Gripe: 1/3 dos mortos é cardíaco ou diabético.
13/04/2016 - O Estado de S.Paulo
Um em cada três brasileiros que morreram por complicações de gripe neste ano sofria de problemas cardíacos ou de diabete, as duas doenças crônicas mais diagnosticadas entre as vítimas. Dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre influenza mostram que, das 115 mortes por gripe registradas no País desde janeiro, 37 foram de pessoas com uma das duas comorbidades.
Do total de óbitos, 102 foram causados pelo vírus H1N1.
O boletim mostra também que 84 dos 115 mortos tinham algum fator de risco para o agravamento de um quadro de gripe. Além das vítimas com doença cardíaca ou diabete, 31 eram idosos, 16 eram obesos e 11 tinham doença pulmonar crônica.
Há ainda registro de mortes entre imunodeficientes, pacientes com doença neurológica, hepática ou renal, gestantes, crianças e puérperas. Todos os integrantes destes grupos têm direito à vacinação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Pacientes com doenças crônicas entram no grupo de risco, porque são mais frágeis. São indivíduos que estão coma função imunológica comprometida e, ao contrair uma infecção respiratória, acabam ficando em uma situação mais complicada do que quem não tem essas doenças”, disse Marcio Mancini, endocrinologista e responsável pelo Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Cardíaca e diabética, a secretária aposentada Regina Celia Leite, de 69 anos, preferiu não esperar e tomou a vacina do H1N1 na semana passada na rede privada, antes mesmo do início da campanha de imunização para idosos e duas semanas antes da vacinação para os doentes crônicos. “Já tomo a vacina há muito tempo. Não fiquei assustada, mas sei que tenho de me cuidar.” O educador Mark Barone, de 35 anos, faz o controle da diabete há 25 anos e intensificou as medidas para evitar a contaminação com a gripe. “Estou tomando os cuidados de lavar as mãos e usar o álcool em gel com mais frequência durante o dia”, contou. Barone vai esperar a imunização da próxima semana.
“Estou aguardando, porque sempre faço a vacinação na rede pública.” Surpresa. A vendedora Juliana, de 39 anos, tem HIV e toma a vacina todos os anos. O cuidado que costuma tomar com a saúde não impediu que ela se infectasse com o H1N1. Na semana passada, teve febre alta e tosse. “Achei que fosse bronquite.
Quando vi que estava ficando ruim, já fui ver o que era e descobri que era H1N1. Acho que peguei no trabalho, porque fico em contato com o público”, disse ela, que iniciou rapidamente o tratamento com Tamiflu.
Agora, Juliana espera o início da vacinação na rede pública.
“Sou soropositiva há 20 anos e assusta pegar uma doença como essa. Em 2009, quando teve a epidemia (pandemia global), fiquei apavorada. Passei cinco dias sem sair de casa”, lembrou.
Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que os pacientes com doenças crônicas devem tomar cuidado, como lavar as mãos e evitar aglomerações. O uso de máscaras, no entanto, é recomendado apenas em algumas situações. “A máscara tem indicação para pessoas com suspeita de H1N1 quando estão no hospital e para pacientes imunocomprometidos.”
Entidade médica realiza exames grátis em SP para combater verminoses
12/04/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O Movimento Brasil sem Parasitose, ação itinerante promovida pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, vai oferecer consultas gratuitamente até sexta-feira (15) em São Paulo.
O caminhão da campanha ficará na praça da Sé, no centro da capital, das 9h às 17h. As senhas para atendimento serão distribuídas a partir das 8h.
O objetivo da ação, segundo a entidade, é levar atendimento médico e informação para a população sobre a importância da higiene pessoal e doméstica para evitar a transmissão de parasitas, como vermes, fungos e protozoários.
A entidade afirma que as mortes por parasitoses gastrointestinais ocorrem no Brasil, principalmente, porque metade da população ainda não ter esgoto coletado em casa e porque aproximadamente 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso à água tratada, segundo dados recentes divulgados no mês passado pelo Ministério das Cidades.
A unidade móvel percorrerá 11 cidades brasileiras, no total. Depois de São Paulo, o mutirão segue para Osasco e Cidade Tiradentes. O Movimento Brasil sem Parasitose vai percorrer 11 cidades brasileiras.
