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CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 19/04/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

Uso abusivo reduz estoque de Tamiflu

19/04/2016 - O Estado de S.Paulo


O uso abusivo de oseltamivir (Tamiflu), indicado para evitar complicações da gripe H1N1, está reduzindo rapidamente os estoques da rede pública e já provoca faltas pontuais do remédio em algumas regiões do Estado. A utilização indiscriminada do medicamento preocupa a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, que enviou um informe aos médicos paulistas, reforçando os critérios para a prescrição do medicamento.

Nas últimas semanas, o órgão estadual observou um crescimento expressivo no consumo do oseltamivir distribuído nas unidades públicas de saúde.

“Começou esse pavor por causa do H1N1 e, assim como houve uma corrida enorme atrás da vacina, também notamos um uso abusivo do medicamento.

Ou seja, os médicos começaram a prescrever sem necessidade e nosso estoque caiu drasticamente.

Estamos chegando a níveis críticos”, diz Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde, que já pediu lotes extras do medicamento ao Ministério da Saúde.

Até agora, o governo do Estado recebeu do ministério 2,9 milhões de cápsulas do medicamento, volume suficiente para tratar 297,8 mil pessoas. O número é seis vezes maior do que o total de tratamentos dispensados em todo o ano passado: 48,5 mil. “O estoque que pensamos que seria tranquilo para enfrentar toda a epidemia já está acabando.

Isso quer dizer que o remédio está sendo dado para pacientes de faixas etárias fora dos grupos de risco, está sendo receitado de forma anárquica.” Segundo Boulos, por enquanto há apenas desabastecimento pontual na região de São José do Rio Preto, no interior paulista, onde começou o surto, e possibilidade de falta na área de Presidente Prudente, onde o estoque está baixo. “A expectativa é de que, com os lotes extras, tenhamos medicamento suficiente para enfrentar o surto, mas é preciso ficar atento ao uso abusivo também por causa da possibilidade de isso criar uma resistência do vírus ao remédio e deixá-lo mais forte”, explica.

Como revelado pelo Estado no início do mês, o ministério dobrou o pedido de antiviral ao laboratório Farmanguinhos, responsável pela produção, e terá estoque para tratar 2,5 milhões de brasileiros neste ano.


SURTO


São Paulo é o Estado mais afetado pelo surto precoce de H1N1. De 1.º de janeiro a 12 de abril, 91 pessoas morreram por complicações da doença em cidades paulistas, nove vezes mais do que o número de vítimas de todo o ano passado.

Apesar do quadro preocupante, cerca de 90% das pessoas infectadas evoluem para cura espontânea, sem necessidade de medicamento.

O Tamiflu só é indicado para pessoas com sintomas de gripe que integram os grupos de risco, como idosos, doentes crônicos, gestantes e crianças. Ele também deve ser administrado nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que requer internação. Para que possa evitar as complicações da doença, o oseltamivir deve ser usado preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos primeiros sintomas. Um informe com os critérios para a prescrição do remédio e o alerta sobre as consequências do uso indiscriminado do produto foi enviado aos médicos paulistas pela secretaria por meio do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) na semana passada.




Comissão deve concluir votação de projeto que torna mais ágil registro de medicamentos.

18/04/2016 - Portal Senado


A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) poderá votar na quarta-feira (20), em turno suplementar, o projeto que tem por objetivo aumentar a agilidade e a transparência nos processos de registro de medicamentos. Em caso de aprovação, o texto pode seguir direto para análise da Câmara dos Deputados.

O autor do PLS 727/2015, senador José Serra (PSDB-SP), considera que a Lei 6.360/1976, que trata da questão, está "ultrapassada e desmoralizada em face dos atrasos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)". O projeto de Serra mantém os atuais 90 dias de prazo apenas para o registro dos chamados remédios urgentes, mas os medicamentos classificados como prioritários teriam 180 dias e os demais, os medicamentos "gerais", 360 dias.

O relator, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), defendeu a aprovação do projeto. Para ele, as novas regras propostas têm potencial para combater os atrasos nesse processo e aumentar a transparência das decisões da Agência, beneficiando a saúde pública e todos os brasileiros.

A proposta de José Serra também altera a Lei 9.782/1999, com o objetivo de melhorar o desempenho da Anvisa. Entre outras medidas, o texto estabelece que, em caso de descumprimento injustificado das metas e obrigações pactuadas pela agência, por dois anos consecutivos, os membros da diretoria colegiada serão exonerados, mediante solicitação do ministro da Saúde.


ANABOLIZANTES


Outro projeto (PLS 120/2015) a ser votado em turno suplementar torna obrigação das academias de ginástica e de outros estabelecimentos esportivos afixar, em suas dependências, mensagens de advertência sobre os riscos do uso de anabolizantes sem indicação médica.

De acordo com o projeto, o Poder Executivo deverá definir as competências de órgãos e entidades da administração federal que serão encarregados de aplicar as sanções previstas na lei. O texto é resultado de alterações feitas pela relatora, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), ao projeto do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Conforme a Lei 9.965/2000, os anabolizantes só podem ser vendidos se houver prescrição médica e as farmácias são obrigadas a reter a receita por cinco anos. Os esteroides anabólicos androgênicos (EAAS) são substâncias sintéticas criadas para fins terapêuticos, mas devido aos seus efeitos de aumento da massa muscular, são utilizadas, muitas vezes indiscriminadamente, por praticantes de atividades físicas e esportivas.




10 perguntas que não são esclarecidas pela lei que aprovou o uso da fosfoetanolamina

19/04/2016 - Zero Hora Online


Quem dera a publicação no Diário Oficial da União que permite o uso da fosfoetanolamina sintética, a chamada ¿pílula do câncer¿, dissipasse todas as dúvidas acerca da substância. Apesar da sanção da presidente Dilma Rousseff à lei que não só autoriza a utilização por pacientes com diagnóstico de neoplasia maligna como legaliza a produção e a distribuição do produto, entidades médicas e civis que lutam pela cura do câncer temem que a falta de informações – fruto de estudos incompletos sobre a fosfo – provoque uma confusão generalizada no tratamento de pessoas que optarem pela substância.

