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CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 14/04/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

Dilma sanciona, sem vetos, ‘pílula do câncer’

14/04/2016 - Estado de S.Paulo


A presidente Dilma Rousseff sancionou, sem vetos, a lei que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna.

O produto, que ficou conhecido como "pílula do câncer", poderá ser usado pelos pacientes, "porlivre escolha", desde que tenham laudo médico que comprove o diagnóstico e assinatura de termo de consentimento e responsabilidade dos próprios pacientes ou de seus representantes legais. O texto está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 14.

A decisão de sancionar a íntegra do texto que passou, em votação relâmpago, pelo Congresso em março traz um caráter político e não técnico ao ato de Dilma. Segundo o Estado informou na terça­feira, 12, a Casa Civil recomendou à presidente liberar o uso da fosfoetanolamina sintética antes do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na tentativa de evitar qualquer ameaça de desgaste, e de perda de votos, às vésperas da votação do impeachment.

A sanção, portanto, não levou em consideração pareceres técnicos preparados pelos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Saúde, Ciência, Tecnologia e Inovação e também pela Anvisa e Advocacia­Geral da União. Todos sugeriam que a presidente vetasse integralmente o projeto. O principal argumento desses pareceres é que o composto poderia representar uma ameaça à saúde dos pacientes, abalar a imagem do controle sanitário do Brasil e, consequentemente, a imagem de produtos vendidos.

De acordo com a lei, a opção pelo uso voluntário da fosfoetanolamina sintética não exclui o direito de acesso do paciente a outras modalidades terapêuticas. O texto também define como de "relevância pública" o uso do produto.

A lei permite a produção, manufatura, importação, distribuição, prescrição, dispensação, posse ou uso da fosfoetanolamina sintética, independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca dessa substância.

Além disso, "a produção, manufatura, importação, distribuição, prescrição e dispensação da fosfoetanolamina sintética somente são permitidas para agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente".




Processo de registro de medicamentos poderá se tornar mais ágil

13/04/2016 - Portal Senado


Agilizar e tornar mais transparentes os processos de registro de medicamentos é o objetivo de projeto aprovado nesta quarta-feira (13) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A proposta, que será submetida a turno suplementar de votação na próxima semana, também obriga a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a informar as empresas interessadas sobre a tramitação do processo.

Segundo o autor do PLS 727/2015, senador José Serra (PSDB-SP), a Lei 6.360/1976, que trata da questão, está ultrapassada e desmoralizada. Apesar do prazo atual de 90 dias, segundo o parlamentar, um medicamento novo demora, em média, 500 dias e um genérico, mil dias, para serem registrados pela Anvisa.

O projeto de Serra mantém os atuais 90 dias de prazo apenas para o registro de remédios “urgentes”, mas os medicamentos classificados como “prioritários” teriam 180 dias e os demais, os chamados medicamentos gerais, 360 dias.

O relator, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), defendeu a aprovação do projeto. Para ele, as novas regras propostas "têm potencial para combater os atrasos nesse processo e aumentar a transparência das decisões da Agência, beneficiando a saúde pública e todos os brasileiros".


DESEMPENHO DA ANVISA


A proposta de José Serra também altera a Lei 9.782/1999, com o objetivo de melhorar o desempenho da Anvisa. Entre outras medidas, o texto estabelece que, em caso de descumprimento injustificado das metas e obrigações pactuadas pela agência, por dois anos consecutivos, os membros da diretoria colegiada serão exonerados, mediante solicitação do ministro da Saúde. O texto atual da lei prevê a exoneração apenas do diretor-presidente da Anvisa.


EMENDA


Waldemir Moka acatou emenda da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que propõe outras alterações na Lei 9.782/1999. A emenda estabelece prazos para a apresentação de recursos pelas empresas e para a deliberação da Anvisa sobre os recursos.

A mesma emenda exige que a edição de normas sobre matérias de competência da Anvisa seja acompanhada, sempre que possível, de estudos de impacto econômico e técnico no setor regulado e de impacto na saúde pública. A exigência é dispensada nos casos de grave risco à saúde pública.

A agilização dos processos de liberação de remédios foi discutida em audiência pública promovida em março pela CAS. A redução dos prazos para registro de medicamentos é uma cobrança da indústria farmacêutica e um desafio para a Anvisa e o Ministério da Saúde.

Se for aprovado no turno suplementar, o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.




Bimestre depressivo para a indústria

14/04/2016 - O Estado de S.Paulo / Site


Entre os primeiros bimestres de 2015 e de 2016, a produção industrial caiu 14,2% em São Paulo, 15,2% em Minas Gerais, 22,5% no Espírito Santo e 28% em Pernambuco e no Amazonas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesses Estados, que representam cerca de 40% da produção industrial do País, a queda superou a média brasileira (11,8%). As agruras da indústria também foram expressivas em fevereiro, com queda de 2,5% em relação a janeiro e de 9,8% comparativamente a fevereiro do ano passado.

Entre 15 Estados pesquisados, 12 mostraram recuo na comparação entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016 e entre os primeiros bimestres dos dois anos. Quedas superiores a 10% foram frequentes, mas os números mostram a deterioração dos indicadores. No acumulado de 12 meses até fevereiro, por exemplo, em cinco Estados a queda superou 10% (Amazonas, Ceará, Pernambuco, São Paulo e Rio Grandes do Sul), enquanto na comparação entre os primeiros bimestres dos dois anos a queda atingiu dois dígitos em seis Estados (Amazonas, Ceará, Pernambuco, Minas, São Paulo e Paraná).

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) chamou a atenção para o recuo generalizado do setor secundário, com destaque para a indústria paulista. Esta, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) relativa a 2014, pesa cerca de 21% na indústria nacional.

Em São Paulo, segundo o Iedi, houve queda em 64% dos setores industriais e em Minas, em 77% deles. Os piores números foram registrados em veículos automotores e máquinas e equipamentos, repercutindo em produtos de metal, borracha e plástico e minerais não metálicos. Outra determinante da queda é a postergação das decisões de investimento, em especial em equipamentos de transporte como tratores para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias.

Os recuos também foram substanciais em bens intermediários e de consumo, tanto duráveis quanto não duráveis, inclusive medicamentos. A alta real de preços de medicamentos (em parte, via redução dos descontos para remédios de uso contínuo) deverá provocar novos impactos negativos na produção do setor.

A indústria ilustra a gravidade da crise. Mesmo que a inflação ceda, a correção de rendas do INSS e de salários parece insuficiente para que os consumidores recuperem poder aquisitivo e retomem as compras.

