atenção para a escalada dos custos mesmo num momento de retração econômica e de queda no número dos beneficiários. Segundo pesquisa da entidade, o Brasil é o único caso no mundo onde os custos de saúde não caem com a retração da economia.


GASTOS EXTRAS


A maior contribuição para alta dos custos no ano passado veio dos gastos mais altos com internações. Esse item contribuiu com 10,7 pontos porcentuais para o crescimento total registrado pelo VCMH.

A justificativa apontada pelo IESS para este crescimento é o atual modelo de pagamento a hospitais pelas operadoras de saúde, denominado "conta aberta por unidade de serviço" (fee-for-service), no qual cada item utilizado na internação do paciente é detalhado na conta, após um processo de faturamento em que profissionais de saúde contratados pelo hospital analisam a internação, procedimento que, segundo as operadoras, é ineficiente.




Laboratórios do país reclamam de falta de proteção

18/05/2016 - Valor Econômico


O Brasil é um dos mercados mais promissores do mundo no campo da indústria farmacêutica, tem qualidade de produção local, boa indústria de genéricos, mas uma baixíssima tendência em inovação. Um dos entraves, segundo Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) é a demora na concessão de patentes. "O INPI demora três a quatro vezes mais para examinar os pedidos em relação a outros países, o que desestimula a indústria nacional", afirma.

Numa indústria altamente competitiva e cara como a farmacêutica, e que depende da inovação em grau bastante elevado, o país está ficando para trás, apesar de possuir uma infraestrutura eficiente para pesquisa e desenvolvimento de produtos. "Perdem os laboratórios que desenvolvem tecnologias novas e que não recebem proteção no país, e perdem aqueles que se dedicam a genéricos e similares, porque o processo burocrático atrasa a autorização para entrada desses medicamentos no mercado nacional", frisa Britto.

Segundo a Interfarma, o mercado brasileiro não é mais dominado apenas pelas multinacionais. Hoje, as farmacêuticas nacionais representam mais de 50% desse universo, principalmente devido ao grande crescimento da indústria de genéricos. "Essas empresas sabem que o futuro passa pelas patentes e de forma gradual começam a prospectar novos caminhos científicos e tecnológicos nessa direção", afirma Britto. Ele lembra que essa nova realidade implica aumento dos gastos em P&D. E também em segurança jurídica.

A burocracia brasileira é agravada pela disputa entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o INPI sobre o papel de cada órgão nos exames de pedidos de patentes de produtos farmacêuticos e que levou à situação de paralisação na tramitação desses pedidos por falta de entendimento entre os dois órgãos. Segundo o INPI, há mais de 5 mil patentes da indústria de fármacos aguardando solução judicial devido à controvérsia.

A falta de um ambiente regulatório ágil prejudica mais do que tudo a população, que não tem acesso a remédios voltados para doenças cada vez mais complexas gerados pelos avanços em biotecnologia e cada vez mais caros, acrescenta Britto, insistindo na necessidade do desenvolvimento da pesquisa e da inovação. "A patente é uma consequência do ambiente favorável. É preciso uma conexão forte e que funcione bem entre a universidade que gera conhecimento, as empresas que o aplicam e o governo que estimula esse circuito."

Para ele, só produzindo novas patentes será possível inclusive diminuir a carga do país de pagar caro para comprar ou produzir remédios novos. "A crise atual pode ser a oportunidade para rever nossas oportunidades e transformar a inovação em obrigação", afirma.




Aporte do setor privado em P&D deveria ser bem maior que do Estado

18/05/2016 - Valor Econômico


Os dispêndios nacionais em pesquisa & desenvolvimento (P&D) representam cerca de 1,2% do PIB brasileiro. Esse aporte, um dos principais indicadores para a inovação, poderia ser maior, como ocorre em Israel, o país que mais investe (em torno de 4%) de todas as riquezas do país em P&D. O problema, como explica Wanderley de Souza, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), é mais complexo. Primeiro, é preciso observar a composição da média de 1,2%. Ele explica que 0,7% desse valor é injetado pelo governo, enquanto a iniciativa privada fica com a menor parte.

Mas o que leva as companhias em operação no Brasil a investirem tão pouco? "As empresas deveriam colocar o dobro, e não a metade, em P&D. Na Coreia do Sul, que investe o equivalente a 4% do PIB em P&D, 3,1% vêm do setor privado e somente 0,95% do governo", compara Souza.

O professor Mario Sergio Salerno, titular do departamento de engenharia de produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, concorda e acrescenta que o problema do Brasil é o baixo investimento por parte da indústria, o que acaba levando somente o Estado a aportar por meio da Financiadora de Estudos e Projetos, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Outra explicação para a dificuldade em inovar está no custo alto dos recursos. Muitos países subsidiam esses investimentos. Já o Brasil deveria seguir o modelo de subvenção. Ao tomar dinheiro emprestado, a chamada fiança bancária encarece muito o custo do dinheiro, o que tem levado à busca de outros mecanismos de captação.