– É preciso colocar a paixão de lado e entender de maneira técnica essa substância – avalia Fábio André Franke, oncologista clínico e presidente da Aliança Pesquisa Clínica, entidade civil que luta pela regulamentação e agilidade de pesquisas clínicas no Brasil.

Sem o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a aprovação do uso da fosfo é objeto de discussões nos âmbitos técnico e ético da pesquisa científica do Brasil. Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Bioética e Ética na Ciência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Márcia Santana Fernandes considera a sanção da lei ¿um dos maiores absurdos científicos¿ do século no Brasil. Ela lamenta que a substância tenha sido aprovada sem critérios técnicos e desconsiderando avaliações de especialistas e teme pelos riscos a que a medida pode expor a população. Para o oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus Stephen Stefani, a fosfoetanolamina é mais uma terapia dita alternativa, sem efeito.

– Terapias complementares, como acupuntura, sim, têm resultados positivos para o paciente. Mas nenhuma das terapias ditas alternativas se mostrou melhor do que um placebo – diz.

Confira abaixo 10 perguntas que não são esclarecidas na lei e que podem implicar problemas no uso da fosfoetanolamina sintética:

Para quem o paciente entrega o termo de responsabilidade?

A lei não responde à questão. De toda forma, os médicos estão excluídos da decisão de usar a fosfo, que cabe exclusivamente ao paciente. Os médicos também não serão responsabilizados por eventuais danos porque não pretendem prescrevê-la para tratamento do câncer, mas garantem que, se procurados por pacientes que apresentarem complicação pelo uso da substância, prestarão atendimento, ainda que não concordem com o uso da fosfo.

Como o paciente deve proceder?

Não se sabe qual será o caminho para obter a medicação.

Onde o paciente vai retirar a substância? Ou ele vai ter de comprar?

Não está claro onde a medicação será distribuída e tudo indica que isso não será feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o presidente da Aliança Pesquisa Clínica, o oncologista clínico Fábio André Franke, para ser distribuído pelo SUS, um medicamento precisa passar pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que exige em sua apreciação ensaios clínicos do produto, o que a fosfoetanolamina ainda não tem. A brecha na lei, ressalta Franke, seria lançar a fosfo como suplemento alimentar, que não carece de aprovação da Anvisa.

Qual deve ser a dose diária para cada paciente?

Sem testes que verifiquem os níveis de tolerância para a substância, não há como saber qual a dose indicada para cada paciente. O médico oncologista do Hospital do Câncer Mãe de Deus Stephen Stefani ressalta ainda que, em situações singulares, como comprometimento renal, é preciso, na maioria das medicações, fazer ajustes na dosagem. No caso do uso da fosfoetanolamina, os médicos não teriam parâmetros para indicar um consumo adequado e que não ofereça riscos ao paciente.

Qual será o preço do medicamento?

Via de regra, o preço de uma medicação considera fatores como custos com investigação laboratorial, testes e manufatura, além de gastos com tributos e divulgação. Como a fosfoetanolamina não cumpriu todas as etapas de pesquisa exigidas e consideradas, não se sabe quanto poderá custar.

– O pior nisso tudo é que é um recado para a indústria farmacêutica de que não precisa gastar milhões em pesquisa para começar a produzir um medicamento no Brasil. É o Poder Executivo indo contra as suas próprias regras, colocando o país como irresponsável na pesquisa científica – avalia a pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Bioética e Ética na Ciência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Márcia Santana Fernandes.

Haverá uma bula? O que constará nela?

A bula é o ¿manual de instruções¿ de uma medicação. Nela constam, por exemplo, contraindicações, possíveis efeitos colaterais, toxicidade, quem não deve consumir o produto e reações adversas observadas nas pesquisas. Como a fosfoetanolamina não passou pela maioria das fases de estudos que poderiam completar essas informações, não há muito o que colocar em sua bula.

– A bula da fosfo será uma folha em branco – diz o oncologista Stephen Stefani.

Em nota, a Anvisa questiona: Na embalagem haverá data de fabricação e de validade e as informações que permitem identificar o lote produzido, em caso de ocorrerem eventos adversos?.

A fosfo será produzida por quem?

Teoricamente, somente laboratórios autorizados pela Anvisa para a produção de medicamentos. Em nota, a agência lamentou o atropelo da lei e reforçou: ¿as exigências vigentes no Brasil para que um medicamento tenha sua produção e comercialização autorizadas são similares às que existem em todos os países desenvolvidos e visam a garantir que o produto tenha sua qualidade, segurança e eficácia comprovadas, protegendo a saúde da população. A Lei nº 13.269, em posição singular no cenário internacional, transforma em `medicamento¿ autorizado uma substância que não realizou quaisquer desses estudos.

Pior ainda: colocada no mercado por força dessa lei, a substância fosfoetanolamina poderá estar completamente fora das ações de controle sanitário¿. Um laboratório de Cravinhos, no interior de São Paulo, está produzindo a fosfo para enviar um lote ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) para testes até o começo do próximo mês. O Supremo Tribunal Federal (STF) não autorizou a USP a produzir a substância, por entender, entre outros pontos, que essa não é a atividade fim da universidade.

Quem fará o controle de qualidade?

Em um projeto de pesquisa tradicional, dados e protocolos são esmiuçados e encaminhados à Anvisa, para avaliação e controle antes da aprovação e para futura fiscalização. Como a lei estaria contrariando a legislação nacional quanto à produção de medicamentos e condução de projetos de pesquisa com base em padrões éticos, é confusa a responsabilização em caso de problemas devido ao consumo, mas via de regra, os órgãos sanitários devem fiscalizar a qualidade do produto.

Para que tipos de câncer ela é recomendada?

Não há estudos suficientes para esclarecer a questão. Os médicos duvidam com veemência da capacidade de a substância aplacar todos os tumores. Primeiro, porque há dezenas de tipos de câncer e cada um com um prognóstico e manejo diferentes. Um teste com fosfoetanolamina em melanoma de ratos mostrou redução de células tumorais. Segundo Stefani, redução semelhante também se observa com o uso de etanol, o que não significa vantagem clínica para pacientes humanos.

A pesquisadora Márcia Santana Fernandes ainda aponta problemas no texto da lei:

– Neoplasia maligna é um termo muito amplo. Como será o controle desses pacientes? A fosfo pode causar algum efeito adverso se combinada com outros medicamentos de uso contínuo?

