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CRF-SP - Clipping de Notícias
 

CLIPPING - 04/04/2016

Assessoria de Comunicação do CRF-SP

 

 

 
   

 

 

SP triplica os pedidos de antiviral e se prepara para tratar 149 mil com H1N1

04/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Com o surto antecipado de gripe H1N1 no Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde já estima que pelo menos 149 mil pessoas necessitem de tratamento para o vírus neste ano, o triplo de pacientes tratados em todo o ano passado. A estimativa corresponde ao número de unidades do medicamento oseltamivir, mais conhecido como Tamiflu, solicitadas pelo governo do Estado ao Ministério da Saúde até o fim de março. O total de antivirais pedidos em 2016 deve crescer ainda mais com a chegada do inverno, quando o número de casos da doença aumenta.

Segundo o ministério, as secretarias de saúde recebem estoque do medicamento mensalmente, conforme solicitação e demanda do próprio Estado. Não existe, portanto, uma quantidade fixa de remédios enviados, uma vez que os pedidos são feitos conforme a incidência da doença em cada localidade.

Em todo o ano passado, quando o número de casos em São Paulo foi baixo e as infecções ficaram concentradas no período do inverno, a Secretaria da Saúde de São Paulo solicitou e recebeu do ministério volume de Tamiflu suficiente para o tratamento de 48,5 mil pessoas – 9,5 mil delas crianças (que recebem dosagens menores do medicamento). Neste ano, com um surto instalado de forma antecipada e perspectiva de aumento de casos na estação mais fria do ano, já foi solicitado ao ministério tratamento para 149,1 mil pessoas, das quais 33,8 mil são crianças.

O volume de antiviral solicitado pelo governo de São Paulo dá uma ideia do alcance do surto atual, mesmo sem que o número total de casos seja conhecido. Como a gripe H1N1 não é de notificação obrigatória aos serviços de vigilância epidemiológica, não é possível saber quantos casos da doença foram registrados. Só é conhecido com exatidão o número de pessoas que desenvolveram Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por causa do vírus – a forma mais grave da doença, que requer internação.

São as estatísticas dessa síndrome que já indicam um surto antecipado no Estado. Boletim divulgado pela secretaria na sexta-feira aponta 372 casos de SRAG e 55 mortes até o dia 29 de março – em todo o ano de 2015, foram 33 casos e 10 óbitos.

O risco de evoluir para a forma grave da gripe é maior entre pessoas com algum fator de risco, como idosos, gestantes, crianças, mulheres que deram à luz há menos de 45 dias e doentes crônicos, todos alvos da campanha de vacinação. São também pessoas desses grupos que, ao apresentarem sintomas da gripe H1N1, devem iniciar em até 48 horas o tratamento com oseltamivir para reduzir o risco de complicações.


DESABASTECIMENTO


Para Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, a demanda antecipada pelo medicamento foi inesperada e causa preocupação, mas não deve haver desabastecimento. “A grande preocupação é que temos uma produção e uma distribuição contínua. Quando a epidemia se antecipa muito, isso não estava previsto no calendário de produção, aquisição e distribuição de medicamento. No momento, estamos com todos os Estados abastecidos. Se houver qualquer sinal de que pode haver desabastecimento mais para frente, o ministério vai tomar as providências para que isso não aconteça”, diz ele.

De acordo com Maierovitch, o ministério tem condições de solicitar, se necessário, a ampliação da produção do medicamento, uma vez que a maioria das doses oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é feita em laboratório público. “A maior parte daquilo fornecido pelo ministério é produzido pelo Farmanguinhos, da Fiocruz, e há uma parcela, especialmente as apresentações infantis, que são adquiridas da Roche. Vamos acompanhando a demanda”, diz o diretor.

Ele afirma que, para este ano, o ministério estima um cenário semelhante ao de 2013, último grande surto de H1N1, responsável por 3.733 casos de SRAG e 768 óbitos no País. Desse total, o Estado de São Paulo registrou 1.972 casos e 405 mortes.


SEM FALTA


Coordenador de controle de doenças da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Boulos afirma que, embora haja relatos de falta do medicamento em algumas unidades públicas e desabastecimento amplo na rede privada, o Estado tem estoque de remédio suficiente para o tratamento dos pacientes. “Não está em falta. O oseltamivir está em todo serviço público. O que pode estar acontecendo é que, em alguns lugares, pela demanda excessiva e pela não programação adequada, pode faltar temporariamente.”




Doente grave rejeita ‘pílula do câncer’

03/04/2016 - O Estado de S.Paulo


A fosfoetanolamina sintética, mais conhecida como “pílula do câncer”, causou uma mobilização nacional após a corrida de pacientes para ter acesso à substância, que se apresenta como eficaz contra a doença, mas nunca foi testada em humanos e não tem autorização para ser usada como medicamento. Apesar dos supostos relatos de cura, há pessoas que, mesmo com câncer em estágio avançado, são contrárias ao uso da fórmula antes da comprovação de eficácia e preferem não experimentá-la.

Desde 2007, a “youtuber” Jussara Del Moral, de 51 anos, luta contra a doença que apareceu pela primeira vez na mama. Após ter feito cirurgia, quimioterapia e radioterapia, ela ficou bem por um tempo, mas o câncer começou a se espalhar. Em 2009, apareceu nos pulmões. Em 2013, na calota craniana.

“Fiz cirurgia da calota, 20 sessões de radioterapia e fiquei um ano bem, mas as metástases ósseas se alastraram, tenho vários pontos no crânio. Tenho uma doença crônica, que não tem cura, mas não vou tomar um remédio que não foi pesquisado. A gente não mexe em um time que está ganhando.”

Jussara diz que não acredita na possibilidade de a substância ser capaz de curar todos os tipos de câncer e destaca a importância da realização de testes antes do uso. “Para um paciente metastático, o que a gente sonha todo dia é que tenha alguém estudando, porque a gente quer tempo e qualidade de vida. Quero que essa substância seja estudada e seja boa para algum tipo de câncer ou para dor, mas, no momento, ninguém sabe o que é.”

