CLIPPING - 06/05/2016
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
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Remédio antimalária dá resultado contra zika
06/05/2016 - O Estado de S.Paulo
RIO - Um medicamento já usado contra a malária pode ser eficaz para blindar o cérebro de fetos contra a infecção pelo vírus da zika. Estudos em laboratório mostraram que a cloroquina protegeu neurosferas, estruturas celulares que reproduzem o cérebro em formação, em até 95%. O trabalho de pesquisadores dos Institutos de Biologia e de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa está disponível na bioRxiv – rede pública de compartilhamento de estudos científicos inéditos, mas ainda não revisados por profissionais independentes.
As estruturas foram expostas ao zika e depois tratadas, por cinco dias, com cloroquina em diferentes concentrações. Os testes mostraram que a droga inibiu a infecção e reduziu o número de neurônios infectados, protegendo-os contra a morte pelo vírus. A cloroquina baixou a quantidade de células infectadas entre 65% e 95%, em comparação com as não tratadas.
“Nossos resultados sugerem que a ação da cloroquina contra o zika deve ser imediatamente avaliada in vivo e, se tudo der certo, vai atenuar os danos cerebrais devastadores da síndrome congênita do zika e as lesões neurológicas em adultos”, diz o artigo, assinado por Rodrigo Delvechio, Stevens Rehen e Amílcar Tanuri, entre outros pesquisadores.
“A grande vantagem nessa corrida contra o vírus é que a cloroquina já é uma droga amplamente usada e não é contraindicada para grávidas. A ideia é que a pessoa comece a tomar antes de engravidar como forma de proteger o feto desde o primeiro dia”, afirmou o diretor do Instituto de Biologia da UFRJ, Rodrigo Brindeiro.
Ele ressaltou que é preciso fazer testes clínicos com animais e humanos. Em uma próxima fase, a cloroquina será testada em minicérebros, estruturas celulares mais complexas que as neurosferas, que simulam cérebros de fetos de três meses.
REATIVAÇÃO
Os pesquisadores do Instituto de Biologia da UFRJ também estudam casos em que o vírus é reativado no paciente, após alguns meses. “Estamos detectando no nosso laboratório casos de reinfecção. Quero alertar para isso porque tem a ver com o agravamento do quadro clínico associado ao zika do ponto de vista neurológico”, disse Brindeiro.
No segundo aparecimento dos sintomas, os doentes têm dor articular mais forte, que faz com que o diagnóstico se confunda com chikungunya. O exame mostrou que era zika. Os pacientes tiveram meningite e mieloencefalite. “É difícil acreditar em reinfecção porque o vírus é, ao contrário do da dengue, extremamente monótono, e os anticorpos já deveriam estar protegendo a pessoa contra uma nova infecção. A gente acredita que é uma reativação do vírus”, afirmou Brindeiro.
MORTES
Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, tem estudado mortes de adultos causadas por zika. Ele investigou três casos de pessoas que desenvolveram encefalites. Os pacientes tinham diabete, lúpus e púrpura trombocitopênica (doença autoimune que destrói plaquetas). “Observamos que algumas pessoas nessas condições, por algum problema ainda não identificado, talvez genético, são mais suscetíveis a morrer”, disse.
A pesquisa, submetida à revista científica Nature Medicine, mostra que o zika atinge sobretudo os neurônios, mas foi encontrado no coração, pulmão, rins e fígado.
Remédios mais caros puxam inflação da baixa renda em abril
05/05/2016 - Valor Econômico / Site
O reajuste de 12,5% nos medicamentos foi parcialmente repassado para os preços nas farmácias e contribuiu para elevar a inflação da cesta de produtos e serviços das famílias que recebem até 2,5 salários por mês, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com isso, o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,69% em abril, alta bem acima da registrada em março, de 0,44%. Em abril de 2015, o indicador havia avançado 0,74%. Com o resultado, o IPC-C1 acumula alta de 3,82% no ano e de 9,94% nos últimos 12 meses.
A inflação das famílias de renda mais baixa ficou acima da inflação geral, medida pelo IPC-BR, que registrou variação de 0,49% em abril. No acumulado em 12 meses, o IPC-C1 também superou o IPC-BR, que subiu 9,24%.
O grupo saúde e cuidados pessoais puxou a inflação de abril, ao sair de 0,36% para 3,49%, por causa dos medicamentos, cuja alta passou de 0,13% em março para 7,02% no mês passado.
Mais três classes de despesa também registraram altas mais acentuadas: transportes (0,19% para 1,12%), vestuário (0,37% para 0,82%) e educação, leitura e recreação (0,42% para 0,52%), influenciadas por tarifa de ônibus urbano (0,06% para 1,31%), roupas (0,50% para 0,92%) e passagem aérea (-6% para 1,04%), respectivamente.
Em contrapartida, os grupos alimentação (1,21% para 0,62%), despesas diversas (0,97% para 0,29%), comunicação (0,69% para 0,04%) e habitação (-0,43% para -0,46%) registraram variações menores, por conta, respectivamente, de carnes bovinas (0,91% para -0,25%), cigarros (1,27% para 0,14%), tarifa de telefone residencial (0,34% para -0,38%) e aluguel residencial (0,67% para 0,36%).
