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CRF-SP - Clipping de Notícias

CLIPPING - 12/05/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 

TRF de SP suspende fornecimento da 'pílula do câncer' no estado e em MS

11/05/2016 - G1


O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF), em São Paulo, suspendeu decisão liminar da Justiça Federal de São Carlos (SP) que determinava que a União e o estado fornecessem a substância fosfoetanolamina sintética a um paciente com câncer. A decisão, publicada nesta quarta-feira (11) no site do órgão, também vale para todos os casos semelhantes nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (MS).

Desenvolvida no campus da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.

A presidente do TRF, a desembargadora federal Cecília Marcondes, explicou que não há prova científica capaz de atestar a eficácia da ‘pílula do câncer’ no tratamento.

“Cuida-se de substância que vem sendo produzida e consumida sem um mínimo de rigor científico, pois não há pesquisas que atestem a sua eficácia no organismo humano. Não é demais lembrar, neste contexto, a relevante preocupação com os efeitos colaterais que podem advir do uso indiscriminado de novas drogas, haja vista o que ocorreu num passado recente com a talidomida, que depois de testada sem percalços em camundongos foi indicada para evitar enjoos em pacientes grávidas e provocou deformidades físicas em milhares de crianças no mundo todo. Portanto, o risco à saúde pública é manifesto”, escreveu a desembargadora federal.


RECURSOS


O advogado de São Carlos Jurandir de Castro Júnior, que tem cerca de 1,1 mil clientes que entraram com ação para conseguir a substância, disse ao G1 que a decisão afeta apenas os processos que englobam a região do TRF3, no caso São Paulo e Mato Grosso do Sul.

“Na própria decisão é possível recurso, chama-se agravo interno, que é enviado a um órgão colegiado, pleno ou especial, no próprio TRF3. Para interpor contra essa decisão, os advogados têm que proceder dessa maneira. Quando entra com esse recurso, é possível a reconsideração”, explicou.


IMPLICAÇÕES NA ORDEM E NA ECONOMIA


A presidente do TRF3 também ressaltou que a questão tem implicações na ordem e na economia públicas, já que, diante das limitações materiais, a Administração Pública adota um plano estratégico em que prioriza atividades mais relevantes.

“O Estado de São Paulo alocou verbas públicas para pesquisar a eficiência da fosfoetanolamina, garantindo assim um mínimo de produção da substância para uso exclusivo em estudos clínicos. Desse modo, não cabe, em princípio, ao Poder Judiciário tomar o lugar da Administração na escolha de quais sejam as ações prioritárias e, pior, fazer uso das substâncias destinadas à pesquisa, sob pena de prejudicar o trabalho e de se imiscuir na atividade administrativa, violando o fundamental princípio da separação dos poderes”, entendeu a magistrada.


RELEVÂNCIA DAS AÇÕES


A magistrada também destacou que não ignora “a relevância das ações e as esperanças depositadas na cura de uma doença que afeta milhões de cidadãos ao redor do mundo, cuja busca por tratamento muitas vezes foge da racionalidade e são depositadas na fé, na espiritualidade e em tratamentos experimentais”. Porém ressaltou que, embora a saúde seja direito de todos e dever do estado, o Poder Público não é obrigado a assegurar tratamentos não convencionais e sem base científica.

Com relação à Lei nº 13.269, de abril deste ano, que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna, a magistrada explicou que a norma, ao mencionar que seu uso será por livre escolha do paciente, desautoriza a obrigação legal de fornecimento por parte da Administração Pública. “Compete ao paciente buscar o laboratório que produza, manufature, importe e distribua a substância, em relação tipicamente comercial e entre entes particulares, sem a presença estatal”, conclui a presidente do TRF3.


PESQUISADOR VAI NEGAR COMERCIALIZAÇÃO


O pesquisador e um dos donos da patente da fosfoetanolamina sintética, Gilberto Chierice, informou na segunda-feira (9) à EPTV, afiliada da TV Globo, que considerou alto demais o preço de R$ 6 por cápsula estabelecido pela Justiça de Cravinhos (SP) e, por isso, não vai autorizar a comercialização nesse momento. Um laboratório da cidade, que está produzindo a substância para testes, está recebendo liminares de pacientes com câncer para o fornecimento.

Chierice não deu um prazo de quando a liberação para venda deve acontecer. Ele foi procurado, mas não quis dar entrevista sobre o assunto. Já a Anvisa diz que o valor deve ser decidido junto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.


LIMINARES


A PDT Pharma, laboratório que está produzindo apenas o princípio ativo para os testes com humanos e ainda não encapsula, recebeu permissão somente para entregá-lo à Fundação para o Remédio Popular (Furp), que deve encapsular e repassar ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O primeiro lote com 35 quilos da fosfoetanolamina já foi entregue à Furp e deve se transformar em 70 mil cápsulas.

Contudo, ao menos 12 liminares já obrigam o laboratório a fornecer as cápsulas aos pacientes com câncer em 30 dias, como afirmou o diretor da PDT Pharma, Sérgio Perussi em entrevista à EPTV, no sábado (7). Até segunda-feira, outras 275 ações tramitavam na Justiça de São Paulo com o mesmo teor.

A advogada Flora Juliani Galvão, de Florianópolis (SC), disse que já conseguiu 70 liminares que obrigam o laboratório a entregar o produto. "Vamos falar genericamente, que falta 25 dias para o prazo expirar", disse.


R$ 6 POR CÁPSULA DA SUBSTÂNCIA


Em liminar concedida em 2 de maio, o juiz Luiz Cláudio Sartorelli explica que ele e o juiz Eduardo Alexandre Abrahão, da 2ª Vara de Cravinhos, se reuniram com o diretor da PDT Pharma para discutir da possibilidade de o laboratório fornecer a fosfoetanolamina sintética mediante possíveis ordens judiciais.

O encontro ocorreu em 20 de abril e, de acordo com o juiz, Sérgio Perussi confirmou que poderia atender aos pedidos, desde que no prazo de 30 dias, uma vez que precisaria ampliar a produção e providenciar as cápsulas para armazenar a substância - atualmente, essa etapa é realizada pela Furp.