 

 

 
 

Como semear a inovação

14/04/2016 - Valor Econômico


Nos últimos meses de 2015, quando ainda estava em busca de votos, o presidente eleito de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, escolheu como símbolo de sua campanha a também lusitana Maria Pereira, de 30 anos de idade, considerada pelo Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, um dos 35 pesquisadores com menos de 35 anos mais inovadores em 2014. A pesquisadora desenvolveu uma supercola biológica que pode revolucionar cirurgias cardíacas em recém-nascidos, ao substituir os pontos e adaptar-se ao organismo conforme a criança cresce.

Ao vincular a imagem da pesquisadora à sua, Rebelo de Sousa quis mostrar a seus compatriotas a importância para o desenvolvimento quando o país investe de forma decisiva em educação e ciência. Decerto, o novo presidente português não venceu o pleito apenas pelo exemplo de Maria Pereira. No entanto, sua escolha aquilata o papel da inovação não somente para os europeus, e sim para qualquer nação interessada em proporcionar um futuro melhor a seus conterrâneos.

No Brasil, o entusiasmo com a inovação parece estar em caminho oposto. Em que pesem os esforços de empresas e instituições dedicadas a promover as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), os indicadores internacionais que medem a evolução dos países nessa área têm classificado o Brasil em posições ano a ano piores.

Um dos mais respeitados é o Índice Global de Inovação, organizado pela Universidade Cornell, de Nova York, nos Estados Unidos, pela Insead, escola francesa de pós-graduação em negócios, e pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Wipo, na sigla em inglês). Esse estudo mostra os mercados que mais se destacaram na promoção de um ambiente favorável à inovação.

Na edição de 2015, o Brasil ficou na 70ª colocação, numa amostra de 141 países. Isso representou uma queda de nove posições em relação ao ranking de 2014. A pesquisa analisou indicadores relacionados à inovação, política, economia e a outros fatores importantes para o desenvolvimento de novas tecnologias e serviços.

Nas primeiras colocações do ranking, ocupadas por países desenvolvidos, praticamente não houve mudança. No primeiro lugar, ficou a Suíça (também primeira em 2014). Em segundo aparece o Reino Unido (mesma posição de 2014). Em terceiro, a Suécia (tal qual em 2014). No quarto lugar, a Holanda (quinta em 2014). E na quinta posição figuram os Estados Unidos (sexto colocado em 2014).

O estudo também perscrutou os países pelo índice de eficiência, destacando os que promoveram um ambiente em prol da inovação com menos recursos, bem como os que apresentam potencial inovativo e não conseguiram desenvolvê-lo com sucesso. Nesse índice de eficiência, o Brasil ficou na 99ª colocação.

Moçambique, bem mais pobre que o Brasil, subiu doze posições - foi da 107ª posição em 2014 para a 95ª no ranking geral -, registrou melhorias nas áreas de capital humano, sofisticação econômica e produção de tecnologia do conhecimento.

O Brasil também continua perdendo terreno em inovação em relação a outros países em outro índice recém-divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, como registrou o Valor em sua edição de 17 de março último. O número de demandas brasileiras de patentes internacionais caiu 5,7% no ano passado, para 547. O declínio acumulado nessas demandas em dois anos chega a 16,74%, com menos empresas investindo em inovação.

Em comparação, o México aumentou em 12,7% os pedidos de patentes em 2015, depois de alta de 21,9% no ano anterior. "As cifras sobre demandas de patentes são um bom indicador da atividade e da geografia da inovação"', declarou Francis Garry, diretor-geral da Wipo. A situação brasileira vai na contramão da tendência mundial. A Wipo nota que 2015 foi marcado por um forte aumento do número de demandas de patentes em escala global, com alta de 1,7%. No caso brasileiro, o setor que mais pediu registro de patentes foi o de tecnologias médicas, com 7,3% do total, segundo a entidade. Os Estados Unidos mantêm a liderança, com 44.235 pedidos de registro de patentes. Mas o aumento global no período ocorreu principalmente por causa da China, que atingiu 29.846 novos pedidos.

Outro levantamento feito pela consultoria Strategy& (antiga Booz & Company) leva em consideração os gastos com P&D das mil maiores empresas de capital aberto do mundo. A edição de 2015, organizada com informações de balanços de 2014, constata que o Brasil perdeu duas empresas na lista das companhias que mais inovam no mundo, voltando a ter apenas seis representantes. Essas aplicaram, em conjunto, US$ 2,3 bilhões em P&D em 2014, uma queda de 13,5% em relação a 2013.

As perspectivas apontam tempos de desafio. Premido pela necessidade de recursos, o governo federal suspendeu uma série de incentivos tributários na medida provisória que instituiu o ajuste fiscal no fim do ano passado e entrou em vigor no começo deste. Entre eles, os incluídos na chamada Lei do Bem, que permitia que investimentos aplicados em P&D e inovação fossem deduzidos de uma série de impostos.

Mais do que perder posições em rankings de inovação, com tais recuos o país reduz suas chances de superar as dificuldades econômicas. Como escreveu recentemente o economista Cláudio de Moura Castro: "A ciência é uma planta frágil. Não pega de galho nem de sementes lançadas a esmo. Requer muito desvelo para prosperar e voltas frequentes às grandes matrizes produtivas, de onde brotam as ideias mais férteis".




Cérebro eletrônico

14/04/2016 - O Globo


Implante de chip no cérebro faz com que tetraplégico recupere os movimentos da mão. Seis anos atrás, o americano Ian Burkhart comemorava o fim de seu primeiro ano da universidade com um passeio de férias em uma praia na Carolina do Norte. Ao tentar pegar uma onda, o jovem bateu a cabeça no fundo de areia. A força do impacto quebrou o seu pescoço e o fez ficar tetraplégico. Burkhart, agora com 24 anos, é personagem de um estudo inédito. Um implante desenvolvido por instituições lideradas pela Universidade Estadual de Ohio fez dele a primeira pessoa completamente paralisada do pescoço pra baixo a realizar movimentos usando apenas seus próprios pensamentos. O dispositivo, chamado NeuroLife, permitiu que Burkhart recuperasse algum controle de suas mãos, dedos e pulsos — o suficiente para pegar uma garrafa e despejar seu conteúdo, tocar guitarra no jogo de videogame “Guitar Hero” ou passar um cartão de crédito.

Dois meses após o implante do chip, Burkhart realizou os seus primeiros movimentos, mas eram limitados porque os músculos, que não eram usados há muito tempo, ainda estavam enfraquecidos. Desde então, o paciente passa por sessões semanais de reabilitação, ampliando o número de ações possíveis.

— Ian já aprendeu a mover separadamente cada um dos dedos, o que excedeu as nossas expectativas — revela Chad Bouton, coautor do estudo sobre o NeuroLife, publicado esta semana na revista “Nature” e diretor de Neurotecnologia do Instituto Feinstein de Pesquisa Médica. — Além disso, ele agora consegue fazer movimentos mais sofisticados, usando o ombro e o movimento da mão para agarrar e deslocar objetivos sem deixá-los cair, o que muitas vezes ocorria no começo do estudo. Sabe fazer apertos de mão mais firmes ou leves, dependendo do que pretende manusear. É possível controlar este processo usando apenas o pensamento.