O IPC-C1 é apurado em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre e Brasília.
Drogas devem vir antes de vacina anti zika
06/05/2016 - Folha de S.Paulo
Como a vacina contra o vírus da zika deve surgir apenas no longo prazo, cientistas e farmacêuticas vão apostar primeiro no desenvolvimento de drogas para tentar proteger as pessoas afetadas pela epidemia viral.
Em três anos, é possível que existam no mercado drogas que protejam o sistema neuronal contra o zika. Já uma vacina segura e eficaz deve demorar três vezes mais.
Os fármacos poderão impedir o desenvolvimento da microcefalia, associada a infecção por zika, e todos os efeitos negativos que surgem com a má formação fetal.
“Já vimos que é possível desenvolver um tratamento com medicamentos para proteger quem tiver contato com o zika”, afirma Mauro Teixeira, farmacologista da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Para o cientista brasileiro, que participou nesta semana do encontro anual da Rede Mundial de Virologia, em Atlanta, no sul dos Estados Unidos,o atalho para uma droga eficaz passa pelo uso de moléculas já testadas.
Com o medo dos americanos de que o zika chegue ao país, algo que deve ocorrer nos próximos meses, segundo estimativas do pesquisador Scott Weaver, da Universidade do Texas, os cientistas brasileiros foram o centro das atenções do evento.
A associação entre antivirais e neuro proteção é um caminho promissor, diz Teixeira.
No laboratório, o pesquisador comprovou que uma molécula usada em um remédio para o mal de Alzheimer pode proteger o sistema neuronal contra o vírus da zika.
Fora dos laboratórios públicos, os grupos de inovação tecnológica do setor privado têm uma leitura semelhante de como está sendo travada a guerra contra o zika.
“O medicamento chegará ao mercado antes da vacina” sentencia Carlos Sanchez, presidente do Conselho de Administração do Grupo NC, que engloba a farmacêutica brasileira EMS.
A empresa vai investir no desenvolvimento de uma molécula que será montada a partir de outras duas (uma antiviral e outra neuronal).
O plano é colocar no mercado um remédio contra o vírus que tenha poucos efeitos colaterais tanto para os fetos quanto para as mães.
Em adultos, um dos efeitos colaterais mais temidos de um possível medicamento contra o zika é que ele cause a síndrome de Guillain-Barré, doença causada por infecção viral ou bacteriana que ataca os nervos periféricos fora do cérebro e espinha dorsal, causando paralisia.
VACINA A LONGO PRAZO
Com exceção de Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan, que acredita que em até três anos será preciso resolver o problema da imunização contra o vírus, os cientistas americanos e brasileiros presentes no evento miram o longo prazo quando o assunto é a uma possível vacina.
Hoje, existem pelo menos cinco grupos correndo atrás da vacina. Três deles com participação de organizações brasileiras: Fiocruz, Butantan e Evandro Chagas.
Esse terceiro grupo vai começar os testes em animais na virada do ano em conjunto com a Universidade do Texas, segundo Pedro Vasconcelos, diretor do instituto localizado em Belém (PA).
Nenhuma vacina deve ficar pronta em menos de oito anos, indicam as estimativas dos cientistas. Os primeiros testes humanos de uma possível imunização devem ter início no ano que vem.
Num primeiro estágio, o mais provável é que exista uma vacina para ser aplicada em um grupo restrito de pessoas, como o de futuras grávidas, que precisem de uma proteção prévia.
“Fazer uma vacina é fácil.
O difícil é fazer uma que seja realmente segura”, afirma José Esparza, presidente da Rede Mundial de Virologia.
Para Jorge Kalil, o maior problema nacional hoje é a falta de recursos e o excesso de burocracia. “Nós temos cientistas de primeira linha.
Esse não é o problema”.
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Verba para combate à dengue caiu 20% de 2014 para 2015
06/05/2016 - O Globo
Na contramão do avanço de duas novas doenças ligadas ao Aedes aegypti — além da dengue, aumentou a incidência de chicungunha e zika —, a cidade do Rio perdeu, em 2015, recursos destinados a combater o mosquito. Ao todo, o município gastou menos R$ 16,44 milhões em rubricas que preveem ações contra doenças e seus vetores. Os valores, tanto da Secretaria municipal de Saúde quanto de coordenadorias gerais de atenção primária da cidade, sofreram uma queda de 20%, passando de R$ 83,25 milhões em 2014 para R$ 66,81 milhões no ano passado.
De acordo com um levantamento da Diretoria de Análises de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas ( FGV) do Rio, há dois pacotes orçamentários municipais ligados ao combate ao mosquito. A análise revela uma queda gradativa dos valores aplicados nos programas. A ação de vigilância em saúde, prevenção e controle de doenças teve uma queda de 58,9% no total de recursos liquidados, que passaram de R$ 60,88 milhões, em 2012, para R$ 24,97 milhões, em 2015. Em 2014, foram R$ 27,74 milhões. Este ano, até agora, foram empenhados ( previsão de gastos) pouco mais de R$ 18 milhões, mas o valor ainda pode ser alterado.