A médica Verônica Hughes, de 56 anos, foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2004 e está no estágio 4 da doença, considerado o mais avançado, há cinco anos e meio. “O paciente com câncer terminal, como eu, é uma presa fácil. Somos extremamente vulneráveis, caímos nas mãos de curandeiros e charlatões. Já me operei duas vezes porque tive metástase na cabeça. Eu não fiz nenhum tratamento alternativo, mas sei o desespero de não ter o que fazer.”


FOCO


O tratamento não tem sido fácil para o empresário Douglas Gallo, de 34 anos, que descobriu um câncer de intestino em outubro de 2012 e teve metástase pulmonar. Ele está no sétimo esquema de quimioterapia e teve de superar dificuldades em todos eles. “Cada tipo me trouxe um desconforto. Perdi sensibilidade, caiu meu cabelo, tive espinhas. Passei por vários sintomas diferentes. A adaptação é muito difícil, porque a gente não sabe como vai se comportar com cada remédio.”

Gallo diz que várias opções de tratamentos alternativos lhe foram ofertadas desde o diagnóstico. “Tive várias oportunidades de tomar remédios fora do que os médicos trazem, mas acho que qualquer droga que quer ser regularizada tem de passar por aprovação.” O empresário chegou a fazer uma cirurgia espiritual, procedimento sem cortes. “São alternativas para você lidar com o tratamento. Tem gente que parte para uma vida sem estresse, outras vão para a igreja.”


CUIDADOS


Luciana Holtz, psicóloga e presidente do Instituto Oncoguia, organização não governamental que oferece apoio e orientação para pacientes com câncer, diz que buscar apoio do médico que faz o tratamento é fundamental para enfrentar a doença sem se desesperar. “Ainda existe uma associação que câncer significa a morte. É muito desespero misturado com vontade de acabar com o sofrimento, mas as pessoas precisam se acalmar. O câncer é complexo e a decisão tem de ser responsável.”

Oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor da Clínica de Oncologia Médica (Clinonco), Artur Malzyner diz que a pílula deve ser evitada. “Substâncias aparentemente inofensivas podem interferir na absorção de um tratamento. A automedicação é algo que pode ser prejudicial para a saúde do paciente. Além disso, existe um padrão mínimo de pesquisa para que o paciente receba um tratamento eficiente.”




Ministério da Saúde começa a enviar vacina contra gripe aos Estados

01/04/2016 - Valor Econômico / Site


O Ministério da Saúde começa a enviar nesta sexta-feira aos Estados a vacina contra a gripe. A entrega das doses aos municípios, segundo a pasta, é de responsabilidade dos governos estaduais. A campanha nacional de vacinação está prevista para ocorrer de 30 de abril a 20 de maio, mas alguns Estados optaram por antecipar o início da imunização em razão de surtos de influenza A (H1N1), conhecida como gripe A.

De acordo com o ministério, nas três primeiras remessas da vacina, a serem enviadas até o dia 15 de abril, os Estados vão receber 25,6 milhões de doses, o que corresponde a 48% do total de lotes a serem encaminhados para toda a campanha deste ano. Do montante, 5,7 milhões serão entregues a São Paulo, onde já foram registradas cerca de 40 mortes atribuídas ao vírus H1N1.

“A partir do recebimento das vacinas, os Estados podem definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a vacinação da população-alvo, observando a reserva adequada do produto para a campanha nacional. O cronograma de distribuição aos estados é elaborado de acordo com a entrega da vacina pelo laboratório produtor. As vacinas serão enviadas em seis remessas”, informou o ministério.

A pasta reforçou que, além da imunização, a população deve adotar medidas de prevenção para evitar a infecção por gripe. As ações de maior destaque incluem lavar sempre as mãos; evitar locais com aglomeração de pessoas (que facilitam a transmissão de doenças respiratórias); cobrir a boca com o braço ao tossir ou espirrar; utilizar álcool em gel nas mãos; e, caso julgue necessário, usar máscara de proteção.

“A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza tem como objetivo reduzir as complicações e as internações decorrentes das infecções pelo vírus na população alvo da campanha, como gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, as quais têm mais risco de adoecer”, destacou o ministério.




Governo libera alta de até 12,5%no preço dos medicamentos.

02/04/2016 - Folha de S.Paulo


Pela primeira vez em dez anos, o reajuste autorizado pelo governo para o preço dos medicamentos ficou acima da inflação. Pelo novo índice, definido pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que é composta por representantes de cinco ministérios), o valor poderá subir até 12,5% a partir desta sexta-feira (1º).

A alta vem em um momento em que os pacientes começam a procurar mais produtos genéricos e similares em busca de preços baixos, de acordo com representantes do setor farmacêutico.

Dados da indústria sinalizam que a crise pode estar levando a uma preferência do consumidor pelos genéricos, em detrimento dos medicamentos de marca.

No acumulado de 12 meses até fevereiro, as vendas em unidades dos genéricos cresceram 13,9%, enquanto o mercado total cresceu 8%, segundo a Pró Genéricos (associação do setor).

“A população hoje reconhece nos genéricos uma alternativa de qualidade a preço inferior. Mas os tempos são de vacas magras e, no começo do ano, até o genérico,que tradicionalmente só cresce, teve resultado que nos alertou”, diz Telma Salles, presidente da Pró Genéricos.


REAJUSTE


O percentual definido pela Cmed é calculado com base nos critérios que, junto com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), compõem a fórmula usada pelo governo para fixar o reajuste máximo. Ao todo, 19 mil produtos estão sujeitos ao novo reajuste.