Resultado: no quesito inovação, o Brasil vai mal. "Um dos poucos setores de inovação hoje no país, mas com baixa originalidade, é o farmacêutico, mais focado em produzir genéricos e similares após a queda de patentes", diz Souza.

Uma das exceções é a empresa brasileira de biotecnologia Recepta, citada por três grandes especialistas em inovação. Ela tem chamado atenção por se dedicar à pesquisa e ao desenvolvimento de novos fármacos a serem utilizados no tratamento do câncer. O presidente da Finep diz que o Brasil precisa buscar avanços no eterno dilema da conversão de commodities para produtos de alto valor agregado "O Brasil, que exporta café verde, não tem uma única marca de café brasileiro conhecido lá fora."

Apesar de todos os desafios, Souza acredita que as perspectivas podem ser boas desde que haja mais recursos para subvenção, com liberação imediata.

Na área de inovação, Luiz Mello, gerente-executivo de tecnologia e inovação da Vale, alerta que a inovação no Brasil ainda carece de um ambiente mais favorável com leis mais estáveis e sobretudo com mais recursos não-reembolsáveis. "Há ainda um baixo fluxo de pessoas da academia para a indústria e vice-versa. Temos que ter mais fluxo entre esses dois universos que têm grande complementariedade. O Brasil ainda tem que vencer as barreiras impostas pela baixa escolaridade. Termos cerca de 17 milhões de analfabetos e um dos mais baixos índices nas avaliações do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) não nos ajudam."

Por incrível que pareça, ele lembra que o Brasil ainda não tem um "Inova Mineração". "Sei que está nos planos e, em breve, deve ser anunciado um programa nesta linha. Nossas oportunidades estão em não tentarmos somente emular os novos tigres asiáticos (Tailândia, Malásia, Indonésia) ou os velhos (Cingapura, Coreia, Japão)."

Para Cesar Bonine, gerente de assuntos regulatórios e propriedade intelectual da Fibria, o acesso aos meios que levam à inovação ainda é um pouco complexo e burocrático no Brasil. Estes incentivos ainda estão abaixo de países mais inovadores, observa. "Um obstáculo ligado à patente de inovação está relacionado ao respeito à propriedade intelectual, como acontecia com a China na década de 90, que copiava tudo. Hoje, no entanto, ela é um dos países que mais depositam patentes no mundo. Algumas empresas brasileiras (até de grande porte), parecem estar com a mentalidade da China antiga. Acham mais fácil copiar do que desenvolver e inovar", alerta.




What's News: A Novartis

18/05/2016 - Valor Econômico


A Novartis vai desmembrar sua unidade de produtos contra o câncer em uma empresa separada, a partir de 1o de julho. Um porta-voz da farmacêutica suíça disse que os negócios na área de oncologia são praticamente do mesmo tamanho de todos os demais juntos. Em abril de 2014, a Novartis comprou, por cerca de US$ 14,5 bilhões, a unidade de câncer da britânica GlaxoSmithKline. A medida anunciada ontem faz parte de uma reestruturação da Novartis para combater uma queda nas vendas.

Para ministro Jucá, SUS tem subfinanciamento e falta de recursos

17/05/2016 - Valor Econômico / Site


Em mais um episódio de desentendimento sobre os rumos do governo do presidente interino Michel Temer, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou na tarde desta terça-feira que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem problemas de recursos, na contramão do que chegou a defender o ministro da área, Ricardo Barros, do PP.

“Claro que há subfinanciamento do processo do SUS, falta recurso, as tabelas não são reajustadas. Os serviços estão aquém do que deve ser ofertado à sociedade”, disse, embora com a ressalva de que não gostaria de debater o assunto sem saber a “modelagem” que Barros planeja para o sistema.

O próprio ministro da Saúde deu indicações de que não tem certeza de qual direção tomar. Primeiro, Barros deu entrevista dizendo não ser possível atender todas as garantias previstas na Constituição de 1988, como o acesso universal à saúde, e que os gastos do SUS deveriam ser revistos. Hoje, recuou. O ministro, durante a campanha eleitoral para deputado federal, recebeu doação no valor de R$ 100 mil de Elon Gomes de Almeida, presidente da Aliança, uma empresa de planos de saúde.

Após participar do 28º Fórum Nacional, Romero Jucá rebateu as críticas ao governo Temer, por ter cortado o status de ministério de estruturas ligadas à defesa da igualdade de gênero, contra a discriminação racial, pelos direitos humanos e a área da cultura.

