
TRF de SP suspende fornecimento da 'pílula do câncer' no estado e em MS
11/05/2016 - G1
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF), em São Paulo, suspendeu decisão liminar da Justiça Federal de São Carlos (SP) que determinava que a União e o estado fornecessem a substância fosfoetanolamina sintética a um paciente com câncer. A decisão, publicada nesta quarta-feira (11) no site do órgão, também vale para todos os casos semelhantes nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (MS).
Desenvolvida no campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.
A presidente do TRF, a desembargadora federal Cecília Marcondes, explicou que não há prova científica capaz de atestar a eficácia da ‘pílula do câncer’ no tratamento.
“Cuida-se de substância que vem sendo produzida e consumida sem um mínimo de rigor científico, pois não há pesquisas que atestem a sua eficácia no organismo humano. Não é demais lembrar, neste contexto, a relevante preocupação com os efeitos colaterais que podem advir do uso indiscriminado de novas drogas, haja vista o que ocorreu num passado recente com a talidomida, que depois de testada sem percalços em camundongos foi indicada para evitar enjoos em pacientes grávidas e provocou deformidades físicas em milhares de crianças no mundo todo. Portanto, o risco à saúde pública é manifesto”, escreveu a desembargadora federal.
RECURSOS
O advogado de São Carlos Jurandir de Castro Júnior, que tem cerca de 1,1 mil clientes que entraram com ação para conseguir a substância, disse ao G1 que a decisão afeta apenas os processos que englobam a região do TRF3, no caso São Paulo e Mato Grosso do Sul.
“Na própria decisão é possível recurso, chama-se agravo interno, que é enviado a um órgão colegiado, pleno ou especial, no próprio TRF3. Para interpor contra essa decisão, os advogados têm que proceder dessa maneira. Quando entra com esse recurso, é possível a reconsideração”, explicou.
IMPLICAÇÕES NA ORDEM E NA ECONOMIA
A presidente do TRF3 também ressaltou que a questão tem implicações na ordem e na economia públicas, já que, diante das limitações materiais, a Administração Pública adota um plano estratégico em que prioriza atividades mais relevantes.
“O Estado de São Paulo alocou verbas públicas para pesquisar a eficiência da fosfoetanolamina, garantindo assim um mínimo de produção da substância para uso exclusivo em estudos clínicos. Desse modo, não cabe, em princípio, ao Poder Judiciário tomar o lugar da Administração na escolha de quais sejam as ações prioritárias e, pior, fazer uso das substâncias destinadas à pesquisa, sob pena de prejudicar o trabalho e de se imiscuir na atividade administrativa, violando o fundamental princípio da separação dos poderes”, entendeu a magistrada.
RELEVÂNCIA DAS AÇÕES
A magistrada também destacou que não ignora “a relevância das ações e as esperanças depositadas na cura de uma doença que afeta milhões de cidadãos ao redor do mundo, cuja busca por tratamento muitas vezes foge da racionalidade e são depositadas na fé, na espiritualidade e em tratamentos experimentais”. Porém ressaltou que, embora a saúde seja direito de todos e dever do estado, o Poder Público não é obrigado a assegurar tratamentos não convencionais e sem base científica.
Com relação à Lei nº 13.269, de abril deste ano, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna, a magistrada explicou que a norma, ao mencionar que seu uso será por livre escolha do paciente, desautoriza a obrigação legal de fornecimento por parte da Administração Pública. “Compete ao paciente buscar o laboratório que produza, manufature, importe e distribua a substância, em relação tipicamente comercial e entre entes particulares, sem a presença estatal”, conclui a presidente do TRF3.
PESQUISADOR VAI NEGAR COMERCIALIZAÇÃO
O pesquisador e um dos donos da patente da fosfoetanolamina sintética, Gilberto Chierice, informou na segunda-feira (9) à EPTV, afiliada da TV Globo, que considerou alto demais o preço de R$ 6 por cápsula estabelecido pela Justiça de Cravinhos (SP) e, por isso, não vai autorizar a comercialização nesse momento. Um laboratório da cidade, que está produzindo a substância para testes, está recebendo liminares de pacientes com câncer para o fornecimento.
