CLIPPING - 30/03/2016
Assessoria de Comunicação do CRF-SP
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Avaliação de novas drogas precisa ser descentralizada, diz diretor da Anvisa
29/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
Novas drogas para o tratamento do câncer podem demorar até um ano para ser aprovadas pela Anvisa. A falta de celeridade no processo de avaliação pelo órgão governamental foi o tema dominante na segunda mesa do dia, "Entraves à pesquisa de novas drogas no Brasil", no fórum O Futuro do Combate ao Câncer, realizado na capital paulista pela Folha com patrocínio dos laboratórios Bristol-Myers Squibb e MSD.
De acordo com Jarbas Barbosa, diretor-presidente da Anvisa, o principal desafio é garantir o padrão de qualidade para liberação dos medicamentos no mercado. "A Anvisa começou no ano passado a fazer algo que deveria ser o padrão: responder sobre os protocolos de pesquisa. Para medicamentos mais complexos, de novas moléculas, são mais de 180 dias para avaliação", afirmou.
O diretor do órgão afirma que a centralização da análise também torna inviável a rapidez nas autorizações. "A articulação com universidade e outros órgãos regulatórios e de pesquisa ainda não ocorre como deveria. Se não descentralizarmos o processo de avaliação ética, sempre teremos essa barreira".
Outro ponto levantado por Barbosa seria a qualidade das pesquisas clínicas apresentadas à Anvisa. Por conta de deficiências técnicas e ausência de dados requeridos, muitas vezes os medicamentos que estão na fase um, quando são submetidos às pesquisas clínicas, demoram para ser avaliados apropriadamente. "Essa fase poderia demorar uma semana, mas acaba levando de três a quatro meses por causa do vai e vem de dados que não estão na pesquisa original."
ESTUDOS CLÍNICOS
Para Eduardo Motti, consultor na área de pesquisa clinica, a falta de pacientes participando de estudos clínicos no Brasil ainda é baixo, o que atrasa a pesquisa e liberação dos novos tratamentos. No Reino Unido, 10% dos pacientes com câncer estão participando de algum estudo clínico, enquanto no Brasil a taxa não passa de 1%.
"Diferente de Portugal e Uruguai, o Brasil tem massa crítica para fazer seus estudos internamente. Precisamos de mais pacientes em pesquisas que sejam feitas de forma mais rápida. No Brasil, as dificuldades burocráticas são enormes, temos dificuldade de estabelecer metas e por conta disso o país fica de fora de muitos estudos", disse Motti.
Segundo Sérgio Queiroz, pesquisador da Unicamp na área de farmácia, é necessário buscar mudanças no modelo de pesquisa visando melhoria na parceria entre o setor privado, órgãos regulatórios e a academia.
"Para fazer pesquisa em farmacêutica é preciso ter um porte que as empresas brasileiras não tem, embora tenha crescido bastante desde a política dos genéricos. Trinta anos atrás o mercado era dominado por gigantes multinacionais, hoje metade é nacional", disse.
"A relação entre empresa e universidade ainda tem muitas dificuldades. Ao contrário de setores como o automobilístico e o siderúrgico, a atuação da academia vai ser decisiva para os avanços nos estudos clínicos sobre o câncer e a na criação de novos medicamentos que sejam autorizados com rapidez", afirmou Queiroz.
Burocracia cria contradições como a 'pílula do câncer', diz diretor do Icesp.
30/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O seminário O Futuro do Combate ao Câncer, realizado pela Folha, começou na manhã desta terça (29), com uma palestra de Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira. O evento tem patrocínio dos laboratórios MSD e Bristol-Myers Squibb.
Hoff ressaltou a importância desse tipo de evento no atual momento, em que a doença atinge 15 milhões de pessoas em todo o mundo, levando pelo menos 8 milhões à morte.
"O câncer é a segunda causa de morte em nosso país. E, nesta década, se tornará a primeira causa em vários países da Europa e algumas regiões dos EUA."
Segundo ele, o câncer é um conjunto de doenças, por isso não há um tratamento único. Com os tratamentos disponíveis hoje, 60% dos pacientes sobrevivem à doença.
Após fazer um breve relato histórico sobre a pesquisa e o combate ao câncer –citando a "invenção" da quimioterapia na época da Segunda Guerra, após observações dos efeitos do gás mostarda, o médico tratou da realidade brasileira no combate ao câncer.
Na área de ensino, questionou a qualidade das novas escolas de medicina que, em uma década passaram de cem para 240 instituições.
Hoff afirmou que, embora seja evidente a necessidade de aumentar o número de médicos no país, não haverá avanços sem a melhora da qualidade.
Isso, segundo ele, permitirá cada vez mais o diagnóstico precoce, aumentando chances de cura.
Na área de pesquisa, frisou o fato de termos sérios problemas no país. Os entraves como a burocracia e a desatualização dos órgãos que regulamentam e controlam a pesquisa clínica no Brasil criam, de acordo com Hoff, contradições como a da recente polêmica sobre o uso das pílulas de fosfoetanolamina.
Sem entrar no mérito da eficácia ou não da substância, ele questionou o fato de a substância estar sendo usada há 20 anos e nunca ter sido submetida a pesquisa clínica.
"Temos que fazer pesquisa com critérios éticos, mas também temos que ser rápidos."
Em relação à assistência que temos no Brasil, elogiou o conceito do SUS, de acesso universal à saúde, mas afirmou que é preciso uma estrutura melhor para permitir o diagnóstico precoce, facilitar o acesso aos tratamentos e melhorar a prevenção primária (educação da população) e secundária (exames como mamografia e papanicolau).
Antes de finalizar a palestra, Hoff falou sobre a introdução de novos tratamentos para o câncer.