“Uma coisa é ter ministério, outra é ter política pública. Você não pode criar um ministério para cada assunto que você considera relevante. Há mais de 50 assuntos relevantes. Teríamos que ter 50 ministérios. Ministério é estrutura administrativa. A política pública é tocada por um governo como um todo”, disse. Jucá considerou simbólico o corte de ministérios, para que o governo dê exemplo de economia, mas não citou quanto isso representará em diminuição de despesa para os cofres públicos.




Rede pública perde 23,6 mil leitos em 5 anos

18/05/2016 - Folha de S.Paulo


Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina aponta uma queda de 23.565 leitos de internação na rede pública nos últimos cinco anos. Isso equivale a cerca de 13 leitos a menos por dia.

Em dezembro de 2010, havia no país 335.482 leitos de internação para uso exclusivo do SUS (Sistema Único de Saúde). Em dezembro de 2015, esse número diminuiu para 311.917 —uma queda de 7,5%.

Já a rede privada teve aumento de 2.210 leitos no mesmo período. Os dados foram levantados a partir do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), base de dados do Ministério da Saúde.

Ao todo, 19 Estados registraram queda de leitos no período. O Sudeste teve a maior redução. As especialidades com maior perda de leitos foram obstetrícia, psiquiatria, pediatria cirúrgica e cirurgia geral.

O conselho diz que a queda agrava a demora no atendimento, além de atrasos no diagnóstico e início do tratamento. “As consequências são mortes que seriam evitadas. Pacientes que terminam falecendo por falta de um leito disponível”, afirma Carlos Vital, presidente do conselho.


MODELO


O Ministério da Saúde tem dito nos últimos anos que a diminuição do número de leitos segue uma tendência mundial, relacionada a mudanças no modelo de atenção em saúde, com avanço das ações de prevenção, por exemplo.

Em alguns casos, a redução também faz parte de políticas de saúde. É o caso da lei da reforma psiquiátrica, que prevê o fechamento desses hospitais, levando à redução de leitos dessa especialidade.

Segundo os dados do CFM, a queda no número de leitos tem crescido nos últimos anos. Levantamento feito em 2014 apontava 14 mil leitos a menos nos cinco anos anteriores.

“Não há dúvidas de que a questão do financiamento é uma das circunstâncias fundamentais para explicar a carência desses leitos.

Precisamos de uma iniciativa do legislativo no Orçamento da saúde”, afirma Vital.




Vacina contra gripe acaba em postos de SP

18/05/2016 - Folha de S.Paulo


A vacina contra a gripe se esgotou em diversos postos da rede municipal de saúde de São Paulo antes mesmo do final da campanha pública de imunização, prevista para a próxima sexta-feira (20).

Embora façam parte do grupo de risco, crianças e idosos que ainda não foram imunizados têm deixado postos de saúde da capital sem a vacina.

E, se depender do poder público, eles devem continuar assim, porque não está prevista a chegada de mais doses.

De nove unidades visitadas pela Folha nesta semana, só uma tinha a vacina contra a gripe, a UBS Boracea, em Santa Cecília (centro).Mesmo assim, um funcionário informou que a oferta era intermitente e as doses tinham faltado nas semanas anteriores.

O engenheiro Freddy Depouhon, 64, teve mais uma tentativa frustrada na tarde desta terça (17), na UBS Humaitá, na Bela Vista. Era a sexta vez que ele procurava pela vacina, em três UBS diferentes.

“Conheço gente que já teve essa gripe, ela é muito forte.

Acho que vou desistir”.

No mesmo posto, a analista comercial Ivanete Neves, 38, também continuava à mercê do vírus H1N1. Ela tem asma e faz parte do grupo de doentes crônicos, que tem direito a ser imunizado. “É péssimo, vou ter que buscar em outro posto”, reclamava, ainda sem saber que precisaria ter sorte em seu périplo.

A justificativa dos governos municipal, estadual e federal, corresponsáveis pela campanha de vacinação, é que a meta prevista na campanha de vacinação foi superada (leia mais abaixo).

A rede particular costuma cobrar cerca de R$150 pela vacina, mas ela também está em falta em várias unidades—de cinco clínicas procuradas nesta semana, só uma tinha doses para todas as idades.


MORTES


Na UBS Dr. Humberto Pascale, no centro, mais decepção. A aposentada Isaura Vieira, 61, se dizia “cansada” da busca pela vacina para seu neto, de pouco mais de um ano de idade, que estava precisando da segunda dose.

“É um absurdo, a gente paga impostos e não tem os direitos.

Morreu um monte de gente dessa gripe, e não consigo uma dose para um bebê.

É muito preocupante. Vou ter que dar um jeito”, disse Vieira, com a criança nos braços.

