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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 17/05/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

Fiocruz e laboratórios privados desenvolvem medicamento para hepatite C

16/05/2016 - Portal EBC


Acordo de cooperação firmado entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o consórcio BMK, integrado pelas empresas Blanver Farmoquímica, Microbiológica Química e Farmacêutica e Karin Bruning vai permitir a produção no Brasil, a preço reduzido, de um remédio para tratamento da hepatite C, o Sofosbuvir, para distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS). Está prevista ainda a produção futura de outros medicamentos antivirais.

A informação é do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Jorge Bermudez. Até o final deste ano, a Fiocruz deve pedir o registro do medicamento na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para, já no início de 2017, colocá-lo na rede pública de saúde.

Em dezembro de 2013, o novo antiviral Sofosbuvir, com indicação para hepatite C, foi registrado pela primeira vez no mundo, nos Estados Unidos, seguindo-se a Europa. Jorge Bermudez disse que a diferença em relação aos tratamentos anteriores é que “esse efetivamente curava. Foi um grande avanço no tratamento da hepatite C, evitando transplante de fígado, cirrose, câncer hepático e uma série de complicações, substituindo um tratamento muito menos eficaz que existia, porque constava de injeções, com efeitos colaterais”.

O novo tratamento é oral: um comprimido por dia, durante 12 semanas, ou 84 dias. O problema é o alto custo do medicamento, que foi lançado no mercado ao preço de US$ 84 mil o tratamento completo ou US$ 1 mil por comprimido. Bermudez disse que todos os países reclamaram, inclusive o Brasil, porque isso tornava o tratamento inacessível.

As reclamações no mundo levaram a companhia detentora da patente, a Gilead, a sublicenciar o medicamento para 11 empresas farmacêuticas indianas produtoras de genéricos, para que elas pudessem produzi-lo a um preço 100 vezes menor. Em vez de US$ 84 mil, o tratamento sairia por US$ 840, segundo Bermudez, porém, limitado a 91 países, conforme determinação da companhia americana, o que excluiu 50 países que têm hepatite, inclusive o Brasil.

Isso deu início a várias iniciativas no mundo para conseguir desenvolver o produto mais barato, incluindo o Brasil, por meio da Fiocruz. Os estudos foram encaminhados para desenvolver um produto nacional, a preço mais baixo. As negociações efetuadas pelo Ministério da Saúde com a empresa farmacêutica reduziram o custo do tratamento completo de US$ 84 mil para US$ 7,5 mil, “que é muito menos, mas ainda é muito caro para o nosso SUS, que é gratuito, universal”, ponderou o vice-presidente da Fiocruz.

O acordo de cooperação técnico-científica com o consórcio BMK foi assinado na semana passada. Jorge Bermudez esclareceu que a distribuição do produto depende também da questão da patente, cujo pedido está pendente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e para cuja análise o ministério pediu prioridade. Informou que se a patente não for concedida à companhia farmacêutica multinacional, poderão ser fabricados diversos genéricos no Brasil.

“Podemos entregar ao SUS o produto feito aqui. Se tiver patente, vamos ter que discutir se cabe alguma medida, como licença compulsória, para poder comercializar um produto desses no Brasil”. A patente já foi contestada na Índia, na China, em vários países da Europa. A decisão será tomada quando sair o resultado do exame do pedido de patente pelo INPI, informou Bermudez.

A expectativa do governo é que o preço para o tratamento completo da hepatite C possa ficar abaixo de US$ 840, “ou em torno disso”. Conforme Bermudez, é certo que o preço no Brasil vai ficar abaixo de US$ 2 mil ou US$ 3 mil o tratamento, “mas não sabemos ainda se podemos bater o preço que os indianos produzem, considerando as condições de produção lá e aqui, de impacto ambiental, de salários e outros custos”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 1,5 milhão de brasileiros têm o vírus da hepatite C, mas nem toda essa população necessita de tratamento imediato, explicou Bermudez. Um protocolo do Ministério da Saúde diz em quais casos o novo medicamento deve ser adotado.




Pesquisadores brasileiros testam remédio contra dengue, zika e chikungunya

17/05/2016 - Extra Online


Um grupo de pesquisadores brasileiros afirma ter descoberto um medicamento antiviral capaz de combater dengue, zika e chikungunya. A fórmula, composta por três substâncias já conhecidas e presentes em alimentos, vitaminas e remédios com diferentes funções, contém quercetina, um componente encontrado em frutas e verduras, além de um anti-histamínico (antialérgico). O terceiro componente antiviral permanece sob sigilo.

Para os estudos de fase 1 e 2, que avaliam segurança e toxicidade da formulação, o grupo vai solicitar isenção à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dada a natureza já conhecida dos componentes. Agora, os cientistas buscam um laboratório farmacêutico para a última etapa da pesquisa, na qual o produto será testado em 300 pessoas.

— A patente da fórmula foi registrada em setembro no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). São substâncias já conhecidas na literatura médica e registradas na Anvisa, para outras finalidades e separadamente. A quercetina já é usada, mas em concentrações baixas, em alimentos, vitaminas e medicações. Mudando a concentração, altera-se a indicação — explica o farmacêutico Milton Ferreira Filho, pesquisador da Fiocruz e especialista em farmacocinética e planejamento de novos fármacos.

O grupo independente, formado por farmacêuticos, químicos, biólogo e médico, chegou à formula analisando estudos já publicados.

— Pesquisa realizada na Malásia comprovou que a quercetina atuava como inibidor do vírus da dengue. Mas esse estudo parou por ali. Trabalhamos revisando dados publicados e conseguimos montar um quebra-cabeça — diz Milton, garantindo que a quercetina é livre de contraindicações e efeitos colaterais.

A fórmula, nomeada de D6501, atua em diferentes frentes, inibindo a replicação do vírus nas células e estimulando as defesas do organismo. Já o componente anti-histamínico atuaria comprimindo os vasos sanguíneos, evitando quadros hemorrágicos.

— Associamos duas substâncias que potencializam a ação da quercetina, um flavonoide encontrado em pequenas concentrações em vários vegetais — explica o biólogo virologista Ivan Neves Junior, pesquisador da Fiocruz.


COMBATE AOS SINTOMAS


Os vírus dependem das células do organismo para se replicarem. Segundo Ivan, a quercetina é capaz de reduzir a entrada do vírus nas células, porque age interferindo na ligação entre o vírus e a membrana da célula. Para os vírus que ainda assim conseguem penetrar na célula, a quercetina interfere novamente atuando em uma enzima responsável pela replicação do vírus. E, se ainda assim, ele conseguir se reproduzir dentro da célula, a quercetina atua na fase final de amadurecimento do vírus. Sem conseguir maturar, o novo vírus será incapaz de infectar novas células. O ciclo do vírus termina em poucos dias.

O novo medicamento atuaria também nos sintomas das viroses, inibindo a produção de substâncias que vão causar dores, febre e hipersensibilidade vascular, responsável por hemorragias.

