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CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 08/04/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

Órgão amplia exigência para vacina antidengue

08/04/2016 - O Estado de S.Paulo


O Comitê Técnico Assessor em Imunização – formado por especialistas recrutados pelo Ministério da Saúde – recomendou a realização de um novo estudo fase 4, desta vez com um grupo maior de voluntários, antes de o governo decidir sobre a incorporação da vacina contra a dengue produzida pela farmacêutica Sanofi Pasteur na rede pública. Dedicado a avaliar a necessidade e a segurança da adoção de vacinas, o grupo propôs a realização de uma nova pesquisa, agora com 100 mil pessoas.

A vacina da Sanofi Pasteur é a primeira validada para uso no Brasil. Ela foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro. Questionada sobre a proposta do comitê, a Sanofi Pasteur afirmou não ter sido oficialmente comunicada. A farmacêutica ainda informou, por meio de nota, que já foram feitos estudos clínicos em 15 países com 40 mil pessoas.

A sugestão está sob a avaliação do ministério, também desde dezembro. “Dengue é uma doença complexa, há uma série de questões que precisam ser avaliadas antes de colocar uma vacina como essa no Programa Nacional de Imunização”, afirmou o coordenador do Programa Nacional de Dengue, Giovanini Coelho.

São quatro os subtipos de vírus da dengue. Quando uma pessoa é infectada por uma das variações e se contamina em outro momento por outro subtipo, há um risco maior de haver agravamento da doença. “Estudos feitos até agora mostraram segurança, mas o grupo de especialistas acha necessário avaliar com mais cuidado, em um grupo maior de pessoas”, disse o coordenador.

Coelho afirmou também que uma eventual exigência de mais uma fase de pesquisa da vacina contra a dengue não impediria o uso do produto em clínicas particulares. “Essa etapa seria necessária apenas para avaliar se o produto seria ou não incorporado ao SUS (Sistema Único de Saúde)”, disse. Para a comercialização ter início no País, no entanto, é preciso que seja fixado o preço, tarefa ainda em avaliação na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.


CUSTO


A vacina da Sanofi Pasteur é indicada para proteção contra os sorotipos 1, 2, 3 e 4 da dengue na população com idade entre 9 e 45 anos. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, já afirmou considerar difícil a adoção do produto no SUS, em razão de seu alto preço e pelo fato de ela não ser indicada para populações consideradas mais vulneráveis – crianças e idosos.

A vacina deve ser aplicada em três doses, ao longo de um ano. Calcula-se que cada dose custará em média ¤ 20. Castro vem dizendo que, para a população de 200 milhões de habitantes, o valor é inviável.

Outra esperança do governo é o imunizante em desenvolvimento pelo Instituto Butantã, de São Paulo, em parceria com o NIH (instituto americano de saúde, na sigla em inglês). A última etapa da pesquisa teve início em fevereiro deste ano. Nesta fase, serão imunizados 17 mil voluntários.

A vacina é considerada promissora, mas especialistas já afirmaram que os trabalhos não podem ser concluídos rapidamente. Uma das barreiras está no fato de, neste ano, circular no País predominantemente o subtipo 1 do vírus. Isso tornaria mais difícil, por exemplo, avaliar o efeito protetor do produto nos casos de contaminação provocadas pelos outros subtipos. O ideal, afirmam, seria que testes fossem feitos com a circulação dos quatro sorotipos.




Ministério dobra pedido de antiviral para tratar H1N1

07/04/2016 - Veja Online


Com o surto antecipado de gripe H1N1 no país, o Ministério da Saúde dobrou o pedido de antiviral feito ao laboratório responsável pela produção do medicamento. A quantidade é suficiente para tratar até 2,5 milhões de pessoas infectadas pelo vírus até o fim do ano. Se a demanda chegar ao ápice, será o maior número de pessoas tratadas no país desde a pandemia da doença, em 2009. O recorde de tratamentos oferecidos foi em 2013, com 2 milhões de caixas com dez cápsulas cada de oseltamivir (Tamiflu) distribuídas pela rede pública.

A encomenda é a segunda maior em sete anos, inferior apenas ao volume pedido em 2010, quando ainda acontecia a pandemia e o ministério comprou da Farmanguinhos, laboratório público da Fiocruz, 1,7 milhão de tratamentos, conforme dados do próprio laboratório. Com o fim do surto no mesmo ano, o estoque de medicamentos comprado do laboratório público foi suficiente ainda para abastecer o país nos anos de 2011, 2012 e 2013.

No início deste ano, o governo encomendou do laboratório uma quantidade de oseltamivir (Tamiflu) suficiente para tratar 1,5 milhão de pessoas, o dobro do solicitado em 2015, quando foram pedidos 769 mil tratamentos. Além da nova remessa, o ministério conta ainda com 1 milhão em estoque.

De acordo com o ministério, a compra de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) segue o cronograma e o pedido de oseltamivir é uma medida preventiva para evitar o desabastecimento em Estados e municípios. De acordo com o órgão, a distribuição do remédio está regular em todo o país e é feita conforme demanda estadual.

A estimativa do número de pessoas que serão tratadas neste ano pode crescer ainda mais se forem incluídos os lotes do medicamento nas dosagens infantis. Como a Farmanguinhos produz apenas as unidades de 75 miligramas, para adultos, a versão do oseltamivir para crianças é comprada do laboratório Roche. A empresa não informou quantas unidades foram pedidas neste ano, mas afirmou que, no ano passado, foram vendidas ao governo federal 558 mil caixas do Tamiflu nas dosagens de 30 e 45 miligramas.