"Discutiu-se o custo de cada unidade e o representante da empresa estimou em R$ 6, por conta dos investimentos que se farão necessários para atender as ordens judiciais", afirma Sartorelli na sentença.

A partir da reunião, liminares passaram a ser concedidas pela Justiça local, destacando que os pacientes devem realizar depósito antecipado do valor referente à quantidade de pílulas que deseja adquirir - a dosagem fica a critério do paciente ou do médico que o acompanha.


VALOR SERÁ DECIDIDO POR ÓRGÃO DA ANVISA


No entanto, a Anvisa informou que o valor das cápsulas deve ser decidido junto com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, órgão da Anvisa que dá apoio técnico sobre o custo de novos remédios.

A Anvisa afirmou que cabe ao laboratório pedir autorização para encapsular a substância, mas Perussi disse que ainda não fez o pedido porque depende de autorização dos donos da patente.

O diretor afirmou que tem condições de produzir as pílulas de fosfoetanolamina, mas, para isso, precisa adequar as instalações da empresa, uma vez que trabalha somente com princípios ativos, e não medicamentos.

"Vamos explicar ao meritíssimo juiz, como foi durante a minha conversa com ele, que nós temos restrições. Nós temos condições de escalonar a produção para atender uma demanda maior, mas não sei dizer se atenderíamos uma demanda nacional na sua totalidade", disse à EPTV no sábado (7).


O CASO


Os primeiros relatórios sobre as pesquisas financiadas pelo governo federal apontaram que as cápsulas têm concentração de fosfoetanolamina menor do que o esperado e que somente um dos componentes na pílula – a monoetanolamina – apresentou atividade citotóxica e antiproliferativa, ou seja, capacidade de destruir células tumorais e inibir seu crescimento.

Em 13 de abril, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei n.º 13.269 que autorizou o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes com tumores malignos. A determinação afirma que poderão fazer uso da substância, por livre escolha, aqueles que possuam laudo médico comprovando o diagnóstico, e que assinem um termo de consentimento e responsabilidade.

A substância estava sendo fornecida pela USP por meio de liminares na Justiça. No início de abril, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que a universidade forneceria somente "enquanto remanescer o estoque" do composto.

Logo depois, a USP fechou o laboratório que produzia as pílulas, dizendo que não produziria mais porque não é dona da patente e não é uma indústria para produção em larga escala.




Emissão de patentes de medicamentos no Brasil demora o triplo da média mundial

11/05/2016 - Monitor Mercantil


Enquanto um pedido de patente leva em média quatro anos para ser analisado em países desenvolvidos, como EUA e parte da Europa, o Brasil chega a levar 14 anos para executar a mesma tarefa – o triplo do tempo. Essa morosidade é extremamente prejudicial para a criação de um ambiente favorável à inovação, no qual devem estar previstos instrumentos de proteção aos investimentos necessários para criar tecnologias. Sem eles, a inovação fica ameaçada pela pirataria e pela concorrência desleal.

– Apesar de duas décadas terem se passado desde a criação da Lei de Propriedade Industrial, ainda estamos distantes de ser um país que promova a inovação de forma realmente competitiva – afirma o ex-deputado federal (PMDB-RS) e ex-governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto, presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Segundo Britto, isso acontece devido à grave situação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Ele hoje apresenta um número insuficiente de examinadores, apenas 1/3 da quantidade ideal. Cada examinador é responsável por cerca de 900 processos, enquanto na Europa o número é dez vezes menor. Ano passado 350 novos funcionários foram aprovados em concurso público, mas eles nunca chegaram a ser contratados. Faltam recursos para isso. E, assim, a fila dos pedidos segue aumentando.

Os poucos examinadores, apesar de altamente qualificados, começam a perder condições técnicas e atualizações profissionais. Paralelo a isso, a função estratégica do instituto também está sendo negligenciada, uma vez que ele tem se distanciado de debates importantes para o futuro político, econômico e tecnológico do Brasil.




Viciados em drogas usam remédios de diarreia para controlar abstinência

11/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A epidemia de dependência em opiáceos que varre os Estados Unidos levou a uma nova forma de abuso de drogas que poucos especialistas conseguiram antever. Viciados que não conseguem comprar analgésicos estão consumindo Imodium e outros remédios para diarreia. Eles apelidaram essa prática de "a metadona dos pobres".

O ingrediente ativo do Imodium, a loperamida, pode dar barato se consumido em grandes quantidades e não custa caro. O problema é que, além de causar uma constipação desagradável, o excesso de loperamida por ser tóxico ou até mesmo fatal para o coração.

Um relatório publicado no site da revista "Annals of Emergency Medicine" listou duas mortes recentes em Nova York por abuso de loperamida. Além disso, pelo menos uma dúzia de casos de overdose que terminaram em morte ou em batimentos cardíacos irregulares com risco de vida foram registrados em cinco estados nos últimos 18 meses.

A maioria dos médicos só percebeu recentemente que era possível fazer um uso abusivo da loperamida e poucos deram importância ao assunto. Há pouco ou nenhum registro nacional do problema, mas toxicologistas e médicos que atendem em emergências hospitalares acreditam que o abuso dessa substância seja muito mais difundido do que sugerem os laudos escassos.

À medida que os esforços para limitar a prescrição de opioides aumenta, alguns especialistas temem que mais viciados recorram à loperamida –do mesmo modo que, durante a lei seca, alcoólatras recorriam a enxaguantes bucais quando a oferta de uísque secava.

"Já vimos pacientes que estavam fazendo uso contínuo de loperamida há meses", afirma William Eggleston, principal autor de um relatório recente sobre o assunto e toxicologista clínico do hospital da SUNY, a universidade estadual de Nova York.

"Alguns pacientes usam esse remédio como entorpecente, outros usam como substituto quando não conseguem obter heroína ou morfina", explica Eggleston. Eles tomam a loperamida para aliviar sintomas de abstinência como dores musculares, vômitos, diarreias e náuseas.

