Brasil notifica 1 mil casos de zika por dia
27/04/2016 - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Brasil registrou um aumento de 62% nos casos de dengue em menos de um mês. Até o dia 2 de abril foram contabilizados no País 802.429 casos da doença, enquanto em 5 de março a marca era de 495.266 infecções. O Sudeste segue como a região com maior número de registros, 463.807 - o equivalente a 57,8% da marca nacional. O número também é expressivamente maior do que o indicado no boletim anterior, quando eram contabilizados 280.118 casos.
Em seguida, vem o Nordeste, com 158.235 casos, 71% mais do que no informe de março. No Centro-Oeste foram 94.672 notificações, um aumento de 50,7% em relação ao mês de março. No Sul, o aumento foi de 55%. Com isso, a região atinge agora a marca de 57.282 casos. No Norte, o aumento foi pouco expressivo, quando comparado com o restante do País: 3,5%.
O número de óbitos por dengue também apresentou um aumento bastante expressivo. Até o dia 2 de abril, o País identificou 140 mortes por dengue, mais do que o dobro do que havia sido contabilizado no mês de março, quando 67 casos fatais foram informados.
Como o Estado revelou nesta terça-feira, o Brasil registrou ainda um aumento significativo de registros de casos de chikungunya. No País, a marca chegou a 39.017 casos, cinco vezes mais do que o identificado no mesmo período do ano passado e quase três vezes a marca do boletim de março, quando havia, 13.676 registros. O número de mortes confirmadas também aumentou de forma expressiva, de 2 para 15 em menos de um mês.
Ministério pede investigação de mortes por chikungunya
27/04/2016 - O Estado de S.Paulo
Em uma reunião de emergência realizada nesta terça-feira, 26, em Brasília, o Ministério da Saúde encomendou a um grupo de especialistas a elaboração de um protocolo direcionado a autoridades sanitárias para se investigar mortes suspeitas de terem sido provocadas por chikungunya. Como o Estado revelou, os Estados de Pernambuco e Paraíba registraram este ano um expressivo e inexplicado aumento de mortes relacionadas a vírus transmitidos por mosquitos, arboviroses. A principal hipótese é de que os óbitos tenham sido provocados pela doença, conhecida até pouco tempo como prima da dengue.
Em Pernambuco, há 191 óbitos em investigação por arbovirose, oito vezes mais do que os 23 casos registrados no mesmo período no ano passado.
“A letalidade da doença era considerada como próxima de zero. Oficialmente confirmados no País são 15 mortes provocadas pela doença. É um número que está bem fora da curva”, avaliou o diretor de Vigilância em Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Na conta do Ministério, no entanto, não entram três novos casos confirmados em Pernambuco, mas que ainda não foram incorporados às estatísticas nacionais.
O aumento de casos de mortes relacionados a arboviroses espantou autoridades sanitárias. Até hoje, todos os instrumentos usados no País, tanto para notificação de óbitos quanto para investigação, levavam em consideração apenas a dengue, doença que chegou ao País na década de 80 e já provocou sucessivas epidemias. A chikungunya chegou ao País em 2014 e a zika, no ano passado.
Mortes relacionadas a chikungunya eram muito pouco expressivas. As primeiras confirmações, referentes a registros ocorridos no ano passado, ocorreram há poucos meses. Até março, havia apenas dois casos. Agora, além de 12 casos confirmados por autoridades da Secretaria de Saúde de Pernambuco, há outros três casos na Bahia, 2 na Paraíba e um no Rio Grande do Norte.
“Precisamos dar uma resposta rápida. Investigar o que de fato está acontecendo”, afirmou o coordenador do Programa de Controle de Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho para especialistas durante a reunião desta terça. A equipe terá como missão preparar um protocolo em que várias questões terão de ser observadas pelos médicos: quais sintomas o paciente apresentou, quais exames laboratoriais devem ser feitos em um primeiro momento, quais amostras devem ser coletadas.
Se forem confirmados os óbitos por chikungunya, uma série de questões deverão ser respondidas. Entre elas estão os motivos que levaram uma doença, até então considerada pouco letal, a provocar um aumento do número de mortes. Uma das hipóteses que serão investigadas é a ocorrência de infecções simultâneas - além de chikungunya, dengue ou zika.