DOENÇAS COMUNS
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), as parasitoses são as doenças mais comuns do mundo. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, "no Brasil, até 36% da população total sofre com alguma parasitose e, considerando somente as crianças, a prevalência sobe para 55,3%".
As parasitoses atingem todas as camadas socioeconômicas da população, nas diversas faixas etárias, embora tenham maior prevalência nas regiões carentes de saneamento básico. Até as pessoas mais cuidadosas com a sua higiene pessoal e familiar –e que vivem em regiões com saneamento adequado– estão expostas às parasitoses intestinais.
Casos confirmados de microcefalia em bebês sobem para 1.113 no país
12/04/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O número de casos confirmados de microcefalia em bebês já chega a 1.113, um aumento de 6,4% em uma semana. Os dados são de boletim atualizado do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (12).
Entre os casos confirmados, 189 são de bebês que tiveram resultado positivo para o vírus zika em exames. A pasta, no entanto, diz considerar que a maioria dos casos está ligado a uma infecção pelo vírus durante a gestação.
O governo também investiga outras causas para o quadro, como infecções na gestação como citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis, entre outros agentes já conhecidos.
Desde outubro, quando iniciaram as investigações, até 9 de abril deste ano, 7.015 casos de bebês com suspeita de uma má-formação e alterações no sistema nervoso foram informados à pasta pelas secretarias de saúde.
Deste total, 2.066 foram descartados após exames de imagem apontarem resultados normais ou excluírem a possibilidade de microcefalia por infecção congênita (transmitida de mãe para filho). Outros 1.113 casos foram confirmados e há ainda 3.836 em investigação.
Em geral, o ritmo de notificação de novos casos de bebês com suspeita de microcefalia têm diminuído nas últimas semanas em comparação aos últimos meses do ano anterior, quando o país decretou emergência nacional em saúde devido ao problema.
O governo considera que essa redução está relacionada ao período de maior avanço do vírus zika no país, ocorrido no início de 2015.
Ao mesmo tempo, cresce a cada semana o número de casos já confirmados. O percentual de confirmações em relação ao total, no entanto, ainda é baixo: 15,8%. Já os casos descartados respondem por 29,45% dos registros.
O novo balanço do Ministério da Saúde aponta ainda 50 mortes confirmadas de bebês com microcefalia. Outros 155 casos ainda estão em investigação e aguardam resultados de exames para confirmar o quadro.
Plástica reparadora cresce mais que estética
13/04/2016 - Folha de S.Paulo
Cirurgias plásticas reparadoras —feitas para corrigir deformações congênitas ou adquiridas após uma doença ou acidente— crescem mais do que as estéticas no Brasil, segundo levanta mento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Em 2009, foram realizadas 629 mil cirurgias plásticas no país, sendo 170 mil reparadoras (27% do total).Cinco anos depois, as reparadoras já representavam 39,9% dos 1,23 milhão de plásticas de 2013.
A pesquisa foi feita com levantamento de dados de 500 médicos da SBCP (de um universo de 5.800 cirurgiões plásticos no país) entre 2009 e 2014. Os dados foram consolidados em 2016.
Segundo a entidade, o que impulsionou o aumento das cirurgias reparadoras foram os casos de câncer de pele — o mais comum dos cânceres — e de cirurgias de redução de estômago e também de reconstrução mamária em decorrência de tumores.
“Após uma perda de peso acentuada, o paciente pode precisar de até cinco plásticas para retirada do excesso de pele da barriga, coxa, braços, mama se rosto”, diz o presidente da SBCP (regional São Paulo), Luis Henrique Ishida.
Em 2010,o Supremo determinou que a retirada de pele era parte do tratamento da obesidade e devia ser coberto pelos planos. “Com pele sobrando, o paciente tem dificuldade até de se movimentar, é uma das plásticas corretivas menos estéticas que existem”, diz o médico.
Somente as cirurgias de redução do excesso de pele por conta de emagrecimentos cresceram cinco vezes. Já as reconstruções mamárias cresceram quatro.
CÂNCER
No caso das cirurgias de mama e de câncer de pele, o que cresceu não foi apenas o número de ocorrências da doença, mas a demanda por um procedimento plástico após a retirada dos tumores.