Ele disse que é preciso discutir a questão dos custos –lembrando que há novos medicamentos que, se fossem comprados, custariam metade de todo o orçamento do Ministério da Saúde. "É preciso identificar quais tratamentos fazem a diferença e quais pacientes seriam mais beneficiados por eles".
Encerrando a palestra de aberta do seminário O Futuro do Combate ao Câncer, Hoff afirmou ser otimista: "Vejo que o Brasil está melhor do que há 15 anos e temos ferramentas para melhorar mais".
'Pílula do câncer' fez de médico e paciente 'adversários', diz oncologista
29/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A última mesa do primeiro dia do Fórum O Futuro do Combate ao Câncer, realizado pela Folha, abordou um dos temas mais polêmicos dos últimos tempos quando se fala de câncer: as pílulas de fosfoetanolamina da USP.
As alegadas "pílulas anti-câncer" tiveram sua produção e distribuição aprovadas pelo Senado Federal na semana passada, mesmo obtendo resultados desfavoráveis nos primeiros testes clínicos, e agora seguem para sanção da presidente Dilma.
A mesa contou com a presença de Gilberto Lopes, diretor científico do Grupo Oncoclínicas e professor associado da Faculdade Johns Hopkins, nos EUA; Mauricio Tuffani, editor-chefe da revista "Scientific American Brasil" e blogueiro da Folha; e Helano Carioca Freitas, coordenador de pesquisa clínica do A.C. Camargo Cancer Center.
A Folha convidou quatro profissionais envolvidos na pesquisa da fosfoetanolamina para o debate, mas só obteve recusas.
Lopes abriu a discussão afirmando entender o lado pessoal de quem sofre com a doença, ao citar diversos casos de câncer que ele mesmo teve na família. "Esse lado entende o paciente que se apega à promessa de uma pílula mágica". Ele ponderou, porém, que até hoje a pílula não mostrou efeitos benéficos à cura de pacientes, na análise da comunidade científica.
Ele rechaçou uma impressão que, segundo ele, ativistas pró-fosfo tentam imputar à opinião pública: a de que médicos e imprensa têm uma conspiração com a indústria farmacêutica para barrar os remédios. "Eu quero é ter certeza sobre o que estou dando ao paciente."
Helano Freitas aponta que essa visão conspiracionista chega a opor pacientes aos médicos, quando estes levantam dúvidas sobre a fosfo para aqueles que têm certeza de sua eficácia. "Parece que viramos adversários". Freitas diz que as afirmações de melhora de seus pacientes que tomam a pílula não são corroboradas pelos exames. "E eles dizem que nós é que não estamos enxergando."
"A aprovação da pílula como medicamento, sem passar por testes clínicos, é como levar uma criança da pré-escola à universidade," compara Freitas. O problema, diz ele, é que não foram levantados dados suficientes nem para apontar se a substância é tóxica. "O que vimos até agora é que o conteúdo das cápsulas é irregular, combinando a fosfoetanolamina com outras substâncias".
Mauricio Tuffani, da "Scientific American Brasil", aponta que é papel da imprensa fazer a mediação entre a ciência e a parcela da sociedade favorável a liberar as pílulas, sendo cética com ambos os lados. Mas diz que isso também é papel dos representantes no Congresso, que "não está lá só para representar o povo, mas também para mediar. Essa é a diferença entre democracia e demagogia."
Ele lembra também que, antes de tudo, o Poder Judiciário interferiu de forma indevida ao forçar a USP a distribuir a droga, atividade que, segundo ele, não devia ser responsabilidade da universidade.
No seu ponto de vista, a aprovação da droga no Congresso erodiu a autoridade da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e ilustra a falta de racionalidade do debate público, que legou agora a uma "presidente completamente acuada" a decisão de sancionar ou não a medida. "Foi um tapa na cara de todos que estão trabalhando seriamente no assunto".
Lopes classificou a aprovação no Congresso de "populista". "É mais fácil aprovar logo a droga que acelerar o processo de pesquisa".
O oncologista exortou também a necessidade de que se mudasse o foco da mobilização popular. Em vez de defender a liberação de uma droga não testada, disse ele, é melhor canalizar a energia para cobrar mais rapidez do sistema público de saúde em diagnosticar e tratar câncer e em incorporar novas drogas.
‘ Pílula do câncer’ afronta rigor de pesquisas médicas
30/03/2016 - O Globo
Desde a escola de Medicina de Hipócrates, na Grécia, estudos sobre o câncer e a busca por meios científicos de combatêlo são uma obsessão da Humanidade. O desenvolvimento científico mundial — em especial, a partir do século XVIII, quando foram lançadas as bases da moderna anatomopatologia — estimulou impulsos quase exponenciais ao tratamento desse mal. No entanto, em pleno século XXI, a doença ainda representa grandes desafios para a Humanidade.
Boa parte das variações carcinomatosas já tem cura, respostas eficientes de medicamentos aumentam de forma notável as chances de sobrevida das vítimas, mas o pesadelo continua assustando: a despeito dos avanços médicos, estima- se que, no mundo, a média de óbitos entre os 12,7 milhões de pacientes diagnosticados por ano com câncer seja de 7,6 milhões de pessoas. No Brasil, registram- se anualmente 500 mil casos, com 176 mil mortes provocadas pela doença.
São números que dimensionam um drama não só vivido pelos doentes, mas compartilhado por suas famílias. Explicam o impacto na sociedade de quaisquer temas relacionados à cura definitiva da doença, mas não legitimam iniciativas que, alegadamente em nome de combater o fantasma da morte prematura, podem levar a graves prejuízos em pesquisas acadêmicas que, de fato, representem avanços nos tratamentos e nos benefícios reais para os pacientes.
