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CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 28/04/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

Venezuela tem matéria-prima para fabricar medicamentos só até o fim de abril

27/04/2016 - O Estado de S.Paulo / Site


Na Venezuela, é cada vez mais difícil conseguir tratamento em razão da escassez de medicamentos, que a oposição define como "crise humanitária" e o governo atribui a uma "guerra econômica".

Diagnosticado com a doença de Crohn - o sistema imunológico ataca o aparelho intestinal - Luis Rivas não sai de casa há dez meses porque teme supurar os abscessos em seu abdômen. Para o tratamento de Rivas faltam iodo, gaze, água oxigenada ou álcool para limpar as fístulas.

"O mais difícil é o adesivo, não há em nenhuma farmácia", contou o técnico de informática de 32 anos, presidente da Associação Venezuelana de Doença Inflamatória Intestinal.

A maioria opositora na Assembleia Nacional aprovou uma "lei especial para atender a crise humanitária de saúde", mas o presidente Nicolás Maduro a criticou por considerá-la parte de uma estratégia para desprestigiar e desestabilizar seu governo.

No meio da disputa entre os dois grupos políticos, pacientes e parentes, médicos e farmacêuticos lidam com a falta de remédios e insumos médicos e cirúrgicos, agravada pela queda do preço do petróleo, que fornece 96% das divisas com as quais o país importa estes produtos, além de alimentos e outros itens básicos.

Analgésicos, antibióticos, anticoncepcionais e hipertensivos somem das prateleiras, com um índice de desabastecimento de 80% para medicamentos essenciais, segundo uma coalizão de ONGs chamada Codevida, que convoca protestos com o slogan: "A saúde não é um favor, é um direito".

O governo anunciou recentemente ter distribuído 18,7 milhões de medicamentos e assinado um convênio de importação com Cuba, mas associações civis afirmam que é insuficiente.

A ministra de Saúde, Luisana Melo, atribui o desabastecimento a um excesso de consumo e critica as receitas dos médicos. "Não necessariamente você tem que prescrever o que a indústria médico-farmacêutica lançou esta manhã ou há dois dias", afirmou durante um evento.

Segundo o ministro da Indústria e Comércio, Miguel Pérez Abad, o governo elaborou um "mapa farmacêutico" e determinou que "para sustentar este setor" a Venezuela precisa de US$ 1,2 bilhão. "Vínhamos consumindo US$ 3,6 bilhões", disse Abad.

A Câmara da Indústria Farmacêutica alertou que os insumos para fabricar remédios se esgotarão em abril, a menos que o governo liquide os US$ 657 milhões que deve a fornecedores internacionais.

O deputado opositor José Manuel Olivares, oncologista e especialista em medicina nuclear, informou que o governo não respondeu ao pedido da Assembleia para que divulgue a lista de empresas que receberam dólar a uma taxa preferencial para importar medicamentos.


RISCO DE FRAUDE


Embora o seguro social subsidie remédios de alto custo, o presidente da Federação Farmacêutica da Venezuela, Freddy Ceballos, afirma que 75% destes medicamentos estão em falta.

Ariel, de 7 anos, espera há dois meses por uma válvula que custa 43 salários mínimos para ser operada de um tumor cerebral. "Não existe em lugar nenhum. Estou desesperada porque minha filha sente dores", contou a mãe da garota, Rosalía Hernández.

Outras três crianças que dividem o quarto com Ariel enfrentam a mesma situação. "Também não há luvas, nem cateter, nem bolsas para as drenagens", lamentou.

Das 50 ampolas que requerem diariamente como "medicamentos de suporte" depois da quimioterapia no Hospital Infantil J.M de los Ríos, em Caracas, há apenas oito, disse Augusto Pereira, chefe do serviço de Oncologia.

Com a hashtag #ServicioPúblico, circulam mensagens nas redes sociais e em televisores que detalham os medicamentos, doses e números de contatos de pacientes que apelam à solidariedade quando esgotam a peregrinação por farmácias.