SINAIS DECIFRADOS


O estudo começou em 2014, quando Burkhart concordou em participar da pesquisa da Universidade Estadual de Ohio. Médicos fizeram o implante de um chip do tamanho de uma ervilha no cérebro do jovem. Este equipamento transmite os pensamentos do paciente para um computador, que decodifica as informações e envia os comandos do cérebro para uma série de pulseiras que estimulam eletricamente os músculos do braço.

— A operação durou três horas, e demoramos uma hora e meia usando ressonância magnética para isolar a parte do cérebro que controla os movimentos da mão no córtex motor — revela Ali Rezai, diretor do Centro de Neuromodulação da universidade e coautor do estudo. — Nos primeiros momentos em que usou o dispositivo, Ian conseguia apenas apertar a mão, mas agora ele pode realizar movimentos com cada dedo com 70% de precisão. E esta performance melhora a cada dia.

A equipe precisou de alguns meses para dominar o dispositivo e fazer com que o computador decodificasse os pensamentos de Burkhart. Com a repetição, o sinal se tornou mais claro ao longo do tempo, o que permitiu movimentos mais suaves e rápidos.

Os avanços tecnológicos que proporcionaram a criação do dispositivo neural também foram destacados por Bouton:

— Durante a última década, aprendemos como decifrar sinais do cérebro em pacientes que são completamente paralisados e agora, pela primeira vez, estes pensamentos estão sendo transformados em ações. Neste estudo, observamos os músculos da mão — explica. — As áreas do cérebro responsáveis pelo movimento estão intactas, mas os sinais chegam a uma medula espinhal lesada, e por isso são completamente bloqueados e impedidos de alcançar os músculos.


PROJETO EM ESTÁGIO INICIAL


Bouton lembra que há cerca de 100 bilhões de neurônios no cérebro e, por enquanto, sua equipe domina apenas “um punhado”. Sua meta é desenvolver um sistema para que o jovem não fique coberto dos cabos que ligam as pulseiras de seu braço ao computador e ao chip de seu cérebro. Também quer que o software aprenda a reconhecer outras atividades cerebrais ligadas ao movimento. Este passo contribuiria para aumentar a autonomia dos pacientes e o exercício de atividades diárias.

Em busca de procedimentos menos invasivos, os pesquisadores planejam desenvolver eletrodos externos que controlem outros membros, e outros que poderiam ser conectados a roupas. A tecnologia usada hoje por Burkhart também ajudaria pacientes que sofreram derrames ou traumatismo craniano a se tornarem mais independentes.

— É difícil prever quanto tempo vamos demorar para que esta tecnologia esteja desenvolvida a ponto de torná-la disponível no mercado ou em casa. Acredito que vamos precisar, no mínimo, de cinco a dez anos — estima. — Conversamos sempre com Ian sobre que tipos de movimento e tarefas ele gostaria de tentar. Ele é uma parte importante de nossa equipe e sempre traz grandes ideias sobre quais devem ser nossos novos passos.

Burkhart é o primeiro dos cinco participantes que passarão pelo estudo clínico. O estudo do próximo paciente ocorrerá no segundo semestre.

— Para mim, estar em uma cadeira de rodas e ser incapaz de andar não é o pior — conta Burkhart. — O pior é a perda de independência, o fato de precisar de outras pessoas. Por enquanto, estamos na fase clínica, mas um dia este sistema poderá ser usado fora do hospital, em casa, no exterior, e poderá realmente melhorar a minha qualidade de vida.

A equipe de Bouton trabalha há mais de 25 anos na tradução do pensamento em ação através de softwares. Estudos anteriores mostraram que seria possível, sem sequer piscar, escrever em uma tela, ou mover um robô em forma de braço articulado para beber café, tarefa realizada em 2012 por uma mulher que ficou tetraplégica após um acidente vascular cerebral. Dois anos depois, outro trabalho mostrou como um macaco podia, através do pensamento transmitido a eletrodos, mexer o braço de um outro primata temporariamente paralisado por anestesia.




Na contramão, Prevent Senior fatura e lucra.

14/04/2016 - Valor Econômico


Apesar de a maioria dos seus clientes terem idade entre 60 e 79 anos - faixa etária que afugenta as operadoras e seguradoras de planos de saúde - a Prevent Senior fechou o ano passado com aumento de 76% no lucro líquido que chegou a quase R$ 100 milhões. A receita de R$ 1,5 bilhão cresceu 38% em 2015.

Fundada há 20 anos pelos irmãos Eduardo e Fernando Parrillo, a Prevent Senior vai na contramão do que prega o setor de saúde em vários pontos. Além de atender apenas pessoas com mais de 49 anos, todos os planos são individuais - modalidade escassa no mercado porque as operadoras alegam que o reajuste regulado pelo governo torna o produto inviável. A Prevent Senior conta com 320 mil usuários. A maior parcela, de quase 65%, é do público com idade entre 60 e 79 anos e os outros 19% estão na faixa etária acima, que chega a 99 anos. Há ainda 230 pessoas com mais de 100 anos de idade.

Apesar dos riscos aparentes da carteira, os convênios médicos da Prevent Senior são comercializados numa faixa de preço (de R$ 462 a R$ 879,48) inferior ao praticado no mercado. Outro ponto que chama atenção é o índice de reclamações de usuários na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abaixo da média do setor.

O desempenho da Prevent Senior é resultado de uma combinação de fatores: rede própria, rigoroso acompanhamento do paciente, plataformas com indicadores de atendimento médico e processos administrativos, operação centralizada apenas em São Paulo e experiência com um público específico.

Mais da metade dos atendimentos são realizados na rede própria. Cerca de 95% dos procedimentos médicos de alta complexidade acontecem num dos sete hospitais Sancta Maggiore do grupo; 60% das consultas médicas e 80% dos exames são realizados em clínicas e laboratórios próprios. Neste ano, a Prevent Senior pretende investir R$ 140 milhões na construção de dois hospitais, quatro pronto-atendimentos e 15 unidades de clínicas e laboratórios. Cerca de R$ 70 milhões são para obras e o restante em equipamentos médicos.

Questionado sobre os investimentos no atual cenário econômico e político, Parrillo explicou que desacelorou o andamento do projeto de expansão. "Estamos segurando os investimentos, esperando para ver o que vai acontecer no cenário econômico-político. O país está parado. Defendo que qualquer governo que venha assumir seja menos político e mais técnico", disse. Parrillo defende que as posições estratégicas em governos sejam ocupadas por pessoas com conhecimento técnico e não indicações políticas.