A discussão aberta no país sobre os supostos resultados terapêuticos da fosfoetanolamina sintética no tratamento de pacientes com câncer parece marcada menos pela obediência ao rigor científico e à prudência que pela paixão, elemento a ser evitado não só no debate, mas, principalmente, nas pesquisas médicas. Produzida no Instituto de Química da USP, em São Carlos (SP), e distribuída informalmente desde 2014, a substância pode estar a meio caminho de ser uma panaceia, mero placebo, ou, como querem aqueles que defendem sua preceituação, um remédio de fato eficaz contra o mal. Mas, por não ter sido submetida aos protocolares e rigorosos testes (de confiabilidade e contra efeitos colaterais) que antecedem a liberação comercial de produtos médicos, deve permanecer na gaveta dos experimentos curiosos.
Ocorre que o debate deixou- se contaminar pela deletéria mistura de populismo e voluntarismo. A Justiça, arvorando- se conhecimentos que não lhe são próprios, tem dado liminares a favor da liberação da substância; no Congresso, um projeto autoriza a fabricação da “pílula do câncer". Essas iniciativas invertem o protocolo: coloca- se em primeiro lugar o uso em larga escala e, em plano secundário, os testes necessários para eliminar riscos de que se esteja submetendo seres humanos ao uso de substâncias tóxicas ou ineficientes.
Em entrevista ao GLOBO, o pesquisador Carlos Gil Ferreira sintetizou esse movimento: “A Anvisa (vigilância sanitária) está sendo humilhada pelo Congresso.” Mais do que isso, são precedentes que podem causar danos irreparáveis à ciência.
Liberado teste de veneno de abelha
30/03/2016 - DCI
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o teste em humanos de um soro antiveneno, conhecido como soro antiapílico, que pode aumentar as chances de uma pessoa sobreviver a um ataque de abelhas.
O produto foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap) da Unesp de Botucatu em parceria com o Instituto Vital Brazil, de Niterói (RJ).
Para esclarecer a população sobre os procedimentos adotados para selecionar pacientes, os pesquisadores promovem encontro com autoridades e a imprensa no dia 8 de abril, em São Paulo, na sede da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). O evento terá transmissão ao vivo.
O cadastro poder ser feito no endereço http://www.transmitirnaweb.com.br/ensaio_clinico.
O medicamento é recebido por via intravenosa. Cerca de 20 mililitros (ml) trazem ao corpo uma quantidade de anticorpos capaz de neutralizar 90% dos problemas causados pelas picadas de abelhas africanizadas, as mais comuns no Brasil. Quando um adulto é picado por mais de 200 insetos, o corpo recebe uma quantidade de veneno suficiente para causar lesões nos rins, fígado e coração, debilitando esses órgãos. A maioria das mortes acontece pela falência dos rins. Estudo da Universidade Estadual Paulista estima que 150 pessoas morrem todos os anos no País, por picadas de abelhas. Em 2013, foram dez mil acidentes com abelhas. "Entraremos no inverno e o número de ocorrências tende a diminuir. Mas a partir de setembro e outubro eles voltarão com força total", informa o pesquisador e coordenador do Cevap, Rui Seabra Ferreira Jr. Na véspera do lançamento, os pesquisadores farão um treinamento com a equipe de profissionais responsáveis pela aplicação do soro. A capacitação, que poderá ser acompanhada pela imprensa, será no Hotel Boulevard São Luís, em São Paulo. Na primeira fase 20 pacientes passarão pelos testes. "Temos um protocolo com rígidos critérios. Os médicos definirão qual paciente tem a indicação de soroterapia específica e dose necessária", explica o pesquisador.
Após a escolha dos pacientes e aplicação do soro, os pesquisadores passarão para o "teste de fase III com mais de 300 pacientes", diz Rui. A previsão é que ainda em abril o soro seja aplicado nos primeiros voluntários. "Trata-se de um produto estratégico, não só para o Brasil, mas para todo o continente, pois as abelhas africanizadas estão presentes hoje na maioria dos países. Assim, com o soro antiapílico registrado, além de salvar vidas, contribuiremos para diminuir o enorme déficit na balança comercial brasileira em medicamentos e insumos, exportando-o. Já foram investidos, nos últimos cinco anos, cerca de R$ 2 milhões no projeto."
Reajuste no preço de remédios será anunciado amanhã e deve ficar acima da inflação
29/03/2016 - Diário de Pernambuco Online
Pela primeira vez em mais de dez anos, o aumento dos remédios deverá ficar acima da inflação. A crise econômica, a alta do dólar, e a subida do preço da energia elétrica puxaram para cima os custos da indústria farmacêutica, um dos indicadores que entram no cálculo do preço dos produtos farmacêuticos. A Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) calcula que os medicamentos deverão subir 12,5% nesta quinta-feira, quando o governo federal anuncia o índice oficial de reajuste. Em 2015, a alta média foi de 6,35%, abaixo da inflação de 7,70%. O aumento entrará em vigor nas farmácias já na sexta-feira.
Os remédios têm preços controlados pelo governo, que autoriza anualmente o reajuste com base no IPCA do IBGE. Desde 2005, os índices de aumento ficaram abaixo da inflação. Para este ano, o IPCA entre março de 2015 e fevereiro de 2016 foi de 10,36%. Segundo a Interfarma, além da inflação, são considerados outros fatores. São eles: a produtividade da indústria, a concorrência das classes terapêuticas, além dos fatores econômicos como o câmbio e o aumento da energia elétrica.