Há ainda recursos chamados “descentralizados” contra a dengue, que são distribuídos pela prefeitura entre cinco regiões atendidas por coordenadorias gerais de atenção primária da cidade. O dinheiro faz parte da rubrica “Ação de integração da vigilância, atenção primária e promoção em saúde” e também sofreu queda: passou de R$ 55,51 milhões liquidados, em 2014, para R$ 41,84 milhões, no ano passado. ESTE ANO, 12.500 CASOS Em 2015, a cidade teve 17.460 casos de dengue, 14.910 a mais que os 2.550 registrados em 2014. E 2016 promete superar os dois anos: até agora, já foram contabilizados 12.500 casos.
Uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, Janaína de Mendonça Fernandes explica que a queda no volume de recursos destinados ao combate à dengue e outras doenças ocorre num momento de tendência de alta no número de casos:
— Há uma queda tanto da verba centralizada ( que fica na concentrada na Secretaria de Saúde) quanto da descentralizada ( distribuída para as coordenadorias de atenção primária). É uma tendência desde 2012. Este ano, a gente tem uma tendência de alta no número de casos. Tivemos grandes epidemias em 2012 e 2013. E, ao comparar 2016 com 2015, podemos dizer que há uma curva ascendente. Tudo indica que vai ser o pior ano do triênio em casos de dengue. Mas, nos próximos meses, a curva de novos casos deve cair — ressalta.
Segundo o infectologista Túlio Batista Franco, docente do Instituto de Saúde Coletiva da UFF, a queda no volume de recursos se insere num contexto de crise financeira. Para ele, a verba disponível não reflete a preocupação crescente com as doenças associadas ao Aedes. O mosquito, que até o início da década só transmitia dengue, agora está associado ao zika e à chicungunha.
— Infelizmente, é algo que tem acompanhado a crise econômica. Um movimento que não deveria acontecer. Em período de crise econômica, a população fica mais vulnerável a esse tipo de doença. Antes, o Aedes só transmitia a dengue. Há uns três anos, apareceu a chicungunha, com foco muito forte na Bahia e, a partir de 2015, o zika, com o agravante de provocar microcefalia — destaca.
PREFEITURA NEGA REDUÇÃO
Por nota, a prefeitura do Rio alega que não houve alteração do orçamento de 2014 para 2015 para o combate ao mosquito Aedes Aegypti. “A diferença de valores apresentada se refere à descentralização do orçamento para as coordenações de áreas e unidades de saúde, permitindo maior autonomia das áreas na utilização dos recursos”, diz o município. No entanto, mesmo somados, os valores destinados às duas rubricas caíram entre 2014 e 2015.
Segundo a prefeitura, nesse período, “aumentou o número de visitas de inspeção a imóveis para busca e eliminação de focos do vetor”, passando de 7,6 milhões em 2014 para mais de dez milhões em 2015. O município afirma ainda que os dois anos foram atípicos, porque houve poucos casos de dengue: “Em 2016, a ocorrência da doença volta à normalidade epidemiológica, com o pico de casos nos meses de verão”.
A pesquisa da FGV detectou também que bairros que vão sediar competições olímpicas tiveram alta no número de casos de dengue este ano. A Barra da Tijuca, onde fica o Parque Olímpico, teve, em quatro meses, quase o mesmo número de registros que o ano passado inteiro: foram 188 em 2016, contra 204 ao longo de 2015. O vizinho Recreio dos Bandeirantes, com 311 casos este ano, superou os 167 de 2015. NA BARRA, PREOCUPAÇÃO Os dados deixam moradores preocupados. Para Cleo Pagliosa, presidente da Associação de Moradores do Condomínio Parque das Rosas ( AMARosas), na Barra, há uma relação entre a presença de canteiros de obras e o aumento do número de casos de dengue no bairro.
— O que a gente faz aqui é campanha para que cada um comece a cuidar principalmente da sua casa — diz ele.
Para Túlio Franco, ainda que as doenças transmitidas pelo mosquito sejam sazonais, a informação sobre os casos em locais de competição devem servir de alerta para as autoridades:
— É uma preocupação. Temos que entender que fatores levam a uma crescente incidência nesse bairros. São áreas que tiveram um grande impacto de obras. A obra inacabada, por si só, tende a ter muitos lugares de retenção de água, que podem virar um criadouro de Aedes. Se as autoridades estiverem atentas a isso e fizerem uma varredura no local, no sentido de eliminar possibilidades de criadouros, ainda há tempo ( até os Jogos). Mas, com certeza, esse índice acende um alerta vermelho.
Na crise do zika, ao menos nossa ciência vai bem
05/05/2016 - Exame
O cientista italiano rino rappuoli, especializado em biologia holecular, trabalha há mais de 40 anos na criação de vacinas para doenças como meningite, difteria e gripe. Considerado uma das cinco pessoas mais influentes em sua área, Rappuoli é cientista-chefe do laboratório farmacêutico britânico GSK, um dos seis maiores do mundo. Em entrevista a EXAME, Rappuoli afirma que a ciência brasileira ganhou novo status internacional com as pesquisas que aumentaram o conhecimento sobre o vírus zika, que causa microcefalia. "A recente visibilidade gerou interesse de pesquisadores pelo Brasil e estimulou a colaboração com institutos estrangeiros", diz Rappuoli.
