37015
ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS

83507
PROFISSIONAIS INSCRITOS ATIVOS

CRF-SP - Clipping de Notícias

 

CLIPPING - 13/04/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

O perigo do remédio sem uso na farmacinha de cada casa

12/04/2016 - Portal Senado


Apesar de grande consumidor de medicamentos, o Brasil não tem lei nem norma específica sobre o descarte dos produtos vencidos, que podem trazer riscos para o meio ambiente e a saúde pública

O Brasil é o sétimo país do mundo em venda de medicamentos, com cerca de 70,4 mil farmácias. Mesmo assim, não tem lei específica que regulamente o descarte de remédios vencidos ou sem uso pelo consumidor doméstico. E o governo ainda não conseguiu amarrar com as empresas do setor um acordo de adoção da chamada logística reversa — aquele conjunto de ações para devolver à cadeia produtiva os resíduos que precisam de destinação final ambientalmente adequada. Assim o país convive diariamente com os potenciais riscos ambientais e de saúde pública decorrentes do problema.

— O descarte aleatório de medicamentos vencidos ou sobras é feito por grande parte das pessoas no lixo comum ou na rede pública de esgotos — lembra o consultor legislativo do Senado na área de meio ambiente Luiz Beltrão.

Segundo ele, os principais riscos do descarte inadequado são a contaminação da água, do solo e dos animais e as reações adversas a substâncias químicas que podem atingir públicos vulneráveis, como as pessoas que manejam resíduos nos lixões.

Beltrão cita números do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), indicando que os remédios ocupam no Brasil, desde 1996, o primeiro lugar entre os agentes causadores de intoxicações.

Embora os efeitos sobre o meio ambiente ainda sejam pouco conhecidos, há uma preocupação especial em relação aos antibióticos, aos estrogênios e a algumas substâncias da quimioterapia, como os imunossupressores.

— Para o ser humano, um dos principais problemas está no desenvolvimento de bactérias resistentes a antibióticos, devido à exposição a eles no ambiente — adverte o professor Alberto Malta Júnior, coordenador do curso de farmácia da Faculdade de Juazeiro do Norte, no Ceará.

Quanto aos estrogênios, hormônios ligados ao desenvolvimento de características femininas, o temor tem a ver com o potencial das substâncias para afetar o sistema reprodutivo de organismos aquáticos, como os peixes. Já os quimioterápicos requerem atenção diferenciada pela possibilidade de produzir mutações genéticas.

De acordo com estudo de 2013 da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), não há uma conclusão sobre o principal caminho de contaminação do ambiente.

“É provável que grande parte da presença de fármacos no meio aquático seja proveniente da excreção decorrente da utilização normal dos medicamentos”, diz o documento. “No entanto, como grande parte dos medicamentos não utilizados são descartados de maneira inadequada, a inexistência de um sistema de logística reversa acaba elevando o risco de contaminação.”


REGULAMENTAÇÃO DEPENDE DE ACORDO SETORIAL


Desde 2011 o governo tenta, sem êxito, costurar um acordo entre indústria, distribuidores e farmácias para implantar a logística reversa no setor de medicamentos destinados ao consumidor doméstico.

— A maior dificuldade é definir como será a divisão de custos de gerenciamento, principalmente a etapa de transportes, que é a mais cara — diz Sabrina Andrade, gerente de Resíduos Perigosos do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Sabrina conta que nas demais cadeias produtivas que foram chamadas para fechar um acordo, os segmentos sentaram juntos e propuseram a criação de uma entidade gestora, contribuindo com ela de acordo com a fatia de mercado correspondente a cada um.

No caso dos remédios de descarte doméstico — o setor hospitalar já tem uma norma específica —, as negociações começaram em 2011 sob a condução do Comitê Orientador dos Sistemas de Logística Reversa (Cori), que envolve cinco ministérios.

Depois de dois anos de debates, o Cori aprovou a viabilidade técnica e econômica do sistema. E em outubro de 2013 publicou edital convocando os segmentos para a apresentação de propostas. O problema é que os três documentos elaborados pela indústria farmacêutica, pelos distribuidores de medicamentos e pelos representantes das farmácias foram divergentes.

Para o MMA, que avaliou as sugestões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cada membro da cadeia atribuiu aos demais as principais responsabilidades pelo sistema. A discussão prosseguiu, mas o entendimento não veio.


PREÇOS


Segundo o ministério, como não existe uma norma nacional, alguns estados e vários municípios estabeleceram regulamentos próprios. E nesses casos a responsabilidade pela logística reversa acaba pesando mais sobre as farmácias, considerado o elo mais fraco da cadeia.

Diante da demora para chegar a um consenso, o MMA começa a avaliar a possibilidade de editar uma norma impositiva para o setor.

— A demora no acordo se dá em razão da questão do financiamento da logística e destinação final, que são responsabilidade do fabricante — afirma o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto.

Ele conta que em vários países onde a logística reversa foi adotada, como Espanha e Portugal, os fabricantes financiam o processo com base na alocação de centavos de euro para cada caixa de medicamento.

O problema, no caso, é que, no Brasil, os preços dos remédios são controlados pelo governo, argumenta Maria José Delgado Fagundes, diretora da Interfarma, entidade que representa 56 laboratórios.

— Em que pese nosso compromisso com a logística reversa, temos dificuldades para implantá-la — diz.

Segundo ela, outros setores que firmaram acordo com o governo para executar a logística reversa puderam repassar aos consumidores os custos com as novas exigências.