Somente testes clínicos com a substância poderiam elucidar a questão. O temor dos médicos é de que, na ânsia compreensível pela cura do câncer, haja o comprometimento do tratamento de outras doenças, como diabetes e hipertensão, por exemplo, expondo os pacientes a outros riscos, com sérias consequências. A combinação da substância com medicamentos de uso contínuo não foi estudada.




Composto do vinho fortalece o coração

19/04/2016 - Correio Braziliense


O paradoxo francês é uma expressão disseminada entre nutricionistas para descrever a contradição entre a boa saúde cardiovascular da população do país europeu e a sua gastronomia rica em gorduras e açúcares. Um dos elementos que não falta na dieta deles é o vinho, usado tanto na preparação de alimentos quanto para acompanhá-los. Agora, cientistas da China dão os primeiros passos a fim de mostrar que essa bebida alcoólica exerce papel-chave além das refeições. Um composto encontrado nela, o resveratrol, parece ser o grande responsável entre a associação do vinho com a redução do risco de doenças cardíacas, acreditam pesquisadores da Third Military Medical University (TMMU), na cidade de Chongqing.

No estudo publicado recentemente na revista mBio, organizada pela Sociedade Americana de Microbiologia, os investigadores realizaram uma série de experimentos em ratos para determinar os efeitos protetores do resveratrol contra a aterosclerose (o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias) e descobriram que o mecanismo estava relacionado a mudanças no microbioma intestinal, o ecossistema formado pelos micro-organismos que habitam o sistema gástrico das cobaias.

Nos últimos anos, pesquisadores descobriram que os diversos organismos que moram no intestino dos homens desempenham um papel importante na acumulação de placas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), também conhecidas como colesterol ruim, dentro das artérias. Apesar de o resveratrol já ser conhecido pelas propriedades antioxidantes, o modo que ele age no sistema gástrico é um mistério. A partir do experimento chinês, descobriu-se que esse composto inibe a produção da trimetilamina (TMA) pelas bactérias intestinais. A TMA é necessária para a produção de N-óxido de trimetilamina (TMAO), componente conhecido na literatura médica por colaborar com o desenvolvimento das placas de colesterol.

“Nossos resultados oferecem novos insights sobre os mecanismos responsáveis por efeitos anti-aterosclerose do resveratrol e indicam que o microbioma intestinal pode se tornar um alvo interessante para intervenções farmacológicas ou dietéticas a fim de diminuir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, disse Man-tian Mi, principal autor do estudo e pesquisador do Centro de Pesquisa em Nutrição e Segurança Alimentar do Instituto de Medicina Preventiva Militar da TMMU.

“A grande novidade desse trabalho é demonstrar como o resveratrol age na flora intestinal. Esse composto, assim como outros polifenóis, diminui as placas formadas pelo colesterol nos vasos sanguíneos, impedindo a inflamação de veias e artérias, que, muitas vezes, pode levar ao rompimento desses vasos”, complementa Marcus Bolivar Malachias, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Os pesquisadores pretendem replicar em humanos os testes realizados com roedores e chamam a atenção para o fato de que esse polifenol natural não tem efeitos colaterais. Malachias, porém, sugere cautela. “Existem muitos outros fatores, como a hipertensão e a predisposição genética, que estão envolvidos no surgimento de um quadro de aterosclerose e não estão necessariamente ligados à biota intestinal”, justificou o médico brasileiro.


SUPLEMENTO


O resveratrol também pode ajudar indiretamente o coração. Ele potencializa os efeitos das atividades físicas, segundo pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá. Os cientistas submeteram dois grupos de ratos a exercícios, sendo que um deles recebeu suplemento do polifenol. Depois de 12 meses de testes, os roedores que ingeriram o composto apresentaram um rendimento melhor em relação àqueles que somente se exercitaram.

“Ficamos animados quando vimos que o resveratrol apresentou resultados semelhantes aos obtidos por meio de treinos intensos de resistência. Vimos imediatamente o potencial desses benefícios e acreditamos ter descoberto uma forma de ampliar os efeitos da atividade física com uma pílula do composto”, explicou Jason Dyck, coordenador do projeto.

O artigo publicado no periódico Journal of Physiology, editado pela instituição inglesa The Physiological Society, explica que o composto serve como tonificante devido a sua ação antioxidante. Mas é necessário parcimônia, ressalta Dyck: “Para obter a mesma quantidade que estamos dando aos roedores, a pessoa teria de beber de 100 a mil garrafas por dia”, explicou.

Integrante do Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Gustavo Trindade também recomenda cautela: “Apesar de existirem muitos estudos sobre a ação do resveratrol, é necessário ter cuidado. Não existe uma prova cabal de seus efeitos e suas propriedades. São experimentos que mostram possíveis relações. Nós não podemos receitar para uma pessoa que passe a beber vinho ou suco de uva, seja para evitar a aterosclerose seja para melhorar seu condicionamento físico, porque não sabemos qual dose seria a melhor para um ser humano”.


45%


Redução das placas de gordura nas artérias de ratos provocada pela ação da ciclodextrina, segundo estudo da Universidade de Bonn

“Não podemos receitar para uma pessoa que passe a beber vinho ou suco de uva, seja para evitar a aterosclerose, seja para melhorar seu condicionamento físico, porque não sabemos qual dose seria a melhor para um ser humano”

Gustavo Trindade, cardiologista do Hospital Samaritano de São Paulo


DROGA DISSOLVE O COLESTEROL


Um composto utilizado na fabricação de medicamentos para que eles sejam dissolvidos mais facilmente no corpo pode ser uma nova solução para reduzir placas de gordura nos vasos sanguíneos. A partir de um experimento realizado com ratos, verificou-se que a ciclodextrina, encontrada em vegetais ricos em carboidratos, poderá ser utilizada no combate à aterosclerose. Publicado recentemente na revista Science Translational Medicine, o estudo foi encabeçado pela Universidade de Bonn, na Alemanha, e contou com colaboradores de universidades e hospitais norte-americanos.

A obstrução do sistema circulatório devido à grande concentração de lipídios é uma das causas mais comuns de ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, entre outras doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo. A estimativa é de que, por ano, o infarto do miocárdio responda por 29,4% de todas as mortes registradas no país. Porém, os tratamentos atuais, como drogas para baixar o colesterol, só funcionam em alguns pacientes. Cientistas de diversos centros de pesquisa buscam soluções mais eficazes para essa limitação clínica.