1) Como o senhor avalia a resposta do Brasil à epidemia do vírus zika?
As autoridades brasileiras da área de saúde fizeram bem em reconhecer a doença logo no inicio. Os cientistas brasileiros, em especial, têm feito um trabalho fantástico. Eles estão identificando, com precisão, as principais características do vírus e seus efeitos. Tudo isso com rapidez. Isso aumentou a visibilidade da ciência brasileira.
2) Já é possível notar uma mudança prática?
A recente visibilidade gerou interesse de pesquisadores pelo Brasil e estimulou a colaboração com institutos estrangeiros. Esse é o começo de um processo que pode elevar a ciência brasileira a outro nível.
3) Diversos grupos estão buscando uma vacina para o vírus zika. A vacina é a melhor solução?
Em situações de emergência como essa, não. Leva-se de dez a 15 anos para criar uma vacina. É possível reduzir o tempo com mais investimentos, mas nunca levará menos de cinco anos para desenvolver e licenciar uma nova vacina. Vírus do mesmo gênero que o zika se espalham rapidamente, e a maior parte das pessoas se torna imune. E possível que, em cinco anos. a vacina contra o zika não seja mais necessária. Você corre, corre, corre e ainda chega atrasado.
4) É possível evitar que novas doenças peguem todos de surpresa?
Esse é o grande dilema. Deixamos de priorizar a prevenção e a pesquisa sobre vacinas. Quando há uma emergência, todos querem uma solução em 15 dias. Mas, no caso das vacinas, esse trabalho tem de começar dez anos antes.
5) Por que a prevenção fica em segundo piano?
É uma questão financeira. O desenvolvimento de uma vacina custa bilhões de dólares para uma empresa farmacêutica. Portanto, faz mais sentido investir na pesquisa de remédios para o tratamento de doenças como o câncer.
6) Há solução?
Uma solução é criar uma aliança global entre diferentes países para elaborar um plano de prevenção. Essa aliança poderia identificar as doenças que podem emergir no futuro e garantir que sejam feitos investimentos em pesquisa. Assim estaremos mais preparados.
7) Não é um exagero dizer que o surto de zika poderia ter sido previsto há dez anos?
Se há dez anos tivéssemos feito uma lista de ameaças potenciais, o zika provavelmente estaria nela. 0 surto de ebola e, agora, o de zika mostram que há razões suficientes para que essas medidas sejam tomadas. Não é sustentável sempre agir de forma reativa. Alguma coisa vai ter de mudar.
Verba para Farmácia Popular e Samu acaba em agosto
06/05/2016 - O Estado de S.Paulo
O ministro da Saúde em exercício, Agenor Álvares da Silva, afirmou que recursos para Farmácia Popular e para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são suficientes somente até agosto. Depois disso, uma solução terá de ser encontrada para financiar os dois programas.
“Será preciso encontrar uma forma de pagamento”, disse, ao sair de reunião no Conselho Nacional de Saúde. Álvares da Silva confirmou ainda que recursos não serão suficientes para honrar compromissos de procedimentos de média e alta complexidade, como cirurgias e internações, a partir de dezembro.
A dificuldade no pagamento de contas é fruto de uma redução na previsão do orçamento para o Ministério da Saúde em 2016, no valor de R$ 5,5 bilhões.
Fontes ouvidas pelo Estado afirmam que o aperto nas contas começou a ser sentido há alguns meses. Propostas de novas atividades e solicitação de recursos vêm recebendo resposta negativa em razão do aperto.
“Diante da redução das verbas, procuramos no primeiro momento controlar os gastos discricionários.
Depois de algum tempo, no entanto, eles chegarão também a procedimentos como repasses para procedimentos como cirurgias”, disse o ministro em exercício.
A falta de verbas afetaria, de acordo com Álvares da Silva, o Aqui Tem Farmácia Popular, um dos desdobramentos do programa inicial, em que estabelecimentos comerciais vendem medicamentos para rinite, colesterol, mal de Parkinson, glaucoma, osteoporose, anticoncepcionais e fraldas geriátricas. O preço não é cobrado da população, mas é reembolsado pelo Ministério da Saúde aos estabelecimentos.
“A partir de setembro, vamos ver como esse repasse terá de ser feito para as farmácias credenciadas.” Uma das preocupações é a falta de recursos também para procedimentos de média e alta complexidade. O problema já aconteceu há dois anos, causando uma onda de protestos entre prestadores de serviços. Em setembro de 2015, o então ministro da Saúde, Arthur Chioro, poucos dias antes de deixar a pasta, já havia alertado, em entrevista ao Estado, sobre a dificuldade para quitar as contas em 2016.
Ao longo deste ano, a pasta afirmou que problemas seriam resolvidos a tempo. Álvares da Silva disse ter esperança de que uma solução será encontrada.