Independentemente das discussões sobre quem deve assumir os custos, o mercado farmacêutico no Brasil cresceu 11% em 2015 em relação a 2014, faturando R$ 46,4 bilhões.

Segundo a IMS Health, empresa especializada em informações do setor, o mercado brasileiro de medicamentos ocupa hoje a sétima posição no mundo e pode chegar à quinta em 2020.

Já o estudo de viabilidade técnica e econômica da logística reversa para o setor, publicado em 2013 pela ABDI, indicou que foram vendidas no Brasil em 2010 cerca de 103 mil toneladas de medicamentos. O levantamento estimou que o descarte pode ter variado entre 11,3 mil toneladas e 19,6 mil toneladas, dependendo da metodologia usada para o cálculo.


POLÍTICA


A ideia de adotar a logística reversa em diversas cadeias produtivas ganhou força em 2010, com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS — Lei 12.305/2010). Ela obrigou a implantação para setores como o de agrotóxicos, pilhas e baterias e pneus. Para produtos não citados na lei, caso dos remédios, a PNRS determinou que o sistema fosse estabelecido por regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso entre o poder público e as empresas.

Na falta de uma lei nacional, o que o consumidor pode fazer Sem uma lei nacional que obrigue o comércio a recolher os medicamentos vencidos, o que o consumidor pode fazer com os remédios sem uso da farmacinha de casa? Para o coordenador técnico-científico do Conselho Federal de Farmácia (CFF), José Luiz Maldonado, antes de pensar no descarte, é preciso fazer uma outra pergunta: por que existe a sobra?

— Se obedecêssemos a um plano terapêutico, não deveria ter resíduo. O problema pode estar, por exemplo, na prescrição excessiva ou na caixinha de medicamentos, que tem mais ou menos unidades do que as necessárias — diz.

Maldonado defende o direito do paciente a ser tratado de acordo com os princípios da chamada medicina baseada em evidências, “e não em achismo, para bem utilizar os medicamentos e não se expor a risco desnecessário”

— Mas isso exigiria uma mudança de cultura, desde o ensino até o atendimento, envolvendo as 13 áreas profissionais da saúde — avalia.

O coordenador do CFF aponta um outro caminho que contribuiria para reduzir o desperdício: a adoção do fracionamento de medicamentos. Ele lembra que norma para isso já existe: Decreto 5.775/2006, do governo federal, e Resolução 80/2006, da Anvisa. Mas a adesão das empresas é facultativa.

— A indústria farmacêutica diz que isso elevaria os custos de produção em 15%. Hoje o fracionamento é zero — lamenta.

Para contornar o problema, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) apresentou há quatro anos projeto estabelecendo que “os medicamentos sejam produzidos em embalagens que permitam a venda por unidade, isto é, por comprimido, drágea, ampola etc”. O PLS 33/2012 está na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), onde será relatado por Romero Jucá (PMDB-RR).

— Esse projeto não é contra ninguém, esse projeto é a favor dos brasileiros — diz o senador, informando que pedirá urgência na tramitação da proposta.

A diretora da Interfarma Maria José Fagundes avalia que o desperdício tem múltiplos fatores. Um deles, acredita, é cultural e tem a ver com as “prescrições” feitas no boca a boca.

— Todo mundo tem uma receita para uma doença — diz.

Já o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, argumenta que, com os dados existentes, não é possível afirmar que há um grande desperdício de remédios no país.

— Para os pacientes de uso crônico, que são a grande maioria, o desperdício é quase nulo, pois as pessoas utilizam o remédio continuamente, dia após dia, adquirindo outro quando esse acaba. Para o medicamento de uso eventual, já existe uma série de embalagens em tamanho adequado ao período do tratamento — diz.

Na opinião dele, a maior parte do resíduo se dá por abandono de tratamento. Segundo o presidente da Abrafarma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) admite que 50% das pessoas abandonam o tratamento após seis meses.

José Luiz Maldonado, do CFF, ressalta a falta de dados no país em relação ao efeito dos medicamentos e ao destino que as pessoas dão aos remédios.

— Hoje o paciente recebe o remédio, vai para casa e ninguém sabe o que acontece. Falta rastreabilidade — afirma.

Ele recomenda que o consumidor procure as farmácias para entregar os medicamentos sem uso. Mas se nenhuma loja aceitar, que o cidadão vá até as autoridades sanitárias ou até mesmo ao Ministério Público para garantir o direito de se desfazer dos remédios.


ABNT SE PREPARA PARA LANÇAR NORMA PRÓPRIA DENTRO DE 90 DIAS


Será apresentada nesta terça-feira (12), em São Paulo, uma norma que se pretende nacional e levará o carimbo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A apresentação ocorrerá durante o Simpósio Internacional de Resíduos de Serviços de Saúde, que começou na segunda e segue até quarta-feira (13).

Para o empresário José Agostini Roxo, que coordenou o processo de discussão sobre a norma, embora não tenha força de lei, o texto Logística Reversa de Medicamentos Descartados pelo Consumidor — deverá se tornar referência. Entidade privada sem fins lucrativos, a ABNT é reconhecida como foro para a normatização de diversos setores.

Representantes de cerca de 30 empresas e entidades privadas e públicas participaram da elaboração do texto. O documento passou por consulta pública e deverá ser publicado em 90 dias.