Em testes em camundongos com aterosclerose, a ciclodextrina conseguiu dissolver parte do colesterol e reduziu em até 45% as placas de lipídios nas artérias, mesmo quando os animais foram alimentados com uma dieta rica em gordura. A experiência revelou que o composto ativa o gene LXR no fígado, aumentando capacidade de ação dos macrófagos, responsáveis por destruir elementos estranhos ao corpo. Essas células do sistema imunológico também devoram o colesterol e o devolvem ao fígado, onde ele pode ser transformado em bile e escoltado para fora do corpo nas fezes.


CAUTELA


Apesar de a substância já ser utilizada em larga escala pela indústria farmacêutica, os pesquisadores são cautelosos quanto à utilização dela contra a aterosclerose. “No geral, parece valer a pena explorar a ciclodextrina de forma terapêutica, embora muito cuidado deva ser tomado. Ela é potencialmente boa, pois combina a redução do colesterol no sangue com a dissolução do colesterol pré-formado em placas, mas essa opção ainda precisa ser explorada em ensaios clínicos”, defendeu Elena Aikawa, bióloga vascular do Hospital da Mulher em Boston.

Outro dificultador é que a ciclodextrina não é um composto patenteável. Por isso, há poucas empresas farmacêuticas que queiram patrocinar estudos clínicos necessários para o novo uso clínico do composto, segundo Aikawa, mesma com a Food and DrugDrug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos responsável pelo controle de medicamentos, autorizando novas aplicações.

 

 

 
 

Laboratórios melhoram sua gestão operacional.

19/04/2016 - Valor Econômico


Um grupo formado por treze farmacêuticas instaladas no país elevou em 15%, em média, a produtividade em processos operacionais em 2015, a partir da adoção de um sistema inédito que permite a comparação de indicadores operacionais. Batizado BCO Farma e lançado por entidades setoriais, o novo sistema permite que as empresas farmacêuticas comparem seu desempenho em diferentes processos com o de suas pares, sem que dados estratégicos sejam revelados entre os concorrentes.

Para os executivos da indústria, a rentabilidade será determinada cada vez mais pela eficiência operacional, e não por expansão comercial, o que impõe desafio relevante para um setor cujos preços são controlados. Nesse ambiente, o sistema de indicadores deve atrair cada vez mais participantes.

"O setor está mudando e a crise no país torna isso latente: é cada vez mais desafiador manter margens", afirma o superintendente de Estratégia Corporativa da Biolab, Jayme Lima. No laboratório, o uso do sistema, lançado no início do ano passado pelo Sindusfarma e pela Abiquifi, do setor farmoquímico, já trouxe melhorias operacionais.

O BCO foi desenvolvido por Fabio Bussinger, do Instituto Farma de Governança Operacional (IFGO), e trabalha com 23 indicadores de produtividade. "O BCO quer dar parâmetros independentes para que as empresas determinem de forma objetiva sua estratégia e melhorem a competitividade", afirma.

A cada dois meses, explica Bussinger, o BCO emite um relatório com gráficos traçados a partir de informações transferidas por cada laboratório, que não é identificado nominalmente. Na curva, as empresas são capazes de identificar como estão em relação às demais. "A grande maioria das empresas não tem uma visão clara de suas ineficiências e do impacto financeiro disso", afirma o especialista.

Além da Biolab, participam do projeto a farmacêuticas Abbott, Aché, Allergan, Biosintética, Cristália, Eurofarma, FQM, Guerbet, Hypermarcas, Kley Hertz, Momenta e Sandoz. Outras "quatro ou cinco" farmacêuticas devem aderir ao grupo em breve. "Ter mais empresas é questão de tempo", diz o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. "Para sermos competitivos, precisamos de parâmetros de comparação."




Área de saúde impulsiona os resultados da Reckitt.

19/04/2016 - Valor Econômico


Uma lixa de unha eletrônica e um aparelho para remover pele morta dos pés ajudaram a Reckitt Benckiser a registrar forte aumento nas vendas trimestrais.

A empresa, dona das marcas Durex, de preservativos, e Vanish, de alvejante para roupas, anunciou crescimento de 5% nas vendas comparáveis no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2015. O resultado foi beneficiado, em parte, pelo sucesso de novos produtos na linha de produtos para os pés Scholl e da marca Amopé.

As vendas totais somaram 2,3 bilhões de libras esterlinas (US$ 3,27 bilhões) no trimestre, novamente impulsionadas pela unidade de produtos para a saúde, que teve alta de 10%.

A divisão, que inclui os produtos Durex, Scholl e as pastilhas para a garganta Strepsils, representa 34% das vendas e está no foco da expansão comandada pelo CEO da Reckitt, Rakesh Kapoor.

"Apesar da desaceleração prevista nos Estados Unidos depois de uma temporada fraca em gripes, este foi um trimestre sólido para a Reckitt", disse o analista Philip Gorham, da Morningstar.

Kapoor, que quase dobrou sua remuneração em 2015, para 23 milhões de libras, manteve a previsão do grupo para 2016, de aumento entre 4% e 5% nas vendas comparáveis. "[Estou satisfeito] por ver crescimento tanto nos mercados em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, enquanto seguimos nossa estratégia de voltar o foco para as supermarcas de saúde e higiene em nossos mercados mais fortes, impulsionados pelos investimentos contínuos em inovação", afirmou.

A remuneração de Kapoor foi incrementada pelo aumento do preço das ações da Reckitt, que aumentou o valor de suas opções sobre ações. O preço da ação, que fechou em alta de 2%, a 68,68 libras, ontem, é 16% maior do que um ano atrás.

A Reckitt foi uma exceção entre as fabricantes de bens de consumo, ao registrar um crescimento de 6% das vendas comparáveis no ano passado, a despeito de um fraco crescimento dos lucros nos EUA, de deflação na Europa e de mercados emergentes voláteis.

Um analista da Bernstein Research disse: "Depois de um 2015 fenomenal, temos a velha questão da RB [Reckitt Benckiser]: poderá isso ser sustentado?"