Vacina para abortos recorrentes usada há 20 anos no país é proibida

28/04/2016 - Folha de S.Paulo


Uma vacina feita a partir do sangue paterno e prescrita por médicos em casos de abortos recorrentes por fatores imunológicos foi vetada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por falta de evidência da eficácia e da segurança.

O tratamento é ofertado há mais de 20 anos em clínicas de ginecologia de nove Estados e custa cerca de R$ 3 mil.

Segundo a Anvisa, a imunização só pode ser usada em projetos de pesquisa aprovados por comitês de ética. Utilizá-la como tratamento clínico, como ocorria, agora constitui “infração sanitária”, que pode render multas e até fechamento da clínica.

O diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, diz que a agência recebeu questionamentos de secretárias da saúde sobre o tratamento.

Ao ser consultado, o CFM (Conselho Federal de Medicina) não recomendou o uso da vacina por falta de embasamento científico. “Como não é considerada terapêutica, a única maneira de usá-la é em pesquisa, obedecendo os trâmites normativos.” Barbosa observa que o tratamento envolve riscos sanitários.

“Você expõe a pessoa ao mesmo risco de uma transfusão sanguínea [transmissão de doença infecciosa].” O caso criou um embate no meio médico. De um lado, profissionais que adotam a vacina amparam-se em várias pesquisas favoráveis a ela.

O ginecologista Ricardo Barini, professor da Unicamp e um dos pioneiros no uso da técnica no país, aponta que há trabalhos extensos demonstrando sua eficácia e ausência de riscos, desde que sejam tomados os cuidados necessários, como exame prévio. “Nossa observação durante mais de 20 anos é de ‘zero’ problema.” Pacientes que atribuem o sucesso da gravidez às vacinas se aliaram aos médicos defensor e se organizaram um abaixo-assinado contra a decisão da Anvisa.

“Em dez anos, tive seis abortos. Levava a gravidez, no máximo, até a 17ª semana.

Cada perda era um sofrimento sem fim. Graças às vacinas, tive minhas maiores riquezas”, diz a enfermeira baiana Elba Ferrúcio, 40,mãe de Victoria, 4, e Lucca, 2. Ela tomou as vacinas antes e durante as gestações.

A médica Christiane Moraes, 40, tem história parecida.

Sofreu três abortos antes de fazer o tratamento e engravidar de Enrico. O menino nasce no próximo mês.

“Não tenho dúvida de que a gravidez foi bem sucedida por conta das vacinas. A proibição é absurda”, diz ela.

Já o CFM e sociedades médicas defendem, também baseados em estudos, que não há evidência de que o tratamento imunológico reduza o risco de abortos recorrentes —perdas de três ou mais gestações até a 20ª semana.

O tratamento se baseia no princípio de que muitos abortos ocorrem porque o organismo da mulher interpreta a gravidez como uma doença.

Com a imunização, feita com linfócitos (glóbulos brancos)paternos, o corpo da mulher passaria a produzir anticorpos que identificassem as proteínas paternas no embrião, sem mais rejeitá-lo.

Para o médico Edson Borges, do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, não existe um mecanismo fisiopatológico envolvido nesses casos de aborto que justifique o uso da imunização.

“Nós sempre questionamos a validade e mesmo a segurança dessas vacinas. Não há evidência séria que justifique o uso”, diz Mario Cavagna Neto, presidente da SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana).




Médicos dizem que terapia é eficaz e segura

28/04/2016 - Folha de S.Paulo


Médicos que defendem o uso das vacinas em casos de abortos de repetição preparam um “contra-ataque”, com novos estudos, para tentar mudar o posicionamento contrário do CFM e, por consequência, o veto da Anvisa.

No mês passado, uma revisão de 18 estudos controlados demonstrou que, quando comparado com o placebo, o tratamento imunológico apresenta taxas de sucesso que variam de 63%a85%.