— Na ausência de uma lei federal, a Norma NBR 16457 será a mais importante ferramenta para gestores e legisladores entenderem os procedimentos corretos para salvaguardar os riscos e garantir segurança à população — afirma Agostini Roxo.

O assunto também tem mobilizado senadores. Além do PLS 33/2012, sobre a venda fracionada, tramita no Senado o PLS 148/2011, do ex-senador Cyro Miranda. O texto inclui expressamente os medicamentos na Política Nacional de Resíduos Sólidos e está na CMA, onde deverá ser relatado por Ronaldo Caiado (DEM-GO).

— Se a gente fala do saco plástico, da garrafa pet, não pode esquecer o medicamento, que, entre todos os produtos, é aquele que traz um dano ao meio ambiente e pode prejudicar a saúde das pessoas — alerta a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que relatou o projeto da venda fracionada na legislatura passada.


EXEMPLOS


Outras tentativas de regulamentar o setor têm sido feitas na área pública. Pelo menos quatro estados (Acre, Amazonas, Paraíba e Paraná), além do Distrito Federal, e mais de 100 municípios estabeleceram legislações próprias.

No DF, vigora desde dezembro a Lei 5.591. Segundo a Subsecretaria de Vigilância à Saúde, a população pode entregar medicamentos vencidos ou em desuso em qualquer unidade de saúde, pública ou privada, do Distrito Federal.

Em Farroupilha (RS), a prefeitura desenvolve o Projeto Farmácia Solidária. Por meio dele, os cidadãos entregam os medicamentos de que não precisam. Uma equipe separa os remédios vencidos dos que ainda podem ser usados e doa a quem apresentar receita e tiver renda mensal de até 1,5 salário mínimo.

Outro programa, tocado pela iniciativa privada, é o Descarte Consciente, que está em 126 municípios de 13 estados. Ele articula empresas do comércio varejista de remédios e da indústria, além de companhias de coleta e destinação de resíduos.

Desde o início da ação, em dezembro de 2010, até as 18h de segunda-feira (11), quando esta reportagem foi fechada, o Descarte Consciente recolheu e deu destino a 155,3 toneladas de medicamentos sem uso.

O sistema, custeado pelos parceiros, é gerido por uma empresa privada, a Brasil Health Service. Presidente da BHS e gestor do programa, o empresário José Agostini Roxo concorda que, além de proteger o meio ambiente e a saúde pública, a logística reversa de medicamentos é viável economicamente.

— Crescemos cerca de 20% ao ano — diz.




A Drogaria Onofre

13/04/2016 - DCI


A Drogaria Onofre resolveu inovar no atendimento aos clientes. 0 serviço de entrega em casa, antes disponível somente de segunda a sábado, agora passa a ser feito também aos domingos. Outra novidade é o horário de atendimento especial no Televendas. Em um projeto-piloto, a operação passa a atender 24 horas por dia para pedidos e atendimento farmacêutico.




A cidade é sua: Medicamento em falta

13/04/2016 - Folha de S.Paulo


Queixa: Medicamento em falta AMAs e UBSs da Prefeitura de São Paulo estão com falta do medicamento Cloridrato de Sertralina. A leitora diz ter procurado em diversas unidades para não interromper o tratamento, mas não teve sucesso.

(Neusa Maria de Camargo Neme)

Resposta da prefeitura: Afirma, por meio da Secretaria da Saúde, que o remédio está em processo de compra.

 

 

 
 

Faperj não paga nem pesquisadores de zika

13/04/2016 - O Estado de S.Paulo


A crise financeira traz impactos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Os editais caíram a pouco mais de um terço em 2015, na comparação com os dois anos anteriores – de 45 para 18. A linha de financiamento, que garante incentivos para pesquisas sobre zika, dengue e chikungunya, lançada em dezembro, ainda não recebeu repasses.

Os bolsistas estão há um mês com salários atrasados.

“O jeito é canibalizar de outros financiamentos”, disse o neurocientista Stevens Rehen, que tem seis linhas de pesquisa aprovadas pela Faperj – em um total de R$ 1,2 milhão. Ele ainda não iniciou todos os estudos porque não recebeu recursos.

Além do contingenciamento –de R$ 415 milhões do orçamento que deveria ter sido executado no ano passado, R$ 185 milhões caíram nos “restos a pagar” (despesas do ano anterior ainda não quitadas) –, a Faperj está sob ameaça desde o ano passado de ter o orçamento reduzido à metade. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estado tramita na Assembleia para que o repasse à fundação seja de 1% da receita líquida, até o fim deste governo, em vez dos 2% atuais.

Com o preço do barril do petróleo em alta e a estabilidade financeira do Estado, o repasse de 2% da receita para a Faperj vinha sendo cumprido desde 2007. “Quinze meses atrás, se me perguntassem se chegaríamos à situação atual, diria ser totalmente impossível. Foram quase dez anos com financiamento robusto. Não precisávamos fazer edital de emergência para infraestrutura de pesquisa; os artigos científicos publicados subiram 80% entre 2006 e 2014. Passamos a fazer editais temáticos, como o da zika. Com a crise, o Estado passou a ter dificuldade de arcar com a própria folha de pagamento. A gente vem lutando muito em um trabalho de convencimento de deputados para a PEC não ir adiante, até porque a redução não resolverá os problemas do Estado”, disse o diretor científico da Faperj, Jerson Lima Silva.