— Algumas pessoas têm o sistema imunológico tão eficaz que, quando o organismo identifica um vírus invasor, as células de defesa o combatem rapidamente, sem tempo de desencadear os processos inflamatórios, que geram os sintomas da doença. É por isso que algumas pessoas têm dengue sem apresentar sintomas. O antiviral que desenvolvemos estimula essa resposta imunológica e reduz drasticamente os riscos de a doença agravar e evoluir para quadro hemorrágico — afirma Ivan, acrescentando que, em diferentes concentrações, a formulação poderia evitar a dengue.


USO CONTÍNUO PODERIA PROTEGER O ORGANISMO


Consultor médico da pesquisa e um dos pioneiros no transplante de fígado no país, o cirurgião William Abrão Saad afirma que, em casos de surtos ou epidemias, o D6501 poderia ser usado diariamente, para proteger o organismo:

— Esse antiviral deixa o organismo em alerta. Ao ser sensibilizado por um vírus invasor, o sistema imunológico dispara uma resposta eficaz. A pessoa pode até apresentar os sintomas da doença, mas os riscos de um agravamento são muito baixos.

Segundo Saad, essa ação vale para dengue, chikungunya, zika e outros vírus, inclusive o da gripe H1N1.

— Acreditamos que, no caso de gestantes, o antiviral poderia evitar que o feto seja atingido. Mas para afirmarmos isso com certeza, precisamos fazer a fase 3 da pesquisa.

A Anvisa informou que a quercetina tem registro no órgão como substância estabilizadora de formulações, sem função terapêutica descrita.

Nas negociações com a indústria farmacêutica, o grupo de pesquisadores tenta garantir que o antiviral chegue ao mercado com um preço acessível.

— Os três componentes da fórmula existem em território nacional e não são caros — diz Milton.

O custo estimado da fase 3 da pesquisa é R$ 1,5 milhão. Essa etapa duraria seis meses. A partir daí, a indústria pode entrar com pedido de aprovação na Anvisa.


O GRUPO DE PESQUISADORES


Milton Ferreira Filho - farmacêutico, especialista em farmacocinética e planejamento de novos fármacos, com 13 depósitos de patentes. Pesquisador da Fiocruz.

Ivan Neves Junior - biólogo virologista, doutor em doenças infecciosas pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas.

Fabio Teixeira da Silva - farmacêutico, doutor em Química pela UFRJ e especialista em Química de produtos naturais.

José Luiz Brandão Paiva - farmacêutico industrial, atua em desenvolvimento de processos e elaboração de projetos.

Odílio Souza Lino - administrador e gestor do projeto. É gerente de projetos em laboratório do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz.

William Abrão Saad - médico e professor associado do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP.




Sem aval da Anvisa, pílula do câncer não vai para o SUS, diz ministro

16/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR) disse que vai aguardar o relatório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para incluir a substância fosfoetanolamina, conhecida como pílula do câncer, na Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e no SUS.

"A Anvisa está fazendo os estudos se ela [a substância] tem os efeitos que se propõe, se tem algum efeito colateral ou algum outro efeito nocivo para a saúde. Nós vamos aguardar o relatório da Anvisa, porque a lei determina que seja aguardada a regulação", disse o ministro nesta segunda-feira (16), em evento em São Paulo.

No dia 14 de abril, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que autoriza o uso da substância no tratamento de pacientes com câncer, mesmo após recomendação contrária de órgãos do governo, como o Ministério da Saúde e a própria Anvisa. Apesar de desenvolvida há 20 anos no Brasil em uma laboratório da USP, a fosfoetanolamina nunca passou pelos estudos clínicos necessários para comprovar sua segurança e eficácia.


RAPIDEZ


O ministro afirmou ainda, no evento, que a agência deve ter maior rapidez para aprovar novos medicamentos. "Eu pedi agilidade à Anvisa, não só nesse caso, mas em vários outros. A Anvisa precisa nos garantir mais agilidade, com segurança e com proteção do consumidor."

Barros reforçou que, sem a aprovação da agência, o medicamento não será oferecido pelo SUS. "O projeto de lei fala da regulação. Tem lá que é preciso estabelecimento de registro da Anvisa e isso está sendo avaliado. Vamos aguardar o relatório. Se ele não comprovar a eficiência do medicamento, ele não será incluído no Rename e não estará, portanto, disponível para o SUS. Nós só podemos colocar no Rename medicamento com eficiência comprovada e autorização da Anvisa", disse.




Ministro da Saúde diz que "pílula do câncer" não vai para o SUS

16/05/2016 - Valor Econômico / Site


O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), disse que vai aguardar o relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para incluir a substância fosfoetanolamina, conhecida como pílula do câncer, na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e no SUS.

"A Anvisa está fazendo os estudos se ela [a substância] tem os efeitos que se propõe, se tem algum efeito colateral ou algum outro efeito nocivo para a saúde. Nós vamos aguardar o relatório da Anvisa, porque a lei determina que seja aguardada a regulação", disse o ministro nesta segunda-feira, em evento em São Paulo.

No dia 14 de abril, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que autoriza o uso da substância no tratamento de pacientes com câncer, mesmo após recomendação contrária de órgãos do governo, como o Ministério da Saúde e a própria Anvisa.

Apesar de desenvolvida há 20 anos no Brasil em uma laboratório da USP, a fosfoetanolamina nunca passou pelos estudos clínicos necessários para comprovar sua segurança e eficácia.

O ministro afirmou ainda que a agência deve ter maior rapidez para aprovar novos medicamentos. "Eu pedi agilidade à Anvisa, não só nesse caso, mas em vários outros. A Anvisa precisa nos garantir mais agilidade, com segurança e com proteção do consumidor."

Barros reforçou que, sem a aprovação da agência, o medicamento não será oferecido pelo SUS. "O projeto de lei fala da regulação. Tem lá que é preciso estabelecimento de registro da Anvisa e isso está sendo avaliado. Vamos aguardar o relatório. Se ele não comprovar a eficiência do medicamento, ele não será incluído no Rename e não estará, portanto, disponível para o SUS. Nós só podemos colocar no Rename medicamento com eficiência comprovada e autorização da Anvisa", disse.




Pílula do câncer

17/05/2016 - Valor Econômico


O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), disse que vai aguardar o relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para incluir a substância fosfoetanolamina, conhecida como pílula do câncer, na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) e no Serviço Único de Saúde (SUS). "A Anvisa está fazendo os estudos se ela [a substância] tem os efeitos que se propõe, se tem algum efeito colateral ou algum outro efeito nocivo para a saúde. Nós vamos aguardar o relatório da Anvisa, porque a lei determina que seja aguardada a regulação", disse. No dia 14 de abril, a presidente Dilma sancionou a lei que autoriza o uso da substância no tratamento de pacientes com câncer, mesmo após recomendação contrária do Ministério da Saúde e da Anvisa.