Para a infectologista Nancy Bellei, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante da Sociedade Internacional de Influenza e Doenças Respiratórias, o volume de antiviral encomendado pelo ministério reflete a preocupação com o impacto da epidemia neste ano.

"Com o que está acontecendo em São Paulo, com casos precoces e óbitos, o ministério talvez esteja com uma preocupação de que esse surto possa ser igual aos de 2009 e 2013", diz ela. No ano da pandemia, 2.060 pessoas morreram por complicações do H1N1. Em 2013, segundo pior surto, foram 768 óbitos. Em 2016, já são 71 vítimas, mas o período de pico de casos costuma ocorrer no inverno.

Segundo Nancy, embora a expectativa seja de crescimento de casos, não há razão para pânico na população, pois cerca de 90% dos pacientes infectados evoluem bem espontaneamente. "O medicamento é indicado prioritariamente para pessoas com fatores de risco, para evitar possíveis complicações", afirma.




Qual é a forma correta para o descarte de medicamentos?

07/04/2016 - Portal EBC


O descarte incorreto de medicamentos vencidos foi o assunto da entrevista que Artemisa Azevedo fez no programa Falando Fracamente da Rádio Nacional da Amazônia, com o farmacêutico Alberto Malta Júnior.

Os resíduos de medicamentos causam muitos problemas pra saúde humana e para o meio ambiente, podendo afetar o crescimento de plantas, mudança de sexo dos animais e contaminação de alimentos. Para o ser humano um dos principais problemas está no aparecimento de bactérias resistentes ao jogar no lixo comum, antibióticos e outros antimicrobianos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório sobre essa resistência e já alertou toda a sociedade internacional sobre esse assunto. Outro problema que o medicamento vencido traz é o risco de intoxicação.

Com relação ao descarte correto o farmacêutico alertou: " As pessoas têm descartado o medicamento na pia ou no vaso sanitário o que é um erro, porque do vaso sanitário ele vai pro solo e pro meio ambiente, descartar no lixo comum também é um dano porque dali vai se misturar com o lixo e comum e dali vai surgir as contaminações naturais do meio ambiente. A forma correta é que deveria haver uma logística, ou seja , tanto o usuário como os serviços deveria enviar os remédios para incineração. Esse tratamento no serviço público deveria ser viabilizado pelas prefeituras e no serviço privado deveria haver um acordo entre indústrias e varejo.”

 

 

 
 

Servier vê Brasil entre seus cinco maiores mercados

08/04/2016 - Valor Econômico


Mesmo diante de um cenário de recessão econômica no Brasil, o grupo Mesmo diante de um cenário de recessão econômica no Brasil, o grupo farmacêutico francês Servier pretende reforçar sua presença no país e transformar o mercado brasileiro num dos cinco maiores da empresa no mundo.

Em visita ao país, para comemorar os 40 anos do laboratório no Brasil, o presidente mundial da companhia, Olivier Laureau, anunciou que a Servier vai dobrar o número de medicamentos comercializados no país e que espera atingir um faturamento de R$ 2 bilhões no mercado brasileiro em dez anos.

Em entrevista exclusiva ao Valor, Laureau conta que a crise econômica não é um obstáculo para o crescimento das vendas, devido ao perfil populacional do país. "O Brasil é um país estratégico, porque tem uma população que cresce e que está envelhecendo. Além disso, trata-se de uma população que tem cada vez mais acesso aos serviços de saúde", disse.

O Brasil é, hoje, o décimo maior mercado do grupo em termos de faturamento na área dos produtos inovadores, que responde por 75% das receitas da empresa. Os outros 25% vêm da comercialização de genéricos.

Em 2015, a Servier faturou R$ 262 milhões no país, mas tem planos de aumentar esse número para R$ 305 milhões já este ano e atingir os R$ 810 milhões em 2021.

O laboratório francês possui um modelo de negócios peculiar no setor.

Durante a década de 1980, quando se discutia a sucessão do fundador Jacques Servier, o grupo foi instituído como uma fundação privada, sem fins lucrativos, que tem como diretriz investir 100% de todo seu lucro em pesquisa e desenvolvimento.

A companhia fatura cerca de € 4 bilhões por ano e investe mais de 25% desse montante em inovação, sem que haja qualquer distribuição de dividendos.

A área de oncologia é um dos grandes focos da companhia e concentra mais de 50% do orçamento de pesquisa do grupo, que tem como meta descobrir um novo produto inovador a cada três anos.

No Brasil, a companhia acaba de fechar um acordo de cooperação tecnológica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para estudos conjuntos de seis mil extratos de plantas da biodiversidade brasileira que fazem parte do acervo da Fiocruz, para busca de medicamentos de combate ao câncer. O acordo prevê transferência tecnológica. Em caso de sucesso nas pesquisas, a Fiocruz terá prioridade no uso do medicamento na rede pública de saúde, enquanto a Servier ficaria concentrada na venda na rede particular.

A Servier fechou também um acordo de transferência tecnólogica para produção do remédio Vastarel, para tratamento de isquemia cardíaca, também na Fiocruz. E anunciou um prêmio para apoiar pesquisas na área da neurociência, dedicada a estudos sobre as complicações neurológicas decorrentes do vírus da Zika. Serão oferecidos € 150 mil (R$ 600 mil) em três anos em premiações.