Conforme levantamento de Lima Silva, o Estado contribuiu com 36% da pesquisa sobre dengue no País e 20% dos estudos sobre doenças negligenciadas, como malária e tuberculose.

“Tudo está sob risco”, disse.


SÓ EM JULHO


O neurocientista Pablo Trindade, bolsista de pós-doutorado, voltou recentemente dos Estados Unidos. Está com a bolsa em atraso há um mês. A previsão é de que a defasagem só será acertada em julho.

Ele trabalha no Laboratório Nacional de Células Tronco Embrionárias (Lance), coordenado por Rehen, e fez parte do grupo que se revezou em turnos de 24 horas para acompanhar a infecção de zika em modelos que representam o cérebro de feto humano. A bolsa de fevereiro está prevista para ser depositada em 14 de abril. “O laboratório retirou dinheiro da compra de insumos para me pagar. Quando receber, vou devolver.

É humilhante ter de depender de ajuda da família a essa altura da vida”, afirmou.

Presidente eleito da Academia Brasileira de Ciências, o físico Luiz Davidovich diz que a crise na Faperj preocupa muito.

“A agência tem tido papel muito importante para o avanço da ciência no Rio, com ações muito variadas que trazem impactos à população, como a sobre zika, que já dá resultados.” Ele lembrou que a interrupção do financiamento tem consequências graves por desmantelar redes de pesquisa que levaram anos para serem formadas.

“Essa crise ocorre porque o Estado do Rio tem dependência forte dos royalties. É mais uma razão para investir em pesquisa.

É a ciência que vai levar a novas fontes de energia e agregar valor à produção.”




Com menor verba em 12 anos, Ciência perde R$ 1 bi e bolsas são congeladas

13/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Novos cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ameaçam agravar a situação de penúria da ciência nacional, com redução de recursos para bolsas e para financiamento de pesquisas nas universidades.

O MCTI sofreu contingenciamento de R$ 1 bilhão, uma redução orçamentária de quase 25%, que fez seu limite de empenho despencar para R$ 3,3 bilhões – o menor dos últimos 12 anos, pelo menos, em valores corrigidos pela inflação (mais informações no gráfico ao lado). Já o MEC perdeu R$ 4,3 bilhões, segundo os novos ajustes fiscais divulgados em 30 de março, no Diário Oficial da União.

As consequências foram sentidas imediatamente. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento do MCTI, suspendeu a concessão de bolsas no exterior por tempo indeterminado. “É uma equação muito simples. O orçamento que a gente tem dá para pagar todos os bolsistas no País e no exterior. O que não dá é para conceder novas bolsas”, disse ao Estado o presidente do CNPq, Hernan Chaimovich.

Trata-se de uma situação temporária, segundo ele, cuja duração vai depender da recuperação econômica do País. “O que é certo é que o CNPq tem responsabilidade com a ciência nacional e vamos, dentro do orçamento possível, manter todos os compromissos e pagar todos os bolsistas”, afirmou.


QUEDA


Segundo a agência, não há como prever quantas bolsas deixarão de ser concedidas, pois o processo é sob demanda, e isso varia ano a ano. Hoje, 6,9 mil alunos recebem bolsa no exterior do CNPq, ante 10,6 mil em 2014 – uma redução de 35%.

O número de novas bolsas concedidas caiu de forma mais drástica: foram 902 em 2015,ante 9,7 mil em 2014. No primeiro trimestre deste ano, foram só 72. Grande parte dessa redução está relacionada ao fim da primeira fase do programa Ciência sem Fronteiras, cuja continuidade também está ameaçada.

O único edital de grande porte lançado pelo CNPq neste ano, no valor de R$ 200 milhões, foi a tradicional Chamada Universal – que não foi aberta em 2015, por limitações orçamentárias. Segundo Chaimovich, o CNPq não vai abrir nenhum edital sem a certeza de que há recursos disponíveis para executá-lo. A prioridade, por enquanto, segundo ele, ainda é terminar de pagar a Chamada Universal de 2014 e quitar outras dívidas do órgão. “Uma vez que fecharmos o passivo, o valor dos editais vai aumentar.” O MCTI negocia desde o ano passado–quando seu orçamento também foi contingenciado em 25% – um empréstimo de US$ 1,4 bilhão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),para reabastecer seus cofres.

Segundo informações divulgadas ontem pelo ministério, o empréstimo foi autorizado pelo governo federal e será encaminhado à Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) para aprovação definitiva.


BOLSAS CONGELADAS


Assim que o corte no orçamento do MEC foi divulgado, coordenadores dos programas de pós-graduação em todo o País começaram a receber comunicados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informando sobre a “suspensão do cadastramento de novos bolsistas em cotas verificadas como ociosas”.

A medida congelou 7.408 bolsas, das mais de 88 mil que a Capes paga no País. Segundo o aviso, a suspensão ficará em vigor por até dois meses, “período no qual será conduzida uma análise detalhada acerca do uso das bolsas”,seguida de uma “recomposição gradual” para aqueles programas que apresentarem “uso satisfatório”. Ontem à noite, procurada pela reportagem, a Capes informou que 2.295 bolsas já foram reinseridas no sistema.

Membros da comunidade científica foram surpreendidos pela medida. Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 228 bolsas que seriam concedidas nos próximos dois meses para alunos já selecionados foram recolhidas pela Capes – redução de quase 20% no total de bolsas disponíveis para a instituição.