Sobre o setor de saúde, Parrillo joga por terra alguns conceitos considerados tendência. Ele pontua, por exemplo, que uma rede verticalizada por si só não reduz custos como se imagina. "O que faz o custo ser menor é acompanhar todo o processo, desde o pré até o pós-operatório. Uma cirurgia isolada realizada num hospital nosso não tem custo inferior em relação a um hospital de referência", disse o executivo. Para controlar esses processos, o grupo conta com 120 'guardiões' - denominação dada a um grupo de funcionários escolhidos a dedo, entre médicos e gestores, que são treinados para serem os responsáveis por determinadas áreas e processos. Um exemplo: o tempo máximo de espera no pronto-socorro não pode ser superior a 45 minutos. Há um guardião do PS que precisa garantir esse tempo.

A ideia dos guardiões é de Eduardo, o médico geriatra que ganhou o status de "guardião dos guardiões". "São esses guardiões é que cuidam de todo o processo que tanto prezamos. Essa figura pode ser um cardiologista renomado, mas que se houver algum problema, se for preciso, ele vai para o plantão da cardiologia. Isso cria mais engajamento", diz Fernando.

"Acredito que esse desempenho é resultado de uma forte gestão da saúde do seu público e não do tratamento da doença como ainda faz o setor. Com isso, há maior controle da sinistraliadde. É preciso alargar a mente", disse Afonso José de Matos, presidente da Planisa, consultoria especializada em saúde. A taxa de sinistralidade, que mede a diferença entre receita e custos médicos, na Prevent Senior foi de 68,6% - patamar bem inferior quando comparado a de outros operadoras que chega a ser superior a 80%.

Mas não é só isso. Parrillo também vai na contramão do setor e conta que descartou a figura do médico de família - apontado como tendência no setor de saúde. "Pelo menos para o meu público, não funciona. Há três anos abandonamos essa figura porque não se mostrou efetivo. Nosso paciente quer um médico especialista para resolver o problema", diz o executivo.

A família Parrillo tem a totalidade da Prevent Senior, que é comandada por Fernando e seu irmão Eduardo, que é médico geriatra. Com 47 anos, Fernando ainda não é tem um plano de saúde do negócio que fundou. Seu irmão Eduardo, de 50, já é "cliente" da Prevent.

Além de fundadores da Prevent Senior, ambos são músicos e lideram uma banda de rock chamada Doctor Pheabes - a música é um hobby iniciado antes mesmo da criação da Prevent Senior há 20 anos. Mas a banda não é só um hobby de fim de semana. A Doctor Pheabes participou da abertura dos shows dos ingleses Rolling Stones no Maracanã, no Rio, e Beira Rio, em Porto Alegre, realizados no mês passado no Brasil.

A banda também está sempre em outros festivais de música, seja como a empresa médica responsável pelo evento ou como patrocinadora, como foi o caso dos Rolling Stones. "Os Rolling Stones têm muita a ver com a nossa empresa. São músicos com mais de 70 anos com muita energia, vitalidade, não são idosos. Vivemos uma transformação, uma mudança de comportamento. Hoje, não dá para dizer que uma pessoa com 65 anos é idosa", conta Fernando. Os integrantes da banda inglesa têm entre 68 e 72 anos de idade.

Os irmãos Parrillo dividem seu tempo entre a saúde e a música. O estúdio da banda fica na sede da Prevent Senior. No dia da visita da reportagem do Valor, Eduardo, com sua barba longa e jeans, dedilhava um piano de 1910 restaurado há pouco.




Maior número de ejaculações está ligado a menor risco de câncer

14/04/2016 - Folha de S.Paulo


Homens que ejaculam pelo menos 21 vezes por mês têm um risco 20% menor de desenvolver câncer de próstata,revela estudo publicado no site da revista científica “European Urology”.

O trabalho seguiu quase 32 mil homens por 18 anos (de 1992 a 2010). A idade média era de 59 anos.

No período, 3.839 homens foram diagnosticados com câncer de próstata, sendo que 384 dos casos foram fatais.

Em um questionário preenchido em 1992, os homens relataram a sua frequência média de ejaculação em diferentes períodos da vida: entre 20 e 29 anos, entre 40 e 49 anos, e no ano anterior à pesquisa.

“Esse grande estudo prospectivo fornece uma evidência forte do papel benéfico da ejaculação na prevenção do câncer de próstata”, escrevem os autores do artigo, liderados por Jennifer Rider, epidemiologista de câncer na Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

Segundo Rider, todas as variáveis foram controladas e, ainda assim, o risco relativo para câncer de próstata foi um quinto menor em homens que ejaculavam ao menos 21 vezes por mês em relação àqueles que o faziam entre quatro a sete vezes por mês.

Rider observa, porém, que embora a maior redução do risco de câncer tenha sido associada a uma maior frequência de ejaculação, homens que reportaram um número menor(entre 13 e 20 vezes por mês na faixa etária de 40 a 49 anos) também tiveram uma diminuição de 20%das chances de desenvolver o tumor de próstata.

Entre os que relataram de oito a 12 ejaculações por mês, a redução do risco foi de 10%.

“Não devemos enfatizar o número exato de ejaculações, mas o fato que uma atividade sexual segura é benéfica para a saúde da próstata.” No entanto, Janet Stanford, pesquisadora de câncer de próstata no Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson (Seattle),vê os resultados com cautela por se tratar de estudo observacional.

“Associação não significa causalidade. É preciso cuidado na interpretação.” O estudo não encontrou relação entre maior frequência de ejaculação e menor risco de tumor mais avançado ou de morte.




Grupo pioneiro não tem recursos para continuar pesquisa

14/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Responsável pela identificação do vírus no líquido amniótico de dois bebês com microcefalia, a especialista em medicina fetal de Campina Grande Adriana Melo disse não estar surpresa com a constatação feita pelo CDC. “Dizemos isso desde novembro. Nosso estudo foi publicado em janeiro numa revista científica”, observou. “O que me surpreende é que o grupo pioneiro nessa investigação não tem recursos para continuar suas pesquisas”, lamentou Adriana, que preside o Instituto de Pesquisa Joaquim Amorim Neto, de Campina Grande.

Já para a neuropediatra do Hospital Barão de Lucena Vanessa Van der Linden, a notícia trará avanços na prevenção de novos casos. “Por mais que medidas já tivessem sido adotadas, ainda havia uma nuvem em torno da exata relação entre zika e microcefalia”, disse. “O foco agora estará na descoberta de soluções.” Pernambuco foi o primeiro Estado a identificar um aumento expressivo dos nascimentos de bebês com a má-formação. A descoberta teve como ponto de partida uma conversa entre Vanessa e a mãe, Ana, também neuropediatra do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira. Em outubro, a mãe comentou com a filha que, em um mesmo dia, havia atendido sete casos da má-formação, até então rara. Vanessa, por sua vez, havia recebido cinco casos.