Além do IPCA, cuja taxa acumulada entre março de 2015 e fevereiro de 2016 ficou em 10,36%, o cálculo considera fatores como produtividade da indústria, concorrência do setor farmacêutico e custo dos insumos.

Em 2015, o índice máximo permitido pelo governo para o aumento dos medicamentos ficou em 7,7%. Já no ano anterior, foi de 5,7%.

Segundo a indústria, o novo aumento só deve chegar às farmácias quando for feita a reposição dos estoques.

Embora liberada pelo governo, a alta não costuma ser repassada a todos os produtos integralmente porque a indústria costuma oferecer descontos ao varejo.Desde o fim de 2015,porém,fabricantes decidiram reduzir tais descontos devido à elevação de custos como água e energia e ao câmbio, que encarece os insumos importados.

Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, sindicato da indústria farmacêutica, afirma que os reajustes podem ser menores nos produtos de maior concorrência, como medicamentos isentos de prescrição, aqueles que o consumidor escolhe diretamente na gôndola e pode, portanto, comparar preços com facilidade, optando pelos mais baratos.

Entre os remédios vendidos com prescrição, os anti hipertensivos são um forte exemplo de categoria que dificilmente terá grandes altas.

Como há muita concorrência, o paciente pode pedir ao médico que indique opções mais em conta.

“Se a indústria não repassa a alta dos custos, ela sacrifica muito as margens e isso pode gerar redução nos investimentos em produtos”, afirma Mussolini.

Ele recomenda que o consumidor pesquise o valor dos medicamentos antes de realizar a compra porque a diferença de preço nos pontos de venda tem sido muito alta.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que o impacto no consumidor, historicamente, tem ficado abaixo do índice anunciado,o que também deve ocorrer neste ano, devido à prática de descontos.




USP fecha laboratório da ‘pílula do câncer’.

02/04/2016 - Folha de S.Paulo


O laboratório do IQSC-USP (Instituto de Química de São Carlos, da USP) no qual estava sendo produzida a fosfoetanolamina, suposta “pílula do câncer”, foi fechado nesta sexta-feira (1º).

A medida foi tomada pela universidade porque o único funcionário responsável por sintetizar a molécula foi deslocado temporariamente para um laboratório de Cravinhos (SP), onde serão produzidas remessas das pílulas que servirão para testes preliminares de sua eficácia em seres humanos.

A USP afirmou que a patente da fosfoetanolamina é de propriedade de um professor aposentado da universidade — o químico Gilberto Chierice — e do servidor antes mencionado, “de modo que a USP não pode produzir a substância, sob pena, inclusive, de responsabilização penal dos envolvidos”.

A universidade afirmou ainda, em nota, que “não é um a indústria química ou farmacêutica e que não tem condições de produzir a substância em larga escala”.

A Folha apurou que apenas três pessoas conheciam bem o processo de produção da “fosfo”, como ficou conhecida a substância: Chierice e dois técnicos que trabalhavam com ele. Um deles aderiu ao programa de demissões voluntárias da USP e não está mais na universidade.

O outro, Salvador Claro Neto, que fez seu doutorado em química sob orientação de Chierice, era o responsável por abastecer a demanda pela molécula gerada pela onda de decisões judiciais que surgiu a partir de 2015.

Diversas liminares passaram a determinar que a USP fornecesse a fosfoetanolamina a pacientes com câncer, mesmo sem dados científicos que corroboras sem sua eficácia e segurança como medicamento contra a doença.

Desde então, tanto o governo federal quanto o do Estado de São Paulo se mobilizaram para tentar testar cientificamente a ação da pílula.

Já o governo paulista determinou que o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) conduzisse ensaios clínicos com a molécula num grupo inicial de dez pacientes humanos, que poderá ser ampliado caso haja bons resultados.

Para que esses testes possam começar, a Secretaria de Saúde de São Paulo remanejou Claro Neto temporariamente para o laboratório PDT Pharma, em Cravinhos, que ficará responsável por produzir a “fosfo” utilizada nos ensaios clínicos. Segundo a assistência técnico-administrativa do IQSC, depois que o químico auxiliar o laboratório nesse processo, poderá voltar a produzir a molécula em São Carlos.

Em entrevista à EPTV, afiliada da Rede Globo no interior do Estado, Claro Neto declarou que deverá passar cerca de um mês fora de São Carlos.

“Nós estamos num vácuo. [A ida para Cravinhos equivale a] parar de fazer para 400 pessoas para fazer para 13 mil”, disse ele.


IMPUREZAS


Enquanto isso, porém, a USP não está mais cumprindo as ordens judiciais de fornecer as pílulas aos pacientes. Isso fez com que doentes, seus advogados e familiares tentassem obter a fosfoetanolamina indo diretamente ao laboratório do IQSC nos últimos dias, sem sucesso.

Embora Chierice tenha afirmado que o método de produção das pílulas desenvolvido por seu grupo permite obter a “fosfo” com “altíssimo grau de pureza”, não foi isso o que mostraram avaliações independentes das pílulas, realizadas por pesquisadores da Unicamp a pedido do governo federal.

Segundo tais análises, as pílulas não possuem a massa indicada (supostamente seriam 500 mg, mas a média real fica em torno de 300 mg) e seu conteúdo é uma mistura de componentes—a fosfoetanolamina propriamente dita corresponde a apenas uns 30% do que está presente na pílula.

 

 

 
 

Mercado Aberto: Venda de genéricos ainda cresce, mas sinaliza desaceleração, diz entidade

03/04/2016 - Folha de S.Paulo


O volume de vendas de medicamentos genéricos subiu 19,9% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo a Pró Genéricos (associação do setor), com base em dados da consultoria IMS Health.

O resultado, porém, é o mais baixo para o setor desde maio de 2015, o que pode ser sinal de que o crescimento começa a desacelerar.

“É um reflexo da crise econômica.

A migração para os genéricos continua, mas o mercado está mais frágil como um todo”, diz Telma Salles, presidente da entidade.