“Desta vez, a produtividade da indústria foi negativa. A mão de obra contratada produziu menos que no ano anterior. Assim, os fatores de produtividade acabaram sendo anulados e, com isso, o governo determinou apenas uma faixa de reajuste para todo o setor”, diz a nota da Interfarma. O presidente-executivo da entidade, Antônio Britto, acrescenta que “o cálculo do governo mostra com clareza que até a indústria farmacêutica, normalmente menos prejudicada por crises econômicas, está sendo atingida pelo momento difícil que o Brasil enfrenta”.
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Pernambuco (Sincofarma-PE), Oséas Gomes da Silva, a variação cambial é a grande responsável pela inflação dos medicamentos porque os insumos usados pela indústria são comprados em dólar. “Em geral, as pessoas que usam remédios de uso contínuo se abastecem antes do aumento. Mesmo assim, na primeira semana observamos uma queda nas vendas. Este ano vai ser pior porque a crise já provocou a retração de 5% no movimento das farmácias.”
Em nota, o Ministério da Saúde informa que o ajuste anual do preço máximo dos medicamentos deverá ser divulgado até o dia 31 de março. Acrescenta que a resolução define o índice máximo de aumento, mas a indústria farmacêutica pode aplicar percentual menor. “O índice deste ano ainda não foi publicado, mas, conforme a legislação, levará em consideração critérios técnicos como a produtividade da indústria, a variação de custos dos insumos e a concorrência dentro do setor, além da inflação do período.”
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ANS divulga faixa de reajustes de hospitais a planos
30/03/2016 - Valor Econômico
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou a lista dos hospitais que poderão receber das operadoras e seguradoras de saúde reajustes entre 85% a 105% da inflação medida pelo IPCA. Esse cálculo foi feito com base em três indicadores principais: selo de acreditação, taxa de reinternação e núcleo de segurança ao paciente.
A nova regra é válida quando as duas partes não chegarem a um acordo e na ausência um indicador pré-estabelecido em contrato. O custo com internação hospitalar representa cerca de 60% das despesas médicas das operadoras de planos de saúde.
Entre os 4 mil hospitais privados do país, 131 deles poderão ter o reajuste máximo, ou seja, de 105% do IPCA. Esse grupo foi selecionado porque possui selos de acreditação de instituições como Joint Commission International e ONA (Organização de Acreditação Nacional). Entre eles estão hospitais de primeira linha como Albert Einstein, Sírio-Libanês, Rede D'Or, Santa Paula, Vita, Samaritano, AC Camargo, Mater Dei, Alemão Oswaldo Cruz, Santa Catarina, Beneficência Portuguesa, Moinhos de Vento, Sabará e Nove de Julho, entre outros.
Um segundo grupo formado por 64 hospitais poderá negociar um aumento de 100% do IPCA. O repasse da inflação vale para hospitais que não têm selo de acreditação, mas atendem a alguns indicadores, como baixa taxa de reinternação e participação no programa da ANS para redução do número de cesáreas desnecessárias. Além disso, esses hospitais precisam ter uma área de segurança do paciente que trata desde infecção hospitalar até questões logísticas. O núcleo de segurança é uma exigência de 2014 da Anvisa, mas hoje menos de 1,4 mil hospitais a cumprem. Já os hospitais que não se enquadram nesses critérios poderão reajustar seus contratos com operadoras por 85% do IPCA.
A partir de 2017, a ANS quer adotar critérios similares para laboratórios, clínicas, médico, enfermeiro, fisioterapeuta e psicólogo.
Qualicorp: Lucro líquido avança 224% no 4º tri, para R$ 61,4 milhões
29/03/2016 - Valor Econômico / Site
A Qualicorp, empresa de planos de saúde e de serviços de saúde registrou lucro líquido de R$ 61,4 milhões no quarto trimestre de 2015, em alta de 224% sobre o lucro líquido de R$ 19 milhões no quarto trimestre de 2014, segundo demonstração de resultados divulgada pela companhia na noite desta terça-feira.
Para o ano todo de 2015, a empresa teve lucro líquido de R$ 240,9 milhões, em alta de 73,5% sobre o lucro líquido de R$ 138,8 milhões um ano antes, segundo os dados divulgados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A receita líquida da empresa no quarto trimestre de 2015 foi de R$ 452,9 milhões, em alta de 15% ante os R$ 393,9 milhões no quarto trimestre de 2014. O valor para o ano todo de 2015 foi de R$ 1,683 bilhão, em alta de 14,5% ante a receita líquida de R$ 1,470 bilhão de um ano antes.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Qualicorp no quarto trimestre de 2015 foi de R$ 157,3 milhões, em queda de 3,5% ante o Ebitda de R$ 152 milhões do mesmo trimestre de 2014. Para o ano inteiro de 2015, o Ebitda foi de R$ 676,2 milhões, em alta de 19,6% ante 2014.
Oncologista defende ampliação de acesso à genética para prever câncer
29/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A terceira mesa do seminário O Futuro do Combate ao Câncer, realizado pela Folha nesta terça (29) no Tucarena, em São Paulo, discutiu os novos meios de prevenção e detecção da doença. O evento tem patrocínio dos laboratórios Bristol-Myers Squibb e MSD.
Coube ao reitor da USP e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Marco Antonio Zago, iniciar a conversa. Ele falou sobre os avanços em prevenção e detecção nas últimas décadas. Citou como exemplo a leucemia mieloide em crianças, que nos anos 70 levava à morte em questões de semana e hoje é curada em 90% dos casos.
Também participaram da mesa José Claudio Casali da Rocha, criador do primeiro serviço de aconselhamento genético para pacientes de câncer do Hospital A.C. Camargo e Nelson Hamerschlak, hematologista do Hospital Albert Einstein. O debate foi mediado pela jornalista Sabine Righetti.
Segundo Zago, a mudança ocorreu pelo progresso nos métodos de diagnóstico, pelo desenvolvimento de novas drogas e pelos testes controlados que permitem avaliar a eficácia dos tratamentos.