Chierice não deu um prazo de quando a liberação para venda deve acontecer. Ele foi procurado, mas não quis dar entrevista sobre o assunto. Já a Anvisa diz que o valor deve ser decidido junto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
LIMINARES
A PDT Pharma, laboratório que está produzindo apenas o princípio ativo para os testes com humanos e ainda não encapsula, recebeu permissão somente para entregá-lo à Fundação para o Remédio Popular (Furp), que deve encapsular e repassar ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O primeiro lote com 35 quilos da fosfoetanolamina já foi entregue à Furp e deve se transformar em 70 mil cápsulas.
Contudo, ao menos 12 liminares já obrigam o laboratório a fornecer as cápsulas aos pacientes com câncer em 30 dias, como afirmou o diretor da PDT Pharma, Sérgio Perussi em entrevista à EPTV, no sábado (7). Até segunda-feira, outras 275 ações tramitavam na Justiça de São Paulo com o mesmo teor.
A advogada Flora Juliani Galvão, de Florianópolis (SC), disse que já conseguiu 70 liminares que obrigam o laboratório a entregar o produto. "Vamos falar genericamente, que falta 25 dias para o prazo expirar", disse.
R$ 6 POR CÁPSULA DA SUBSTÂNCIA
Em liminar concedida em 2 de maio, o juiz Luiz Cláudio Sartorelli explica que ele e o juiz Eduardo Alexandre Abrahão, da 2ª Vara de Cravinhos, se reuniram com o diretor da PDT Pharma para discutir da possibilidade de o laboratório fornecer a fosfoetanolamina sintética mediante possíveis ordens judiciais.
O encontro ocorreu em 20 de abril e, de acordo com o juiz, Sérgio Perussi confirmou que poderia atender aos pedidos, desde que no prazo de 30 dias, uma vez que precisaria ampliar a produção e providenciar as cápsulas para armazenar a substância - atualmente, essa etapa é realizada pela Furp.
"Discutiu-se o custo de cada unidade e o representante da empresa estimou em R$ 6, por conta dos investimentos que se farão necessários para atender as ordens judiciais", afirma Sartorelli na sentença.
A partir da reunião, liminares passaram a ser concedidas pela Justiça local, destacando que os pacientes devem realizar depósito antecipado do valor referente à quantidade de pílulas que deseja adquirir - a dosagem fica a critério do paciente ou do médico que o acompanha.
VALOR SERÁ DECIDIDO POR ÓRGÃO DA ANVISA
No entanto, a Anvisa informou que o valor das cápsulas deve ser decidido junto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, órgão da Anvisa que dá apoio técnico sobre o custo de novos remédios.
A Anvisa afirmou que cabe ao laboratório pedir autorização para encapsular a substância, mas Perussi disse que ainda não fez o pedido porque depende de autorização dos donos da patente.
O diretor afirmou que tem condições de produzir as pílulas de fosfoetanolamina, mas, para isso, precisa adequar as instalações da empresa, uma vez que trabalha somente com princípios ativos, e não medicamentos.
"Vamos explicar ao meritíssimo juiz, como foi durante a minha conversa com ele, que nós temos restrições. Nós temos condições de escalonar a produção para atender uma demanda maior, mas não sei dizer se atenderíamos uma demanda nacional na sua totalidade", disse à EPTV no sábado (7).
O CASO
Os primeiros relatórios sobre as pesquisas financiadas pelo governo federal apontaram que as cápsulas têm concentração de fosfoetanolamina menor do que o esperado e que somente um dos componentes na pílula – a monoetanolamina – apresentou atividade citotóxica e antiproliferativa, ou seja, capacidade de destruir células tumorais e inibir seu crescimento.
Em 13 de abril, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei n.º 13.269 que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes com tumores malignos. A determinação afirma que poderão fazer uso da substância, por livre escolha, aqueles que possuam laudo médico comprovando o diagnóstico, e que assinem um termo de consentimento e responsabilidade.
A substância estava sendo fornecida pela USP por meio de liminares na Justiça. No início de abril, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que a universidade forneceria somente "enquanto remanescer o estoque" do composto.
Logo depois, a USP fechou o laboratório que produzia as pílulas, dizendo que não produziria mais porque não é dona da patente e não é uma indústria para produção em larga escala.