Ao mesmo tempo em que a crise faz com que consumidores de remédios tradicionais passem aos genéricos, é possível que uma parte deles tenha reduzido o uso medicamentos em geral, afirma a executiva.

“Um grande percentual do portfólio de genéricos é de remédios para doenças crônicas, usados todos os dias.

Se há queda em unidades, ainda que pequena, é porque alguém está deixando de tomá-los, é um alerta.” O volume de vendas em fevereiro diminuiu 0,5% em relação ao mês anterior.

Ainda assim, a projeção do setor é de crescimento entre 8% e 9% para 2016.

A participação dos genéricos no mercado, hoje em 31%, deve subir dois pontos percentuais neste ano.




Novo estudo permite enxergar detalhes das conexões cerebrais.

04/04/2016 - Folha de S.Paulo


Sabe-se que o cérebro humano tem cerca de 100 bilhões de neurônios. Só que essas células possuem um grande número de conexões com outras, fazendo com que um pequeno grupo delas “desapareça” em meio ao emaranhado de conexões.

Um novo estudo conseguiu reconstruir em três dimensões, com o auxílio de um microscópio eletrônico e com muito trabalho, a grande teia de conexões de um pequeno grupo de neurônios. Uma das conclusões da pesquisa é que as conexões são muito mais emaranhadas do que se imaginava.

O trabalho foi desenvolvido por uma equipe formada por cientistas de Harvard, do Instituto Allen e do Nerf, um instituto belga de pesquisa. Foram mais de dez anos para chegar aos resultados que embasaram a publicação na edição desta semana da revista “Nature”.

Segundo os autores, esse tipo de conjunto neuronal pode ser uma espécie de “bloco primordial” —conectados em grandes quantidades, ganhariam funções complexas.

Os resultados reforçam a hipótese da “orquestra sem maestro” para o funcionamento cerebral. “Se escutar apenas os poucos músicos por perto, não fará sentido.Escutando todo mundo, você entende a música e ela se torna simples, na verdade. Se você pergunta para cada músico o que eles estão ouvindo, você pode até mesmo entender como a música é feita”, explica o Clay Reid, um dos líderes da pesquisa.




Vacina de H1N1 faz Butantã trabalhar de madrugada; SP já registra 55 mortes.

02/04/2016 - O Estado de S.Paulo


As mortes por gripe H1N1 no Estado de São Paulo chegaram a 55, considerando os dados até o dia 29 de março. O número é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram. Em meio ao surto antecipado da doença, o Instituto Butantã, responsável por produzir as vacinas contra a gripe oferecidas na rede pública, passou a adotar turnos extras de trabalho, com jornadas até de madrugada, para conseguir antecipar a entrega de parte das doses.

O boletim divulgado nesta sexta-feira, 1º, pela Secretaria Estadual da Saúde revela que, além dos 55 óbitos, foram registrados 372 casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo H1N1 no Estado, ante 33 em 2015. No balanço divulgado na segunda-feira, eram 260 casos e 38 mortes.

O surto fora de época fez a secretaria antecipar o início da vacinação para o dia 11 na capital e na Grande São Paulo – no restante do Estado, assim como em todo o País, a campanha ocorrerá a partir do dia 30, conforme o agendamento original do Ministério da Saúde. Fazem parte do público-alvo da campanha idosos, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, profissionais de saúde, puérperas, doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional. Serão imunizados a partir do dia 11 deste mês somente os três primeiros grupos.

As primeiras doses antecipadas foram entregues pelo Butantã nesta quinta, de acordo com Jorge Kalil, diretor do instituto. Por contrato, o laboratório deve enviar ao ministério neste ano cerca de 49 milhões de doses entre abril e maio. Com a produção acelerada, o instituto já finalizou e entregou 16 milhões delas. Em condições normais, esse volume ficaria pronto duas semanas depois. “No começo de março, quando começamos a perceber o aumento de casos de H1N1, passamos a trabalhar em turno extra na área de envasamento”, disse Kalil nesta sexta-feira ao Estado.

O setor de envasamento, que tem 200 funcionários e trabalhava em dois turnos, passou a funcionar em três turnos, 24 horas. Com a mudança, o Butantã dobrou a capacidade de expedição das vacinas – de 500 mil para 1 milhão por dia.

Outra mudança adotada pelo instituto, por causa do surto antecipado em São Paulo, foi enviar as doses voltadas para o público paulista diretamente para a Secretaria Estadual da Saúde e não para o Ministério da Saúde, como ocorre em todos os anos. “Foi feito um acordo para que, neste ano, a gente não precisasse encaminhar as vacinas para Brasília para depois voltar para São Paulo”, disse Kalil.

A fábrica da vacina já funciona 24 horas e não pode ter o trabalho acelerado porque depende do processo natural de crescimento dos vírus. “No processo de produção em si já estamos trabalhando na capacidade máxima. O que conseguimos acelerar foi o envasamento e o controle de qualidade”, afirmou.


PROFISSIONAIS DE SAÚDE


Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Boulos afirmou que a entrega antecipada das vacinas vai possibilitar que os profissionais de saúde – os primeiros a serem vacinados por lidarem com doentes – já possam ser imunizados a partir de segunda-feira. A previsão inicial da pasta era de que isso ocorresse somente a partir do dia 8. “Para o restante da população a gente não consegue antecipar mais porque precisamos preparar a estrutura toda, fazer compra de seringas, agulhas. Na semana que vem, vamos finalizar, para iniciar a vacinação no dia 11.”