Diante da constatação, ligaram para outra colega, Adélia de Souza, que relatou também um aumento anormal de atendimentos. A partir daí, uma rede se formou e em pouco tempo, 40 casos foram reunidos.


PARADIGMA


Partiu então do professor Carlos Brito, da Universidade Federal de Pernambuco e colaborador da Fundação Oswaldo Cruz, a associação entre zika e aumento de casos de microcefalia. “Para mim, essa era a hipótese mais plausível.

Além disso, os casos se espalharam em partes do Estado onde havia circulação do zika. Não havia como ser outro fator.” Brito disse considerar justificável a cautela apresentada por entidades científicas para fazer a associação. “Era uma quebra de paradigma, um vírus transmitido por mosquito provocando má-formação nos bebês.” O zika, até então, era considerado inofensivo, um “primo” leve da dengue. “Algumas pessoas chegaram a dizer que o problema era provocado por sub notificação, que a microcefalia sempre esteve aí, mas era pouco diagnosticada. Outros atribuíam a agrotóxicos ou a reações a imunizantes. Para mim, isso somente retardou todo processo. Uma confusão desnecessária”, completou Brito.




Depressão custa mais de US$ 1 trilhão ao ano para economia global

14/04/2016 - DCI


Os gastos com casos de depressão em todo o mundo já somam US$ 1 trilhão ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Além dos custos com medicação, os gastos sobem em função do afastamento da pessoa do ambiente de trabalho.

Para tratar esse tipo de doença, a perspectiva da organização é que os gastos cheguem a US$ 147 bilhões entre 2016 e 2030 com ações medicamentosas e terapia.

O retorno do tratamento, porém, é positivo. A análise aponta que para cada US$ 1 investido em tratamento de saúde mental, o retorno chega a US$ 4. "Isso representa aumento de 5% da participação na força de trabalho e na produtividade mundial, que está avaliada em quase US$ 400 bilhões, enquanto o retorno gerado por benefícios para a saúde seria de US$ 310 bilhões", detalhava o estudo.

Apesar da perspectiva positiva, a OMS sinaliza que o investimento em tratamento para depressão é apenas 3% do total investido em saúde. Atualmente, cerca de 615 milhões de pessoas sofrem com depressão e ansiedade no mundo, 50% mais do que o visto em 1990.

 
 

Agência de saúde dos EUA confirma que vírus da zika causa microcefalia

14/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Depois de fazer uma detalhada revisão de estudos recentes que têm mostrado crescentes evidências da associação entre o vírus e as más-formações, os cientistas do CDC afirmaram que “não há dúvidas de que o zika causa a microcefalia”. “Esse estudo marca um ponto de virada na epidemia de zika. Agora está claro que o vírus causa microcefalia”, disse o diretor do CDC, Tom Frieden, em comunicado à imprensa.

“Nós também estamos lançando mais estudos para determinar se as crianças com microcefalia nascidas de mães infectadas com o vírus zika são apenas a ponta do iceberg de uma série de outros danos ao cérebro e problemas de desenvolvimento”, afirmou Frieden.

A suspeita surgiu, no fim do ano passado, quando o Estado antecipou a decisão do governo federal de decretar emergência nacional, no dia 11 de novembro. No dia 28, estudo revelado pelo Estado confirmou a relação ao detectar o zika em um bebê do Ceará que nasceu com microcefalia.


SEM DÚVIDA


Coordenador da Rede Zika - uma força-tarefa criada por cientistas paulistas para combater a epidemia do vírus transmitido pelo Aedes aegypti -, o pesquisador Paolo Zanotto, da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que, para pesquisadores envolvidos com estudos sobre o vírus, já não havia mais dúvidas sobre a relação causal com a microcefalia.

“O CDC se baseou em uma série de estudos que já foram publicados ou estão em vias de publicação. Há uma grande massa de evidências comprovando que a relação entre o vírus e a microcefalia está muito bem estabelecida. É muito saudável que o CDC a tenha endossado”, disse Zanotto ao Estado.

Segundo Zanotto, o relatório da agência facilitará a resposta das autoridades de saúde dos Estados Unidos a uma iminente epidemia de zika. “Os americanos estão em uma situação de pré-surto, com uma pressão muito grande nas fronteiras, já que há muitos casos de zika em países do Caribe e da América Central. Ao dissipar qualquer dúvida sobre a relação causal, o CDC vai justificar investimentos para tomar medidas necessárias, conseguindo apoio popular, jurídico e legislativo.”

Para o professor de Virologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) Maurício Lacerda Nogueira, a divulgação feita pelo CDC é importante para esclarecer a população sobre a relação entre o vírus e a má-formação, reduzindo a disseminação de boatos. “Isso coloca um ponto final nas teorias conspiratórias, porque é uma relação que existe e é um fenômeno que está acontecendo há seis meses”, disse.

Segundo Nogueira, o relatório mostrou que houve uma resposta rápida da ciência brasileira, que já “estava na faixa de certeza de 99,9%” sobre a relação, com base em estudos que descobriram o vírus em crianças e no líquido amniótico.

O professor disse também que há questões relevantes que precisam ser respondidas. “Faltam dados epidemiológicos importantes. Precisamos saber o fator de risco, quais são os outros potenciais cofatores e, o mais importante, quantas mulheres com zika terão o bebê com microcefalia”, afirmou.


CRITÉRIOS


O relatório do CDC destaca que não houve uma prova única de que a infecção por zika causa a microcefalia. Foi possível, porém, estabelecer a conexão com base nos chamados “critérios de Shepard”, um conjunto de sete regras - criado em 1994 pelo pediatra Thomas Shepard - que diz se um determinado fator está causando defeitos congênitos.

O primeiro critério determina que a exposição ao agente causador deve acontecer em momento crítico do desenvolvimento fetal - o que foi atestado pelo grande número de mulheres que contraíram zika e tiveram filhos com má-formação. O segundo critério exige que pelo menos dois estudos epidemiológicos de alta qualidade apoiem a associação - e foi confirmado com a contribuição de estudos brasileiros.

O terceiro e o quarto critérios foram preenchidos: um claro delineamento de casos clínicos com um defeito congênito específico e uma associação entre uma exposição rara e um defeito congênito raro. Como os outros três critérios restantes não são considerados essenciais, a relação entre vírus e microcefalia foi considerada confirmada.

‘Faltava a formalização’, diz governo

O diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, não tinha dúvidas de que em breve a relação entre zika e microcefalia seria reconhecida. Para ele, o sinal de que a confirmação não tardaria partiu da própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Em março, a diretoria do organismo internacional já havia indicado um consenso sobre a associação, que começou a ser feita no Brasil em outubro, depois de identificado o espantoso aumento de nascimento de bebês com a má-formação.