Na semana passada, a anglo-holandesa Unilever informou um forte primeiro trimestre com vendas em alta de 4,7%. Mas o crescimento de 8,3% nos mercados em desenvolvimento contrastou com uma queda de 0,3% nas economias desenvolvidas.

A Reckitt registrou um crescimento de vendas de 3% na Europa e na América do Norte, embora isso também tenha sido superado nos mercados em desenvolvimento, onde as vendas cresceram 10%.

O avanço nas vendas comparáveis de produtos de higiene, de 3%, ficou abaixo dos 3,9% previstos por analistas, pois uma temporada relativamente fraca de gripe nos EUA prejudicou as vendas dos sabonetes antibacterianos Dettol, também conhecido como Lysol.

Por outro lado, o desempenho no Brasil foi impulsionado por um forte crescimento no combate contra insetos "devido ao vírus zika" [a Reckitt vende no país o repelente Repelex e inseticidas].




Drogasil e Raia lançam novos sites.

19/04/2016 - DCI


As redes Droga Raia e Drogasil lançam novidades em seus e-commerces. As plataformas dispõem agora de mais informações sobre os produtos e novas formas de pagamento.

A mudança dos sites das duas redes, que fazem parte do grupo Raia Drogasil, maior rede do varejo farmacêutico do País, faz parte da estratégia omnichannel da companhia para integrar os canais as lojas físicas e promover uma experiência única para os clientes. "Os novos sites chegam para criar integração entre canais, aumentar a fidelização e confiança dos clientes em nossas marcas", afirma por meio de nota o gerente de vendas de Multicanal da Raia Drogasil, Diego Kilian.




Sensor criado na USP e na UFSCar detecta predisposição para câncer

18/04/2016 - G1


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um método de diagnosticar a predisposição genética para o câncer de mama em mulheres e homens.

Atualmente, o diagnóstico é possível por exames como o realizado pela atriz Angelina Jolie em 2013, mas são opções caras e o desafio dos cientistas da USP de São Carlos e da UFSCar de Araras era criar um teste barato. O resultado foi um protótipo que permite exames a um custo estimado de R$ 70.


SENSOR


Após dois anos de estudo, os pesquisadores chegaram a um sensor aparentemente simples, que revela mutações em um cromossomo específico.

"Essa mutação acontece em um gene conhecido como gene BRCO1. É um gene já bastante conhecido em relação a mutações relacionadas à predisposição ao câncer de mama e ao câncer de ovário", explicou a pesquisadora Laís Ribovski, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).

O sensor é formado por um bastão com um condutor elétrico e um disco de ouro de 2 mm na ponta. Uma amostra de sangue ou saliva é colocada em contato com o eletrodo e, se as partes não se juntarem naquele desenho clássico do DNA, a dupla hélice, significa que a pessoa não tem a mutação, não tem o defeito genético. Mas, se os fragmentos se juntarem, existe a tendência a desenvolver a doença.

“Depositamos a patente neste ano e a gente espera que haja o interesse de alguma indústria ou mesmo laboratório que se interesse em comprar essa patente ou investir no desenvolvimento da patente para a gente ter um protótipo para poder aplicar ao mercado”, afirmou o professor Bruno Janegitz, integrante do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar.


DIAGNÓSTICO


Para o médico oncologista Luiz Gazzi é muito importante saber se a mulher tem ou não a mutação genética. O ideal é confirmar a predisposição para que a paciente tenha um acompanhamento especial.

“Detectar o tumor precocemente, e isso é válido para qualquer tipo de tumor, é importante para que nós possamos aumentar a chance de cura”, disse.


NA PELE


A aposentada Valmira da Cruz conviveu com a doença. Depois de sentir fortes dores, ela procurou um médico e descobriu o tumor no seio. “Eu passei por oito químios, fiz a cirurgia da retirada da mama, depois eu fiz 28 [sessões] de rádio”, contou.

Com a notícia dos avanços na pesquisa, a neta dela, que ajudou durante todo o tratamento, vê a tecnologia como um alívio. “É ótimo a gente saber que antes mesmo a gente já pode se prevenir, se cuidar para não ter esse avanço na doença”, afirmou a estudante Ana Laura da Cruz Maduro.

 
 

Hipertensos e diabéticos dominam fila da vacina

19/04/2016 - Folha de S.Paulo


Hipertensos e diabéticos eram maioria entre os portadores de doenças crônicas que começaram, nesta segunda (18), a serem vacinados contra a gripe nos postos de saúde da capital e da Grande São Paulo. Mulheres que tiveram filhos há menos de 45 dias também fazem parte do grupo que começou a receber as doses de forma antecipada.

Por causa do surto da gripe H1N1, que já matou 91 pessoas no Estado neste ano, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) antecipou a campanha de vacinação. Na semana passada, teve início a imunização de grávidas, pessoas com mais de 60 anos e crianças com mais de seis meses e menos de 5 anos.


NA FILA


Em um posto no Brás, na região central da cidade, funcionários disseram que a maior procura foi de pacientes com hipertensão e diabetes. Até as 12h, das 182 vacinas aplicadas, 177 foram em pacientes com ao menos uma dessas duas doenças.

Na UBS (Unidade Básica de Saúde) Bom Retiro, também na região central, quem chegava no começo da tarde demorava poucos minutos para ser atendido e tomar a injeção. A maioria dos que passavam por ali também era de hipertensos e diabéticos.

"Peguei gripe H1N1 em fevereiro, não posso descuidar" disse o técnico em informática Marcelo Garcia, 41. Hipertenso, ele disse ter ido às 6h30 na UBS Jardim Guairacá, em Sapopemba, na zona leste, perto de onde mora, mas encontrou uma fila de mais de 200 pessoas e desistiu. Ele conseguiu ser vacinado na hora do almoço perto do trabalho.


SECRETARIAS


A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Fernando Haddad (PT), disse que a fila na UBS de Sapopemba tinha 50 pessoas pela manhã, não apenas em busca da vacina. A pasta tem aconselhado a população a procurar os postos de saúde no começo da tarde, horário de movimento mais tranquilo.

A Secretaria de Estado da Saúde, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), emitiu um alerta aos médicos sobre o uso indiscriminado do medicamento oseltamivir (vendido como Tamiflu ), um dos únicos receitados para tratar a supergripe H1N1.