Segundo Sarah Peddicord, porta-voz da Food and Drug Administration (FDA na sigla em inglês, uma espécie de Anvisa americana), o órgão está "ciente dos relatos recentes de efeitos adversos relacionados ao uso indevido ou abusivo desse remédio para diarreia e de que ele vem sendo usado para tratar abstinência de opioides ou para produzir efeitos eufóricos".

Peddicord informou que a FDA está analisando o caso e que "tomará as medidas necessárias assim que possível".

Se tomada em doses adequadas, a loperamida é segura. A dose diária padrão é de quatro cápsulas que somam oito miligramas da substância. Mas viciados chegam a ingerir cem comprimidos de dois miligramas cada por dia durante várias semanas.

Em um dos caso relatados por Eggleston e seus colegas, um homem de 24 anos com privação de ópio tomou tanta loperamida que morreu. Uma análise toxicológica encontrou o equivalente a 25 vezes a dose padrão em seu sangue.

Em outro caso, um homem de 39 anos desmaiou em casa e morreu no hospital. A família disse que ele já tinha usado buprenorfina para controlar a abstinência de ópio, mas depois acabou migrando para drogas antidiarreicas.

Medicamentos antidiarreicos são baratos, legalizados e podem ser comprado facilmente e em grandes quantidades sem levantar suspeitas. Nos Estados Unidos, 400 cápsulas de loperamida custam apenas U$$ 7,59.

A loperamida, no entanto, já foi um medicamento vendido apenas sob prescrição e uma substância controlada, na mesma classe da cocaína e da metadona. Ela foi aprovada pelo FDA em 1976 e tornou-se isenta de prescrição em 1988.

Normalmente, a loperamida age sobre os receptores opioides do trato gastrointestinal e não entra no sistema nervoso central. Nas doses recomendadas, não dá barato e tem pouco risco de causar intoxicação. Mas grandes doses podem dar barato, dizem os médicos.

Alguns toxicologistas argumentam que as vendas de loperamida devem ser restringidas do mesmo modo que a pseudoefedrina, antes isenta de prescrição, tornou-se controlada na década passada para prevenir a fabricação de metanfetamina.

"Chegou a hora de alguém fazer alguma coisa para inibir a compra em grandes quantidades", afirma Chuck O'Connell, médico e toxicologista da Universidade da Califórnia, em San Diego, que disse ter visto duas overdoses durante atendimentos de emergência.

"Uma pessoa normal não precisa de 400 comprimidos por semana", diz ele. "Eu precisei de pouquíssimos durante toda a minha vida".

O'Connell escreveu um artigo para o periódico científico "HeartRhythm" falando sobre o caso de uma mulher de 28 anos que disse ter tomado entre 400 e 600 miligramas de loperamida por dia durante meses. O eletrocardiograma dela mostrou batimentos cardíacos perigosamente irregulares e condução elétrica anormal no coração.

Após desmaios consecutivos, ela procurou atendimento médico, mas mesmo no hospital continuou tomando 100 cápsulas de loperamida por dia, escondido dos médicos.

Depois de ter sido transferida para o hospital da universidade, ela confessou que vinha tomando comprimidos e decidiu parar com a droga. Em poucos dias, um eletrocardiograma mostrou que os batimentos cardíacos foram normalizados e que os desmaios diminuíram.

"Se você toma uma grande dose dessa substância, ela consegue penetrar a barreira hematoencefálica e agir no sistema nervoso central, causando sensação de euforia", explica O'Connell.

Os próprios usuários de drogas, no entanto, dizem que o barato causado pela loperamida não se compara àquele gerado por uso de opioides. "A loperamida com certeza dá barato e pode até matar, mas os riscos simplesmente não compensam o uso recreativo", disse um comentarista em um tópico sobre a droga na internet.

Outro usuário comentou que entre os pontos negativos da loperamida está a necessidade tomar laxantes o tempo todo. "Mas escapar da abstinência e não querer morrer são pontos positivos", disse.

Especialistas alertam que o abuso de loperamida pode passar despercebido porque exames de rotina não são capazes de detectá-lo.

"A toxicologia de urina que fazemos no hospital não busca por essa substância, então é possível que muitos casos passem despercebidos", afirma Amitava Dasgupta, toxicologista do hospital da Universidade do Texas.

Alguns usuários de loperamida chegam ao hospital em estado letárgico ou sem respirar, como se estivessem sofrendo de uma overdose de heroína. Naloxona, uma droga anti-opioide, pode ser usada para tratar esses quadros.

"Quando o exame de rotina volta negativo, os médicos podem concluir que o exame falhou ou, se o paciente tiver respondido bem ao medicamento, podem concluir que não foi nada de mais", diz Jennifer Dierksen, patologista do hospital da Universidade do Texas.

Em um dos casos relatados pelos médicos da Universidade do Texas, uma pessoa de 19 anos foi encontrada morta em casa com a bexiga distendida e cheia de urina. Mas os exames não detectaram uso de drogas, então, os médicos usaram um teste conhecido como espectrometria de cromatografia de massa líquida para identificar a presenta de loperamida.

Todos os casos de problemas cardíacos associados ao uso indevido ou abusivo de loperamida devem ser relatados ao FDA, mas nem todos os médicos fazem isso.

"Quanto mais as pessoas soarem o alarme, mais rapidamente o FDA vai levar o problema a sério e tomar medidas", disse Eggleston. "Um primeiro passo seria controlar a venda desse remédio."

A Johnson & Johnson, fabricante do Imodium, não quis comentar o assunto.




Atrás do Balcão: Drogaria SP

12/05/2016 - DCI


Drogaria SP inaugura quatro lojas em Pernambuco. Segundo a rede, o investimento faz parte do plano de expansão que tem como expectativa fechar o ano de 2016 com 130 novas unidades do Grupo DPSP. "Estamos crescendo na Região Nordeste, e Pernambuco é uma praça estratégica para nós. A nossa marca foi muito bem recebida no estado e nos consolidamos regionalmente a cada nova inauguração", diz o diretor de marketing do Grupo, Roberto Tamaso.