DESPEDIDA
Ontem, o ministro fez um discurso em tom de despedida no Conselho Nacional de Saúde. Ao ouvir reivindicações de representantes do Conselho Federal de Psicologia, rebateu: “Estou de saída. Agora é com novo ministério”.
A poucos dias de deixar o cargo, o ministro afirma que a pasta está trabalhando para deixar pelo menos duas áreas resolvidas.
“Todas as providências da Olimpíada estão tomadas. Compra de soros, equipes, ambulâncias”, disse. Outro ponto que, de acordo com ele, já foi acertado é o de combate a arboviroses.
“Fizemos o que tinha de ser feito.”
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Gripe H1N1
06/05/2016 - Valor Econômico
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou provimento a agravos dos bancos Bradesco e Mercantil contra decisão que determinou que as agências bancárias de Ponta Grossa (PR) adotem medidas sanitárias contra a gripe Influenza A-H1N1. As instituições financeiras alegavam que a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2009, diante da pandemia que atingiu o país, perdeu o objeto com a inexistência do surto nos anos de 2010 e 2011. A 2ª Turma, porém, manteve o entendimento de que não há informações no sentido da erradicação do vírus da gripe A-H1N1, permanecendo o risco à saúde dos trabalhadores. No caso, o sindicato dos bancários do município acionou o MPT alegando que o ambiente de trabalho da categoria era propício ao contágio devido ao contato diário com o público em geral e ao manuseio de cédulas potencialmente contaminadas. Em audiência com representantes de 30 agências da região, foi proposta aos bancos a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a adoção de medidas preventivas contra a disseminação da Influenza A. Diante da negativa do Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC e Banco Mercantil do Brasil, o MPT ajuizou a ação civil pública.
Governo gasta R$ 3,89 ao dia na saúde de cada brasileiro
05/05/2016 - Revista Hospitais Brasil
Os governos federal, estaduais e municipais aplicaram por dia, em 2014, R$ 3,89 per capita para cobrir as despesas públicas com saúde dos mais de 204 milhões de brasileiros. Ao todo, o gasto por pessoa em saúde naquele ano foi de R$ 1.419,84. É o que aponta o mais recente estudo do CFM - Conselho Federal de Medicina, feito em parceria com a ONG Contas Abertas, a partir de informações sobre as despesas apresentadas pelos gestores à Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, por meio de relatórios resumidos de execução orçamentária.
A atuação do Brasil, segundo os dados mais recentes da OMS-Organização Mundial da Saúde, está abaixo da média das Américas, cujo investimento per capita do setor público em saúde, em 2013, foi de US$ 1.816, enquanto no Brasil foi cerca de 70% menor.
Em ritmo regressivo, as aplicações em saúde por parte da esfera pública, já corrigidas pelo IPCA - índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, caíram 0,93% entre 2013 e 2014, atingindo a cifra de R$ 290,3 bilhões - cerca de 3 bilhões a menos que no ano anterior. Esse montante agrega todas as despesas na chamada "função saúde", destinada à cobertura das ações de aperfeiçoamento do SUS e outras com impacto direto na área. Boa parte desse dinheiro é usada também para o pagamento de funcionários, dentre outras despesas de custeio da máquina pública.
O decréscimo de R$ 10,3 bilhões nas despesas municipais {déficit de 8,83% em relação ao ano anterior) impulsionou negativamente o desempenho nacional, comprometendo o tímido aumento de dispêndios por parte dos Estados e da União - da ordem de 3,82% e de 4,84%, respectivamente. Para o economista e secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, há nexo claro entre algumas decisões do governo federal e inúmeras implicações nos estados e municípios.
"Em 2013 e 2014, com a preocupação predominante da reeleição, o governo aprofundou o uso da política fiscal para tentar reativar a economia a qualquer custo. Isenções e benefícios fiscais foram concedidos sem os resultados esperados, que, juntamente com a retração econômica, fizeram murchar as arrecadações", explica.
Ele acredita que os estados e os municípios têm parcelas de culpa na retração de seus investimentos em decorrência, sobretudo, da falta de planejamento. "Diversos deles, nas épocas de 'vacas gordas', concederam reajustes generosos de salários e aumentaram o número de servidores, despesas que não podem ser reduzidas com facilidade. Quando as dificuldades surgiram, os cortes em investimentos foram utilizados para minimizar o déficit", afirma.
O presidente do CFM, Carlos Vital, avalia que a carência financeira pode ainda ampliar os problemas enfrentados pela rede de hospitais federais, conveniados, filantrópicos e santas casas, que no ano passado sofreram com sucessivos atrasos e falta de pagamentos. "Por conta do subfinanciamento histórico e da má gestão, todo o sistema está comprometido. As autoridades precisam reconhecer a saúde pública como prioridade. Os problemas do setor começam com a definição destas prioridades e se estendem para a transposição de metas e para o orçamento e sua execução. Trata-se de um perverso ciclo, reforçado pela carência de recursos e pela descontinuidade das ações administrativas nos estados e municípios, além da leniência e da corrupção".
CENÁRIO MUNDIAL
Dados do Global Health Observatory Data Repository, mantido pela OMS, revelam que do grupo de países com modelos públicos de atendimento de acesso universal, o Brasil era, em 2013, o que tinha a menor participação do Estado (União, estados e municípios) no financiamento da saúde. Esta é a análise mais recente com relação ao tema.