Outra possibilidade considerada muito importante por especialistas é que mortes tenham sido provocadas pela prescrição incorreta de medicamentos. Já há um consenso de que pacientes com zika e dengue, por exemplo, somente devem ser tratados com analgésicos que levem em sua composição paracetamol. Chikungunya, no entanto, provoca fortes dores nas articulações. “Há uma tendência de médicos de receitarem, por exemplo, anti-inflamatórios não hormonais”, disse o professor da Universidade Federal de Pernambuco, Carlos Brito, um dos primeiros a chamar a atenção para o aumento das mortes por arboviroses no seu Estado.
Há ainda a automedicação. “É preciso checar todas as variantes e de forma rápida. As respostas serão importantes não apenas para esclarecer o passado, mas para dar instrumentos aos governos para que tomem todas as medidas necessárias”, disse Brito.
Prefeitura libera ‘quarteirização’ para reduzir déficit de pediatras em postos
27/04/2016 - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - As unidades de saúde da capital gerenciadas por organizações sociais (OSs) estão contratando clínicas particulares de pediatria para suprir a falta de médicos. Levantamento feito pelo Estado com base em dados publicados no site da Prefeitura mostra que há pelo menos 273 plantões vagos na rede terceirizada para atendimento infantil. Somadas outras especialidades, como clínica médica e ginecologia, o número chega a 662. O aval para a “quarteirização” foi dado pelo secretário municipal Alexandre Padilha, com o objetivo de agilizar a cobertura dos plantões diante do surto de H1N1.
Pelo sistema emergencial, as OSs podem recorrer a “prestadores de serviço”, condição prevista em contrato. As entidades foram liberadas para selecionar médicos sem a necessidade de registro nem qualquer outro tipo de vínculo com o sistema público, subcontratação criticada por especialistas.
Desde 2013, quando começou a ser divulgada pela gestão Fernando Haddad (PT), a seleção de médicos das OSs não revela o número de profissionais em falta. As listagens indicam quantos plantões de 12, 20 ou 40 horas estão vagos.
Os profissionais têm assumido plantões em Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) e prontos-socorros, geralmente à noite e nos fins de semana. A hora varia entre R$ 110 e R$ 130, sem descontos. Esses médicos já atendem, por exemplo, na AMA Parque Anhanguera, zona oeste, e na AMA Waldomiro de Paula, zona leste.
Com o novo modelo de seleção, 152 plantões de pediatria já foram cobertos, segundo a secretaria, e outros 264 estão em fase final de contratação pelas entidades Santa Marcelina e Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) - a demanda é, portanto, maior do que a informada.
POPULAÇÃO
Para quem precisa de atendimento, no entanto, a nomenclatura não faz diferença. “A gente paga imposto e fica sem médico. Não pode. Ele tem bronquite e, vira e mexe, tem de ir ao médico, mas não tem pediatra”, reclamava a auxiliar de limpeza Lusiene Batista de Alcântara, de 46 anos, na quarta-feira passada. Ela tentou consulta para o filho Pedro, de 6 anos, na AMA Jardim Romano, na zona leste, que, de acordo com funcionários, estava sem pediatra havia mais de 15 dias.
O déficit atinge todas as regiões e especialidades, mas preocupa, principalmente, na zona leste. Na AMA Santa Marcelina, em Itaquera, a espera por um pediatra também era longa naquele dia.
“Vim às 7 horas e, quando cheguei, três pessoas já estavam na minha frente. Não tenho mais convênio e é a segunda vez que venho aqui, mas não estou satisfeita. Só tem uma pediatra”, disse a vendedora Jeniffer Caroline Oliveira, de 22 anos, que levou a filha Valentina, de 1 ano e 2 meses. Elas ficaram mais de três horas na unidade. A secretaria informou que, naquele dia, o outro pediatra faltou.
ESFORÇO
As OSs afirmam que têm intensificado a captação de pediatras e outros especialistas, mas que há falta desse tipo de profissional no mercado, assim como baixo interesse em atuar na periferia.
Segundo a Santa Marcelina, a contratação de empresas, por meio de pessoas jurídicas, é uma estratégia para suprir a demanda. “Atualmente, a área responsável pela contratação de médicos conseguiu contratar alguns pediatras em regime CLT, mas não tem sido o suficiente para preencher as vagas existentes. Quanto às tratativas com as empresas de pediatras, elas já acontecem e a previsão de início é para o mês de maio”, informou a entidade, em nota. Uma das unidades é a AMA Jardim Romano.
A SPDM afirma já ter coberto 30 plantões via empresas de pediatria. “Nosso modelo é CLT. A Prefeitura é que nos solicitou essa nova forma de contratação, há cerca de duas a três semanas, para preencher vagas”, disse o superintendente da SPDM, Mário Monteiro.