Ainda no Brasil, o grupo espera lançar nos próximos cinco anos mais 15 produtos, para as áreas de diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e oncologia. Entre os lançamentos estão inovações, como "polipílulas" (pílulas que concentram vários componentes um só comprimido), para tratar, ao mesmo tempo, a hipertensão e o colesterol. "Com isso reduzimos a quantidade de medicamentos que o paciente precisa ingerir e isso aumenta a adesão ao tratamento", explica o executivo.

A companhia também prevê lançar no país um tratamento subcutâneo para diabetes. Trata-se de uma bomba osmótica, que é introduzida a partir de um pequeno procedimento cirúrgico no paciente e que substitui as injeções diárias de insulina.

Segundo Laureau, os novos produtos serão majoritariamente produzidos no Brasil, mas medicamentos que envolvam alta tecnologia, como o tratamento subcutâneo de diabetes, serão produzidos fora. A fábrica da Servier, no bairro de Jacarepaguá, no Rio, tem capacidade para produzir 500 milhões de comprimidos por ano, mas o executivo já antecipou que avalia investir na expansão da unidade.

"Hoje estamos avaliando diferentes opções, já que podemos investir na otimização da fábrica, mas a curto e médio prazo precisamos levantar a questão da ampliação. A gente sabe que deve fazer alguma alteração nessa capacidade, só não sabe como ainda", afirmou.




Grupo Beneficência Portuguesa volta a operar no azul

08/04/2016 - Valor Econômico


Após cinco anos de resultados operacionais negativos, o Grupo Beneficência Portuguesa fechou 2015 no azul. O superávit operacional da rede hospitalar atingiu R$ 11,3 milhões, o que representa uma reversão ao déficit de R$ 25,5 milhões de 2014.

Os indicadores operacionais desconsideram a receita financeira, cujo peso é relevante no balanço da Beneficência, que conta com um grande patrimônio imobiliário e não tem endividamento bancário. Em 2014, por exemplo, o resultado advindo do negócio hospitalar foi negativo em R$ 25,5 milhões, porém, a receita financeira somou R$ 25,6 milhões, o que fez a última linha do balanço ficar positiva em R$ 105 mil. Em 2015, as aplicações financeiras renderam R$ 17 milhões e as atividades hospitalares pouco mais de R$ 11 milhões - totalizando um superávit de R$ 28,2 milhões.

O grupo reúne os hospitais São Joaquim, São José e Santo Antônio. Como instituição filantrópica, precisa realizar mais da metade dos atendimentos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter direito a benefícios fiscais. Do total de procedimentos realizados nos três hospitais do grupo, 55,5% são feitos pelo SUS. Mas os pagamentos do governo representam só 13% da receita mensal - a maior parte vem de convênios médicos e particulares. Mesmo com a defasagem na tabela de repasses do SUS, a receita da Beneficência no acumulado do ano cresceu 12,6% - bem acima dos 2,4% apurados na linha de custos e honorários médicos.

"Nos últimos três anos, renegociamos contratos com operadoras e fornecedores, mudamos processos internos, investimos em tecnologia e foi feita uma reorganização interna que nos tornou mais eficientes", disse Denise Santos, presidente-executiva do grupo.

Uma das medidas foi a transferência da maternidade da unidade São Joaquim para o prédio do Santo Antonio, que atende exclusivamente SUS, o que permitiu a abertura de uma área no hospital principal a usuários de convênios médicos. Além disso, mudanças na composição dos serviços prestados ajudaram a melhorar o desempenho. O grupo ampliou, por exemplo, a oferta de exames a pacientes do SUS - já que esses procedimentos são pagos pelo governo com menos defasagem do que outros.

A Beneficência Portuguesa passa por uma modernização que já demandou R$ 350 milhões em investimentos nos últimos três anos.

Segundo Denise, o próximo grande projeto é a implementação do prontuário eletrônico (digitalização dos procedimentos médicos desde o atendimento no leito até a cobrança para operadora) no São Joaquim - mais conhecido como Beneficência Portuguesa. "O São Joaquim é um hospital muito grande, com 1 mil leitos. Um projeto desses é complexo, mas também trará muito ganho de eficiência nos próximos anos", disse a executiva, que assumiu o posto em 2013.




What's News: A Allergan

08/04/2016 - Valor Econômico


A Allergan, farmacêutica irlandesa, vai pagar US$ 125 milhões adiantados à firma britânica de biotecnologia Heptares Therapeutics, que pertence ao grupo japonês Sosei, pelos direitos mundiais a remédios em desenvolvimento contra o mal de Alzheimer e outras doenças neurológicas. O acordo inclui US$ 665 milhões adicionais se os testes clínicos forem bem-sucedidos e outros US$ 2,5 bilhões condicionados ao sucesso comercial dos remédios. O negócio mostra a disposição da Allergan de seguir seu próprio caminho depois do cancelamento de sua fusão com a americana Pfizer.




Soro anti veneno de abelha será testado em humanos

08/04/2016 - Folha de S.Paulo


Ser picado por uma abelha dói. Por cinco, dói muito. Por um enxame, pode matar.

Um novo soro, criado por cientistas brasileiros, promete ser o primeiro do tipo do mundo a combater especificamente o veneno de abelha para os casos mais graves.

Estima-se que mais de 15 mil pessoas sofram ataques de abelhas por ano no Brasil —8% do total dos ataques de animais peçonhentos. Dessas pessoas, 140 morrem em decorrência das picadas e outras podem ter complicações renais e seu estado de saúde geral agravado.