Considerando a fatia pública do total das despesas em saúde, no Brasil, esse percentual é de 48,2%. A proporção é baixa se comparada a países como Reino Unido (83,5%), França (77,5%), Alemanha (76,8%), Espanha (70,4%), Canadá (69,8%), Argentina (67,7%) e Austrália (66,6%).
Em se tratando de despesas em saúde per capita, em dólares, o Brasil gasta US$ 1.085, incluindo os gastos feitos pelos setores público e privado. Seu desempenho só não está pior do que a Argentina (US$ 1.074), mas é deficitário. Estamos deficitários em relação a todos os demais países mencionados: Canadá (US$ 5.718), Alemanha (US$ 5.006), França (US$ 4.864), Reino Unido (US$ 3.598), Espanha (US$ 2.581).
CONTRASTES
Além do gasto global com saúde das três esferas de gestão, o CFM e o Contas Abertas também apuraram o valor aplicado individualmente pelos estados e capitais com recursos derivados de impostos estaduais ou municipais, transferências fundo a fundo excluídas apenas as aplicações diretas, ou seja, despesas da União ou do Estado em municípios, sem intermediação. Sob esse viés, a média de gasto per capita ao dia com saúde ficou em R$ 1,38 entre as 27 unidades da federação. Já nas capitais, foi de R$ 1,87 ao dia.
Os dados permitem comparar o desempenho entre vários estados e cidades e verificar situações de extrema diferença de gasto per capita entre eles. Os piores colocados aplicam menos de um quinto do que daqueles que estão no topo do ranking. Por exemplo, entre as capitais, a pior colocada - Salvador (BA), com R$ 0,59 - aplica menos de 20% per capita do que a melhor colocada, Campo Grande (MS), com R$ 3,15.
Entre os estados, 18 ficaram abaixo da média, com menos de R$ 1,38. IMas piores posições, aparecem Pará (R$ 0,74 por habitante ao dia), Maranhão (R$ 0,77) e Mato Grosso do Sul (R$ 0,80). No extremo oposto, com os melhores desempenhos, estão Distrito Federal (R$ 3,27), Acre (RS 2,92) e Tocantins (R$ 2,50).
MODELO ASSISTENCIAL
A análise dos dados deve ponderar não só quanto se gasta, mas também como se gasta, o chamado gasto em saúde associado ao modelo assistencial. A opinião é de Eli lola Gurgel Andrade, vice-presidente da Abrasco - Associação Brasileira de Saúde Coletiva e professora do Departamento de Medicina Preventiva da UFMG - Universidade Federai de Minas Gerais.
Eli explica que o modelo assistencial que o Brasil luta para estruturar é aquele com a atenção básica organizada com base nas ESF - Equipes de Saúde da Família, tendo em vista a experiência de outros sistemas no mundo, sobretudo o inglês, que é o mais antigo e que serviu de matriz para a organização dos outros da Europa. "Esta base é inclusive uma forma de se racionalizar gastos, pois assim que se entra pela porta de um hospital, já está em uma unidade de alta complexidade e, portanto, de alto custo", diz.
A especialista explica ainda que, segundo a literatura, 85% das condições de saúde são passíveis de resolução na atenção básica. Para isso, no entanto, ela precisa ser de qualidade. "A saúde no Distrito Federal, por exemplo, é nacionalmente reconhecida como uma das mais precárias. O que acontece é que tem uma rede pública precária e compra serviços do setor privado. Esses menos de 30% de cobertura de ACS - Agentes Comunitários de Saúde e ESF significa que a população tem de procurar outros recursos, provavelmente a porta de entrada de um hospital, conveniado ou contratado - o que é caro".
IDH
No estudo, as despesas em saúde também foram cruzadas com dados oficiais, como oferta de leitos para cada grupo de 800 habitantes e cobertura populacional de ACS e ESF e indicadores epidemiológicos (taxas de incidência de tuberculose e dengue).
Também foi apurado o IDH - índice de Desenvolvimento Humano, que mede a partir de dimensões como o acesso à saúde de qualidade. Os números apontam para uma forte tendência de que os que destinam menos recursos per capita para a saúde apresentem, sobretudo, baixo desempenho no IDH.
É o caso, por exemplo, do Pará - um dos piores colocados no quesito de aplicação per capita (R$ 0,74 ao dia), seguido do Maranhão (R$ 0,77). Ambos também estão entre as piores posições em relação ao IDH (259 e 269 lugar entre os estados brasileiros, respectivamente). Muitas vezes, o desembolso financeiro se reflete em vários outros índices, como o número de leitos e de incidência de doenças. Nos casos citados, ambos também estão abaixo da média nacional - de 1,73 leitos por 800 mil habitantes. Eles são os 189 e 209 piores colocados entre os 27 estados.