Emissão de patentes de medicamentos no Brasil demora o triplo da média mundial
11/05/2016 - Monitor Mercantil
Enquanto um pedido de patente leva em média quatro anos para ser analisado em países desenvolvidos, como EUA e parte da Europa, o Brasil chega a levar 14 anos para executar a mesma tarefa – o triplo do tempo. Essa morosidade é extremamente prejudicial para a criação de um ambiente favorável à inovação, no qual devem estar previstos instrumentos de proteção aos investimentos necessários para criar tecnologias. Sem eles, a inovação fica ameaçada pela pirataria e pela concorrência desleal.
– Apesar de duas décadas terem se passado desde a criação da Lei de Propriedade Industrial, ainda estamos distantes de ser um país que promova a inovação de forma realmente competitiva – afirma o ex-deputado federal (PMDB-RS) e ex-governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
Segundo Britto, isso acontece devido à grave situação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Ele hoje apresenta um número insuficiente de examinadores, apenas 1/3 da quantidade ideal. Cada examinador é responsável por cerca de 900 processos, enquanto na Europa o número é dez vezes menor. Ano passado 350 novos funcionários foram aprovados em concurso público, mas eles nunca chegaram a ser contratados. Faltam recursos para isso. E, assim, a fila dos pedidos segue aumentando.
Os poucos examinadores, apesar de altamente qualificados, começam a perder condições técnicas e atualizações profissionais. Paralelo a isso, a função estratégica do instituto também está sendo negligenciada, uma vez que ele tem se distanciado de debates importantes para o futuro político, econômico e tecnológico do Brasil.
Viciados em drogas usam remédios de diarreia para controlar abstinência
11/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A epidemia de dependência em opiáceos que varre os Estados Unidos levou a uma nova forma de abuso de drogas que poucos especialistas conseguiram antever. Viciados que não conseguem comprar analgésicos estão consumindo Imodium e outros remédios para diarreia. Eles apelidaram essa prática de "a metadona dos pobres".
O ingrediente ativo do Imodium, a loperamida, pode dar barato se consumido em grandes quantidades e não custa caro. O problema é que, além de causar uma constipação desagradável, o excesso de loperamida por ser tóxico ou até mesmo fatal para o coração.
Um relatório publicado no site da revista "Annals of Emergency Medicine" listou duas mortes recentes em Nova York por abuso de loperamida. Além disso, pelo menos uma dúzia de casos de overdose que terminaram em morte ou em batimentos cardíacos irregulares com risco de vida foram registrados em cinco estados nos últimos 18 meses.
A maioria dos médicos só percebeu recentemente que era possível fazer um uso abusivo da loperamida e poucos deram importância ao assunto. Há pouco ou nenhum registro nacional do problema, mas toxicologistas e médicos que atendem em emergências hospitalares acreditam que o abuso dessa substância seja muito mais difundido do que sugerem os laudos escassos.
À medida que os esforços para limitar a prescrição de opioides aumenta, alguns especialistas temem que mais viciados recorram à loperamida –do mesmo modo que, durante a lei seca, alcoólatras recorriam a enxaguantes bucais quando a oferta de uísque secava.
"Já vimos pacientes que estavam fazendo uso contínuo de loperamida há meses", afirma William Eggleston, principal autor de um relatório recente sobre o assunto e toxicologista clínico do hospital da SUNY, a universidade estadual de Nova York.
"Alguns pacientes usam esse remédio como entorpecente, outros usam como substituto quando não conseguem obter heroína ou morfina", explica Eggleston. Eles tomam a loperamida para aliviar sintomas de abstinência como dores musculares, vômitos, diarreias e náuseas.
Segundo Sarah Peddicord, porta-voz da Food and Drug Administration (FDA na sigla em inglês, uma espécie de Anvisa americana), o órgão está "ciente dos relatos recentes de efeitos adversos relacionados ao uso indevido ou abusivo desse remédio para diarreia e de que ele vem sendo usado para tratar abstinência de opioides ou para produzir efeitos eufóricos".
Peddicord informou que a FDA está analisando o caso e que "tomará as medidas necessárias assim que possível".