“Enfatizamos que essas bolsas não estavam ociosas, mas aguardando os alunos para ser implementadas a partir deste mês. Não temos nenhuma bolsa sobrando na universidade”, diz o vice-coordenador da Câmara de Pós-graduação da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Ruy Campos.




Cientistas estudam ‘dissolução do ego’ e outros efeitos do uso de LSD

13/04/2016 - Folha de S.Paulo


Cientistas do Reino Unido e de outras partes do mundo publicaram nesta semana um dos estudos mais completos sobre os efeitos cerebrais do alucinógeno LSD (ácido lisérgico, na sigla em alemão).

Uma das características do uso da droga é a“perda de ritmo” dos neurônios. Grupos que funcionavam juntos deixam de fazê-lo com a droga.

Isso está ligado a uma perda da noção de si, conhecida como “dissolução do ego”.

No experimento, os efeitos alucinógenos duraram cerca de 8 horas, período em que que os testes foram feitos.

O estudo mostrou também que outras áreas do cérebro contribuíam para o processamento visual, o que pode explicar as alucinações visuais geralmente ligadas à droga.

Segundo os autores, o efeito entrópico —“desorganização”—provocado pelo psicodélico pode ser uma ferramenta para reparar padrões defeituosos provocados por doenças mentais.

O estudo saiu na revista “Pnas”. Os próximos trabalhos devem mostrar os efeitos do LSD sobre a experiência de se ouvir música e a relação entre “dissolução do ego” e aumento de conectividade global dos neurônios.




Orygen amplia portfólio e entra em vacina.

13/04/2016 - Valor Econômico


A Orygen Biotecnologia, farmacêutica pré-operacional formada por Eurofarma e Biolab, vai entrar no mercado brasileiro de vacinas, a partir de um acordo de comercialização da primeira vacina recombinante contra o vírus da gripe aprovada pelo FDA (do inglês Food and Drug Administration), assinado na semana passada com a americana Protein Sciences Corporation.

O contrato amplia o portfólio da biofarmacêutica nacional para além dos anticorpos monoclonais, usados principalmente no tratamento de câncer e doenças autoimunes, e prevê a transferência de tecnologia para produção do imunizante na fábrica que será construída em São Carlos (SP).

Com investimento total estimado em R$ 500 milhões, o projeto da Orygen deve se tornar operacional ainda neste ano. O início das obras no interior paulista, porém, ainda depende de uma confirmação do governo federal sobre as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) que foram aprovadas e seguirão adiante. Por meio desse mecanismo, laboratórios públicos e privados se associam para produzir medicamentos considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), caso dos anticorpos monoclonais.

O acordo com a Protein Sciences corresponde à segunda parceria de peso firmada pela Orygen, que foi constituída em 2012 originalmente por quatro laboratórios - Cristália e Libbs deixaram a associação para tocar projetos independentes de produção de medicamentos biossimilares -, com apoio do governo federal.

Em 2014, a biofarmacêutica firmou um acordo com a Pfizer para transferência de tecnologia de cinco anticorpos monoclonais, a partir dos quais são produzidos biossimilares. Neste momento, de acordo com o diretor-científico da Orygen, Andrew Simpson, as parceiras estão finalizando "planos detalhados" para início de produção dos biossimilares. "Ao diversificar o portfólio, com as vacinas, estamos consolidando o investimento, porque a empresa deixa de depender de um só produto e só um mercado", explica.

Conforme Simpson, tão logo a nova vacina, que difere dos demais imunizantes contra a gripe disponíveis no mercado por não ser produzida a partir de vírus inativo ou atenuado, receba o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), haverá início da distribuição a clínicas particulares de imunização. Já os anticorpos monoclonais serão fornecidos ao SUS. "Nas duas parcerias, temos produtos essencialmente prontos. Como complemento, também vamos buscar o desenvolvimento de novos produtos e estamos olhando tanto para anticorpos quanto para vacinas", afirma.

O mais recente acordo firmado pela Orygen prevê a comercialização exclusiva da FluBlok, uma vacina recombinante produzida a partir de células geneticamente modificadas e que protege também contra o vírus H1N1. O uso dessa tecnologia, conforme Simpson, deu origem a uma nova geração de vacinas contra a gripe, com maior eficácia, potência e possibilidade de produção em larga escala.

A nova vacina, o único produto desenvolvido pela Protein Sciences, já é comercializada nos Estados Unidos e acaba de ser registrada no México. A Orygen está trabalhando neste momento no dossiê que será submetido à Anvisa com vistas à autorização para importação dos primeiros lotes. Conforme Simpson, é provável que o aval da agência seja dado no ano que vem, considerando-se os prazos tradicionais. A transferência de tecnologia deve ter início já no primeiro semestre de 2017 e a produção local poderia começar em dois anos.

 
 

Gripe: 1/3 dos mortos é cardíaco ou diabético.

13/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Um em cada três brasileiros que morreram por complicações de gripe neste ano sofria de problemas cardíacos ou de diabete, as duas doenças crônicas mais diagnosticadas entre as vítimas. Dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre influenza mostram que, das 115 mortes por gripe registradas no País desde janeiro, 37 foram de pessoas com uma das duas comorbidades.

Do total de óbitos, 102 foram causados pelo vírus H1N1.

O boletim mostra também que 84 dos 115 mortos tinham algum fator de risco para o agravamento de um quadro de gripe. Além das vítimas com doença cardíaca ou diabete, 31 eram idosos, 16 eram obesos e 11 tinham doença pulmonar crônica.