Curiosamente, a forte dor característica das picadas foi um motivo que impediu o desenvolvimento anterior da vacina.

Os equinos são os animais escolhidos para a produção desse tipo de soro, mas são muito sensíveis à dor.

“São bichos que literalmente morrem de cólicas”, diz Rui Seabra Ferreira Jr., veterinário e professor da Unesp.

O pulo do gato veio durante as pesquisas de Ferreira Jr., há cerca de 15 anos, quando veio a ideia de remover do veneno a porção responsável pela dor —deixando só as toxinas que causam prejuízo da função renal, por exemplo.

Essa nova fração pode ser inoculada nos cavalos, que então produzem anticorpos contra essas moléculas. Dependendo do animal podem ser extraídos até 25 litros de sangue por inoculação (veja o processo no infográfico).

Antes de a pesquisa chegar na fase clínica, houve testes com camundongos, coelhos e carneiros —alternativas caso a inoculação com cavalos não funcionasse. O soro, antes de ser envasado é purificado e tratado quimicamente para minimizar efeitos colaterais.


TESTES


Os testes em humanos devem começar nos próximos meses. A vacina estará disponível em três centros de pesquisa: um em Botucatu (onde fica a instituição sede da pesquisa, a 238 km de São Paulo) e outros dois em Tubarão (SC) e Uberaba (MG).

O processo basicamente consiste em a guardar que pessoas sejam picadas para serem testadas. E nada impede que pessoas de regiões próximas sejam levadas a esses centros para serem tratadas.

Na primeira etapa, que deve levar cerca de um ano, a meta é reunir 20 casos de envenenamentos para serem tratados com o soro antiapílico (de Apis mellifera,o nome científico das abelhas).

Será testado o ajuste de dose e verificada a segurança do composto em humanos.

Se funcionar como se espera, o soro deverá ser testado, em uma nova fase de pesquisa clínica, em 300 pessoas em todo o país para a avaliação de sua eficácia. Como não existe nenhum outro tratamento específico para envenenamento de abelhas — apenas anti-inflamatórios e antialérgicos são administrados—, se tudo der certo, pode ser que a aprovação venha logo após esses testes, especula Ferreira Jr.

A empreitada envolve principalmente a parceria do Centro Virtual de Toxinologia (Cevap) da Unespe o quase centenário Instituto Vital Brasil (RJ). Os investimentos no projeto são 100% públicos Esse pode ser ainda primeiro soro, de qualquer tipo, aprovado em testes clínicos no país. Os tradicionais soros contra venenos de serpentes, escorpiões e aranhas são heranças de um passado onde não havia regulamentação tão intensa quanto a de hoje.

Será também o primeiro soro antiveneno a ser avaliado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, criada em 1999).

Ferreira Jr. se diz um entusiasta da pesquisa porque o soro é resultado de estudos realizados na própria universidade. A patente do produto deverá gerar receitas para a Unesp no caso de exportação para países onde as abelhas são um problema.




Exame de sangue acusa câncer de pulmão

08/04/2016 - Correio Braziliense


Um simples teste de sangue desenvolvido por pesquisadores dos Estados Unidos foi capaz de detectar rapidamente e com alto índice de precisão mutações em dois genes que desempenham papel essencial no câncer de pulmão de células não pequenas. Trata-se do tipo mais comum dessa doença, que, no Brasil, deve afetar 28.220 novos pacientes neste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Estima-se que 30% dos doentes tenham mutações em algum dos genes incluídos no estudo e possam ser tratados com terapias-alvo. A pesquisa foi publicada na revista Jama Oncology.

Chamada de biópsia líquida, a técnica foi tão bem-sucedida que o Instituto Dana-Barber/Brigham e o Centro de Câncer da Mulher, envolvidos na pesquisa, decidiram oferecê-la a todos os pacientes desse tumor, tanto para o diagnóstico inicial quanto para rastrear relapso de pacientes já tratados. Até agora, o método é utilizado apenas em testes, mas, cada vez mais, apresenta resultados promissores, com a vantagem de ser menos invasivo que a biópsia tradicional.

A genotipagem rápida de plasma — nome técnico da biópsia líquida — envolve a retirada de um tubo de sangue, que contém DNA circulante deslocado das células cancerígenas. A amostra passa por análise de DNA em busca de mutações ou de outras anomalias. De acordo com os pesquisadores que estudam o método, quando células tumorais morrem, o DNA delas se espalha pela corrente sanguínea. Em diversos estudos que vêm sendo realizados mundo afora, já foi possível identificar diversos tumores oncológicos, incluindo próstata e mama.

“Nós vemos a genotipagem do plasma como tendo um potencial enorme de teste clínico. É uma forma rápida e não invasiva de rastrear o câncer, evitando os desafios da biópsia invasiva tradicional”, diz Geoffrey Oxnard, oncologista torácico e pesquisador de câncer de pulmão do Instituto Dana-Faber e do Hospital da Mulher Brigham (DF/BWCC). Oxnard é o principal autor do estudo publicado na Jama Oncology. “Nosso trabalho foi o primeiro a demostrar prospectivamente que a técnica da biópsia líquida pode ser uma ferramenta prática para tomarmos decisões no tratamento dos pacientes oncológicos. O teste foi um sucesso tão grande que estamos transformando o ensaio em um teste clínico para os pacientes da DF/BWCC”, complementa.