AbbVie submete à aprovação da ANVISA, Venetoclax, o primeiro inibidor da proteína BCL-2, para tratamento de Leucemia Linfocítica Crônica

11/05/2016 - O Globo


O pedido de análise de Venetoclax é para o tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC), com deleção no cromossomo 17p e/ou mutação TP53 e que tenham recebido, pelo menos, um tratamento anterior. Esta nova opção de tratamento pode representar um aprimoramento em relação às terapias atuais, para este grupo de pacientes de difícil tratamento.Venetoclax trabalha para levar determinadas células, incluindo aquelas com LLC, à apoptose, ou seja, morte celular.

A companhia biofarmacêutica global AbbVie (NYSE: ABBV) anuncia a submissão à aprovação da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária de seu novo composto venetoclax, para tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC), com deleção no cromossomo 17p e/ou mutação TP53. Deleção 17p é uma alteração genômica, na qual falta uma parte do cromossomo 17p.3 No Brasil, aproximadamente de 8 ? 17 por cento dos pacientes com LLC apresentam a deleção 17p quando do diagnóstico, segundo o Instituto Nacional do Câncer.4

Venetoclax é um inibidor da proteína BCL-2, sendo desenvolvido em parceria da AbbVie com a Genentech, uma empresa do Grupo Roche para o tratamento da LLC. Nos Estados Unidos, AbbVie e Genentech são responsáveis pela comercialização, enquanto que fora dos Estados Unidos será comercializado somente pela AbbVie. Venetoclax tem demonstrado, em estudos clínicos, levar determinadas células, incluindo aquelas com LLC, à apoptose, ou seja, morte celular.

A FDA (Food & Drug Administration), agência regulatória dos Estados Unidos, aprovou Venetoclax, em 11 de abril de 2016, para o tratamento de pacientes com LLC com deleção 17p que tenham recebido, pelo menos, um tratamento anterior. Venetoclax é o primeiro tratamento aprovado pela FDA, que tem como alvo a proteína BCL-2, que participa do crescimento da célula cancerígena e está presente, em excesso, em vários pacientes com LLC. A AbbVie também já submeteu venetoclax à aprovação da EMA (European Medicines Agency), agência regulatória para os países da Comunidade Europeia, e em outros países. No Brasil, Venetoclax foi submetido à aprovação da ANVISA e ainda não está aprovado para comercialização.

"Os pacientes são sempre nossa prioridade número um e redobramos nossos esforços com o intuito de tornar venetoclax, o primeiro inibidor da proteína BCL-2, disponível para os pacientes com LLC com deleção no cromossomo 17p, condição sempre associada a um prognóstico ruim", afirma o médico Manuel Uribe, Diretor Médico da AbbVie no Brasil. "Este nova opção de tratamento pode suprir uma importante necessidade médica não totalmente atendida até o momento".

Os pedidos de aprovação regulatória estão fundamentados por dados de estudos de Fase 2 e de Fase 3 ainda em desenvolvimento com venetoclax, em pacientes com LLC reincidente/resistente, incluindo aqueles com deleção no cromossomo 17p, uma variação genética associada a um prognóstico ruim. Em agosto de 2015, a AbbVie anunciou que seu conjunto de estudos de Fase 2 atingiu suas metas iniciais de resposta ao tratamento, segundo avaliação de comitê independente.


SOBRE VENETOCLAX


Venetoclax é um inibidor oral da proteína BLC-2, em avaliação para o tratamento de vários tipos de câncer. A proteína BCL-2 evita a apoptose (morte celular programada) de algumas células, incluindo linfócitos, que podem estar expressas em excesso em alguns tipos de câncer. O venetoclax foi planejado para seletivamente inibir a função da proteína BCL-2 e está sendo desenvolvido em colaboração com Genentech e Roche. Juntas, as companhias têm o compromisso de pesquisar a BCL-2 com venetoclax, em avaliação em estudos clínicos de Fase 3, para tratamento de LLC reincidente/resistente e em diferentes tipos de câncer.


SOBRE LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA(LLC), COM DELEÇÃO NO CROMOSSOMO 17P E/OU MUTAÇÃO TP53


LLC é um câncer de progressão lenta da medula óssea e do sangue; neste tipo de câncer, a medula óssea produz linfócitos em excesso, um tipo de célula branca do sangue.1 É o tipo mais comum de leucemia diagnosticada em adultos em países ocidentais.2

A deleção 17p é uma alteração genômica em que falta uma parte do cromossomo 17.3 No Brasil, aproximadamente de 8-17 por cento de pacientes com LLC têm mutação da deleção 17p no momento do diagnóstico da doença. De acordo a expectativa média de vida de pacientes com LLC com deleção 17p é menos de 2-3 anos.5 O cromossomo 17 contém o gene TP536, que está envolvido na regulação da divisão e morte de células normais.7 A deleção do 17p e/ou mutações em TP53 estão associadas à progressão rápida da doença e à baixa sobrevida.8


SOBRE ONCOLOGIA NA ABBVIE


A pesquisa em oncologia da AbbVie concentra-se na descoberta e desenvolvimento de terapias-alvo, que atuam contra os mecanismos que os diferentes tipos de câncer precisam para sobreviver. Ao pesquisar novas tecnologias e abordagens de tratamento, a AbbVie está vencendo paradigmas em alguns dos tipos de câncer mais disseminados e difíceis de tratar, incluindo glioblastoma multiforme, mieloma múltiplo e leucemia linfocítica crônica. Entre os compostos em fase de pesquisa da AbbVie incluem-se várias moléculas novas em testes clínicos sendo estudadas para mais de 15 tipos diferentes de câncer e tumores. Para mais informação sobre AbbVie Oncologia, acesse http://oncology.abbvie.com.