Há ainda registro de mortes entre imunodeficientes, pacientes com doença neurológica, hepática ou renal, gestantes, crianças e puérperas. Todos os integrantes destes grupos têm direito à vacinação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Pacientes com doenças crônicas entram no grupo de risco, porque são mais frágeis. São indivíduos que estão coma função imunológica comprometida e, ao contrair uma infecção respiratória, acabam ficando em uma situação mais complicada do que quem não tem essas doenças”, disse Marcio Mancini, endocrinologista e responsável pelo Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Cardíaca e diabética, a secretária aposentada Regina Celia Leite, de 69 anos, preferiu não esperar e tomou a vacina do H1N1 na semana passada na rede privada, antes mesmo do início da campanha de imunização para idosos e duas semanas antes da vacinação para os doentes crônicos. “Já tomo a vacina há muito tempo. Não fiquei assustada, mas sei que tenho de me cuidar.” O educador Mark Barone, de 35 anos, faz o controle da diabete há 25 anos e intensificou as medidas para evitar a contaminação com a gripe. “Estou tomando os cuidados de lavar as mãos e usar o álcool em gel com mais frequência durante o dia”, contou. Barone vai esperar a imunização da próxima semana.

“Estou aguardando, porque sempre faço a vacinação na rede pública.” Surpresa. A vendedora Juliana, de 39 anos, tem HIV e toma a vacina todos os anos. O cuidado que costuma tomar com a saúde não impediu que ela se infectasse com o H1N1. Na semana passada, teve febre alta e tosse. “Achei que fosse bronquite.

Quando vi que estava ficando ruim, já fui ver o que era e descobri que era H1N1. Acho que peguei no trabalho, porque fico em contato com o público”, disse ela, que iniciou rapidamente o tratamento com Tamiflu.

Agora, Juliana espera o início da vacinação na rede pública.

“Sou soropositiva há 20 anos e assusta pegar uma doença como essa. Em 2009, quando teve a epidemia (pandemia global), fiquei apavorada. Passei cinco dias sem sair de casa”, lembrou.

Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que os pacientes com doenças crônicas devem tomar cuidado, como lavar as mãos e evitar aglomerações. O uso de máscaras, no entanto, é recomendado apenas em algumas situações. “A máscara tem indicação para pessoas com suspeita de H1N1 quando estão no hospital e para pacientes imunocomprometidos.”




Entidade médica realiza exames grátis em SP para combater verminoses

12/04/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O Movimento Brasil sem Parasitose, ação itinerante promovida pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, vai oferecer consultas gratuitamente até sexta-feira (15) em São Paulo.

O caminhão da campanha ficará na praça da Sé, no centro da capital, das 9h às 17h. As senhas para atendimento serão distribuídas a partir das 8h.

O objetivo da ação, segundo a entidade, é levar atendimento médico e informação para a população sobre a importância da higiene pessoal e doméstica para evitar a transmissão de parasitas, como vermes, fungos e protozoários.

A entidade afirma que as mortes por parasitoses gastrointestinais ocorrem no Brasil, principalmente, porque metade da população ainda não ter esgoto coletado em casa e porque aproximadamente 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso à água tratada, segundo dados recentes divulgados no mês passado pelo Ministério das Cidades.

A unidade móvel percorrerá 11 cidades brasileiras, no total. Depois de São Paulo, o mutirão segue para Osasco e Cidade Tiradentes. O Movimento Brasil sem Parasitose vai percorrer 11 cidades brasileiras.


DOENÇAS COMUNS


Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), as parasitoses são as doenças mais comuns do mundo. Segundo a Federação Brasileira de Gastroenterologia, "no Brasil, até 36% da população total sofre com alguma parasitose e, considerando somente as crianças, a prevalência sobe para 55,3%".

As parasitoses atingem todas as camadas socioeconômicas da população, nas diversas faixas etárias, embora tenham maior prevalência nas regiões carentes de saneamento básico. Até as pessoas mais cuidadosas com a sua higiene pessoal e familiar –e que vivem em regiões com saneamento adequado– estão expostas às parasitoses intestinais.




Casos confirmados de microcefalia em bebês sobem para 1.113 no país

12/04/2016 - Folha de S.Paulo / Site


O número de casos confirmados de microcefalia em bebês já chega a 1.113, um aumento de 6,4% em uma semana. Os dados são de boletim atualizado do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (12).

Entre os casos confirmados, 189 são de bebês que tiveram resultado positivo para o vírus zika em exames. A pasta, no entanto, diz considerar que a maioria dos casos está ligado a uma infecção pelo vírus durante a gestação.

O governo também investiga outras causas para o quadro, como infecções na gestação como citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis, entre outros agentes já conhecidos.

Desde outubro, quando iniciaram as investigações, até 9 de abril deste ano, 7.015 casos de bebês com suspeita de uma má-formação e alterações no sistema nervoso foram informados à pasta pelas secretarias de saúde.

Deste total, 2.066 foram descartados após exames de imagem apontarem resultados normais ou excluírem a possibilidade de microcefalia por infecção congênita (transmitida de mãe para filho). Outros 1.113 casos foram confirmados e há ainda 3.836 em investigação.

Em geral, o ritmo de notificação de novos casos de bebês com suspeita de microcefalia têm diminuído nas últimas semanas em comparação aos últimos meses do ano anterior, quando o país decretou emergência nacional em saúde devido ao problema.