Transplante inédito

04/04/2016 - IstoÉ


Há apenas três anos seria impossível imaginar nos EUA a realização de transplante de órgãos entre doadores e receptores que portam o HIV, uma vez que isso era proibido por lei. Em 2013, no entanto, o Congresso americano autorizou esse tipo de procedimento. E finalmente, na semana passada, médicos americanos da JohnsHopkins University realizaram o primeiro transplante de fígado em todo o mundo com indivíduos portadores do vírus da Aids. Além do fígado, do mesmo doador foi recolhido um rim para outro receptor, também soropositivo. Segundo Dorry Segev, professor de cirurgia na Faculdade de Medicina Johns Hopkins, a utilização de órgãos de pessoas com HIV poderia salvar anualmente outros mil portadores.

 
 

Profissionais de saúde começam a ser vacinados

04/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Profissionais de saúde de hospitais públicos e privados da capital e da região metropolitana de São Paulo começam a ser vacinados nesta segunda-feira, após a antecipação da campanha de imunização pelo governo do Estado. Até a próxima sexta-feira, todas as unidades receberão doses para a realização de campanhas internas. Inicialmente, a previsão é imunizar pelo menos 532,4 mil profissionais.

Em meio ao surto fora de época, a Secretaria Estadual da Saúde antecipou o início da vacinação para hoje – no caso de profissionais da saúde – e para o dia 11 para três grupos: idosos, gestantes e crianças entre 6 meses e 5 anos. Ao todo, pelo menos 3,5 milhões serão imunizados.

No restante do Estado, assim como no Brasil, a campanha ocorre a partir do dia 30 de abril, segundo cronograma original do Ministério da Saúde. Responsável por produzir as vacinas contra a gripe que serão oferecidas na rede pública de saúde, o Instituto Butantan passou a adotar turnos extras de trabalho, com jornadas até de madrugada, para dar conta de entregar as doses antecipadas.

As mortes por H1N1 no Estado chegaram a 55, considerando dados mais recentes (até 29 de março). O número de óbitos é cinco vezes maior do que o registrado em 2015, quando dez pessoas morreram. Na capital, foram registradas oito mortes.




Números de dengue podem incluir zika

04/04/2016 - O Estado de S.Paulo


O crescimento dos indicadores de dengue neste ano pode ter como causa não apenas o maior vigor na transmissão da doença, mas um erro de diagnóstico. Diante da tríplice epidemia enfrentada pelo País, com vários Estados apresentando simultaneamente infecções por dengue, zika e chikungunya, não está descartada a hipótese de que as duas últimas, que chegaram mais recentemente ao País, estejam sendo relatadas como casos de dengue.

Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que, em 21 dias, o número de casos de dengue duplicou. Até o dia 27 de fevereiro, haviam sido identificados 396.582 pacientes com suspeita da infecção. No dia 6, eram 170.103 registros.

A explosão surpreendeu especialistas. Os números de 2016 são ainda maiores do que os registrados ano passado, quando a epidemia atingiu seu recorde. Essa tendência de aumento em dois anos seguidos nunca havia sido notada. Desde que o vírus da dengue foi identificado, na década de 1980, não se vê uma epidemia de grandes proporções em anos subsequentes.

“Depois de um ano de grande número de casos, tradicionalmente há uma retração nos dados”, observa o diretor de Vigilância em Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Outro fator que chama a atenção é o vírus circulante. A dengue apresenta quatro subtipos de vírus. “Dificilmente temos duas epidemias seguidas, causadas pelo mesmo sorotipo”, diz o diretor. Os dados apontam que, até agora, a epidemia de 2016 é provocada sobretudo pelo subtipo 1, o mesmo de 2015.


SINTOMAS


Esses dois fatos associados sugerem a possibilidade de que casos relatados de dengue sejam de zika. “No caso da chikungunya, a diferenciação é mais fácil, porque há também um comprometimento das articulações, com fortes dores, que podem tornar-se crônicas”, comenta o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.

O mesmo não ocorre com zika e dengue. Além de compartilhar o vetor, o Aedes aegypti, as infecções provocam sintomas que, de forma geral, são semelhantes. Um dos artifícios usados para diferenciação era levar em consideração a circulação do vírus em determinada região. Essa ferramenta, no entanto, caiu por terra, uma vez que, em pouco tempo, a zika se espalhou por território nacional.

O teste laboratorial, feito para dengue, também pode apresentar resultados indefinidos. “Como tanto dengue quanto zika são arbovírus, há um risco de uma infecção por zika provocar resultado falso positivo para dengue”, explica Coelho.

O professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás, João Bosco Siqueira Júnior, concorda. “Não há dúvida de que há risco de erro nas notificações. Daí a importância da vigilância epidemiológica, da investigação dos casos. Com testes específicos podemos verificar, em um espaço de tempo razoável, o que de fato está ocorrendo.”


TRATAMENTO


O coordenador do Programa de Dengue do Ministério da Saúde observa, no entanto, que a confusão sobre as doenças não causa, no primeiro momento, um dano para o paciente. “A orientação e o tratamento são iguais”, conta. A atenção maior é por causa das recomendações para gestantes: o Ministério da Saúde relaciona a transmissão do zika durante a gestação ao aumento de casos de microcefalia.




Maioria dos mortos por gripe não é foco de vacina

03/04/2016 - Folha de S.Paulo


Com dores na garganta e no corpo, o construtor José Carlos Andriatti, 48, procurou um hospital particular e foi diagnosticado com faringite. Três dias depois, como não melhorava, voltou ao pronto-socorro.

"Dessa vez os médicos desconfiaram que seria gripe H1N1 e ele foi internado no isolamento", diz sua mulher, Gisele, 44. Em cinco dias, ele morreu de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), uma complicação da gripe.

Casos como o de José Carlos acendem o alerta em relação aos óbitos por SRAG. A campanha de vacinação na rede pública é voltada especialmente para pessoas com mais de 60 anos, mas a maioria dos mortos pela gripe tinha idade inferior.

Também gera preocupação o fato de que a gravidade da doença não tem sido percebida a tempo pelos médicos.

É o que conta a família do pedreiro Daniel da Silva, 51, que morreu em março deste ano em um hospital público.