Se tomada em doses adequadas, a loperamida é segura. A dose diária padrão é de quatro cápsulas que somam oito miligramas da substância. Mas viciados chegam a ingerir cem comprimidos de dois miligramas cada por dia durante várias semanas.
Em um dos caso relatados por Eggleston e seus colegas, um homem de 24 anos com privação de ópio tomou tanta loperamida que morreu. Uma análise toxicológica encontrou o equivalente a 25 vezes a dose padrão em seu sangue.
Em outro caso, um homem de 39 anos desmaiou em casa e morreu no hospital. A família disse que ele já tinha usado buprenorfina para controlar a abstinência de ópio, mas depois acabou migrando para drogas antidiarreicas.
Medicamentos antidiarreicos são baratos, legalizados e podem ser comprado facilmente e em grandes quantidades sem levantar suspeitas. Nos Estados Unidos, 400 cápsulas de loperamida custam apenas U$$ 7,59.
A loperamida, no entanto, já foi um medicamento vendido apenas sob prescrição e uma substância controlada, na mesma classe da cocaína e da metadona. Ela foi aprovada pelo FDA em 1976 e tornou-se isenta de prescrição em 1988.
Normalmente, a loperamida age sobre os receptores opioides do trato gastrointestinal e não entra no sistema nervoso central. Nas doses recomendadas, não dá barato e tem pouco risco de causar intoxicação. Mas grandes doses podem dar barato, dizem os médicos.
Alguns toxicologistas argumentam que as vendas de loperamida devem ser restringidas do mesmo modo que a pseudoefedrina, antes isenta de prescrição, tornou-se controlada na década passada para prevenir a fabricação de metanfetamina.
"Chegou a hora de alguém fazer alguma coisa para inibir a compra em grandes quantidades", afirma Chuck O'Connell, médico e toxicologista da Universidade da Califórnia, em San Diego, que disse ter visto duas overdoses durante atendimentos de emergência.
"Uma pessoa normal não precisa de 400 comprimidos por semana", diz ele. "Eu precisei de pouquíssimos durante toda a minha vida".
O'Connell escreveu um artigo para o periódico científico "HeartRhythm" falando sobre o caso de uma mulher de 28 anos que disse ter tomado entre 400 e 600 miligramas de loperamida por dia durante meses. O eletrocardiograma dela mostrou batimentos cardíacos perigosamente irregulares e condução elétrica anormal no coração.
Após desmaios consecutivos, ela procurou atendimento médico, mas mesmo no hospital continuou tomando 100 cápsulas de loperamida por dia, escondido dos médicos.
Depois de ter sido transferida para o hospital da universidade, ela confessou que vinha tomando comprimidos e decidiu parar com a droga. Em poucos dias, um eletrocardiograma mostrou que os batimentos cardíacos foram normalizados e que os desmaios diminuíram.
"Se você toma uma grande dose dessa substância, ela consegue penetrar a barreira hematoencefálica e agir no sistema nervoso central, causando sensação de euforia", explica O'Connell.
Os próprios usuários de drogas, no entanto, dizem que o barato causado pela loperamida não se compara àquele gerado por uso de opioides. "A loperamida com certeza dá barato e pode até matar, mas os riscos simplesmente não compensam o uso recreativo", disse um comentarista em um tópico sobre a droga na internet.
Outro usuário comentou que entre os pontos negativos da loperamida está a necessidade tomar laxantes o tempo todo. "Mas escapar da abstinência e não querer morrer são pontos positivos", disse.
Especialistas alertam que o abuso de loperamida pode passar despercebido porque exames de rotina não são capazes de detectá-lo.
"A toxicologia de urina que fazemos no hospital não busca por essa substância, então é possível que muitos casos passem despercebidos", afirma Amitava Dasgupta, toxicologista do hospital da Universidade do Texas.
Alguns usuários de loperamida chegam ao hospital em estado letárgico ou sem respirar, como se estivessem sofrendo de uma overdose de heroína. Naloxona, uma droga anti-opioide, pode ser usada para tratar esses quadros.
"Quando o exame de rotina volta negativo, os médicos podem concluir que o exame falhou ou, se o paciente tiver respondido bem ao medicamento, podem concluir que não foi nada de mais", diz Jennifer Dierksen, patologista do hospital da Universidade do Texas.