Em nota, quando questionada sobre o déficit de médicos, na semana passada, a secretaria ressaltou que publica as vagas em aberto em seu site e cobra a reposição de profissionais. Informou também que já fez dois concursos para a contratação de 2 mil médicos (600 foram convocados). Questionada na segunda-feira, 25, sobre a quarteirização, a pasta não se manifestou.
A gestão Haddad dividiu a saúde em 23 territórios. Cada um só pode ser gerenciado por uma OS. Os primeiros contratos sob esse novo formato entraram em vigor em outubro de 2014. O valor repassado às OSs cresceu 35% - de R$ 2,3 bilhões, em 2013, para R$ 3,1 bilhões em 2015. Esse aumento, segundo a Prefeitura, é explicado pela ampliação da oferta de serviços médicos no período.
Superlotado, HU nega consulta oftalmológica e não atende grávidas
27/04/2016 - O Estado de S.Paulo
Além de limitar o atendimento pediátrico, o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital paulista, também não está fazendo atendimento de emergência oftalmológico e vem encaminhando mulheres grávidas para outras unidades de saúde. Um cartaz na frente do centro médico informa que o berçário e a maternidade estão superlotados. Para os pacientes, as restrições têm sido um transtorno e outras unidades de saúde da região estão sobrecarregadas.
Nesta terça, no fim da tarde, funcionários indagavam aos pacientes, ainda no lado de fora, o motivo para procurar a unidade e distribuíam folhetos com endereços de postos da rede municipal. Pais e crianças que chegam no início da noite já são orientados a ir para outra unidade. Desde o dia 20, o pronto-socorro infantil está funcionando apenas das 7 às 19 horas – depois, há apenas um especialista de plantão, o que obrigou a diretoria a atender só casos emergenciais.
Na sexta-feira passada, Marcia Regina de Moraes, de 44 anos, levou a filha de 1 ano que estava com febre ao HU. “Cheguei às 16 horas lá e consegui que ela fosse atendida, mas vi muita gente que chegou às 17h30 com criança doente ser mandada para outra unidade”, contou.
Nesta terça, a menina voltou a ter febre e Márcia ficou com receio de ter o atendimento rejeitado no HU. Por isso, procurou o Pronto-socorro do Butantã. “Cada dia eles mudam alguma coisa, não dá para a gente ficar de um lado para o outro com criança doente. Eu gosto muito do atendimento na USP, mas a gente nunca sabe se vai poder ser recebido.” No início da noite desta terça, a espera no PS para uma consulta com pediatra era de ao menos duas horas, segundo os pais que estavam no local.
Já o motoboy Rafael Duarte, de 28 anos, levou o filho de 3 ao HU na tarde desta terça e esperou por três horas. “Fomos muito bem atendidos, mas a espera é muito longa. Dos três consultórios infantis, só dois estavam com médico.”
GRÁVIDAS
O cartaz na entrada do hospital informa que a superlotação na maternidade e no berçário ocorre desde 14 de abril. Ressalta ainda que a suspensão no atendimento às grávidas é por “tempo indeterminado”.
Sobre a limitação no atendimento pediátrico, a Superintendência do hospital informou, em comunicado oficial, que é provocada pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV) e pela suspensão de novas contratações na USP, em função da crise financeira da instituição. Questionada, a USP e o hospital não informaram os motivos da superlotação na maternidade e no berçário e da suspensão do atendimento oftalmológico.
A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde informou que, sempre que um serviço de saúde é interrompido, as unidades do entorno são afetadas. Em nota oficial, destacou que nos últimos 15 dias a Prefeitura, por meio das organizações sociais, contratou 152 plantões de pediatras e 264 estão em fase de contratação.
Vírus zika
27/04/2016 - Valor Econômico
O Brasil já soma neste ano 91.387 casos prováveis de infecção pelo vírus da zika, segundo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. O relatório aponta ainda 7.584 casos de gestantes atendidas com sintomas da doença. Dessas, 2.844 já tiveram o diagnóstico confirmado após exames. É a primeira vez que os dados da doença são divulgados no país. Os dados mostram que o vírus continua a circular no Brasil, mas com intensidade maior em outras regiões além do Nordeste, onde foi confirmado pela primeira vez. Os casos estão distribuídos em 1.359 municípios. O Sudeste lidera em número de registros, com 35.505 casos prováveis. Em seguida, está o Nordeste (30.286).