O trabalho, publicado no “Jornal da Sociedade Americana de Imunologia Reprodutiva”, envolveu 739 pacientes tratadas com a vacina paterna e 999 no grupo controle (placebo).

Para o ginecologista Manoel Sarno, professor da UFBA (Universidade Federal da Bahia), é a melhor revisão já feita sobre o assunto.

“O benefício da vacina é indiscutível. Vejo isso na minha prática clínica há 11 anos. Precisamos agora de estudos para encontrar um melhor critério de seleção das pacientes.” Outro dado novo da metanálise, segundo ele,foi a demonstração de que fazer a imunização antes e durante a gravidez pode ser mais eficaz do que realizá-la só na gestação.

O ginecologista Ricardo Barini afirma que há três anos está sendo elaborado um estudo considerado padrão ouro envolvendo várias universidades brasileiras que avaliará a eficácia e a segurança das vacinas.

“Esse tipo de estudo leva tempo para ser preparado e aprovado”, diz.

O trabalho vai envolver 400 pacientes no total. Meta de será tratada com as vacinas, a outra metade com placebo.

Na opinião de Barini, os questionamentos que apontam ineficácia e falta de segurança da terapia ocorrem por “desconhecimento real da classe médica sobre o assunto e por uma propaganda negativa que se instalou no Brasil e em outras partes do mundo sobre o tratamento”

 

 

 
 

Incubadora monitora bebê prematuro a distância

28/04/2016 - Folha de S.Paulo


Terceira maior exportadora mundial de incubadoras neonatais, a brasileira Fanem comprou no ano passado a start-up catarinense SensorWeb como objetivo de desenvolver equipamentos conectados à web capazes de permitir o monitoramento a distância de bebês prematuros.

Além de controlar sinais vitais, as incubadoras também fazem os familiares mais distantes acompanhem o desenvolvimento das crianças. “Estamos preocupados coma conectividade”, disse Djalma Rodrigues, diretor da Fanem.

Fundada há 92 anos, a empresa emprega quase 300 pessoas na fábricas de Guarulhos (Grande São Paulo) e outras 30 em Bangalore, sul da Índia. A empresa se prepara para abrir uma nova fábrica no exterior neste ano.

Em 2015, 43% do faturamento da Fanem veio do exterior.

Neste ano, pode chegar a 50%devido ao encolhimento do mercado interno.

Segundo Paulo Fraccaro, presidente da Abimo (Associação Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos), os novos aparelhos de diagnósticos sairão da fábrica ligados à internet para facilitar os trabalhos de médicos e hospitais. As novidades do setor serão apresentadas na feira Hospitalar, que ocorre em maio em São Paulo.

A indústria de equipamentos faturou R$ 24 bilhões em 2015, 4% mais do que em 2014,já excluindo a inflação.

As exportações somaram US$ 800 milhões (cerca de 12%da produção).




Hypermarcas lucra 11 vezes mais no 1º tri com a venda de ativos

28/04/2016 - O Estado de S.Paulo


A Hypermarcas registrou um lucro líquido de R$ 1,008 bilhão ao final do primeiro trimestre de 2016, um resultado 11 vezes acima do reportado no mesmo intervalo de 2015, de R$90,7 milhões.

O lucro da companhia foi impulsionado pela entrada de recursos referentes à venda da sua divisão de cosméticos à americana Coty, um negócio avaliado em R$ 3,8 bilhões, anunciado em novembro.

Além da venda de ativos na área de cosméticos, a Hypermarcas também se desfez de sua divisão de preservativos, vendida em janeiro para a grupo britânico Reckitt Benckiser por R$ 675 milhões. Os movimentos foram feitos para reduzir o grau de endividamento da empresa e concentrar seus esforços na divisão farmacêutica.