Em um dos casos relatados pelos médicos da Universidade do Texas, uma pessoa de 19 anos foi encontrada morta em casa com a bexiga distendida e cheia de urina. Mas os exames não detectaram uso de drogas, então, os médicos usaram um teste conhecido como espectrometria de cromatografia de massa líquida para identificar a presenta de loperamida.
Todos os casos de problemas cardíacos associados ao uso indevido ou abusivo de loperamida devem ser relatados ao FDA, mas nem todos os médicos fazem isso.
"Quanto mais as pessoas soarem o alarme, mais rapidamente o FDA vai levar o problema a sério e tomar medidas", disse Eggleston. "Um primeiro passo seria controlar a venda desse remédio."
A Johnson & Johnson, fabricante do Imodium, não quis comentar o assunto.
Atrás do Balcão: Drogaria SP
12/05/2016 - DCI
Drogaria SP inaugura quatro lojas em Pernambuco. Segundo a rede, o investimento faz parte do plano de expansão que tem como expectativa fechar o ano de 2016 com 130 novas unidades do Grupo DPSP. "Estamos crescendo na Região Nordeste, e Pernambuco é uma praça estratégica para nós. A nossa marca foi muito bem recebida no estado e nos consolidamos regionalmente a cada nova inauguração", diz o diretor de marketing do Grupo, Roberto Tamaso.
AbbVie submete à aprovação da ANVISA, Venetoclax, o primeiro inibidor da proteína BCL-2, para tratamento de Leucemia Linfocítica Crônica
11/05/2016 - O Globo
O pedido de análise de Venetoclax é para o tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC), com deleção no cromossomo 17p e/ou mutação TP53 e que tenham recebido, pelo menos, um tratamento anterior. Esta nova opção de tratamento pode representar um aprimoramento em relação às terapias atuais, para este grupo de pacientes de difícil tratamento.Venetoclax trabalha para levar determinadas células, incluindo aquelas com LLC, à apoptose, ou seja, morte celular.
A companhia biofarmacêutica global AbbVie (NYSE: ABBV) anuncia a submissão à aprovação da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária de seu novo composto venetoclax, para tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC), com deleção no cromossomo 17p e/ou mutação TP53. Deleção 17p é uma alteração genômica, na qual falta uma parte do cromossomo 17p.3 No Brasil, aproximadamente de 8 ? 17 por cento dos pacientes com LLC apresentam a deleção 17p quando do diagnóstico, segundo o Instituto Nacional do Câncer.4
Venetoclax é um inibidor da proteína BCL-2, sendo desenvolvido em parceria da AbbVie com a Genentech, uma empresa do Grupo Roche para o tratamento da LLC. Nos Estados Unidos, AbbVie e Genentech são responsáveis pela comercialização, enquanto que fora dos Estados Unidos será comercializado somente pela AbbVie. Venetoclax tem demonstrado, em estudos clínicos, levar determinadas células, incluindo aquelas com LLC, à apoptose, ou seja, morte celular.
A FDA (Food & Drug Administration), agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou Venetoclax, em 11 de abril de 2016, para o tratamento de pacientes com LLC com deleção 17p que tenham recebido, pelo menos, um tratamento anterior. Venetoclax é o primeiro tratamento aprovado pela FDA, que tem como alvo a proteína BCL-2, que participa do crescimento da célula cancerígena e está presente, em excesso, em vários pacientes com LLC. A AbbVie também já submeteu venetoclax à aprovação da EMA (European Medicines Agency), agência regulatória para os países da Comunidade Europeia, e em outros países. No Brasil, Venetoclax foi submetido à aprovação da ANVISA e ainda não está aprovado para comercialização.
"Os pacientes são sempre nossa prioridade número um e redobramos nossos esforços com o intuito de tornar venetoclax, o primeiro inibidor da proteína BCL-2, disponível para os pacientes com LLC com deleção no cromossomo 17p, condição sempre associada a um prognóstico ruim", afirma o médico Manuel Uribe, Diretor Médico da AbbVie no Brasil. "Este nova opção de tratamento pode suprir uma importante necessidade médica não totalmente atendida até o momento".