A prescrição sem critérios, segundo a pasta, pode deixar o vírus ainda mais resistente. De acordo com a prefeitura, nos primeiros quatro meses do ano foram distribuídas 186.359 cápsulas de Tamiflu, mais que o dobro de todo o ano passado, que totalizou 64.956 cápsulas.


PERGUNTAS e RESPOSTAS


Contra quais vírus a vacina protege? A vacina dada na rede pública é a trivalente, contra as gripes A (H1N1), A (H3N2) e um tipo da B. Na rede privada também é oferecida a quadrivalente —que protege contra mais um tipo da B Ela é 100% eficiente? Não, a eficácia é de 60% a 90%, dependendo da faixa etária do paciente e de fatores como infecções Quanto ela custa? Cerca de R$ 120 (trivalente) e R$ 200 (quadrivalente) na rede particular. Na rede pública a vacinação é gratuita e a preferência é para grupos de risco Quem faz parte dos grupos de risco? Crianças de 6meses a 5 anos, idosos, profissionais da saúde, grávidas, mulheres que tiveram filhos há até 45 dias, presidiários, funcionários do sistema prisional, indígenas e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis ou com condições clínicas especiais (diabéticos, obesos, imunossuprimidos, transplantados, entre outros) Mesmo se eu não estiver nos grupos de risco, preciso tomar a vacina? O ideal é que todos tomem a vacina, mas, se não houver nenhum fator de risco, não é necessário enfrentar as longas filas que estão lotando clínicas e hospitais.

É possível esperar a situação se tranquilizar ou aguardar o início da campanha nacional A vacina vale por quanto tempo? Ela demora de 2 a 4 semanas para começar a fazer efeito e é útil por 6 a 8meses.

Normalmente as cepas mudam, por isso é preciso fazer a vacinação todo ano


CALENDÁRIO


Na grande SP 11.abr a 20.mai Crianças de seis meses a 5 anos, gestantes, idosos e indígenas 18.abr a 20.mai Mulheres que deram à luz há até 45 dias, pessoas com doenças crônicas e presos 30.abr a 20.mai período da campanha nacional de vacinação; têm prioridade grupos de risco Na rede particular A vacina já está disponível; algumas clínicas e hospitais aguardam reposição




Contágio sexual por zika leva a nova orientação a grávidas

19/04/2016 - Folha de S.Paulo


Em um mês, o número de países com registros de transmissão sexual do vírus da zika mais do que dobrou, o que levou autoridades de saúde a lançar mais uma orientação às grávidas: o uso de camisinha nas relações sexuais.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até o dia 14 de abril, sete países (EUA, França, Itália, Nova Zelândia, Chile, Argentina e Peru) tinham registros da transmissão sexual do zika. Em março, eram três.

Embora recomendado pela OMS e pelo CDC (Centros de Controle de Doenças, dos EUA), o uso de preservativos pelas grávidas e seus parceiros é controverso no Brasil. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, endossa essa orientação e semana passada publicou nota, recomendando, inclusive, o uso do preservativo feminino.

"A hipótese de transmissão sexual ganhou força, com vários países relatando casos, e não podemos descuidar, principalmente, das gestantes. A camisinha deve ser usada durante a gravidez", diz o médico epidemiologista Fabio Mesquita, diretor do departamento de DST/Aids.

Ele afirma que durante a gestação as mulheres têm vida sexual normal até pelo menos o sétimo mês de gravidez. "Não é comum usar preservativo com seus parceiros fixos. Mas agora é importante, assim como outras medidas de proteção [repelente, calças e blusas de comprida]".

Para o ginecologista Cesar Fernandes, presidente da Febrasgo (federação das sociedades de ginecologia), a transmissão sexual do zika preocupa, mas ainda não está bem dimensionada, o que dificulta estender a orientação para todas as gestantes.

"Se o marido tiver zika, aí não tem dúvida de que precisa usar [preservativo] para evitar o risco da transmissão. Mas a recomendação indistintamente me parece um um pouco exagerada", diz.

A Febrasgo prepara uma cartilha para orientar os obstetras do país sobre como devem conduzir a questão do vírus da zika durante a gravidez, mas ainda não decidiu como vai tratar da questão do uso preservativo na gravidez. "O casal que já tem vida sexual estabelecida, não sei se vai aderir a isso [camisinha]", afirma Fernandes.

O obstetra Renato Kalil, do Hospital Albert Einstein, tem a mesma opinião. "É muita noia [a recomendação para todas as gestantes]. O foco ainda é prevenir a picada do mosquito, tem usar repelente, roupas compridas, usar roupas claras, as recomendações clássicas."

Quando o risco de transmissão do vírus é maior, ele recomenda o preservativo. "Todos os vizinhos de uma paciente grávida, que mora no Rio, pegaram zika. Por causa disso, ela se mudou temporariamente para Curitiba. O marido, por questões de trabalho, continuou no Rio. Então, já avisei que tem que usar [o preservativo]."

Para ele, é fundamental reforçar as informações sobre zika entre os obstetras. "Tenho muitos colegas que ainda duvidam que zika provoca microcefalia. O obstetra Thomaz Gollop, professor da USP, também diz que há resistência dos colegas no trato da questão. "Entre os infectologistas e imunologistas, a informação circula mais e eles já estão mais conscientes dos riscos."

Gollop afirma que recomenda que pacientes gestantes usem preservativo como forma de proteção contra o zika, mas a relutância tem sido grande. "Não aceitam, mesmo nas classes A e B. Se o marido propor o uso de preservativo, então, a coisa pega. As mulheres logo desconfiam de traição."


CASOS


Ao todo, os sete países reúnem ao menos 20 casos suspeitos de transmissão sexual do vírus da zika. Todos têm histórico parecido: o parceiro viajou para uma região epidêmica e, quando retornou ao país de origem, acabou infectando a parceira ou o parceiro (há um caso envolvendo um casal gay).

Outra característica em comum é o fato de o zika ter sido encontrado no sêmen dos viajantes. E nenhum outro vetor (mosquito aedes) foi localizado na região onde viviam os casais.

Há também indicações iniciais da presença do vírus da zika em outros fluidos do corpo, como a saliva e a urina, mas não existe comprovação científica de transmissão por esses meios. Já em relação ao sangue, o país investiga pelo menos dois casos.