Desconsiderando o efeito da venda de ativos, o lucro líquido das operações continuadas, que considera os ativos do setor farmacêutico, foi de R$117,8 milhões, alta de 2,8% no primeiro trimestre de 2016 ante os primeiros três meses de 2015.

O lucro das operações continuadas foi afetado por um aumento das despesas financeiras.

A companhia reportou despesas financeiras líquidas de R$ 148,7 milhões no primeiro trimestre de 2016, valor 22,4% acima do mesmo período de 2015.

A empresa diz que a alta se deve ao pré-pagamento de dívidas.

Os resultados do primeiro trimestre de 2016 da Hypermarcas mostraram um desempenho de vendas melhor do que o esperado por analistas do mercado.

Em relatórios, profissionais destacaram a receita líquida de R$ 827 milhões das operações continuadas entre janeiro e março, crescimento de 12%ante os mesmos meses de 2015.

“O crescimento de receita ficou muito acima da nossa expectativa e do consenso”, comentaram os analistas do UBS, em relatório. Eles lembram que uma parte dessa alta pode ser explicada por uma antecipação das compras de medicamentos pelo varejo para fazer estoque antes de um reajuste de preços autorizado em abril. Os analistas do UBS consideram que a receita também foi beneficiada por lançamentos de novos medicamentos e por esforços de marketing da empresa.




Vaivém: Grupo Novartis

28/04/2016 - Valor Econômico


Felipe Pinho é o novo diretor de assuntos médicos de biofarmacêuticos da Sandoz, divisão de genéricos do Grupo Novartis. Ele substitui Emma Sasse, que vai para a Alemanha como diretora global de assuntos médicos oncológicos. Já a Alcon, divisão de produtos oftalmológicos, promoveu Felipe Kietzmann a diretor de compliance para América Latina e Caribe.




Tecnologia ajuda a monitorar a saúde dos atletas

28/04/2016 - Valor Econômico


As tecnologias de big data e computação em nuvem vão trabalhar pela saúde dos atletas durante os jogos olímpicos. A GE trouxe para o Brasil a solução Centricity Practice Solution (CPS), que será empregada na Policlínica e nas demais instalações (venues) do evento. "O objetivo é permitir o acompanhamento de todas as interações dos atletas em caso de intercorrência, diagnóstico de enfermidade ou trauma", explica Paulo Benevicius, diretor de Healthcare IT da GE Healthcare para a América Latina.

A solução centraliza todas as informações de saúde de cada atleta, incluindo aquelas oriundas de jogos anteriores e as informações médicas históricas individuais. O Comitê Olímpico Internacional (COI) se responsabilizou pelo carregamento das informações, armazenadas em nuvem e disponíveis via web para qualquer eventualidade. Juntas, elas permitem ainda aplicações com apoio de big data como análises setoriais por esporte, país ou grupo de atletas, para gerar mais aprendizado e embasar melhores decisões sobre tratamentos e treinamentos.

A ferramenta é empregada há décadas nos Estados Unidos, mas foi adotada pela primeira vez para a Olimpíada pelo comitê olímpico americano (USOC, na sigla em inglês) em Londres, em 2012. Dois anos depois, foi aplicada de maneira universal durante a Olimpíada de Inverno em Sochi, na Rússia e, além do Rio de Janeiro, seu emprego já está contratado para os próximos jogos.

Dados do USOC indicam que, nos últimos quatro anos, o sistema colaborou para reduzir em 60% ao ano as cirurgias relacionadas a lesões por esforço na equipe feminina americana. Além disso, durante os Jogos Paralímpicos de Sochi, um atleta com lesão medular causada por uma queda de esqui na neve e levado para Frankfurt, na Alemanha, teve tratamento direcionado pela verificação via smartphone de seu histórico médico armazenado no sistema, como a alergia a determinados medicamentos e a quantidade de anticoagulantes que ele já tinha ingerido.