SOBRE A ABBVIE


A AbbVie é uma companhia biofarmacêutica global com foco em pesquisa, formada em 2013, a partir de sua separação da Abbott. A missão da companhia é usar seu conhecimento, equipes dedicadas e estratégia em inovação, para desenvolver e comercializar terapias avançadas que atendam as necessidades de algumas das mais sérias e complexas doenças do mundo. Junto com sua subsidiária Pharmacyclics, a AbbVie emprega mais de 28.000 pessoas em todo o mundo e comercializa seus medicamentos em mais de 170 países. Para mais informações sobre a companhia, sua equipe, portfólio e compromissos, acesse www.abbvie.com. Siga @abbvie no Twitter ou conheça nossas oportunidades de carreira em nossas páginas no Facebook ou LinkedIn.

No Brasil, a AbbVie iniciou suas operações no começo de 2014 e conta com com uma equipe de aproximadamente 350 pessoas. Suas áreas de negócios no país incluem imunologia, neonatologia, virologia, oncologia, anestesiologia, endocrinologia e nefrologia. Entre suas áreas de especialidade, a AbbVie desenvolve, no Brasil, mais de 20 estudos clínicos, envolvendo um total de mais de 1.800 pacientes em 120 centros de pesquisa. Para informações adicionais, acesse www.abbvie.com.br

Planos de saúde defendem nova fórmula de reajuste

12/05/2016 - Valor Econômico


Operadoras de planos de saúde, reunidas na associação do setor (Abramge), avaliam que a prioridade do novo governo para este mercado, no curto prazo, deve ser a aprovação de um convênio médico individual com uma fórmula de reajuste diferenciada em relação ao modelo atual.

O setor também considera prioritária uma política de combate a fraudes em contratos de órteses, próteses, materiais e medicamentos de alto custo.

A associação recebeu bem a possível indicação do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) para o Ministério da Saúde. "Parece que ele conhece o setor e está aberto ao diálogo. No atual momento, é importante ter uma pessoa com capacidade política e que tenha uma equipe técnica boa", disse Pedro Ramos, diretor da Abramge.

Ramos disse esperar que o novo governo não faça uma segregação tão forte entre saúde pública e privada. "Hoje, o discurso é assim: nós do SUS e vocês da saúde privada. Esperamos que isso mude porque uma redução no número de pessoas com planos de saúde, por exemplo, impacta a rede pública, o que já está acontecendo", disse o diretor da Abramge. Ele lembra que as operadoras de saúde levaram ao então ministro Arthur Chioro um documento com vários pleitos, mas não obtiveram nenhum tipo de retorno, nem uma negativa protocolar.

O setor de planos de saúde é bastante regulado. Os reajustes de planos individuais são determinados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as operadoras e seguradoras de saúde são obrigadas a enviar mensalmente seus dados econômicos e de atendimento médico à agência reguladora.

Em relação às demandas consideradas urgentes e que dependem do governo, a Abramge defende uma mudança na fórmula usada para cálculo dos planos individuais - modalidade rara hoje no mercado - que hoje é baseado no reajuste dos planos coletivos. O perfil dos usuários dessas duas modalidades é bem distinto. "O governo pode continuar controlando o reajuste, mas é preciso mudar a fórmula. Essa mudança seria válida para os novos contratos, sem mexer no direito adquirido dos usuários que já têm plano individual", disse Ramos.

Outra demanda considerada necessária no curto prazo diz respeito às órteses, próteses, materiais e medicamentos de alto custo. Esses itens têm um peso relevante no custo dos planos médicos. Há cerca de dois anos, houve uma denúncia de propinas na venda de órteses e próteses, com abertura de uma CPI. O diretor da Abramge reclama que há projetos de lei parados na Câmara e no Congresso referentes à CPI. Entre as reivindicações do setor, estão por exemplo, a criminalização de médicos que cobram propina na aquisição desses materiais e a obrigatoriedade de uma segunda opinião médica em casos de uso de próteses e órteses.




Mudança na Qualicorp.

12/05/2016 - Valor Econômico


A administradora de planos de saúde coletivos Qualicorp informou ontem a saída de Mauricio Ceschin da presidência da companhia. Com isso, o fundador da empresa, José Seripieri Filho, conhecido como Junior, assume o comando executivo. Ceschin deixa o cargo para se dedicar à presidência das empresas Gama Saúde, Connectmed-CRC, Qualicorp Administração e Serviços, Medlink e Multicare Saúde, controladas do grupo. O objetivo da mudança, afirmou a Qualicorp em comunicado, é "consolidar a companhia como principal 'player' do mercado de planos coletivos, potencializando o papel do grupo de proporcionar o acesso à saúde e representar os interesses dos beneficiários".




Grandes redes de farmácias e drogarias já representam mais da metade do segmento

11/05/2016 - Monitor Mercantil


As grandes redes de farmácias e drogarias já são predominantes no varejo farmacêutico nacional. A representatividade deste segmento em relação ao volume de vendas cresceu de 42% para 56% entre 2007 e 2015. Enquanto isto, as farmácias independentes encolheram de 55% para 30%. Os indicadores são do IMS Distribution Services.

Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, o aumento da renda da população do país a partir do fim da década passada contribuiu para mudar o perfil do consumidor e estimulou a abertura de novos pontos de venda.

– A necessidade de absorver a crescente demanda e o maior grau de exigência do consumidor favoreceu as marcas com mais representatividade geográfica e fôlego financeiro. Além disso, as principais redes do país beneficiaram-se da sua maior capacidade de gerenciar seus estoques e a compra em grande escala de medicamentos e não medicamentos – argumenta Barreto.

A inserção de grupos estrangeiros como a CVS e o movimento de fusões e aquisições colaboraram para impulsionar o grande varejo farmacêutico.

O Brasil possui atualmente cerca de 70.400 farmácias, das quais 72% são representadas pelas independentes e 14% são ocupadas pelas grandes redes.

As associadas à Abrafarma detêm 7% deste percentual. Porém, representam cerca de 44,5% das vendas de medicamentos.

Zika e Mais Médicos marcaram saúde

12/05/2016 - O Estado de S.Paulo


A expansão do Farmácia Popular foi a primeira medida de Dilma Rousseff na saúde, um mês após assumir a Presidência. Numa cerimônia que lotou o salão do Palácio do Planalto, ela anunciou a distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabete em drogarias credenciadas. Passados cinco anos, o Farmácia Popular está sob risco. Os recursos para financiar o programa acabam em agosto.