Remédios e soja puxam a alta dos IGPs em maio

17/05/2016 - Valor Econômico


A inflação apurada pelos Índices Gerais de Preços (IGPs) deve encerrar maio com altas em torno 0,60%, acima de abril, quando ficaram em torno de 0,40%. Soja e medicamentos mais caros, respectivamente no atacado e no varejo, devem levar a uma taxa maior no mês, na avaliação de Salomão Quadros, superintendente-adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Os dois produtos foram os principais responsáveis pela aceleração do Índice Geral de Preços -10 entre abril e maio, divulgado ontem, que subiu de 0,40% para 0,60% no período, após dois meses em desaceleração. Com isso, o indicador acumula alta de 3,87% no ano e de 10,91% em 12 meses. Em maio do ano passado, o IGP-10 avançou menos, 0,52%.

No atacado, a variação no preço da soja passou de queda de 4,95% para alta de 7,22% no período. Isto impulsionou a inflação no atacado, apurada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do indicador e acelerou de 0,35% para 0,64%. "A soja foi, disparado, o principal motivo de aceleração do IPA", afirmou Quadros. Somente a aceleração no preço da soja contribuiu com 0,59 ponto percentual na formação da inflação no atacado no IGP-10 em maio. Houve quebra de safra do produto no Nordeste brasileiro, bem como problemas na colheita do item na Argentina, o que causou preocupação quanto à oferta da oleaginosa.

O preço do grão também influenciou a variação do farelo de soja, que saiu de deflação de 9,93% para aumento de 12,38% entre abril e maio, com contribuição positiva de 0,32 ponto percentual na inflação do atacado. "Esses dois produtos contribuíram com praticamente 0,90 ponto percentual da alta nos preços do atacado em maio pelo IGP-10", afirmou. Assim, a alta de preços atacadistas se concentrou no chamado complexo soja. "Não fossem a soja e o farelo, creio que os preços no atacado mostrariam taxa negativa".

No varejo, a inflação dos medicamentos acelerou de 1,34% para 7,55% para o consumidor na passagem mensal. Essa foi a principal influência para a taxa maior no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-10, e saiu de alta de 0,43% em abril, para 0,60% em maio. Quatro das oito classes de despesa que compõem o índice registraram aceleração, com destaque para o grupo saúde e cuidados pessoais (0,94% para 2,53%), puxado por medicamentos.

Cientistas americanos produzem clone do Zika vírus e avançam na busca por vacina

16/05/2016 - BBC Brasil


Em uma tentativa de acelerar a busca por uma vacina, cientistas americanos anunciaram que conseguiram clonar o Zika vírus.

O clone produzido pelos pesquisadores é uma réplica do tipo do vírus que está se espalhando pelas Américas e que tem sido associado a um boom nos casos de microcefalia e demais malformações cerebrais em bebês.

Em testes realizados na Universidade do Texas, o clone conseguiu infectar mosquitos Aedes aegypti, que carregam o Zika, e provocou a doença em ratos de laboratório. O estudo foi publicado na revista científica Cell Host & Microbe.

Especialistas afirmam que esse experimento pode ser usado para ajudar no desenvolvimento de uma vacina eficaz contra a doença – a esperança é que uma possa estar pronta para testes já nos próximos meses.


TESTES EM HUMANOS


Apesar dos avanços, a criação de uma vacina eficaz e segura o suficiente para ser oferecida para o público geral pode levar anos.

O Zika vírus pode causar sérios problemas aos fetos, embora normalmente a mãe não apresente nenhum sintoma visível.

Segundo pesquisadores, uma vacina que proteja gestantes e outras pessoas com riscos maiores de infecção é uma das formas mais eficazes de combater a doença. Muitos grupos de pesquisa ao redor do mundo trabalham para tentar desenvolvê-la.

O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos espera dar início aos testes clínicos em humanos em setembro.

Ainda é necessário encontrar uma versão mais “segura” do Zika vírus, ou seja, que seja capaz de reagir à infecção sem que a doença seja causada.

A equipe da Universidade do Texas afirma que a clonagem do vírus pode ajudar os cientistas a atingir esse objetivo.


AVANÇOS


Os pesquisadores já conheciam a estrutura do vírus, mas ainda não a haviam replicado – ao menos não essa cepa do Zika.

Pesquisador da Universidade de Manchester, na Inglaterra, Tom Blanchard está usando uma variação da vacina contra a varíola para tentar desenvolver um antídoto para a doença transmitida pelo Aedes Aegypti.

“O desafio para quem desenvolve vacinas, como nós, é separar os efeitos nocivos do vírus daqueles que são benéficos. Queremos criar algo que vai replicar a infecção, mas sem causar danos. E pesquisas como essa podem ajudar”, afirmou.

A professora Polly Roy, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, também recebeu a notícia sobre o estudo de forma positiva.

“Isso é muito bom. Os cientistas têm tudo o que precisam para testar o vírus agora.”

Para ela, além de desenvolver a vacina, os pesquisadores tão poderão testar remédios antivirais que capazes de reduzir os efeitos do Zika em quem já foi infectado.




Estudo identifica genes "multitarefa" responsáveis por doenças humanas

16/05/2016 - UOL


Cientistas norte-americanos identificaram diversos genes "multitarefa" que têm influência sobre uma ampla variedade de características e condições humanas, segundo publicou nesta segunda-feira revista britânica Nature.

O estudo mostra como algumas características aparentemente desligadas, como dor de cabeça e problemas nas artérias coronárias, podem ter fatores genéticos subjacentes comuns.

Os especialistas já sabem há muito tempo que existem variantes genéticas que afetam traços tão diversos como o tamanho do nariz e o risco de desenvolver a doença de Parkinson, apesar de os métodos para identificar esses fatores serem pouco eficientes até então.

No trabalho intitulado "Detecção e interpretação de influências genéticas compartilhadas em 42 características humanas", uma equipe do Centro Genômico de Nova York (EUA) afirma ter validado o uso de estudos de associação de genoma completo (GWAS, sigla em inglês) para desenvolver esse tipo de pesquisa.

Graças ao uso de grandes bases de dados, Joseph Pickrell e seu grupo estabeleceram relações entre características antropométricas como a altura e o índice de massa corporal, doenças neurológicas, como as de Alzheimer e Parkinson, e vulnerabilidade a diversas infecções.

O artigo da "Nature" apresenta 341 variações genéticas associadas a pelo menos duas dessas características. Entre elas, uma associação entre a idade da menstruação, que marca o início da puberdade nas mulheres, com a mudança de voz nos homens, um menor índice de massa corporal, um aumento da altura em ambos os sexos e um menor risco de calvície nos homens.

Também foi identificado um nexo de relações entre condições imunológicas como a asma, as alergias, a doença de Crohn, a artrite reumatóide e doenças como infecções de ouvido e amigdalite.

"Enquanto os estudos genéticos tiveram êxito até agora na identificação de variantes que têm influência no risco de doenças, é importante compreender o impacto dessas variações genéticas em diversas condições", afirmou Pickrell em comunicado.

"Por exemplo, se uma variação genética diminui o risco de esquizofrenia, mas aumenta o de sofrer Parkinson, os remédios que têm como base esse gene talvez produzirão consequências indesejadas", analisou.