O CPS é integrado a soluções já maduras no Brasil e também implantadas na Policlínica, como as ferramentas de gestão de radiologia e de tratamento de imagens radiológicas (RIS e PACS, respectivamente) - a GE também fornece os equipamentos empregados na clínica na Barra da Tijuca. Com o sistema, os médicos poderão acessar histórico, estudos e imagens em um único ponto de contato.

As informações são estruturadas em formulários com orientações pré-determinadas por um grupo de médicos do COI. "As perguntas para o processo de atenção à saúde são padronizadas para que possam ser usadas em análise de big data", detalha Paulo.




Associação dos planos de saúde critica modelo de ressarcimento do SUS

27/04/2016 - Valor Econômico / Site


A Abramge, associação que representa as operadoras de planos de saúde, criticou o modelo de cobrança do ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Ontem, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou boletim informando as operadoras com maior débito referente ao ressarcimento de SUS.

A entidade informa que as operadoras de planos de saúde deveriam ser comunicadas nos casos em que seus usuários dão entrada na rede pública a fim de verificar se cabe uma transferência. Há casos em que o usuário encontra-se em período de carência, o contrato foi cancelado e ainda consta no sistema ou a cobertura é específica a uma região.

A Abramge também questiona os valores cobrados no ressarcimento ao SUS “tendo em vista o valor estipulado ser 50% acima do efetivamente pago pelo SUS nos procedimentos que executa na rede pública com beneficiários de planos de saúde.”

A associação das operadoras de planos de saúde destaca ainda que grande parte das operadoras que constam da relação da ANS possuem recursos depositados em juízo e não contabilizados pela ANS. As operadoras citadas pela agência são Hapvida, Notre Dame Intermédica, Central Nacional Unimed (CNU), Unimed-BH e Unimed Paulistana.

A NotreDame Intermédica informa, por meio de nota, que todos os valores cobrados foram devidamente depositados em juízo, uma vez que questiona a legalidade dessa cobrança e que os mesmos foram contabilizados no balanço. A Central Nacional Unimed esclareceu que tem uma reserva integral para ressarcimento do valor em discussão, mas está analisando a utilização de seus clientes na rede do SUS “tem o direito de recorrer à justiça e questionar valores ou cobranças que não estejam de acordo.”

“A Abramge recomenda que suas operadoras associadas cumpram todas as normas vigentes da saúde suplementar, mas destaca que há uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN nº 1931) arguindo a legalidade da cobrança”, informa Abramge.

 
 

Insegurança contra a zika

28/04/2016 - Folha de S.Paulo


A epidemia de zika no país colocou as mulheres grávidas no topo das preocupações. Não poderia ser diferente. O nascimento de bebês com microcefalia é a consequência mais dramática do surto.

Dentre as estratégias de prevenção recomendadas às gestantes, o uso de repelentes figura como uma das principais, pois reduz as chances de picadas do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da zika —e também o da dengue e da chikungunya.

O uso diário dos produtos mais recomendados por médicos, contudo, custa cerca de R$ 180 por mês, um valor inacessível para as famílias mais pobres. Estas, além disso, com frequência vivem em locais com esgotos a céu aberto e coleta precária de lixo, o que favorece a proliferação do mosquito.

Apesar disso, o governo federal demora a ajudar a população carente, como mostram dados recentes de Pernambuco, Estado até agora mais atingido pela microcefalia.

Lá, mais da metade das mães de bebês com suspeita de malformação craniana está inscrita no cadastro único de programas sociais. Quase 80% delas são consideradas extremamente pobres, integrando famílias cuja renda per capita mensal é de até R$ 47.

Em dezembro de 2015, o Ministério da Saúde anunciou planos de distribuir repelentes a grávidas beneficiárias do Bolsa Família —um contingente estimado em 400 mil mulheres. Pretendia-se iniciar a entrega em fevereiro deste ano.

Somente na última sexta-feira (22), porém, publicou-se no Diário Oficial da União um decreto de criação do programa de distribuição de repelentes a essas gestantes. Pior, não há data para o início das entregas. O edital para a aquisição do produto, por exemplo, ainda nem foi divulgado.