País tem 7.584 grávidas com sintomas de vírus da zika
27/04/2016 - Folha de S.Paulo
Em pouco mais de dois meses, o Brasil registrou 91.387 casos prováveis de infecção pelo vírus da zika e vive um novo avanço de dengue e chikungunya.
Para o Ministério da Saúde, a situação indica que o país continua a viver uma “tríplice epidemia”.
Do total de casos de zika, 7.584 são de gestantes atendidas com sintomas da doença, como manchas vermelhas no corpo e coceira. Destas, 2.844 já tiveram o diagnóstico confirmado após exames.
A doença foi associada ao aumento do número de bebês com microcefalia. De outubro de 2015 a 23 de abril deste ano, são 1.198 casos confirmados da má-formação cerebral e 3.710 em investigação.
O ministério avalia que o número de registros oficiais de zika é menor que o real.
Segundo o boletim, o Rio lidera entre os Estados, com 25.930 atendimentos de pacientes com quadro provável de zika. Em seguida, com 25.061, vem a Bahia.
Os registros mostram também o avanço da chikungunya.
São 39.017 casos prováveis nos três primeiros meses do ano. No mesmo período de 2015, eram 7.412 registros —aumento de 426%.
O país vive ainda uma epidemia de dengue. De janeiro a abril, são 802.429 casos prováveis da doença, aumento de 13% em relação a 2015.
Para o ministério, a boa notícia é que os dados indicam redução no ritmo de notificações desde fevereiro.
Rio é o estado que registrou mais casos de zika em todo o país
27/04/2016 - O Globo
Um boletim do Ministério da Saúde mostra que, de fevereiro a 2 de abril, foram registrados no país 91.387 casos prováveis de zika, dos quais 7.584 em grávidas. É a primeira vez que o documento traz dados da doença, que passou a ser de notificação compulsória há cerca de dois meses. No texto, também há destaque para o avanço de 13,8% da dengue, comparando os 802.429 casos suspeitos em 2016 com os 705.231 notificados no mesmo período do ano passado. Já a chicungunha explodiu no Brasil, com 39.017 registros prováveis este ano, que já superam todos os 38.332 feitos em 2015.
O Estado do Rio tem o maior número de casos de zika do país: 25.930 ( 28,3% do total). Levandose em consideração a população, fica na quarta posição no ranking de incidência, com 156,7 registros por cem mil habitantes, perdendo apenas para Mato Grosso ( 491,7), Tocantins ( 190,9) e Bahia ( 164,8). Claudio Maierovitch, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, afirma que as comparações podem não representar bem a realidade, porque muitos estados ainda têm dificuldade de notificar e os boletins vão se aperfeiçoando com o tempo.
— Provavelmente o Rio de Janeiro está notificando bem os casos e também está enfrentando uma epidemia de grandes proporções. É um estado populoso, inclusive há uma concentração maior de casos na Região Metropolitana, como na Baixada Fluminense, onde existe aglomeração de pessoas — afirmou.
CASOS SÃO SUBNOTIFICADOS
Maierovitch reconheceu que o número de casos de zika no país é maior do que o notificado. Ele calcula que, para cada registro, haja outros quatro infectados, que não apresentam os sintomas ou que não procuram assistência pelo fato de ser uma doença geralmente leve. Todos os estados já relataram suspeitas da febre causada por zika. Do total de 91.387 casos, 31.616 tiveram resultado positivo para o vírus em exames laboratoriais ou clínicos. Entre as 7.584 grávidas, o diagnóstico de 2.844 se confirmou. O restante continua em investigação.
Ainda não se sabe qual a probabilidade de gestantes infectadas terem bebês com microcefalia, afirmou Maierovitch. Dados atualizados ontem mostraram que, no país, desde o ano passado, foram confirmados 1.198 casos da malformação e outros problemas cerebrais associados, em sua maioria, ao vírus e 3.710 estão em investigação.
Assim como o número de casos, as mortes por chicungunha também avançam. Foram 15 óbitos confirmados por exames de laboratório este ano, contra seis notificados em 2015. Identificada no país no segundo semestre de 2014, em comunidades do Nordeste e do Norte, a chicungunha se alastrou pelo Brasil e hoje está presente em pelo menos 1.126 cidades de todos os estados. O avanço da doença pelo país é motivo de apreensão para o governo, segundo Maierovitch.