Tecnologias auxiliam no diagnóstico precoce do câncer colorretal

17/05/2016 - O Estado de S.Paulo / Site


Identificar um câncer no início aumenta, e muito, as chances de cura do paciente. Por isso, os médicos lançam mão de uma série de exames que possibilitam o diagnóstico precoce. No caso do câncer colorretal, o exame mais indicado é a colonoscopia. "Esses aparelhos evoluíram muito e, hoje, permitem uma visão em alta definição do intestino, o que amplia as possibilidades de identificar o tumor ainda no início", afirma Artur Parada, coordenador de endoscopia do Hospital 9 de Julho.

Além de diagnosticar a doença, a colonoscopia também é usada no tratamento. O médico explica que acessórios com alta tecnologia agregados ao equipamento são utilizados para retirar pequenos tumores ou pólipos (lesões pré-cancerígenas) somente com o procedimento, que é minimamente invasivo. "Dessa forma, o paciente fica menos exposto a complicações e tem uma recuperação mais rápida", diz.

Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se para 2016, no Brasil, 16,6 mil novos casos de câncer colorretal em homens e 17,6 mil em mulheres. "É um tipo de tumor que está muito associado ao envelhecimento da população e, por isso, tem aumentado o número de casos nos últimos anos", explica Parada.

Ele destaca que o exame de colonoscopia é indicado para homens e mulheres acima dos 50 anos que não têm histórico familiar. Para quem possui casos na família, a prevenção deve começar ainda mais cedo e a idade certa deve ser avaliada pelo médico do paciente.

"Entre 30% e 40% da população acima de 50 anos possui pólipos no intestino. Com isso, a colonoscopia é especialmente efetiva, pois na maior parte dos casos o câncer colorretal se origina a partir dessas lesões", esclarece. "Portanto, medidas que promovam a identificação e remoção destes pólipos, ainda em fase pré-maligna, podem reduzir consideravelmente o surgimento desse tipo de câncer", completa.

O câncer colorretal em fase inicial não costuma ter sintomas, o que torna ainda mais importante o acompanhamento médico. Em fase mais avançada, ele pode causar sangramento nas fezes, dores abdominais, fraqueza, anemia, entre outros.




No azul, Hospital Santa Cruz planeja expansão.

17/05/2016 - Valor Econômico


Após uma reestruturação que levou cerca de três anos, o Hospital Santa Cruz, de São Paulo, inicia um projeto de expansão para dobrar de tamanho. A ampliação deve demandar investimentos de cerca de US$ 60 milhões, que podem vir do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), banco de fomento do Japão. A estruturação desse financiamento poderá ter ajuda de trades como Mitsui, Itoshi e Sumitomo. O Santa Cruz foi fundado por imigrantes japoneses em 1939.

O Japan Bank é uma das várias parcerias que o Santa Cruz está firmando com grupos empresariais, universidades e governo do Japão. Entre eles estão, por exemplo, os braços de negócios de saúde da Fujifilm, Toshiba, Terumo e Paramount Bed que fornecem equipamentos médicos, filmes para exames de imagem e camas hospitalares, e oferecem maiores prazos de pagamento, muitas vezes sem incidência de juros. "Nos últimos anos, nossas atenções estavam voltadas para dentro, na reorganização do hospital, recuperar a credibilidade para procurar parceiros", diz Renato Ishikawa, que assumiu a presidência do Santa Cruz em 2012.

De lá para cá, o hospital saiu do prejuízo e a dívida de R$ 40 milhões caiu pela metade. Em 2015, a receita líquida não cresceu, ficou em R$ 148 milhões, porém, o superávit mais do que triplicou e o lucro operacional aumentou 52% quando comparado a 2014. Com as finanças organizadas, as sobras foram reinvestidas na infraestrutura do hospital, que ganhou geradores, reservatórios de água, equipamentos médicos e nova plataforma tecnológica.

Outra ajuda vem da Toyota que alocou alguns de seus profissionais na gestão da logística de atendimento médico do hospital. A montadora tem uma metodologia de produtividade propagada no mundo todo e que vem sendo replicada no setor hospitalar para reduzir as filas no pronto-socorro.

Ao contrário de hospitais como Albert Einstein e Sírio Libanês que recebem doações generosas das suas respectivas comunidades, no Santa Cruz essa cultura se perdeu, principalmente, porque entre 1942 e 1989 o hospital ficou sob a gestão do governo federal. A intervenção no Santa Cruz foi feita pelo então presidente Getúlio Vargas que rompeu relações diplomáticas com Japão, Alemanha e Itália - países que compunham o bloco do Eixo na 2ª Guerra Mundial. "Neste ano, a APC [programa do governo japonês] doou US$ 400 mil ao hospital. Queremos aumentar essa cultura de doação na comunidade", disse Ishiwaka, que costuma passar o chapéu nos jantares da comunidade nipônica.

O Hospital Santa Cruz também firmou parceria com o governo do Japão que prevê, entre outras ações, a criação de centro de pesquisas para receber estudantes e médicos das universidades de medicina do Japão. O Santa Cruz atende gratuitamente imigrantes japoneses vítimas da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki.




Pfizer compra Anacor e busca acordos menores

17/05/2016 - Valor Econômico


A Pfizer Inc., maior farmacêutica americana, fechou acordo para comprar a Anacor Pharmaceuticals Inc. em uma transação em dinheiro avaliada em cerca de US$ 4,5 bilhões. O acordo faz parte da estratégia da Pfizer de fechar negócios menores depois de ter desistido de uma megafusão com a irlandesa Allergan PLC.

No mês passado, a Pfizer e a Allergan cancelaram os planos para uma fusão avaliada em US$ 150 bilhões após o governo americano ter mirado o acordo, cujos termos incluíam a mudança da sede da Pfizer para a Irlanda para reduzir a carga de impostos. Desde então, a Pfizer vem buscando novas aquisições.

Executivos da Pfizer disseram que gostariam de aumentar sua carteira de medicamentos protegidos por patentes. A Pfizer espera decidir até o fim do ano se vai se dividir em duas empresas, uma com foco em novos remédios e outra dedicada a drogas que perderam a proteção de patente.

A californiana Anacor ainda não tem produtos no mercado. Seu principal ativo, o crisaborole, para eczema, está sob avaliação da FDA, a agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA. A Pfizer prevê que a droga acrescentará, no auge de vendas, US$ 2 bilhões em receita anual.




Mercado Aberto: Contas na UTI

17/05/2016 - Folha de S.Paulo


A inflação médico-hospitalar fechou 2015 com sua maior alta, de 19,3% -quase o dobro do IPCA (10,67%), segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).

As internações são as grandes responsáveis pelo aumento, afirma Luiz Augusto Carneiro, superintende-executivo da entidade.

"O problema é o modelo de pagamento aberto, em que o valor é acertado só depois. Isso leva a um desperdício de insumos e de tempo em que o paciente fica no hospital."

A incorporação de novas tecnologias é outro fator que eleva o preço das internações.

"Enquanto essas falhas estruturais persistirem, a perspectiva é que a inflação médica siga nesse patamar", diz.