O governo considera que essa redução está relacionada ao período de maior avanço do vírus zika no país, ocorrido no início de 2015.

Ao mesmo tempo, cresce a cada semana o número de casos já confirmados. O percentual de confirmações em relação ao total, no entanto, ainda é baixo: 15,8%. Já os casos descartados respondem por 29,45% dos registros.

O novo balanço do Ministério da Saúde aponta ainda 50 mortes confirmadas de bebês com microcefalia. Outros 155 casos ainda estão em investigação e aguardam resultados de exames para confirmar o quadro.




Plástica reparadora cresce mais que estética

13/04/2016 - Folha de S.Paulo


Cirurgias plásticas reparadoras —feitas para corrigir deformações congênitas ou adquiridas após uma doença ou acidente— crescem mais do que as estéticas no Brasil, segundo levanta mento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Em 2009, foram realizadas 629 mil cirurgias plásticas no país, sendo 170 mil reparadoras (27% do total).Cinco anos depois, as reparadoras já representavam 39,9% dos 1,23 milhão de plásticas de 2013.

A pesquisa foi feita com levantamento de dados de 500 médicos da SBCP (de um universo de 5.800 cirurgiões plásticos no país) entre 2009 e 2014. Os dados foram consolidados em 2016.

Segundo a entidade, o que impulsionou o aumento das cirurgias reparadoras foram os casos de câncer de pele — o mais comum dos cânceres — e de cirurgias de redução de estômago e também de reconstrução mamária em decorrência de tumores.

“Após uma perda de peso acentuada, o paciente pode precisar de até cinco plásticas para retirada do excesso de pele da barriga, coxa, braços, mama se rosto”, diz o presidente da SBCP (regional São Paulo), Luis Henrique Ishida.

Em 2010,o Supremo determinou que a retirada de pele era parte do tratamento da obesidade e devia ser coberto pelos planos. “Com pele sobrando, o paciente tem dificuldade até de se movimentar, é uma das plásticas corretivas menos estéticas que existem”, diz o médico.

Somente as cirurgias de redução do excesso de pele por conta de emagrecimentos cresceram cinco vezes. Já as reconstruções mamárias cresceram quatro.


CÂNCER


No caso das cirurgias de mama e de câncer de pele, o que cresceu não foi apenas o número de ocorrências da doença, mas a demanda por um procedimento plástico após a retirada dos tumores.

Antes, mais pessoas faziam apenas o procedimento de saúde sem recorrer a uma plástica corretiva depois.

Já no caso das cirurgias bariátricas, o que aumentou de fato foi o número de procedimentos com a popularização da técnica e acesso pelos planos de saúde.

Cânceres de pele mais agressivos costumam ser tratados em conjunto com um dermatologista. Primeiro, o dermatologista faz a retirada do tumor. Em seguida, o cirurgião plástico cuida para que a cicatriz seja o mais discreta possível.

“Deixar uma cicatriz é quase inevitável nesses casos, mas podemos plane já la para que fique por cima de uma linha de expressão que a pessoa já tem ou na mesma direção da linha.Uma cicatriz no sentido contrário ao das linhas de expressão do rosto fica muito mais evidente”, explica Ishida.

Quando o tumor retirado é grande, pode ser necessário fazer uso de excertos de pele retirados de outras partes do corpo. Em alguns casos, é possível expandir a pele local usando uma bexiga de silicone por baixo da epiderme.

Conforme a bexiga infla, o tecido elastece e a sobra pode ser usada para tampar a lesão cancerosa.

Outros motivos que levam as pessoas a buscarem plásticas corretivas são acidentes (sobretudo domésticos e de trânsito) e defeitos congênitos como lábio leporino e más-formações faciais.

O aumento das reparativas puxou ainda uma subida da participação dos convênios médicos e do sistema público de saúde no financiamento desse tipo de intervenção.

Se em 2009 somente 16,9% dos procedimentos eram pagos por convênio ou pelo SUS, em 2014 esse número passou para 19,5%.

Outra explicação para o ganho de espaço das cirurgias reparadoras é que o mercado de plásticas estéticas, que foi alavancado no começo dos anos 2000, pode ter atingido um platô de crescimento, de acordo com Ishida.

“Com a crise, a perspectiva é que as cirurgias reparadoras assumam um percentual ainda mais expressivo do número total de plásticas uma vez que não precisam ser pagas diretamente pelo paciente”, avalia o cirurgião.




Chuva, varredura e tipo de vírus fazem dengue recuar 81% em SP

13/04/2016 - Folha de S.Paulo


Os casos de dengue confirmados na cidade de São Paulo sofreram redução de 81% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2015.O pico da epidemia, em meados de janeiro, já ficou pra trás, e a prefeitura até fechou as duas tendas que reforçavam o atendimento aos infectados.

Para o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, isso é resultado do que ele chama de estratégia inédita para o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Mas, segundo especialistas, foi a natureza que deu uma grande ajuda para essa brusca queda.

“A dinâmica natural da doença é muito mais responsável por essa diminuição do que qualquer ação [das esferas governamentais]”,afirma Maurício Nogueira, virologista da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.

No caso paulistano, a prefeitura visitou milhares de imóveis desde o fim do ano passado e aplicou larvicida em pontos previamente mapeados e considerados estratégicos pelos técnicos, como grandes terrenos baldios ou áreas abandonadas.