Na área de diagnóstico, citou o avanço nos exames laboratoriais e de imagem. E afirmou que o conhecimento biomolecular do câncer ainda vai progredir muito e melhorar as formas de diagnóstico e tratamento.
Em termos populacionais, a mortalidade por câncer ainda é muito alta. Enquanto as mortes por todas as causas caíram 20% no mundo todo, as por câncer só diminuíram 10%, segundo Zago.
No entanto, ele lembrou que formas previníveis de câncer, como as causadas por infecções (colo do útero por HPV) caíram um pouco mais (15%), mostrando a importância da prevenção.
Sobre os investimentos em prevenção no Brasil, Casali da Rocha afirmou que "ainda estamos apagando incêndios". Para ele, é preciso "democratizar a genética e tornar o câncer mais previsível".
Ele discorreu, ainda, sobre o alcance e as limitações do mapeamento genético. Ele afirmou que não se deve oferecer mapeamento genético para doenças que atualmente não podem ser prevenidas, mas que é uma ferramenta útil para evitar ou tratar precocemente vários tipos de câncer.
A consulta oncogenética, disse Casali, começa com a avaliação de risco familiar. "Um dos maiores limites para a prevenção em termos governamentais é não ter programa que olhe para a história da família", disse Casali.
Hamerschlak falou sobre a distinção entre o que é genético e o que é hereditário e sobre a importância de uma medicina personalizada que, em vez de seguir exclusivamente as alterações genéticas, olhe cada indivíduo como um ser único.
Sobre a discussão de se tratar ou não uma doença que ainda não se manifestou, os participantes da mesa disseram ainda não ter uma resposta. "Talvez daqui a 30 anos saberemos", disse Hamerschlak.
Para Casali da Rocha, o conceito novo é que genética não é destino. É preciso estudar, segundo ele, além dos fatores de predisposição, o papel de fatores como estilo de vida e hábitos como a meditação, que podem causar alterações químicas no DNA.
Os métodos radicais de prevenção, como a mastectomia total em pessoas de família com alto risco de câncer de mama, foi considerado um procedimento válido por Zago. "É válido se o paciente está bem informado."
Hamerschlak afirmou que há ferramentas já disponíveis e de custo menor, como exames de rotina (mamografia, colonoscopia etc.) e vacinação e que o uso desses métodos deve ser estimulado e ampliado a toda a população.
Para Zago, houve avanços em várias áreas, mas é preciso investir mais em programas educacionais para prevenção.
País tem 131 hospitais com certificação máxima de qualidade, diz ANS
29/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou nesta segunda-feira (28) uma lista de 131 hospitais particulares e públicos que receberam avaliação máxima de institutos que medem a qualidade do atendimento de saúde.
Esses institutos são contratados pelos próprios hospitais para serem "acreditados" (uma espécie de certificação). Isso confere mais reconhecimento aos hospitais. Os institutos avaliam desde o uso de pulseiras por pacientes até prontuários preenchidos.
"Hoje quando você procura hospital ou clínica para ser atendido você não tem uma referência concreta, além da opinião de pessoas. Então, a lista oferece informação de qualidade", disse Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS.
Dos 131 hospitais, 59 estão no Estado de São Paulo, o que representa 45% do total. Entre eles estão o Israelita Albert Einstein, o Sírio-Libanês e o Samaritano, por exemplo. Dos públicos, aparece o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
"São Paulo tem mais pessoas com planos de saúde e, portanto, mais hospitais também. E por isso concentra uma parcela tão grande de hospitais com a acreditação máxima por essas companhias certificadoras", disse Oliveira.
Outros 23 estão em Minas Gerais, 12 no Rio de Janeiro e mais oito no Paraná, conforme a lista divulgada pela ANS, que considera apenas os hospitais que foram "acreditados" pelo país. O Brasil tem cerca de 6.200 hospitais públicos e privados.
Por terem notas máximas, esses hospitais tem direito a reajustes de preços acima da inflação com as operadoras e seguradoras de saúde, de 105% do IPCA (índice oficial do país). Demais hospitais poderão reajustar seus preços de 85% a 100%.
A ANS divulgou ainda listas de hospitais com base em índice de readmissão hospitalar e segurança do paciente. A primeira mostra hospitais que atenderam às exigências da ANS com relação à reinternação em até 30 dias da última alta.
Clique aqui para conferir a lista dos 131 hospitais com avaliação máxima.
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Governo do Estado já tinha registro de alta de gripe H1N1 desde novembro
30/03/2016 - O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo já sabia há pelo menos quatro meses do aumento atípico de casos de gripe H1N1 no Estado, revela informe técnico do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) divulgado na última semana no site do órgão.
De acordo com o documento, embora o pico da doença ocorra durante o inverno, a secretaria passou a notar, a partir de meados de novembro de 2015, um crescimento nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo vírus H1N1. “Cabe assinalar que se constatou aumento do número de casos de SRAG a partir da semana epidemiológica 46/2015 relacionados à atividade do vírus influenza A (H1N1), contemplando 15 casos e quatro óbitos”, destaca o informe.
Os números registrados nos últimos 45 dias do ano representam 45,5% dos casos e 40% das mortes de todo o ano de 2015. A concentração de casos no final do ano é considerada anormal frente aos números dos anos anteriores. O informe não traz os índices semana a semana, mas, de acordo com o gráfico divulgado no documento, a notificação de casos e óbitos pela gripe H1N1 nos verões dos dois anos anteriores é próxima de zero.
Questionada pelo Estado sobre as ações tomadas, a secretaria disse que, por mais que o Centro de Vigilância Epidemiológica tenha observado o crescimento atípico de casos da doença a partir de novembro, o cenário epidemiológico daquele momento “não indicava risco de expansão expressiva do vírus”.