Sem água, luvas e remédios, hospitais da Venezuela entram em colapso

16/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O dia começou com os problemas de costume: escassez crônica de antibióticos, de soluções intravenosas e até mesmo de comida.

Então a cidade sofreu um blecaute, causando o desligamento dos ventiladores pulmonares neonatais na maternidade.

Os médicos passaram horas bombeando ar manualmente nos pulmões dos bebês doentes, mas, ao anoitecer, quatro recém-nascidos já tinham morrido.

"A morte de um bebê é o pão nosso de cada dia", disse o cirurgião Osleidy Camajo, em Caracas, falando das consequências tenebrosas da falência dos hospitais da Venezuela.

A crise econômica do país explodiu em uma emergência de saúde pública que está custando a vida de inúmeros venezuelanos. E isso é apenas uma parte do desmoronamento do país, tão grave que levou o presidente Nicolás Maduro a decretar estado de emergência e está levando as pessoas a temer que o governo entre em colapso.

Os hospitais viraram pontos de convergências das forças que dilaceram a Venezuela. Luvas e sabão desapareceram de alguns deles. Medicamentos usados no tratamento de câncer muitas vezes só são encontrados no mercado negro. Há tão pouca eletricidade que o governo opera apenas dois dias por semana, para poupar a pouca energia que resta.

No hospital Universidade dos Andes, na cidade de Mérida, não havia água suficiente para lavar o sangue da mesa de cirurgias. Os médicos que se preparavam para operar usavam garrafas de água com gás para lavar as mãos.

"Parece que estamos no século 19", disse um cirurgião do hospital, Christian Pino.


ESTATÍSTICAS DEVASTADORAS


As estatísticas são devastadoras. O índice de mortalidade de bebês de até 30 dias de idade multiplicou-se por mais de cem nos hospitais públicos do Ministério da Saúde, passando de 0,02% em 2012 para mais de 2% em 2015, segundo relatório governamental disponibilizado por parlamentares.

De acordo com o mesmo relatório, o índice de mortalidade de mães que acabaram de dar à luz nesses hospitais se multiplicou por quase cinco no mesmo período.

Na cidade caribenha de Barcelona, dois bebês prematuros morreram recentemente a caminho da principal clínica pública das redondezas porque a ambulância não tinha cilindros de oxigênio. O hospital não tem aparelhos de raios-X ou de diálise renal, quebrados muito tempo atrás. Como faltam leitos, alguns pacientes ficam deitados no chão, encharcados em seu próprio sangue.

É como uma clínica de campo de batalha em um país que não está em guerra. "Algumas pessoas chegam aqui saudáveis e saem mortas", disse o médico Leandro Pérez no pronto-socorro do hospital Luiz Razetti, em Barcelona.


CRISE GERAL


A Venezuela possui as maiores reservas petrolíferas do mundo. Quando o preço do petróleo estava alto, no entanto, o governo economizou muito pouco para os tempos de vacas magras. Agora que petróleo ficou muito barato —o preço caiu mais ou menos dois terços desde 2014—, as consequências lançam uma sombra destrutiva sobre o país.

As filas para comprar alimentos, que já fazem parte da vida na Venezuela, andam se deteriorando em saques. A moeda nacional, o bolívar, não vale quase mais nada.

A crise é agravada por uma vendeta política entre o chavismo, que controla a Presidência, e seus rivais no Congresso. Em janeiro, os adversários do presidente declaram uma crise humanitária no país. Neste mês, aprovaram uma lei para permitir que o país aceite ajuda internacional para apoiar o sistema de saúde.

"É um crime que nosso país tenha tanto petróleo assim, enquanto as pessoas morrem por falta de antibióticos", diz a deputada Oneida Guaipe.

No entanto, Nicolás Maduro, o sucessor de Hugo Chávez, foi à televisão para rejeitar o esforço, descrevendo a iniciativa como uma tentativa de enfraquecê-lo e de privatizar os hospitais.

"Duvido que exista um sistema de saúde melhor que este em qualquer lugar do mundo, com a exceção de Cuba", falou.

No ano passado as máquinas que bombeavam água para o hospital da Universidade dos Andes explodiram. Meses se passaram antes que fossem consertadas.


SEM ÁGUA, LUVAS E ANTIBIÓTICOS


Assim, sem água, luvas, sabão ou antibióticos, um grupo de cirurgiões preparou-se para fazer a excisão de um apêndice supurado, apesar de a sala de cirurgia ainda estar suja com o sangue do paciente anterior.

Mesmo na capital, apenas duas das nove salas de cirurgia do hospital infantil J.M. de los Ríos estão em condições de ser usadas. "Temos pacientes que morrem por falta de medicamentos, crianças morrendo de desnutrição e pessoas que morrem por falta de médicos", lamentou uma cirurgiã do hospital, Yamilla Battaglini.

Mesmo nesse cenário de hospitais em falência, o Hospital Luiz Razetti, de Barcelona, é um dos casos mais notórios do país.

Em abril, as autoridades destituíram e prenderam seu diretor, Aquiles Martínez. De acordo com a mídia local, ele teria sido acusado de roubar equipamentos que deveriam ser do hospital, incluindo aparelhos de tratamento de doenças respiratórias, soluções intravenosas e 127 caixas de medicamentos.

Às 22h de uma noite recente, o médico Freddy Díaz percorreu um corredor que virou uma enfermaria improvisada de pacientes sem leitos. Alguns seguravam suas ataduras ensanguentadas e, do chão, imploravam por ajuda. Um paciente trazido pela polícia estava algemado a uma maca. Baratas fugiam pela porta aberta do almoxarifado.

Díaz anotou os dados médicos de um paciente no verso de um extrato bancário que alguém tinha jogado no lixo. "Estamos sem papel", explicou.

No quarto andar, sua paciente Rosa Parucho, 68, era uma das poucas que tinham conseguido um leito, mas o colchão em decomposição deixara suas costas cobertas de feridas.


MORTES À ESPREITA


Esse era o menor de seus problemas, contudo: Parucho, que é diabética, não podia fazer a diálise renal de que precisava porque os aparelhos de diálise estavam quebrados. Uma infecção já atingira seus pés, que naquela noite estavam enegrecidos. Ela estava entrando em choque séptico.

Parucho precisava de oxigênio, mas não havia oxigênio disponível. Suas mãos se contraíam e seus olhos se reviravam. "As bactérias não estão morrendo, estão se multiplicando", disse Díaz, explicando que havia meses não se encontravam três dos antibióticos de que a paciente precisava. Ele fez uma pausa. "Vamos ter que amputar os pés."

Três parentes liam trechos do Velho Testamento ao lado de outra paciente inconsciente. Ela chegara ao hospital seis dias antes, mas, como o aparelho de tomografia estava quebrado, dias tinham se passado até ser descoberto o tumor que tomara conta de um quarto de seu lobo frontal.

Samuel Castillo, 21, chegara ao setor de emergências precisando de sangue. Mas os estoques de sangue tinham acabado. O governo tinha decretado feriado para poupar energia, e o banco de sangue só recebia doações em dias úteis. Castillo morreu naquela noite.