Na avaliação do coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS do CFM e conselheiro federal pelo estado do Paraná, Donizetti Giamberardino, há uma desigualdade muito grande entre os indicadores de saúde e também no gasto no setor, seja nos estados ou nas capitais. "Temos um sistema público que deveria observar princípios fundamentais como universalidade, equidade e integralidade, mas que está sujeito a tantos fatores - e o investimento talvez seja um dos mais importantes deles -que acaba sendo desigual e até injusto em alguns lugares", criticou.
Giamberardino faz referência ao indicador de leitos hospitalares, por exemplo, que revela uma oferta proporcionalmente menor nas regiões Norte e Nordeste. "Esse fenômeno da queda do número de leitos já foi constatado pelo CFM em levantamentos anteriores e, havendo redução de recursos no setor e aumento da população, a tendência é que a essas proporções caiam ainda mais", disse.
SP registra primeira morte por febre amarela silvestre desde 2009
05/05/2016 - Valor Econômico / Site
São Paulo registrou a primeira morte por febre amarela silvestre desde 2009. A vítima é um homem de 38 anos, operário da construção civil, que morava em Bady Bassit, região de São José do Rio Preto.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a doença foi contraída em área de mata - possivelmente na própria região - e as medidas sanitárias pertinentes estão sendo adotadas. O óbito foi comunicado ao Ministério da Saúde na última semana, ainda conforme a pasta estadual.
O homem - cujo nome não foi revelado - morreu no último dia 8 de abril, no Hospital de Base de São José do Rio Preto. Ele, que trabalhava na construção de uma creche do município, estava internado desde o dia 26 de março, cinco dias após ter começado a passar mal em Bady Bassitt, a 450 km de São Paulo, onde morava havia seis meses.
Lilian do Nascimento, coordenadora de endemias e educadora em saúde da cidade, disse que o operário começou a passar mal no dia 21 de março e foi atendido numa unidade de saúde com quadro semelhante ao da dengue - febre e dores no corpo.
"Como o quadro se agravou, resolvemos fazer o protocolo, que consiste em controle de criadouros e nebulização. Normalmente só fazemos isso após a confirmação da dengue, mas como o quadro tendia a ser dengue com agravo, fizemos a nebulização também", disse.
Os sintomas comuns, além de febre, são dor de cabeça aguda, dores no corpo, vômito e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode ter febre alta e icterícia (cor amarelada na pele e branco dos olhos) e ver o quadro evoluir para choque e insuficiência de múltiplos órgãos.
Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da secretaria, a morte em Bady Bassitt foi a primeira registrada no Estado nos últimos sete anos.
Em 2009, foram confirmados 28 casos, com 11 mortes. Antes daquele ano, somente em 2008 e 2000 foram registradas mortes segundo a série histórica do CVE, iniciada em 2000. Em 2008, foram dois casos, com duas mortes. Situação idêntica ocorreu em 2000.
A suspeita é que a vítima tenha frequentado regiões de mata para pescar, onde há muita vegetação e macacos, que são os hospedeiros da doença. Na cidade, o vírus é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya, enquanto na mata o vetor comum é o mosquito Haemagogus.
"Certamente ele não era vacinado. Não se pensava em febre amarela, por não existir casos na região, até o resultado positivo chegar na última semana", disse.
Ainda conforme ela, a investigação sobre o provável local de infecção está sendo feita pelo Estado e, após a descoberta, serão definidas as medidas a serem adotadas.
VACINA
Com a confirmação do caso, o município fará uma ampliação da vacinação contra a febre amarela. O objetivo é vacinar quem nunca foi imunizado ou quem só tomou uma dose na vida.
"Queremos ter certeza que temos uma população imune, até por não termos conhecimento de onde foi o local de contágio dele", disse a coordenadora. As ações serão definidas a partir de segunda-feira (9).
Registros de caxumba explodem em São Paulo
06/05/2016 - Folha de S.Paulo
O número de casos de caxumba em São Paulo explodiu nos primeiros quatro meses deste ano. De janeiro a abril, a Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Fernando Haddad (PT),registrou 274 casos. No mesmo período de 2015, foram 41 casos, um aumento de 568%.E no ano passado inteiro, foram 275.
Das ocorrências deste ano, há 39 surtos (quando há mais de dois casos relacionados no mesmo local), 15 em instituições escolares.
A Secretaria de Estado da Saúde informa que, em 2015, houve 611 casos relativos a surtos e dois óbitos no Estado.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde ressalta que apenas os surtos, e não casos individuais, são notificados.
E afirma que não há causas bem estabelecidas para explicar o aumento, também observado em outros países.
A pasta diz que, além de vacinar quem não foi imunizado ainda, as unidades de saúde orientam as instituições envolvidas nos surtos.
A doença não é considerada grave e dificilmente causa complicações. O vírus é transmitido por vias respiratórias como na gripe, explica Paulo Olzon, professor de infectologia da Unifesp (federal de SP). “As pessoas devem se proteger de espirros e cuidar do contato manual”, indica.
Os sinais são inchaço de glândulas salivares, dor de cabeça e no corpo, febre e inflamação de testículos ou ovários. “É mito que cause infertilidade”, diz.
Diagnosticado, o paciente é afastado das atividades por uma semana. Vacinas estão disponíveis para crianças e adultos na rede pública.