RESULTADOS COMPARADOS


O estudo envolveu 180 pessoas com câncer de pulmão de células não pequenas, sendo que 120 haviam acabado de receber o diagnóstico da doença e 60 se tornaram resistentes ao tratamento anterior, fazendo com que o tumor recorresse. Todos foram testados para mutações nos genes EGFR e KRAS e para uma mutação separada no EGFR que permite às células tumorais se tornarem resistentes às drogas de primeira linha. O teste foi realizado com uma técnica conhecida como reação digital de cadeia polimerase em quantidade ínfima (ddPCR, pela sigla em inglês), que conta as letras individuais do código genético do DNA da célula doente para determinar se mutações específicas estão presentes.

Cada participante também foi submetido à biópsia tradicional para testar as mesmas alterações. Os resultados foram, então, comparados. Os dados mostraram que o exame de sangue traz resultados muito mais rapidamente, algo essencial no tratamento de câncer. Em média, foram necessários três dias para as conclusões, sendo que, no caso da análise convencional, o tempo variou de 12 dias (caso dos pacientes que acabaram de ser diagnosticados) e 27 dias (naqueles com câncer recorrente).

Além disso, o novo método mostrou-se muito mais preciso. Nas pessoas que receberam o diagnóstico recentemente, o valor preditivo do plasma ddPCR foi de 100% para a mutação EGFR primária e a mutação KRAS — em outras palavras, pacientes que testaram positivo para uma ou outra mutação tiveram certeza total da presença dessas alterações no tumor. Para aqueles com variação no gene EGRF resistente, o valor preditivo foi de 79%, sugerindo que o teste de sangue conseguiu encontrar casos adicionais da mutação que não haviam sido identificados pela biópsia tradicional.

“Em alguns pacientes com a mutação de resistência EGFR, o ddPCR detectou mutações que passaram em branco pela biópsia comum”, observa Oxnard. “Um tumor resistente é inerentemente formado por múltiplos subconjuntos de células, algumas das quais carregam padrões diferentes de mutações genéticas. A biópsia tradicional analisa apenas uma parte simples do tumor e pode perder uma mutação presente em qualquer outra parte do corpo. A líquida, em contraste, pode refletir melhor a distribuição das mutações no tumor como um todo”, esclarece.

Quando a ddPCR falhou na detecção das mutações, isso indicou que as células do tumor não carregavam essa mutação ou que o câncer não estava liberando DNA na corrente sanguínea. Essa discrepância entre o resultado dos testes e a presença de mutações foi menos comuns em pacientes cujo tumor causou metástases em diversas partes do corpo, disseram os pesquisadores. De acordo com eles, uma das vantagens da biópsia líquida é que ela ajudará os médicos a determinar rapidamente se o paciente está respondendo à terapia.


NOVAS MUTAÇÕES


Cinquenta participantes do estudo fizeram testagens repetidas depois do início do tratamento. “Aqueles cujos testes de sangue mostraram o desaparecimento das mutações dentro de duas semanas eram mais propensos a continuar o tratamento, comparado aos que não tiveram redução”, explicou Adrian Sacher, que liderou os estudos. E, como os tumores evoluem constantemente e adquirem mutações adicionais, repetir o teste pode ajudar a detectar precocemente novas mutações (como a EGFR, que confere resistência às drogas de primeira linha), que podem ser tratadas com outros agentes.

“Os dados do estudo são muito atraentes”, avalia a patologista do DF/BWCC Lynette Sholl, explicando a decisão do centro de começar a oferecer a biópsia líquida para todos os pacientes de câncer de pulmão de células não pequenas. “Nós validamos as descobertas dos autores comparando os resultados da biópsia líquida com amostras do tecido do pulmão de 34 pacientes. Para trabalhar como um teste clínico no mundo real, a biópsia líquida precisa fornecer dados confiáveis e acurados, além de ser prática do ponto de vista logístico. Foi o que vimos com o teste ddPCR”, garante. “A biópsia líquida tem grande utilidade tanto para pacientes recém-diagnosticados quanto para aqueles com doença recorrente. É rápida, quantitativa (indica a quantidade de DNA mutante na amostra) e pode ser empregada rapidamente em um centro de tratamento de câncer”, detalha.

“A biópsia tradicional analisa apenas uma parte simples do tumor e pode perder uma mutação presente em qualquer outra parte do corpo. A líquida, em contraste, pode refletir melhor a distribuição das mutações no tumor como um todo”

Geoffrey Oxnard, oncologista torácico e principal autor da pesquisa.


PARA SABER MAIS

A origem da resistência

A resistência que os cânceres adquirem aos tratamentos pode ocorrer porque eles “roubam” vasos sanguíneos de tecidos não doentes próximos, o que impulsiona o seu crescimento. O mecanismo foi identificado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer em Londres e do Instituto de Pesquisa Sunnybrook, da Universidade de Toronto, no Canadá, e detalhado, ontem, no Journal of the National Cancer Institute. Para a equipe, bloquear esse processo pode ser mais eficaz do que os tratamentos para conter a angiogênese — o crescimento de novos vasos sanguíneos.

No estudo, os cientistas usaram ratos que tinham carcinoma hepatocelular, um tipo de câncer de fígado. Descobriram que os tumores que responderam ao tratamento inicial com a droga sorafenib basearam-se principalmente no crescimento dos próprios vasos sanguíneos, mas acabaram ficando resistentes à substância depois que se apropriaram dos vasos normais existentes no órgão. “Também estamos investigando se os nossos resultados são relevantes para os pacientes afetados pelo câncer de mama e do intestino. Nossa pesquisa enfatiza, ainda, a importância de mais estudos para compreender melhor esse processo”, ressaltou Andrew Reynolds, colíder da pesquisa.