Ribeirão confirma dengue em 6 a cada 10 casos suspeitos

19/04/2016 - Folha de S.Paulo


Cidade líder no ranking de casos de dengue neste ano em São Paulo, Ribeirão Preto (a 313 km de SP) registra a confirmação da doença em seis de cada dez pessoas que procuraram a rede municipal de saúde.

Segundo o levantamento, os casos se referem aos três primeiros meses deste ano. Ao todo, foram confirmados até março 29.446 casos da doença, para 49.086 pacientes que procuraram unidades de saúde do município.

A cidade já teve duas mortes atribuídas à doença —há outras dez em investigação.




A cidade é sua: Hospital São Luiz oferece atendimento ruim, diz leitor

19/04/2016 - Folha de S.Paulo


O leitor Marcelo Rodrigues Alves reclama de problemas no atendimento da unidade Morumbi do hospital São Luiz, na zona sul. Ele conta que, depois de aguardar durante uma hora e meia no pronto-socorro para receber um remédio e fazer exames, foi informado de que sua ficha havia sido perdida.

O leitor diz ainda que só recebeu a informação porque sua acompanhante foi verificar o motivo da demora. A médica então prescreveu a medicação manualmente.

Depois de aguardar mais um longo tempo pelos exames, ele foi encaminhado para a sala de raio-X errada. “Cada um me passava uma orientação diferente”, afirma.

Resposta: O São Luiz informa que contatou o cliente para esclarecer o problema e a situação foi resolvida.




Déficit de médicos dá multas de R$ 51 mi

19/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Descumprir a regra que determina equipe mínima para assegurar o atendimento nas unidades de saúde geridas por Organizações Sociais (OSs) já causou descontos de R$ 51 milhões nos contratos assinados pela gestão Fernando Haddad (PT) de 2014 até hoje. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o valor das multas é cobrado nos repasses mensais feitos às entidades. Só em janeiro, o corte foi de R$ 13 milhões.

Apesar da punição, o déficit de médicos ainda é alto nos postos de saúde terceirizados. Na Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Castro Alves, na Capela do Socorro, na zona sul, por exemplo, dados oficiais mostram que faltam oito pediatras para cumprir plantões de 12 horas por dia. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Vargem Grande, em Parelheiros, também na zona sul, a procura é por médicos generalistas. O posto tem três profissionais a menos do que o número determinado pela Prefeitura.

A fiscalização sobre o andamento das contratações feitas pelas entidades faz parte do modelo de organização criado pela gestão Haddad em 2013. Os primeiros contratos, já sob as novas regras, foram assinados em outubro do ano seguinte.Segundo a secretaria, há agora instrumentos jurídicos que permitem à Prefeitura maior controle do trabalho das OSs. A médio prazo, a expectativa municipal é de que o número de multas diminua e a qualidade do atendimento aumente.

A pasta afirma que o conceito de equipe mínima fez com que o déficit de médicos em toda a zona sul caísse 58% em cerca de um ano e meio – passou de 96 para 40. As organizações chegam a perder 15% dos repasses na fase inicial do serviço por descumprir a regra.

“Os descontos começam altos quando a OS está assumindo as unidades. Depois isso vai caindo. Quanto mais antigo o contrato, menos buracos temos nas equipes”, afirma a chefe de gabinete da pasta,Mariana Almeida,que classifica o controle atual como “super eficiente”.

Ao ter o repasse descontado, diz ela, a entidade se esforça para concretizar a contratação dos médicos.

O objetivo final é melhorar os índices de realização de consultas e demais serviços médicos.

Levantamento feito pela reportagem em 2013 mostrou que as OSs realizaram naquele ano só 7 de cada dez consultas de especialidades pelas quais foram pagas pela Prefeitura.


META


Especialistas ouvidos pelo Estado, no entanto, discordam da relação direta entre os descontos efetuados pela Prefeitura e a garantia de atendimento à população, principalmente quando se trata da qualidade nos serviços.

“Essas multas aplicadas pela falta de médicos certamente representam um maior controle dos contratos. É um avanço. É preciso investigar se os que não faltam estão dando conta de realizar as metas de consultas e a contento”, diz Oswaldo Tanaka, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Os contratos atuais de gestão preveem outros dois tipos de desconto, ambos relacionados ao cumprimento de metas de atendimento e com qualidade.

Os números de consultas e exames realizados são estudados a cada três meses pela secretaria.

A entidade corre o risco de ser multada caso não consiga cumprir ao menos 85% dos atendimentos previstos.

O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti Fernandes, alerta para a sobrecarga sofrida por médicos que atuam em equipes incompletas. “Para cumprir as metas estabelecidas pela Prefeitura, eles acabam trabalhando além do tempo e sob pressão da chefia”, afirma.

Fernandes defende a padronização dos contratos efetuada pela gestão Haddad, mas ressalta que a padronização não pode ser feita por baixo. “A equipe mínima virou a equipe padrão, é claro. E, na saúde, você não pode trabalhar sempre no limite.

Isso não é bom para ninguém.” Gastos. Tema polêmico nas últimas eleições municipais, a contratação de OSs para gerenciar unidades de saúde foi ampliada ao longo da gestão petista.

Com Haddad, os gastos com repasses às entidades cresceram 35%.Em 2013,quando assumiu a Prefeitura, os repasses eram da ordem de R$ 2,3 bilhões. No ano passado, o número fechou em R$ 3,1 bilhões.




Vacinação de doente crônico tem fila menor

19/04/2016 - O Estado de S.Paulo


A segunda semana de vacinação pública contra o H1N1 em São Paulo teve início com menos filas em unidades de saúde da capital. Ontem, doentes crônicos e mulheres que deram à luz há menos de 45 dias começaram a ter acesso às doses, que já estão sendo distribuídas gratuitamente a gestantes, idosos e crianças de 6 meses a 5 anos incompletos.

Apesar do movimento menor, pacientes com doenças crônicas preferiram tomar a vacina já no primeiro dia de imunização. A secretária Daniella Erica Dias Navarro, de 36 anos, aproveitou o horário de almoço para ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) Mooca 1, na zona leste.