Antes, mais pessoas faziam apenas o procedimento de saúde sem recorrer a uma plástica corretiva depois.
Já no caso das cirurgias bariátricas, o que aumentou de fato foi o número de procedimentos com a popularização da técnica e acesso pelos planos de saúde.
Cânceres de pele mais agressivos costumam ser tratados em conjunto com um dermatologista. Primeiro, o dermatologista faz a retirada do tumor. Em seguida, o cirurgião plástico cuida para que a cicatriz seja o mais discreta possível.
“Deixar uma cicatriz é quase inevitável nesses casos, mas podemos plane já la para que fique por cima de uma linha de expressão que a pessoa já tem ou na mesma direção da linha.Uma cicatriz no sentido contrário ao das linhas de expressão do rosto fica muito mais evidente”, explica Ishida.
Quando o tumor retirado é grande, pode ser necessário fazer uso de excertos de pele retirados de outras partes do corpo. Em alguns casos, é possível expandir a pele local usando uma bexiga de silicone por baixo da epiderme.
Conforme a bexiga infla, o tecido elastece e a sobra pode ser usada para tampar a lesão cancerosa.
Outros motivos que levam as pessoas a buscarem plásticas corretivas são acidentes (sobretudo domésticos e de trânsito) e defeitos congênitos como lábio leporino e más-formações faciais.
O aumento das reparativas puxou ainda uma subida da participação dos convênios médicos e do sistema público de saúde no financiamento desse tipo de intervenção.
Se em 2009 somente 16,9% dos procedimentos eram pagos por convênio ou pelo SUS, em 2014 esse número passou para 19,5%.
Outra explicação para o ganho de espaço das cirurgias reparadoras é que o mercado de plásticas estéticas, que foi alavancado no começo dos anos 2000, pode ter atingido um platô de crescimento, de acordo com Ishida.
“Com a crise, a perspectiva é que as cirurgias reparadoras assumam um percentual ainda mais expressivo do número total de plásticas uma vez que não precisam ser pagas diretamente pelo paciente”, avalia o cirurgião.
Chuva, varredura e tipo de vírus fazem dengue recuar 81% em SP
13/04/2016 - Folha de S.Paulo
Os casos de dengue confirmados na cidade de São Paulo sofreram redução de 81% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2015.O pico da epidemia, em meados de janeiro, já ficou pra trás, e a prefeitura até fechou as duas tendas que reforçavam o atendimento aos infectados.
Para o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, isso é resultado do que ele chama de estratégia inédita para o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Mas, segundo especialistas, foi a natureza que deu uma grande ajuda para essa brusca queda.
“A dinâmica natural da doença é muito mais responsável por essa diminuição do que qualquer ação [das esferas governamentais]”,afirma Maurício Nogueira, virologista da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
No caso paulistano, a prefeitura visitou milhares de imóveis desde o fim do ano passado e aplicou larvicida em pontos previamente mapeados e considerados estratégicos pelos técnicos, como grandes terrenos baldios ou áreas abandonadas.
“As ações de todas as esferas do governo são sempre positivas, porém de baixo impacto”, completa Nogueira. Para o especialista, a circulação do vírus da dengue depende de três parâmetros: população suscetível, presença do mosquito no ambiente e a existência prévia do vírus em determinada região.
Quando um novo tipo da doença passa a circular entre uma população, o que ocorre após alguma mutação, as pessoas vão estar suscetíveis e, segundo Nogueira, “pouco pode ser feito pela autoridade” para frear a doença.
E, após uma grande epidemia por um mesmo tipo de vírus, como ocorreu no ano passado, “o número de casos vai baixar naturalmente” nos meses subsequentes.
Sem descartar a importância das várias medidas feitas pela Prefeitura de SP, Paolo Zanotto, pesquisador do Departamento de Microbiologia da USP, também joga o foco da solução para o clima.
Segundo ele, chuvas muito intensas, como as que ocorreram nos primeiros dois meses do ano, associadas a uma redução das temperaturas médias em alguns casos, acabam interferindo no ciclo de vida do mosquito.
Estudos feitos por outros pesquisadores mostram que tempestades muito recorrentes acabam “lavando” e destruindo os criadouros do mosquito, diminuindo, portanto, a circulação deles.