“Faltava a formalização. As recomendações dos EUA, por exemplo, para que gestantes evitassem viajar para locais com transmissão de zika, já demonstravam que o risco era considerado plausível”, observou.

Maierovitch considera que estudos conduzidos no Brasil em parceria com o CDC ajudaram a reforçar a tese. São três: em Pernambuco, na Paraíba e na Bahia. Resultados preliminares de dois trabalhos já indicavam a forte relação entre zika e a síndrome em bebês. O diretor avalia que o reconhecimento não deve mudar de forma significativa o que já vem sendo feito. “Todas as medidas de prevenção já eram movidas pela crença de que a transmissão do vírus zika tem potencial para provocar a má-formação no bebê.”




Clínicas particulares lotam para vacinação contra H1N1

14/04/2016 - O Globo


“Isso aqui está parecendo o SUS", resmunga a empresária Jaqueline Barbosa, na fila de vacinação contra a gripe H1N1, à porta da clínica particular Kinder, em Ipanema. Em seus 40 anos, ela nunca precisou do Sistema Único de Saúde, mas bastou esperar três horas em pé para sentir um pouco do sabor amargo da rede pública. Na véspera, chegou tarde e não havia mais senhas de atendimento (são 200 por dia).

— Quero me prevenir. Essa doença pode matar — disse.

Os dias têm sido movimentados na Rua Redentor, onde fica a matriz da Kinder, que tem outras três unidades na cidade. Esta é uma das redes autorizadas a vender vacinas contra o H1N1. Com medo de um possível surto do vírus transmitido pelas vias aéreas, muitos cariocas estão em pânico.

— Teve gente que veio às 5h e só foi atendido às 10h. Estou esperando há 3 horas e ainda não sei se vão me atender — disse Angela Figueiredo, de 79 anos.

Não raro saem brigas do lado de fora — a paciência das pessoas se esgota.

— Só pode pegar até duas senhas por pessoa, cadê o respeito, cadê o respeito? — gritava com raiva uma mulher de uns 40 anos a uma idosa. — Comece você respeitando os mais velhos — berrou outro, no fim da fila.

Do lado de dentro da clínica, pouco menos de 20 funcionários trabalham sob pressão — segundo eles, as pessoas não entendem que a quantidade de vacinas produzidas é limitada.

O aumento do número de casos da gripe H1N1 nas últimas semanas fez o governo antecipar em cinco dias a campanha de vacinação. As doses estarão disponíveis nos postos de saúde a partir do dia 25 para gestantes, crianças a partir de seis meses e menores de 5 anos, e também pacientes renais crônicos.


7 MORTOS NO MÉDIO PARAÍBA


Ontem, o município de Resende confirmou mais uma morte por H1N1. A vítima é o empresário Alexandre Boldrim, do setor de material de construção. Com isso, a Região do Médio Paraíba já tem 7 óbitos confirmados, sendo 3 em Resende, um em Volta Redonda, um em Barra Mansa, um em Porto Real e um em Valença.

No último balanço divulgado pela secretaria estadual de Saúde, quinta-feira passada, havia sete mortos por H1N1 em todo o estado, mas há casos ainda não contabilizados na estatística.




Vacina da gripe ainda tem fornecimento irregular

14/04/2016 - Folha de S.Paulo


Apesar de disponível na rede pública desde o início da semana,a vacina contra a gripe continua difícil de se encontrar nas clínicas privadas de São Paulo. Conseguir se imunizar contra a doença que chegou mais cedo neste ano, principalmente no Estado de São Paulo, virou questão de sorte,ou de muita insistência.

Os lotes que chegam às clínicas acabam rapidamente e muitas unidades já advertem em seus sites que não têm a vacina em estoque —tudo isso para evitar tumultos.

A advogada Juliana Cruz de Almeida, 36, que enfrenta dificuldades para encontrar outra vacina nas clínicas—a hexavalente — conta que após muito procurar conseguiu que a família fosse vacinada contra a gripe.

Mãe de Vittorio, de cinco meses, e Vicenzo, de três anos, apenas o mais novo ficou de fora por não ter a idade mínima para a imunização (seis meses). “Acabou dando certo, venci o caos que está para achar [a vacina] e dei a tetravalente”, afirma ela.

Em 2016 o Brasil já registra 102 mortes relacionadas à gripe H1N1. Em todo o ano passado, foram 36. O Estado de São Paulo concentra 70 registros neste ano.


PÚBLICA


Na rede pública, as filas para tomar a vacina contra o a gripe H1N1 continuam.

Diferentemente da rede privada, em que adultos e crianças mais velhas também são imunizados, nas unidades de saúde do SUS estão sendo vacinados desde a última segunda-feira (11) apenas gestantes,idosos e crianças com idade entre seis meses e cinco anos.

As unidades de saúde funcionam das 7h às 19h. Como a Folha mostrou na terça(12), para fugir das filas que têm espera de até duas horas,idosos começaram a chegar bem mais cedo, antes das 5h.




Diferentes tipos de vacinas infantis ‘somem’ de clínicas privadas de SP

14/04/2016 - Folha de S.Paulo


Encontrar a vacina contra a gripe H1N1 disponível nas clínicas privadas de São Paulo está longe de ser o único desafio para os pais que tentam imunizar seus filhos.

Indicadas pelos pediatras, a hexavalente acelular, a pentavalente acelular e a meningocócica B também sumiram do mercado desde o final do ano passado.

A hexavalente acelular protege contra difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e as doenças causadas pelo Haemoplilus influenzae tipo B, como a meningite e infecções bacterianas.

É quase a mesma proteção da pentavalente acelular, que não cobre a hepatite B.

Fora da lista do Programa Nacional de Imunizações e disponíveis apenas na rede privada, a opção a elas é a pentavalente oferecida pelo SUS — que não é acelular, e sim feita com células inteiras.

Ela também protege contra difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenzae tipo B e contra a hepatite B.

A indicação da Sociedade Brasileira de Imunizações é que os pais não deixem de vacinar as crianças e recorram à vacina da rede pública.

“Não atrase o calendário, pois a vacina do SUS funciona muito bem. O risco de reação é maior, mas em termos de eficácia é tão boa quanto”, diz o médico e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri.

Foi oque a advogada Juliana Cruz de Almeida, 36, fez após procurar pela hexavalente, até mesmo em outras cidades. Vittorio, de cinco meses, tomou a primeira dose no SUS em janeiro. “Ele teve febre alta, o local da picada ficou inflamado e com inchaço quase uma semana.” “Pelo menos metade das crianças acabam tendo febre ou outros sintomas”, diz Marco Aurélio Palazzi Safadi, da Sociedade Paulista de Pediatria.