Olzon afirma que é necessário estudar o perfil dos infectados para determinar causas e ações específicas.
OUTRAS CIDADES
Em Campinas, a Vigilância em Saúde identificou que os surtos dos últimos anos se deram em jovens no início da faculdade. “São pessoas que, na infância, tiveram apenas uma dose de vacina ou nenhuma”, diz a diretora Brigina Kemp.
Nos primeiros quatro meses, a cidade registrou 130 casos em 23 surtos, 99% deles em instituições de ensino.
No Rio Grande do Sul, de janeiro a 12 de abril houve 72 casos da infecção. Desses, 49 foram identificados em Porto Alegre. Em Florianópolis, a prefeitura da cidade registrou 43 casos entre março e abril.
Olimpíada pode atrair pelo menos 20 vírus ao País
06/05/2016 - O Estado de S.Paulo
O virologista Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, alertou para o risco de outros vírus entrarem no País com os turistas que virão para a Olimpíada, em agosto. Segundo ele, há pelo menos 20 vírus transmitidos pelo Aedes aegypti em circulação na África, Ásia e Oceania.
“Sabemos que os índices de infestação no Brasil ainda são muito altos. A Olimpíada é realizada no inverno, mas o inverno brasileiro é muito leve e pode não alterar muito essa situação (alta infestação). Enfrentamos o risco de outros vírus entrarem na Olimpíada”, disse.
Para ele, é preciso formar uma força-tarefa dos governos federal, estadual e municipal para combater o mosquito. “A queda nos níveis de infestação diminui os riscos de acontecer uma transmissão local por outro vírus e daí iniciar um ciclo de transmissão, com risco de epidemia”, disse.
Estudo de Vasconcelos, publicado na Science, mostrou que o zika entrou no Brasil entre maio e dezembro de 2013, durante a Copa das Confederações.
Diabete amplia risco para coração
05/05/2016 - Diário do Grande ABC Online
Doença comum e que atinge grande parte da população, a diabete envolve preocupação que vai muito além da redução de glicose no sangue. Em evento sediado ontem na Capital e promovido pela farmacêutica Boehringer Ingelheim, em conjunto com a Lilly, empresa líder global em saúde, especialistas brasileiros e estrangeiros destacaram que a maioria das mortes de pacientes diabéticos é causada por doenças cardiovasculares.
Existem dois tipos de diabete: na mellitus tipo 1, que é autoimune, ocorre a destruição das células beta, responsáveis pela produção de insulina. Já a mellitus tipo 2 (cerca de 90% dos casos) é caracterizada inicialmente pela resistência à insulina e perda parcial de células beta. Em 2015, a diabete vitimou 247 mil pessoas no Brasil. No Grande ABC, foram 38 óbitos, segundo o DataSUS, banco de dados do Ministério da Saúde. Neste ano, de janeiro a fevereiro, foram registradas três mortes na região. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, atualmente o Brasil tem cerca de 12 milhões de pessoas com a doença, ocupando o quarto lugar no mundo.
As doenças cardiovasculares são algumas das complicações que a diabete pode acarretar quando os níveis de glicose no sangue ficam descontrolados por tempo prolongado. Isso afeta as paredes arteriais, aumentando as chances de endurecimento e estreitamento dos vasos, que podem levar ao aparecimento de doença coronária, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e doença vascular periférica. O pesquisador e professor titular de Cardiologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica), José Francisco Kerr Saraiva, fez um alerta. “Os diabéticos têm o dobro de risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Esse risco é quadruplicado se a pessoa já sofreu algum problema cardíaco.”
O médico apresentou dados que mostram o desconhecimento desse público sobre o tema: “Um terço dos diabéticos não sabe que a doença cardiovascular é a principal causa de morte e 50% não discutem sobre problemas cardiovasculares com seus médicos”, falou. “Não basta controlar a glicemia, mas também os lipídios, o colesterol e a pressão arterial, além de combater a obesidade.”
“Sem diminuir isso e as hospitalizações por esses problemas, é impossível que o sistema de Saúde reduza custos”, ressaltou o endocrinologista colombiano Andrés Palacio.
MEDICAMENTO
Há um ano, o mercado disponibiliza o medicamento Jardiance (empagliflozina), produzido pela aliança entre Boehringer Ingelheim e Lilly, no qual estudo publicado em setembro do ano passado apontou benefícios que auxiliam no combate às doenças cardiovasculares. As avaliações clínicas foram realizadas em mais de 15 mil pacientes diabéticos tipo 2 em diversos países, incluindo o Brasil (com mais de 500 brasileiros), mostrando que o medicamento (de 10 mg e 25 mg, ingerido uma vez ao dia), além de reduzir o excesso de glicose no sangue, pode contribuir para a perda de peso corporal, redução de circunferência abdominal e redução de pressão arterial em pacientes diabéticos.
O remédio, contraindicado para menores de 18 anos e pessoas que não possuem o rim em pleno funcionamento, só está disponível na rede particular, custando R$ 214 a caixa com 30 comprimidos. No site da Boehringer Ingelheim é possível se cadastrar em programa de descontos, no qual o medicamento sai por R$ 155.
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