Há dois meses e meio, o hospital não tem meios de imprimir radiografias. Os pacientes precisam usar smartphones para fotografar as radiografias e então levá-las ao médico indicado.

"Parece tuberculose", disse um médico do pronto-socorro, olhando para a radiografia de um pulmão no celular. "Mas não sei ao certo. A qualidade da imagem não é boa."

Biceña Pérez, 26, procurava alguém que lhe desse ouvidos. "Será que alguém pode atender meu pai?", perguntou. José Calvo, 61, seu pai, tinha a doença de Chagas, causada por um parasita. Mas o medicamento receitado para ele tinha acabado, e Calvo começou a apresentar falência cardíaca.

Seis horas depois de sua filha apelar por ajuda, ouviu-se um grito na sala de emergência. Era a irmã de Calvo. "Meu amor, meu amor", gemia. Calvo tinha morrido.

Sua filha caminhava sozinha pelo corredor do hospital, sem saber o que fazer, com as mãos cobrindo seu rosto. "Por que o diretor do hospital roubou os equipamentos?" repetia. "De quem é a culpa, me diga?"




45% dos infartos não têm sintomas

17/05/2016 - Correio Braziliense


Quase metade de todos os ataques cardíacos pode ser silenciosa, sem mandar sinais prévios, como dor no peito, alerta um estudo publicado no jornal Circulation, da Associação Americana do Coração. O cenário tem como uma das principais consequências o risco de maior comprometimento no atendimento emergencial do paciente. “O resultado de um ataque cardíaco silencioso é tão ruim quanto o daquele reconhecido enquanto está acontecendo”, diz Elsayed Z. Soliman, principal autor do estudo e diretor de cardiologia epidemiológica do Centro Médico Wake Forest Baptist, na Carolina do Norte. “E, como o paciente não sabe o que está sofrendo, pode não receber o tratamento necessário”, complementa.

Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 9.498 adultos de meia-idade que participaram da pesquisa Riscos de aterosclerose em comunidades, que analisou as causas e as consequências da condição, caracterizada pelo entupimento das artérias. Os pesquisadores examinaram diferenças nos episódios de infartos entre negros e brancos, assim como em homens e mulheres. Ao longo de nove anos depois do início do estudo, 317 participantes sofreram ataques silenciosos, enquanto 386 tiveram o problema, mas exibiram os sintomas clássicos. Os cientistas continuaram a acompanhar os pacientes por mais duas décadas para rastrear as mortes por males cardiovasculares e outras doenças.

No fim, descobriram que os infartos silenciosos foram responsáveis por 45% de todos os casos de ataque cardíaco registrados, aumentando em três vezes o risco de morrer por doenças cardiovasculares. Também houve aumento de 34% de óbitos por qualquer outra causa. Os ataques cardíacos silenciosos são mais comuns em homens, porém causam mais mortes em mulheres. “Nosso estudo também sugere que os negros têm prognóstico pior que os brancos”, observa Soliman.

Os sintomas de um ataque cardíaco silencioso são tão suaves que o paciente mal os percebe, se é que consegue sentir alguma coisa. Todos são detectados mais tarde, geralmente quando a pessoa faz um eletrocardiograma, exame que mede a atividade elétrica do coração. De acordo com Soliman, uma vez descoberta, a complicação deve ser tratada de forma tão agressiva quanto quando apresenta os sintomas clássicos, como falta de ar, dor no peito e dor que irradia para o pescoço, as costas e os braços.

Soliman lembra também que os fatores de risco para todos os casos são iguais. “Os médicos precisam ajudar os pacientes que tiveram infartos silenciosos a parar de fumar, reduzir o peso, controlar o colesterol e a pressão sanguínea, e fazer mais exercícios”, lembra. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo acredita que, no Brasil, ocorram cerca de 720 paradas cardíacas por dia e 300 mil por ano. No mundo, são 17,5 milhões anuais, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).


PROTEÇÃO DIVINA


Ir à igreja com regularidade também é uma forma de proteger o coração, segundo estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard Chan (EUA). Ao analisar dados de 74.534 mulheres, os cientistas concluíram que aquelas que frequentavam templos religiosos mais de uma vez por semana apresentavam risco 27% menor de mortalidade por doenças cardiovasculares. “Parte dos benefícios, aparentemente, é explicada pelo fato de que ir à igreja frequentemente aumenta o suporte social, desencoraja o hábito de fumar, diminui a depressão e ajuda as pessoas a desenvolverem um estilo de vida mais otimista e esperançoso”, explicou Tyler VanderWeele, principal autor. A pesquisa mostrou ainda que, nessas mulheres, as chances de morrer devido a complicações pelo câncer são 21% menores.




Três em cada 10 pacientes com morte cerebral viram doadores de órgãos

16/05/2016 - G1 - Jornal Hoje


A falta de doador de órgãos é um problema que aflige milhares de famílias brasileiras. Só nos três primeiros meses deste ano, quase sete mil doentes entraram na fila por um órgão no Brasil. Mas desde o início de 2016, 710 pacientes morreram antes do transplante acontecer - uma média de oito pessoas por dia.

Se a pessoa decidir que quer ser um doador de órgãos e tecidos, é fundamental que a família do doador saiba desse desejo. Essa conversa é importantíssima para que ninguém tenha dúvidas da vontade do doador. Até dez pessoas diferentes podem ser salvas com apenas uma doação.




Campanha de vacinação contra gripe atinge 70% do público-alvo

16/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A menos de uma semana do fim da campanha nacional de vacinação contra a gripe, cerca de 35,4 milhões de pessoas já foram vacinadas na rede pública, o equivalente a 70% do público-alvo.

A campanha segue até sexta-feira (20). A meta é vacinar ao menos até 80% do público-alvo, formado por 49,8 milhões de pessoas.

Os dados, que fazem parte de balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (16), mostram uma maior adesão à campanha de vacinação contra a gripe neste ano. Nos últimos quatro anos, a campanha teve que ser prorrogada devido aos índices de cobertura estarem abaixo da meta esperada.

Neste ano, de acordo com o balanço, quatro Estados e o Distrito Federal já atingiram a meta. A pasta não informou, no entanto, se a campanha será prorrogada no país.

Em nota, o governo atribui o alto índice de cobertura ao início antecipado das campanhas de vacinação em cidades de ao menos 22 Estados do país.

A antecipação ocorreu devido à preocupação com o registro de casos graves de gripe ainda nos primeiros meses do ano, ou seja, fora do período esperado para o aumento de casos –previsto geralmente com a chegada do inverno.

Ao todo, o país já registra 2.808 casos de síndrome aguda respiratória grave por gripe. Destes, 2.375 foram pelo vírus H1N1. Os dados são contabilizados a partir da internação de pacientes na rede de saúde.

Boletim do Ministério da Saúde, com dados até 9 de maio, aponta ainda 470 mortes relacionadas ao vírus, um aumento de 14% em relação aos dados da última semana.