Os pedidos de aprovação regulatória estão fundamentados por dados de estudos de Fase 2 e de Fase 3 ainda em desenvolvimento com venetoclax, em pacientes com LLC reincidente/resistente, incluindo aqueles com deleção no cromossomo 17p, uma variação genética associada a um prognóstico ruim. Em agosto de 2015, a AbbVie anunciou que seu conjunto de estudos de Fase 2 atingiu suas metas iniciais de resposta ao tratamento, segundo avaliação de comitê independente.
SOBRE VENETOCLAX
Venetoclax é um inibidor oral da proteína BLC-2, em avaliação para o tratamento de vários tipos de câncer. A proteína BCL-2 evita a apoptose (morte celular programada) de algumas células, incluindo linfócitos, que podem estar expressas em excesso em alguns tipos de câncer. O venetoclax foi planejado para seletivamente inibir a função da proteína BCL-2 e está sendo desenvolvido em colaboração com Genentech e Roche. Juntas, as companhias têm o compromisso de pesquisar a BCL-2 com venetoclax, em avaliação em estudos clínicos de Fase 3, para tratamento de LLC reincidente/resistente e em diferentes tipos de câncer.
SOBRE LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA(LLC), COM DELEÇÃO NO CROMOSSOMO 17P E/OU MUTAÇÃO TP53
LLC é um câncer de progressão lenta da medula óssea e do sangue; neste tipo de câncer, a medula óssea produz linfócitos em excesso, um tipo de célula branca do sangue.1 É o tipo mais comum de leucemia diagnosticada em adultos em países ocidentais.2
A deleção 17p é uma alteração genômica em que falta uma parte do cromossomo 17.3 No Brasil, aproximadamente de 8-17 por cento de pacientes com LLC têm mutação da deleção 17p no momento do diagnóstico da doença. De acordo a expectativa média de vida de pacientes com LLC com deleção 17p é menos de 2-3 anos.5 O cromossomo 17 contém o gene TP536, que está envolvido na regulação da divisão e morte de células normais.7 A deleção do 17p e/ou mutações em TP53 estão associadas à progressão rápida da doença e à baixa sobrevida.8
SOBRE ONCOLOGIA NA ABBVIE
A pesquisa em oncologia da AbbVie concentra-se na descoberta e desenvolvimento de terapias-alvo, que atuam contra os mecanismos que os diferentes tipos de câncer precisam para sobreviver. Ao pesquisar novas tecnologias e abordagens de tratamento, a AbbVie está vencendo paradigmas em alguns dos tipos de câncer mais disseminados e difíceis de tratar, incluindo glioblastoma multiforme, mieloma múltiplo e leucemia linfocítica crônica. Entre os compostos em fase de pesquisa da AbbVie incluem-se várias moléculas novas em testes clínicos sendo estudadas para mais de 15 tipos diferentes de câncer e tumores. Para mais informação sobre AbbVie Oncologia, acesse http://oncology.abbvie.com.
SOBRE A ABBVIE
A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global com foco em pesquisa, formada em 2013, a partir de sua separação da Abbott. A missão da companhia é usar seu conhecimento, equipes dedicadas e estratégia em inovação, para desenvolver e comercializar terapias avançadas que atendam as necessidades de algumas das mais sérias e complexas doenças do mundo. Junto com sua subsidiária Pharmacyclics, a AbbVie emprega mais de 28.000 pessoas em todo o mundo e comercializa seus medicamentos em mais de 170 países. Para mais informações sobre a companhia, sua equipe, portfólio e compromissos, acesse www.abbvie.com. Siga @abbvie no Twitter ou conheça nossas oportunidades de carreira em nossas páginas no Facebook ou LinkedIn.
No Brasil, a AbbVie iniciou suas operações no começo de 2014 e conta com com uma equipe de aproximadamente 350 pessoas. Suas áreas de negócios no país incluem imunologia, neonatologia, virologia, oncologia, anestesiologia, endocrinologia e nefrologia. Entre suas áreas de especialidade, a AbbVie desenvolve, no Brasil, mais de 20 estudos clínicos, envolvendo um total de mais de 1.800 pacientes em 120 centros de pesquisa. Para informações adicionais, acesse www.abbvie.com.br
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