Não só o Farmácia Popular está ameaçado. Neste ano, o orçamento da saúde sofreu corte de R$ 5,5 bilhões. Algo que pode afetar outros programas criados pelo PT, como Samu e UPAs. “A falta de recursos não surpreende. Há tempos alertas são feitos sobre o subfinanciamento do setor e o caso do Farmácia ilustra bem o problema”, afirma o consultor Eugênio Vilaça.

Para especialistas ouvidos pelo Estado, a forma como Dilma conduziu a discussão sobre recursos foi seu maior erro na área. “Havia mecanismos de evitar esse impasse. Ela preferiu desconsiderar os avisos”, afirma o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Mário Scheffer.

O primeiro baque no financiamento da saúde ocorreu em 2008, com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A estimativa é de que o governo federal tenha perdido cerca de R$ 40 bilhões anuais para a área. Desde o primeiro mandato da presidente, setores ligados à saúde pressionavam para que fontes adicionais de recursos fossem encontradas. Dilma, no entanto, não queria iniciar uma discussão que poderia lhe render desgastes no Congresso.

A partir de 2015, com o agravamento do problema em razão da crise econômica, o debate começou a ser feito de forma mais aberta. Coube ao então ministro Arthur Chioro sugerir a volta da CPMF. Mas já não havia mais capital político para levar o tema adiante.


CRISE


Vilaça calcula que a falta de recursos, que já é grave, deve se acentuar com o aumento da população que usa o Sistema Único de Saúde (SUS). “Mais de 1,5 milhão de pessoas deixaram de ter planos de saúde no último ano, por causa da crise. Esse grupo vai buscar atendimento no sistema público.”

Outro erro da gestão Dilma apontado por especialistas foi o uso da saúde para tentar obter maior estabilidade política. “Não foi preciso esperar muito para comprovar o quanto essa estratégia foi desastrada. O apoio não foi garantido e a saúde se fragilizou ainda mais”, afirma Vilaça.

A falta de uma coordenação na área da saúde também ficou patente nos indicadores de doenças infecciosas, avalia o presidente da Associação Brasileira de Medicina Coletiva (Abrasco) e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Gastão Wagner. Em 2015, houve número recorde de casos de dengue e mortes causadas pela doença. No Nordeste, uma epidemia de zika provocou um aumento nunca visto do número de casos de bebês com microcefalia. Neste ano, a chikungunya, também transmitida pelo Aedes aegypti, cresce de forma expressiva, levando o País a ter o que epidemiologistas chamam de tríplice epidemia.

“A dengue está no Brasil desde a década de 1980. Claro que o problema não é fruto apenas da gestão federal. Mas caberia ao Ministério da Saúde coordenar ações de combate ao vetor, organizar o sistema, algo que nunca foi feito de forma adequada”, constata o professor da Unicamp. As ações de prevenção, afirma, não seguem uma política definida e com frequência são interrompidas. “Sem um arranjo bem-feito, o que se tem é apenas desperdício de recursos.”

A gestão Dilma também teve como marca o Mais Médicos, programa criado depois das manifestações de 2013 que exigiam melhorias nos serviços públicos. Para driblar a falta de assistência, uma das estratégias usadas foi recrutar, por meio de um contrato com a Organização Pan-Americana de Saúde, profissionais formados no exterior, sem necessidade da validação do diploma. A medida provocou reação imediata de entidades profissionais, que criticavam a dispensa do exame.

Descontada a polêmica, tanto Vilaça quanto Wagner afirmam que a iniciativa do Mais Médicos foi bem-sucedida. “Claro que por si só essa estratégia não resolve o problema da assistência. Foi uma medida emergencial e assim ela tem de ser considerada”, comenta Wagner. Para ele, no entanto, boa parte do desgaste poderia ter sido evitada caso a condução do programa tivesse sido feita com maior diálogo. “O programa foi imposto. Faltou um pouco de boa vontade”, diz o consultor.

Além do Mais Médicos, Vilaça também elogia regras criadas nos últimos anos que permitem a organização do sistema de saúde em forma de rede, o que pode tornar mais racional o atendimento, organizando filas e estratégias para integração de serviços. “Um sistema mais racional é imprescindível. Não há necessidade que toda cidade pequena tenha, por exemplo, um serviço de ponta. Mas é preciso saber para onde encaminhar pacientes de maior gravidade, de forma rápida e eficaz.”

Embora Vilaça elogie as novas regras, ele afirma que ainda há um longo caminho a se percorrer até que elas estejam definitivamente implantadas. “Isso é essencial. Somente assim teremos custos mais compatíveis e um atendimento de melhor qualidade.”


EVOLUÇÃO


Para Scheffer, os anos Dilma trouxeram um saldo positivo: o maior acesso ao atendimento básico de saúde. “O impacto dessa melhoria está estampado nos indicadores. Ao longo dos últimos 12 anos, houve redução significativa da mortalidade infantil, há mais consultas de pré-natal. Podemos questionar a qualidade do atendimento, mas ele vem sendo realizado.” O professor da USP também salienta que ao longo desses anos houve a manutenção de programas importantes, como o de transplantes e de imunização. “São iniciativas de destaque no mundo todo”, afirma.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou ter destinado recursos crescentes à saúde pública. A pasta informou que o orçamento deste ano, de R$ 118,5 bilhões, é 51% superior aos recursos executados em 2011. Ainda em nota, a pasta reconheceu que recursos disponíveis atualmente são suficientes para cobrir as despesas do Farmácia Popular apenas até agosto. Mas afirmou estar em discussão com a área econômica para assegurar recursos para manutenção do programa. O Ministério informou ainda que a implantação dos sistemas de rede de assistência dependem da adesão e da apresentação de planos de Estados e municípios.




Em teste, zika causa microcefalia em roedor

12/05/2016 - Folha de S.Paulo


Ao infectar fêmeas de camundongos grávidas com o vírus da zika, cientistas brasileiros constataram que a doença é capaz de produzir efeitos semelhantes à microcefalia humana nos filhotes.