VACINAÇÃO


Balanço do ministério aponta que o percentual mais alto de vacinação ocorre no Paraná e em São Paulo, ambos com 85% do público-alvo já vacinado.

Já os índices mais baixos de cobertura vacinal ocorrem no Acre, Ceará e Roraima, todos com 55%.

Podem receber a vacina na rede pública idosos, crianças entre seis meses a menores de cinco anos, gestantes, mulheres que deram à luz em até 45 dias antes, profissionais de saúde, presos e funcionários do sistema prisional, indígenas e pessoas com doenças crônicas, consideradas mais vulneráveis a ter complicações da gripe.

Entre esses grupos, um dos percentuais mais baixos de adesão à vacina ocorre entre as gestantes, com apenas 56,6% do total previsto já vacinado.

A vacina protege contra três subtipos de vírus da gripe: H1N1, H3N2 e gripe B. O Ministério da Saúde reforça que a vacina é segura.




Em Ribeirão Preto, casos de dengue batem recorde histórico

16/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


Campeã de casos de dengue em São Paulo em 2016, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) bateu seu recorde histórico de confirmações da doença, ao atingir 33.564 registros nos quatro primeiros meses deste ano.

De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde local, foram confirmados 3.440 casos de dengue no mês de abril, o que fez o município superar a marca de 2010, até então a maior da história, de 29.637 confirmações.

A cidade teve quatro mortes confirmadas e há ao menos outras oito em investigação neste ano.

No total, 54.379 pessoas procuraram o polo dengue –criado para atender casos da doença– ou as UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) com sintomas de dengue no período.

Foram registrados, no primeiro quadrimestre, 5.060 casos suspeitos de zika, dos quais 761 em gestantes que apresentaram manchas vermelhas no corpo durante a gravidez.


SETE EM DEZ


Desse contingente, apenas 319 gestantes receberam os resultados dos exames até aqui, e 232 delas tiveram confirmação da doença. Isso indica um índice de confirmações de 72% (sete em cada dez).

As outras 87 suspeitas foram descartadas. Não há, até aqui, registro de casos de microcefalia associados ao vírus.

A cidade registrou, ainda, 134 suspeitas de chikungunya, dos quais sete foram confirmados.

De acordo com a Secretaria da Saúde, houve redução no ritmo de novos casos das doenças após as contratações de agentes de Controle de Vetores, em fevereiro, e a doença tende a perder ainda mais o ritmo com a aproximação do inverno.

Foram 13 mil casos em fevereiro, 8.109 em março e 3.440 no último mês. Com isso, a prefeitura desativou o polo dengue, que operava desde fevereiro.




Prioridade é aperfeiçoar gestão do SUS

17/05/2016 - Folha de S.Paulo


Uma das prioridades do ministro da Saúde, Ricardo Barros, é aperfeiçoar os sistemas de informação e de gestão dentro do SUS para que haja mais eficiência e menos desperdício.

O objetivo, afirma, é saber “como é gasto cada centavo no SUS”. “A gestão da informação vai permitir tratar com clareza e transparência quando e onde é utilizado na saúde os R$ 110 bilhões do governo federal, R$ 70 bilhões dos Estados e R$ 60 bilhões dos municípios”, afirmou.

Em visita à Faculdade de Medicina da USP nesta segunda (16), a convite do cardiologista Roberto Kalil, Barros se reuniu com docentes, alunos e com o secretário de Estado da Saúde, David Uip.


OUVIU SUGESTÕES E CRÍTICAS


Uma delas foi sobre o programa Mais Médicos, que permite que os profissionais estrangeiros atuem no país sem revalidação do diploma. Barros prometeu avaliar a questão. Ele diz que a solução é o incentivo de mais médicos brasileiros no programa.




País precisa rever o direito de acesso universal à saúde pública

17/05/2016 - Folha de S.Paulo


O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta segunda (16) que, em algum momento, o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garante —como o acesso universal à saúde—e que será preciso repensá-los.

“Vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e em outros países que tiveram que repactuaras obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las”, afirmou em entrevista exclusiva à Folha.

Segundo ele, que foi relator do Orçamento de 2016 na Câmara, não há capacidade financeira suficiente que permita suprir todas as garantias constitucionais. “Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber.” A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha após evento na Faculdade de Medicina da USP.

Folha - A meta de implantar o cartão SUS em todo o país nunca aconteceu. Como o sr. pretende fazer isso agora?

Ricardo Barros - O cartão SUS existe, mas há 300 milhões de cartões. Ele está replicado para muita gente, mas tem gente com mais de um cartão, com cartão fraudado.

Ainda não estudei isso, mas minha missão é ter gestão do sistema. E só vou ter se tiver informação. Só assim vamos tomar as decisões corretas e disponibilizar os serviços adequados.

A gestão anterior do ministério disse que só há recursos para o Samu e para o programa Farmácia Popular até agosto. Haverá cortes?

De fato, temos um orçamento muito restrito, o governo tem repassado R$ 7,2 bilhões mensalmente para o Ministério da Saúde e temos gasto exclusivamente esses recursos. Portanto, há limitação dos procedimentos autorizados. Meu objetivo é conseguir recursos para as obrigações contratadas. Isso pode representar, como resto a pagar dos anos anteriores, algo na faixa de R$ 14 bilhões.

Mas haverá cortes?

Não posso afirmar isso agora. O que existe é a certeza de que faltam recursos, mas onde haverá o impacto dessa falta nós vamos decidir depois que a equipe econômica me afirmar que não vai ter capacidade de suprir o que estava previsto no Orçamento.

Há programas que precisam de continuidade para ter sucesso. Hipertensos ou diabéticos, por exemplo, não podem ficar sem medicamentos.

Remédios de uso contínuo estão disponíveis na rede do SUS. As prefeituras têm esses medicamentos para disponibilizar.

Precisamos avaliar com muito carinho porque já sabemos que temos fraudes na compra de remédio a preço subsidiado, o cidadão pega num posto, pega no outro, tem cartão em duas ou três cidades e depois vai vender o remédio. O programa é meritório e vamos ver quais recursos podemos disponibilizar para ele.

Fraudes parecem atingir várias áreas da saúde. Como o sr. pretende atuar nessa questão?

Vamos rever os protocolos das áreas especializadas, vamos constituir grupos de trabalho, rever protocolos, esse é o meu compromisso. Vários especialistas já me reafirmaram que alguns protocolos que estabelecemos para tratar determinadas doenças não são os mais eficazes e nem os mais baratos. Vamos rever isso para que tenha a melhor eficiência e o melhor gasto para o usuário.

Há conflitos de interesses que envolvem a indústria da saúde e as especialidades médicas...

Sim. Resistir aos lobbies será uma boa tarefa para implementarmos com a nossa equipe do ministério.

A rede de assistência tem hoje UTIs e unidades de saúde fechadas, aparelhos sem funcionar. Como lidar com isso?