Após o crescimento de notificações notado a partir de novembro de 2015, mostra o informe, os casos de SRAG associados a H1N1 explodiram em janeiro e, desde então, vêm crescendo. Balanço mais recente da secretaria mostra que já são 260 registros da síndrome e 38 mortes apenas nos três primeiros meses deste ano no Estado. Somente na capital, foram oito vítimas. Em todo o ano passado, foram registrados 33 casos de SRAG, com dez mortes.
DEMORA
De acordo com especialistas, a Secretaria Estadual da Saúde poderia ter agido mais rápido ao perceber o aumento inesperado de casos de SRAG causadas pelo H1N1. “Em novembro e dezembro já começamos a diagnosticar mais gripe entre os pacientes. Pelo menos um alerta à população deveria ter sido feito, para que as pessoas ficassem mais atentas aos sintomas de agravamento da gripe e para que os próprios produtores de vacina tentassem acelerar sua produção”, diz Artur Timerman, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
Apesar do aumento de casos notado há quatro meses, a secretaria só pediu nesta segunda-feira, 28, ao Ministério da Saúde a antecipação da campanha de vacinação no Estado.
Para Celso Granato, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o alerta deveria ter sido dado aos médicos, para não criar pânico na população. “A secretaria poderia ter deixado a classe médica um pouco mais informada, para não criar um alerta exagerado, porque o limite entre gerar benefício e pânico é muito tênue. Quanto à vacina, ela acabou de ficar pronta, não sei se eles conseguiriam acelerar esse processo”, afirma.
MONITORAMENTO
A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que, mesmo sem considerar que havia risco de expansão significativa do vírus naquele momento, “intensificou o monitoramento de circulação da doença em diferentes regiões do Estado”. De acordo com a pasta, somente neste ano a tendência de aumento de casos “ficou mais evidente”, o que levou o governo a promover, na semana passada, vacinação extra em 67 municípios do interior do Estado mais afetados pela doença e pedir a antecipação da campanha de 2016 ao Ministério da Saúde.
A secretaria afirmou ainda que a definição do calendário de imunização é feita pelo órgão federal e que a campanha de imunização é a forma “mais consistente de combater o vírus”. Segundo a pasta, a vacina é produzida com as cepas de maior circulação no inverno europeu, o que faz com que a produção das vacinas no Brasil seja concluída somente em meados de março ou abril.
SP tem corrida frenética por vacina da gripe
30/03/2016 - Folha de S.Paulo
Na unidade do Albert Einstein no Ibirapuera (zona sul de São Paulo), uma funcionária do hospital dá expediente na calçada para consultar cada motorista na entrada engarrafada do estacionamento.
“Vacina da gripe?”, questiona ela, para logo alertar: “Está demorando duas horas e 40 minutos”.
Hospitais e clínicas particulares da capital paulista enfrentaram nesta terça-feira (29)uma corrida frenética pela vacina contra a gripe H1N1: salas de espera e estacionamentos lotados; força-tarefa de atendimento; e pais impacientes com a demora para a chamada das senhas.
O surto da doença ocorreu dois meses antes do previsto e já resultou em 45 mortes este ano no país, 38 delas em São Paulo. A quantidade de infectados até agora já supera a de 2015 inteiro.
A vacina será antecipada para parte da rede pública paulista a partir de 11 de abril, mas só para grupos de maior risco. Enquanto isso, tem sido disputada em filas de cerca de três horas nas unidades de saúde particulares que já dispõem dos novos lotes.
O estacionamento no Einstein do Ibirapuera não aguentou a demanda: as filas de carros com crianças começavam do lado de fora, onde uma funcionária já fazia a triagem. “Ninguém está desistindo [da vacina]”, disse.
A naturóloga Tainá Almeida, 28, aguardou por mais de duas horas para conseguir vacinar seu marido, ela própria e a babá de seu filho de seis meses. O bebê, porém, ainda não pôde receber a dose.
“Virou um caos, né? Não sei nem se é pra tudo isso, mas todo mundo está assustado com as notícias [de surto da doença] e ninguém quer correr risco”, afirmou.
Essa unidade do Einstein só recebeu nesta terça-feira a vacina tetravalente, pela qual cobra em torno de R$ 200 e que imuniza contra quatro tipos de vírus influenza. A rede pública terá apenas a trivalente, contra três tipos.Em ambos os casos está embutida a proteção contra H1N1.
‘pedimos paciência’ Na clínica Cedipi, na região da avenida Paulista, a fila da vacina também chegava na calçada pela manhã. As doses acabaram. “Estaremos aguardando novos lotes”, dizia a mensagem no site da clínica à tarde, junto com um alerta de congestionamento das linhas telefônicas devido à grande procura: “pedimos paciência e compreensão.” Na Pro Matre, a sala de espera também estava lotada.
“Acho uma vergonha a rede particular já ter a vacina e a pública, não”, reclamava a securitária Maria Cristina Wicher, 46. Ela e a filha Luana, 5,aguardaram por duas horas a vez de receber a imunização no hospital. “Achei assustador, gente sendo internada com gripe, e preferi pagar”.
No centro de imunização do complexo, que abrange também as vacinas aplicadas pelo hospital Santa Joana, a média habitual de doses contra a gripe H1N1 era de 10 mil no período de cinco meses a partir do início do outono.
Só na última semana, no entanto, foram vacinadas 3.000 pessoas pelo grupo.Para os próximos meses, os dois hospitais esperam triplicar a quantidade em relação ao outono e ao inverno de 2015.