É a demonstração mais clara até agora de que o vírus provavelmente é uma das causas da epidemia de malformações congênitas no sistema nervoso detectada no país a partir do ano passado.

Os dados estão em artigo na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do mundo. Entre os autores do estudo estão Patricia Beltrão Braga e Jean Pierre Peron, ambos da USP, e Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego.

Outra contribuição-chave da pesquisa foi revelar que, enquanto fetos de uma das linhagens de camundongos estudadas sofreram alterações cerebrais profundas durante seu desenvolvimento no útero, os filhotes de outra linhagem aparentemente não foram afetados pelo zika.

Tudo indica que não se trata de pura sorte — ocorre que a linhagem sem danos detectáveis no cérebro costuma reagir de forma mais eficaz a infecções virais.Algo parecido pode muito bem estar acontecendo entre seres humanos, o que explicaria, em parte, o fato de que o número de bebês com microcefalia desencadeada pelo zika não é ainda mais calamitoso.


MINICÉREBROS


Além de inocular roedores de laboratório com o zika, os pesquisadores expuseram células humanas que dão origem a neurônios, bem como organoides cerebrais (“minicérebros” cultivados em laboratório, que lembram uma forma rudimentar do órgão), a duas formas do vírus.

Uma delas é a variante africana original do zika, inicialmente isolada em macacos, enquanto a outra foi obtida de um bebê da Paraíba que nasceu com microcefalia.

“A cepa brasileira é muito diferente da africana. Ela causa mais danos celulares”, declarou Patricia em entrevista coletiva por telefone.

Outro indício dessa diferença veio da comparação dos efeitos dos dois tipos de zika sobre organoides cerebrais de chimpanzés: a cepa africana, provavelmente adaptada a parasitar primatas não humanos, deu-se bem neles, enquanto a cepa brasileira não conseguiu crescer nos organoides derivados de macacos.

A morte generalizada de neurônios e a destruição de organoides cerebrais já tinha sido detectada por estudos anteriores, liderados por Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O diferencial do novo estudo foi ver o que acontecia com o organismo dos fetos de camundongos. Em resumo, o cérebro dos filhotes cresceu menos e de forma errada, com um córtex cerebral 50% mais fino do que o normal.

Para Patricia, tais resultados em camundongos apoiam a ideia de que os efeitos do vírus não se resumem à microcefalia, mas constituem a chamada síndrome congênita do zika, problema que pode ter efeitos diferentes.

“Ainda tínhamos poucos dados experimentais firmes mostrando a relação entre o vírus e esses problemas. Nosso trabalho ajuda a mudar isso”, declarou Muotri.


MAIS PEÇAS


Seguindo regras estabelecidas pela comunidade científica internacional, que tem recomendado a divulgação de dados experimentais sobre o zika o mais rápido possível, antes mesmo que eles sejam revisados formalmente, dois outros grupos de brasileiros publicaram na internet versões preliminares de estudos importantes sobre o tema nesta semana.

O grupo da UFRJ, liderado por Rehen, analisou os genes humanos que o zika parece manipular quando infecta as células, verificando que ele atrapalha a transformação de células precursoras em neurônios maduros —fator que deve estar ligado ao cérebro menor dos bebês infectados.

Outro estudo, feito por pesquisadores da USP liderados pelo virologista Paolo Zanotto, acompanhou uma mãe de 32 anos de Santos (SP) cujo bebê nasceu com microcefalia. Ocorre que a mãe também tinha sido infectada antes com doenças como dengue, herpes, citomegalovírus e toxoplasmose (as três últimas doenças estão associadas a malformações congênitas).

É possível que a ação dessas doenças, em conjunto como zika, explique parte da epidemia de microcefalia, uma vez que elas tendem a se espalharem populações mais pobres, com nutrição deficiente e imunidade mais baixa, como é o caso de áreas muito afetadas no Nordeste.




Em parte da África, 3 em 4 pessoas com Aids não recebem tratamento

12/05/2016 - Folha de S.Paulo


A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) divulgou um relatório sobre a situação do combate à Aids no continente africano.

Segundo o MSF, a concentração de recursos na África subsaariana, onde a prevalência do HIV atinge 9% da população, tem deixado países da África Central e Ocidental desassistidos.

A área que compreende a África Central e Ocidental abrange 25 países e é considerada de baixa prevalência, com 2,3% da população vivendo com o vírus da Aids.

Esse número, porém, equivale a três vezes a prevalência mundial, que é de 0,8%.

No Brasil, a prevalência do HIV está entre 0,4 e 0,7% da população, segundo levantamento do Ministério da Saúde feito em 2014.

A região da África Central e Ocidental é responsável por uma em cada cinco novas infecções por HIV no mundo, por uma em cada quatro das mortes relacionadas à Aids e por quase metade das crianças nascidas com o vírus.

A cobertura do tratamento antirretroviral nessa região não chega a 24% da população necessitada, segundo o relatório “Fora do foco: como milhões de pessoas na África Central e Ocidental estão sendo deixadas de fora da resposta global ao HIV”, divulgado no fim de abril.

“As agências concentram esforços nos países mais afetados, criando uma lacuna nos outros países”, afirma Eric Goemaere, especialista em HIV do MSF. Hoje, três em cada quatro portadores de Aids dessa região ficam sem medicamento.

“Isso equivale a cinco das 15 milhões de novas pessoas pelo mundo que deveriam iniciar o tratamento até 2020”, explica Goemaere.

Segundo o relatório, a instabilidade política e econômica da região está entre os complicadores, além da falta de apoio internacional.




Casos de microcefalia crescem 4% e chegam a 1.326 no país, diz ministério

11/05/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O número de casos confirmados de bebês com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso subiu para 1.326 no país.

Os dados são de boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (11), com informações contabilizadas até 7 de maio. Relatório anterior, com dados até 30 de abril, apontava 1.271 casos confirmados –aumento de 4% em uma semana.

Os casos confirmados estão espalhados em 484 municípios de 24 Estados mais o DF. Os únicos sem confirmações são Acre e Santa Catarina.