"O médico disse que era só uma dor de garganta e ele ficou tomando anti-inflamatório por cinco dias", diz a filha Daniela Silva Tasso, 28.

Somente depois de procurar atendimento médico pela segunda vez é que Silva foi diagnosticado com H1N1. "Meu pai tinha uma saúde de ferro", afirma Daniela.

Para o infectologista Marcos Boulos, coordenador de controle de doenças da Secretaria de Estado da Saúde, a demora na identificação da gripe é um dos principais problemas em relação ao surto. Segundo ele, a doença tem sido confundida com dengue.

Em 2016, até 29 de março, 59 pessoas morreram pelo vírus influenza no Estado (sendo 55 por H1N1), que responde por mais de 80% dos óbitos por gripe no país.

Embora 75% dos mortos tivessem algum fator de risco (como hipertensão, diabetes e obesidade) e direito à vacinação gratuita, a maioria não tinha sido vacinada em 2015.

"Independentemente da idade, recomendamos a vacinação aos doentes crônicos, mas muitos hipertensos ou diabéticos controlados não se consideram doentes e não se vacinam", diz Boulos.

A pediatra Lúcia Bricks, diretora médica da Sanofi Pasteur, fabricante da vacina, diz que muitas pessoas nem sabem que pertencem ao chamado grupo de risco.

"Muitas vezes, o quadro gripal se complica porque a pessoa tem uma doença cardíaca ou pulmonar prévia, mas não sabia disso."

Para a médica, o fato de muitos casos graves atingirem adultos jovens é outro item que merece atenção.


MEDICAÇÃO


Uma preocupação dos governos é que o antiviral oseltamivir (Tamiflu), indicado para combater a infecção provocada pelo H1N1, não está sendo usado da forma certa.

O ideal é que o medicamento seja introduzido em até 48 horas depois do aparecimento dos sintomas. No caso das pessoas que morreram, segundo o Ministério da Saúde, o antiviral foi administrado, em média, seis dias após os primeiros sintomas.

"Se o quadro for grave, com febre, tosse seca e prostração, nem precisa esperar o exame para medicar", diz Celso Granato.

Para a diretora da Sanofi Pasteur, seis dias é muito tempo. "As primeiras 48 horas são fundamentais. Depois disso, o vírus já pode ter feito muitos estragos."




Clínicas voltam a ter filas por vacina no Rio e em SP

02/04/2016 - O Estado de S.Paulo


Clínicas privadas do País voltaram a registrar filas em busca da vacina contra a gripe. Nesta sexta-feira, 1º, o Estado havia mostrado que novos lotes entregues às unidades da capital terminavam em poucas horas e que alguns estabelecimentos fizeram até lista de espera pelo produto.

Em uma clínica dos Jardins, na zona oeste da capital paulista, onde um lote de vacina terminou em duas horas no início da semana, interessados chegaram cedo nesta sexta para garantir a imunização com a chegada de um novo lote.

Mesmo no Rio, onde ainda não há surto e foram só três casos e uma morte pelo vírus H1N1, as clínicas também estão abarrotadas. Na Kinder, as filas começaram na terça-feira passada, com distribuição de senhas e reposição de estoque durante a semana. Um lote extra chegou na tarde desta sexta. A expectativa era de que se esgotasse em poucas horas. Na Vaccini, profissionais relataram ter desistido de atender o telefone, tal a quantidade de ligações para saber sobre doses disponíveis. Hoje, o horário de atendimento deverá ser estendido para dar conta da demanda.

A dentista Isabel Bastos Deluiz foi vacinar a filha de 3 anos e também se imunizou, como forma de resguardar a caçula, de seis meses – para o bebê, a vacina é diferente e não havia doses. “Minha filha mais velha sempre toma, então como o surto foi antecipado, resolvi dar logo, com medo de que as vacinas acabem. Meu marido é dentista e vai tomar também. A rotatividade de pacientes é grande.”

O temor de que os Jogos Olímpicos agravarão o quadro da H1N1 no Rio, com a chegada de estrangeiros, não se justifica, na avaliação da virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz. “Os jogos serão em agosto e setembro (Paralimpíada), quando os visitantes do Hemisfério Norte, que devem ser maioria na cidade, já estarão no verão deles”, explicou.




Nº de casos de dengue tem recorde em Ribeirão

02/04/2016 - O Estado de S.Paulo


A Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, informou nesta sexta-feira, 1º, que a cidade bateu o recorde de casos de infecção por dengue, com mais de 24 mil casos. O secretário da pasta, Stênio Miranda, disse que o registro configura a maior epidemia da história do município.

No total, foram 24.476 casos nos três primeiros meses deste ano. O recorde anterior havia sido registrado no ano de 2011. Em março deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento no número de pacientes foi de quase 800%.

O Ministério da Saúde apontou em seu boletim epidemiológico mais recente que Ribeirão Preto é a cidade do País com maior registro de dengue entre os municípios com até 999 mil habitantes. O local tem 1.335 casos por 100 mil habitantes.

A Região Sudeste é a quem tem mais notificações de infecções, com 222 mil casos. O País teve 396 mil registros até o fim de fevereiro.

A cidade teve neste ano, ainda segundo dados da Secretaria de Saúde, duas mortes por infecção pelo vírus H1N1. Foram computados 58 casos suspeitos da doença.

Segundo Miranda, a rede pública municipal tem uma quantidade adequada de medicamentos para atender os pacientes com sintomas da gripe H1N1 e deve receber um reforço do Ministério da Saúde.


ZIKA


A pasta municipal forneceu também estatísticas relativas a pacientes gestantes infectadas pelo vírus zika. “Até o momento 83 tiveram confirmação de contaminação pelo zika e outras 25 foram descartadas. Não registramos nenhum nascimento de bebê com microcefalia”, afirmou Miranda.