Na melhor das hipóteses, o repelente chegará às gestantes carentes perto do início do inverno, quando o auge da ação do A. aegypti terá passado. A escassez sazonal de chuvas e a chegada do frio naturalmente reduzirão a quantidade de mosquitos. Ou seja, a ação federal começará tarde, quando o estrago irreparável estará feito.

O vírus da zika já circula em quase todos os Estados. Em 2016 foram registradas 91,3 mil prováveis ocorrências da doença, 7.500 das quais em grávidas. Os casos confirmados de malformação chegam a 1.198.

A letargia do governo federal apenas amplifica essa tragédia, para particular prejuízo —de novo— da população mais vulnerável.




Após vacinação antecipada, governo inicia campanha nacional contra gripe

27/04/2016 - Folha de S.Paulo / Site


A campanha nacional de vacinação contra a gripe começará neste sábado (30) e se estende até 20 de maio, de acordo com o Ministério da Saúde. A meta é vacinar até esta data 80% do público-alvo, composto por 49,8 milhões de pessoas.

Em meio à preocupação com o aumento de casos de gripe fora de época, ao menos 22 Estados, no entanto, já haviam antecipado a aplicação das vacinas para parte desse grupo ou para alguns municípios, segundo levantamento da pasta.

A partir deste sábado, dia de mobilização nacional contra a gripe, a campanha se estende para todo o país, incluindo os Estados onde não houve antecipação, como Sergipe, Alagoas, Ceará, Maranhão e Mato Grosso. Ao todo, a imunização estará disponível em 65 mil postos de saúde.

Podem receber a vacina na rede pública idosos, crianças de seis meses a cinco anos, trabalhadores de saúde, gestantes, mulheres que deram à luz há até 45 dias, povos indígenas, presos, funcionários do sistema prisional e pessoas com doenças crônicas.

A escolha destes grupos, considerados de maior risco de complicações da gripe, segue orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde). "Não há necessidade de pânico, de correria para as unidades. Não vai acabar a vacina para o público-alvo", diz o secretário de vigilância em saúde, Antônio Nardi.

Crianças que nunca se vacinaram contra gripe devem tomar a vacina em duas etapas, com 30 dias de intervalo entre as doses. Para os demais, a vacina é aplicada em apenas uma dose. A vacina é composta por cepas de três tipos de vírus da gripe: H1N1, H3N2 e gripe B.


AVANÇO DE CASOS


Neste ano, o vírus da gripe H1N1 responde pela maioria dos casos graves e mortes. De 250 mortes por complicações de gripe, 230 são por H1N1.

O total de casos graves e mortes já ultrapassa o registrado nos últimos dois anos. Situação semelhante, no entanto, havia sido registrada em 2013, quando também houve aumento de casos antes do período esperado - em geral, esse cenário é esperado para o início de maio, com a chegada do inverno.

"Temos que lembrar que influenza é sazonal. Um ano pode circular mais e outro menos, por isso a necessidade de que a população definida como público-alvo seja vacinada, porque não é possível prever qual ano será epidêmico ou não", diz a coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues.

Para Antônio Nardi, apesar dos dados das últimas semanas indicarem uma possível estabilização do aumento de casos, ainda é cedo para analisar o cenário.

"O que podemos dizer é que tivemos antecipação dos quadros de incidência da doença. Nesse transcorrer estamos tendo alguma sinalização de diminuição. Mas não podemos dizer que a curva vai se estabilizar", afirmou.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, diz o alto número de mortes por gripe neste ano preocupa o governo.

"Desenvolvemos o mau hábito de não encarar com a devida seriedade essa enfermidade que infelizmente este ano veio mais cedo. Tivemos que antecipar a distribuição das vacinas, e mesmo assim ainda temos número elevado de casos graves e óbitos. Isso está nos preocupando demais", disse o ministro, que deve deixar o cargo ainda nesta quarta-feira em meio à crise política.