Vou criar uma equipe para cuidar de todas as más aplicações de recursos. Temos muito desperdício na gestão, que não é visível para as pessoas, e que vamos cuidar com prioridade. Mas o que é visível para o cidadão, isso nós vamos tratar rapidamente, porque ninguém aceita ter o seu imposto mal gasto. quando ele passa em frente a uma unidade básica de saúde e ela está fechada, algo falhou no planejamento. Temos mais de 70 UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] que estão funcionando sem contrapartida do ministério.

Mais de 1,3milhão de pessoas deixou de ter planos de saúde no último ano. Isso vai sobrecarregar ainda mais o SUS...

A ANS precisa ser mais ágil na regulação. A judicialização na área dos planos tem obrigado que eles façam reajustes muito acima da inflação. Cada vez que uma decisão judicial determina incluir um procedimento na cobertura do plano, aumenta o custo e ele tem que repassar para o consumidor.

Isso acaba prejudicando a todos os usuários, encarecendo o sistema e fazendo com que mais pessoas deixem de ter planos. quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão.

Não deveria ser o contrário, estímulo para um SUS melhor, já que pagamos impostos e temos direito à saúde?

Todos os cidadãos já pagam pela saúde, todos os cidadãos já pagam pela segurança. No entanto, os gastos com segurança privada são muito superiores aos da segurança pública. Infelizmente, a capacidade financeira do governo para suprir todas essas garantias que tem o cidadão não são suficientes.

Não estamos em um nível de desenvolvimento econômico que nos permita garantir esses direitos por conta do Estado. Só para lembrar, a Previdência responde por 50% das despesas do Orçamento da União. O Estado acaba sendo um fim em si mesmo, e não um meio. O que adianta o médico sem remédio, o pedreiro sem o tijolo, o motorista sem o combustível.

Nada. Não presta serviço para a comunidade.

O que fazer? Mudar a Constituição, que determina que a saúde é um direito universal?

A Constituição cidadã, quando o Sarney sancionou, o que ele falou? que o Brasil iria ficar ingovernável. Por quê? Porque só tem direitos lá, não tem deveres. Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina.

Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las. Não adianta lutar por direitos que não poderão ser entregues pelo Estado. Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber.

Repactuar já é uma proposta?

Isso terá que ser resolvido, mas são assuntos da área econômica que não quero interferir.




São Paulo tem 69 mortes por gripe H1N1 em 2016

16/05/2016 - Valor Econômico / Site


A cidade de São Paulo registrou 3.182 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) desde o início do ano, com 167 mortes. Segunda a Secretaria Municipal de Saúde, do total de casos, 509 foram causados pela gripe A – H1N1, responsável por 69 das mortes.

Na última semana, foi registrada uma redução na evolução da circulação dos vírus na capital paulista. Os casos de SRGA caíram de 691, na 14ª semana epidemiológica, para 413 na 16ª semana, que se encerrou no último dia 10. Os hospitais da rede municipal atenderam a 228,7 mil pessoas com sintomas de gripe na última semana, contra 262,1 mil na 14ª semana.

A secretaria informou ainda que, com a distribuição de 3,12 milhão de doses, atingiu 99,3% do público-alvo da campanha de vacinação deste ano. A imunização está destinada a crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 45 dias, indígenas, idosos e profissionais da saúde. Em 2015, receberam a vacina 81,72% dessas pessoas.


ESTADO


O Estado de São Paulo teve, desde o início do ano, 11,2 mil casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), ocasionando 764 mortes. Segundo os dados divulgados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, a gripe A – H1N1 causou 1.130 desses casos, levando 202 pessoas à morte.

As ocorrências da doença estão distribuídas por 169 municípios. No entanto, 618 (54,7%) das infecções por H1N1 ocorreram na Grande São Paulo, que também teve 50,5% das mortes (102 casos).

Entre as vítimas, 36 era gestantes não vacinadas e 133 tinham outras doenças que debilitam o paciente, como as cardiovasculares, o diabetes, a pneumopatia e a obesidade.




Pesquisa mostra que 45% dos ataques cardíacos são silenciosos

17/05/2016 - O Globo


Dores e sensação de aperto no peito, falta de ar, fadiga e náuseas. Esses e outros sintomas em conjunto são fortes indicações de que uma pessoa está sofrendo um infarto, e as pessoas que sobrevivem a esse primeiro episódio em geral são aconselhadas a adotar hábitos de vida mais saudáveis, como abandonar o cigarro, melhorar a dieta e praticar exercícios. Mas 45% dos infartos são “silenciosos”, isto é, não provocam sintomas tão agudos e passam despercebidos, e assim suas vítimas correm maior risco de desenvolver doenças cardíacas, como mostra pesquisa publicada ontem no periódico científico “Circulation”, editado pela Associação Americana do Coração.

— As consequências de um ataque cardíaco silencioso são tão ruins quanto as de um ataque cardíaco que é reconhecido quando está acontecendo — alerta Elsayed Soliman, líder do estudo e diretor de cardiologia epidemiológica do Centro Médico batista de Wake Forest, na Carolina do Norte, EUA. — Mas como os pacientes não sabem que tiveram um ataque cardíaco silencioso, eles podem não receber o tratamento necessário para prevenir outro no futuro.


DADOS DE 10 MIL PESSOAS


Na pesquisa, os cientistas analisaram dados de quase 10 mil pessoas inscritas no fim dos anos 1980 em um estudo para avaliar as causas e consequências da aterosclerose, o progressivo endurecimento e acúmulo de placas nas paredes das artérias, que as entopem. De lá para cá, esses voluntários, de ambos os sexos e tanto caucasianos quanto afrodescendentes, passaram por cinco avaliações médicas em que foram submetidos a exames de eletrocardiograma (ECG).

Destas pessoas, 386 tiveram infartos sintomáticos no período da pesquisa, enquanto 317 sofreram ataques cardíacos silenciosos que só foram diagnosticados graças ao exame de ECG, ou 45% do total de episódios. Além disso, pelos cálculos dos pesquisadores, as vítimas desses infartos silenciosos apresentaram risco três vezes maior de morrerem de doenças cardíacas do que os voluntários que não tiveram ataques, além de um risco de morte por qualquer causa 34% superior a eles. Por fim, os ataques silenciosos foram mais comuns nos homens, mas são as mulheres que estatisticamente mais morrem por sua causa.

Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcus Vinícius Bolívar Malachias ficou surpreso com quão comum são os infartos silenciosos.

— Esta é uma informação nova — avalia. — Frequentemente encontramos o problema em pessoas que vêm para o consultório para um check-up ou exames, mas não tínhamos ideia que o problema era dessa magnitude. Um infarto é sempre um acontecimento muito grave e isso explica porque as pessoas que tiveram infartos silenciosos têm uma mortalidade maior do que as que não tiveram.

Malachias diz que é preciso reforçar a prevenção e a necessidade de fazer check-ups frequentes, única maneira de detectar os infartos silenciosos.

— Corrigir os fatores de risco, principalmente o chamado “quarteto mortal”: hipertensão, colesterol alto, tabagismo e diabetes. E fazer avaliações médicas periódicas são as melhores maneiras de prevenir estes riscos maiores de morte trazidos pelos infartos silenciosos — recomenda.

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