Municípios com chikungunya se espalham e já atingem 18 Estados

02/04/2016 - Folha de S.Paulo


Em apenas dois meses, o total de municípios no país com circulação confirmada do vírus chikungunya, conhecido como doença “prima” da dengue, cresceu 78% e a tendência é de avanço, segundo o Ministério da Saúde.

Os dados mostram como a doença, que há cerca de um ano era considerada de maior controle se comparada às outras infecções transmitidas pelo Aedes aegypti, tem começado a avançar com maior rapidez nos últimos meses.

Detectada em 2014,a chikungunya gerou alerta devido ao quadro de dores articulares que provoca nos pacientes.

“No entanto, a infestação foi lenta”, diz o diretor de doenças transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.

Agora, o cenário é outro.

“Aparentemente, está acontecendo neste ano o que esperávamos que fosse ocorrer naquele ano”, afirma.

Só nos dois primeiros meses de 2016, já são 153 municípios com circulação confirmada de chikungunya, distribuídos em 18 Estados.

Até o fim do ano passado, essa confirmação ocorria em 86 municípios de 13 Estados.

De lá para cá, houve novos casos em São Paulo, Minas, Paraná, Ceará e Maranhão.

Na prática, enquanto no início a chikungunya atingiu um grande número de pacientes em poucos lugares, agora ela já avança para capitais e mais cidades do país.

Em 2015, até a primeira semana de março, eram 2.103 casos autóctones notificados —localizados, no entanto, em apenas cinco municípios. Já neste ano,o número até o fim de fevereiro era de 3.748.

“Não estamos mais falando só de Feira de Santana [município que concentrou os primeiros casos],mas também de Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio”, afirma o diretor.

O número de casos pode ser ainda maior,já que alguns Estados e municípios demoram a notificar os dados ao governo federal. O balanço também não considera os chamados “casos importados” —quando um paciente adquiriu a doença após uma viagem a outro Estado.

O ministério já confirmou cinco mortes ligadas ao vírus chikungunya no país —duas na Bahia, uma em Sergipe e as duas mais recentes em Pernambuco, incluindo um homem de 54 anos que intrigou médicos por ser o único não idoso e sem doença crônica.

No Recife, o primeiro caso local ocorreu em julho de 2015.

Neste ano, já são 385 casos confirmados pela Secretaria de Saúde de Pernambuco e há outros em investigação.

A situação é ainda mais grave devido ao contexto de epidemia tríplice,com alerta também para zika e dengue.“A zika persiste como preocupação. Mas o que está super lotando os serviços de emergência são os casos de chikungunya”, diz o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.

Para o médico Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, parte da expansão também pode estar relacionada a uma maior atenção para a doença nos serviços de saúde.

“No ano passado [o vírus] chikungunya era um ilustre desconhecido.Agora há uma maior observação”, diz.




Com surto de gripe, pais enfrentam espera em hospital até de madrugada

02/04/2016 - Folha de S.Paulo


O surto da gripe H1N1 fora de época em São Paulo tem lotado os prontos-socorros públicos e privados infantis até mesmo de madrugada. O resultado são filas de espera de mais de três horas e pais tentando buscar estratégias para fugir delas.

Na última semana, a reportagem da Folha percorreu durante a madrugada os hospitais privados no centro e zona oeste de São Paulo. Em alguns deles, banners orientavam sobre os sintomas da doença e a maneira de evitá-la.

No Hospital Infantil Sabará, em Higienópolis, centro de São Paulo, 75 crianças deram entrada no pronto-socorro infantil com febre, coriza e vômito, entre a noite da última quinta-feira (31) e a madrugada de sexta (1º).

Segundo uma funcionária do atendimento, dez destas crianças foram diagnosticadas com H1N1 e várias delas estão em observação. Por volta das 4h30, uma menina utilizando máscara esperava atendimento deitada no colo do pai.

A opção pelo atendimento de madrugada, segundo pais falaram para alguns funcionários do hospital, é para fugir das filas. No entanto, em alguns dias nem mesmo durante a noite os pais conseguem fugir da espera, que pode chegar até quatro horas e meia.

Nas duas unidades do hospital particular São Camilo que têm pronto-socorro infantil houve um aumento no volume de atendimentos. As unidades Pompeia e Santana registraram cerca de 4% e 8% mais pacientes infantis do que no mesmo período do ano passado.

O aumento da doença tem mudado também a rotina de acolhimento das crianças nos prontos-socorros infantis. Os desenhos para colorir, giz de cera e lápis de cor –antes oferecidos para os pequenos passarem o tempo– foram banidos no Sabará, ao menos por enquanto, devido ao risco de contágio de gripe. Na sala de espera do hospital infantil são disponibilizados ainda lenços de papel e luvas para os pais utilizarem em caso de suspeita da doença.

Com a fila de espera, como ocorre no Sabará, uma mãe (que pediu para não ser identificada) optou por levar o filho de dois anos ao pronto-socorro do particular Samaritano, em Higienópolis, na madrugada da última quinta (31). Quando a mulher chegou ao local, encontrou uma fila de espera menor. "Meu filho estava resfriado e a febre se agravou durante a madrugada", falou a mãe, justificando o horário de ida ao pronto-socorro.

Preocupada com o surto da gripe, a engenheira Cláudia dos Santos Martins, que mora em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) levou o filho de 12 anos, com gripe, ao Hospital Santa Catarina, na Bela Vista, centro de São Paulo, na madrugada desta sexta.

"Dei o remédio o dia inteiro e, como a febre não passou, vim direto para cá. Aqui nunca tem fila e só liberam com 100% de certeza", falou Cláudia, aliviada pelo filho não ter contraído a doença.

O tempo de espera para ser atendido por um médico era de 30 minutos no Santa Catarina, mas os pais tinham que esperar o resultado dos exames para os filhos serem liberados.