Vacina na rede pública de SP vai começar dia 11
30/03/2016 - Folha de S.Paulo
A vacina contra a gripe H1N1 começará a ser dada na rede pública para gestantes, idosos e crianças de seis meses a cinco anos a partir de 11 de abril na capital paulista e em cidades da Grande SP, anunciou nesta terça (29) a Secretaria de Estado da Saúde.
Serão 2,9 milhões de doses a esses três grupos, os de maior risco caso contraiam a doença. Em 8 de abril, 532 mil profissionais de saúde serão imunizados.
O governo antecipou o calendário de vacinação para esses grupos em razão do surto da doença. Os demais grupos que são público-alvo(portadores de doenças crônicas, população prisional, índios) e as outras cidades do Estado receberão vacina a partir da data prevista no calendário nacional de vacinação, 30 de abril.
Casos de dengue aumentam 53% neste ano
30/03/2016 - Folha de S.Paulo
O número de casos prováveis de dengue no país cresceu 53% nos dois primeiros meses de 2016 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira (29).
Ao todo, foram notificados 396.582 casos prováveis da doença entre os dias 3 de janeiro e 27 de fevereiro. No mesmo período do ano anterior, eram 259.827 registros.
O aumento foi observado em 21 Estados — oito já apresentam índices que configuram situação de epidemia: Acre, Tocantins, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
Já em São Paulo, Estado que teve uma das piores epidemias em 2015, os dados apontam redução de 58% — são, agora, 66.525 registros, contra 160.842 em 2015.
A queda pode ser explicada pelo menor número de pessoas suscetíveis ao sorotipo de vírus da dengue em circulação, devido ao alto número de infecções no ano anterior.
CASOS GRAVES
Apesar do avanço no número de casos prováveis de dengue, o balanço aponta redução no total de complicações e mortes pela doença.
O número de casos graves ou com sinais de alarme caiu 71% neste ano —foram 1.208 confirmados até o dia 27 de fevereiro. O país também já registra 51 mortes por dengue.
No mesmo período do ano passado, eram 197.
O diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, diz esperar que haja uma redução dos casos a partir de abril devido à intensificação das campanhas contra o Aedes aegypti.
Vírus da zika já circula em todos os Estados, diz Ministério da Saúde
30/03/2016 - Folha de S.Paulo
O Ministério da Saúde informou nesta terça feira (29) que o vírus da zika tem transmissão confirmada em todo o país. Os últimos Estados a confirmar casos autóctones (quando a infecção foi adquirida no local) são Acre, Amapá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os dados são de novo boletim da pasta. O relatório aponta ainda 944 casos confirmados de recém-nascidos com microcefalia — 130 tiveram resultados positivos para o vírus da zika. Há ainda outros 4.291 em fase de investigação.
As confirmações de microcefalia ocorreram em 358 municípios de 20 Estados e do Distrito Federal. A maioria dos bebês (94%) é do Nordeste.
O balanço aponta ainda 208 mortes de recém-nascidos com suspeita de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central. Destas, 47 são de bebês que já tiveram o quadro confirmado por exames.
Mais eficiente, radioterapia esbarra no acesso desigual, diz especialista
29/03/2016 - Folha de S.Paulo / Site
O arsenal de tratamentos e medicamentos contra câncer está se diversificando. Além das tradicionais quimioterapia e radioterapia, novas alternativas como a imunoterapia vêm ganhando mais força, e mais estudos têm sido realizados em relação a vacinas para deter determinados tumores.
Mas o combate à doença ainda reside em dois pilares: o tratamento deve ser multidisciplinar e individualizado, de acordo com especialistas que participaram do Fórum O Futuro do Combate ao Câncer, promovido pela Folha nesta terça (29) em São Paulo, com patrocínio dos laboratórios MSD e Bristol-Myers Squibb.
A radioterapia, que combinada à quimioterapia tem sido uma das armas mais tradicionais contra o câncer, vem passando por um processo de modernização, graças à abordagem multidisciplinar e à sofisticação das tecnologias. "A radioterapia é hoje um tratamento preciso, pois as tecnologias permitem concentrar a radiologia no alvo e proteger os tecidos normais", explica Eduardo Weltman, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia.
No caso brasileiro, a grande limitação ainda é o acesso aos equipamentos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um aparelho de radioterapia para cada 300 mil habitantes, o que no significaria 680 equipamentos de alta voltagem em funcionamento para atender às necessidades da população brasileira. No entanto, hoje existem 360 aparelhos funcionando no Brasil, sendo que 280 deles atendem o SUS (Sistema Único de Saúde). "A radioterapia brasileira tem melhorado muito em termos de tecnologia, mas o acesso ainda é heterogêneo nas regiões brasileiras, especialmente no Norte e Nordeste do país" diz Weltman.
A imunoterapia tem sido apresentada como uma grande promessa para o tratamento de alguns tipos de câncer –nessa estratégia, busca-se auxiliar o sistema natural de defesa do organismo a atacar as células doentes, diferente da quimioterapia, onde o fundamento é buscar moléculas capazes de destruir ou quebrar os tumores.
O tratamento tem mostrado resultados positivos nos casos de melanoma, cânceres renais, de pulmão, cabeça e pescoço, entre outros. "Pacientes com tumores associados a virus, como o HPV, podem ter até três vezes mais respostas com a imuterapia. Mas há tumores que não respondem a esse tipo de tratamento, como o mieloma múltiplo e o câncer de pancreas", afirma Bernardo Garicochea, coordenador de ensino e pesquisa do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.
Este método também tem sido eficiente em prolongar a vida de pacientes com tumores que produzem metástases, segundo o oncologista Rafael Kaliks, diretor científico do Instituto Oncoguia. "A imunoterapia traz sobrevida de 10% a 15% em casos de doença metastática", diz.