A tese do secretário de Fernando Haddad (PT) de que a queda nos casos de dengue ocorreu pela ação dos técnicos, que além dos pontos estratégicos, visitaram 782.627 imóveis e destruíram nestes locais 7.148 criadouros com larvas,é corroborada por outros especialistas no assunto.
“As ações de controle do Aedes aegypti neste ano estão mais intensas e eficazes”, diz Paulo Urbinatti, epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Quando a vigilância é realizada com certo rigor e frequência, é possível controlar a densidade da população de mosquitos adultos e reduzir os casos.” A prefeitura também dá crédito à população, que colaborou na destruição dos focos do mosquito nas casas.
Casos de zika e chikungunya aumentaram
13/04/2016 - Folha de S.Paulo
Ao contrário do que ocorreu com a dengue, as notificações de infecções pelos vírus da zika e da febre chikungunya aumentaram no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, mostram os dados oficiais.
No caso da zika, considerada uma das possíveis causas dos casos de microcefalia em bebês, a capital teve, em 2016, 21 casos confirmados da doença. Outros 141 estão ainda sendo investigados.
No ano passado, foram quatro casos positivos.
Além disso, em 2016 foram registrados dois casos de zika contraídos na capital paulista, contra nenhum em 2015.
No caso do chikungunya, São Paulo teve, até agora, 11 casos de contaminação dentro do próprio município neste ano, contra nenhum em 2015.
SUB NOTIFICAÇÃO
Por trás dos números existe outro problema, segundo especialistas.
“Muitos casos contabilizados como dengue são na verdade zika”, afirma o virologista Maurício Nogueira, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP).
Em geral, diz o pesquisador, só são feitos testes para a doença solicitada.
“Se a hipótese é dengue, o teste feito é esse. Se for zika, testa-se apenas zika”.
Ou seja, muitos casos negativos para uma doença podem ser positivos para outra, mas isso acaba não entrando nos registros oficiais das áreas de saúde dos municípios.
Idosos madrugam em posto de vacinação para fugir de filas
13/04/2016 - Folha de S.Paulo
Para evitar filas no segundo dia da campanha de vacinação contra a gripe, idosos começaram a chegar por volta das 5h à AMA (Assistência Médica Ambulatorial)Doutor Humberto Pascale nesta terça (12), no bairro Santa Cecília, no centro de São Paulo.
Por voltadas 6h, ao menos 11 idosos já formavam uma pequena aglomeração do lado de fora do posto, na rua Vitorino Carmilo, esperando a imunização que começaria aproximadamente às 7h.
Carregando uma pasta com seus documentos e a carteirinha de vacinação, o aposentado José Filler, 83, morador da região, foi o primeiro a aparecer no local, às 5h. “Cheguei primeiro porque tenho que fazer coisas da vida, ir ao banco, cortar as unhas no pedólogo”, disse, bem humorado.
O aposentado Marcílio Francisco de Araújo, 64, que mora próximo à praça da República, chegou 15 minutos depois de José. Segundo da fila, ele contou que toma a vacina todos os anos e, mesmo quando pega gripe, ela vem “bem fraquinha”.
Ir ao posto de madrugada foi uma orientação da mulher para evitar a lotação. “Sei que esta fila vai crescer que é uma beleza”, brincou, enquanto chegavam mais duas idosas.
O comerciante Mário Almeida Cardoso, 78, que tem um comércio e, assim como Filler, mora no bairro de Santa Cecília, chegou logo depois, por voltadas 5h30, também para não precisar esperar muito tempo. “Tenho uma oficina de persianas e muita coisa para fazer”, contou.
CAMPANHA
Devido ao avanço precipitado da gripe, a vacinação foi antecipada para a última segunda (11) na Grande São Paulo para idosos, grávidas, crianças de seis meses a cinco anos e indígenas.
No dia 18, será a vez de mulheres que tiveram filhos há até 45 dias, pessoas com doenças crônicas e presos.Os demais poderão ser imunizados durante a campanha nacional de vacinação: de 30 de abril a 20 de maio.
A vacina dada na rede pública, a trivalente, protege contra dois tipos do vírus A— entre eles o H1N1, que já causou 102 mortes no Brasil— e contra um tipo do B.
|