 
 

Escolas vacinam pais e alunos contra H1N1

08/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Escolas e empresas do Estado de São Paulo investem na imunização de alunos, pais e funcionários contra a gripe H1N1, em um esforço para evitar que a doença chegue às salas de aula e aos ambientes de trabalho. Só no Estado, a doença já deixou 55 mortos.

No Colégio Salgueiro, em Interlagos, na zona sul da capital, um mutirão feito na tarde desta quinta-feira, 7, vacinou 750 pessoas. De acordo com João Paulo Salgueiro, diretor de Operações da escola particular, pais, cuidadores e até mesmo quem não frequenta o prédio tomaram a vacina. “Não faria sentido imunizar só os alunos. Eles convivem com outras crianças no condomínio onde moram, namoram alunos de colégios da região”, diz o diretor.

A clínica contratada cobrou R$ 100 para quem tem mais de 3 anos e R$ 80 para as crianças abaixo dessa idade, valor repassado aos pais. “Tem gente batendo na porta das clínicas, fazendo fila, pagando o triplo e, de repente, eu tenho 750 vacinas com o preço de mercado. Meu papel é distribuir esse serviço para toda a comunidade”, afirma Salgueiro.

Entre as pessoas vacinadas está a professora Elaine Trassatto, de 41 anos. Ela aproveitou que a filha de 7 recebeu a imunização na escola para vacinar a filha mais nova, de 1 ano, e também se proteger. “Tentei em várias clínicas e não consegui. Filhos de amigas minhas tiveram H1N1. O que mais me deixou assustada é que elas não conseguiram achar nem a vacina nem o Tamiflu (medicamento usado no tratamento da doença), que estão em falta”, afirmou.

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado (Sieeesp), Benjamin Ribeiro da Silva, informou que mais de cem colégios particulares já procuraram a entidade pedindo ajuda para obter as vacinas. Ele revelou dificuldades para contratar as clínicas. “Já falamos com uma série de lugares até para indicar o serviço às escolas. Mas a maioria das respostas que temos é que está em falta.”

“Com muito esforço”, ele contou que conseguiu as vacinas para a escola dele, na Cidade Dutra, também na zona sul da capital. “Nesta semana, conseguimos aplicar 700 vacinas em um universo de 1,4 mil alunos, mas os pais tiveram de pagar pelas doses.”

Até os colégios que há mais de uma década aplicam a vacina tetravalente tiveram dificuldades neste ano. Na Escola Eduque, na zona sul, a imunização dos funcionários é feita anualmente. Mas, desta vez, a administração do colégio encontrou dificuldades para conseguir uma clínica disponível.

“Anualmente, fazemos uma campanha para vacinar os funcionários. Mas, desta vez, ainda não conseguimos marcar as datas porque esbarramos em dificuldades para encontrar clínicas que forneçam um lote de vacinas”, disse Juliana Duarte, gestora administrativa da escola.


INTERIOR


O medo da epidemia de H1N1 também está no interior. A CPFL Energia, por exemplo, antecipou a vacinação dos funcionários. A tetravalente é aplicada desde segunda-feira. De acordo com a empresa, a expectativa é de que, até o fim do mês, cinco mil colaboradores sejam vacinados nos 71 municípios do Estado em que a empresa está presente.




Hospital sem leito interna crianças em consultórios

08/04/2016 - Folha de S.Paulo


Em meio ao surto de gripe H1N1,o Hospital Municipal da Cidade Tiradentes (zona leste) está mantendo crianças internadas em consultórios médicos e na sala de medicação.

Nesta quinta (7), dos quatro consultórios pediátricos, três eram usados para internação de crianças com suspeita de H1N1, segundo pais e funcionários.

Na sala de medicação, pacientes com suspeita de gripe dividiam espaço com crianças com outras doenças.

Com os consultórios ocupados, parte das consultas era realizada na sala de triagem.

Sem estrutura de internação, pais e filhos passaram a noite nas salas improvisadas.

O filho de Eliton de Souza da Silva, 33, está internado no hospital desde a noite de quarta (6) com sintomas da doença. O menino passou a noite do aniversário de três anos em uma cadeira, sem poder tomar banho.

A gestão Fernando Haddad (PT) admitiu, em nota, que a pediatria do hospital da Cidade Tiradentes está superlotada e que há crianças internadas na sala de medicação e nos consultórios.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, foi “necessário criar leitos extras na unidade do PS pediátrico, chegando a uma média de 40 crianças internadas”.

A pasta disse ainda que todas as crianças recebem o atendimento necessário.




Um em cada cinco no país come doces em excesso

08/04/2016 - Folha de S.Paulo


Um em cada cinco brasileiros, ou 20,1% da população, consome doces cinco ou mais vezes durante a semana, frequência considerada alta por autoridades de saúde. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o índice é ainda maior: 28,5%.

Os dados, divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Ministério da Saúde, são da pesquisa Vigitel 2015, que monitora hábitos e fatores de risco à saúde.A pesquisa, feita todos os anos por inquérito telefônico, ouviu 54 mil pessoas acima de 18 anos residentes nas capitais do país.

Além dos doces, também é expressivo o consumo regular de refrigerantes no Brasil.

Ao todo, 19% dos brasileiros bebe refrigerante ou suco artificial todos os dias.