Inverno é hora de ampliar ação contra o ‘Aedes’

28/04/2016 - O Estado de S.Paulo


O verão já acabou, o pico da epidemia de dengue passou, e os cientistas já não têm dúvidas sobre a capacidade do vírus da zika de causar microcefalia em bebês. Mas o problema está longe de ser resolvido, e não é hora de baixar a guarda. Pelo contrário: é justamente no inverno que o combate ao mosquito Aedesa egypti—e às doenças transmitidas por ele — precisa ser intensificado.

Quem dá o alerta são os pesquisadores Margareth Capurro e Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), que fizeram as palestras de lançamento da série USP Talks, ontem, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.

A proposta é feita em parceria com o Estado.

Especialista em mosquitos transmissores de doenças, Margareth comparou a luta contra o Aedes aegypti a uma guerra, que exige o uso integrado e coordenado de várias armas para ser vencida — incluindo desde os métodos mais simples, como colocar areia em pratinhos de plantas, até o uso de intervenções biotecnológicas, como mosquitos transgênicos.

Com relação ao vírus da zika, Zanotto disse que ainda há muitas incógnitas que precisam ser solucionadas para se montar uma estratégia de combate específica contra ele.




Zika tem 91 mil casos notificados entre fevereiro e abril

27/04/2016 - G1 - Bom dia Brasil


O Ministério da Saúde divulgou o primeiro balanço dos casos de zika em todo o Brasil. São números preocupantes.

De fevereiro até 2 de abril deste ano foram notificados mais de 91 mil casos da doença. O Sudeste é a região que mais teve casos prováveis de zika: 35,5 mil. Em seguida, estão as regiões Nordeste e Centro-Oeste. Mais de 7 mil grávidas foram notificadas com o vírus da zika e a doença foi confirmada em quase três mil.

O Ministério da Saúde divulgou também novos números da dengue e da chikungunya, provocadas pelo mesmo mosquito que transmite a zika, o Aedes aegypti, que tem que ser combatido por todos.

Até 2 abril, foram mais de 800 mil casos suspeitos de dengue em todo Brasil. No mesmo período do ano passado, foram 705 mil casos.

No caso da chikungunya, o aumento no número de casos foi muito maior. Até 2 de abril, tivemos 39 mil casos este ano. E na comparação com 2015, foram 7 mil casos suspeitos.




O caminho da gripe pelo mundo

28/04/2016 - Correio Braziliense


Historicamente, programas de vacinação contra a gripe são concebidos com base em picos previsíveis da infecção registrados em regiões de clima temperado. A estratégia costuma funcionar bem, mas há momentos em que as projeções não atendem as necessidades dos países tropicais, que têm padrões de atividade do vírus influenza mais complexos e menos compreendidos até hoje.

Com intuito de otimizar o calendário vacinal dessas regiões mais próximas do Equador, a equipe liderada por Siddhivinayak Hirve, da Organização Mundial da Saúde (OMS), mapeou a sazonalidade da gripe e identificou os meses em que são registrados os picos de casos anuais nessas áreas. Os resultados, divulgados na revista Plos One, sugerem que alguns países, inclusive o Brasil, podem proteger melhor a população caso façam adaptações no calendário de imunização.

“Na última década, mais países de baixa e média renda nos trópicos e subtrópicos introduziram campanhas de vacinação para gripe sazonal em seus programas de imunização ou expandiram o serviço para gestantes, especialmente na América Latina. O problema é que a composição e produção bianual das vacinas é programada conforme a atividade de influenza observada em países de clima temperado, que apresentam um pico sazonal claro na atividade da influenza durante os meses de inverno”, diz Hirve.