“A semana será curta, por causa do feriado, e resolvi vir logo no primeiro dia.” O zelador Moisés Bastos Teixeira, de 47 anos, é cardíaco e levou um atestado comprovando a doença, na tarde de ontem, à UBS Dr. Oswaldo Marasca Júnior, no Ipiranga, zona sul. Embora a fila estivesse com cerca de 15 pessoas, ele disse que voltaria em outro horário. “Já fiz quatro cirurgias e não posso deixar passar. Quem é cardíaco tem de ficar ligeiro.” Em Santa Cecília, na região central, uma fila só se formou na UBS Dr. Humberto Pascale às 16 horas. Funcionários afirmaram que o movimento foi tranquilo pela manhã. A autônoma Rose de Oliveira, de 40 anos, não tomou a vacina no ano passado, mas resolveu fazer a imunização neste ano. Portadora de diabete, ela levou a filha Raíssa de Oliveira, de 8 anos, para ser vacinada. “Estou tomando por causa dessa doença. Fiquei preocupada. Minha filha tem doença renal crônica e toma todos os anos.” A bancária Sâmia Carla Ávila, de 29 anos, deu à luz no dia 9 de março e conta que buscou o quanto antes a imunização para proteger a filha. “Já tomo há três anos e estou preocupada com a minha filha.

Ela não pode pegar.” Hipertensa e com problemas respiratórios, a cabeleireira Rosangela Marinho Qbar, de 39 anos, não levou atestado nem receita de medicamento de uso contínuo e não se vacinou. “Amanhã (hoje), passo na médica e pego a receita.” Na zona norte, no fim da tarde, a UBS Vila Barbosa e a Assistência Médica Ambulatorial(AMA) Vila Palmeiras também não registravam longas filas.




O peso da saúde

19/04/2016 - Correio Braziliense


O colapso nos serviços públicos de saúde tem sido, parcialmente, atenuado pelos planos privados, ainda que procedimentos de média e alta complexidade sejam à conta do Sistema Único de Saúde. Mas as entidades de autogestão, com 5,3 milhões de associados em todo o país, começam a se curvar ante o impacto da crise econômica, que encareceu os serviços e os produtos médicos, principalmente equipamentos importados, balizados pelo dólar, que disparou nos últimos meses. Os valores ficaram bem acima da inflação oficial de 2015: 10,6%. Os insumos médicos tiveram correção de 20%.

Enquanto os custos sobem, as operadoras do planos de saúde vêm minguar a arrecadação. Em 2015, as contribuições caíram para R$ 12,25 bilhões contra R$ 14,81 bilhões em 2014. Para reduzir as perdas, uma das maiores administradoras e a principal dos servidores públicos federais, a Geap Autogestão em Saúde aplicou reajuste de 37,55%, em 2015, mais do que o dobro da correção do ano anterior, 14,62%. As aplicações financeiras já não asseguram rentabilidade do passado.

Mais: em alguns casos, o desemprego e os reajustes salariais dos inativos por percentuais inferiores à inflação têm levado à desistência ou ampliado o nível de inadimplência dos associados, pressionados pela elevação do custo de vida, incluídas aí as altas dos medicamentos que corroem o orçamento familiar, sobretudo, a renda dos idosos que vivem de aposentadoria ou pensão. À medida que o número de beneficiários cai, o rateio dos custos implica aumento dos valores cobrados dos associados.

A Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar (Abrapp) aponta quatro opções para vencer a dificuldade: 1) aprofundar o conhecimento sobre a massa dos usuários; 2) fazer estudos epidemiológicos para mapear as condições de saúde dos usuários; 3) identificar fatores de risco inerentes a essas condições de saúde; 4) prevenção de doenças para reduzir os riscos futuros.

Como tendências, a Abrap prevê o aumento do valor da coparticipação; a atração de beneficiários mais jovens, o que compensaria os gastos crescentes com os idosos. As propostas de superação são restritivas, pois poderiam inspirar, como ocorre na iniciativa privada, a imposição de obstáculos à associação de interessados, o que ocorre com frequência ante a elevação do valor mensal a ser pago.

Para os mais idosos, as aposentadorias foram depreciadas a tal ponto que os planos de saúde têm valores proibitivos. Entre os mais jovens, sobretudo as mulheres em idade de procriação, a elevação das contribuições mensais têm peso expressivo no orçamento individual e familiar. Essa pressão inibe a participação ou a expulsão desses segmentos nos planos de saúde.

Embora a assistência médico-hospitalar complementar seja importante para garantir o acesso à saúde, premente é rever o sistema público. O sucateamento da rede impõe ao Estado o reaparelhamento das unidades, com equipamentos, material e pessoal em qualidade e quantidade suficientes para dar conta da demanda. Trata-se de obrigação constitucional, e não favor, para garantir saúde de qualidade a todos os brasileiros.




2009, o ano do colapso mundial

19/04/2016 - Correio Braziliense


A primeira pandemia do século 21 começou em abril de 2009, com o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o aparecimento de casos de gripe H1N1 nos Estados Unidos e no México. Semanas depois, durante a tarde de 7 de maio, o Ministério da Saúde confirmou quatro casos no país. Naquele ano, a capital federal registrou 10 mortes e 668 pessoas ficaram doentes. A taxa de mortalidade chegava a 39%, e gestantes e obesos eram os casos mais agudos.

Cerca de 330 mil estudantes tiveram aulas suspensas. O Executivo local traçou, à época, o cenário mais pessimista possível — entre 400 mil e 800 mil pessoas teriam tido contato com a nova gripe. A recomendação do governo era de que pacientes com gripe ficassem isolados por sete dias. Em órgãos públicos, supermercados, shoppings, lojas — e até mesmo para sair nas ruas —, o brasiliense passou a usar máscaras.

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) se tornou referência no tratamento. A Secretaria de Saúde decretou um pacote para conter o caos. Houve a contratação provisória de 400 médicos, e o Tamiflu, medicamento para combater o vírus, passou a ser distribuído pelo Corpo de Bombeiros.

Apesar de ter sido um ano traumático, o especialista em doenças infectocontagiosas Eduardo Espíndola acredita que aquele 2009 serviu para aprimorar técnicas de monitoramento e de prevenção. “Como a situação tomou proporções inimagináveis, os serviços desenvolveram mecanismos para acompanharem em tempo real a pandemia e também capacidade de reação”, avalia.

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