Para o Ministério da Saúde,os hábitos preocupam por elevar o risco de doenças crônicas, sobre tudo a diabetes, cuja taxa de prevalência vem crescendo na população.

Dados de relatório global da Organização Mundial de Saúde, divulgados na quarta-feira (6), mostram que o número de pessoas com diabetes no mundo quadruplicou entre os anos de 1980 e 2014 — passou de 108 milhões para 422 milhões de pessoas.

No Brasil, 7,4% dos entrevistados na Vigitel 2015 afirmam ter diagnóstico médico de diabetes. Em 2006, esse percentual era de 5,5%.

Entre as capitais, Rio e Porto Alegre têm os maiores índices de prevalência de diabetes, com diagnóstico em 8,8% e 8,7% da população.




H1N1 teria provocado morte de idoso vítima de câncer em SP

08/04/2016 - O Globo


O surto de H1N1 no estado de São Paulo pode ter causado a morte de um idoso que fazia tratamento de câncer no Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp). Um dos principais hospitais públicos para tratamento da doença, por onde circulam cerca de 10 mil pessoas diariamente, tem hoje 170 casos suspeitos da gripe. O idoso que morreu no hospital mês passado era portador do vírus que vem provocando uma série de mortes, principalmente em São Paulo. A gripe pode ser mais grave em pacientes com câncer por causa da baixa imunidade.

De acordo com o hospital, houve confirmação do vírus em 62 pacientes, e 21 precisaram ser internados. Os dados referem-se aos meses de janeiro a março, com maior incidência no último mês. No estado de São Paulo, o Icesp é responsável por 10% do total de atendimentos em oncologia.

Segundo o Instituto do Câncer, o paciente que morreu estava em fase terminal e o aumento de casos no hospital é um reflexo do aumento de H1N1 em São Paulo. Entre as complicações do quadro de saúde do idoso estava o vírus H1N1.

No estado de São Paulo, até o dia 29 de março, foram notificados 372 casos e 55 mortes relacionados ao H1N1.

No A.C. Camargo Câncer Center, também referência para tratamento de tumores, não há surto nem aumento de casos de H1N1. O hospital, no entanto, tem orientado pacientes, familiares e acompanhantes a reforçar os cuidados com higienização das mãos.

Por conta do surto da doença em São Paulo, a vacinação antecipada contra a gripe, que protege contra o vírus H1N1, começou na última segunda-feira. Nesta primeira semana, estava prevista a imunização em 532,4 mil profissionais de saúde de hospitais públicos e privados da capital e região metropolitana. Entre os dias 4 e 8 de abril, todos os serviços de saúde dos municípios da região receberão as doses para realizar campanhas internas.


VACINAÇÃO ANTECIPADA


A imunização dos profissionais de saúde é a primeira medida prevista na antecipação da vacinação contra a gripe organizada pela Secretaria de Estado da Saúde. A população será vacinada gradativamente, começando pelos grupos prioritários. Nessa primeira etapa da campanha, 3,5 milhões de paulistas receberão as doses.

A partir do dia 11 de abril, a vacinação será ampliada para demais grupos prioritários: crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos (982,8 mil), gestantes (179 mil) e idosos (1,83 milhão) da capital e grande São Paulo.




MPF pede a prisão de ministro e secretário de Saúde por canabidiol.

08/04/2016 - O Globo


O Ministério Público Federal (MPF) em Marília, no interior paulista, pediu ontem a prisão do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e do secretário de Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, por descumprirem decisão judicial que determinou o fornecimento do medicamento Hemp Oil (RSHO), feito com canabidiol, substância extraída da maconha, a crianças e adolescentes que sofrem de encefalopatia epiléptica, doença que provoca convulsões graves.

Em janeiro de 2015, a Agência Nacional de Vigiância Sanitária (Anvisa) liberou a importação do canabidiol no Brasil, em caráter de excepcionalidade, para uso próprio, em tratamento de saúde e mediante prescrição médica. Não há venda da substância no Brasil.

Em nota, o MPF informa que a liminar, concedida em abril de 2015, vem sendo desrespeitada desde janeiro último e que, por conta da interrupção do tratamento, os pacientes voltaram a ter crises de convulsão. Ainda segundo o MPF, o fornecimento do canabidiol foi obtido na Justiça para garantir o direito à saúde e à vida de nove crianças e adolescentes. O órgão ressalta que eles precisam do remédio para controlar os graves ataques convulsivos, já que são resistentes à terapia padronizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


REGRESSÃO SEM O MEDICAMENTO


Os procuradores dizem também que, de acordo com relatórios médicos, sem o medicamento, a qualidade de vida dos pacientes será altamente prejudicada, e o risco de a situação de alguns deles evoluir para estado de mal epiléptico e morte é alto. A conclusão do MPF é que as famílias não têm recursos para arcar com os custos da importação do canabidiol.

A dona de casa Vera Lúcia dos Santos de Almeida, de 30 anos, é uma das mães de Marília à espera do medicamento. Seu filho André, de 13 anos, tem grave epilepsia desde 1 ano de idade, e chegou a ter 70 convulsões diárias — número reduzido a dez depois do tratamento com o canabidiol, em janeiro de 2015. Sem o medicamento desde janeiro deste ano, o menino regrediu: hoje André não fala nem consegue ir à escola.

— Até setembro eu comprava as seringas, foi quando consegui o medicamento pelo Estado. Mas em dezembro liberaram o último lote. Como fiquei viúva no início do ano e parei de trabalhar para cuidar dele, não tenho como comprar. Agora meu filho piorou bastante — lamenta Vera, que pagava R$ 2.100 por mês, valor referente a três seringas da substância.