Na cidade de São Paulo, já foram registrados neste ano 509 casos de H1N1, com 69 mortes. No Estado, foram 1.209 casos (maior número no país), com 223 mortes.

Na segunda (16),a UBS dos Campos Elíseos tinha recebido suas últimas 30 doses, que acabaram rapidamente.

Os funcionários dizem que deram prioridade para crianças que tinham voltado para a segunda etapa da imunização. A prática é comum em postos de saúde, mesmo onde há cartazes na porta informando a falta da vacina.

Na UBS Cambuci, um atendente informou que, apenas na segunda-feira a unidade havia recebido 140 vacinas, que se esgotaram por volta das 16h. Na semana anterior, uma remessa de 600 doses acabou em dois dias.




Casos prováveis de chikungunya crescem 562% no país; zika avança

17/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Em meio a uma tríplice epidemia, o Brasil tem vivido um avanço nos atendimentos por chikungunya e zika, ao mesmo tempo em que o ritmo de novos casos de dengue começa, pouco a pouco, a diminuir. As três doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Dados do Ministério da Saúde, contabilizados até o dia 23 de abril, mostram que o país já registra ao menos 64.349 casos prováveis de febre chikungunya, cujo quadro é marcado por fortes dores nas articulações, distribuídos em 1.358 municípios.

O número de casos é 562% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando havia 9.710 registros. Já em todo o ano de 2015, foram 38.332, o que indica que a doença pode estar se espalhando com maior rapidez nos últimos meses.

O novo boletim epidemiológico foi divulgado na tarde desta terça-feira (17). Além do avanço da chikungunya, o balanço também mostra que é alto o número de casos prováveis de infecção por zika: já são 120.161 registros neste ano.

Para comparação, relatório anterior da pasta, com dados até o dia 2 de abril, apontava 91.387 casos prováveis. Em três semanas, o aumento foi de 31,5%.


SEM DADOS


O Ministério da Saúde não tem dados do ano anterior, quando o vírus foi identificado no país, ao fim de abril. Desde então, a pasta havia optado por confirmar apenas os Estados onde havia a circulação do vírus, sem contabilizar os atendimentos de casos suspeitos na rede de saúde.

A notificação desses casos passou a ser obrigatória só em fevereiro deste ano, em meio ao avanço de possíveis complicações do vírus, como a ocorrência de microcefalia.

Segundo o boletim, o país registra ao menos 9.892 gestantes com suspeita de infecção por zika. Destas, 3.598 já tiveram o quadro confirmado após exames ou por critério clínico-epidemiológico (quando há vários casos em uma mesma região, por exemplo, o que indica transmissão local do vírus).


DENGUE


Enquanto os casos de zika e chikungunya continuam a crescer no país, os registros de dengue têm dado os primeiros sinais de desaceleração nas últimas semanas, de acordo com o Ministério da Saúde.

Ainda assim, é alto o número de casos prováveis da doença, que já supera 1 milhão de registros. São 1.054.127 atendimentos contabilizados até 23 de abril deste ano, segundo os dados mais recentes disponíveis. No mesmo período de 2015, eram 994.205 casos.

Diferentemente do ano passado, em que teve maior concentração em alguns pontos do país (na época, cerca de metade do total de casos era registrado em São Paulo), a dengue tem avançado para mais Estados neste ano.

Ao menos 13 deles, além do Distrito Federal, já registram incidência de casos no patamar de uma epidemia de dengue –quando há mais de 300 casos de dengue cada 100 mil habitantes.

Apesar da distribuição mais ampla, os dados indicam que a dengue pode ter atingido o auge mais cedo neste ano. Técnicos do Ministério da Saúde também dizem esperar uma queda no número de casos nas próximas semanas, devido à intensificação nas campanhas de controle do mosquito Aedes aegypti.




Gripe H1N1 já matou 470 pessoas no Brasil em 2016

17/05/2016 - G1 - Bom dia Brasil


Saiu nesta segunda-feira (16) um novo balanço do Ministério da Saúde com os números da gripe H1N1 em todo o Brasil.

Este ano, até o dia 9 de maio, foram registrados 2.375 casos da gripe H1N1. E 470 pessoas morreram, por causa do vírus da gripe H1N1.

O estado com o maior número de mortes é São Paulo. Foram 223.

Depois, aparecem Rio Grande do Sul, com 39 mortes; Goiás, com 26; e Paraná, com 24.

E o Bom Dia Brasil vem mostrando que muita gente teve dificuldade para se vacinar contra a gripe. E não foi só na rede pública, não. Em pelo menos sete estados, está faltando vacina nas clínicas particulares. Assista à reportagem completa no vídeo ao lado.

O Ministério da Saúde informou que mais de 35 milhões de brasileiros já foram vacinados. Isso representa 71% do público alvo da campanha, que vai até sexta-feira (20).

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