“Mas, é importante dizer que ela não protege menos.

Tem proteção, no mínimo, igual e há estudos que mostram que contra a coqueluche pode ser ainda melhor”.


PROCURA


No próximo mês, Vittorio completa seis meses e vai precisar tomar mais uma dose.

“Tive problemas para encontrar naquela época e acho que vou ter de novo”, diz Juliana.

O mesmo vale para a meningocócica B. Aprovada pela Anvisa (agência nacional reguladora) em 2015, ela não está disponível no SUS.

A psiquiatra Camila Magalhães Silveira, 38, também encontrou dificuldades. Moradora da capital e mãe de um menino de dois anos e de outro de dois meses, ela achou uma dose da hexavalente em Santo André (Grande São Paulo). “Só quem tem filho nessa fase sabe como isso é importante e angustiante.” Fabricante da pentavalente, a Sanofi Pasteur afirma que o produto está em falta devido a“um aumento mundial da demanda” e que empreende “todos os esforços para disponibilizar o mais rápido possível novas doses desta vacina”. A previsão é ainda no primeiro semestre.

A GSK também culpa a demanda maior e diz que espera regularizar o fornecimento da hexavalente em junho.

A pentavalente tem“ algumas doses” sendo liberadas neste mês, o que já vem ocorrendo com a meningocócica B.




Clique Pediatra

14/04/2016 - Folha de S.Paulo


Com prontos-socorros e consultórios lotados por causa do surto de gripe H1N1, uma nova forma de assistência médica ganha força entre os pais de crianças pequenas: o pediatra em casa.

Plataformas digitais, como a Dr. Vemea Dokter, utilizam um modelo parecido com o do Uber: a pessoa se cadastra, aponta sua localização pelo celular e chama o profissional.

O aplicativo então aciona o pediatra mais próximo para o atendimento. O médico telefona para a família e faz uma triagem para saber o estado geral da criança. Se for uma emergência, orienta os pais a levarem ao hospital.

Se o caso for considerado de baixa complexidade (gripe comum, uma otite ou outra virose, por exemplo), a consulta domiciliar é agendada para uma hora depois, em média. Em São Paulo, o custo da primeira consulta é de R$ 197. Em Brasília, varia de R$ 300 a R$ 400, dependendo do horário.

“Está difícil ir a um pronto socorro de pediatria e não ficar quatro horas esperando.

A ideia[como aplicativo] é esperar pouco por uma consulta que demande o tempo necessário”, afirma o cirurgião Marco Antonio Venturini, criador do aplicativo Dokter.

Moradora de São Paulo, a contadora Elisabeth Kessper, 41, mãe de Pietro, de um ano e dez meses, usou pela primeira vez o serviço há duas semanas, após se deparar como pronto-socorro lotado.

“Meu filho estava com dor de garganta e vomitava muito. O pediatra dele estava viajando. Fui até o PS, mas a previsão era de três horas de espera e fiquei com medo de ele sair de lá ainda pior”, diz.

Segundo ela,a médica examinou o menino “dos pés à cabeça” e, ao final de quase uma hora de atendimento, receitou um antitérmico e um medicamento para conter o vômito. Ela conseguiu que o plano de saúde reembolsasse o valor do consulta.

A pediatra Fernanda Trolezi, da plataforma Dr. Vem, afirma que 80% dos casos são de baixa complexidade e podem ser resolvidos no atendimento em casa (ou no consultório médico).

“No PS, você acaba tendo contato com outros tipos de doença, sem contar o próprio H1N1. Você pode estar com qualquer tipo de gripe e sair de lá com H1N1”, explica.

Ela diz que outra vantagem do atendimento em casa é que a criança fica menos estressada.

“A gente consegue examiná-la melhor, sem choro.

Alguns até dizem: ‘Quando você volta, tia? ’A situação é muito diferente daquela que a gente vê num hospital ou consultório.” No final da consulta domiciliar, o médico gera um relatório que é compartilhado com o pediatra da criança.

Segundo o economista Daniel Lindenberg, co-fundador da Dr.Vem, o perfil dos médicos que atuam na plataforma é de jovens entre 28 e 35 anos que já têm uma experiência prática (em hospitais pediátricos, por exemplo),masque ainda não dispõem de consultórios privados.

“É um profissional em fase de transição, que procura uma maior qualidade de atendimento do que aquela dispensada nos prontos-socorros. Mas também temos pediatras com horas livres no consultório que têm interesse em atuar na plataforma.” Atualmente, a Dr. Vem conta com 50 pediatras no corpo clínico e se prepara a para oferecer também clínicos gerais e geriatras. Atua somente em São Paulo (capital). A Dokter tem 40 pediatras e 20 clínicos gerais e pediatras para o atendimento de adultos.

Por questões de mercado, as empresas não abrem o número de atendimentos, mas dizem que, desde fevereiro, a procura pelo serviço triplicou, especialmente em razão do surto de H1N1.


ACOMPANHAMENTO


Bráulio Luna Filho, secretário do Cremesp (Conselho Regional de Medicina), diz que, até o momento, não houve questionamentos ou reclamações à entidade sobre os serviços de médico em casa.

Ele afirma que, desde que o médico faça um bom atendimento e obedeça os preceitos éticos, não vê problema na expansão dessa modalidade de atendimento.

Tanto a Dr.Vem quanto a Dokter informam que fazem checagem sobre a vida profissional de cada médico (verificam se tem processo no Cremesp, por exemplo) que atende por meio da plataforma.

Para o clínico geral Gustavo Gusso, professor da USP, o atendimento por meio de aplicativos é uma tendência, mas o problema é que o cuidado médico “fica solto”.

“A medicina tem que trabalhar em rede. Como se pode ter certeza de que o caso é de baixa complexidade? E se complica, quem se responsabiliza, quem acompanha o paciente?”, questiona.




Técnica para cicatrizar fraturas nos ossos pode beneficiar pacientes

13/04/2016 - G1 - Jornal Nacional


No Brasil, pesquisadores do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, no Rio, provaram as vantagens de uma técnica para cicatrizar fraturas nos ossos. Esse trabalho inédito foi apresentado no Congresso Americano de Ortopedia, na Flórida, e pode beneficiar muitos pacientes.

Do alto de um salto de 15 cm, Joyce nem se lembra de que a pequena cicatriz na coxa é de uma cirurgia, feita há menos de um ano.

A cabeleireira foi atropelada, quebrou o fêmur e precisou operar. Mas se recuperou logo.

“Foi ótimo. Com um mês e meio eu já estava andando, no mesmo ano eu já fiz já spinning, academia e tudo! Realmente não parece que eu sofri um acidente”, conta Joyce Cipriano da Silva.