OUTRO LADO


Em nota, o hospital Sabará informou que o pronto-socorro infantil recebe uma alta demanda de pacientes desde o início de março, o que pode aumenta a espera para casos de baixo grau de urgência. O Sabará afirma ainda ter aumentado em 20% o efetivo de médicos do pronto-socorro em relação a 2015 e ter aberto dois consultórios extras, além de uma terceira sala de pré-atendimento.

"Pacientes emergenciais serão atendidos imediatamente a sua chegada no Hospital. Pacientes urgentes serão priorizados e atendidos em até 60 minutos. Demais pacientes serão atendidos na sequência, após andamento da fila de pacientes prioritários", diz a nota.




Clínicas de SP têm filas de 5 horas para vacina contra H1N1

02/04/2016 - Valor Econômico / Site


Com filas de até cinco horas, clínicas que oferecem a vacina contra a gripe em São Paulo tiveram que estender o horário de atendimento no sábado, dia 2. Famílias têm feito uma odisseia por centros imunológicos em busca da vacinação.

O surto fora de época da gripe H1N1 provocou a corrida às clínicas em busca de vacinação. São 465 casos de síndrome respiratória aguda registrados em todo o Estado, sendo 372 comprovadamente ligados ao vírus H1N1. Ao todo, 55 pessoas morreram no Estado de São Paulo, segundo o mais recente levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, de 1º de abril.

O professor de inglês Michael Ferreira Santos, 31, e a mulher Mariana, 27, saíram de casa, na Mooca, zona leste, nas primeira horas da manhã. A preocupação era com os filhos Mateus, 5, e Thomas, de 5 meses. Consultaram clínicas na vizinhança, foram até Moema, depois Vila Prudente, mas não conseguiram a vacina.

Às 11h30, garantiram uma senha na Clínica Croce, na Heitor Penteado, zona oeste. "Entregaram uma senha e deram certeza que vão atender, já é um alívio", disse ele. O atendimento foi feito às 15h, quase 3h30min depois de chegarem.

Até o meio da tarde a fila ainda ocupava a calçada. A clínica abriu às 8h e, segundo funcionários, cerca de mil doses foram aplicadas neste sábado. Na sexta-feira, dia 1º, foram 600 doses só na parte da tarde.

Normalmente aberta ate as 12h de sábado, o horário foi estendido até as 18h para garantir todos os atendimentos. A equipe ainda foi reforçada e cinco enfermeiros trabalhavam neste sábado - normalmente, só um faz plantão no fim de semana.

Em Perdizes, zona oeste, a clínica Pro Vaccina também ampliou até as 16h o horário de atendimento, que costuma se encerrar às 12h. Pela manhã, a fila virava a esquina.

A estilista Ana Cristina Melo, de 46 anos, chegou às 8h30. Cinco horas depois, às 13h30, ainda aguardava ser chamada. "Meus filhos nunca tomaram a vacina, achei melhor trazer porque os casos que têm surgido estão perigosos", diz ela, que levou os filhos Pedro, 13, e Lia, 10.

Com sol quente, Ana tentava manter o bom humor. "Estamos aqui a base de Fandangos, vamos acabar ficar doente", diz. "Ainda sim eu prefiro a fila do que tomar injeção", disse filha Lia.

Vice-presidente da Sociedade Brasileia de Imunização, o médico Renato Kfouri explica que a oferta de vacinas no mercado tem sido menor do que a procura, o que tem provocado filas. "Todo mundo foi pego de surpresa pela precocidade do surto de gripe, que começou com casos graves", disse ele, que é proprietário da clínica Pro Vaccina.

Um novo lote de 200 doses da vacina deve chegar somente na segunda após o almoço. "A vacinação é de acordo com o estoque de vacina e a capacidade do serviço. É uma situação atípica."

Na Pro Matre, Bela Vista, região central, a fila também foi longa pela manhã. Já à tarde, por volta das 16h, o movimento estava tranquilo e quase não havia espera.

"Viemos três vezes nos últimos dias e desistimos por causa da fila", disse a analista Paula Augusti, de 37 anos, que levou a filha Julia, 2, para a vacinação. Teve sorte e não pegou fila. "Vimos as notícias e ficamos com medo, agora da para respirar com tranquilidade."




OMS diz que há ‘consenso forte’ de que zika causa a microcefalia

02/04/2016 - Folha de S.Paulo


Cientistas do mundo todo estão convencidos de que o vírus da zika pode causar microcefalia e também a síndrome de Guillain-Barré, afirmou a OMS (Organização Mundial da Saúde).

A declaração é a mais incisiva da agência em estabelecer uma relação causal entre o vírus e as enfermidades.

“Baseado em estudo sob ser vacionais e caso-controle [quando se estuda a doença a partir de pessoas que a têm no presente, comparando com pessoas saudáveis], há um consenso científico forte de que o vírus da zika é a causa da síndrome de Guillain-Barré, de microcefalia e outros transtornos neurológicos”, afirmou a OMS. A agência já havia dito que o vírus era “muito provavelmente” a causa.

Peter Hotez, reitor da Escola Nacional de Medicina Tropical do Baylor College of Medicine, disse que não ficou surpreso pela declaração da OMS.

“As evidências são esmagadoras. A ligação entre o vírus e Guillain-Barré é muita clara.” O que não está muito claro, afirma ele, é a porcentagem de mulheres grávidas infectadas com zika que dão à luz bebês com microcefalia no Brasil — essa proporção parece ser muito maior do que no surto ocorrido na Polinésia Francesa.

Cientistas também estão de olho em outros fatores, como os ambientais, que possam provocar as enfermidades.

Em estudos recentes, pesquisadores detectaram o vírus em células do cérebro de bebês natimortos. Eles também observaram sinais de que o cérebro dos bebês crescia normalmente até um momento em que esse crescimento foi interrompido e o cérebro, causando a má-formação.

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