Moradora de Ourinhos, cidade vizinha a Marília, Fabiana Costa, de 41 anos, também entrou com recurso para conseguir o medicamento para seu filho Miguel, de 12 anos. O menino, que tinha cerca de 50 convulsões diárias desde 2008, quase morreu durante outros tratamentos. Com o uso do canabidiol, relata a mãe, em oito meses ele já não tinha nenhum traço da doença. Fabiana desembolsa R$ 4 mil por mês importando a substância.

— Sem remédio meu filho não fica, mas estou numa situação bem difícil. Já quase perdi minha casa — observa ela.

O Ministério da Saúde comunicou que cumpre todas as determinações judiciais para fornecimento de medicamentos ou custeio de tratamentos de saúde. Em relação ao processo para atender pacientes do município de Marília, a pasta disse já estar em contato com a secretaria de Saúde de São Paulo e que adotará as providências necessárias, em caráter emergencial.

Em nota, a secretaria estadual de Saúde de São Paulo informa que iniciará o processo de aquisição do produto assim que receber a notificação. A pasta explica que, “no caso do canabidiol, que é importado e sem registro no Brasil, uma série de exigências burocráticas da Anvisa vêm causando morosidade aos processos de compra”. Hoje, segundo o órgão, serão entregues 12 seringas de canabidiol na sede do Departamento Regional de Saúde de Marília.




Diabetes atinge um em cada cinco brasileiros

08/04/2016 - Correio Braziliense


Um em cada cinco brasileiros consome doces em excesso. É o que revela pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. O índice é maior entre jovens: 28,5% da população de 18 a 24 anos ingere açúcar regularmente acima do recomendado. Na mesma faixa etária, 30% têm o hábito de tomar sucos artificiais e refrigerantes em, pelo menos, cinco vezes na semana. O estudo também revela que a quantidade de pessoas com a doença no Brasil aumentou. Pulou de 5,5% da população em 2006, para 7,4% no ano passado.

De acordo com o ministro da saúde, Marcelo Castro, o crescimento do número de pessoas com diabetes é uma tendência mundial, ligada ao estilo de vida sedentário. Ele também afirmou que a obesidade é um dos principais fatores de risco e incentivou a educação alimentar de crianças e jovens. Para a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, todos têm papel fundamental na luta contra a doença. “Juntos, poderemos parar o aumento no número de casos de diabetes e fornecer cuidados para melhorar a qualidade de vida para os milhões de pessoas que vivem nessa condição”. Dados da agência mostram que, a cada minuto, 10 pessoas morrem em decorrência do diabetes.

Michele Costa tem 18 anos e descobriu o diabetes aos cinco. A estudante conta que comia doces com frequência. “Comia sempre, todos os dias. Amava”. Desde que foi diagnosticada com a doença, ela vive cercada de regras. Nada de comer açúcar, carboidrato nem alimentos gordurosos. “De vez em quando, ainda como, mas não deveria”, confessa. A doença também não deixa a filha de Magna Ferreira, 39, viver em paz. Milena, 16, teve o diabetes diagnosticado aos 10. Desde então, faz visitas rotineiras ao hospital. “Semana passada, ela passou cinco dias internada”, conta a mãe. Desidratação e perda de peso são alguns dos sintomas que tiram a qualidade de vida da garota.

A pesquisa mostra que a doença atinge mais mulheres (7,8%) que homens (6,9%). De acordo com a endocrinologista e metabologista Carolina Meireles, essa diferença se dá apenas por causa do diagnóstico, ou seja, porque mulheres fazem mais exames preventivos. Quanto ao aumento da incidência, ela explica que é devido ao estilo de vida. “Alimentação cada vez mais errada, com comida processada, muita gordura e açúcar. Além disso, tem o sedentarismo. As pessoas não se exercitam”. Ela ainda destaca que os refrigerantes e sucos artificias “são puro açúcar”. Em relação ao futuro, a médica não é nada otimista. “Se continuar assim, a quantidade de pessoas doentes só tende a subir”, afirma.


CIDADES


Entre as cidades, o Rio de Janeiro apresentou o maior percentual de população adulta com diagnóstico de diabetes (8,8%), seguido de Porto Alegre (8,7%) e Campo Grande (7,9%). Palmas (3,9%) apresenta o menor, com São Luís (4,4%), Boa Vista (4,6%) e Macapá (4,6%). Outro dado que chama a atenção é a questão da escolaridade. Pessoas com menos anos de estudo estão mais propensas à doença.

Segundo dados do trabalho, cerca de 20% das internações por diabetes devem-se a lesões nos membros inferiores e 85% das amputações não traumáticas são precedidas de feridas. Cuidados como procurar e observar os pés, diariamente, à procura de pequenos machucados, bolhas, áreas avermelhadas e alterações na unha são suficientes para evitar complicações ou até mesmo uma amputação. Essas medidas estão presentes no documento que será entregue aos profissionais da saúde da rede pública.


CAMPEÃS DO AÇÚCAR


Rio de Janeiro é a capital com maior proporção de diabéticos no país. Confira:

Rio de Janeiro 8,8

Porto Alegre 8,7

Campo Grande 7,9

Natal 7,8

São Paulo 7,7

Recife 7,6

Belo Horizonte 7,5

Salvador 7,4

Maceió 7,3

Manaus 7,2

Curitiba 7,2

Aracaju 7,1

Brasília 7,0

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