Essa rapidez é resultado de uma técnica usada pelos médicos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, no Rio.

Com o equipamento chamado fresa, eles alargam a parte interna do osso quebrado e depois instalam a haste de titânio que vai ajudar na fixação.

Na literatura médica mundial, não existe um consenso sobre esse procedimento. Muitos médicos acham que ele destrói células.

Mas no laboratório os pesquisadores brasileiros descobriram que a fresa movimenta as células do osso e, com esse estímulo, elas dobram de quantidade no local da lesão, acelerando o processo de "colagem". Assim, a recuperação da área fraturada é mais rápida.

Os médicos esperam que a partir desse estudo, a técnica se torne referência, pelo menos no Brasil.

“A gente observou que de fato existe um componente biológico bastante importante, bastante significativo. Essa comprovação nos dá mais firmeza em daqui pra frente optar pela técnica baseado em dados científicos, e não mais apenas em dados da literatura”, diz a chefe de pesquisa do Into, Maria Eugênia Duarte.

A melhor forma de explicar a vantagem dessa descoberta é dizer que ela reduz pela metade o tempo de internação e de reabilitação. Nas cirurgias convencionais os pacientes levam de quatro a seis meses pra se recuperar. Com a técnica, são dois meses em média. O outro benefício é a cura. Dos treze pacientes que participaram da pesquisa, todos eles tiveram regeneração completa dos ossos.

Matheus é mais um caso de sucesso. Ele quebrou o fêmur num acidente de moto.

“Hoje eu me sinto novo. Me sinto melhor do que antes”, diz o cantor Matheus Oliveira da Silva.




Vacina com químio reduz o câncer

14/04/2016 - Correio Braziliense


A vacina contra o papiloma vírus humano (HPV) evita a contaminação pelo micro-organismo que causa 98% dos casos de câncer do colo do útero. Mas, além da proteção, ela pode ser usada no tratamento desse tumor. É o que sugerem cientistas da Holanda na edição desta semana da revista Science Translational Medicine. Ao unirem uma vacina experimental com a quimioterapia, eles conseguiram diminuir o tumor e aumentar a sobrevida em ratos. Testes com mulheres também mostraram redução de células cancerígenas.

Os cientistas acreditam que os resultados foram alcançados graças a um reforço do sistema imunológico proporcionado pela vacina. Eles também têm a esperança de que a estratégia possa ser usada no combate a outros tipos de cancros. Em 2009, a equipe desenvolveu uma vacina para o HPV que mostrou alto grau de proteção em testes iniciais com pessoas saudáveis. Em busca de mais ganhos, resolveram observar se o medicamento também mostrava benefícios em mulheres já diagnosticadas com tumores. “Nós testamos essa vacina em pacientes com câncer e a resposta imunitária foi muito fraca”, contou Sjoerd Van Der Burg, um dos autores do estudo e pesquisador do Hospital Universitário Leids Universitair Medisch Centrum.

Após a tentativa frustrada, a equipe resolveu investigar se a vacina combinada com o medicamento padrão da quimioterapia traria melhores resultados. A união de procedimentos surpreendeu: a redução do tumor e a sobrevida das cobaias foram maiores se comparados aos efeitos da químio isolada. Um segundo teste foi feito com 19 pacientes que sofriam de câncer do colo do útero em estado avançado. Duas semanas depois da quimioterapia, elas receberam o tratamento conjunto e também constatou-se redução dos tumores. “A vacina estimula os linfócitos (células brancas do sistema imune) do paciente para se tornarem ativos e reconhecerem o tumor. Desse modo, o sistema imunitário começa a lutar contra o câncer mesmo quando a quimioterapia não é mais ministrada”, explicou Van Der Burg.

João Serafim da Cruz Neto, coordenador do Ambulatório de Obstetrícia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e membro da Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, explica que os ganhos relatados no estudo podem ser atribuídos principalmente à ação de duas substâncias importantes do sistema imunológico. “Durante a quimioterapia, os linfócitos diminuem e os mielócitos, outra linhagem de células de defesa, ficam em nível normal. Com a associação da vacina, os pesquisadores viram que a resposta das células de defesa era melhor, já que os mielócitos voltavam ao nível padrão e os linfócitos davam respostas mais exacerbadas. Isso interfere no tamanho dos tumores, já que essas substâncias inibem o crescimento tumoral”, detalhou.

Neto também destaca que o experimento holandês mostra que a vacina pode assumir um papel diferente do original, apenas protetivo, mas ressalta que outras análises devem ser feitas para confirmar se os ganhos observados nos experimentos iniciais podem ser considerados como um novo tratamento. “Nesse estudo, a vacina age como um adjuvante à quimioterapia. Os resultados são importantes, mas é preciso destacar também que os pacientes testados se encontravam no estágio avançado do câncer, uma situação em que nem a cirurgia pode ser feita. É necessário uma avaliação maior, em outros cenários e com um número maior de participantes”, opinou.


MAIS TESTES


Os cientistas holandeses farão novos testes com o objetivo principal de aumentar a eficácia do tratamento combinado. “Prevemos que haverá ainda outros obstáculos. Queremos, por exemplo, que os linfócitos ativados tornem-se regulares e também pretendemos combiná-los com outros tipos de anticorpos”, disse Van Der Burg. O médico exemplifica que o câncer de ovário se comporta de forma semelhante ao do útero. “Isso sugere que, se futuramente tivermos disponível uma vacina para esse tipo de tumor, essa terapia também pode funcionar na luta contra esse câncer.”

Cruz Neto destaca que tentativas que priorizam a otimização do sistema imune como a do estudo holandês têm sido opções cada vez mais exploradas na oncologia. “Esse tipo de procedimento entra na linha da imunoterapia, envolve estratégias que melhoram o desempenho do sistema imunológico para favorecer o tratamento anticâncer. O HPV têm sido muito estudado devido a sua alta incidência, o que também gerou a vacina. É natural que ela também seja considerada e testada como um auxiliar a esse problema de saúde”, analisou.

"Nesse estudo, a vacina age como um adjuvante à quimioterapia. Os resultados são importantes, mas é preciso destacar também que os pacientes testados se encontravam no estágio avançado do câncer”, João Serafim da Cruz Neto, coordenador do Ambulatório de Obstetrícia do Hospital Santa Lúcia


AVANÇOS


Existem algumas drogas com o objetivo de estimular a resposta imunológica contra as células cancerígenas que já usadas na área médica, como a alfainterferona e a interleucina-2, utilizadas no tratamento do câncer de rim e do melanoma. O bacillus Calmette-Guerin (BCG) é outro remédio com o mesmo poder. Injetado dentro da bexiga, no tratamento do câncer no órgão na fase inicial. A busca por novas moléculas com poder imunoterápico esbarra, porém, nos altos valores de produção.

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