DENGUE: CRESCIMENTO MENOR
Os 802.429 casos de dengue este ano também representam um incremento de 13,8% em relação ao total verificado no mesmo período de 2015. Segundo o governo, porém, o ritmo de crescimento vem diminuindo nas últimas semanas, o que pode significar um arrefecimento não só da própria doença, como de zika e chicungunha, que também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Maierovitch atribui a desaceleração às inspeções de imóveis e outras ações de conscientização.
— Nossa expectativa é que os novos casos de dengue continuem caindo, expressando, provavelmente, os resultados das medidas de prevenção iniciadas no fim do ano passado. E a mesma coisa deve valer para as outras doenças — disse.
Foram confirmadas 140 mortes por dengue este ano, um recuo de 67% em relação ao mesmo período de 2015. Entretanto, há 307 óbitos ainda sendo investigados. Entre cidades com mais de um milhão de habitantes, a incidência de dengue em São Gonçalo é a terceira maior: de 389,9 casos por cem mil habitantes.
Brasil tem alta de 62% nos casos de dengue em menos de um mês
27/04/2016 - DCI
O Brasil registrou aumento de 62% no número de casos de dengue em menos de um mês. Até o dia 2 de abril, foram contabilizados no País 802.429 casos da doença, enquanto em 5 de março a marca era de 495.266 infecções. O Sudeste segue como a região com maior número de registros, 463 807 - o equivalente a 57,8% da marca nacional.
O número também é expressivamente maior do que o indicado no boletim anterior, quando eram contabilizados 280.118 casos.
O número de óbitos por dengue também subiu. Até dia 2 de abril, o País identificou 140 mortes por dengue, mais do dobro do que havia sido contabilizado no mês de março, quando houve 67 mortes.
Ontem, o Ministério da Saúde revelou que o País somou 91,3 mil casos prováveis de zika, entre fevereiro e 2 de abril, enquanto os casos confirmados de microcefalia chegaram a 1.198. "A taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 casos para cada 100 mil habitantes", informou o ministério, que tornou compulsória a notificação dos casos de zika em fevereiro.
Epidemia de dengue é a maior da história
27/04/2016 - Correio Braziliense
O Ministério da Saúde divulgou ontem o 13° boletim epidemiológico com os números de casos suspeitos, confirmados e óbitos causados pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Os dados coletados de 1º de março até 2 de abril indicam aumento de 62% nos casos de dengue em relação a 2015. Para a febre chicungunha, há 38.332 notificações. Em relação à zika, 91.387 casos foram registrados desde abril de 2015. É a primeira vez que o documento traz uma notificação universal do vírus zika no país.
Em 2015, considerada até agora a maior epidemia de dengue do país, com mais de 1 milhão de notificações, foram registrados cerca de 700 mil casos no mesmo período. Neste ano, houve um aumento de 62%, cerca 800 mil notificações. Apesar do crescimento, o número de mortes e casos confirmados é menor. E embora a Região Sudeste ainda lidere o ranking, Minas Gerais superou São Paulo. São 463.807 ou 57.8%, em toda a região. Em contrapartida, a Norte mantém o menor índice, 28 mil casos.
De acordo com o ministério, houve uma redução de 67% no número de mortes — caiu de 693 para 140. Entretanto, o diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirmou que “pode parecer uma boa notícia, mas ainda é cedo demais para se falar nisso”. Segundo o diretor, cerca de 300 outras pessoas morreram com suspeita de dengue, mas a confirmação laboratorial ainda não veio. “É necessário testes nas vísceras, e muitos laboratórios não fazem”. Isso significa que o número pode aumentar.
GESTANTES
Em relação ao vírus zika, foram notificados 91.387 casos distribuídos em 1.359 municípios. Desse número, 31.616 foram confirmados. O Rio de Janeiro tem 35 mil casos notificados. Em relação à incidência em gestantes, cerca de 7.500 casos são prováveis, enquanto 2.844 foram confirmados por detecção de sintomas ou testes laboratoriais. O restante ainda está em investigação. Três óbitos de adultos foram registrados, um no Maranhão, outro no Pará e o terceiro no Rio Grande do Norte. O informe traz os números de zika desde abril de 2015, quando os primeiros casos foram notificados. Os óbitos de recém-nascidos, natimortos, abortamentos ou fetos que tenham associação com a microcefalia causada pelo vírus zika, são apresentados em outro informe.
Foram notificados 39 mil casos possíveis de febre chicungunha. Desses, 6.159 foram confirmados. Testes comprovaram que 15 pessoas morreram no Nordeste em função do vírus. Bahia tem o índice mais alto, são 13.836 casos até agora. Há ocorrência da febre em 1.126 municípios.
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