Segundo ele, as interações entre os tumores e o sistema imunológico têm sido alvo de complexos estudos, que vem descobrindo como desfazer o bloqueio que alguns tipos de tumor exercem sobre as defesas do organismo – já é possível "treinar" um linfócito para que ele ataque um alvo tumoral. "Essa é a chave: desenvolver o sistema imunológico para atacar esses alvos. Há resultados impressionantes em um tipo de leucemia, com chances de resposta de até 90%", diz Kaliks.
A hormonioterapia também compõe o leque de tratamentos que estão recebendo mais atenção dos pesquisadores nos últimos anos: consiste em um grupo de medicamentos que tem a função de inibir que hormônios, como estrógeno e a testosterona, alcancem a célula, reduzindo a multiplicação do tumor. Tem sido utilizada em casos de câncer de próstata e de mama, com sucesso, evitando a reincidência de tumores.
Casos de suspeita de dengue sobem 6,8% em cidades do ABC
30/03/2016 - DCI
Enquanto a cidade de São Paulo registrou uma queda de 47% nos casos de dengue no município entre janeiro e março deste ano, os sete municípios do ABC vivem movimento contrário: em três meses, o número de casos saltou 6,8%, na comparação anual. No acumulado de 2016 foram notificados 4.040 casos suspeitos, ante 3.780 no ano passado.
Os dados fazem parte de um levantamento coletado com os municípios e repassados ao Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE7), da Secretaria de Estado da Saúde.
Para tentar mapear os casos e trazer soluções, a Sala de Situação Regional para o Combate ao Mosquito da Dengue, criada em dezembro pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC e coordenada pelo Grupo de Trabalho Saúde da entidade tem se reunido semanalmente.
"Um esforço conjunto entre as cidades é, por enquanto, a melhor arma da região", afirmou o médico Carlos Ungolê, que trabalha em um posto de saúde na cidade de Santo André.
Na semana passada, o Instituto Adolfo Lutz, órgão ligado ao governo do estado e responsável pela realização dos testes de dengue, informou que o número de casos confirmados da doença no ABC, de 1º de janeiro a 14 de março deste ano, totaliza 174.
Os dados não incluem casos de Diadema, que possui sistema próprio de análise junto ao Adolfo Lutz. Dos 174 casos confirmados como dengue, 56 estão em Mauá, 50 em Santo André, 36 em São Bernardo do Campo, 24 em São Caetano do Sul, 6 em Ribeirão Pires e 2 em Rio Grande da Serra. Em média, o índice de casos positivos na região subiu de 19,3% na primeira divulgação, para 22,3% atualmente.
RESTRIÇÕES
Também na semana passada, a Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), vinculada à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, restringiu a coleta de novas amostras de sangue de casos suspeitos de dengue.
A CCD determinou que só devem ser enviadas para o Adolfo Lutz as amostras de casos graves, óbitos e casos suspeitos de municípios que ainda estão classificados como silenciosos (na região, apenas Rio Grande da Serra).
As sete cidades do ABC, por meio do GT Saúde do Consórcio, vão solicitar ao secretário estadual de Saúde, David Uip, a retomada dos exames de confirmação de dengue.
O pedido será feito através de ofício que solicitará também reunião para tratar do assunto esta semana.
Enquanto aguardam resposta, os municípios continuarão realizando a coleta e a armazenagem das amostras.
AUTÓCTONES
O levantamento dos municípios, repassado ao GVE7, indica 108 casos autóctones (contraídos no próprio município). Desses, 50 estão em São Bernardo do Campo, 22 em Santo André, 20 em Mauá, 14 em São Caetano, um em Diadema e um em Ribeirão Pires. No mesmo intervalo de 2015, a região somou 891 casos autóctones.
ZIKA E CHIKUNGUNYA
Os dados coletados na região apontam ainda 29 casos suspeitos de zika vírus até a nona semana epidemiológica, sendo 21 em São Bernardo do Campo, 7 em Mauá e 1 em Santo André. Já a febre chikungunya contabiliza 104 casos suspeitos, sendo 64 em São Bernardo do Campo, 23 em Mauá, 14 em Santo André e três em São Caetano do Sul.
Surto antecipa vacinação
30/03/2016 - Correio Braziliense
O Ministério da Saúde divulgou uma plano de combate à gripe influenza A, antecipando a distribuição de mais de 25 milhões de doses da vacina contra a gripe até a primeira quinzena de abril. O número corresponde a 48% do número total de doses que serão distribuídas na vacinação. A decisão do órgão ocorreu após um surto de H1N1 que matou 46 pessoas. Em nota, o órgão ressaltou que, a partir do dia 1º, envia as doses da vacina aos estados, mas a entrega aos municípios é responsabilidade dos governos estaduais e das prefeituras.
O início da campanha de vacinação contra a influenza A estava prevista apenas para 30 de abril. No entanto, o órgão tem lidado com um índice crescente de suspeitas de infecções do vírus nas últimas semanas. Outros dados do ministério já haviam apontado que, no início de março, o número de notificações de gripe relacionados ao H1N1 ultrapassava de 300, além de outras 400 notificações de casos graves de gripe. Nesta fase de pré-vacinação, a prioridade é o Sudeste brasileiro, que deve receber 9,98 milhões de vacinas até 15 de abril.
DISTRITO FEDERAL
A região Centro-Oeste também já ligou o alerta de surto. A Secretaria de Saúde (SES-DF) confirma cinco casos de H1N1 na região e um no entorno este ano. Nesse mesmo período, em 2014, foram confirmados apenas três casos e durante todo o ano foram 21 notificações. A secretaria de Saúde do Goiás já confirma 5 casos de influenza A e 21 casos de suspeita.
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