Apesar dos registros espalhados em diferentes pontos do país, o Nordeste, no entanto, ainda concentra a 90% dos casos confirmados, assim como 70% dos casos em investigação.

O boletim mostra ainda que, desde outubro de 2015, quando iniciaram as investigações, já foram notificados 7.438 casos de recém-nascidos com quadro suspeito de má-formação no cérebro.

Destes, cerca de metade já foram classificados após resultados de exames: 1.326 confirmados e 2.679 descartados. Os demais 3.433 permanecem em investigação.

A dificuldade de acesso aos serviços de saúde por famílias que moram no interior e o não comparecimento a exames já agendados são alguns dos fatores apontados pelas equipes técnicas como entraves para aumentar as confirmações.

Segundo o Ministério da Saúde, os casos são descartados após exames não demonstrarem alterações no cérebro dos bebês ou apontarem causas não infecciosas para o problema, como fatores hereditários.


VÍRUS ZIKA


Entre os casos confirmados, 205 tiveram resultado positivo para o vírus zika em exames. A pasta diz considerar, porém, que a maioria dos casos esteja ligado a uma infecção prévia na gestação pelo vírus, identificado no país em abril de 2015.

Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica em que reforça a orientação de uso de preservativos masculinos ou femininos em todas as relações sexuais –mas, agora, também como forma de evitar a transmissão do vírus zika.

A medida, que vale especialmente para gestantes, ocorre "após análise das evidências científicas disponíveis", que "apontam para um possível estabelecimento de vínculo causal entre o vírus zika e a transmissão sexual".

"A recomendação deve ser reforçada nas consultas individuais e nas ações em saúde sexual e saúde reprodutiva", diz a pasta no documento.

Além do uso da camisinha, a pasta orienta as gestantes a adotarem medidas que reduzam a presença do mosquito Aedes aegypti, tido como o principal meio de transmissão do vírus. Entre as medidas, estão a eliminação de recipientes com água parada, o uso de repelentes recomendados e de calças e camisas de manga comprida.




SP confirma oficialmente 8 casos de má-formação

12/05/2016 - O Estado de S.Paulo


Pela primeira vez desde a explosão de casos de microcefalia, há seis meses, o Centro de Vigilância Epidemiológica Professor Alexandre Vranjac, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, confirmou oficialmente oito casos de microcefalia sugestivos de infecção congênita. O dado consta de relatório do Ministério da Saúde divulgado ontem, em que são relatados 1.326 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso no País.

Até sexta-feira, foram notificadas 7.438 ocorrências suspeitas da má-formação no País, das quais 3.433 permanecem em investigação e 2.679 foram descartadas. As mortes suspeitas somam 262 – 56 foram confirmadas e 172 estão sob investigação.

De acordo com o ministério, foram registrados casos de microcefalia em 484 municípios de 25 unidades federativas. Apenas Santa Catarina e Acre não tiveram ocorrências da má-formação confirmadas oficialmente.

Pernambuco continua na liderança de casos suspeitos notificados (1.930) e confirmados (351).

O segundo Estado com mais ocorrências é a Bahia, com 1.074 suspeitas e 237 confirmações.

Ao todo, a Região Nordeste apresenta a pior situação no País, com 5.706 casos suspeitos e 1.190 confirmados.

No Estado de São Paulo, 163 casos estão sendo investigados para infecção congênita. Desses, 40 são possivelmente associados com a infecção pelo vírus zika, mas ainda não foram finalizadas as investigações.




Usar celular não dá câncer, diz estudo feito por 30 anos

11/05/2016 - Portal Exame


"O Homem do Saco vai te pegar", "você pode acordar em uma banheira de gelo sem rim" e "usar celular causa câncer cerebral" estão todas no hall de frases em que você não acredita piamente, mas que, bem no fundo, dão um medinho.

Agora pelo menos da última delas você pode desencanar. Um grupo de pesquisadores australianos está cravando: o smartphone não vai danificar sua cabeça.

E a afirmação não é feita ao acaso. Foram 30 anos de pesquisa para poder chegar um resultado que eles consideram seguro.

O grupo de cientistas da Universidade de Sidney cruzou dados sobre a incidência de câncer cerebral registrada pelo governo local entre os anos de 1982 e 2013, com o número de usuários de telefones celulares desde 1987 (quando os telefones móveis chegaram à Austrália).

Foram quase 20 mil homens e mais de 14 mil mulheres analisadas, todos apontando que, não, a saúde deles não sofreu interferência da telefonia.

De acordo com o estudo, o registro de casos de câncer cerebral até chegou a aumentar nesse período - os homens tiveram 0,05% a mais de diagnósticos em 2013 do que no começo da pesquisa, as mulheres, por outro lado, se mantiveram estáveis.

Mas, ao comparar com dados ainda mais antigos, da década de 1970, os envolvidos perceberam que esse aumento começou a ocorrer justamente em 1982 - cinco anos antes do primeiro celular chegar à Austrália.

De acordo com os pesquisadores, o aumento, na verdade, se deu à um melhor diagnóstico da doença.

Foi justamente no começo dos anos 1980 que equipamentos tomográficos de melhor qualidade começaram a desembarcar na Oceania.

O estudo ainda calculou quantos casos da doença a população australiana teria se os aparelhos interferissem em algo.

Mesmo as previsões mais conservadoras acabaram frustradas (principalmente quando se pensa que o mesmo estudo apontou que 94% possuíam um celular).

"O número de casos esperados em 2012 era de 1.866, enquanto o montante registrado foi de 1.435 pacientes", afirmou Simon Chapman, professor de Saúde Pública da universidade e responsável pelo estudo.

Se você ainda não se convenceu, e acha que os casos ainda vão aparecer nos próximos anos, Simon insiste.

Os diagnósticos de câncer não aparecem em picos. "Nós vemos aumentos graduais em direção a um ponto máximo - que fica localizado, no máximo em 30 ou 40 anos (como é o caso do câncer de pulmão e de cigarro)". Pode jogar Candy Crush sem dor de cabeça.

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