Em regiões de climas tropicais ou subtropicais, explica o cientista, a sazonalidade da gripe é mais variável e pode ser observada durante o ano todo, embora muitas vezes os picos sejam registrados nas estações chuvosas. Para mapear essa ocorrência de casos e identificar os meses em que há mais adoecimentos, Hirve e colegas analisaram dados nacionais de 70 dos 138 países posicionados em regiões tropicais e subtropicais. Para tanto, utilizaram a FluNet, uma ferramenta de vigilância global de influenza.


ESPECIFICIDADES


Os resultados mostraram que a atividade mais intensa da influenza na maioria dos países das Américas Central e do Sul e no sul e sudeste da Ásia ocorre entre abril e junho, épocas em que a OMS recomenda que seja iniciada a vacinação. É, por exemplo, o caso do Brasil, que começa o calendário vacinal para influenza em abril. Países do Hemisfério Norte, por sua vez, executam seus programas de imunização contra a influenza em setembro. As cepas virais que compõem as vacinas são determinadas em duas reuniões anuais conduzidas pela própria organização.

Apesar de eficiente em algumas localidades, Hirve descobriu que o esquema não é valido para países da região em que o comportamento da influenza destoa dos demais. “Embora o momento do ciclo de seleção e produção bianual da vacina contra a gripe funcione bem para as regiões temperadas dos Hemisférios Norte e Sul, a sua aplicabilidade para a sazonalidade de regiões tropicais e subtropicais pode ser incerta”, diz. Na América Central e do Sul, por exemplo, Belize, Colômbia, Costa Rica, Equador e Paraguai fogem à regra com dois picos anuais de influenza. A partir disso, Hirve especula que vacinar a população apenas em abril não seja suficiente nessas nações.

A África apresenta um quadro ainda mais complexo, com aumento da atividade de outubro a dezembro na porção norte, de abril a junho ao sul e ao longo de todo o ano na África Subsaariana, próximas à linha do Equador. Com um surto secundário adicional entre outubro e dezembro, a Índia também é um caso a parte no quadro asiático. “Países como Brasil, China e Índia, que têm variabilidade subnacional no seu padrão de sazonalidade, além de países situados perto do Equador, com atividade gripal ao longo do ano, podem ter de considerar estratégias alternativas com base na sazonalidade local”, acredita o autor.

A recomendação não é tão nova. Em 2014, Nancy Cox, diretora da Divisão de Influenza dos Centros de Controle de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, sugeriu que países com dimensões latitudinais longas, como o Brasil, adotassem duas políticas distintas para vacinas contra a gripe: um que segue o calendário recomendado para o Hemisfério Sul e outro que segue o calendário para o Norte.


PRECOCE


Os dados também permitiram que Hirve separasse em oito regiões geográficas os países que compartilham padrões de gripe semelhantes: duas nas Américas Central e do Sul, duas na Ásia e quatro zonas na África e no Oriente Médio. Nessa divisão, o Brasil fica no bloco de países cuja vacinação em abril é válida. A única questão problemática para o país seria mesmo sua grande extensão, o que poderia exigir adaptações para alguns estados.

Mesmo com tantas análises, contudo, será sempre difícil prever como se dará a propagação do vírus da gripe. É possível, por exemplo, que as oscilações climáticas no Hemisfério Sul expliquem a chegada precoce da influenza ao Brasil este ano. Médica epidemiologista e professora convidada do Programa de Pós-graduação do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fátima Marinho explica que nem sempre a gripe ou infecções respiratórias baixas obedecem a sazonalidade.

“O clima mais frio propicia a aglomeração de pessoas, o que facilita a propagação do vírus. De certa forma, foi o que aconteceu em São Paulo com os casos de H1N1 (um vírus da influenza tipo A) que temos observado. Foi um verão chuvoso, e as pessoas ficaram mais aglomeradas, o que facilitou a propagação do vírus que veio dos EUA, onde houve circulação intensa do H1N1 no inverno. Se o verão não tivesse sido tão chuvoso, é provável que não tivéssemos observado essa intensidade”, explica a especialista.

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