“As ações de todas as esferas do governo são sempre positivas, porém de baixo impacto”, completa Nogueira. Para o especialista, a circulação do vírus da dengue depende de três parâmetros: população suscetível, presença do mosquito no ambiente e a existência prévia do vírus em determinada região.

Quando um novo tipo da doença passa a circular entre uma população, o que ocorre após alguma mutação, as pessoas vão estar suscetíveis e, segundo Nogueira, “pouco pode ser feito pela autoridade” para frear a doença.

E, após uma grande epidemia por um mesmo tipo de vírus, como ocorreu no ano passado, “o número de casos vai baixar naturalmente” nos meses subsequentes.

Sem descartar a importância das várias medidas feitas pela Prefeitura de SP, Paolo Zanotto, pesquisador do Departamento de Microbiologia da USP, também joga o foco da solução para o clima.

Segundo ele, chuvas muito intensas, como as que ocorreram nos primeiros dois meses do ano, associadas a uma redução das temperaturas médias em alguns casos, acabam interferindo no ciclo de vida do mosquito.

Estudos feitos por outros pesquisadores mostram que tempestades muito recorrentes acabam “lavando” e destruindo os criadouros do mosquito, diminuindo, portanto, a circulação deles.

A tese do secretário de Fernando Haddad (PT) de que a queda nos casos de dengue ocorreu pela ação dos técnicos, que além dos pontos estratégicos, visitaram 782.627 imóveis e destruíram nestes locais 7.148 criadouros com larvas,é corroborada por outros especialistas no assunto.

“As ações de controle do Aedes aegypti neste ano estão mais intensas e eficazes”, diz Paulo Urbinatti, epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Quando a vigilância é realizada com certo rigor e frequência, é possível controlar a densidade da população de mosquitos adultos e reduzir os casos.” A prefeitura também dá crédito à população, que colaborou na destruição dos focos do mosquito nas casas.




Casos de zika e chikungunya aumentaram

13/04/2016 - Folha de S.Paulo


Ao contrário do que ocorreu com a dengue, as notificações de infecções pelos vírus da zika e da febre chikungunya aumentaram no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, mostram os dados oficiais.

No caso da zika, considerada uma das possíveis causas dos casos de microcefalia em bebês, a capital teve, em 2016, 21 casos confirmados da doença. Outros 141 estão ainda sendo investigados.

No ano passado, foram quatro casos positivos.

Além disso, em 2016 foram registrados dois casos de zika contraídos na capital paulista, contra nenhum em 2015.

No caso do chikungunya, São Paulo teve, até agora, 11 casos de contaminação dentro do próprio município neste ano, contra nenhum em 2015.


SUB NOTIFICAÇÃO


Por trás dos números existe outro problema, segundo especialistas.

“Muitos casos contabilizados como dengue são na verdade zika”, afirma o virologista Maurício Nogueira, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP).

Em geral, diz o pesquisador, só são feitos testes para a doença solicitada.

“Se a hipótese é dengue, o teste feito é esse. Se for zika, testa-se apenas zika”.

Ou seja, muitos casos negativos para uma doença podem ser positivos para outra, mas isso acaba não entrando nos registros oficiais das áreas de saúde dos municípios.




Idosos madrugam em posto de vacinação para fugir de filas

13/04/2016 - Folha de S.Paulo


Para evitar filas no segundo dia da campanha de vacinação contra a gripe, idosos começaram a chegar por volta das 5h à AMA (Assistência Médica Ambulatorial)Doutor Humberto Pascale nesta terça (12), no bairro Santa Cecília, no centro de São Paulo.

Por voltadas 6h, ao menos 11 idosos já formavam uma pequena aglomeração do lado de fora do posto, na rua Vitorino Carmilo, esperando a imunização que começaria aproximadamente às 7h.

Carregando uma pasta com seus documentos e a carteirinha de vacinação, o aposentado José Filler, 83, morador da região, foi o primeiro a aparecer no local, às 5h. “Cheguei primeiro porque tenho que fazer coisas da vida, ir ao banco, cortar as unhas no pedólogo”, disse, bem humorado.

O aposentado Marcílio Francisco de Araújo, 64, que mora próximo à praça da República, chegou 15 minutos depois de José. Segundo da fila, ele contou que toma a vacina todos os anos e, mesmo quando pega gripe, ela vem “bem fraquinha”.

Ir ao posto de madrugada foi uma orientação da mulher para evitar a lotação. “Sei que esta fila vai crescer que é uma beleza”, brincou, enquanto chegavam mais duas idosas.

O comerciante Mário Almeida Cardoso, 78, que tem um comércio e, assim como Filler, mora no bairro de Santa Cecília, chegou logo depois, por voltadas 5h30, também para não precisar esperar muito tempo. “Tenho uma oficina de persianas e muita coisa para fazer”, contou.


CAMPANHA


Devido ao avanço precipitado da gripe, a vacinação foi antecipada para a última segunda (11) na Grande São Paulo para idosos, grávidas, crianças de seis meses a cinco anos e indígenas.

No dia 18, será a vez de mulheres que tiveram filhos há até 45 dias, pessoas com doenças crônicas e presos.Os demais poderão ser imunizados durante a campanha nacional de vacinação: de 30 de abril a 20 de maio.

A vacina dada na rede pública, a trivalente, protege contra dois tipos do vírus A— entre eles o H1N1, que já causou 102 mortes no Brasil— e contra um tipo do B.

Icone do VLibras Widget. Conteúdo acessível em libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro ou Hozana.